Você está na página 1de 94

1Q Turno f1.1 rco 4".1.

O SR. PRESIDENTE-,Srs. Deputados. Estão reaberto os trabalhos

da Sessão Permanente.
77
Desejo comunicar, nesta primeira oportunidade,que4

durante a manha de hoje, ficou resolvido que viajaria Drasí


vautiamA
lia uma grande Comissão de composta de Deputados de

todos os Partidos políticos, demonstrando a nossa união de pon

tosede-vista na defesa intransigente da Constituição e da lega-

lidade democrijtica em nossa Pjtria. A grande Comissão de Depu-

tados viajou para Braselia tamlegn com o sentido de prestar um

depoimento Perante o Congresso Nacional que, neste instante, se

reune em Brasilia sob a coage° e a trucul;eicia dal Chefes Mili-

tares que traem a consciencia cívica do povo brasileiro. tstes

homens,que estão mergulhando a Nação no obscurantismo de perse-

guiçGes e de violencias, um dia haverão de pagar pelos seus AtV

crimes contra a Constituiçao, contra o povo e contra as liberda

des individuais. Aguardamos, a todo o inEtante, notícias da Ca

pital Federal que nos deem #1, informaçoes 4 sobre o desenvolvi

mento da missão dos Deputados rio-grandenses.

Desejo plmi ainda informar 'a I casa que, dentre as cen-

tenas e centenas de manifestaçoes de solidariedade a atitude da

Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, que mais do que 01

nunca esta em vigília por estes princípios e por á'rstes postula-

dos, manifestaçOes que tem sido permanente, de todos os setores


1Q Turno: f1.2 marcon

toift
"
da opinião pUblica, dentre elas, repito, desejo registrar a pre

sença em nosso Gabinete do Pastor Cari Gothschold, Presidente

da Igreja Evangglica do Rio Grande do Sul e do Sínodo Rio-Gran-

dense.
vjra/beatriz 0.8.1961
Turno n2 2 fl 1

Veio esse religioso trazer, -bambem, a sua solidariedade, a solilda—

riedade de totkiã os fieis de seu edo religioso, atitude firme


fr
e decidida da llssembleia Legislativa do nosso Estado, que se coloca
intransigentS
4›,
na posiçao que, alias, lhe competia: na defesa/dos principios e dos

postulados constitucionais e da democracia brasileira.

Prosseguindo na leitura de tais manifestaçoes de apoio, o sr. Se—


_
crOtj.rio convidado, nobre Deputado Onil Xavier', vai divulgar os tex—

tos das aludidas mensagens, que, ja em numero crescidissimo, formam

um impressionante documentario da alta consciencia civica do povo

rio—grandense. (Palmas)

O 3R. SECRETÁRIO — (11:)


Sao Leopoldo, 29 de agosto de 1961.

Exigo. Sr.

Dr. Leonel de Moura Brizola

DD. Governador do Estr)do do Rio Grande do Sul

Perto Alegre

MMTPESTO TiO3 IRMOS PAULIST\S DE TODO O UASIL

Os paulistas desta terra de Sao Leopoldo onde a "Tradição e a

alma de um povo" lançam um brado de alerta aos irmãos da ter-

ra quatrocentona em forma deste manifesto, palanque de gletia

na historia do futuro.

14) Os Gauchos com seu brio e fibras simbolica dos Farrapos de

113511 2 mostram hoje que permanece viva e vibrante a luta

pela defesa da ordem e da Constituinte.

2Q) Paulistas que somos de origem e cultuamos tambem que :irá

(-)Ti 7iver como escratos" aderiio@ja es-

ta causa nobre e histerica.

3Q) Paulistris e Gaáchos unidos concitam a ves iniãos Centen-

rios a se unirem pela defesa da Constituinte.

4Q) III Exercito e Ferças ''sereas conosco solidarizaram um exem-

plo de proiwido patriotismo.

5Q) Lutai Paulistas pela liberdade, e a liberd:tde s e pode ser

conseguida pela posse de João Goulart, ,:ara apurarmos se

Janio Quadros renunciou ou foi deposto.


2

Paulistas : Heroicos de nascimento, bravos por natureza segui

o exemplo do grande Pais Leme e lutai pela liberdade do Brasil

contra o Golpe dos traidores.

Pelo Contigente Pai listas sediados em Sao Leopoldo, Caixa

Postal, 53, assinam-se:

Caetano Miguel Sagula

Germano Argente

ingelo Capalbo Filho

Saverio de Andrade Lima


turno n 2 4 fia 1 trigo- isolda 30.8.61

O SR. PRESIDENTE - São constantes as manifestaçges de todos os recan

tos do Estado à Assembleia Legislativa. Reitero os agradecimentos. A

cada instante chegam novos despachos, novas exterioraçOes que muito4

sensibilizam os Srs.Deputados.

Vou conceder a palavra ao nobre Deputado Mariano Beck.

SR.RÀULO COUTO - Sr. Presidente e V.Exa. permitir, lerei dois o-

fícios recebidos.

SR.PRESIDENTE - Perfeitamente, nobre Deputado, enquanto não chegar

ai
o orador a quem concedi a palavra, que l tenho certeza,/encontrai na Casa.

SR.PAULO COUTO - Agradeço a generosidade do eminente Presidente des-

ta Casa que me dá oportunidade de ler mensagen4 partidas do Município

de São Leopoldo. Agora, lerei dois ofícios, aguardando uma nova opor-

tunidade para a leitura dos demaisl pois que a população de São Leopoldo

está tôda mobilizada pela causa da legalidade e da legitimidade. Não

há ninguém naquele Município e em seus arredores que esteja indiferen-

te ao problema que o Rio Grande do Sul e a Nação estão enfrentado. As-

sim que;temos certeza , a mobilização espiritual será só espiritual se,

espiritualmente, fôr resolvido o problema ; do contrário, o povo da Re

gião do Vale do Rio dos Sinos emoímiéseseemessempamis


Urno n2 5 fel Hayd4e
0 s)t
está disposto a acompanhar a grande campanha oek legalidade, tao

necessária à tranqüilidade do povo brasileiro.

Vou ler aqui'ntas duas mensagens que me foram

entregues hoje pela manha. Foram endereçadas ao eminente Governador do

Estado, Dr. Leonel Brizola.

(Lêt
TI
Of. n 4/61 - Patrão

São Leopoldo, 29 de agasto de 1961

Exmo. Sr.

Dr. Leonel de Moura Brizola

DD. Governador do Estado

Pôrto Alegre

O Centro de TradiçOes Gadchas "TIO LAUTERIO", pela sua Diretoria

o Conselho de Vaqueanos, apOs tomar conhecimento atravis da cadeia de Emisso

ras da "LEGALIDADE", do vandalismo praticado pela policia do Estado da Guana-

. -
bara. kipr determanaçoes do Seu Governador, de farejar a Procuradoria do Rio

Grande do Sul naquele Estado, coloca-s e ao inteiro dispor de V. Exa para to

mar qualquer posição que vos julgar necessãrio • determinar, em represa.lia a

tão grave ato de falta de responsabilidade.

Reiterando a V. Exa. nossa irrestrita solidariedade à causa da

Legalidade e do Regime Constitucional, despedimo-nos com nosso lema:

"TRADIÇA0 ALMA DE UM POVO"

(a.) Aquici A. Georg

Romeo Rodrigues Pereira


FONOGRAMA

DEP. HELIO CARIOMAGNO DD PRESIDENTE


ASSEMBLEIA LEGISLATIVA PALEGRE

GIRUA SM 68 74 28. 1600hs

A CAMARA MUNICIPAL DE VEREADORES REUNIDA EM SESSÃO PERMANENTE


DESTA FASE DIFICII PORQUE PASSAMOS VEM TRAZER A V. EXCIA. AMAIS
IRRESTRITA SOLIDARIEDADE DO POVO GIRUAENSE FACE ATITUDE ASSUMIDA
EM DEFESA NOSSAS MAIS SAGRADAS INSTITUIÇOES DEMOCRATICAS VG SEM
CUJO PRESERVAÇIO TORNARIAMOS NOS CIDADÃOS SEM LIBERDADE
CONDENADOS A UMA SOBREVIVENCIA SEM DIGNIDADE E SEM RAZÃO DE SER PP.

DORIVAL DE MELLO PRESIDENTE

ER/
Turno 6 f1.1 clea 30.8.61

(Apás leitura) ç>


Sr. Presidente, nobres _eputados. Estas mensagens simples represen-

tara a grandeza da alma do povo gaucho por uma causa tio nobre como

esta que estamos enfrentando,e quero deixar, aqui, o meu reparo ao

ambiente de terror que este reinando no Estado da Guanabara, onde

est; a figura teratolágica que, por um acidente, foi eleita Governa-

dor daquele infortunado pedaço do Brasil (Risos). Eu sO posso classi

ficatmlo como nfigura teratolágica", porque o procedimento do Sr. Car-

los Lacerda simplesmente alarmante, e a prova de que os belmtietatic

alucinados ainda no estio recolhidos todos ao manicomioiRisos)

(Manifestação das galerias)

A
le devia estar em camisa de força,para a segurança da coletividade,

,
nao a frente do Poder Executivo do Estado da Belacap, que e a cida

de do Rio de Janeiro.

wstero, assim, deixar o mau protesto contra o vandalis

mo do Sr. Carlos Lacerda, que nao sO detem os estudantes como -bambem

este se viciando em encarcerar mulheres, líderes opererios e humildes

trabalhadores, em cadeias devidamente preparadas pela sua alma negra


e tragica. kL:ntendo, Sr. Presidenta, que 1.-L'o podemos recuar, nao pode

mos transigir; temos que lutar pela salvaçao do Brasil e pela limpeza.

A
O Sr. Janio ,
tuadros inicidu o processo da vassoura e nos vamos come-

çar o processo da lavagem(Palmas), vamos lavar o brasil.

(Manifestação das galerias)


Turno 6 f1.2 clea 30.8.61

Sr. Presidente, nobres Deputados. Êste e o reparo

que eu faço, este e o meu protesto veemente contra a figura peri

gosa, temível emOMMEMla


Turno n° 7 F1.1 Annita 30-8-1961
,...----

- fadado a praticar os maiores desatinos aqui na nossa terra

IPP(
ainda pretende esse indivíduo candidatar-se à Presidência da Re-

públical... Isto rio 4 possível. O povo brasileiro j4 alcançou

a sua maturidade. Se ele foi eleito no Estado da Guanabara, foi

um erro do povo e 4 um erro que este povo pede praticar, porque

este povo foi enganado no pressuposto de que ele, assumindo a

responsabilidade do cargo executivo, fesse realizar no Governo a

quilo que êle dizia que representava, que era o direito e a libar

dade. Hoje o povo da Guanabara está pagando o preço do seu erro,

mas se Deus quiser, dentro de 8 dias, a bandeira da liberdade, a

Bandeira do Brasil voltará a tremular em todos os odus da Rep4bli

ca. (Palmas). (119iscurso nac.! revisto pelo oraL,or).


Turno n° 7 F1.2 Annita 30-£-1.961
,>------
71)

O Sll.PSIDENTE (Alciees Costa) - A semuir, com a paliV o pri-

meiro orador inscrito, o nobre Deputado Yçriano 'Socks (Pausa) A-

chando-se ausente J.Exa., Com a palavra o nobre Deputado Cândido

horberto, por troca de tempo com o nobre Deputado Athayde Pacheco.

O SR.n/bIDIDO LOUBERTO - Sr.Presidente, rLalmente, quero agradecer,

de inicio, ao Deputudo Athayde Pacheco por ter concordado em alte-

rar a ordem de inscriçao. r4uero, efetiveüàente, me adiantar, Sr.

Presidente, para poder depois me afastar desta Casa, para atender

e contornar os problemas de família. Ao assumir a tribuna, Sr.Pre

sidente, mais uma vez, nesta fase agitada e especialmente, confusa

da vida brasileira, quero, ainda que de maneira breve, no apenas

ratificar uma posiao le balista, uma posiçao de absoluta fidelida-

de à CoastituiçZo, mas quero, especialmente, na medida de minhas

possibilidades, alinhar algumas das razoes que explicam a meu ver,

este crescente movimento popular em defesa da Constituiçao.


8° Turno f1.1 kuacy 30-8-61

Cumpre-me,desde logo,registrar,com sa-

tisfação,o ver o povo nas ruas inalmente,defendendo a Constituiçao. Pela

primeira vez registre,destaco,pela primeira vez,Sr.Presidente,vejo,realmen-

te,o povo nas ruas,defendendo a Constituição. E , o asnecto mais positivo,

a meu ver,desta campanha. Reflete maturidade nolltica,reflete e melhor en-

tendimento pepular em time da importância da vida sob uma Constituiçao que,

ae menos,de ponte de vista estritamente político - e tal e e case da nossa-

seja uma Constituição democrática.

0 nesses País,com efeito,durante largo período foi um indigente em

matéria de respeito às franquias democráticas,aos direitos dos cidadãos

Atravessamos fases negras,Sr.Presidente,vivemos nos subterrâneos da ditadu-

ra;suportamos repetidos golpes centra 4overnantes legitimamente eleitos e,

muitas v&zes,assistimos golpes,os mais dures,os mais injustificáveis, de

braços cruzados,sem um gesto de reaçao l sem uma palavra de protesto. Agora

já não há mais lugar,tudo indica,para isso. Ao primeiro indício de que se

-
procura derrubar a Constituiças,e povo ganha as ruas e protestai e luta

até,se necessário fir. Eis,como disse,a meu ver,e aspecto mais positivo

-
do grande moviment• de opiniao que estames assistidoi e &:7' qual estamos

participando,mevimento,0r.Presidente,oue desejamos que cresçg l que se am-

plie,oue ganhe cada vez maior impulso,nevas fôrças,que não se ass


mummosms
Turno n°9 f1.1 Helena 30-8-61

limite, Sr. Presidente, a reivindicar, apenas, o cumprimento de um

artigo da Constituiçao.

Tenho dito por esta Tribuna l mais de uma vez e quero rape

di
tir, ainda hoje, que o movimento nao sy contêm à aplicaçao rigoro-

sa,que se impoe que seja, de apenas um artigo da Constituiçao, mas

que cuida de fazer com que todos os artigos da mesma, cue interes-

sam ao povoptambém,sejam levados à prática.

De passagem, recordo, Sr. Fresidentel vários dispositi -

vos da Constituiçao até hoje dependentes de regulamentaçao, sem -mie

isto houvesse sido feito. Sôbre a nossa Constituiçao tem-sedOdi-

to muito, de que ela precisa ser modificada, para que o bem público

possa ser realizado.

Embora admita que alguns e poucos comportem numa altera-

çao, numa modificaçao, acredito, firmemente, que, no seu conjunto, a

Constituiçao de 1946 é ótima, é excelente, serve-nos e pode ser ins

frumento, ainda, de grandes melhorias nas condiçoes de vida do povo

brasileiro.

Por isto penso que, a nossa Constituiçao de 1946, a qual

agora estamosdlffendendo, já houvesse sido, realmente, cumprida l co-

mo se impoe que seja, teríamos bakt uma Naçao mais próspera, um po


I\
vo mais trancuilo e mais feliz. tste é um ponto-de-vista pacífico

e penso nua no existem muitas objeçoes a serem lançadas contra

7.qtpagNioede -vista.
/ Turno n°9 f1.2 Helena 3O--6i

Há muito, ainda, na Constituiçao de 1946, que estamos de-

„rif ,,fendendo, para ser transformado em realidade que se contem em prin-

cipios, em normas de aço para os que detem o poder político e que,

no obstante, ate agora, tem sido esquecido, tem sido silenciado.

Algunl poderia.° dizer, Sr. Presidente, já tenho escutado

estas manifestaçoes, que o momento talvez nao seja para considera-

çoes desta ordem. O que nos cumpre fazer, agora, é dizer apenas

que exigimos o cumprimento da Constituiçao e que se de` posse 00


Turno no.10 - f1.1 Alice 3o.8.196

ao Vice-Presiden-te, sucessor legitimo do Presidente que re-

nunciou. Eu penso que léste ponto e realmente importante e

que se tornou mesmo o centro vital de nossas atividades, por__

que o seu não cumprimento implicaria num golpe de terríveis

conseoftências para a maneire de viver do povo brasileiro, pa

ra a estrutura democrática do nosso


.1ais. Mas entendo, in -

sista, reitero que também se deve aproveitar esta hora em que

o povo está atento para a Constituição para cuidar de outros

aspectos, especialmente para ,dentro das possibilidades de ca-

da Deputado,- e as minhas, neste particular, são limitadíssi-

mas - cuidar de explicar, de interpretar o que e legalidade,

salientando que não é apenas a posse dos eleitos, embora a

posse dos eleitos reflita legalidade'num pais democrático.

Legalidade é muito mais. Legalidade é governo limpo,

é govérno correto, é govérno que trate bem da coisa pública,

é govérno que cuide realmente dos seus deveres, é govérno cui

dando de promover o bem estar da coletividade, é gove'rno in-

teiramente dedicado à causa pública, ao povo, porque sabemos

e é acaciano estar repetindo isto, mas parece que importa a-

gora, porque sabemos, porque conhecemos, porque temos vivido

dentro de uma legalidade comprometida por mais de uma vez,

de uma legalidade meramente formal, de uma legalidade que e-

xiste apenas na aparência, na fachada, uma legalidade mal u-

sada, uma legalidade até mesmo utilizada como instrumento pa

ra justificar o avanço em dinheiros públicos, a brutalidade,


4
a opressão, o desrespeito inclusive aos direttos dos cidadãos.

Esta legalidade que estamos defendendo agora importa


Turno n2 11 Fl. 1 Mathilde 30.8.61


porque ela, realmente, nos interessa, porque ela e boa pra todos, Es-

ta le alidade que se traduz, no momento,que se simboliza, que se re-

presenta na posse do Vice-Presidente da Repilblica, interessa-nos, Sr.

Presidente, especialmente porque, na sua base esté; o nosso direito

de eleger livremente os nossos governantes e por ela lutamos e com

ela estamos, mas queremo-la mais viva, mais atuante, mais pura, mais


util para o povo, ao longo de tOdas as administraçoes, de aos os go-

vernos e queremo-la, especialmente bem exercida, bem vivida, bem com-

preendida pelos governantes. queremos que aquOles que dela se utili-

zam para chegar ao poder, respeitam-na quando o poder chegar e que,

em seu nome, proibam que se bata a carteira do povo, que se assalte

as instituiçoes, que se faça do contrabando uma instituiçao rendosa

para alguns, que se faça do Banco do Brasil, Sr.Presidente, um ins-

trumento de negociatas.


Assim desejamos a legalidade e e por esta legalidade que estamos

lutando, agora e o fazemos no momento mesmo em que estamos, de manei -

ra evidentemente clamorosa, gritante, perturbados, doídos, massacrados

pelo impacto que nos causou a renUncia do Sr.Janio Quadros, ren4ncia

que nao esperavamos,- que nao tínhamos sequer o desejo de esperar, que

nao tínhamos sequer sitN44 possibilidade de vislumbrAr. Se nos per-

guntaxem, Sr. Presidente, se admitlamos, antes, a possibilidade de

um homem como o Sr.3-ânio quadros vir a ser deposto, responderíamos


----T-T---)
Turno ng 11 Pl. 2 Mathilde 30.8.61

afirmativamente. Claro que admitíamos esta possibilidade. OS


12° turno fl. 1 wilma 30-8-61

Mas o que excluímos, o que tínhamos ireito e o dever de excluir era a

d(
da ren eia. E atá agora o que sabemos realmente 6 que houve uma renúng

cia.E isto explica e isto justifica o nosso estarrecimento nesta hora .

Ainda continuamos sem as explicaçOes necessárias para o ato do Presiden

te da RepUblica. E á claro que as desejamos e á claro que estamos empe-

nhados em lutar pelo esclarecimento de todos os fatos. Não nos contenta

mos com cuque desertam do seu pOsto, deixando apenas uma carta, sem ex-

plicar sequer o sentido de SUS2 prOprias denúncias. Estamos lutando por

estes esclarecimentos e contamos que iles possam vir em tempo, Sr.Pre-

sidente e Srs. Deputados, permitindo-nos que julguemos inclusive aquále

homem pelo qual lutamos na Ultima campanha eleitoral e cujo governo acom

panhamos com entusiasmo‘l por isto que estávamos e estamos ainda a :ora coa

vencidos de que realmente o Govírno tão breve do sr. Jânio Quadros foi

um excelente Qovárno. Não nos arrependemos, g evidente, de lhe termos

dado o nosso voto. Não estamos convenddo de que nos enganamos com o can

didato quanto à sua capacidade administrativoa


Ao contrário, 'estes sete

meses e meio de governo do Sr. (Maio Quadros foram mais do qae suficien

tes para justificar as nossas esperanças no administrador Jânio Quadros.

Êicamos realmente contentes com ele. E á isto que nos dOi mais profunda

mente neste instante, o termos perdido um grande presidente, sem termos

agora o direito, a possibilidade, Sr. Presidente, de julgar na sua ex-

tensão e na sua profUndidade o seu 'lesto. ando, Sr. Presidente, e OS


12° turno fl. 2

temos feito isto com sinceridade - e não entendo como se possa faiar

neste assunto desprovido de sinceridade, quando dentrodas conj.('

turas a que estamos todos submetidos nestahora de incerteza e cont&--

são, quando admito que o Sr. anta Laadros tenha simplesmente renun-

ciado, &Arvorado com a grandeza dos Problemas que tinha pela frente.
13 Turnofls. 1 NORCY 39-8-1961

Sa u não nego que me irrito, que me decepciono com a

, at tude do Sr.Jânio uadros, PreferilLva-lo Sittet, real-

mente, na condição de deposto, e não na de autor de renancia.

Mas quando lembro o que foram esses sete meses e meio de go-

verno do Sr. Jânio Quadros, da-me a alma ,df perder, como/1


i
perdemos, como tudo indica, um grande Presidente, um homem

que restabeleceu o prestigio da autoridade neste Pais, um

homemit que, realmente, pos em funcionamento a vassoura,com

e qual contratamos, em 3 de outubro uma grande obra de jus-

tiça nacional. Foi um homem que abriu inquáritos neste Bra-

silf e estava com muitos gatos postos na cadeia, já tinha

agarrado pela gols muitos " angorás "da política e da adminis-

traçao nacional.

Eu era um homem tranquilo, feliz com o GovZrno que

estávamos tendo, Sr. Presidente, e de uma felicidade, de uma

alegria, de uma tjranquilidade sem mácula, porque desde que o

Sr. Janio Quadros chegou ao Gov;rno nunca mais lhe dirigiy,

A
sequer uma palavra, nunca lhe solicitei um favor, a ele eu a

uma pessoa do seu gove rno. Nunca lhe pedi um emprego, nada.

De pois de eleito assumi o compromisso de esperá-lo, cinco

anos de„...pois, com aplausos ou com apupos, pois que d;le queria

apenasXL bom governo.


Turfno fls. 2 NORCY

Quero significar apenas, com estas minhas considerações

Sr.Presidente,-. ja que meu tempo está limitado, já ue começamos

a fala» com tempo marcado, o que normal - quero significar,re-

pito, que na luta em que eu tambám me empenho, pela legalidade,

pela viúncia da Constituição, se encontra a preocupagrio de

aferir, especialmente, as razões pelas quais ele deixou o GolArno,


TURNO E2 14 Fl. 1 Jacy 30.'0.61
ç3g
se o deixou coagido, cumpre—nos restabelecer a verdade, a le—

galidade, o império da Constituição. Se não o féz,no entanto,

sob coação, cumpre—nos reconhcer a verdade e proclamar que,

ao invés de um gigante, elegemos um pigmeu. Isto tem importân

cia, Sr. Presidente, para que o povo não mantenha um falso 11

der, que a ilusão da distancia não gere a criação de um ídolo

de barro. Quero conhecer,também, Sr. Presidente, a verdade a

respeito dAste assunto, déste aspecto do problema, e confio —

que o Sr. João Goulart, uma vez empossado -- e assim há de ser .--

entendendo a nossa preocupação, em respeito à nossa vontade,

tome a iniciativa de apreciar, devidamente, os fatos que leva

ram à renúncia o Sr. Jânio Quadros.

E para terminar, Sr. Presidente, um apélo, um

apélo sentido, um veemente apélo, o mais bem intencionado dos

apelos àqueles que pelas suas posiçães, pelos cargos que ocu—

pam e pelo poder que detêm, se acham na primeira linha desta

luta: não personalizem o ülovimento, não caiam no

outro lado daquilo que estamos defendendo, não monopoíizem a

luta, não permitam o culto do personalismo, e franqueiem, Sr.

Presidente, permitam que as instituiçães de divulgação, as ins

tituições de comunicaçães com o povo, fiquem ao alcance de to—

dos os que estão na luta allellea.


/'TURNO 15. 215.1. Wagner 30.1.61

c que não caiam sob a forma de monopOlio. Porque, Sr. kiresidente,


/
estas providencias, estas precauvies, sO poderiam torna; mais ca

ros ainda ao coraçao do povo e, especialmente, s6 noderiam agitar

agitar muito Wsqur, obtenha a vitoria pela qual estamos lutando

no momento e que se traduz, em resumo, na posse do Vice-Presidente

da Repáblica eleito, no cargo de Presidente no caso, na posse do

Sr. Joio Goulart.

Era, Sr, Presidente e Srs. Deputados, o que deveria di-

zer nesta hora embora, sSbre o assunto, muito ainda poderia dizer e

muito mais ainda deve ser dito. (Palmas da 44sistjncia)

(Palmas)(Discurso no revisto orador )


TURNO 15.f1.2 Wagner 3o.8.61

O SR. PRESIDENTE (Alcides Costa)- A seguir, com a palavra, o nobre

-tado Mariano Beck.

O SR. MARI4NO BE= - Sr. -eresidente e Srs. Deputados.

41!
Talvez possa parecer estranho, Sr. residente, que em meio

a agitação que estamos vivendo, apresente eu a proposição que vou apreg

sentar.Talvez, Sr. Presidente, pudesse deixar par mais tarde a medi-

da que vou propor à consideraçao desta Casa agora, Entretanto, resol-

ai apenas% porque ela será a concretização,em leye um sen.-


vifazi-loj,

timento que está no coração do povo.hesolvi fazse-lo nest oportunidade

Sr. fresidente, porque as vizes um gesto romántico, quando o ambiente

trant ra preocupação, quando todos está() com a atenção 101tada para

ama.
- c.....
problemas graves, serve de a quem o propoe e, certamente,

sr. Presidente, de estímulo e VO


162 turno f1.1 noely 30.8.1961

a quem e ela endere-


de estimulo e de confOrto)em horas de angastia'

•••

çada. Resolvi faze-lo agora, Sr.Presidente inclusive porque nao

sei, dadas as incertezas do momento que estamos vivendo, tiSo sei, de

poderei faze-10 amanhã.

A proposiçao, Sr.Presidente, que vou submeter a

Assembleia Legislativa e que neste instante entregarei a V.Exa.,

e um Projeto de Lei' 0 titulo de cidadao rio-grandense

e qmpaguire assim concebido:

"Art. 12 - É concedido o titulo de cidadão

rio-grandense ao General de Exercito Jose Machado Lopes.

Art. 22 - Esta Lei entrag em vigor a partir

de 28 de agasto de 1961.

A
Sala das »ssOes, em 30 de agosto de 1961."

Justifico, Sr.Presidente, a proposiçao, nos seguin-

A
tes termos;

A concessao de titulo de cidadao de um determinado

"Ir

Estado da Federação a personalidades que se distinguem em virtude

de serviços prestados a tais Estados ou ao Pais, ou ainda por

atitudes que tomam em determinados momentos da vida nacional ;


162 turno Ti. 2 noely

e um costume ja =sagrado pelo uso em diversas Assembleias Legisla-

tivas dos Estados.

Sao recentes os exemplos de Sao Paulo, para citar apenas

um caso, concedendo esta honraria ao ex-Presidente Juscelino Kubitschek

e aó nosso ilustre conterraneo Rubem Berta, Diretor Presidente da VARIG,

inclus,ve as nossas Cantaras de Vereadoresi frequentementel 4 usam tal

processo miando desejam distinguir pessoas que se destacam pela sua

A
conduta, pelos seus predicados ou pela sua dedicaçao aos interesses
PL•

da coletividade.

O General Jose Machado Lopes, filho do grande Estado

do Ceará, casado com uma gailchai nascida no Alegrete, tornou-se

sem dilvida alguma, credor da gratidSo e do respeito do povo gaildho.

Seu gesto de
17Q Turno - Sibylla - fl. 1
5,
dimensões históricas, colocando

as tropas' sob seu comando, a serviço da legalidade, em obedien-

cia às normas constitucionais, torrou-o uma figura fmpar entre

os grandes nomes da nossa vida pdblica.

Sua a sua decisão, seu decidido acatamento à

ordem jurfdica estabelecida, seu senso de responsabilidade, faie

sua pessoa um s/mbolo dos novos tempos da democracia brasileira

e restabelece a confiança do povo no glorioso Ex4rcito de Caxias.

Diz o art. 177 da Constituição Federal: "Destinam-se

as ?Orças armadas a defender a Pátria e garantir os poderes cons-

titucionais, a lei e a ordem".

A clareza meridiana desse dispositivo da Lei Maior da

Repdblica dispensa qualquer interpretação ou comentário. Agindod

como agiu o nobre soldado Comandante do IllEx4rcito mostrou com-

preender ,
a missão, revelou que a sua vocação militar 4 autenti-

ca, alimentada pelo ideal de servir à Pátria e aos

brasileiros. Aliás sua coragem e sua bravura já eram conhecidas

dos brasileiros e revelaram-se não em golpes ou em pronunciamen-

tos armados, mas sim nos campos de batalha da velha Europa, lutan-

do e comandando fOrças que que colaboraram para a sobreviver:eia

da democracia e da civilização.

Nada mais, Sr. Presidente, necessito acrescentar para

justificar ;ste Projeto de Lei queime 4 1/cito afirmarrfoi


l7Q Turno - Sibylla - fl. 2

(et também aprovado, antecipadamente, pela imensa multidão que hoje,

hd poucas horas, aclamou o nome do General José Machado Lopes,


,I
no comício realizado em frente à Praça da Matriz.(Palmas prolongadas)

Era o que queria dizer, Sr. Presidente. (Palmas prolon-

gadas)
PROJETO DE LEI NQ /61

Concede titulo de Cidadão

Rio-grandense.

Artigo 1Q - á concedido o titulo de Cidadão Rio-grandense ao

General de Exercito Jose Machado Lopes.

Artigo 2Q - Esta lei entrar em tigor a partir de 28 de agás-

to de 1.961.

Sala das hessOes, 30 de agOsto de 1t961.

Deput3do Mariano Beck

Justificativa : da Tribuna
'Turno 18 fl 1 Dinah 30/8/61

)77X O SR. PRESIDENTE (Alcides Costa) - A Presidencia l congratulando-se com

o orador e a sua iniciativa, encaminhara o Projeto as Comissoes compe-

tentes.

A seguir, com a palavra o nobre Deputado Synval GUazzelli.

O SR. SYNVAL GUAZZELLI - Sr.-Presidente e Srs. Deputados.

Enquanto uma comisso de Deputados, representando esta Assem-

bleia Legislativa,viajou para a Capital da Repalica, a fim de levar

aos altos comandos federais o pensamento unanime dos Representantes do

povo rio-grandense, nos, aqui, continuamos, Sr. Presidente, nesta vigi:

lia intermitente, em defesa da Lei e em defesa da Constituiçao.

Poder-se-ia, de uma forma menos avisada, entender que o Pais ,

nesta hora, vive aqui uma crise politica, una crise essencialmente po-

litica; e que,encontrando a soluçao mesmo dentro das diposiçoes cons-

titucionais vigentes, tudo voltaria a paz, a calma e voltaria a tran-

eilidade a .imperar no seio da família brasileira.

Temos para nos, Sr. Presidente e Srs. Deputados, que vencida

a crise politica para a qual nos queremos e


- ur o 19 n.1 30.8.51

?--I pretendemos a solução mais justa, dentro dos dispositivos constitucionais,

de um lado a posse do Vice—Presidente da Repáolica eleito, je motivos de

fOrça maior não determinaram, sob a forma de coação JiLde pressão, a re—

náncia do Presidente, e, de outro lado, se tais motivos existiram e se

descoberto feri que houve preesão e coação contra a pessoa do Presidente,

então também, obedecendo ao critério da legalidade e das inspiraçães cons

titucionais, queremos o reterno de S.Exa, Presidencia da Renáblica.

Creia, entretanto, o povo rio—grandense, como deve crer o povo


grande /
brasileiro, que a crise maior, que a/crise não a crise essencial e ime—

diatamente política, mas uma séria e grave crise de ordem pconemico—social


que /
Á:~ de verifica nesta hora, neste instante, em nossa Pátria, como 7 de res

to, se verifica em todo o mundo, em tedas as naçães suodesenvolvidas que

se angustiam e se debatem nessa tarefa difícil mas fatal de todo o povo

que queira e procure a sua emancipação eco/lamina.

Nrio se iluda o povo rioSgrandense, como não se deverá iludir

povo brasileiro: noras sérias, seríssimas, e momentos graves teremos

que viver, mesmo alcançada a solução legal e constitucional que n:)s todos

procuramos, pare debelar esta crise política.

0 Brasil, nesta hora, e neste instante, não significa apenas

um caso isolado no mundo. 2 a América Latina teci


a, com alguns paises,in—
adotando
ciasive / sistema revolucionário pelas armas, buscam e

)rJd _,L1 a ,:ua '"",=,riciPdção.


20Q Turno f1.1 30.8.61 mart5

Sao as colenias do velho "Continente Negro", da 'África, que, a

,
final d.e contas, pfocuram a sua independencia politica, no ape

nas no sentimentalismo patricitico de querer ser um povo indepen

dente, nas porque la tambem se reflete como se reflete no Era-

si e se reflete em todos os paÍses suidesenvolvidos e nas co

A
lonias, a vontade de um povo de fazer o seu destino, a vontade

de um povo de ser mais feliz, de ser mais auto-determinado, de

ser mais independente. E, ao deparar-se com esses graves pra

blemas que se debatem por todo o mundo, e dos quais estão tonan

do consciencia todos os povos, não quer dizer low com isso que

devamos olhar o futuro da nossa Patria com pessimismo, mas oque

convem que aconteça, e deve acontecer, e haver° dd acontecer, e

que o povo brasileiro tone consciencia desses problemas, e ele,

povo brasileiro, tomando consciencia de tais problemas, havera

de encontrar o caminho certo e seguro, penoso, certamente, mas

seguro e firme, de sua emancipação e de sua liberdade, porque]!

berdade, no seu • conceito mais profundo e mais au


&il
dL\14111

tentico, significa muito mais, significa o direito que tem cada

e da face da ter
cidadao do povo, pertença a csbe ou aquele pais

ra, de poder satisfazer as suas necessidades mais imediatas, de

poder alcançar para si e para a sua família, e para os seus fi-

lhos, um tal padrão de vida e de dignidade que lhe justifique as


20g Turno f1.2 marcon

^
condiçoes de ser humanos e que lhe de as perspectivas 6e alcan

çar um mundo mais feliz aqui mesmo na terra.

O Sr. Carlos Santos-(Interrompendo) Muito bem!

O SR. SYNVAL GUAZZELLI- Em nenhuma das grandes doutrinas que

norteiam o campo do pensamento poderiam negar ;ste conceito de

liberdade.
Turno .n2 21 fl 1 Vera/Beatriz 30.8.196 /

Tomando—se os grandes pensadores da historia, aceitando—se, de um

lado, a teoria e o conceito sopre a verdade e sobre a a filosofia da

vida dos agnosticos, e, de outro lado, tomando—se o conceito espiri—

tualista da vida, mesmo que em cada uma das correntes de Pensamente

que definem cada uma das religiges, em tOda a parte, em todo o lugar,

fataltente, Sr. Iresidente e Srs. De:Jutados, nos encontrariamos cansa—

grado o preceito de que e dado a todo o cidadao l de qualquer povo e de

qualquer Naçao, o direito inegg.vel de lutar e de alcançar uma condiçao

de vida e ae existtcial que lhe possa dar o conceito da dignidade, e,

por isso, e necessario que o povo rio—grandensedque o povo brasileiro

tenham os seus olhos voltados e a sua consciencia clara.

Nao pensem os Srs. que esto nos ouvindo nesta hora, na Casa do Povo

-lio—Grandense, que 3 apenas, com a ascençaol ao poder,de um homem que

tenha sido escolhido e preferido num pleito livre, signifique o fato,

.4.
de per si so, a tritórialda liberdade de um povo. O que acontece conos—

co e que nos estamos despertando, como despertando esta a America La—

tina, como despertando esta() os outros povos, numa tomada de conscien—

cia* do valor da dignidade humana, numa tomada de consciencia de que

o mundo e uma casa aberta e ampla, de que todos os homens sao irmaas,

quer queiram, quer nao queiram, e que, por isso mesmo, todos os homens

tem o mesmo direito a todas as oportunidades. As grandes, as enormes

dificuldades
re....
í turno - f1.1- gosch - 30.8.1961

surgirão para o Brasil neste pro-

cesso que alguém definiu como parto doloroso, m País que não

quer mais ser sub-desenvolvido,


.- mas que quer alcançar o desenvolvi—

mento, que quer crescer, de um povo que quer viver melhor, de um po-

vo que quer ser, inclusive, mais digno da vida e da existe'ncia de um

povo que ngo mais quer ser colônia, de um povo que quer ser soberano

independente. Mas não apenas soberano e independente na couce. ção

essencialmente lírica da lei. Mais que isto - quer ser independente

soberano no campo econamico e no campo social.

Penso que assim devemos entender os graves e grandes

problemas que nesta hora se abatem não apenas sabre ¥s, mas que se

abatem de uma forma geral sabre a maioria dos pequenos paises, sabre

a maioria das colOnias e sabre a maioria dos paises sultdesenvolvidos

que, afinal de contas, estão naquela transição, procurando a todo o

custo, numa tomada de consciancia impressionante em tada a humanidade,

e m tcada a terra, a liberdade naquele conceito autgntico que aqui disse

que aqui defini.

O Sr. Carlos Santos - E que não 4 a liberdade de liorrer de fome.

C SR. SYNVAL GUAZZELLI _ Diz bem V.Exa.

Luta, Sr. Presidente, que por certo no


22 turno - fl. 2 - gosch - 30.8.1961
>
31

cessará antes que os grandes objetivos sejam alcançados e queira

Deus, e praza a Deus que para /xis, no Brasil 5 não haja necessidade

do derramamento de sangue e da morte de irmãos por irmãos. Queira

Deus que o Brasil possa alcançar a sua verdadeira independtmcia no

sentido autlentico e amplo de independet.ncia nos tempos modernos, em

base apenas no debate, apenas no estudo, apenas no trabalho continua-

do e persistente. ICas necessário, por isso mesmo, que o povo tome

consciancia desta realidade. O povo não pode esperar, calado e frio,

que apenas as autoridades investidas nas altas funçges de mando das-

te País
turno nQ 34 fls 1 trigo- isolda 30.8.61

faça mutaçao necessaria para leva 1 o nosso Pais à sua verdadeira

e autentica libertaçao. g preciso que o povo, que escolhe seus re -

presententes, tome a si estes estudos e esta meditaçao; procure ele,

povo, com sua influencia g influencia das avalanchas, que •e a


e a

influencia irresistível dos vendavais e das tempestades, gle, povo,

numa consdigncia coletiva e total, procure impulsionar este País, le


var este Pais a conquista autentica e verdadeira, sem a qual, Srs.

Deputados e meus Srs., liberdade não e liberdade: e farsa; indepen -

dencia nao e independencia: farsa;1 So se compreende a verdadeira

liberdade, a verdadeira independencia num pais, quando, afinal de coa

e
tas, num pais tao grande , to rico e tao poderoso, mas to emprobre-

cido, tão miserável, possa cada patrício, possa cada MON irmão,pos

sa cada cidadão bfasileiro ter o mínimo que lhe permita viver com

decencia e tranqüilidade e assim, neste caso, com independencia. En -

quanto não houver tranqüilidade, enquanto não houver decencia no vi -

ver, enquanto nao houver condições humanas em seu exato sentido para

aPtAit., a vida, pergunto-lhes:que liberdade e esta? Por esta li -

berdade teremos de lutar, Sr. Presidente, e haveremos de lutar, e ha-

veremos de estar sempre na primara trincheira desta luta. E temos

mesmo a impreI ssao,Sr. Presidente, que o povo brasileiro começa 4 tomar

consciencia deste problema. g bem possível que nas prOximas pregaçoes


que/
políticas, bs homens/haverao de disputar a preferencia popular, haverão
turno n 2 34 1' is 2 trigo - isolda

de ter tambem gles tomado esta conscigncia para debater com o povo

gstes problema.

Temos, no Brasil, de computer esta infra- trutura que

nos esmaga, que nos vilipendia; precisamos, no Brasil, de reformas

substanciais, reformas de estila reformas de rumos,

Saia
n.2 34- f .1 Haydge

nova direção, essas reformas autenticas de base, porque que temos

está corroída e mais do que isso, está superada, porque no permite a

atividade, no permite a tranqüilidade e no permite a independência.4

quando um povo no tem esses requisitos mínimos, poderá ser tudo, mas,

jamais um povo livre.

Deus queira, Sr. Presidente, que tudo isso se

possa fazer em nossa pátria, sem que o sangue seja derramado entre ir,

mãos. Deus queira, S . Fresidente! E, para isso, é preciso que o povo

tenha consciência, que o povo veja e verifique, nesta hora, que acima

de tudo, esta crise é uma crise de idéias superadas, inclusive, de mui

tas leis superadas e que devem ser renovadas para que se possa iniciar

uma nova jornada, consciente:p clara, objetiva, vislumbrando-se à nossa

frente o panorama de um Brasil novo em que todos possam viver com de-

cência, com dignidade e com soberania. E, para isso, é necessário que

sejam quebrados muitos grilhSes, porque muitos homens de grè m, bem in-

tencionados, tem chegado ao poder, com a melhor das intençoes e ficam

manietados, ficam amarrados, sem a possibilidade de dar um passo SC-

quer dentro de um sistema velho, corrompido, com grilhSes que lhes prem

dem a iniciativa, que os deixam inertes e que proibem o avanço e a ca-

minhada deste pais.

Sr. Presidente, o povo precisa tomar consciên

cia nítida e clara de que graves problemas estio, especialmente, liga-

/
jOs à infra-estrutura superada desta patria.
ct
Turn na 34 f.2 Haydge 30,í61

Assim, Sr. Presidente, 4 que mais uma vez

deixamos a tribuna, no sem antes dizer, Sr. Presidente, que por

todos os demais Deputados desta Casa, nós somos pela lei, somos pe

la legalidade, somos pela Constituiçao, mas, que uma vez superada

esta crise de ordem política, Sr. Presidente, ates~easeimiene

assaleilise
Turno 25 f1.1 eles. 30.8.61

se revise, neste País, a leis e esta Constituiçío e, especialmente,

se me& façam as novas leis, tao necessarias e imperativas para que

o Brasil seja, de fato, um País de liberdade e, sobretudo, um País

soberano.(Palmas)(0iscurso nio revisto pelo orador)

101"00~111~11~
Turno 25 f1.2 clea 30.8.61

.a/
O SR. PRESIDENTE (Alcides Costa) - Com/palavra, a seguir, o nobre

Deputado Athayde Pacheco.

0 SR: ATHAYDE PACHECO - Sr. Presidente e Srs. Deputados. A situação

reinante,seis dias anos a renuncia do Sr. Janio quadros, da a enten

, •
der que no foram tomadas medidas prevendo morte,renuncla ou impe-

dimento do Presidente. Os debates referentes i sucessão presidencial

envolvem duas correntes: a dos que entendem que o Sr. João Goulart

e o legítimo sucessor do Sr. Janio quadros e os que entendem de for

ma contraria.

Ontem, Sr. Presidente, ocupei esta tribuna para dizer


/ 11 -J0
41,C0-te-L-fie;-,Cá

-do-meu- caída p por ver muita gente que se dizia ao lado

da Constituição, aelleillealleiSpipapja
Turno n° 26 F1.1 Annita 30 -8-19a'''v

ao lado da legalidade, mas mio se via um ato sequer, nao se via uma

medida concreta paru que provasse . que estavam com a loLalidade, que

estavam Com a Lei. Hoje, porem, já poetemos dizer que alguém gL se

pronunciou. O grande General Comandante do 30 Exercito tomou a

.Áit&t-r344-
sua posiçao de legalista, de cumpridor das leis do Pals \ =4ertmsn-----

~que se cumpram as mesmas leis, .-444'medidas

ctr
,esten(
que nao obedece mais Lis ordens do Ninistro da Guerra. Po_
utein- ago./At/e cy.,t_e_y
t 'Isse general é insubordinado. kas vejamos bem quem
A
.1/4/2 trlia.
1,10
é o insubordinado, seN--ipaRe que tomou atitude corajosa em defesa da

legalidade, em defesa/ da própria Lei do Pais, ou se 4—aroa

tro que se prevalece do cargo que ocupa para trair a própria Lei
At
'
ciaste País e o povo brasileiro? Ou ainda aqueles linistros

que, acobertados pela ferça do mando - e ainda contando com um Go


-c em& ..4c4.4,47J
vtirno provisório que ordens dos_L

GC0 . querem escravizar o povo, entendendo que o povo tem que abe

decer aos seus caprichos, aos seus ódios e aos seus rancores? bato

há dúvida que sio estes últimos os traidores do povo. Hd pouco,

Sr.Presidente e Srs.beputalios, a Rctdio aci onal rItnvn (irned.p. que

o Comandante do 30 Exército estava foragido e que Luis Carlos Pres-

tes andava nas ruas de Porto Alegro. Eu pergunto, agora,$11 .Presi-


Turno n° 26 F1.2 Annita 30-8-1961

aqune que procura cumprir com o seu dever e que nao tendo outras

razoes
27° Turno f1.1 Luacy 30-8-61

aillingelleallialits para apresentar à Nação,censuraí as rádios

para mistificar,exommtix dizendo que o Comandante de III Exercito es£

tá foragido e que Luiz Carlos Prestes anda nas ruas de P6rto Alegre,co-

me quem diz claramente que o Rio Grande do Sul 4 comunista e,por isso,

;les tem que impor a sua firça. Talvez seja por essa razão que nenhum

gaúcho pode viajar dsqui para o Rio de Janeiro ou Brasília porque,ao


,2-

chegar* las ,xia e preso peles homens do celebre @aleão5come se fôssem

criminosos. Por isso censuram as comunicao;es para que ninJuem nossa

dizer e ue
q está
( se passando aqui e e povo i;:more qual 4 a posioZo

Lio Grande.

SZe Asses hoMens,tres ministros militares,um Presidente da

República previsdrio,fracassado,desmoralizado,e um corvo no Rio de Ja-

neiro,que se chama Carlos de Lacerda,no governo da Guanabara, ~ia


cs kams donos de País os homens que querem fazer com que e res-

A
to da Naçao se curve diante deles.

Sr.Presidente e jrs.Deputades. Lamentàvelmente,já se lutou

ate aqui para resolver pacificamente a questão,precurando,por todos os

meios,.!
Turno n°28 f1.1 Helena 30-8-61

Oposs fazer com que nao surja a revolta do próprio xx povo e do nos

so Exército.

Mas, nesta altura dos acontecimentos, Sr. fresidente, que

ro crer que a fôrça dos caudilhos, que lá se encontram, só será

derrotada por uma outra fôrça maior e que está nas maos do nosso 30

Exército, do povo gaúcho e de outros Estados que nos acompanham nes

ta luta. Enquanto isto no acontecer, todos que para lá se dirigirem


)
serao presos, ficarao a disposiçao de S.Exas. nos, tachados de co-

munistas e sob as ordens de Prettes. Penso que Chega de tanta humi-

ihaçao, nao merecemos isso.

Se aqui estamos mobilizados, se estamos nos prevenindo,

no e para fazer uma revoluçao de banditismox, mas sim para fazer

cessar o banditismo, o caudilhismo que há em nossa terra e para que

exista, isto sim, um espírito mais humano e para que o povo tenha

mais liberdade.

Os homens que lá estao,"eimieleellapar


c
Ir
Turno no.29 - 11.1 Alice 3o.8.1961
\‘. ,

querem impor ao povo brasileiro o jugo, os caprichos, os

&lios e a vinjança, e-rzettrinerber

r Por isso eu me congratulo com li Comandante4


run
O
CçMh-Ge- --e----
Ragigai-1-1 ta r_e -cara_o_aomandantre da 5a.Zona Aérea, que

não aceitam mais substitutos mandados por um Ministro fac

cioso, por um Ministro ambicioso, por um governo que não

é governo, por um governo de brinquedo, por um governo que

se deixa levar por três Ministros caudilhescos, vingativos

e ambiciosos.

Esta á a situação de nossa Pátria, Sr.Presidente.

É desta maneira que estamos sendo comandados, administra-

dos, neste pais. E é por isso que se ve a reação que está

ai, a reação de parte do Governador do Estado, do Comando

da 3A.Exárcito e da 5a.Zona Aérea, bem como da massa popu

lar que ai está nas ruas1 apresentando-se voluntàriampnte,


44444--ee
não apenas para bater palmas a oradores, mas giew pronta a

entrar até no campo da luta, se assim fax. necessário. Pa-

rece-me, Sr.Presidente, que os caudilhos da Repáblica que

rem nos levar ao cansaço. Lais um dia, mais algumas horas

e assim vão levando, para ver se nos entregamos. Mas eu

tenho esperança de que o povo gaúcho, assim como os ddmais

brasileiros de todos os quadrantes da Pátria, ainda que

cansados estejam, hão de ter fôrça, hão de ter ânimo, hão


h(7.t..c_c-i. ,)
de ter coragem para seguir adiante, até ao-Ganire-de

a im de libertar a nossa Pátria, afastando aqueles que não

prestam, punindo de acôrdo com o crime que tiverem cometi-

do, para que possamos ter liberdade, para queSa


Turno n° 30 Fl. 1 Mathilde 30.8.61

possamos ter um govse'rno à altura e que o povo tenha liberdade de tra-

balhar, de agir e nao estar coagido por 3 mit± Ministros militares cau

AtjA
dilhliir e por um Governo fracassado.
/C711-U')
'uero Sr.Presidente, que o Sr.Ranieri Mazzilli, quando dei-

xar à PróXid'encia da Republica,&e-TgrA renunctUao cargo de Presiden-


t-1,7v
te do Congresso, Á que nao mais idoneidade moral para ocupar tao ele-

vada funçao. S.Exa. ja se desmoralizou, ja demonstrou que x apenas es-

,
ta usando a fantasia de Presidente da Republica porque, na realidade, a

2/
Presid'ància esta sendo exercida por 3 Ministros criminosos r/facciosos.

Assim, Sr. Presidente, termino aqui o meu pronunciamento, L j. °4 —


At,a-weic .ei re 7acact 244.00 Airitt41 '7LAik. I AM. cy )
TF—, 4"............__„,
tnvjm vs - •. 41111111L•de ,. .- . . • 11.,....— • en-

. „Utta, -1/4a-C •— . dist / h:}1, afê' ac


tretanto, se iouv devemos. .- ::P :ara

corrigir erros e prender os criminosos desta Iptria que ngo merece ser

tão aviltada. (Palmas) (Discurso no revisto pelo orador);


ç
Turno n2 30 Fl. 2 Mathilde 30.8.61

O SR.PRESIDENTE (Alcides Oosta)- A seguiricom a palavra o nobre Depu-

tado Jose Vecchio.

O SR.JOSt VECCHIO - Sr. Presidente e Srs. Deputados.


4A-K,0-3}
Apos ams-e-FrIgraEW), da nossa tribuna, jo brilhante discurso --k)ronun-

ciado pelo nobre e honrado Deputado Synval Guazzelli, discurso que con-

sidero uma jota...

O Sr.Synval Guazzelli - Obrigado a V. a.

O SR.JOSt VECCHIO falando mais ao povo do que aos seus prOprios

l'epresentantes no Parlamento do Rio Grande...

O Sr.Synval Guazzelli - V.Exa. á muito generoso.

O SR.JOSt VECCHIO - A generosidade d'est!2 Deputado,


31° turno fl. 1 wilma 30-8-61

aaleleilipenellatiaiiiiiiS nobre Deputado Syàval Guazzelli, eS mini

ma, quando procura fazer justiça ao seu colega.

SR. Synval Guazzelli- Milito obrigado a V.bxa.

SR/ JOSÉ VECCHIO- Viemos à tribuna pop ue nestes dias conturbados que

atravessa o Rio Grande osSa xavg4 estão falando direta -

mente para o povo que nos honra com a sua presença na su prropria Casa .
al
viemos, Sr. Presidente, fazer aqui a leitura do art. 177 da Constitui

gio do Pais, Constituição promulgada em 18 cla setembro de 1946, Constip

tuição que mesmo antes de ser promulgada já sentia o corvejar nojento

dos reacionários, dos que se dizem democratas, mas em realidade revelam

profundo descaso pelas prOprias leis que promulgam. O Art. 177 da Consti

tuição diz:

"Destinam-se as fSrp s armadas a defender a Pátria e Garantir

os poderes constitucionais, a lei e a ordem". Sr .President, pelo que se

verificou nestes poucos dias de inquietação, bmente o Terceiro Exárcito

reconhece estar em vigor o Art. 177 da Constituição do Pais. O povo


,(1(9ute Cecl"'
--tPerrias garantias de liberdade, está verificando agora que periclita a liber

dado de seu rOprios epresentantes porque idade—

)
32 Turno fls. 1 NORCY 20-8-1961

numa RepUblica eivade de elementos discricionários, para não


dizer pior, de nada adianta uma reforma de base, conforme
-(Oht (21-14/11.4 .)
 gessa(trilhante discurso o nobre Deputado Sinval Guazzelli,

enquanto vida tiverem aque'les que hoje estão provocando a ira

do Rio Grande, e a revolta do seu povo.

Nobre Deputado Sinval Guazzelli, eu -bambem aceito a

tese de V.Exa.

SR.SINVAL GUAZZELLI)-É uma honra para mim.

SR.JOSÉ VECCHIO - Más, sOmente nela poderei ficar crente %Jen-

do 1144 daqui pudermos partir e agarrar todos aqueles que estão

sendo os responsáveis pela nosso sofrimento, e não dar-lhes a

prisão, porque ela não castigo que merecem, mas levarmos


17Miai4ca4
uma faca bem cega e ti-rar-Ille-sKa cabeça argando ottemmps.
/>, ,/ CA9 A -É
Tt?JJ
etro de distancia e-e
a ao quilOm
Nneo
Glásbettei. Desta forma o povo terá a sua liberdadeye lilierda-

de pregada por um Carlos Lacerda, pelo corvo doi?favradio, o

responsavel pela morte do, mmxelel mais ilustre líder do Rio Gran-

de, que foi o Dr. Ge-tilai° Vargas, e o responsável, agora, pelo

desrespeito a Constituição do País. Somente com a morte podera

povo sentir-se livre de tão má ave de rapina.


32 Turno is . 2 NORCY

Para que o povo que nos escuta, e 'ilque nos honra,

tenha ci;ncia das razOes da nossa luta, vamos comentar, com

os nossos poucos conhecimentos, a parte da nossa Constitui-

çao, rasgada e desmoralizada paNOSISINseela


r - • •

TURNO 1.72 33 Fl. 1 Jacy 33.8.61

por Carlos Lacerda e seus asseclas, porque outro quali:ic ti-

, Srs. Deputados, -en-o possoí das &um homem que carrega

as condecoraçOes do nosso honrado e :,,lorioso Exército, o Minis

tro da Guerra, que se submete às imposig6es de Carlos Lacerda.

(Lg:)

"Capítulo 32 , o Poder Executivo. Secção la do Presi-

RepUblica.

*Art. 79 - Substitui ó Presidente, em caso de impedimento,e

sucede-lhe, no de vaga, o Vice-Presidente da RepUblica.

§ 12 - Em caso de impedimento ou de vaga do Presidente e do

Vice-Presidente da Republica, serão sucessivamente chamados ao

A
exercicio da presidencia o Presidente da Camara dos Deputados,

o Vice-Presidente do Senado Federal e o Presidente do Supremo

Tribunal Federal.

§ 22 - Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da

RepUblica, far-se-j eleição sessenta dias depois de aberta a

ultima vaga. Se as vagas ocorrerem na segunda metade do perio

do presidencial, a eleição para ambos os cargos sera feita,trin

ta dias depois da Ultima vaga, pelo Congresso Nacional, na for

na estabelecida em lei. 14 Em qualquer dos casos, os eleitos

tria e garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem."


(Arm5s a leitura)

Sr. Presidente e Srs. Deputados, se o Presidem,

te da República, Sr. ,Mnio Quadros, renunciou a seu mandato,é

porque sérias raz3es o levaram a isto. Nós mesmos, Deputados,

até agora não tivemos o direito de saber os motivos que o le—

varam a êste gesto, mas pelo que temos observado, há raz5es

de sobra para responsabilizarmos aineiagenieirms~~

Sasemeir
342 turno f1.1 noely 30.8.1961

ainda mais aqueles que, acastelados no poder, agora, nao contentes

em forçar a remitida do Presidente da Repalica, legalmente eleito,

se opãem a que venha para a sua P;tria o brasileiro Dr. João Gou-

lart para tomar posse no cargo de Presidente da RepUblica, confor-


)

me estabelece a prOpria Constitgição do Pais.

Wr, Synyal Guazzelli - V.Exa. permite?

SR.JOSt VECCHIO - Com todo o prazer.

Sr. Synyal Guazzelli - V.Exa. deve ter recebido com muito cons-

trangimento a noticia da renlIncia do Presidente Janio Quadros.Lem-


-

bro-me de nace V.Exa. ter-se pronunciado, de sua tribuna, confessando-se

ta encantado com o grande plano quinquenal de obras/lançado pelo

Sr. Jãnio Quadros.

SR.JOSÉ VECCHIO - Perfeitamente. V. Exa. tem tada a razão.

Sr.Presidente e Srs. Deputados. Não sei mais a que

ponto poderemos chegar. Aqui nesta Casa vivemos permanentemente

legislando e exigindo que se cumpra e se respeite as leis por ruis

promulgadas. Como pode o povo brasileiro ser tão infeliz 44 elege114(


)
21.2 noely 30.41961
342 turno

para a Camara Federal, sua maior representa4o parlamentar, um fan-

toche como Ranieri Mazzili que, sendo Presidente da Camara de Deputaà

e9 /
/—
dos, foi assumir a Presidencia do Fals/esquecendo a sua autoridade

no se anima a demitir os ministros que esto desrespeitando a

P
Constituiçao do Pais. Ou este cidadao e mal intencionado e deseja

permanecer num posto para o qual no tem capacidade e talvez nem

e ali se encontra à custa ia


qualidades morais para exerce-lo ,
camarilha/
internacional, mentindo para o
conluios com Lacerda e ma/
35Q Turno - Sibylla - f1.1

semisreSsimallaS fazendo constar que

o País está em calma, em franca Democracia. Esta é a Democracia

de Franco na Espanha; immexxx" essas são as outras democracias

que por outras repdblicas aí andam em que o povo escolhem os

seus mandatários, mas os mandatários são os que mandam menos, por-

que eles pensam que estão pensando, mas quem realmente pensa são

os Ministros Militares! O povo saiu para as ruas manifestando li-

vremente o seu pensamento e coragem não lhes falta para defender

as suas liberdades. O que nós não desejamos é defender uma li-

berdade duvidosa porque, acima de tudo, está, Sr. Presidente e

Srs. Deputados, o nosso patriotismo. Povo que sofre, como o povo

brasileiro, ainda tem animo, tem fOrça, tem coragem para exigir

dos seus governantes que 4respeitém2 a Constituição do País e

que se faça valer a Lei Magna do seu País e da sua Pátria, o nosso

amado Brasil.

Estamos esperando demais, Sr. Presidente, já era hora

de sairmos daqui, para irmos ao encontro daqueles que não pensam

como nós, porque se eu daqui partir e não voltar, Deus há de ter

pena pelo menos da minha alma, mas este País há de ficar bom para

os que sobreviverem!

Sr. P.residente e Sks. Deputados. Meu dever d permane-

cer na Assembldia Legislativa do '2,stado e aqui tenho permanecido


35Q Turno - Sibylla - fl. 2

com os demais colegas. Ngo faço exibicionismo e não admito que

se o faça. Estamos cônscios das nossas responsabilidades, mas a

minha podendo, como as demais, estd se esgotando! E tempo de

tomarmos uma atitude,_Jd que eles


Turno 36 fl 1 Dinah 30/8/61
(se)

ç-

e
no querem vir a nos, vamos nos ao encontro deles, porque e preferi-

vel morrer lutando do que esperar eternamente na dUvida e no sofri-

mento.

(Palmas) ( Discurso nao revisto pelo orador),


Turno 36 fl 2 Dinah

O SR. PRESIDENTE (Alcides Costa) - A seguir, com a palavra ó nobre De-

putado Márciírio loureiro.

O SR. MAROÍRIO LOUREIRO - Sr. Presidente e Srs. Deputados.

Nao fora o fato de que a palavra de esclarecimento popular de-

vesse ser repetida constantemente, para conhecimento do povo, nao fora

esta caracteristica que da a tonalidade do momento que vivemos, no Rio

Grande do Sul, e, por certo, Sr. Presidente e Srs. Deputados, nao esta .

ria eu ~aia ocupando a minha tribuna, para repisar conceitos emiti-

dos de forma brilhante e eloqüente, por todos Srs. Deputados Represen-

tantes do povo rio-grandense, nesta tribuna.

Entretanto, e imbuido do dever,que me esta a indicar a minha coleis

ciencia de brasileiro, que xxxeziernaxexexteraarginexiaximmenie retor

no, e retornarei constantemente, a esta tribuna, para repetir conceitos,

para repisar ideias, embora de forma palida e descolorida, mas‘que es-

tou certo, Sr. Presidente, átde servir de algo na formaçao de uma cons

ciencia esclarecida do povo rio-grandense e na cristalizaçao elleasiew


turno 37 . 11.1 Carmen 30.8.61

definitivieeno espirito de nosso povo de, necessidade de que saibamos)com

tSdas as nossas ferças, manter esse patrimenio de liberdade que nos le—

garam, 'a custa de seu próprio _sanue, os nossos antepassados.

Desejo, Sr.Presldente e 3r s. Deputados, tecer algumas consideraçUs

s3bre aquilo que conceituamos como verdadeira liberdade, como verd. deira

democracia e, entre os aspectos fundamentais dessa conceituação, eu con—

sidero o livre acesso , pelo povo, ao conhecimento doe fatos que dizem
desse povo./
respeito aos verdLdeiros interesses/Diaxtriax

5 isso, Sr.Presidente, nós estamos vendo de forma clara. Eis o am—

biente nacional : o povo brasileiro já não tem direito de conhecer os

fatos relevantes que dizem com^ seus verdadeiros interesses, porque as

noticias são sonegada3; a imprensa, antes livre, é jugulada.e o direito

da oalavra, o direito de expressar livremente o pensamento está extir—

pado do ambiente pátrio.

Esta madrugada que passou trouxe—nos o depoimento real e objeti—

vo da coação que se exorce contra os próprios parlamentares, represen—

tantes do povo no Congresso Nacional. 1~11111.1111S


38Q Turno f1.1 30.8.61 Marcou

Chegaram, ontem, a nossa Cidade, dois representantes do povo bra

sileiro no Congresso, o nosso estimado amigo/o brilhante parla-

mentar gaucho, Deputado RxygRaxxx Temperani Pereira, e o grande

lutador do Estado do Rio de Janeiro, representante daquele povo

livre, o nobre e brilhante Deputado Bocaiuva Cunha. O objetivo

deisses dois representantes,do povo brasileiro)


ao aportarem no
--tÁmitk~
Rio Grande do Sul)era o de ye~ os acontecimentos que nos aqui

estamos vivendo, tomarem conhecimento das nuances da vida rio-

A
condense nestex momento, para transmitir esses fatos ao Congres

sp Nacional que, pelo seu desfibramento paulatino, a esta altura

jj nao mais acredita nos representantes do Rio Grande do Sul lj

A
na Camara da Republica, e considera os pronunciamentos veementes

do Deputado Ruy Ramos, arrebatado como todo o bom patriota g que

la comparece e traça e:à pinceladas vivas e coloridas o verdadei

ro drama que estj vivendo o povo rio-grandense, considera as pa

A
lavras eloqüentes do Deputado Ruy Ramos como uma decorrencia da

A
formaçZo emocional do povo rio-grandense, como decoridencia des-

se fogo emanente do corayio de todo x gaildho, em defesa da or-

dem e da liberdade. E, Sr. Presidente, se lhe reconhecem os

A
meritos da eloquencia, negam-lhe os fundamentos da veracidade.

Por essa razoo, em se tratando de representantes do quilate dez

Bocaiuva Cunha e de Temperani Pereira, resolveu o Congresso en-

via-los ao nosso Estado para que ;


.les daqui, voltando,~1111~
38Q Turno f1.2 marcon 3

relatassem realmente o que acontecia no Rio Grande do Sul, eis

que as noticias que la chegam, controladas pelos manipuladores

da ditadura em que vive o Pals neste momento, ais


Turno n2 39 fl 1 Vera/Beatriz 2

checam la deturpadas e completamente destituidas de realidade.


a
Dizem eles ao congressistas que o Terceiro Exercito esta, ape-

nas, ao lado da legalidade, como, de resto, estg todo! o Exer-

cito Nacional, legalidade essa, na concéituacao daqueles que

a
detem, eventualmente, o poder, e, meus patricios, meus concida-

daos, Srs. Deputados, ja quando se dirigiam para ca estes dois

Representantes gatichos no Congresso i'


J acional, tinham a sua liber-

dade cerceada. uando checaram no aeroporto do Galeao , no Rio de

aneiro, em transito para esta capital, naquela oportunidade, o

Deputado Temperani Pereira foi policiado, de perto, por um ofici-

al da Aeronautica armado, e tamanha foi a consciencia de cressao

zte d alta de garantia do Deputado Temperani Pereira, que ele nem

sequer quis regressar a Brasilia, hoje, em companhia dos Parlamen-

tares rio-crandenses ea do ilustre Representante guanabarino no

dongresso Nacional, em companhia do Deputado Bocaiuva Cunha, que


ar
regressava a Brasilia.

Seguiram diversos Representantes desta Casa, componentes das


assento/
mais diversas Bancadas que tem pfgailtz neste Legislativo. Ate a-
tratamento/
gora, ainda nao temos conhecimento de qual tenha sido ohisgsmuk-

=unta por parte das autoridades que, eventualmente, dirigem o

destino da Pgtria a estes dignos Representantes do pov~io-gran-

denso. Esperamos que a liberdade de nossos Representantes seja


Turno n2 39 fl 2 Vera/beatriz

respeitada. Esperamos que eles tenham o acolhimentocge a consci-

aencia nacional lhes esta a exigir das autoridades que detem o

Poder? na oportunidade.

alliSienlen~~~/~~
40 turno - f1.1- gosch - 30.8.1961

Entretanto, meus caros Pares, ilustres Representantes

rio-grandenses, se isto não acontecer, nes hão de ~aias não sé

desta Casa como de todo o povo o repudio mais veemente. Minguem mais

deve àqueles que, a esta altura, já são considerados verdadeiros al-

gozes da República.

O Sr. Jose Vecchio - Muito bem:

O SR. MARCIRID LOUREIRO - Dizia o brilhante parlamentar udenista, De-

putado Synval Guazzelli, há poucos momentos, nesta mesma tribuna, que

formulava os melhores e mais sentidos votos de que a liberdade para

o povo l_irasileiro f6sse reconquistada em paz, p4era—a=4tar-mt5-i---


-Je__,
/
a fim de que os lares nacionais não P655tRI enlutadets com o

derramamento de sangue gntre irmãos.

Louvo entuAiasticamente a formulação do pensamento didsse

brilhante parlamentar udenista. Temo, entretanto, Srs. Representantes,

que isto não seja x:ossivel, porque através da HistOria temos podido

verificar que o preço da reconquista da liberdade dos povos tem sido,

invariavelmente, o sangue de seus filhos, o sangue generoso e vibrante

de seus filhosa uero fazer esta advert;ncia, Srs. Deputados, para

que o povo esteja preparado para o pior, mas que significa na dramati-

cidade deste aspecto a verdadeira e definitiva libertação do povo


brasileiro.

se, para reconquistar as liberdades e as franqrias demo—

criticas; sp,
turno /112 41 fls 1 trigo 30.8.61

se, para restabelecer nossa Pátria À um ambiente de tranqüilidade


i`
e paz para a família bmileira, fôr necessário 4=1::
:
?- nosso

sangue em holocausto, estou certo de que os gauchosI fieis aos seus

ancestrais farroupilhas, saberão honrar suas tradições e marchar pa-

ra o campo da luta com a convi° ção de que se vive com honra ou não

se vive.

O Sr.Paulo Couto - Muito bemi

O SR.MARCIRIO LOUREIRO - Temos verificado , atraves dos tempos, num


que
rápido retrospecto na Riflaria da Repilblical/perturbações periadicas

tem invalidado os direitos garantidos pela Constituição brasileira,que

a ordem tem sido conturbada periOdicamente pelos mesmos fatOres,que a

ltte-e, continuidade do regime tem sido constantemente sacudida por gol-

pes e por quarteladas representadas nas diverdas pocas por determina-

dos indivíduos que, a meu ver, no representam em ideias isoladas, mas

sao representantes de interesses eÀcusos, de interesses que sao per

manentes, porque os agentes da perturbaçao passam e se sucede4mas

as causas das perturbaçoes da ordem, as causas da destruiçao das liber-

dades e do direito, da soberania do povo brasileiro tem sido constantes,

pois as causas que levaram ao supremo sacrifício o grande Presidente

Getillio Vargas sa:g_ as mesmas que provocaram a mentincia de um Presidente

e manobras tendenciosas, mamobrn s criminosas no sentido de impedir a


turno n2 41 fls 2 trigo 30.8.61

posse de xm putro legitimamente eleito pelo povo, que devera assumir

na forma do art. 79 da Constitui4o Federal&


Turno na 42 f.1 Haydée 30.8

eileellalemesmall~mmistmoiS
E preciso, Sr. Presidente e Srs. Deputados, que

o povo brasileiro conheça, nu profundidade necessária, as causas determi

nantes desses constantes convulsionamentos a ordem nacional.


k
Getúlio Vargas 2 ao morrer, fêz referência a interesses

de grupos capitalistas internacionais com ramificaçoes no país. O r.J&

nio Quadros, ao renunciar, referiu-se da mesma forma a interesses estra

nhos PO interesse do povo brasileiro. Pois,bem,Sr. Presidente e Srs.De

putados, vamos rasgar essa cortina de mistério que envolve os ratares cb

\'‘) Srs. Deputados, que o


pertubaçoes da ordem pública, porque nao adianta,

povo renova o poder da República, que eleja, soberana e livremente,seus

Presidentes, para depois, os entregar ao destino tétrico que teve Getú-

lio Vargas ou ao destino inglório que, há poucos dias, teve o ilustre

patri3ta, Dr. Jânio da Silva Quadros. E, para que restabeleçamos a or-

dem,a a tranqüilidade e a liberdade nesta República, mister se faz que

os brasileiros que agora se dispoem a lutar pela sua libertaçao, des-


,1/4
vende, definitivamente, essas razoes mesquinhas e ocultas que minam a

própria consciancia cívica do povo brasileiro.

Sugeriu-me, o meu nobre colega e impetuoso De


k/
putado José Véechio, que se liquidasse com os agentes da pertubaçao da

ordem pública. No discordo de S. Exa. porque se isso fôr necessário pa

ra a tranqüilidade da família brasileira,nao devemos vacilar em assim


1

Turno n2 42 £.2 HaydÉe 30.8.61

proceder, mas reafirmo, nesta oportunidade, que isso no será su-

ficiente, Sr. Presidente e Srs. Deputados, Tenhamos coragem cívi-

ca de rasgar
çO, I
Turno 43 f1.1 eles 30.8.61

a essa cortina de misterio e sombras que enodoa a tradição e o

conceito do povo brasileiro. Não se justifica que interesses de ou

tros povos estejam a ditar normas aos legítimos mandaterios do Era

sil.

Sr. Presidente e Srs. Deputados, as considera—

çges que desejava tecer nesta oportuni4de. (Palmas)(Discurso não

revisto pelo orador),

(PianifestaçW dal galerias ) •


Turno 43 21.2 clea 30.0.61

O SR. PRESIDENTE (Alcides Costa) - A seguir, com a palavra o nobre De-

putado Antonio Bresolin.

O SR. ANTÔNIO BRESOLIN - Sr. Presidente e Srs. Deputados. Volto hoje

a esta tribuna empolgado com as manifestaçoes que continuam se rept"-

tindo em todos os quadrantes do Rio Grande do Guiem favor da causa da

legalidade. O Rio Grande, a exemplo de outras epocas, de quando daqui

partiu o saudoso e Imortal W-Presidente Vargas, une-se nesta jornada

hitorica, nesta jornada cívica em torno de um so ideal, em torno de um

ir
. -
objetivo comum: o respeito a Constitulçao. Isso prova que o gaucho/

sentinela avançada da Pátria aqui nos pagos do Rio Grande; ;ste gaticho
V2A--CA-21- 1fre(.L
,
destemido, que em outros tempoe'--lagersa paginas do Manahistoria do

Rio Grande; este gailcho que ocupa lugar de destaque no cenário polí-

tico do País; este raticho que em todos os tempos demonstrou bravura, a

qui está, mais uma vez, corajoso, destemido, leal e, acima de tudo, per

feitamente humano e compreensivo, colocando fora e acima dos interesses

políticos, fora e acima dos interesses de grupos, fora e acima de ques

A
toes de toda a ordem, os supremos intere sses da Patria.

Aqui está o gadcho unido em torno de um objetivo comum,

esquecido das divisoes partidárias, esquecido das divisaes de ordem e-

conomicas, esquecido de seus lares, mesmo, unido em torno de uma causa,

para fazer sentir aos li/assae~rd: todos os recantos do Brasil que aqui:-

~et- pagos ._
pie=..meiéwlwenffilipaelaININSIIIIS
tita
1
7%W-

1-11 cau eua ovar e eot:-o ao lado de uma causa nao per-

sonificaaa no homem, que oeria o Sr.Joao Goulart, mas numa causa co

urom, ruo o reo-eito à ConstituiçZo hl-asneira. has , Sr.Presiden

te, Uirs.beputudos, como 'bem jl fôra abordado cie ta tribuna, eu tam-

,Auu - c isto ai o fiz em outros

tempos - prcel fam,inúmeras vezes,desta tribuna, que não só neste

momento devemos falar em respeito à Constituição. Se nés,no Brasil,

tivéssemos, ata.avt u uouos os tempos,.procoraLo cumprir aquilo que

a Constituiçao estabelece, positivamente, não estaríamos assistindo,

hoje, a esto drama que está, por assim dizer, hipnotizando a opiniao

pública de todo o Fala. E ainda, Sr.Presidente, Brs.peputados, por

certo, no haveriam as diferenças de ordem social e econômica

chocantes e tao brutais, como nós observamos a cada passo, bom como

/1244-
40,54.nao on.ocatnatsátet esse drama ti -a-lendo existente nos centros ur

õryth- /1-eó
banos, z tu. o dono cie arranha éus )( ao .5(o lado \4/mise

,
rável, `taqtirle que vive debaixo ue um cortiço, ou dentro ue um barco

podre nas margens do Goalba. Evidentemente, nao assistiríamos a es-

se espetáculo vergonhoso coe tantas vezes tenho denunciado desta tri


_

buna e, nTJ
qu --stpre incompreendido nesta Casa, que é o tubarao da
)
terra, que tem ldguas e léguas de campo is• filho do Lgricultor que
Ç'
7
Turno n° 44 F1.2 Annita 3 -o-1901

'7:
77
nao tem um palmo de terra para cultivar, para construir seu lar,

Nzrc criar e educar seus filhos e para cooperar na batalha da

duçao. .ao teríamos ainda, Jr.Fresidente e Srs.Deputados, êsse

.ernivel social que se vsrifica no Pais, pelo seu baixo

poder aquisitivo e pelo seu tamb6m no menos baixo Índice de pra

duçao,entre os pafses mais atrasados do mundo. Se nós cumprirmos,

.1eputados, o que estabelece o Artigo 5° da Cons

tituiçao Federal, da Ordem Econêmica e Social, artigos 145, 146,

147 e 148, possivelmente esses generais que aí esto, êsses gene-

,
ciue esto a testa das F3rçag Armadas no estariam realizando

essa aventura, porque os trabalhadores das fábricas, o nosso agri-

cultor, o nosso homem que labuta nos mais diferentes setores da a-

tividade humana, que tem um padrjo de vida melhor, e tendo melhor

instruçao e por isso mesmo estando mais preparado para enfrentar a

vida, no seria um elemento to fácil 1- ) -ra ser subjugado e o império

da. Lei mais fnilmente se faria sentir em telda parte. Daí, Sr.Presi
450 aurno f1.1 Luacy 30-8-61 )71
lipo império da J-ei mais fàcilmente se faria sentir em todo o País.

Não venholoois,aqui,,Jr.ijresidente,proclamar uma ceisa que nunca

tenha falado nesta Casa do Povo. Sabem os Srs.Deputades quantéte quan-


em/
tas vôzes tenho repetido estas palavras aqui,principalmente?Errelação à
c‘-
terra. Vivemos num país com ix$R2xwailixtrasxna 0.5001 km2 e mais de 95%

da populaça') brasileira não tem um palme de terra. Dai a necessidade de,

numa hora como esta,quando estamos defendendo uma causa justa,quando lu-

/0 \
t Wit pela posse de um homem que representa a legalidade - a figura emi-

nente do chefe e amigo Dr.João Goulart - devemos também fazer sentir S,

,principalmente ao detentores do poder econômico e aos detentores de


P-124i
grandes áreas de terra,que é chegado o momento de pensar cem mais obje-

tividade e de fazer com que seja cumprido não apenas o artigo 79 da Cons-

tituição como também o cafdtulo da ordem econômica e social. E quando fa-

ço esta intervenção,nesta tribuma,desejo repetir aquilo que disse muitas

vazes nesta Casa: no sou contra aqueles que têm grandes áreas de terra,

pelo contrário,mas e que 4 necessário 4 que essas terras supon cumpram

a sua finalidade social,de acardo com o que preceitua a doutrina da Igreja

e a tonstituição Federal. Se criarmos novas condic6es de vida para e4os-

sos homens do Interior que constituem o sustentáculo da nossa grandeza


2
ecenômico,nós criaremos,conseqüentemente,meilores condiçoes de vida para

e homem que vive nas cidades. Lesta maneira fortaleceremos a consciencia

nacional e numa hora como a que estamos vivendo,jamais o nosso povo se

dobrará pela prepotência dos bue detém o poder das armas.


45° Turno f1.2 Luacy 30-8-61

Era este o registro que desejava fazer,com a minha passagem -

pela tribuna,neste hist4rice momento da vida nacional ,na certeza de que

estas palavras,juntamente com -Ledos os discurses que tenho prenunciado

nesta Casa sabre este mesmo assunto ,ioimismaio


ai
30.5.61
et
Turno n° 46 Pl. 1 Helena

hao de encontrar, um dia, penetraçao na mente dos nossos Lideres,dos

no senti-
homens que comandam os destinos do Rio Gtande e do Brasil)

do de fortalecer, no so a economia do País, mas a consciencia des-

ses homens para que, numa hora tao decisiva como esta, o povo es-
.

;#
teja em condiçoes, devidamente aparelhado, mobilizado para a luta. e

O gaucho, filho destes pagos maravilhosos, possa empunhar a sua lan-

ça, a sua adaga histárica, o seu fuzil, a sua metralhadora ou as ar-

mas modernas para lutar, corno sempre lutou, em defesa dos sagrados

direitos do Rio Grande do ul, fortalecendo esta grande terra, que

e o Brasil e gra garantindo as liberdadels fundamentais do nosso po-

vo.

Era o que tinha a dizer, Sr.Presidente. (Palmas) (Discurso no

revisto pelo orador),


ifkm*
TV
Turno n°46 f1.2 Helena 30-8

O SR.PRESIDENTEi (Alcides Costa)- Para uma Comunicaçao Urgente tem

a palavra o nobre Deputado Mariano Beck.

O SR.MARIANO BECK- Sr. Presidente e Srs. Deputados.

Na° desejando roubar o tempo do ilustre Deputado Mário

Mondino, que certamente vai encantar a todos nós com as suas pala-

vras brilhantes e com a justeza que emite os seus pronunciamentos,

quero comunicar, rapidamente, aos senhores Deputados e à assisten-

cia,que nos honra com a sua presença, que cebemos infonnaçoes se-

guras, atreves donCorreio do Povo': que os Deputados que viajaram,

hoje, de Pôrto Alegre para Brasília, est'ao saos e salvos, na Capi-

tal Federal, graças a Deus. Já foram recebidos no Congresso Nacio-

nal e estao em entendimentos com os senhores Deputados Federais e

Senadores, a respeito da crise que está abalando a NaçEo. Trago es-

ta inforniaçao, para tranquilidade de todos nós.

0"Correio do Povo", há poucos instantes)


esteve em contato
com a sua sucursal rio Rio de Janeiro e teve informaçoes de que o De-

putado Federal/ Fernando Ferrati estava no Congresso com os Deputa-

dos gaúchos, sem impedimento de parte nenhuma.

Esta notícia, Sr. Presidente, certamente alegrará e tranqui-


os senhores Deputados
lizará a todos/xás e a todo o Rio Grande do Sul.

Era o que tinha a dizer, Sr. residente. (Palmas) (Discurso

nao revisto pelo orador).


Turno no.47 - 11.1 Alice 3..8.1961

O SR.PRESIDENTE (Alcides Costa) - A seguir,com a palavra,

o nobre Deputado Mário Mondino.

O SR.MÁRIO MONDINO - Sr. residente, St.s.Deputados.

Desde o dia em que se conheceu, nesta Casa, a renún-

cia do Sr.a.nio Quadros à presidência da Repáblica, eu ve-

nho fazendo sucessivos pronunciamentos, definindo posiçães

e procurando interpretar o fato histórico que, passo a pas

so, rej;istramos nestas uoras que vivemos.

Dizia eu ontem à tarde, nesta Casa, que a crise agia

da que nos fere e nos preocupa era algo mais do que uma

crise política nacional. Asseverava que a renuncia do Pre-

sidente, gerando a crise institucional no plano da politi-

ca interna, havia rompido o ponto deequilibrio da vida na-


I
cional , porque no equacionamento da sua ação de govêrno 4,
residia por assim dizer a derradeira esperança do encami -

nhamento pacifico das reformas estruturais necessárias nes

te a.is.
Turno n2 48 Fl. 1 Mathilde 30.8.61

aeb E avançava que a ruptura do equilíbrio da política inter-

na, nacionall se estendera, fatalmente, com tal vigor que implicara a-

• •
te na ruptura do equilíbrio politico geral da America Latira. No pó-

demos viver, nestes dias, neste seculo, dentro das dimensoes dos pro-
sao,pelo menosj
bleman de uma Naçao \porque as dimensoes dos problemas/Rxxxxxxxxxax

continentais e, poderíamos dizer universais. E incorrerá em arro quem


no se aperceber de que a renunaa do Presidente da Republica importa

da eclosZo de um processo de revoluçao social, em todo o mundo lati-

22/ 22/
no-americano, porque/desvincula-mi ou/ desmoronai* com a rerráncia
49° turno Li. 1 wilma 30-8-61

a Unica possibilidade da ordenação pacifica daquilo que irá se refle-

tir desordenadamente no processo subversivo das conquistas sociais e

da solução dos problemas económicos que afligem, degradam, amesqui -

nham tablas estas naçOes empobrecidas e subdesenvolvidas do nosso CW2

tinente e de todos cs continentes do mundo. Para quem tivesse alguma

divida ou pensasse ser um , delirio fazer tais afirmações, basta pas -

sar os olhos não pelo noticiário dos jornais, mas pelos editoriais
A tit
dos mais autorizados órgãos da imprensa d4Seeet4ote e de outros

continentes,para sentir desde logo a apreensão que se generaliza, a

aflição que domina todos os círculos do mundo e a inquietação que

ferve em tOdas as naçOes latino-americanas nesta hora. Ê. precisamen

te esta interpretação do fato/ da renánciai que não foi sOmente a re

Tráncia de um Presidente, mas foi o sintoma serio, grave, profundo

44.44,e eclosão p deste Processo. leneadomeak


50 Turno fls 1 NORCY 30-8-1961

O Brasil, nesta hora, á menos um campo de disputa

de posiçOes de homens ou de partidos, á menos ainda o terri-

-bário em que se assenta e dinamiza uma crise política super-

ficial que envolve pessoas e grupos, ele á, isto sim, o gran-

de cenário onde o caldeirão desta angústia e d;ste anseio

de renovação precipita tOdas as fúrmulas da química social,


./- .0eSrm-12)-(,/
a extglw ou a mostrar que algo está a exigir estas reformas

de estrutura em todos os planos da vida nacional.

Regressando do Brasil, há poucos dias, escreve ago-

ra um grande escritor ingles,de um Orgão da imprensa mais auto-

rizada da capital da Grã-Bretanha,a sua impressão , que a "Noite"

do Rio nos transmite e que se resume nas seguintes palavras/St

emasiasi~:

(1;;:)

"Quando um gigante, como o Brasil, começa a fazer

ruido, o mais prudente para


4
TURNO N2 51 Fl. 1 Jacy O .61

Saapatailifs o ocidente seria ouviro.a menos que seja


Q 4.4,042.44) 12, engaw3aN
apk.orir-eree44
, com extraordinária habilidadefq-- pr

desassossego brasileiro poderia degenerar, amanhã, em uma lon

ga guerra civil, perto da qual Cuba seria apenas uma discussão


pode", umN44.11:253.
de taberna; porque a tomada de diobat3o por/5;:rais direitis-

tas é tudcWrze se necessital para desencadear-se uma aberta re

volta comunista."

Este pensamento é a síntese da impressão univer

sal a respeito da crise que se desenrola no Brasil, porcÁlle to


tokkel""
do o mundo sente isto, que provàvelmente ;no Brasil, V(7gente -

compreende; nós legalidade, iláta_floiguatran0*-roTra

ti.tdmetierraáála4+3, nós egi ' e'l Constituição, nós apelamos Pa

ra a Paz como o remédio para a solução da crise. Mas,pensamos

na análise dOstes acontecimentos sem outra preocupação senão a

de inscrever, de deixar registrada a nossa opinião, a nossa im

pressão sObre o que já veio, sei-15re C, que está vindo, sobre o

que há de vir. Nós precisamos traduzir o que sentimos diante

de tudo isto e esclarecer e-±;4•30r- easse o processo da Rd

concretização das reivindicaçOes do nosso povo, que vive o seu

século, que sente a sua época. Simplificando o meuidisa~a


P

0 TURNO 52.f 1s.1 Wagner

~as entendimento eu diria que a equaçao tem tres

planos: o da fgkla, sebre a qual inflete o erterdimcrte '

?dos nás cite remos a paz da familia brasileira como a paz

- titio e
dos nossos filhos, como a paz da naçao, • a paz da grande fa

milia brasileira e, no prpopOstto de alcançá-M i nos predispo 3 re 4,


nuncia ate daquilo que seria justo, como a renuncia de um Presiden

te, como a posse de um Vice:Presidente, como uma reformaiconstitu-

cional que harmonize a todos os interesses e que gere a aparlencia

de que tudo vai se tranquilizaar com a formula mágica. No segundo

plano, a legalidade e, enti.of ncis entramos no teor das formulas

escritas e nos interessamos pelo retorno de um Presidente ou a posse

agenne
de um vice-Presidente • comcgíuma ou 0outraSitgalà so.t ri a Iegali
social/
dada "aatearre
.,4a aindai no tcrceif,o plano, o fato janta o fen6-

meno social, a dinâmica social. Muitas vezes, gstes fatos entrosados


UACticl.c.2.~ OULTUAKT•éo pmin-g4:5\
nesta dinâmica, aw a a conquista d.olsediessaàs.~~ sem que

haja qualquer fOrça que os detenha, .e tw-4441/2


s ac
Istio,.~ te- arbid~be éci
t ia-ACUA-1j° (21
P
532 turno f1.1 noely 30.8.1961

da consideraçao destes tres elementos, paz, legalidade

A
e fato social, e da consideraçao destes tres elementos que nee deve -

mos tirar as nossas conclusi5es e situartmo-nos diante daquilo que es -

A
ta no subterraneo da crise. A crise política a superficie; a crise

A A
social e economica á que empurra todas as coordenadas e que vai en-

caminhando, pouco a pouco, a Naçao ,pela cegueira de uns, pela ambi-

reaoao/
çao de outros, pela/rxxxx de muitos e pela angustia de progresso da

A
esmagadora maioria do povo, a este clima de convulsa() generalièada

dentro da qual, em pouco tempo, andare,ate que cada um se situe no

seu lugar, cumprindo a sua tarefa, a sua missgo, mas ao final da' qual,

sem divida alguma, os cegos serao esmagados, os ambiciosos ficano a

meio caminho, como neufragos agarrados à Ultima tebda que, pouco a

pouco, perdera a condiçao essencial para salva-los; os reacionários

haver;o de resistir ate às timas


Ul laspiegiallS
54Q Turno - Sibylla - fiel
ç9
instãncias, procurando impedir a ascensão do povo pelos meios pa-

cfficos, pelos recursos democráticos, num clima de liberdade, ins-


a.M;') /5
pirado pelose-stn cristão. E como já disse, nesta Casal -nada adian

a. RAyt.
ta ficarmos uma sociedade

mais humana e mais cristã, porque em tais t;rmos não há mai& nem mais

nem menos: ou a sociedade 4 justa,humana Ge 4 cristã& ou aio não é

Nie
a sociedade justa,ulluamana a cristã. E afinal, Sr. Presidente e

Srs. Deputados, o que vai imperar e dominar,o que se irá realizar,

Orinal de tôde lite& esta tormenta, sao precisamente estas reformas

básicas, reflprmas de estrutura, reforma agrária para resolver os

pr blemas da terra, os pr:blemas da relação do homem com a terra

para acabar o regime feudal que infelicita largos setores da vida

nacional. No Nordeste os latifdndios, matando aos poucos whomens

que afaxdimxa se afundam no pauperismo, na miséria. Nas áreas de

4,41-47
'Indices demográficos, de populações mais densas, como no Sul, os
trabalham na/
homens que/dozgiummj terra, abandonados,~~
Turno 55 f$; 1 Dinah. 50/8/61

explorados a cada passo, a cada alixxx anoi, a cada dia, a. cada instante!

Quando plantam, quando cuidam das suas lavouras e quando (colhem 2 enquan

to meia duzia de aproveitadores, donos do poder economico desta Naçao,

exploram-nos, sempre levando aqueles que trabalham diuturnamente, com

a sua família, nas gaita grotas perdidas do Rio Grande e de outros Es-

tados2 a0 empobrecimento e a miseria. E, ao mesmo tempo que roubqm de

quem produz, roubam de quem consomem.

ReforPos, Sr. Presidente e Srs. Deputaods, ~fec2i=sa~r4e-

guísow reformas de estrutura economica, que a paz entre o capital e o


~UMA
trabalho nao t, apenas, na generosidade ou cu, do patrRea

para umew o empregado, mas esta na limpida compreensao de que as rique-

zas produzidas pelo capital e o trabalho sao comuns. E outras refor-

mas, Sr. Presidente, tantas que poderia citar - mas nao o faço pela

moiam:et de tempo - reformas que tem derrubado governos, quando cada


2_5
:ia l
Governo pensa em faze-las, quando cada Governo pensa / realizasaas. Re-

-org•- a Jcs A
formas que tem posto abaixo Governos, cada vez que ou Governos tem

pensado em planeja-las; a simples ideia de que um Governante pense em

N. a
propo-las, caem os Governos. Mas, os Governos cairao, ate que o povo

organizado saiba o que quer, para onde vai0 g que o povo organizado

nao se deixe iludir pelos demagogos, nao se deixemegeger


turno 56 11.1 Carme:. 30.8.61

anganar pelos falsos lideres e tome ele prOprio os sdus lideres auten-
.
Uri«
ticos, sem comprometiMentos e sem compromissos a uc possam levar avante,

crn=jogai as reformas que o povo quer, as reformas de quex

, u.e o povo precisa.

Esta, meus Srs., é a crise nacional, muito mais profunda que

esses probleminhas que andam por ai preocupando muita gente. Não adianta

um presidenue, A, B ou O , se não puder as reformas neces-
, . 4144/7
" 4"144
sanas para 4./m-~e4e5o de uma nova sociedade, reduzia.os excessos

do poder econômico consubstanciado no sistema capitalista já superadoie

provar que o sistema marxista também é uma firmula superada, porque íié

uma solução dentro da democracia para acabar com os aousos do poder eco-

n3mico e implantar a sociedade humana, justa e cristã, a mica dentro da

qual, com lioerdade e Plena xxir atuação do povo na solução dos seus pro-

blemas, podttos chegar ao plano definitivo d4oaz para todos, da legali-


i4/14.4.10
dada para todos, *756244~ o fato social, óantro da dinâmica da qual ele re-
kmn tüiC-Powin t épPÀ S 40 allem& 2.4 S gam:Liada-4_
suita e dentro da qual nós .oeffle-s i-c-re„doel et~aseti~~~.~.

V-SP"1-4"1"iál"1181!"Idar‘
fato social MS destrua a lejalidadee‘Palmas)(Discurso não revisto pelo

or. dor),
O SR. PRESIDENTE(Alcides Costa)- Não havendo mais oradores ins

critos para esta Sessão Plenaria, ja que estamos em Sessão Per

manente, suspendo a presente Sessão.


Turno n°9 f1.2 Helena 30--615/
J

Há muito, ainda, na Constituiçao de 1946, que estamos de-

.:fendendo, para ser transformado em realidade que se contem em prin-

cipios, em normas de aço para os que detem o poder político e que,

nao obstante, ate agora, tem sido esquecido, tem sido silenciado.

Algurjh poderio dizer, Sr. Presidente, já tenho escutado

estas manifestaçoes, que o momento talvez no seja para considera-

çoes desta ordem. O que nos cumpre fazer, agora, e dizer apenas

que exigimos o cumprimento da Constituiçao e que se at posse ØP


Turno ng. 11 Fl. 1 Mathilde 30.9.61

rep
porque ela, realmente, nos interessa, porque ela e boa pra todos, Es-

ta legalidade que se traduz, no momento s que se simboliza, que se re-

presenta na posse do Vice-Presidente da Repáblica, interessa-nos, Sr.

Presidente, especialmente porque, na sua base estj o nosso direito

de eleger livremente os nossos governantes e por ela lutamos e com

ela estamos, mas queremo-la mais viva, mais atuante, mais pura, mais

util para o povo, ao longo de tOdas as administraçoes, de aos os go-

vernos e queremo-la, especialmente bem exercida, bem vivida, bem com-

preendida pelos governantes. Queremos que aqueles que dela se utili-

zam para chegar ao poder, reppeitam-na quando o poder chegar e que,

em seu nome, proibam que se bata a carteira do povo, que se assalte

as instituiçoes, que se faça do contrabando uma instituiçao rendosa

para alguns, que se faça do Banco do Brasil, Sr.Presidente, um ins-

trumento de negociatas.

Assim desejamos a legalidade e e', por esta legalidade que estamos

lutando, agora e o fazemos no momento mesmo em que estamos, de manei -

ra evidentemente clamorosa, gritante, perturbados, doídos, massacrados

pelo impacto que nos causou a renáncia do Sr.Jenio Quadros, renáncia

que nao esperavamos, que nao Unhamos sequer o desejo de esperar, que

no tínhamos sequer g 2,4à4 possibilidade de vislumbr4r. Se nos per-

guntamem, Sr. Presidente, se admitiamos, antes, a possibilidade de

um homem como o Sr.Jenio Quadros vir a ser deposto, responderíamos

Você também pode gostar