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Professor autor/conteudista:

NEWTON NUNES
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SUMÁRIO
1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

2.Ergoespirometria e limiares ventilatórios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5


2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

3. Histórico e aspectos metodológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

4. Ergoespirometria ou teste cardiopulmonar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11


4.1 Adaptações respiratórias observadas durante a ergoespirometria . . . . . . . . 13
4.2 Tipos de protocolos para a ergometria e a ergoespirometria . . . . . . . . . . . . . 16

5. Ergoespirometria ou teste de esforço cardiopulmonar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

Adaptações respiratórias observadas durante a ergoespirometria . . . . . . . . . . . . . . . 30


6.1 Definindo os limiares ventilatórios e suas denominações . . . . . . . . . . . . . . . . 37
6.2 Teste cardiopulmonar – conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
6.3 Teste máximo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
6.4 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

7. Efeitos do treinamento físico aeróbio baseado na ergoespirometria . . . . . . . . . . . 45


7.1 L audo e presc rição de treiname nto físico baseado no teste
ergoespirométrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

8. Fases de um programa de reabilitação cardiovascular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

9. Prescrição de exercício para prevenção da doença cardiovascular . . . . . . . . . . . . 59


9.1 Intensidade do exercício físico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
9.2 Como prescrever o treinamento físico aeróbio na bicicleta baseado em um
teste na esteira? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
9.3 Cuidados adicionais com a intensidade da prescrição . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

10. Características de um programa de reabilitação cardiovascular . . . . . . . . . . . . . . 75

11. Treinamento resistido para populações especiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77

Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94

GLOSSÁRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95

Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97


1. INTRODUÇÃO
A área de grupos especiais tem assumido um papel de relevante importância no cenário mundial.
Contudo, é necessária a devida formação e especialização da equipe multiprofissional envolvida.
Nesse sentido, abordaremos os seguintes aspectos: avaliação física (ergometria; ergoespirometria;
exames cardiológicos; eletrocardiograma de repouso e esforço) e prescrição de treinamento aeróbio
e resistido para as diversas populações.

Forneceremos desde as bases fisiológicas dos sistemas orgânicos e suas adaptações agudas
e crônicas ao exercício até sua aplicabilidade na avaliação física, treinamento físico e exercícios
realizados para grupos especiais, preventivos, e atletas, seguindo as normas da American Heart
Association e do American College of Sports Medicine.

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2.ERGOESPIROMETRIA E LIMIARES VENTILATÓRIOS

2.1 Introdução
O desenvolvimento de condições laboratoriais objetivando o estudo e a avaliação do desempenho
físico de indivíduos normais e patológicos tem constituído um dos principais avanços científicos
na área da ergoespirometria aplicada à saúde.

A função básica dos sistemas cardiovascular e pulmonar é manter o processo de respiração


celular, e sabe-se que uma das maneiras de se aferir essa função é pela determinação do consumo de
oxigênio e da produção de dióxido de carbono. Assim, a utilização da ergoespirometria, diretamente
relacionada à coleta e à análise dessas variáveis, proporciona informações importantes em relação
à adaptação do organismo a diferentes intensidades de esforços.

Além do mais, por meio da avaliação da reserva funcional do sistema cardiovascular e respiratório,
fornece uma compreensão mais ampla das respostas clínicas, eletrofisiológicas e hemodinâmicas
proporcionadas pelo exercício físico progressivo e dinâmico, quando comparadas à ergometria
convencional. A ergoespirometria torna-se assim uma arma propedêutica não invasiva de grande
importância na análise de indivíduos normais ou de pacientes com comprometimento cardiovascular
e/ou pulmonar.

FIGURA 1 – Resumo sobre os pulmões

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Dessa forma, ela pode e deve ser utilizada não somente em pacientes com baixa capacidade
cardiorrespiratória, mas em atletas de diferentes modalidades esportivas. Além do caráter prognóstico
e mesmo diagnóstico de patologias relacionadas ou não ao sistema cardiorrespiratório, também
oferece uma prescrição precisa e segura de treinamento físico para sedentários e atletas, melhorando
as condições clínicas inclusive de indivíduos cardíacos.

A determinação da intensidade de treinamento físico para manter ou melhorar a saúde e/ou


o condicionamento físico em indivíduos com ou sem cardiopatias pode ser estabelecida com
precisão com base nos parâmetros avaliados no teste ergoespirométrico. Com isso, pode-se notar
a relevância da utilização da ergoespirometria na avaliação dos indivíduos em questão.

FIGURA 2 – Teste ergoespirométrico

Fonte: http://www.cardiologiaesaude.com.br/imagem.php?img=images/
publicacoes/ergoespirometrico.jpg&x=358&y=263&q=80.

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3. HISTÓRICO E ASPECTOS METODOLÓGICOS


Desde 1929, tem-se tentado avaliar a capacidade funcional do indivíduo. No entanto, apesar
de o consumo máximo de oxigênio ser um índice objetivo do grau do esforço realizado, ele só foi
considerado nos protocolos de esforço a partir de 1955, quando as técnicas de medidas de gases
se tornaram disponíveis. Em 1964, Wasserman e McIIlroy foram os primeiros a introduzir o termo
limiar aeróbio durante exercícios em diversas cardiopatias.

Atualmente, os equipamentos modernos dispõem de sistemas computadorizados extremamente


precisos e em tempo real, importantes variáveis tanto metabólicas quanto respiratórias. Eles são
constituídos de um pneumotacógrafo acoplado a um transdutor de pressão diferencial,que tem
como finalidade medir o fluxo respiratório, fornecendo desse modo os valores do volume respiratório
em litros por minuto. O sinal gerado é amplificado e transmitido a um computador, que possui um
analisador de gases que detecta e dimensiona as frações expiradas de oxigênio e de dióxido de
carbono em cada ciclo respiratório.

FIGURA 3 - Ergoespirometria

Fonte: http://www.papodeesteira.com.br/wp-content/uploads/2012/11/ergoespirometria1.jpg.

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Na ergoespirometria, é utilizado o protocolo de rampa tanto em esteira quanto em bicicleta. Ele


baseia-se na aplicação constante e progressiva da carga de trabalho prevista, provocando dessa
forma um ajuste ininterrupto entre a oferta e a demanda de oxigênio na musculatura esquelética.
O aumento contínuo da carga possibilita um aumento linear da cinética de oxigênio, aumentando
a precisão da análise do teste e principalmente a determinação dos limiares ventilatórios.

Além disso, a duração, com um tempo não menor que 8 minutos e não maior que 17 minutos
(com média de 12 minutos), possibilita a obtenção do verdadeiro consumo de oxigênio de pico, tanto
em cicloergômetro quanto em esteira. Ele é definido pela estabilização do consumo de oxigênio
ou pelo seu aumento igual ou inferior a 1 ml. kg-1. min-1, a despeito de um aumento na intensidade
do exercício.

Testes com duração inferior a oito minutos resultam numa redução média de cerca de 10%
do consumo máximo de oxigênio, independentemente do ergômetro utilizado, e aqueles com
duração maior do que 17 minutos, por dependerem mais da resistência muscular, apresentam uma
diminuição nesse fator. Além do mais, o teste de rampa configura-se como o melhor protocolo para
determinação dos limiares ventilatórios em unidades de carga de trabalho, e a determinação do
VO2 máximo é mais fácil de ser feita.

QUADRO 1 – Teste de esforço

PORQUE FAZER O TESTE DE ESFORÇO?

Diagnóstico de cardiopatia e como triagem para uma possível coronariopatia silenciosa em


homens e mulheres aparentemente sadios

Reproduzir e avaliar os sintimas torácicos relacionados ao exercício

Triagem de candidatos apra programas de reabilitação ao exercício

Indentificar respostas anormais de PA

Avaliar a eficácia das intervenções com medicamentos

Definir a capacitade aeróbia, avaliar seu nível em relação aos padrões anormais e prescrição
de exercícios.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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FIGURA 4 - Laboratório de ergometria ou ergoespirometria

Fonte: Elaborado pelo autor.

O examinando é preparado de maneira semelhante à do teste de esforço. Além disso, recebe


um capacete que permite o acoplamento de uma válvula de duas vias (Hans Rudolph) ou de um
sensor de ventilação. A seguir, um clipe nasal é colocado, assegurando dessa forma que a troca
gasosa seja feita através da boca, afim de permitir a análise dos gases expirados. Isso nada mais
é que o resultado da diferença entre o ar inspirado com concentração constante na atmosfera e a
quantidade expirada pelo examinando.

FIGURA 5 - Ergoespirometria

Fonte: Elaborado pelo autor.

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FIGURA 6 – Pressão arterial

Fonte: shutterstock.com / kurhan / ID 162433061

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4. ERGOESPIROMETRIA OU TESTE CARDIOPULMONAR


A pressão arterial é aferida pelo método auscultatório, utilizando-se um esfigmomanômetro de
coluna de mercúrio, e a frequência cardíaca é monitorizada por um sinal eletrocardiográfico durante
todo o teste ergoespirométrico.

As variáveis ergoespirométricas analisadas são:

• Consumo pico de oxigênio (VO2 pico), em ml/kg-1.min-1e em l/min, e consumo máximo de


oxigênio (VO2 máx), em ml/kg-1.min-1 e em l/min, que se correlacionam com o débito cardíaco
e o fluxo arterial coronário, tendo também importante valor prognóstico em pacientes com
insuficiência cardíaca.
• Dióxido de carbono (VCO2),em ml.min-1, que isoladamente é pouco utilizado na ergoespirometria,
tornando-se no entanto importante quando sua análise é associada a outras variáveis.
• Ventilação pulmonar (VE),em l.min-1, importante na determinação dos limiares ventilatórios.
• Frequência respiratória (FR) em RPM, que, quando alta em repouso, nos indivíduos normais,
pode estar sofrendo influência do estado emocional do examinando.
• Equivalente ventilatório de oxigênio (VE/VO2) e equivalente ventilatório de dióxido de carbono
(VE/VCO2), particularmente úteis na determinação do limiar aeróbio (LA) e do ponto de
descompensação respiratória (PDR).
• Razão de troca respiratória entre a produção de dióxido de carbono e o consumo de oxigênio
(VCO2/VO2),que é um indicador da fonte de substrato energético utilizada, sendo também
importante na determinação do limiar aeróbio.
• Pressão parcial de oxigênio ao final da expiração (PetO2), em mmHg, que em indivíduos normais
expressa, de forma confiável, a pressão O2 alveolar.
• Pressão parcial de dióxido de carbono ao final da expiração (PetCO2), em mmHg, que verifica
a tendência do comportamento da pressão parcial de dióxido de carbono no sangue arterial.

Finalmente, a frequência cardíaca (FC) em batimentos por minuto (bpm) é também analisada,
por intermédio do acoplamento da ergoespirometria com o eletrocardiograma. Nos indivíduos
normais, ela aumenta linearmente com o VO2. No entanto, em alguns pacientes com cardiopatia, o
incremento da FC em relação ao VO2 é bem maior, refletindo umaimportante restrição no transporte
de O2nos músculos exercitados.

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FIGURA 7 – Identificação dos limiares

Fonte: http://www.scielo.br/img/revistas/rbme/v12n1/v12n1a08f02.gif.

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4.1 Adaptações respiratórias observadas durante a ergoespirometria


Consumo máximo de oxigênio (VO2máx.) - é considerado um importante indicador do nível de
capacidade física e/ou da capacidade aeróbia do indivíduo. Entretanto, ele depende do aumento
do débito cardíaco (DC) e da diferença arteriovenosa de oxigênio (Dif. AV).

VO2máx. = DC x Dif. AV

Sabe-se que, que dependendo da idade e do treinamento físico, o VO2 máx. pode aumentar
entre 200% e 600% quando comparado ao metabolismo basal. Por conseguinte, durante o exercício
físico agudo, nos indivíduos com reserva cardíaca baixa, não existem condições para um aumento
adequado do débito cardíaco, a fim de permitir o ajuste do organismo às novas necessidades
metabólicas do organismo. Como consequência, ocorrem dispneia e fadiga muscular intensa,
decorrentes da isquemia tecidual e da isquemia muscular.

FIGURA 8 – Isquemia

Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Blood_clot_diagram_pt.png.

O consumo de oxigênio correlaciona-se com o fluxo arterial coronário. Como o coração é um


órgão essencialmente aeróbio, extrai mesmo em repouso, pela rede coronária, uma quantidade alta
de O2 do sangue arterial, resultando assim uma grande diferença arteriovenosa (aproximadamente
75%), que por sua vez é muito próxima dos limites máximos de liberação de O2 pela hemoglobina. A
diferença arteriovenosa de oxigênio representa a diferença entre o conteúdo de oxigênio do sangue

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arterial e do sangue venoso misto, que expressa a quantidade de oxigênio extraído ou consumido
pelos tecidos.

Dessa forma, o coração, diante do aumento das demandas metabólicas imposto pelo exercício
físico, tem que manter a oxigenação a expensas da variação e da elevação de fluxo coronário,
conhecida como reserva coronária, que pode chegar até quatro a cinco vezes, quando comparada
com o fluxo basal.

FIGURA 9 – Teste ergométrico ou ergoespirométrico

Fonte: Elaborado pelo autor.

Por sua vez, o VO2máx. é definido como a quantidade máxima de O2 que o organismo pode
absorver da atmosfera para os alvéolos para transportar, liberar e utilizar nos tecidos. Isso representa,
do ponto de vista fisiológico, o nível máximo de atividade física que o indivíduo pode realizar, de
acordo com sua reserva máxima do sistema cardiovascular. Ele é atingido quando, ao se aumentar
a inclinação da esteira em 2,5%, o consumo de O2 permanece estável, ou quando sua elevação for
menor do que 150 ml de O2/min.

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O O2 é utilizado para a produção energética dos corpos trifosforados do ciclo de Krebs no


nível mitocondrial. Ao se atingir o VO2máximo, a capacidade de transportar e utilizar o O2 desde a
atmosfera até os níveis teciduais por meio da oxidação celular torna-se insuficiente para suprir o
aumento da demanda energética imposta pelo exercício físico.

Se o indivíduo testado não atinge o consumo máximo, esse valor passa a ser considerado como
o VO2 pico, definido como o consumo mais alto de oxigênio obtido durante o exame. Nesse caso,
o término do exercício é devido a sintomas que não foram mais tolerados pelo indivíduo, tais como
cansaço e/ou dor muscular e dispneia.

Nas cargas baixas, até atingir o esforço máximo, o consumo de oxigênio aumenta linearmente
com o exercício físico aeróbio. Numerosos estudos mostram que essa variável é influenciada por
diversos fatores, tais como hábitos sedentários, idade,obesidade, condicionamento físico, genética
e sexo. Também enfermidades como doenças cardiovasculares, anemia, enfermidades vasculares
periféricas e doenças pulmonares influenciam.

Essa variável ainda é importante na avaliação de risco de pacientes que vão ser submetidos
a cirurgia pulmonar, tais como câncer de pulmão, e na avaliação de risco de mortalidade dos que
necessitam de cirurgias abdominais de grande porte, sobretudo nos de idade avançada.

TABELA 1 - Classificação

Classificação/
Masculino Feminino
idade (anos)

20-29 30-39 40-49 50-59 +60 20-29 30-39 40-49 50-59 +60

Bem acima 51.4 50.4 48.2 45.3 42.5 44.2 41.0 39.5 35.2 35.2
da média

Acima da 46.8 44.6 41.8 38.5 38.3 38.1 36.7 33.8 30.9 29.4
média

Na média 42.5 41.0 38.1 35.2 31.8 35.2 33.8 30.9 28.2 25.8

Abaixo da 39.5 37.4 35.1 32.3 28.7 32.3 30.5 28.3 25.5 23.8
média

Bem abaixo 34.5 32.5 30.9 28.0 23.1 28.4 26.5 25.1 22.3 20.8
da média

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4.2 Tipos de protocolos para a ergometria e a ergoespirometria


A escolha do protocolo ideal adequado para cada paciente é de fundamental importância para
o sucesso da avaliação cardiopulmonar. A duração ideal de um teste cardiopulmonar deve ficar
entre 8 e 17 minutos. A seguir, são apresentados alguns protocolos de esforço, sendo os primeiros
indicados para cardiopatas e em seguida para sedentários, condicionados e atletas.

Com relação aos protocolos de teste de esforço, eles podem ser realizados de duas maneiras:
rampa ou escalonado.

O protocolo em rampa é caracterizado pelo aumento da carga a cada minuto. Por isso, as
variáveis elevam-se em forma de rampa em um gráfico, e não existe estado estável das variáveis.

O protocolo escalonado é realizado com aumento de carga a cada dois ou três minutos, por isso,
formam-se escalonamentos das variáveis, principalmente o consumo de oxigênio e a frequência
cardíaca.

No caso da avaliação cardiopulmonar, o mais adequado é a realização de protocolos na forma


de rampa, em que a carga máxima atingida pelo indivíduo é sempre maior comparada ao teste
escalonado.O protocolo Balke 3 mph é mais indicado para pessoas cardiopatas e sedentárias.

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TABELA 2 – Protocolo de Balke modificado 3 mph

TEMPO VELOCIDADE INCLINAÇÃO

(min) (mph) (%)

1 1,7 0

1 2.4 0

1 3,0 0

1 3,0 2

1 3,0 4

1 3,0 6

1 3,0 8

1 3,0 10

1 3,0 12

1 3,0 14

1 3,0 16

Fonte: Balke (1959).

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O protocolo Balke 4 mph é mais indicado para pessoas sedentárias.

TABELA 3 – Protocolo de Balke modificado 4 mph

TEMPO VELOCIDADE INCLINAÇÃO

(min) (mph) (%)

1 2,0 0

1 3.0 0

1 4,0 0

1 4,0 2

1 4,0 4

1 4,0 6

1 4,0 8

1 4,0 10

1 4,0 12

1 4,0 14

1 4,0 16

Fonte: Balke (1959).

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O protocolo Balke 5 mph é mais indicado para pessoas condicionadas.

TABELA 4 – Protocolo de Balke modificado 5 mph

TEMPO VELOCIDADE INCLINAÇÃO

(min) (mph) (%)

1 2,0 0

1 3,0 0

1 4.0 0

1 5,0 0

1 5,0 2

1 5,0 4

1 5,0 6

1 5,0 8

1 5,0 10

1 5,0 12

1 5,0 14

1 5,0 16

Fonte: Balke (1959).

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O protocolo Balke 6 mph é mais indicado para pessoas condicionadas que já estão adaptadas
a uma velocidade de corrida maior que as do anterior.

TABELA 5 – Protocolo de Balke modificado 6 mph

TEMPO VELOCIDADE INCLINAÇÃO

(min) (mph) (%)

1 2,0 0

1 3,0 0

1 4.0 0

1 5,0 0

1 6,0 0

1 6,0 2

1 6,0 4

1 6,0 6

1 6,0 8

1 6,0 10

1 6,0 12

1 6,0 14

Fonte: Balke (1959).

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O protocolo D é mais indicado para pessoas condicionadas.

TABELA 6 – Protocolo D

TEMPO (min) VELOCIDADE (mph) INCLINAÇÃO (%)


Exercício

1 1,7 0

1 3,5 0

1 4,0 2

1 4,0 4,5

1 4,8 0

1 5,0 3

1 5,5 4

1 5,5 8

1 5,5 12

1 5,8 14

1 6,0 16

1 6,2 18

1 6,2 21,5

1 6,6 22

1 6,8 24

1 7,2 24,5

1 7,6 25

Recuperação

1 3,5 12

1 2,0 0

1 0 0

1 0 0

1 0 0

1 0 0

Fonte: Protocolos criados no Instituto do Coração de SP

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Os protocolos Velocidade 1 e Velocidade 2 são mais indicado para pessoas com um consumo
máximo de oxigênio acima da média para sua idade e sexo, ou seja, atletas.

TABELA 7 – Protocolos Velocidade 1

TEMPO (min) VELOCIDADE (mph) INCLINAÇÃO (%)


Exercício
1 2,0 0
1 4,4 0
1 4,6 2
1 4,8 0
1 5,2 3
1 6,0 4
1 6,8 5
1 7,4 7
1 7,8 9
1 8,2 11
1 8,5 13
1 8,6 15
1 8,6 17
1 9,0 17
1 9,0 17
1 9,0 19
1 9,0 21
1 9,0 23
Recuperação
1 4,0 9
1 3,0 0
1 0 0
1 0 0
1 0 0
1 0 0

Fonte: Protocolos criados no Instituto do Coração de SP

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TABELA 8 – Protocolos Velocidade 2

TEMPO (min) VELOCIDADE (mph) INCLINAÇÃO (%)


1 2,0 0

1 4,4 0

1 4,6 2

1 4,8 0

1 5,6 1

1 6,6 2

1 7,4 3

1 8,2 4

1 9,0 5

1 9,6 6

1 10,0 7

1 10,2 8

1 10,5 9

1 10,6 11

1 10,6 13

1 10,6 15

1 10,6 17

Recuperação

1 4,0 6

1 3,0 0

1 0 0

1 0 0

1 0 0

1 0 0

Fonte: Protocolos criados no Instituto do Coração de SP.

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O protocolo Velocidade 3 é mais indicado para pessoas com um consumo máximo de oxigênio
muito acima da média para sua idade e sexo, ou seja, realmente atletas de elite.

TABELA 9 – Protocolo Velocidade 3

TEMPO (min) VELOCIDADE (mph) INCLINAÇÃO (%)


1 2,0 0
1 3,6 3
1 4,5 5
1 5,4 3
1 6,6 4
1 7,7 5
1 8,7 6
1 9,7 7
1 10,7 8
1 11,7 8,5
1 12,3 10
1 12,6 12
1 13,0 14
1 13,3 16
1 13,6 18
1 13,8 20
1 14,0 22
Recuperação
1 4,0 9
1 3,0 0
1 0 0
1 0 0
1 0 0
1 0 0
Fonte: Protocolos criados no Instituto do Coração de SP.

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TABELA 10 - Protocolos no cicloergômetro: rampa

Tempo (min.) 5 watts 10 watts 15 watts 20 watts 30 watts 40 watts


1 5 10 15 20 30 40

1 10 20 30 40 60 80

1 15 30 45 60 90 120

1 20 40 60 80 120 160

1 25 50 75 100 150 200

1 30 60 90 120 180 240

1 35 70 105 140 210 280

1 40 80 120 160 240 320

1 45 90 135 180 270 360

1 50 100 150 200 300 400

1 55 110 165 220 330 440

1 60 120 180 240 360 480

1 65 130 195 260 390 520

1 70 140 210 280 420 560

1 75 150 225 300 450 600

1 80 160 240 320 480 640

1 85 170 255 340 510 680

Recuperação

1 30 60 90 120 180 240

1 15 30 45 60 90 120

1 0 0 0 0 0 0

1 0 0 0 0 0 0

1 0 0 0 0 0 0

1 0 0 0 0 0 0

Fonte: Protocolos criados no Instituto do Coração de SP

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TABELA 11 - Protocolos no cicloergômetro: escalonado

Tempo (min.) 15 W / 3 min. 30 W / 3 min.


1 15 30

1 15 30

1 15 30

1 30 60

1 30 60

1 30 60

1 45 90

1 45 90

1 45 90

1 60 120

1 60 120

1 60 120

1 75 150

1 75 150

1 75 150

1 90 180

1 90 180

Recuperação

1 45 90

1 15 30

1 0 0

1 0 0

1 0 0

1 0 0

Fonte: Protocolos criados no Instituto do Coração de SP

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5. ERGOESPIROMETRIA OU TESTE DE ESFORÇO CARDIOPULMONAR


A ergoespirometria, ou teste de esforço cardiopulmonar, é uma metodologia não invasiva
que mede a capacidade do corpo de realizar as trocas gasosas, dando uma avaliação objetiva da
capacidade e/ou da limitação ao exercício físico. Essa análise por sistemas computadorizados,
extremamente precisa e em tempo real, é realizada pelo registro de importantes variáveis tanto
metabólicas quanto respiratórias.

FIGURA 10 – Teste de pico para corredores de grande distância

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=DXyNZ4zTPsg.

Essas variáveis incluem: consumo pico de oxigênio (VO2pico), em ml/kg-1.min-1e em l/min;


consumo máximo de oxigênio (VO2máx.) em ml/kg-1.min-1 e em l/min; dióxido de carbono (VCO2),
em ml.min-1; ventilação pulmonar (VE), em l.min-1; frequência respiratória (FR) em RPM; equivalente
ventilatório de oxigênio (VE/VO2); equivalente ventilatório de dióxido de carbono (VE/VCO2); razão
de troca respiratória entre a produção de dióxido de carbono e o consumo de oxigênio (VCO2/VO2);
pressão parcial de oxigênio ao final da expiração (PetO2), em mmHg; pressão parcial de dióxido de
carbono ao final da expiração (PetCO2), em mmHg; fração expirada de oxigênio (FEO2), em %; fração
expirada de dióxido de carbono (FECO2), em %, e razão entre o espaço morto funcional estimado
e o volume corrente (Vd/Vt).

Isso enriquece sobremaneira e fornece uma compreensão mais ampla das respostas clínicas,
eletrofisiológicas e hemodinâmicas indiretas proporcionadas pelo exercício físico progressivo e
dinâmico, comparadas à ergometria convencional.

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O VO2pico é a variável mais importante na avaliação da capacidade funcional de indivíduos


normais e de atletas. Nos pacientes com insuficiência cardíaca (IC), seu valor prognóstico é
indiscutível, sendo um preditor importante para eventos como sobrevida e óbito. Além do mais,
fornece um dado importante na seleção de pacientes para transplante cardíaco, influenciando a
diminuição do custo do transplante, dado muito importante na economia das verbas de saúde,
principalmente naquelas dos países com menos recursos.

Seu valor prognóstico torna-se maior ao se ajustar seu valor à massa corporal magra. Especialmente
nas mulheres e nos pacientes obesos, múltiplas variáveis podem predizer os eventos, a sobrevida
e o número de internações nos pacientes com insuficiência cardíaca.

Essa metodologia também permite avaliar a dispneia causada por problemas circulatórios ou
ventilatórios e a capacidade física de indivíduos normais e de pacientes e estabelece de forma
segura a orientação para a prescrição de exercício físico.

Nos pacientes com enfermidade pulmonar, como nas doenças pulmonares obstrutivas crônicas
(DPOC), a intensidade de trabalho respiratório, a resposta à troca gasosa no nível pulmonar e o nível
de fadiga muscular no limiar anaeróbio são mais intensos do que no indivíduo normal.

O aumento da ventilação depende do consumo de oxigênio e da produção do dióxido de


carbono, aumentando de forma linear até o limiar anaeróbio. Esse limiar corresponde a 40% a
70% do VO2máximo e é definido como o nível de intensidade de trabalho em que a musculatura
esquelética forma, por meio do metabolismo aeróbio, uma maior quantidade de ácido lático, devido
provavelmente ao resultado de recrutamento de fibras brancas. Dessa forma, o sistema cardiovascular
não consegue suprir de forma totalmente aeróbia a elevação das demandas de oxigênio dos tecidos.

Ele pode ser também definido como o maior consumo de oxigênio que pode ser mantido durante
o exercício prolongado sem o acúmulo de ácido lático, delimitando, portanto, a transição entre um
exercício moderado e um exercício intenso. Nessa fase, os sintomas de dispneia e fadiga muscular
são perfeitamente tolerados.

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A ergoespirometria também é uma metodologia importante na diferenciação entre a dispneia de


origem cardíaca e a pulmonar, principalmente naquelas em que há dissociação entre os sintomas
e os resultados de provas de função pulmonar, ou mesmo nos casos em que as provas de função
pulmonar de repouso não ajudam na elucidação da origem. Ela é também importante quando se
suspeita de que a dispneia tenha como origem fatores diversos, tais como psiquiátricos, sedentarismo
físico ou mesmo falta de motivação do próprio paciente.

ACONTECEU

O artigo realizado pela Unesp apresenta pesquisa realizada com 11 indivíduos do sexo masculino,
com idade entre 55 e 65 anos, acometidos por lesão cerebrovascular e com hemiparesia, com quem
foi realizado teste ergométrico com o objetivo de investigar a magnitude dos efeitos crônicos do
AVE sobre a capacidade aeróbia. Veja o estudo e o resultado no link: https://repositorio.unesp.br/
handle/11449/99080.

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ADAPTAÇÕES RESPIRATÓRIAS OBSERVADAS DURANTE A


ERGOESPIROMETRIA
Ventilação pulmonar (VE) e produção de dióxido de carbono (VCO2)

A ventilação pulmonar pode ser definida como o volume de ar espontaneamente inspirado do ar


atmosférico e expirado pelos pulmões, após a difusão e o transporte de oxigênio dos alvéolos para
o sangue e do dióxido de carbono do sangue para os alvéolos, sendo posteriormente transportado
dos líquidos corporais para as células. Estão, portanto, essas três variáveis intimamente interligadas.

FIGURA 11 – Sistema respiratório

Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/54/07/540759a3340e6-sistema-respiratorio.jpg

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A ventilação é o produto da frequência respiratória e do volume corrente. Seu valor normal em


repouso é entre 7 l e 9 l/min. Durante o exercício máximo, com o aumento da frequência respiratória
para entre 40 e 50 RPM e do VC de 3 l a 3,5 l/min, a ventilação pode atingir 120 l a 175 l/min.

A elevação da ventilação depende do consumo de oxigênio e da produção do dióxido de carbono.


Devido a essa interdependência, essas três variáveis aumentam de forma linear até o limiar aeróbio
(LA), que corresponde a 40-70% do VO2máx e onde há predominância do metabolismo aeróbio,
devido a pequena elevação de ácido lático. O limiar aeróbio pode ser também definido como o
maior consumo de oxigênio que pode ser mantido durante o exercício prolongado sem o acúmulo
importante de ácido lático, delimitando, portanto, a transição entre um exercício moderado e um
exercício intenso. Nessa fase, os sintomas de dispneia e fadiga muscular são perfeitamente tolerados.

A partir do limiar aeróbio, à medida que o oxigênio é consumido pelos tecidos, o dióxido de carbono
produzido pelos músculos em atividade sofre influência da acidose metabólica, devido ao aumento
importante na formação do lactato sanguíneo. Como consequência, reage com a água, formando
o ácido carbônico, que se dissocia em íons H+. Estes, no entanto, conseguem ser tamponado pelo
íon bicarbonato, afim de manter o pH fisiológico, conforme resumido a seguir:

QUADRO 2 – Quadro resumo

CO2 + H2O ↔ H2CO3 ↔ H+ + HCO3-

onde CO2 = dióxido de carbono

H2O = água

H2CO3 = ácido carbônico

H+= íon hidrogênio

HCO3- = íon bicarbonato

Fonte: Elaborado pelo autor.

Como resultado, o pulmão aumenta a ventilação, que é ainda proporcional à produção de dióxido
de carbono, mas desproporcional ao consumo de oxigênio. Assim, libera para a atmosfera uma
maior quantidade do primeiro, impedindo o aumento do ácido carbônico e dos íons hidrogênio no
líquido extracelular e a consequente acidose respiratória.

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FIGURA 12 – Ergoespirometria

Fonte: Elaborado pelo autor.

No entanto, com o aumento da intensidade do exercício, há um grande aumento do lactato


sanguíneo, e a capacidade e a eficiência do tamponamento de bicarbonato diminuem. Nesse ponto,
a ventilação aumenta de forma substancial, desproporcional à produção de gás carbônico, para
que o organismo tente compensar a lacticemia. Existe também insuficiência circulatória, visando
proporcionar uma regeneração de energia aeróbia ao organismo e o consumo de oxigênio nos
músculos em atividade, caracterizando então o ponto de descompensação respiratória (PDR).

Quando comparados aos indivíduos normais, os pacientes cardiopatas, com insuficiência


cardíaca, apresentam em cargas menores de esforço níveis de lactato maiores, excesso de dióxido
mais precoce nos líquidos corporais, diminuição concomitante de bicarbonato plasmático e acidose
metabólica precoce, o que, pelo estímulo aos quimiorreceptores centrais, leva a uma hiperpneia
acentuada.

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SAIBA MAIS

O estudo a seguir mostra alguns dos tampões importantes no organismo vivo e sua capacidade.

A capacidade de tamponamento (ou “poder tampão”) é uma propriedade importante em sistemas


biológicos, para os quais uma alteração rápida de pH pode ter consequências desastrosas.

O tampão bicarbonato/ácido carbônico (pKa = 6,1) mantém o pH do sangue numa faixa segura
compreendida entre 7,35 e 7,45, resistindo às variações para cima ou para baixo desses valores.

De forma geral, quando um indivíduo tem o pH sanguíneo abaixado para níveis inferiores a 7,35,
diz-se que ele está com acidose.Quando é aumentado a níveis superiores a 7,45,diz-se que está com
alcalose.

Fonte: http://www2.dracena.unesp.br/graduacao/arquivos/bioquimica_animal/tampoes_biologicos.
pdf, acesso em: 16 out.2017.

Primeiro limiar ventilatório

O limiar aeróbio é determinado na ocorrência de pelo menos duas das seguintes variáveis:

a) Perda da linearidade entre a ventilação pulmonar (VE) e o consumo de oxigênio (VO2),


observada a partir do equivalente ventilatório de oxigênio (VE/VO2).
b) Tendência à ascensão da relação entre o volume de dióxido de carbono expirado por
minuto (VCO2) e o consumo de oxigênio (VO2), denominada razão de troca respiratória
(VCO2/VO2).
c) Menor valor da pressão de oxigênio ao final da expiração (PetO2).

Segundo limiar ventilatório

O ponto de descompensação respiratória é determinado na ocorrência de:

a) perda da linearidade da relação entre VE e VCO2 verificada a partir do equivalente


ventilatório do dióxido de carbono (VE/VCO2); e/ou
b) verificação do maior valor da pressão de dióxido de carbono ao final da expiração
(PetCO2), precedendo a sua queda abrupta.

Equivalentes ventilatórios para oxigênio (VE/VO2) e para dióxido de carbono (VE/VCO2)

No exercício aeróbio de intensidade crescente, o VE/VO2 e o VE/VCO2 diminuem progressivamente,


atingindo os valores mais baixos no limiar aeróbio, aumentando progressivamente até o final do
esforço.

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A ventilação também se eleva linearmente antes de atingir o limiar aeróbio. Entretanto, é


importante observar que os equivalentes ventilatórios para o O2 e o CO2 declinam de formar
curvilinear. Fisiologicamente, isso ocorre como resultado da melhora da eficiência ventilatória.
No pico do exercício, o VE/VO2 em pacientes com insuficiência cardíaca é mais alto do que nos
indivíduos normais, o que não ocorre, entretanto, abaixo do limiar aeróbio. A acidose precoce desses
pacientes deve ser causada por uma diminuição no transporte de oxigênio nos músculos exercitados
e também por uma diminuição na capacidade de usá-lo eficientemente, devido à fraqueza muscular.

FIGURA 13 – Artéria e estrutura da veia

Fonte: NoPainNoGain /shutterstock.com

Pressão expirada final de oxigênio (PetO2) e pressão expirada final de dióxido de carbono (PetCO2)

A PetO2 é analisada pelo espirômetro durante a expiração final do indivíduo, ou seja, analisando-
se o ar que estava nos alvéolos.Ela expressa, de forma confiável, a pressão do O2 alveolar, desde que
não haja alteração expressiva da distribuição da ventilação e da difusão dos gases.O comportamento
dessa variável mostra um declínio no início do exercício ecomeça a se elevar quando o paciente
atinge o limiar aeróbio.

A PetCO2 passa por um processo de análisesemelhante, contudo, seu comportamento é


diferente. Ela eleva-se até atingir o ponto de compensação respiratória, declinando então até o final
do esforço.No entanto, ela permite apenas verificar a tendência de comportamento da pressão
parcial de dióxido de carbono no sangue arterial.

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QUADRO 3 - Ergoespirometria

Limiar aeróbio ocorre entre 40%e 60% do VO2 máximo

Ponto de descompensação respiratória ocorre entre70% e 90% do VO2 máximo

Fonte: Elaborado pelo autor.

O treinamento físico aeróbio deve ser realizado entre os limiares ventilatórios, ou seja, devemos
saber qual foi a frequência cardíaca do limiar aeróbio e do ponto de descompensação respiratória
para elaborarmos as planilhas de treinamento. O treino entre os limiares ventilatórios é caracterizado
predominantemente pelo metabolismo oxidativo. O treinamento físico anaeróbio é realizado com
intensidades elevadas, ou seja, com a frequência cardíaca acima do ponto de descompensação
respiratória. Ele é caracterizado predominantemente pelo metabolismo glicolítico.

FIGURA 14 - Em atletas, o treino deve ser realizado próximo ao segundo limiar ventilatório

Fonte: Jacob Lund /shutterstock.com

Os cardiopatas devem treinar entre os limiares ventilatórios, sendo o treino preferencialmente


realizado até -10% do segundo limiar ventilatório em alguns casos mais graves.

No caso de cardiopatas que atingiram apenas o primeiro limiar ventilatório, o treino deve ser
realizado do limiar aeróbio até +10% desse valor.

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No caso de treinamento preventivo, o treino deve ser realizado entre os limiares ventilatórios.
O treino de potência anaeróbia para essas pessoas deve ser realizado acima do segundo limiar
ventilatório.

No caso de atletas, o treino deve ser realizado próximo ao segundo limiar ventilatório para
melhora do sistema aeróbio oxidativo e acima disso para melhora do sistema anaeróbio.

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6.1 Definindo os limiares ventilatórios e suas denominações


O primeiro limiar ou LV1 foi posteriormente denominado também de limiar anaeróbio ou aeróbio.
Ele representa o momento do início de um maior tamponamento, ou seja, é a intensidade do
exercício em que íons H e lactato sanguíneo começam a se acumular, alterando o pH e estimulando
um incremento na ventilação. Por isso é também chamado de limiar ventilatório, pois é o início
do tamponamento químico (bicarbonato/lactato) e do tamponamento ventilatório (incremento da
ventilação). O termo limiar aeróbio é mais adequado, pois nesse momento existe a predominância
do metabolismo oxidativo (aeróbio). Com relação ao treinamento físico, é considerada a intensidade
mínima em que a pessoa deve treinar para obter os benefícios da atividade física.

O lactato é produzido tanto no repouso em pequenas quantidades quanto no exercício, entretanto,


a remoção dele pelos músculos cardíaco e esqueléticos inativos contrabalança a sua produção, o que
previne o acúmulo. Quando uma pessoa treina entre os limiares ventilatórios, ocorre o tamponamento
eficiente da acidose, pois todo o ácido produzido pelo exercício físico consegue ser tamponado
pelo bicarbonato e pela ventilação. Contudo, quando a produção é maior que a remoção, haverá um
acúmulo de lactato. Nessa situação, o treino já está sendo realizado em uma intensidade elevada,
geralmente acima de 70% do consumo máximo de oxigênio. O treinamento físico aeróbio produz
adaptações celulares que aceleram os ritmos de remoção de lactato, fazendo com que o acúmulo
ocorra somente em altas intensidades de exercícios.

Durante o exercício, o lactato sanguíneo começa a aumentar exponencialmente em intensidades


acima de 60% do consumo máximo de oxigênio em uma pessoa sedentária. A formação de lactato
aumenta para níveis progressivamente mais altos em exercícios de alta intensidade, quando o
músculo ativo não consegue atender às necessidades energéticas com o predomínio do metabolismo
aeróbio. Nesse momento, o tamponamento químico e ventilatório não conseguem mais controlar e
equilibrar a acidose, ou seja, o pH começa a diminuir mais ainda, e a acidose predominará.

As pessoas condicionadas exibem um padrão semelhante de comportamento da curva de


lactato, exceto para o ponto no qual sua presença no sangue se eleva rapidamente. Esse ponto de
aumento de lactato sanguíneo, conhecido como limiar de lactato sanguíneo (também chamado de
Obla, ou onset of blood lactate accumulation - início de acúmulo de lactato sanguíneo), acontece
em intensidades mais elevadas nelas.

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Os atletas apresentam momentos distintos do início desse fenômeno. Os esportes que possuem
características predominantemente de resistência (aeróbios/oxidativos), por exemplo, corridas de
longa distância, apresentarão o acúmulo no final do exame. Esse momento pode ser chamado ponto
de descompensação respiratória, ou seja, o início da descompensação respiratória e metabólica,
e é conhecido como segundo limiar ventilatório, ou LV2.

A intensidade de exercício no ponto de acúmulo do lactato (limiar do lactato sanguíneo) consegue


predizer enfaticamente o desempenho no exercício aeróbio, auxiliando na prescrição do treinamento.
É esperado que pessoas que possuam uma elevada capacidade de tamponamento apresentem o
segundo limiar muito próximo ao final do exame, geralmente por volta de 90% do consumo máximo
de oxigênio. Elas possuem características de resistência, sendo mais indicadas para esportes desse
gênero, como: maratona, meia maratona, 15 km ou até mesmo provas de 10 km.

Com isso, acredito que o mais coerente seria denominar o primeiro limiar ventilatório de limiar
aeróbio e o segundo limiar ventilatório de ponto de descompensação respiratória, ou LV1 e LV2.

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6.2 Teste cardiopulmonar – conclusões


A performance cardiorrespiratória tem sido avaliada pela capacidade do organismo de captar,
transportar e utilizar o oxigênio proveniente do ar atmosférico. Assim, o consumo máximo de
oxigênio (VO2max) é tradicionalmente aceito como um bom indicador da capacidade para o exercício
prolongado.

A genética possui uma influência de em torno de 75% no desempenho esportivo do atleta, sendo
que 25 % em média dependem de treinamento físico, alimentação, sono, entre outras variáveis. A
genética e a ergoespirometria podem ser importantes ferramentas na detecção de futuros talentos
esportivos.

Por exemplo, na prova de 100 metros no atletismo, o atleta que possui um ótimo desempenho é
aquele que possui o predomínio de fibras brancas (glicolíticas). Já na prova da maratona, é importante
o predomínio de fibras vermelhas (oxidativas). A ergoespirometria, por meio da determinação dos
limiares ventilatórios, pode direcionar o preparador físico a selecionar o atleta que possui o perfil
muscular mais adequado para cada modalidade no atletismo e também em outros esportes. Um
exemplo são aqueles que envolvam também características de potência e resistência, como tênis,
vôlei, futsal e basquete, entre outros.

Quando um atleta realiza o teste cardiopulmonar e seu ponto de descompensação respiratória


acontece no final do exame, ou seja, próximo dos 90% do consumo máximo de oxigênio, muito
provavelmente ele possui características oxidativas, ou seja, mais e maiores mitocôndrias. Ele seria
indicado para provas de fundo, de resistência, por exemplo, corrida de 10 km, 15 km, meia maratona
ou até mesmo maratona.

O teste cardiopulmonar ou teste ergoespirométrico é a melhor metodologia existente atualmente


para avaliação da capacidade cardiorrespiratória do indivíduo.

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6.3 Teste máximo


Seu teste foi máximo? Essa é uma pergunta que devemos fazer ao nosso cliente após a realização
de um teste na esteira. E máximo em quais variáveis? A princípio, o teste cardiopulmonar deve ser
máximo em quatro aspectos: muscular, cardiovascular, respiratório e metabólico.

O que significa teste máximo muscular?

Significa que o indivíduo não consegue mais andar ou correr na esteira. Se o teste foi realizado
no cicloergômetro, é o momento em que não é possível manter a velocidade de 30 km/h.

CURIOSIDADE

Desde o início da existência humana, o exercício físico faz parte do cotidiano. A aplicação do esforço
físico como método diagnóstico começou no início do século passado e, apesar do desenvolvimento
de novas técnicas diagnósticas, ainda ocupa espaço destacado na medicina moderna.

O teste ergométrico é um procedimento não invasivo que pode conferir informações diagnósticas
e prognósticas, além de avaliar a capacidade individual para exercícios dinâmicos. Os aparatos
disponíveis para a realização de diferentes testes que envolvem o esforço físico apresentam
características distintas, podendo variar de sistemas mais simples a equipamentos com elevado grau
de sofisticação tecnológica.

Fundamentalmente, algumas premissas devem ser respeitadas para realização do exame. São elas:
ambiente adequado, equipamento básico, pessoal treinado e preparo e orientação do paciente, de
acordo com o objetivo do exame. Não podemos nos esquecer de que é fundamental, ainda, que
exista pessoal para atuar em situações de emergência. Saiba mais sobre as técnicas e equipamentos
para realização de exames em ergometria e ergoespirometria neste link: http://www.scielo.br/scielo.
php?pid=S0066-782X2003000400011&script=sci_arttext.

O que significa teste máximo cardiovascular?

Significa o momento em que houve aumento da intensidade da esteira ou da bicicleta sem que
a frequência cardíaca apresentasse elevação significativa, ou seja, se atingiu o platô de frequência
cardíaca. Nesse caso, o indivíduo atingiu sua FC máxima. Caso contrário, o correto é definirmos
como frequência cardíaca de pico.

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O que significa teste máximo respiratório?

Significa o momento em que houve aumento da intensidade da esteira ou bicicleta sem que
o consumo máximo de oxigênio apresentasse elevação significativa, ou seja, se atingiu o platô
de consumo de oxigênio. Nesse caso, o indivíduo atingiu seu consumo máximo de oxigênio, caso
contrário, o correto é definirmos como consumo pico de oxigênio.

O que significa teste máximo metabólico?

Significa o momento em que o indivíduo atingiu um valor acima de 1,15 no quociente respiratório
(relação VCO2/VO2).

Após a realização do teste cardiopulmonar máximo nos quatro aspectos, podemos, por meio
dos limiares ventilatórios, obter algumas conclusões com relação ao predomínio do metabolismo
no indivíduo e o direcionamento ao esporte no qual ele poderia obter mais sucesso.

FIGURA 15 – Máquina que realiza o teste cardiopulmonar

Fonte: GWImages shutterstock.com

Se o aluno em questão atingiu seu segundo limiar ventilatório muito próximo do final do
exame, significa que ele possui uma alta capacidade de tamponamento (mais mitocôndrias) e,
consequentemente, uma maior capacidade oxidativa. Certamente, ele seria uma pessoa mais
indicada para provas de fundo, ou seja, corridas de longa distância.

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Se, ao contrário, tivesse atingido seu segundo limiar ventilatório muito precocemente, significaria
o oposto, ou seja, uma baixa capacidade de tamponamento e uma alta capacidade para suportar
acidose por mais tempo (sistema glicolítico predominantemente). Certamente, ele seria uma pessoa
mais indicada para provas curtas (potência/explosão): 100m, 200m, 400 m.

Concluindo, o teste cardiopulmonar, evidentemente com a análise de outras variáveis que estão
incluídas no exame, permite ao fisiologista direcionar seu atleta ao esporte em que ele poderá ter
um maior rendimento.

QUADRO 4 – Fibras de contração lenta (tipo I)

Altamente aeróbia (oxidativas) e resistente à fadiga

baixa capacidade anaeróbia (glicolítica) e força por unidade motora

baixa velocidade de contração (110 m/s) e concentração de miosina ATPase

10-180 fibras por neurônio motor

baixo desenvolvimento de retículo sarcoplasmático

Fonte: Elaborado pelo autor.

QUADRO 5 – Fibras de contração rápida (tipo IIa)

Capacidade aeróbia (oxidativa) e resistência à fadiga moderadas

Altamente anaeróbia (glicolítica) e grande força por unidade motora

Velocidade de contração elevada e grande concentração de miosina ATPase

300-800 fibras por neurônio motor

Grande desenvolvimento do retículo sarcoplasmático

Fonte: Elaborado pelo autor.

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QUADRO 6 – Fibras de contração rápida (tipo IIb)

Baixa capacidade aeróbia (oxidativa) e resistência à fadiga

Altamente anaeróbia (glicolítica) e grande força por unidade motora

Velocidade de contração elevada e grande concentração de miosina ATPase.

300-800 fibras ou mais por neurônio motor

Grande desenvolvimento do retículo sarcoplasmático

Fonte: Elaborado pelo autor.

FIGURA 16 – Exemplo de avaliação cardiopulmonar

Fonte: Arquivo pessoal.

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6.4 Conclusão
Apesar de a ergoespirometria avaliar de forma precisa e reprodutível variáveis importantes, ainda
é pequeno o número de laboratórios que a utilizam. São vários os motivos para isso, entre eles:
tempo necessário para a realização de um exame correto; necessidade de pessoal especializado;
potencial desconforto para o paciente; e principalmente custo do equipamento.

No entanto, recomendamos o uso dessa metodologia por adicionar informações de importante


aplicabilidade clínica, tais como: diferenciação entre doenças cardíacas e pulmonares; avaliação e
distinção entre dispneia de diversas etiologias; avaliação de terapêutica e/ou de sua efetividade; além
de seu valor indiscutível em relação ao prognóstico de sobrevida nos indivíduos com insuficiência
cardíaca.

Ela auxilia ainda no prognóstico e nas indicações do melhor tempo de cirurgia de transplante
de coração e/ou pulmão.Além disso, fornece uma indicação segura e eficaz para a prescrição de
reabilitação cardíaca em pacientes que se submeteram a cirurgia ou não, tais como portadores de
problemas congênitos, infartados, revascularizados, transplantados e com insuficiência cardíaca
de diversas etiologias, além de pessoas saudáveis e atletas.

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7. EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO BASEADO NA


ERGOESPIROMETRIA

QUADRO 7 – Fórmula e efeitos do treinamento físico aeróbico baseado na ergoespirometria

Aumento da relação capilar-fibra muscular.

Aumento do tamanho e do número de mitocôndrias.

Aumento no número de enzimas oxidativas.

Aumento da diferença arteriovenosa de oxigênio.

VO2 =DCXdiferença arteriovenosa de O2

Fonte: Elaborado pelo autor.

QUADRO 8- Quociente respiratório

Relação das trocas gasosas do metabolismo

QR=CO2 produzido

O2 consumido

Fonte: Elaborado pelo autor.

Uma variável muito importante do teste cardiopulmonar é o quociente respiratório. É uma relação
entre a produção de CO2 e o consumo de oxigênio.

Quando o valor é por volta de 0,7, isso significa metabolismo predominante dos lipídios. Conforme
a intensidade do exercício aumenta, o valor do QR também se eleva. Quando ultrapassa 1,0, o
metabolismo predominante é a glicogenólise.

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FIGURA 17 – Quociente respiratório

Quociente respiratório
dos lipídios (gordura)

C16H32O2+23O2 16CO2+16H2O

QR= 16CO2
23O2

QR= 0,696 (aproximadamente 0,7)

Quociente respiratório dos


glicídios (carboidratos)

C6H12O6+6O2 6CO2+6H2O

QR= 6CO2
6O2

QR=1,00
Fonte: Elaborado pelo autor.

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Veja a seguir a tabela do quociente respiratório:

TABELA 12 – Tabela do quociente respiratório


QR % CHO % GORDURA
1,00 100 0
0,99 97 3
0,98 94 6
0,97 90 10
0,96 87 13
0,95 84 16
0,94 81 19
0,93 77 23
0,92 74 26
0,91 71 29
0,90 68 32
0,89 64 36
0,88 61 39
0,87 58 42
0,86 54 46
0,85 51 49
0,84 47 53
0,83 44 56
0,82 40 60
0,81 37 63
0,80 33 37
0,79 30 70
0,78 26 74
0,77 23 77
0,76 19 81
0,75 16 84
0,74 12 88
0,73 8 92
0,72 5 95
0,71 1 99
0,70 0 100
Descrição: Tabela de quociente respiratório.

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Pode-se observar pela tabela do quociente respiratório que, conforme a intensidade do exercício
aumenta, o valor do QR também aumenta. Nos valores inferiores, existe o predomínio dos lipídios.
Naqueles próximos a 1,0, o predomínio é dos carboidratos. A tabela não mostra os valores acima
de 1,0, pois a glicogenólise está atuando predominantemente.

Atividade leve: aproximadamente 30% a 40% do consumo máximo de oxigênio.

Atividade moderada: aproximadamente 50% a 60% do consumo máximo de oxigênio.

Atividade intensa: acima de 70% do consumo máximo de oxigênio.

Observe que, durante o exame, a intensidade se eleva conforme a duração aumenta. Além disso,
a participação da lipólise diminui, e a da glicogenólise aumenta.

FIGURA 18 – Quociente respiratório

Quociente respiratório
1.4

1.2

1.0

0.8

0.6

0.4

0.2

0.0
Basal 1min 2min 3min 4min 5min 6min 7min 8min 9min 10min

Tempo

Fonte: Elaborado pelo autor.

O treinamento físico aeróbio (metabolismo oxidativo), realizado de forma prolongada (40 a


60 minutos), promove o aumento da resistência nas fibras musculares. O aumento significativo
ocorre na capacidade para a produção de energia oxidativa e, consequentemente, os lipídios são
predominantemente metabolizados. O treinamento físico aumenta a capilarização e, consequentemente
a oxigenação das fibras musculares.

Pág. 48 de 99


O organismo de uma pessoa, quando adaptado ao treinamento físico de resistência, utiliza melhor
a reserva energética de lipídios em seu corpo. Um aumento na captação de oxigênio do sangue e
uma maior eficiência no metabolismo lipídico contribuem para a melhora do rendimento esportivo.
Essas adaptações também ocorrem nas pessoas que praticam atividade física com regularidade,
sem o intuito do rendimento esportivo.

Quando analisamos pessoas condicionadas, as fibras musculares apresentam predomínio do


metabolismo lipídico em repouso e durante o exercício físico, portanto reduzindo a utilização de
carboidratos, o que propicia uma economia de glicogênio muscular.

Por exemplo, uma pessoa condicionada apresentará um quociente respiratório mais baixo em
repouso comparada a outra sedentária. Além disso, quando a pessoa condicionada realizar uma
caminha na esteira com 5 km/h, apresentará um quociente respiratório inferior a outra sedentária
na mesma velocidade. Esse é um dos principais benefícios do treinamento físico aeróbio: levar o
organismo ao predomínio do metabolismo lipídico em repouso e durante a atividade física leve a
moderada.

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7.1 Laudo e prescrição de treinamento físico baseado no teste ergoespirométrico


Determine os limiares ventilatórios dos seis exames. Depois, veja as repostas e compare com
seus resultados.

TABELA 13 - Teste 1

Variáveis 1:00 2:00 3:00 4:00 5:00 6:00 7:00 8:00


PETO2 100 99 98 97 96 97 100 103
VE /VO2 35 34 33 33 33 34 36 38
QR 0,70 0,78 0,85 0,89 0,97 1,03 1,08 1,12
VE 21 32 41 53 62 79 87 95
PETCO2 40 42 42 43 44 44 45 48
VE/VCO2 36 36 35 34 32 32 31 31
VO2 7,4 17,5 23,9 34,7 43,7 44,6 49,8 56,9
FC 95 110 118 125 132 157 161 169
Fonte: Elaborado pelo autor.

Exame 1: Limiar aeróbio: 5minutos.

Ponto de descompensação respiratória: 9 minutos.

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TABELA 14 - Teste 2

Variáveis 1:00 2:00 3:00 4:00 5:00 6:00 7:00 8:00 9:00 10:00
PETO2 100 99 96 96 97 97 100 103 104 105
VE /VO2 35 34 33 33 34 35 36 38 38 38
QR 0,72 0,82 0,85 0,89 1,01 1,03 1,08 1,14 1,18 1,20
VE 27 38 49 58 74 85 96 107 118 140
PETCO2 40 42 42 43 44 44 45 48 47 46
VE/VCO2 36 36 35 34 32 32 31 31 31 33
VO2 5,8 13,0 21,2 29,6 35,4 41,2 46,8 49,6 58,4 69,7
FC 92 108 121 132 141 147 157 168 174 193
Fonte: Elaborado pelo autor.

Exame 2: Limiar aeróbio: 4 minutos.

Ponto de descompensação respiratória: 9 minutos.

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TABELA 15 - Teste 3

Variáveis 1:00 2:00 3:00 4:00 5:00 6:00

PETO2 100 99 98 97 96 97

VE /VO2 35 34 33 33 33 34

QR 0,70 0,78 0,85 0,89 0,97 1,03

VE 21 32 41 53 62 79

PETCO2 40 42 42 43 44 44

VE/VCO2 36 36 35 34 32 32

VO2 7,4 17,5 23,9 34,7 43,7 44,6

FC 95 110 118 125 132 157

Fonte: Elaborado pelo autor.

Exame 3: Limiar aeróbio: 5 minutos.

Ponto de descompensação respiratória: 9 minutos.

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TABELA 16 - Teste 4

Variáveis 1:00 2:00 3:00 4:00 5:00 6:00 7:00 8:00


PETO2 102 99 98 97 96 97 100 103
VE /VO2 33 34 33 34 33 34 36 38
QR 0,71 0,78 0,88 0,93 0,99 1,01 1,02 1,03
VE 8 12 15 18 21 25 29 36
PETCO2 40 42 42 43 44 44 45 48
VE/VCO2 36 36 35 34 32 32 31 31
VO2 4,1 7,8 9,3 10,2 12,4 14,3 16,2 17,8
FC 74 81 87 92 94 101 110 112
Fonte: Elaborado pelo autor.

Exame 4: Limiar aeróbio: 5 minutos.

Ponto de descompensação respiratória: não foi atingido.

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TABELA 17 - Teste 5

Variáveis 1:00 2:00 3:00 4:00 5:00 6:00 7:00 8:00


Variáveis 1:00 2:00 3:00 4:00 5:00 6:00 7:00 8:00
PETO2 102 99 98 97 96 97 100 103
VE /VO2 33 34 33 34 33 34 36 38
QR 0,71 0,78 0,88 0,93 0,99 1,01 1,02 1,03
VE 8 12 15 18 21 25 29 36
PETCO2 40 42 42 43 44 44 45 48
VE/VCO2 36 36 35 34 32 32 31 31
VO2 4,1 7,8 9,3 10,2 12,4 14,3 16,2 17,8
FC 74 81 87 92 94 101 110 112
Fonte: Elaborado pelo autor.

Exame 5: Limiar aeróbio: 4 minutos.

Ponto de descompensação respiratória: 9 minutos.

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TABELA 18 - Teste 6

Variáveis 1:00 2:00 3:00 4:00 5:00 6:00 7:00 8:00 9:00 10:00
PETO2 101 99 99 98 96 97 98 102 103 104
VE /VO2 34 35 33 34 33 34 36 38 39 39
QR 0,72 0,78 0,84 0,94 0,98 1,04 1,06 1,12 1,14 1,18
VE 6 10 12 16 20 28 32 36 48 64
PETCO2 40 42 42 43 44 44 45 48 48 46
VE/VCO2 36 35 35 34 32 32 31 31 31 33
VO2 4,6 6,8 9,8 12,4 16,4 18,3 20,2 22,8 25,1 26,2
FC 74 82 86 95 98 103 112 118 126 134
Fonte: Elaborado pelo autor.

Exame 6: Limiar aeróbio: 5 minutos.

Ponto de descompensação respiratória: 9 minutos.

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8. FASES DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR


A prevenção secundária tem como objetivo reabilitar o paciente após o evento cardiovascular,
ajudando a intervir favoravelmente nos fatores de risco para a doença aterosclerótica, recuperando
seu status funcional e sua autoestima, no intuito de evitar um evento subsequente. Ela é dividida
em fases e já se inicia no período intra-hospitalar. A seguir, serão apresentadas as quatro fases
que compõem esse programa.

FIGURA 19 - Reabilitação cardiovascular

Fonte: wavebreakmedia/shutterstock.com

Fase I de reabilitação cardíaca

Inicia-se ainda na unidade coronariana, após a compensação clínica do paciente, e consiste de


atividades de baixo nível, limitadas a dois METs (equivalentes metabólicos), incluindo atividades
como banho e sentar-se em cadeira. Geralmente, é feita p ela própria equipe de enfermagem e
fisioterapia, tendo o objetivo também de preparar psicologicamente o paciente para as atividades
habituais pós-alta hospitalar (a maioria das atividades feitas em casa requerem menos de 4 METs).
É nessa fase que se inicia a educação e o aconselhamento do paciente e dos familiares quanto aos
fatores de risco e às necessidades de mudanças de hábito.

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Já nessa fase, devem-se observar as respostas fisiológicas do paciente frente às atividades.


Respostas inadequadas incluem: angina, dispneia, arritmia ou resposta desproporcional da frequência
cardíaca. A queda maior ou igual a 15 mmHg da pressão arterial sistólica é preocupante, e a
incapacidade de mantê-la ou aumentá-la com baixas cargas de exercício sugere comprometimento
miocárdico importante. Pacientes que respondem favoravelmente e se mantêm assintomáticos
durante essas primeiras atividades podem aumentar o nível de intensidade do exercício. Essa
progressão é individualizada, levando-se em conta limitações, fatores clínicos e fatores funcionais,
como extensão do infarto do miocárdio, função ventricular, entre outros.

Fase II de reabilitação cardíaca

A partir dos anos 1960, vários modelos começaram a aparecer para dar continuidade à fase I.
Foi estabelecido que o exercício deveria ser feito sob supervisão e monitorização médica, o que
depois veio a se transformar na fase II, que preferencialmente é realizada em ambiente hospitalar.
Essa fase pode ser iniciada 24 horas após a alta hospitalar e possui uma duração entre dois e três
meses.

Além de o paciente fazer a atividade física monitorizada, é dada ênfase ao ensino da


automonitorização (frequência cardíaca, percepção do nível de esforço, sintomas). Nestes casos
é de fundamental importância a participação da equipe multiprofissional, auxiliando o paciente na
sua evolução de condicionamento físico, emocional e social. Nessa fase, estão presentes o médico,
o professor de educação física, o fisioterapeuta, a nutricionista e a psicóloga.

Além disso, a equipe multiprofissional exerce uma grande influência positiva na adesão do paciente
ao tratamento farmacológico, mostrando a importância deste na sua melhora cardiorrespiratória
e metabólica e sua evolução na reabilitação cardiovascular. Apenas quando o paciente demonstra
capacidade de se automonitorizar, demonstrando independência, estará apto para passar para a
fase III.

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Fase III de reabilitação cardíaca

Atende indivíduos cardiopatas após dois meses, em média, do acometimento cardiovascular,


tendo eles participado ou não da fase II. Nessa etapa, já não há a necessidade de monitorização
intensiva, podendo ser realizada em ambiente extra-hospitalar, e objetiva-se, principalmente, evitar
a evolução da patologia, bem como o aparecimento de um novo acometimento cardiovascular.

Fase IV de reabilitação cardíaca

Alguns autores ainda citam essa última fase como a de manutenção, quando o paciente já está
apto a praticar os exercícios automonitorizando-se em ambiente externo, inclusive domiciliar. Uma
boa alternativa para cardiopatas que se encontram nessa fase é a da prescrição externa, ou seja,
uma programação de treinamento e orientações de treinamento físico realizada pelo professor de
educação física, com avaliações semestrais para atualização da prescrição de treino.

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9. PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIO PARA PREVENÇÃO DA DOENÇA


CARDIOVASCULAR
Embora a realização de atividades físicas rotineiras, como andar, lavar o carro e varrer a casa,
colabore para um estilo de vida menos sedentário, a prescrição individualizada de exercícios físicos
traz benefícios mais eficazes e seguros para cada praticante.

FIGURA 20 - Prevenção da doença cardiovascular

Fonte: ldutko/shutterstock.com

9.1 Intensidade do exercício físico


Para indivíduos jovens e idosos, portadores ou não de fatores de risco para doença cardiovascular
ou cardiopatas estáveis, a intensidade do exercício deve ser prescrita pelos limiares ventilatórios
fornecidos pela ergoespirometria. Para aqueles com insuficiência cardíaca, a prescrição do limite
superior deve ser estabelecida em um valor 10% menor que o registrado no ponto de compensação
respiratória, evitando-se assim que o exercício seja realizado em acidose metabólica descompensada.

Nos programas de prevenção e reabilitação cardiovascular, a prescrição de exercício é realizada


em uma intensidade entre o limiar anaeróbio e 10% abaixo do ponto de compensação respiratória; na
falta de uma avaliação ergoespirométrica, entre 50% e 80% da frequência cardíaca de reserva (FCres).
A FCres é a diferença entre FCmáx e FCrep. Pela maior facilidade de mensuração durante as sessões
de treinamento físico, a intensidade dela é controlada pela frequência cardíaca correspondente aos
limiares por meio de palpação da artéria radial no punho ou de frequencímetro.

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A frequência cardíaca de reserva é empregada na fórmula de Karvonen:

FC treinamento = (FCmáx-FCrep) x % de treinamento físico+FCrep

A recomendação de intensidade para cardiopatas é de 40% a 60% ou 50% a 70%; para pessoas
condicionadas, entre 60% e 80%; e para atletas, entre 65% e 85%. Contudo, se o indivíduo realizar
um teste ergoespirométrico, a prescrição deve ficar entre os limiares ventilatórios.

Torna-se importante ressaltar que o limite de pressão arterial para o início do treino se situa
abaixo de 180/104 mmHg.O teste ergométrico é obrigatório para pessoas acima de 35 anos de idade.

TABELA 19 - Faixa de treinamento físico (ACSM)

Prescrição de treinamento físico aeróbio pela FC de reserva (Karvonen)

FC treino = (FC máx atingida – FC repouso) x % intensidade + FC rep

Cardiopata = 40-60%ou 50-70%

Sedentário = 50-70%

Treinado = 60-80%

Atleta = 65-85 %

FC treino = (FC máxima – FC repouso) x % intensidade + FC repouso

Sedentário = 50-70%

Treinado = 60-80%

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Exemplo 1

Aluno sedentário possui FC de repouso = 86 bpme realizou teste de esforço máximo, atingindo
FC máxima = 187 bpm.Qual deve ser a sua FC inferior e superior para um treinamento aeróbio?

FC treino limite inferior = (187 – 86) x 0,50 + 86 =137 bpm

FC treino limite superior = (187 – 86) x 0,70 + 86 =157 bpm

FC treino = (FC máxima – FC repouso) x % intensidade + FC repouso

Sedentário = 50-70%

Treinado = 60-80%

Exemplo 2

Aluno condicionado possui FC de repouso = 62 bpm e realizou teste de esforço máximo, atingindo
FC máxima = 194 bpm. Qual deve ser a sua FC inferior e superior para um treinamento aeróbio?

FC treino limite inferior = (194 – 62) x 0,60 + 62 =141 bpm

FC treino limite superior = (194 – 62) x 0,80 + 62 =168 bpm

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FIGURA 21 – Controle da sessão


200
190 Ex. aeróbio
Rep Aquec. 20-60 min Rec Rep
180
170
160 10-20’ 5-10’
70% = 147 batimentos
150
140
130
120 50% = 125 batimentos
110
100
90
80
70
60
Início 10 20 30 40 50
Ex.
Descrição: Gráfico representativo do controle de pressão durante o exame cardiológico.

Palavra-chave: Controle de pressão, controle de sessão, exame cardiológico.

Fonte: Elaborado pelo autor.

TABELA 20 – Exemplo – prescrição por FC reserva

Homem - sedentário - 40 anos - sadio - FCrep = 80bpm


Teste ergométrico - FCmax = 198bpm

Sem Teste
Cálculo da FC max prevista = 220-40 = 180
Porcentagem desejada
50% = (180-80) x 0,5 + 80 = 130bpm
70% = (180-80) x 0,7 + 80 = 150bpm

Com teste - FCmax = 198 bpm - MAIS CORRETO


50% = (198-80) x 0,5 + 80 = 139bpm
70% = (198-80) x 0,7 + 80 = 163bpm
Acerto e erro na carga de trabalho - ideia pelo teste

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Observando a tabela 20, podemos concluir que utilizar a frequência cardíaca de predição na
fórmula da prescrição de treinamento físico aeróbio pode causar erros significativos no treinamento
físico (subestimando ou superestimando o treino).

Nas figuras a seguir, pode-se observar um exemplo de um eletrocardiograma normal em


repouso. Na figura 23, podemos observar o traçado A de um eletro normal durante o esforço, ou
seja, não observamos um infradesnivelamento do segmento S-T, característico de positivação no
exame (sinal de isquemia do miocárdio). Na figura 24, podemos observar um infradesnivelamento
do segmento S-T, característico de isquemia do miocárdio. Nesse caso, o cardiologista registra no
laudo do exame essa positivação e a frequência cardíaca correspondente. Essa frequência cardíaca
deverá ser utilizada como FC máxima na fórmula do Karvonen.

FIGURA 22 - Anatomia do sistema cardiovascular

Fonte: http://intercatcardiologia.com.br//wp-content/uploads/2012/09/
ANATOMIA-NORMAL-E-CIRCULA%C3%87%C3%83O.jpg.

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FIGURA 23 – Eletrocardiograma de repouso


R

T
P PR interval QT interval
ST

Q
S

Atrial Ventricular Ventricular Ventricular PR interval Ventricular


depolarization depolarization repolarization repolarization depolarization
(P wave) (QRS) (ST segment) (T wave) and repolarization
(QT interval)

Fonte: https://image.slidesharecdn.com/sistemacardiocirculatrio-121110051501-
phpapp02/95/sistema-cardiocirculatrio-18-638.jpg?cb=1352524629.

FIGURA 24 - Exemplo de eletrocardiograma de esforço (A)

A B
Legenda: Padrões de infradesnivelamento do segmento ST, caracterizando o diagnóstico
de isquemia miocárdica. A - Infradesnivelamento do segmento ST com padrão horizontal.
B - Infradesnivelamento do segmento ST com padrão descendente.

Fonte: http://www.relampa.org.br/imagens/12-02-04-fig05.jpg.

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FIGURA 25 – Artéria normal

Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/1753011/7/images/23/ART%C3%89RIA+NORMAL.jpg.

FIGURA 26 - Artéria aterosclerótica

Fonte: https://www.brasil247.com/images/cms-image-000491049.jpg.

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Determine a frequência cardíaca de treino aeróbio dos exames a seguir, depois veja as respostas
e compare com seus resultados.

TABELA 21 - Teste 1

TEMPO(min) CARGA(Kg) FC(bpm) PA(mmHg)


Repouso 0 62 114/78
1:00 0,5 104
2:00 0,5 105
3:00 0,5 106 138/84
4:00 1,0 122
5:00 1,0 125
6:00 1,0 126 148/82
7:00 1,5 142
8:00 1,5 144
9:00 1,5 146 166/80
10:00 2,0 168 194/80
Fonte: Elaborado pelo autor.

Exame 1:

FC máxima baseada no exame: 146 bpm (devido a pressão arterial muito elevada no último
minuto).

% de treinamento físico baseado no diagnóstico e no condicionamento físico: 60% a 80%.

FC limite inferior: 112 bpm.

FC limite superior: 129 bpm.

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TABELA 22 - Teste 2

TEMPO(min) CARGA(Kg) FC(bpm) PA(mmHg)


Repouso 0 61 122/80
1:00 0,25 92
2:00 0,5 101 144/86
3:00 0,75 112
4:00 1,0 127 168/88
5:00 1,25 136
6:00 1,50 141 188/88
7:00 1,75 152
8:00 2,0 163 194/106
9:00 2,25 176
10:00 2,5 181 202/110
Fonte: Elaborado pelo autor.

Exame 2:

FC máxima baseada no exame: 141 bpm.

% de treinamento físico baseado no diagnóstico e no condicionamento físico: 60% a 80%.

FC limite inferior: 109 bpm.

FC limite superior: 125 bpm.

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TABELA 23 - Teste 3

TEMPO(min) CARGA(Kg) FC(bpm) PA(mmHg)


Repouso 0 84 126/92
1:00 0,25 96
2:00 0,25 98
3:00 0,25 102 138/90
4:00 0,50 115
5:00 0,50 116
6:00 0,50 116 146/92
7:00 0,75 123
8:00 0,75 125 (FCpositivação)
9:00 0,75 126 168/90
10:00 1,0 135 174/90
Fonte: Elaborado pelo autor.

Exame 3:

FC máxima baseada no exame: 125 bpm (pela FC de positivação).

% de treinamento físico baseado no diagnóstico e no condicionamento físico: 50% a 70%.

FC limite inferior: 105 bpm.

FC limite superior: 113 bpm.

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TABELA 24 - Teste 4

Velocidade/
TEMPO(min) FC(bpm) PA(mmHg)
Inclinação

Repouso 0 89 120/90

1:00 2,0 mph 0% 107

2:00 3,0 mph 0% 114

3:00 4,0 mph 0% 125 146/88

4:00 4,0 mph 2% 131

5:00 4,0 mph 4% 139

6:00 4,0 mph 6% 146 158/90

7:00 4,0 mph 8% 154

8:00 4,0 mph 10% 167

9:00 4,0 mph 12% 173 178/96

10:00 4,0 mph 14% 184 188/90

Fonte: Elaborado pelo autor.

Exame 4:

FC máxima baseada no exame: 184 bpm.

% de treinamento físico baseado no diagnóstico e no condicionamento físico: 50% a 70%.

FC limite inferior: 137 bpm.

FC limite superior: 156 bpm.

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TABELA 25 - Teste 5

Velocidade/
TEMPO(min) FC(bpm) PA(mmHg)
inclinação

Repouso 0 56 120/82

1:00 10,8 Km/h 0% 112

2:00 10,8 Km/h 0% 114 144/84

3:00 10,8 Km/h 0% 115

4:00 12 Km/h 0% 127 168/88

5:00 12 Km/h 0% 131

6:00 12 Km/h 0% 132 188/96

7:00 13,2 Km/h 0% 149

8:00 13,2 Km/h 0% 153 (Fcpositivação) 198/108

9:00 13,2 Km/h 0% 155

10:00 14,4 Km/h 0% 178 212/110

Fonte: Elaborado pelo autor.

Exame 5:

FC máxima baseada no exame: 132 bpm.

% de treinamento físico baseado no diagnóstico e no condicionamento físico: 50% a 70%.

FC limite inferior: 94 bpm.

FC limite superior: 109 bpm.

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9.2 Como prescrever o treinamento físico aeróbio na


bicicleta baseado em um teste na esteira?
A prescrição de treinamento físico é um aspecto de fundamental importância na evolução do
condicionamento físico do indivíduo. Mas como prescrever um treino aeróbio na bicicleta quando
nosso cliente realizou a avaliação inicial na esteira ou na pista? A preocupação com o ergômetro
em questão é muito importante no momento da prescrição, pois na pista ou na esteira o aluno
movimentou o corpo inteiro, porém na bicicleta movimentará apenas membros inferiores.

A FC máxima na esteira é em média 10% maior que a obtida na bicicleta ergométrica, por isso, no
momento da prescrição, devemos subtrair esse valor e utilizar o resultado na fórmula de prescrição
de treinamento físico aeróbio.

FIGURA 27 – Treino em bicicleta

Fonte: Kzenon/shutterstock.com

Por exemplo, se um aluno atingiu 170 bpm como FC máxima na esteira, provavelmente atingiria
no cicloergômetro uma máxima próxima de 153 bpm. Esse valor deverá ser utilizado como FC
máxima na fórmula da FC de reserva, ou Karvonen.

FC treino aeróbio = (FC máxima atingida – FC repouso) X % intensidade + FC repouso

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No caso de ser um aluno cardiopata, devemos utilizar a faixa entre 40% e 60% da FC de reserva;
sendo um aluno sedentário, 50% a 70%; no caso de alunos condicionados, entre 60% e 80%.

TABELA 26 - Prescrição de treinamento físico

Relação entre o % de FCmáx, FCReserva e VO2máx.

% VO2máx % FCReserva % FCmáx

50 50 66

55 55 70

60 60 74

65 65 77

70 70 81

75 75 85

80 80 88

85 85 92

90 90 96

Adaptado de HOWLEY&FRANKS, 1992

Fonte: Elaborado pelo autor.

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9.3 Cuidados adicionais com a intensidade da prescrição


É de extrema importância que as recomendações sejam seguidas pelo paciente, principalmente
quando ele faz uso de betabloqueadores ou anti-hipertensivos, pois esses medicamentos alteram a
frequência cardíaca e a pressão arterial durante o teste. Outro ponto importante, quando o paciente
treina também em bicicleta, está em reduzir em 10% o valor da frequência cardíaca máxima, se o
teste ergométrico for realizado em esteira rolante, antes de aplicar a fórmula de Karvonen.

Ainda com relação à frequência cardíaca, quando a resposta ao teste for isquêmica (teste
positivo), deve-se considerar como frequência cardíaca máxima o valor registrado no estágio de
positivação para evitar que o indivíduo treine acima do limite de isquemia.

É viável e sensato que exista flexibilidade durante a aplicabilidade dessas porcentagens na


prescrição de exercício, no que se refere a condições gerais de saúde do indivíduo (cardiovascular,
muscular, osteoarticular, psicossomáticas e outras). Vale lembrar que o custo-benefício da prevenção
e da reabilitação cardiovascular deve obedecer muito mais à adesão do paciente ao programa,
conseguida pelo prazer em realizar o exercício físico.

FIGURA 28 - Exercício físico

Fonte: Monkey Business Images/ shutterstock.com

As atividades que utilizem grandes grupos musculares e que podem ser mantidas por prolongado
período de tempo de forma rítmica, como caminhada, corrida e ciclismo, são recomendadas como
exercícios mais efetivos para a melhora cardiovascular. Esse tipo de atividade pode ser realizada
por indivíduos que idealizam a prevenção (saudáveis e portadores de fatores de risco), bem como
a reabilitação cardíaca (cardiopatias no geral).

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O exercício resistido dinâmico de baixa a moderada intensidade (até 60% da contração voluntária
máxima), realizado em séries de 10 a 15 repetições, com intervalos de descanso entre elas, é
recomendado como parte complementar de um programa de prevenção e reabilitação cardiovascular.
Nessas condições, esse tipo de exercício promove melhora na resistência muscular, facilitando a
realização das tarefas diárias e trazendo maior independência, principalmente em indivíduos com
idade mais elevada. O treinamento físico com o objetivo de resistência muscular localizada é o mais
indicado para as populações especiais por causa de seu baixo risco de causar acidentes vasculares.

Também é de grande importância que os exercícios de alongamento sejam realizados no início


e no término das sessões, sempre com a orientação para que o paciente mantenha uma respiração
adequada, na tentativa de se evitar a manobra de Valsalva.

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10. CARACTERÍSTICAS DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO


CARDIOVASCULAR
O programa de condicionamento físico aplicado à prevenção primária e secundária tem como
objetivo fornecer a pessoas saudáveis e cardiopatas um programa de exercício físico regular que
vise à melhora da função cardiovascular e, consequentemente, previna o aparecimento e a evolução
de doenças cardiovasculares. Além desses, o programa possui ainda objetivos secundários que
visam à melhora da qualidade de vida de seus praticantes, como o aumento da força e da resistência
muscular periférica, o aumento da flexibilidade articular e o desenvolvimento de capacidades e
habilidades motoras, além dos aspectos afetivos e sociais.

FIGURA 29 - Reabilitação cardiovascular

Fonte: Africa Studio/ shutterstock.com

O praticante ou paciente ingressante deve inicialmente ser submetido a um teste ergoespirométrico


e uma consulta com o cardiologista, além da realização dos exames de laboratório (hemograma,
dosagem sanguínea de triglicérides, colesterol total e frações, ácido úrico, ureia, creatinina,
transaminases, glicose e eletrólitos).

Na prevenção primária e secundária da fase III, após o indivíduo realizar o teste ergométrico ou
teste cardiopulmonar, é realizada a prescrição da intensidade do exercício aeróbio.

As aulas de condicionamento físico são realizadas de forma coletiva, mas com prescrições
individualizadas. Elas são divididas em turmas com frequência semanal de duas ou três sessões.
As sessões possuem a duração de 60 minutos e são divididas em quatro partes distintas:

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a) Aquecimento (duração de 5 a 10 minutos) - exercícios envolvendo grandes grupos


musculares, realizados com intensidade progressiva.
b) Parte principal ou parte aeróbia (duração de 30 minutos) - exercício em cicloergômetro e
caminhada/corrida.
c) Ginástica localizada (duração de 15 minutos) - visa ao desenvolvimento dos objetivos
específicos.
d) Parte final (duração de 5 minutos) - exercícios de alongamento e relaxamento.

Durante o programa, os participantes são reavaliados nos primeiros três e seis meses e, por fim,
semestralmente. Essa reavaliação visa avaliar a progressão da doença e o efeito do condicionamento
físico, possibilitando a atualização da prescrição de exercício físico conforme o estado atual do aluno.

FIGURA 30 - Reabilitação cardiovascular

Fonte: Monkey Business Images/ shutterstock.com

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11. TREINAMENTO RESISTIDO PARA POPULAÇÕES ESPECIAIS


O treinamento resistido (TR) pode e deve ser utilizado com cardiopatas, pois promove ganhos
de força e massa muscular.

QUADRO 9 - Exercício resistido

Termo utilizado na área da saúde.

Outros nomes: exercício com pesos, exercício localizado, exercício de resistência muscular localizada
ou musculação.

Conceito: tipo de exercício no qual a contração muscular é realizada por um determinado segmento
corporal contra uma força que se opõe ao movimento, ou seja, contra uma resistência.

Podem ser realizadas séries separadas por intervalos com duração variada.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Muitos programas de reabilitação cardíaca combinam o treinamento aeróbio e o resistido para


um condicionamento cardiovascular e musculoesquelético completo. Um método muito utilizado
para o componente da resistência muscular localizada é o treino em circuito com pesos ou até
mesmo em aparelhos.

FIGURA 31 – Circuito de musculação

Fonte: http://guiadamusculacao.com.br/wp-content/uploads/2012/08/circuito.jpg.

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Com relação ao treinamento físico no início do programa, ou seja, quando o aluno se encontra
ainda sedentário, é de fundamental importância realizar um período inicial de adaptação muscular,
a qual pode ser realizada com a execução de exercícios utilizando pesos e caneleiras.

FIGURA 32 – Circuito de treinamento físico

Por Microgen / shutterstock

A seguir, apresentamos alguns exemplos de exercícios de ginástica muscular localizada que


podem ser realizados antes da utilização dos aparelhos na sala de musculação. Esse período de
adaptação muscular pode durar entre duas e três semanas no início do programa de condicionamento
físico. Além disso, a utilização de pesos e caneleiras também sempre poderá ser feita nos meses
seguintes, alternando com os aparelhos de musculação.

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FIGURA 33 – Prescrição de exercício físico 1


Nome:

Período:

Fonte: Bloise (2006).

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FIGURA 34 – Prescrição de exercício físico 2

Fonte: Bloise (2006).

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FIGURA 35 – Prescrição de exercício físico 3

Fonte: Bloise (2006).

Após o treino aeróbio, a recomendação é organizar o ambiente em forma de circuito com


alternância dos grupos musculares. Ou seja, selecione para as duas ou três primeiras estações no
circuito aparelhos que utilizem predominantemente os grupos musculares de membros superiores.
Após estas, selecione dois ou três aparelhos para exercitar a musculatura do tronco, e, em seguida,
determine mais duas ou três estações para exercitar predominantemente os grupos musculares
de membros inferiores.

Prescreva o treinamento para os alunos de forma que treinem entre 50% e 70% de uma repetição
máxima, com 15 a 20 repetições em cada aparelho e intervalo de pausa entre 30 e 60 segundos,
dependendo do nível de recuperação de cada um. O objetivo principal desse treinamento físico é a
resistência muscular localizada, ou seja, cargas moderadas com um maior número de repetições.

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Esse tipo de treino é o mais recomendado para os hipertensos e cardiopatas. Dessa forma, o
aluno obterá uma queda significativa da pressão arterial pós-treino, principalmente os hipertensos.
Cronicamente, haverá tanto diminuição da pressão arterial nesses alunos quanto manutenção nas
pessoas normotensas. Essa queda na pressão arterial pós-treino pode ser devido a diminuição no
débito cardíaco ou diminuição na resistência vascular periférica, pois a fórmula da pressão arterial
é a seguinte:

PA = DC X RVP

PA = pressão arterial

DC = débito cardíaco

RVP = resistência vascular periférica

Um aspecto importante que deve ser considerado na prescrição de treinamento físico é a


temperatura do ambiente em que o aluno treinará. Se estiver quente, ocorre uma vasodilatação,
ou seja, no mecanismo de termorregulação, para o corpo perder calor, os vasos dilatam-se. Com
isso, ocorre elevação significativa da frequência cardíaca e queda da pressão arterial em repouso.
É de fundamental importância observar esse aspecto no repouso e durante o treinamento físico.

Realizar o treinamento em um ambiente quente, ou seja, com temperaturas muito acima de 23


graus, promove taquicardia (elevação da frequência cardíaca) e prejudica o desempenho do aluno.
Isso se aplica no ambiente terrestre (esteira, pista, ciclismo) e também no meio líquido (natação
e hidroginástica). O ideal é que a temperatura fique sempre por volta dos 22 a 23 graus. Dessa
maneira, evitam-se também grandes elevações no duplo produto, preservando a integridade do
aluno e prevenindo até, em certas situações, riscos de acidentes vasculares.

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No caso do treinamento físico com o objetivo de força ou hipertrofia muscular ocorre uma
grande elevação da pressão arterial sistólica e diastólica. É muito comum nesses tipos de treino
(caracterizados por cargas elevadas e poucas repetições), além de uma elevação do débito
cardíaco, os valores pressóricos ultrapassarem 180/104 mmHg, que são os limites de segurança
durante a realização do treinamento resistido e também do treino aeróbio. Esse tipo de treino deve
preferencialmente ser realizado por pessoas saudáveis.

O duplo produto, que é o produto da pressão arterial sistólica pela frequência cardíaca é uma
variável que pode ser utilizada para quantificar o trabalho do miocárdio. Ele é calculado pela seguinte
fórmula:

DP = PAS X FC

DP = duplo produto

PAS = pressão arterial sistólica

FC = frequência cardíaca

No caso da ginástica muscular localizada, recomenda-se a utilização de pesos e caneleiras com


cargas moderadas, provendo dessa forma uma elevação segura da frequência cardíaca e da pressão
arterial durante a realização dos exercícios. Geralmente, a pressão arterial sistólica eleva-se em
média 40 mmHg durante esse tipo de treino e também no treino aeróbio, ou seja, não há grandes
elevações no duplo produto. Em algumas situações, o treino aeróbio pode promover elevações de
até 60 mmHg na pressão arterial sistólica.

É importante lembrar que, para uma pessoa ser considerada normotensa, os valores de pressão
arterial devem estar abaixo de 130/85 mmHg. Existem ainda pessoas que apresentam hipertensão
arterial sistólica, ou seja, apenas a PAS encontra-se elevada, por exemplo: 150/70 mmHg. Atualmente,
a pessoa é considera hipertensa quando sua pressão em repouso está igual ou acima de 140/90
mmHg.

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O treinamento resistido promove no miocárdio:

1. diminuição da frequência cardíaca de repouso;


2. diminuição da frequência cardíaca em cargas submáximas;
3. diminuição da pressão arterial em repouso;
4. diminuição da pressão arterial em cargas submáximas;
5. diminuição do duplo produto em repouso;
6. diminuição do duplo produto em cargas submáximas;
7. hipertrofia excêntrica do miocárdio, principalmente do ventrículo esquerdo;
8. aumento do volume diastólico final;
9. diminuição do volume sistólico final;
10. aumento do volume sistólico.

Após um período de seis meses aproximadamente, pode-se esperar que ocorra uma diminuição
da dosagem dos medicamentos, devido a uma queda na pressão arterial e na frequência cardíaca,
ou seja, diminuição no duplo produto. É esperada também uma elevação no consumo máximo de
oxigênio devido provavelmente a uma elevação no débito cardíaco máximo e uma maior diferença
arteriovenosa no esforço máximo.

VO2 máximo = DC (débito cardíaco) X diferença arteriovenosa de oxigênio

Principais benefícios do treino aeróbio e resistido nas populações especiais:

• Diminuição da frequência cardíaca em repouso e em cargas submáximas.


• Diminuição da pressão arterial em repouso e em cargas submáximas.
• Melhora do equilíbrio estático e dinâmico.
• Melhora da tolerância a estressores ortostáticos (mudança de posição do corpo: deitado,
sentado e em pé).
• Aumento da capacidade aeróbia máxima, ou seja, do consumo máximo de oxigênio.
• Aumento da densidade óssea.
• Aumento do armazenamento do glicogênio muscular, propiciando um rendimento muito maior
na prática da atividade física.
• Aumento da sensibilidade à insulina, diminuindo a dosagem dos medicamentos da diabetes
mellitus.
• Aumento da amplitude de movimentos, facilitando caminhada, corrida e outros movimentos
da prática da atividade física.

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• Aumento da área da fibra muscular e da massa muscular total, propiciando ganho de força
muscular para as atividades diárias.
• Aumento da força, da resistência e da potência muscular.
• Aumento da taxa de síntese proteica miofibrilar, propiciando hipertrofia muscular.
• Aumento da capacidade de enzimas oxidativas, favorecendo o metabolismo aeróbio e dos
lipídios.
• Aumento do gasto total de energia, favorecendo o metabolismo dos lipídios e, consequentemente,
o emagrecimento.
• Diminuição do quociente respiratório em repouso e em cargas submáximas, ocorrendo o
predomínio dos lipídios.
• Diminuição da massa de tecido adiposo total.
• Diminuição da isquemia induzida pelo exercício aeróbio, ou seja, aumento do limiar de angina
(aumento da frequência cardíaca de positivação).
• Melhora na composição corporal, diminuindo a massa de gordura e aumentando a massa
magra.
• Melhora no metabolismo de glicose.
• Melhora nos níveis dos lipídios séricos (aumentando os níveis do HDL e diminuindo os de LDL),
diminuindo os fatores de risco para as doenças coronarianas.
• Diminuição na pressão arterial sistólica e diastólica em repouso e em cargas submáximas.
• Diminuição do duplo produto em repouso e em cargas submáximas.

A seguir, apresentamos um exemplo de planilha de treinamento resistido para um aluno que já


realiza o condicionamento físico há três meses. No exemplo, optamos por realizar o treinamento
físico com alternância dos grupos musculares entre os dias da semana.

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TABELA 27 – Prescrição de exercício físico 4

SEG/QUA/SEX

APARELHO SÉRIES REP CARGA(kg)

SUPINO 3 12 30

PULLEY FRENTE 3 12 30

ABDUÇÃO 3 12 50

ADUÇÃO 3 12 50

TRÍCEPS/PULLEY 3 12 30

MESA FLEXORA 3 12 17

CADEIRA EXTENSORA 3 12 20

Fonte: Elaborado pelo autor.

TABELA 28 – Prescrição de exercício físico 5

TER/QUI

APARELHO SÉRIES REP CARGA(kg)

TER/QUI

APARELHO SÉRIES REP CARGA(kg)

PECK DECK 3 12 30

REMADA CURVADA 3 12 30

AGACHAMENTO 3 12 50

ELEVAÇÃO LATERAL 3 12 4

ROSCA DIRETA 3 12 20

GÊMEOS (EM PÉ) 3 12 35

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Durante o exercício isométrico, por exemplo, no treinamento físico em musculação, a ação


mecânica da musculatura promove o aumento da pressão intramuscular e comprime os vasos
arteriais dentro do músculo ativo. A partir de 15% de uma repetição máxima, já é possível verificar
impedimento progressivo do fluxo sanguíneo muscular; em intensidades superiores a 70% de 1 RM,
ocorre a oclusão vascular completa.

No final das sessões de condicionamento físico, torna-se de fundamental importância para


a recuperação do nosso aluno a realização dos alongamentos. A seguir, apresentamos algumas
sugestões:

FIGURA 36 – Prescrição de exercício físico 6

Fonte: Elaborado pelo autor.

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É importante ressaltar que, em intensidades elevadas de treinamento físico, ou seja, acima de


70% de 1 RM, a saída do local ativo dos metabólitos produzidos pelo exercício (lactato, hidrogênio,
fosfato, adenosina, potássio, entre outros) é impedida, fazendo-os acumular-se no músculo. Isso
estimula os quimiorreceptores musculares e resulta no aumento da atividade nervosa simpática,
levando ao aumento da frequência cardíaca e da contratilidade do coração, ou seja, ocasionando
um grande aumento da pressão arterial.

FIGURA 37 – Resposta da pressão arterial ao exercício

Fonte: Elaborado pelo autor.

É importante também ressaltar que os exercícios resistidos realizados em várias séries consecutivas
intercaladas por períodos de pausas são utilizados normalmente entre os praticantes de musculação.
Contudo, em pessoas com doenças cardiovasculares, como cardiopatas e hipertensos, a pausa
curta não permite uma recuperação completa da pressão arterial sistólica, fazendo com que seu
acréscimo nas séries subsequentes seja ainda maior.

As respostas cardiovasculares agudas ao exercício resistido diferem daquelas obtidas pelo


exercício aeróbio. Em específico, o exercício resistido intenso provoca uma resposta pressórica que
envolve somente aumentos moderados na frequência cardíaca e no débito cardíaco em relação
ao exercício aeróbio, mas uma maior elevação na pressão arterial sistólica e diastólica. Muitas
vezes, podemos observar valores acima de 300 mmHg na pressão arterial sistólica e próxima de
250 mmHg na diastólica.

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Em certas ocasiões, muitos alunos hipertensos ficam preocupados em realizar um treinamento


físico na musculação por medo de precipitarem um evento cardiovascular ou de exercerem uma
demanda excessiva sobre o miocárdio. Tais preocupações surgem principalmente como resultado
de uma resposta pressórica acentuada provocada durante uma sessão aguda de exercício resistido
intenso.

FIGURA 38 –Resposta pressórica no exercício

Resposta pressórica
no exercício
200

180

160

140

120

100

80
100 95 90 85 80 75 70 (%CVM)

Fonte: Elaborado pelo autor.

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No gráfico da figura 38, podemos observar as curvas da pressão arterial sistólica e diastólica
durante uma sessão de exercícios resistidos. Geralmente, quando o aluno realiza um exercício no
aparelho de musculação e sua carga está próxima de 80% da sua contração voluntária máxima
(CVM), ele consegue realizar aproximadamente seis a oito repetições. Nessa intensidade elevada,
ocorre o maior pico pressórico no treinamento físico na musculação, pois a carga é intensa e o
aluno consegue realizar um número razoável de repetições. Devido a isso, não devemos realizar
esse tipo de treino com alunos hipertensos e cardiopatas (populações especiais).

Podemos observar pelo mesmo gráfico que, quando o aluno realiza o treino em uma intensidade
por volta de 70% de sua contração voluntária máxima, o aumento da pressão arterial sistólica e
diastólica é menor, gerando maior segurança no treino aos alunos hipertensos. Nesse caso, a
intensidade é menor, e o aluno consegue realizar um número maior de repetições (12 a 15). Esse
tipo de treinamento resistido poderia ser mais indicado para essas populações. Contudo, podemos
concluir que, se o aluno treinar em aproximadamente 60% de sua contração voluntária máxima
(essa intensidade não aparece no gráfico), o aumento pressórico será menor ainda, favorecendo a
indicação para os hipertensos e cardiopatas.

É importante ressaltar que exercícios realizados em intensidades acima de 70% da contração


voluntária máxima provocam a manobra de Valsalva. Esse fenômeno ocasiona uma grande solicitação
e agressão ao sistema cardiovascular do aluno.

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FIGURA 39 – Pressão do pulso aórtica

80

Tensão
60
Pulso de pressão aórtica

Fase I
(mmHg)

40

Fase III
Fase II Fase IV
20

0
20 40 60
Número de
lla llb batimentos

Fonte: http://3.bp.blogspot.com/-kTbGILEd4Cc/UXHTubEt0HI/AAAAAAAAAS0/9sZiq5YsrR0/s320/F1.large.jpg.

CURIOSIDADE

A manobra de Valsalva, amplamente difundida, é realizada ao se exalar (emitir ou lançar fora de si)
forçadamente o ar contra os lábios fechados e o nariz tapado, forçando o ar em direção ao ouvido
médio se a tuba auditiva estiver aberta. Essa manobra aumenta a pressão intratorácica, diminui
o retorno venoso ao coração e aumenta a pressão arterial, além de evidenciar sopros e hérnias
abdominais.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Manobra_de_Valsalva, acesso em: 16 out.2017.

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TABELA 29 – Comparação da pressão sistólica e diastólica durante o exercício

Comparação das pressões sistólica e diastólica


durante um exercício com os braços e com as
pernas para percentuais semelhantes do
consumo máximo de oxigênio

Pressão sistólica Pressão diastólica


(mm Hg) (mm Hg)

Percentual
do VO/máx Braços Pernas Braços Pernas

25 150 132 90 70
40 165 138 93 71
50 175 144 96 73
75 205 160 103 75

Fonte: Mcardle; Katch, Katch (2011).

Pela tabela 29, podemos observar que os exercícios físicos realizados com os braços produzem
elevações pressóricas maiores que aqueles realizados com as pernas. Isso ocorre devido a os
braços possuírem uma massa muscular menor quando comparados com as pernas e, com isso, a
solicitação ao esforço torna-se maior, causando elevações maiores.

De acordo com o que vimos, podemos concluir que o treinamento resistido realizado com
intensidade média de 60% de 1RM é o mais recomendado e seguro para nossos alunos, pois
certamente se assemelha mais a suas atividades diárias próximas dessa intensidade.

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FIGURA 40 – Levantamento de peso

Fonte: Petrenko Andriy/Shutterstock.

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CONCLUSÕES
Pelo que vimos, podemos concluir que o treinamento resistido é uma ferramenta útil e segura para
nossos alunos cardiopatas e hipertensos, enfim, aqueles que fazem parte do grupo de populações
especiais.

O profissional da área da saúde deve realizar inicialmente umaavaliação ergométrica ou


ergoespirométrica para conhecer o perfil cardiorrespiratório e metabólico do aluno, além do
comportamento elétrico do seu coração frente ao esforço físico. A partir dessa avaliação física
inicial, devemos prescrever o treinamento físico aeróbio e o resistido.

No caso do treinamento físico na musculação, o recomendado é a realização da prescrição com


objetivo de resistência muscular localizada, ou seja, um maior número de repetições com cargas
moderadas, respeitando as pausas entre as séries e monitorando a pressão arterial dos nossos
alunos, principalmente nas primeiras aulas e sempre que ocorrer um incremento de carga no treino.

Dessa forma, podemos trabalhar com esses alunos de uma forma segura e eficiente, observando
sua melhora na condição física gradativamente.

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GLOSSÁRIO

Anti-hipertensivo: Classe de fármacos utilizados no tratamento da hipertensão. A atuação dos


medicamentos na pressão arterial ocorre por seus efeitos sob a resistência periférica e/ou o débito
cardíaco. Isso pode ser feito por aqueles que inibem a contratilidade do miocárdio ou reduzem a
pressão do ventrículo do coração (fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Anti-hipertensivo).

Contratilidade: Particularidade que possuem algumas células, geralmente aquelas musculares,


de diminuir suas dimensões quando estimuladas (fonte: https://www.dicio.com.br/contratilidade/).

Dispneia: Também chamada de falta de ar, é um sintoma no qual a pessoa tem desconforto
para respirar, normalmente com a sensação de respiração incompleta (fonte: https://pt.wikipedia.
org/wiki/Dispneia).

Isquemia: Falta de fornecimento sanguíneo para um tecido orgânico devido a obstrução causada
por um trombo, seja ele formado por placas gordurosas ou por coágulos sanguíneos (fonte: https://
pt.wikipedia.org/wiki/Isquemia);

Metabólito: Termo utilizado em farmacologia e bioquímica, em especial na farmacocinética, para


um produto do metabolismo de uma determinada molécula ou substância (fonte:https://pt.wikipedia.
org/wiki/Metab%C3%B3lito).

Quimiorreceptor: Que ou o que é sensível a estimulações químicas; quimioceptor (fonte: https://


www.dicio.com.br/quimiorreceptor/).

Pneumotacógrafo: Aparelho destinado a medir a velocidade do ar respirado. Fonte:https://www.


infopedia.pt/dicionarios/termos-medicos/pneumotacógrafo.

Prognóstico: Em Medicina, é conhecimento ou juízo antecipado, prévio, feito pelo médico, baseado
necessariamente no diagnóstico médico e nas possibilidades terapêuticas, segundo o estado da
arte, acerca da duração, da evolução e do eventual termo de uma doença ou quadro clínico sob seu
cuidado ou orientação. É predição médica de como doença x paciente irá evoluir e se há e quais
são as chances de cura (fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Progn%C3%B3stico).

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Transdutor: Na definição mais geral, um transdutor é um dispositivo que é capaz de converter


um tipo de energia de entrada em outro de saída. Porém uma definição mais restrita é de que é um
dispositivo que transforma um tipo de energia em outro, utilizando para isso um elemento sensor.
Por exemplo, o sensor pode traduzir informação não elétrica (velocidade, posição, temperatura, pH)
em informação elétrica (corrente, tensão, resistência). Um tipo curioso de transdutor é elaborado
a partir de cristais denominados cristais piezoelétricos. Estes convertem energia mecânica em
energia elétrica (fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Transdutor).

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BIBLIOGRAFIA

AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE (ACSM). Manual de pesquisa das Diretrizes do ACSM
para os testes de esforço e sua prescrição. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

ANDERSEN, P.; SALTIN, B. Maximal perfusion of skeletal muscle in man. Journal of Physiology,
London, v. 366, p. 233-49, 1985.

BALKE, B; WARE, R. W. An experimental study of “Physical Fitness” of air force personnel. United
States Armed Forces Medical Journal, v. 10, n. 6, p. 10:675-88, 1959.

BLOISE, Danielle Maziotti. Ginástica localizada: 1000 exercícios com acessórios. Rio de Janeiro:
Sprint, 2006.

BOOTH, F.W. Effects of endurance exercise on cytochrome c turnover in skeletal muscle. Annals of
the New York Academy of Sciences, v. 301, p. 431-9, 1977.

BUCHFUHRER, M. J. et al. Optimizing the exercise protocol for cardiopulmonary assessment. Journal
of Applied Physiology, v. 55, n. 5, p. 1558-64, 1983.

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