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Newton Nunes: Professor Autor/conteudista
Newton Nunes: Professor Autor/conteudista
NEWTON NUNES
É vedada, terminantemente, a cópia do material didático sob qualquer
forma, o seu fornecimento para fotocópia ou gravação, para alunos
ou terceiros, bem como o seu fornecimento para divulgação em
locais públicos, telessalas ou qualquer outra forma de divulgação
pública, sob pena de responsabilização civil e criminal.
SUMÁRIO
1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
GLOSSÁRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
1. INTRODUÇÃO
A área de grupos especiais tem assumido um papel de relevante importância no cenário mundial.
Contudo, é necessária a devida formação e especialização da equipe multiprofissional envolvida.
Nesse sentido, abordaremos os seguintes aspectos: avaliação física (ergometria; ergoespirometria;
exames cardiológicos; eletrocardiograma de repouso e esforço) e prescrição de treinamento aeróbio
e resistido para as diversas populações.
Forneceremos desde as bases fisiológicas dos sistemas orgânicos e suas adaptações agudas
e crônicas ao exercício até sua aplicabilidade na avaliação física, treinamento físico e exercícios
realizados para grupos especiais, preventivos, e atletas, seguindo as normas da American Heart
Association e do American College of Sports Medicine.
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2.1 Introdução
O desenvolvimento de condições laboratoriais objetivando o estudo e a avaliação do desempenho
físico de indivíduos normais e patológicos tem constituído um dos principais avanços científicos
na área da ergoespirometria aplicada à saúde.
Além do mais, por meio da avaliação da reserva funcional do sistema cardiovascular e respiratório,
fornece uma compreensão mais ampla das respostas clínicas, eletrofisiológicas e hemodinâmicas
proporcionadas pelo exercício físico progressivo e dinâmico, quando comparadas à ergometria
convencional. A ergoespirometria torna-se assim uma arma propedêutica não invasiva de grande
importância na análise de indivíduos normais ou de pacientes com comprometimento cardiovascular
e/ou pulmonar.
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Dessa forma, ela pode e deve ser utilizada não somente em pacientes com baixa capacidade
cardiorrespiratória, mas em atletas de diferentes modalidades esportivas. Além do caráter prognóstico
e mesmo diagnóstico de patologias relacionadas ou não ao sistema cardiorrespiratório, também
oferece uma prescrição precisa e segura de treinamento físico para sedentários e atletas, melhorando
as condições clínicas inclusive de indivíduos cardíacos.
Fonte: http://www.cardiologiaesaude.com.br/imagem.php?img=images/
publicacoes/ergoespirometrico.jpg&x=358&y=263&q=80.
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FIGURA 3 - Ergoespirometria
Fonte: http://www.papodeesteira.com.br/wp-content/uploads/2012/11/ergoespirometria1.jpg.
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Além disso, a duração, com um tempo não menor que 8 minutos e não maior que 17 minutos
(com média de 12 minutos), possibilita a obtenção do verdadeiro consumo de oxigênio de pico, tanto
em cicloergômetro quanto em esteira. Ele é definido pela estabilização do consumo de oxigênio
ou pelo seu aumento igual ou inferior a 1 ml. kg-1. min-1, a despeito de um aumento na intensidade
do exercício.
Testes com duração inferior a oito minutos resultam numa redução média de cerca de 10%
do consumo máximo de oxigênio, independentemente do ergômetro utilizado, e aqueles com
duração maior do que 17 minutos, por dependerem mais da resistência muscular, apresentam uma
diminuição nesse fator. Além do mais, o teste de rampa configura-se como o melhor protocolo para
determinação dos limiares ventilatórios em unidades de carga de trabalho, e a determinação do
VO2 máximo é mais fácil de ser feita.
Definir a capacitade aeróbia, avaliar seu nível em relação aos padrões anormais e prescrição
de exercícios.
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FIGURA 5 - Ergoespirometria
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Finalmente, a frequência cardíaca (FC) em batimentos por minuto (bpm) é também analisada,
por intermédio do acoplamento da ergoespirometria com o eletrocardiograma. Nos indivíduos
normais, ela aumenta linearmente com o VO2. No entanto, em alguns pacientes com cardiopatia, o
incremento da FC em relação ao VO2 é bem maior, refletindo umaimportante restrição no transporte
de O2nos músculos exercitados.
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Fonte: http://www.scielo.br/img/revistas/rbme/v12n1/v12n1a08f02.gif.
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VO2máx. = DC x Dif. AV
Sabe-se que, que dependendo da idade e do treinamento físico, o VO2 máx. pode aumentar
entre 200% e 600% quando comparado ao metabolismo basal. Por conseguinte, durante o exercício
físico agudo, nos indivíduos com reserva cardíaca baixa, não existem condições para um aumento
adequado do débito cardíaco, a fim de permitir o ajuste do organismo às novas necessidades
metabólicas do organismo. Como consequência, ocorrem dispneia e fadiga muscular intensa,
decorrentes da isquemia tecidual e da isquemia muscular.
FIGURA 8 – Isquemia
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Blood_clot_diagram_pt.png.
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arterial e do sangue venoso misto, que expressa a quantidade de oxigênio extraído ou consumido
pelos tecidos.
Dessa forma, o coração, diante do aumento das demandas metabólicas imposto pelo exercício
físico, tem que manter a oxigenação a expensas da variação e da elevação de fluxo coronário,
conhecida como reserva coronária, que pode chegar até quatro a cinco vezes, quando comparada
com o fluxo basal.
Por sua vez, o VO2máx. é definido como a quantidade máxima de O2 que o organismo pode
absorver da atmosfera para os alvéolos para transportar, liberar e utilizar nos tecidos. Isso representa,
do ponto de vista fisiológico, o nível máximo de atividade física que o indivíduo pode realizar, de
acordo com sua reserva máxima do sistema cardiovascular. Ele é atingido quando, ao se aumentar
a inclinação da esteira em 2,5%, o consumo de O2 permanece estável, ou quando sua elevação for
menor do que 150 ml de O2/min.
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Se o indivíduo testado não atinge o consumo máximo, esse valor passa a ser considerado como
o VO2 pico, definido como o consumo mais alto de oxigênio obtido durante o exame. Nesse caso,
o término do exercício é devido a sintomas que não foram mais tolerados pelo indivíduo, tais como
cansaço e/ou dor muscular e dispneia.
Nas cargas baixas, até atingir o esforço máximo, o consumo de oxigênio aumenta linearmente
com o exercício físico aeróbio. Numerosos estudos mostram que essa variável é influenciada por
diversos fatores, tais como hábitos sedentários, idade,obesidade, condicionamento físico, genética
e sexo. Também enfermidades como doenças cardiovasculares, anemia, enfermidades vasculares
periféricas e doenças pulmonares influenciam.
Essa variável ainda é importante na avaliação de risco de pacientes que vão ser submetidos
a cirurgia pulmonar, tais como câncer de pulmão, e na avaliação de risco de mortalidade dos que
necessitam de cirurgias abdominais de grande porte, sobretudo nos de idade avançada.
TABELA 1 - Classificação
Classificação/
Masculino Feminino
idade (anos)
20-29 30-39 40-49 50-59 +60 20-29 30-39 40-49 50-59 +60
Bem acima 51.4 50.4 48.2 45.3 42.5 44.2 41.0 39.5 35.2 35.2
da média
Acima da 46.8 44.6 41.8 38.5 38.3 38.1 36.7 33.8 30.9 29.4
média
Na média 42.5 41.0 38.1 35.2 31.8 35.2 33.8 30.9 28.2 25.8
Abaixo da 39.5 37.4 35.1 32.3 28.7 32.3 30.5 28.3 25.5 23.8
média
Bem abaixo 34.5 32.5 30.9 28.0 23.1 28.4 26.5 25.1 22.3 20.8
da média
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Com relação aos protocolos de teste de esforço, eles podem ser realizados de duas maneiras:
rampa ou escalonado.
O protocolo em rampa é caracterizado pelo aumento da carga a cada minuto. Por isso, as
variáveis elevam-se em forma de rampa em um gráfico, e não existe estado estável das variáveis.
O protocolo escalonado é realizado com aumento de carga a cada dois ou três minutos, por isso,
formam-se escalonamentos das variáveis, principalmente o consumo de oxigênio e a frequência
cardíaca.
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1 1,7 0
1 2.4 0
1 3,0 0
1 3,0 2
1 3,0 4
1 3,0 6
1 3,0 8
1 3,0 10
1 3,0 12
1 3,0 14
1 3,0 16
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1 2,0 0
1 3.0 0
1 4,0 0
1 4,0 2
1 4,0 4
1 4,0 6
1 4,0 8
1 4,0 10
1 4,0 12
1 4,0 14
1 4,0 16
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1 2,0 0
1 3,0 0
1 4.0 0
1 5,0 0
1 5,0 2
1 5,0 4
1 5,0 6
1 5,0 8
1 5,0 10
1 5,0 12
1 5,0 14
1 5,0 16
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O protocolo Balke 6 mph é mais indicado para pessoas condicionadas que já estão adaptadas
a uma velocidade de corrida maior que as do anterior.
1 2,0 0
1 3,0 0
1 4.0 0
1 5,0 0
1 6,0 0
1 6,0 2
1 6,0 4
1 6,0 6
1 6,0 8
1 6,0 10
1 6,0 12
1 6,0 14
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TABELA 6 – Protocolo D
1 1,7 0
1 3,5 0
1 4,0 2
1 4,0 4,5
1 4,8 0
1 5,0 3
1 5,5 4
1 5,5 8
1 5,5 12
1 5,8 14
1 6,0 16
1 6,2 18
1 6,2 21,5
1 6,6 22
1 6,8 24
1 7,2 24,5
1 7,6 25
Recuperação
1 3,5 12
1 2,0 0
1 0 0
1 0 0
1 0 0
1 0 0
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Os protocolos Velocidade 1 e Velocidade 2 são mais indicado para pessoas com um consumo
máximo de oxigênio acima da média para sua idade e sexo, ou seja, atletas.
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1 4,4 0
1 4,6 2
1 4,8 0
1 5,6 1
1 6,6 2
1 7,4 3
1 8,2 4
1 9,0 5
1 9,6 6
1 10,0 7
1 10,2 8
1 10,5 9
1 10,6 11
1 10,6 13
1 10,6 15
1 10,6 17
Recuperação
1 4,0 6
1 3,0 0
1 0 0
1 0 0
1 0 0
1 0 0
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O protocolo Velocidade 3 é mais indicado para pessoas com um consumo máximo de oxigênio
muito acima da média para sua idade e sexo, ou seja, realmente atletas de elite.
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1 10 20 30 40 60 80
1 15 30 45 60 90 120
1 20 40 60 80 120 160
Recuperação
1 15 30 45 60 90 120
1 0 0 0 0 0 0
1 0 0 0 0 0 0
1 0 0 0 0 0 0
1 0 0 0 0 0 0
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1 15 30
1 15 30
1 30 60
1 30 60
1 30 60
1 45 90
1 45 90
1 45 90
1 60 120
1 60 120
1 60 120
1 75 150
1 75 150
1 75 150
1 90 180
1 90 180
Recuperação
1 45 90
1 15 30
1 0 0
1 0 0
1 0 0
1 0 0
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Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=DXyNZ4zTPsg.
Isso enriquece sobremaneira e fornece uma compreensão mais ampla das respostas clínicas,
eletrofisiológicas e hemodinâmicas indiretas proporcionadas pelo exercício físico progressivo e
dinâmico, comparadas à ergometria convencional.
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Seu valor prognóstico torna-se maior ao se ajustar seu valor à massa corporal magra. Especialmente
nas mulheres e nos pacientes obesos, múltiplas variáveis podem predizer os eventos, a sobrevida
e o número de internações nos pacientes com insuficiência cardíaca.
Essa metodologia também permite avaliar a dispneia causada por problemas circulatórios ou
ventilatórios e a capacidade física de indivíduos normais e de pacientes e estabelece de forma
segura a orientação para a prescrição de exercício físico.
Nos pacientes com enfermidade pulmonar, como nas doenças pulmonares obstrutivas crônicas
(DPOC), a intensidade de trabalho respiratório, a resposta à troca gasosa no nível pulmonar e o nível
de fadiga muscular no limiar anaeróbio são mais intensos do que no indivíduo normal.
Ele pode ser também definido como o maior consumo de oxigênio que pode ser mantido durante
o exercício prolongado sem o acúmulo de ácido lático, delimitando, portanto, a transição entre um
exercício moderado e um exercício intenso. Nessa fase, os sintomas de dispneia e fadiga muscular
são perfeitamente tolerados.
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ACONTECEU
O artigo realizado pela Unesp apresenta pesquisa realizada com 11 indivíduos do sexo masculino,
com idade entre 55 e 65 anos, acometidos por lesão cerebrovascular e com hemiparesia, com quem
foi realizado teste ergométrico com o objetivo de investigar a magnitude dos efeitos crônicos do
AVE sobre a capacidade aeróbia. Veja o estudo e o resultado no link: https://repositorio.unesp.br/
handle/11449/99080.
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Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/54/07/540759a3340e6-sistema-respiratorio.jpg
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A partir do limiar aeróbio, à medida que o oxigênio é consumido pelos tecidos, o dióxido de carbono
produzido pelos músculos em atividade sofre influência da acidose metabólica, devido ao aumento
importante na formação do lactato sanguíneo. Como consequência, reage com a água, formando
o ácido carbônico, que se dissocia em íons H+. Estes, no entanto, conseguem ser tamponado pelo
íon bicarbonato, afim de manter o pH fisiológico, conforme resumido a seguir:
H2O = água
Como resultado, o pulmão aumenta a ventilação, que é ainda proporcional à produção de dióxido
de carbono, mas desproporcional ao consumo de oxigênio. Assim, libera para a atmosfera uma
maior quantidade do primeiro, impedindo o aumento do ácido carbônico e dos íons hidrogênio no
líquido extracelular e a consequente acidose respiratória.
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FIGURA 12 – Ergoespirometria
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SAIBA MAIS
O estudo a seguir mostra alguns dos tampões importantes no organismo vivo e sua capacidade.
O tampão bicarbonato/ácido carbônico (pKa = 6,1) mantém o pH do sangue numa faixa segura
compreendida entre 7,35 e 7,45, resistindo às variações para cima ou para baixo desses valores.
De forma geral, quando um indivíduo tem o pH sanguíneo abaixado para níveis inferiores a 7,35,
diz-se que ele está com acidose.Quando é aumentado a níveis superiores a 7,45,diz-se que está com
alcalose.
Fonte: http://www2.dracena.unesp.br/graduacao/arquivos/bioquimica_animal/tampoes_biologicos.
pdf, acesso em: 16 out.2017.
O limiar aeróbio é determinado na ocorrência de pelo menos duas das seguintes variáveis:
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Pressão expirada final de oxigênio (PetO2) e pressão expirada final de dióxido de carbono (PetCO2)
A PetO2 é analisada pelo espirômetro durante a expiração final do indivíduo, ou seja, analisando-
se o ar que estava nos alvéolos.Ela expressa, de forma confiável, a pressão do O2 alveolar, desde que
não haja alteração expressiva da distribuição da ventilação e da difusão dos gases.O comportamento
dessa variável mostra um declínio no início do exercício ecomeça a se elevar quando o paciente
atinge o limiar aeróbio.
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QUADRO 3 - Ergoespirometria
O treinamento físico aeróbio deve ser realizado entre os limiares ventilatórios, ou seja, devemos
saber qual foi a frequência cardíaca do limiar aeróbio e do ponto de descompensação respiratória
para elaborarmos as planilhas de treinamento. O treino entre os limiares ventilatórios é caracterizado
predominantemente pelo metabolismo oxidativo. O treinamento físico anaeróbio é realizado com
intensidades elevadas, ou seja, com a frequência cardíaca acima do ponto de descompensação
respiratória. Ele é caracterizado predominantemente pelo metabolismo glicolítico.
FIGURA 14 - Em atletas, o treino deve ser realizado próximo ao segundo limiar ventilatório
No caso de cardiopatas que atingiram apenas o primeiro limiar ventilatório, o treino deve ser
realizado do limiar aeróbio até +10% desse valor.
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No caso de treinamento preventivo, o treino deve ser realizado entre os limiares ventilatórios.
O treino de potência anaeróbia para essas pessoas deve ser realizado acima do segundo limiar
ventilatório.
No caso de atletas, o treino deve ser realizado próximo ao segundo limiar ventilatório para
melhora do sistema aeróbio oxidativo e acima disso para melhora do sistema anaeróbio.
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Os atletas apresentam momentos distintos do início desse fenômeno. Os esportes que possuem
características predominantemente de resistência (aeróbios/oxidativos), por exemplo, corridas de
longa distância, apresentarão o acúmulo no final do exame. Esse momento pode ser chamado ponto
de descompensação respiratória, ou seja, o início da descompensação respiratória e metabólica,
e é conhecido como segundo limiar ventilatório, ou LV2.
Com isso, acredito que o mais coerente seria denominar o primeiro limiar ventilatório de limiar
aeróbio e o segundo limiar ventilatório de ponto de descompensação respiratória, ou LV1 e LV2.
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A genética possui uma influência de em torno de 75% no desempenho esportivo do atleta, sendo
que 25 % em média dependem de treinamento físico, alimentação, sono, entre outras variáveis. A
genética e a ergoespirometria podem ser importantes ferramentas na detecção de futuros talentos
esportivos.
Por exemplo, na prova de 100 metros no atletismo, o atleta que possui um ótimo desempenho é
aquele que possui o predomínio de fibras brancas (glicolíticas). Já na prova da maratona, é importante
o predomínio de fibras vermelhas (oxidativas). A ergoespirometria, por meio da determinação dos
limiares ventilatórios, pode direcionar o preparador físico a selecionar o atleta que possui o perfil
muscular mais adequado para cada modalidade no atletismo e também em outros esportes. Um
exemplo são aqueles que envolvam também características de potência e resistência, como tênis,
vôlei, futsal e basquete, entre outros.
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Significa que o indivíduo não consegue mais andar ou correr na esteira. Se o teste foi realizado
no cicloergômetro, é o momento em que não é possível manter a velocidade de 30 km/h.
CURIOSIDADE
Desde o início da existência humana, o exercício físico faz parte do cotidiano. A aplicação do esforço
físico como método diagnóstico começou no início do século passado e, apesar do desenvolvimento
de novas técnicas diagnósticas, ainda ocupa espaço destacado na medicina moderna.
O teste ergométrico é um procedimento não invasivo que pode conferir informações diagnósticas
e prognósticas, além de avaliar a capacidade individual para exercícios dinâmicos. Os aparatos
disponíveis para a realização de diferentes testes que envolvem o esforço físico apresentam
características distintas, podendo variar de sistemas mais simples a equipamentos com elevado grau
de sofisticação tecnológica.
Fundamentalmente, algumas premissas devem ser respeitadas para realização do exame. São elas:
ambiente adequado, equipamento básico, pessoal treinado e preparo e orientação do paciente, de
acordo com o objetivo do exame. Não podemos nos esquecer de que é fundamental, ainda, que
exista pessoal para atuar em situações de emergência. Saiba mais sobre as técnicas e equipamentos
para realização de exames em ergometria e ergoespirometria neste link: http://www.scielo.br/scielo.
php?pid=S0066-782X2003000400011&script=sci_arttext.
Significa o momento em que houve aumento da intensidade da esteira ou da bicicleta sem que
a frequência cardíaca apresentasse elevação significativa, ou seja, se atingiu o platô de frequência
cardíaca. Nesse caso, o indivíduo atingiu sua FC máxima. Caso contrário, o correto é definirmos
como frequência cardíaca de pico.
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Significa o momento em que houve aumento da intensidade da esteira ou bicicleta sem que
o consumo máximo de oxigênio apresentasse elevação significativa, ou seja, se atingiu o platô
de consumo de oxigênio. Nesse caso, o indivíduo atingiu seu consumo máximo de oxigênio, caso
contrário, o correto é definirmos como consumo pico de oxigênio.
Significa o momento em que o indivíduo atingiu um valor acima de 1,15 no quociente respiratório
(relação VCO2/VO2).
Após a realização do teste cardiopulmonar máximo nos quatro aspectos, podemos, por meio
dos limiares ventilatórios, obter algumas conclusões com relação ao predomínio do metabolismo
no indivíduo e o direcionamento ao esporte no qual ele poderia obter mais sucesso.
Se o aluno em questão atingiu seu segundo limiar ventilatório muito próximo do final do
exame, significa que ele possui uma alta capacidade de tamponamento (mais mitocôndrias) e,
consequentemente, uma maior capacidade oxidativa. Certamente, ele seria uma pessoa mais
indicada para provas de fundo, ou seja, corridas de longa distância.
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Se, ao contrário, tivesse atingido seu segundo limiar ventilatório muito precocemente, significaria
o oposto, ou seja, uma baixa capacidade de tamponamento e uma alta capacidade para suportar
acidose por mais tempo (sistema glicolítico predominantemente). Certamente, ele seria uma pessoa
mais indicada para provas curtas (potência/explosão): 100m, 200m, 400 m.
Concluindo, o teste cardiopulmonar, evidentemente com a análise de outras variáveis que estão
incluídas no exame, permite ao fisiologista direcionar seu atleta ao esporte em que ele poderá ter
um maior rendimento.
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6.4 Conclusão
Apesar de a ergoespirometria avaliar de forma precisa e reprodutível variáveis importantes, ainda
é pequeno o número de laboratórios que a utilizam. São vários os motivos para isso, entre eles:
tempo necessário para a realização de um exame correto; necessidade de pessoal especializado;
potencial desconforto para o paciente; e principalmente custo do equipamento.
Ela auxilia ainda no prognóstico e nas indicações do melhor tempo de cirurgia de transplante
de coração e/ou pulmão.Além disso, fornece uma indicação segura e eficaz para a prescrição de
reabilitação cardíaca em pacientes que se submeteram a cirurgia ou não, tais como portadores de
problemas congênitos, infartados, revascularizados, transplantados e com insuficiência cardíaca
de diversas etiologias, além de pessoas saudáveis e atletas.
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QR=CO2 produzido
O2 consumido
Uma variável muito importante do teste cardiopulmonar é o quociente respiratório. É uma relação
entre a produção de CO2 e o consumo de oxigênio.
Quando o valor é por volta de 0,7, isso significa metabolismo predominante dos lipídios. Conforme
a intensidade do exercício aumenta, o valor do QR também se eleva. Quando ultrapassa 1,0, o
metabolismo predominante é a glicogenólise.
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Quociente respiratório
dos lipídios (gordura)
C16H32O2+23O2 16CO2+16H2O
QR= 16CO2
23O2
C6H12O6+6O2 6CO2+6H2O
QR= 6CO2
6O2
QR=1,00
Fonte: Elaborado pelo autor.
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Pode-se observar pela tabela do quociente respiratório que, conforme a intensidade do exercício
aumenta, o valor do QR também aumenta. Nos valores inferiores, existe o predomínio dos lipídios.
Naqueles próximos a 1,0, o predomínio é dos carboidratos. A tabela não mostra os valores acima
de 1,0, pois a glicogenólise está atuando predominantemente.
Observe que, durante o exame, a intensidade se eleva conforme a duração aumenta. Além disso,
a participação da lipólise diminui, e a da glicogenólise aumenta.
Quociente respiratório
1.4
1.2
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2
0.0
Basal 1min 2min 3min 4min 5min 6min 7min 8min 9min 10min
Tempo
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O organismo de uma pessoa, quando adaptado ao treinamento físico de resistência, utiliza melhor
a reserva energética de lipídios em seu corpo. Um aumento na captação de oxigênio do sangue e
uma maior eficiência no metabolismo lipídico contribuem para a melhora do rendimento esportivo.
Essas adaptações também ocorrem nas pessoas que praticam atividade física com regularidade,
sem o intuito do rendimento esportivo.
Por exemplo, uma pessoa condicionada apresentará um quociente respiratório mais baixo em
repouso comparada a outra sedentária. Além disso, quando a pessoa condicionada realizar uma
caminha na esteira com 5 km/h, apresentará um quociente respiratório inferior a outra sedentária
na mesma velocidade. Esse é um dos principais benefícios do treinamento físico aeróbio: levar o
organismo ao predomínio do metabolismo lipídico em repouso e durante a atividade física leve a
moderada.
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TABELA 13 - Teste 1
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TABELA 14 - Teste 2
Variáveis 1:00 2:00 3:00 4:00 5:00 6:00 7:00 8:00 9:00 10:00
PETO2 100 99 96 96 97 97 100 103 104 105
VE /VO2 35 34 33 33 34 35 36 38 38 38
QR 0,72 0,82 0,85 0,89 1,01 1,03 1,08 1,14 1,18 1,20
VE 27 38 49 58 74 85 96 107 118 140
PETCO2 40 42 42 43 44 44 45 48 47 46
VE/VCO2 36 36 35 34 32 32 31 31 31 33
VO2 5,8 13,0 21,2 29,6 35,4 41,2 46,8 49,6 58,4 69,7
FC 92 108 121 132 141 147 157 168 174 193
Fonte: Elaborado pelo autor.
Pág. 51 de 99
TABELA 15 - Teste 3
PETO2 100 99 98 97 96 97
VE /VO2 35 34 33 33 33 34
VE 21 32 41 53 62 79
PETCO2 40 42 42 43 44 44
VE/VCO2 36 36 35 34 32 32
Pág. 52 de 99
TABELA 16 - Teste 4
Pág. 53 de 99
TABELA 17 - Teste 5
Pág. 54 de 99
TABELA 18 - Teste 6
Variáveis 1:00 2:00 3:00 4:00 5:00 6:00 7:00 8:00 9:00 10:00
PETO2 101 99 99 98 96 97 98 102 103 104
VE /VO2 34 35 33 34 33 34 36 38 39 39
QR 0,72 0,78 0,84 0,94 0,98 1,04 1,06 1,12 1,14 1,18
VE 6 10 12 16 20 28 32 36 48 64
PETCO2 40 42 42 43 44 44 45 48 48 46
VE/VCO2 36 35 35 34 32 32 31 31 31 33
VO2 4,6 6,8 9,8 12,4 16,4 18,3 20,2 22,8 25,1 26,2
FC 74 82 86 95 98 103 112 118 126 134
Fonte: Elaborado pelo autor.
Pág. 55 de 99
Fonte: wavebreakmedia/shutterstock.com
Pág. 56 de 99
A partir dos anos 1960, vários modelos começaram a aparecer para dar continuidade à fase I.
Foi estabelecido que o exercício deveria ser feito sob supervisão e monitorização médica, o que
depois veio a se transformar na fase II, que preferencialmente é realizada em ambiente hospitalar.
Essa fase pode ser iniciada 24 horas após a alta hospitalar e possui uma duração entre dois e três
meses.
Além disso, a equipe multiprofissional exerce uma grande influência positiva na adesão do paciente
ao tratamento farmacológico, mostrando a importância deste na sua melhora cardiorrespiratória
e metabólica e sua evolução na reabilitação cardiovascular. Apenas quando o paciente demonstra
capacidade de se automonitorizar, demonstrando independência, estará apto para passar para a
fase III.
Pág. 57 de 99
Alguns autores ainda citam essa última fase como a de manutenção, quando o paciente já está
apto a praticar os exercícios automonitorizando-se em ambiente externo, inclusive domiciliar. Uma
boa alternativa para cardiopatas que se encontram nessa fase é a da prescrição externa, ou seja,
uma programação de treinamento e orientações de treinamento físico realizada pelo professor de
educação física, com avaliações semestrais para atualização da prescrição de treino.
Pág. 58 de 99
Fonte: ldutko/shutterstock.com
Pág. 59 de 99
A recomendação de intensidade para cardiopatas é de 40% a 60% ou 50% a 70%; para pessoas
condicionadas, entre 60% e 80%; e para atletas, entre 65% e 85%. Contudo, se o indivíduo realizar
um teste ergoespirométrico, a prescrição deve ficar entre os limiares ventilatórios.
Torna-se importante ressaltar que o limite de pressão arterial para o início do treino se situa
abaixo de 180/104 mmHg.O teste ergométrico é obrigatório para pessoas acima de 35 anos de idade.
Sedentário = 50-70%
Treinado = 60-80%
Atleta = 65-85 %
Sedentário = 50-70%
Treinado = 60-80%
Pág. 60 de 99
Exemplo 1
Aluno sedentário possui FC de repouso = 86 bpme realizou teste de esforço máximo, atingindo
FC máxima = 187 bpm.Qual deve ser a sua FC inferior e superior para um treinamento aeróbio?
Sedentário = 50-70%
Treinado = 60-80%
Exemplo 2
Aluno condicionado possui FC de repouso = 62 bpm e realizou teste de esforço máximo, atingindo
FC máxima = 194 bpm. Qual deve ser a sua FC inferior e superior para um treinamento aeróbio?
Pág. 61 de 99
Sem Teste
Cálculo da FC max prevista = 220-40 = 180
Porcentagem desejada
50% = (180-80) x 0,5 + 80 = 130bpm
70% = (180-80) x 0,7 + 80 = 150bpm
Pág. 62 de 99
Observando a tabela 20, podemos concluir que utilizar a frequência cardíaca de predição na
fórmula da prescrição de treinamento físico aeróbio pode causar erros significativos no treinamento
físico (subestimando ou superestimando o treino).
Fonte: http://intercatcardiologia.com.br//wp-content/uploads/2012/09/
ANATOMIA-NORMAL-E-CIRCULA%C3%87%C3%83O.jpg.
Pág. 63 de 99
T
P PR interval QT interval
ST
Q
S
Fonte: https://image.slidesharecdn.com/sistemacardiocirculatrio-121110051501-
phpapp02/95/sistema-cardiocirculatrio-18-638.jpg?cb=1352524629.
A B
Legenda: Padrões de infradesnivelamento do segmento ST, caracterizando o diagnóstico
de isquemia miocárdica. A - Infradesnivelamento do segmento ST com padrão horizontal.
B - Infradesnivelamento do segmento ST com padrão descendente.
Fonte: http://www.relampa.org.br/imagens/12-02-04-fig05.jpg.
Pág. 64 de 99
Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/1753011/7/images/23/ART%C3%89RIA+NORMAL.jpg.
Fonte: https://www.brasil247.com/images/cms-image-000491049.jpg.
Pág. 65 de 99
Determine a frequência cardíaca de treino aeróbio dos exames a seguir, depois veja as respostas
e compare com seus resultados.
TABELA 21 - Teste 1
Exame 1:
FC máxima baseada no exame: 146 bpm (devido a pressão arterial muito elevada no último
minuto).
Pág. 66 de 99
TABELA 22 - Teste 2
Exame 2:
Pág. 67 de 99
TABELA 23 - Teste 3
Exame 3:
Pág. 68 de 99
TABELA 24 - Teste 4
Velocidade/
TEMPO(min) FC(bpm) PA(mmHg)
Inclinação
Repouso 0 89 120/90
Exame 4:
Pág. 69 de 99
TABELA 25 - Teste 5
Velocidade/
TEMPO(min) FC(bpm) PA(mmHg)
inclinação
Repouso 0 56 120/82
Exame 5:
Pág. 70 de 99
A FC máxima na esteira é em média 10% maior que a obtida na bicicleta ergométrica, por isso, no
momento da prescrição, devemos subtrair esse valor e utilizar o resultado na fórmula de prescrição
de treinamento físico aeróbio.
Fonte: Kzenon/shutterstock.com
Por exemplo, se um aluno atingiu 170 bpm como FC máxima na esteira, provavelmente atingiria
no cicloergômetro uma máxima próxima de 153 bpm. Esse valor deverá ser utilizado como FC
máxima na fórmula da FC de reserva, ou Karvonen.
Pág. 71 de 99
No caso de ser um aluno cardiopata, devemos utilizar a faixa entre 40% e 60% da FC de reserva;
sendo um aluno sedentário, 50% a 70%; no caso de alunos condicionados, entre 60% e 80%.
50 50 66
55 55 70
60 60 74
65 65 77
70 70 81
75 75 85
80 80 88
85 85 92
90 90 96
Pág. 72 de 99
Ainda com relação à frequência cardíaca, quando a resposta ao teste for isquêmica (teste
positivo), deve-se considerar como frequência cardíaca máxima o valor registrado no estágio de
positivação para evitar que o indivíduo treine acima do limite de isquemia.
As atividades que utilizem grandes grupos musculares e que podem ser mantidas por prolongado
período de tempo de forma rítmica, como caminhada, corrida e ciclismo, são recomendadas como
exercícios mais efetivos para a melhora cardiovascular. Esse tipo de atividade pode ser realizada
por indivíduos que idealizam a prevenção (saudáveis e portadores de fatores de risco), bem como
a reabilitação cardíaca (cardiopatias no geral).
Pág. 73 de 99
O exercício resistido dinâmico de baixa a moderada intensidade (até 60% da contração voluntária
máxima), realizado em séries de 10 a 15 repetições, com intervalos de descanso entre elas, é
recomendado como parte complementar de um programa de prevenção e reabilitação cardiovascular.
Nessas condições, esse tipo de exercício promove melhora na resistência muscular, facilitando a
realização das tarefas diárias e trazendo maior independência, principalmente em indivíduos com
idade mais elevada. O treinamento físico com o objetivo de resistência muscular localizada é o mais
indicado para as populações especiais por causa de seu baixo risco de causar acidentes vasculares.
Pág. 74 de 99
Na prevenção primária e secundária da fase III, após o indivíduo realizar o teste ergométrico ou
teste cardiopulmonar, é realizada a prescrição da intensidade do exercício aeróbio.
As aulas de condicionamento físico são realizadas de forma coletiva, mas com prescrições
individualizadas. Elas são divididas em turmas com frequência semanal de duas ou três sessões.
As sessões possuem a duração de 60 minutos e são divididas em quatro partes distintas:
Pág. 75 de 99
Durante o programa, os participantes são reavaliados nos primeiros três e seis meses e, por fim,
semestralmente. Essa reavaliação visa avaliar a progressão da doença e o efeito do condicionamento
físico, possibilitando a atualização da prescrição de exercício físico conforme o estado atual do aluno.
Pág. 76 de 99
Outros nomes: exercício com pesos, exercício localizado, exercício de resistência muscular localizada
ou musculação.
Conceito: tipo de exercício no qual a contração muscular é realizada por um determinado segmento
corporal contra uma força que se opõe ao movimento, ou seja, contra uma resistência.
Podem ser realizadas séries separadas por intervalos com duração variada.
Fonte: http://guiadamusculacao.com.br/wp-content/uploads/2012/08/circuito.jpg.
Pág. 77 de 99
Com relação ao treinamento físico no início do programa, ou seja, quando o aluno se encontra
ainda sedentário, é de fundamental importância realizar um período inicial de adaptação muscular,
a qual pode ser realizada com a execução de exercícios utilizando pesos e caneleiras.
Pág. 78 de 99
Período:
Pág. 79 de 99
Pág. 80 de 99
Prescreva o treinamento para os alunos de forma que treinem entre 50% e 70% de uma repetição
máxima, com 15 a 20 repetições em cada aparelho e intervalo de pausa entre 30 e 60 segundos,
dependendo do nível de recuperação de cada um. O objetivo principal desse treinamento físico é a
resistência muscular localizada, ou seja, cargas moderadas com um maior número de repetições.
Pág. 81 de 99
Esse tipo de treino é o mais recomendado para os hipertensos e cardiopatas. Dessa forma, o
aluno obterá uma queda significativa da pressão arterial pós-treino, principalmente os hipertensos.
Cronicamente, haverá tanto diminuição da pressão arterial nesses alunos quanto manutenção nas
pessoas normotensas. Essa queda na pressão arterial pós-treino pode ser devido a diminuição no
débito cardíaco ou diminuição na resistência vascular periférica, pois a fórmula da pressão arterial
é a seguinte:
PA = DC X RVP
PA = pressão arterial
DC = débito cardíaco
Pág. 82 de 99
No caso do treinamento físico com o objetivo de força ou hipertrofia muscular ocorre uma
grande elevação da pressão arterial sistólica e diastólica. É muito comum nesses tipos de treino
(caracterizados por cargas elevadas e poucas repetições), além de uma elevação do débito
cardíaco, os valores pressóricos ultrapassarem 180/104 mmHg, que são os limites de segurança
durante a realização do treinamento resistido e também do treino aeróbio. Esse tipo de treino deve
preferencialmente ser realizado por pessoas saudáveis.
O duplo produto, que é o produto da pressão arterial sistólica pela frequência cardíaca é uma
variável que pode ser utilizada para quantificar o trabalho do miocárdio. Ele é calculado pela seguinte
fórmula:
DP = PAS X FC
DP = duplo produto
FC = frequência cardíaca
É importante lembrar que, para uma pessoa ser considerada normotensa, os valores de pressão
arterial devem estar abaixo de 130/85 mmHg. Existem ainda pessoas que apresentam hipertensão
arterial sistólica, ou seja, apenas a PAS encontra-se elevada, por exemplo: 150/70 mmHg. Atualmente,
a pessoa é considera hipertensa quando sua pressão em repouso está igual ou acima de 140/90
mmHg.
Pág. 83 de 99
Após um período de seis meses aproximadamente, pode-se esperar que ocorra uma diminuição
da dosagem dos medicamentos, devido a uma queda na pressão arterial e na frequência cardíaca,
ou seja, diminuição no duplo produto. É esperada também uma elevação no consumo máximo de
oxigênio devido provavelmente a uma elevação no débito cardíaco máximo e uma maior diferença
arteriovenosa no esforço máximo.
Pág. 84 de 99
• Aumento da área da fibra muscular e da massa muscular total, propiciando ganho de força
muscular para as atividades diárias.
• Aumento da força, da resistência e da potência muscular.
• Aumento da taxa de síntese proteica miofibrilar, propiciando hipertrofia muscular.
• Aumento da capacidade de enzimas oxidativas, favorecendo o metabolismo aeróbio e dos
lipídios.
• Aumento do gasto total de energia, favorecendo o metabolismo dos lipídios e, consequentemente,
o emagrecimento.
• Diminuição do quociente respiratório em repouso e em cargas submáximas, ocorrendo o
predomínio dos lipídios.
• Diminuição da massa de tecido adiposo total.
• Diminuição da isquemia induzida pelo exercício aeróbio, ou seja, aumento do limiar de angina
(aumento da frequência cardíaca de positivação).
• Melhora na composição corporal, diminuindo a massa de gordura e aumentando a massa
magra.
• Melhora no metabolismo de glicose.
• Melhora nos níveis dos lipídios séricos (aumentando os níveis do HDL e diminuindo os de LDL),
diminuindo os fatores de risco para as doenças coronarianas.
• Diminuição na pressão arterial sistólica e diastólica em repouso e em cargas submáximas.
• Diminuição do duplo produto em repouso e em cargas submáximas.
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SEG/QUA/SEX
SUPINO 3 12 30
PULLEY FRENTE 3 12 30
ABDUÇÃO 3 12 50
ADUÇÃO 3 12 50
TRÍCEPS/PULLEY 3 12 30
MESA FLEXORA 3 12 17
CADEIRA EXTENSORA 3 12 20
TER/QUI
TER/QUI
PECK DECK 3 12 30
REMADA CURVADA 3 12 30
AGACHAMENTO 3 12 50
ELEVAÇÃO LATERAL 3 12 4
ROSCA DIRETA 3 12 20
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Pág. 87 de 99
É importante também ressaltar que os exercícios resistidos realizados em várias séries consecutivas
intercaladas por períodos de pausas são utilizados normalmente entre os praticantes de musculação.
Contudo, em pessoas com doenças cardiovasculares, como cardiopatas e hipertensos, a pausa
curta não permite uma recuperação completa da pressão arterial sistólica, fazendo com que seu
acréscimo nas séries subsequentes seja ainda maior.
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Resposta pressórica
no exercício
200
180
160
140
120
100
80
100 95 90 85 80 75 70 (%CVM)
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No gráfico da figura 38, podemos observar as curvas da pressão arterial sistólica e diastólica
durante uma sessão de exercícios resistidos. Geralmente, quando o aluno realiza um exercício no
aparelho de musculação e sua carga está próxima de 80% da sua contração voluntária máxima
(CVM), ele consegue realizar aproximadamente seis a oito repetições. Nessa intensidade elevada,
ocorre o maior pico pressórico no treinamento físico na musculação, pois a carga é intensa e o
aluno consegue realizar um número razoável de repetições. Devido a isso, não devemos realizar
esse tipo de treino com alunos hipertensos e cardiopatas (populações especiais).
Podemos observar pelo mesmo gráfico que, quando o aluno realiza o treino em uma intensidade
por volta de 70% de sua contração voluntária máxima, o aumento da pressão arterial sistólica e
diastólica é menor, gerando maior segurança no treino aos alunos hipertensos. Nesse caso, a
intensidade é menor, e o aluno consegue realizar um número maior de repetições (12 a 15). Esse
tipo de treinamento resistido poderia ser mais indicado para essas populações. Contudo, podemos
concluir que, se o aluno treinar em aproximadamente 60% de sua contração voluntária máxima
(essa intensidade não aparece no gráfico), o aumento pressórico será menor ainda, favorecendo a
indicação para os hipertensos e cardiopatas.
Pág. 90 de 99
80
Tensão
60
Pulso de pressão aórtica
Fase I
(mmHg)
40
Fase III
Fase II Fase IV
20
0
20 40 60
Número de
lla llb batimentos
Fonte: http://3.bp.blogspot.com/-kTbGILEd4Cc/UXHTubEt0HI/AAAAAAAAAS0/9sZiq5YsrR0/s320/F1.large.jpg.
CURIOSIDADE
A manobra de Valsalva, amplamente difundida, é realizada ao se exalar (emitir ou lançar fora de si)
forçadamente o ar contra os lábios fechados e o nariz tapado, forçando o ar em direção ao ouvido
médio se a tuba auditiva estiver aberta. Essa manobra aumenta a pressão intratorácica, diminui
o retorno venoso ao coração e aumenta a pressão arterial, além de evidenciar sopros e hérnias
abdominais.
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Percentual
do VO/máx Braços Pernas Braços Pernas
25 150 132 90 70
40 165 138 93 71
50 175 144 96 73
75 205 160 103 75
Pela tabela 29, podemos observar que os exercícios físicos realizados com os braços produzem
elevações pressóricas maiores que aqueles realizados com as pernas. Isso ocorre devido a os
braços possuírem uma massa muscular menor quando comparados com as pernas e, com isso, a
solicitação ao esforço torna-se maior, causando elevações maiores.
De acordo com o que vimos, podemos concluir que o treinamento resistido realizado com
intensidade média de 60% de 1RM é o mais recomendado e seguro para nossos alunos, pois
certamente se assemelha mais a suas atividades diárias próximas dessa intensidade.
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CONCLUSÕES
Pelo que vimos, podemos concluir que o treinamento resistido é uma ferramenta útil e segura para
nossos alunos cardiopatas e hipertensos, enfim, aqueles que fazem parte do grupo de populações
especiais.
Dessa forma, podemos trabalhar com esses alunos de uma forma segura e eficiente, observando
sua melhora na condição física gradativamente.
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GLOSSÁRIO
Dispneia: Também chamada de falta de ar, é um sintoma no qual a pessoa tem desconforto
para respirar, normalmente com a sensação de respiração incompleta (fonte: https://pt.wikipedia.
org/wiki/Dispneia).
Isquemia: Falta de fornecimento sanguíneo para um tecido orgânico devido a obstrução causada
por um trombo, seja ele formado por placas gordurosas ou por coágulos sanguíneos (fonte: https://
pt.wikipedia.org/wiki/Isquemia);
Prognóstico: Em Medicina, é conhecimento ou juízo antecipado, prévio, feito pelo médico, baseado
necessariamente no diagnóstico médico e nas possibilidades terapêuticas, segundo o estado da
arte, acerca da duração, da evolução e do eventual termo de uma doença ou quadro clínico sob seu
cuidado ou orientação. É predição médica de como doença x paciente irá evoluir e se há e quais
são as chances de cura (fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Progn%C3%B3stico).
Pág. 95 de 99
Pág. 96 de 99
BIBLIOGRAFIA
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