Você está na página 1de 156

INSTITUTO FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS CUIABÁ – CEL. OCTAYDE JORGE DA SILVA


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E
TECNOLÓGICA

THAMIRIS STEPHANE ZANGESKI NOVAIS PAIVA

MENINAS NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA: CAMINHOS,


VIVÊNCIAS E SONHOS CONTADOS EM UM PODCAST

Cuiabá - MT
2021
THAMIRIS STEPHANE ZANGESKI NOVAIS PAIVA

MENINAS NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA:


CAMINHOS, VIVÊNCIAS E SONHOS CONTADOS EM UM PODCAST

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Educação Profissional e
Tecnológica, ofertado pelo Campus Cuiabá – Cel.
Octayde Jorge da Silva do Instituto Federal de
Mato Grosso, como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Mestra em Educação
Profissional e Tecnológica.
Linha de Pesquisa: Práticas Educativas em
Educação Profissional e Tecnológica.
Macroprojeto 2 – Inclusão e diversidade em
espaços formais e não formais de ensino na EPT.

Orientadora: Profa. Dra. Juliana Saragiotto Silva

Cuiabá - MT
2021
INSTITUTO FEDERAL DE MATO
GROSSO
Autarquia criada pela Lei n° 11.892 de 29 de Dezembro de
2008

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E
TECNOLÓGICA

THAMIRIS STEPHANE ZANGESKI NOVAIS PAIVA

MENINAS NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA: CAMINHOS,


VIVÊNCIAS E SONHOS CONTADOS EM UM PODCAST
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Educação Profissional e Tecnológica,
ofertado pelo Instituto Federal de Mato Grosso, como
requisito parcial para obtenção do título de Mestra em
Educação Profissional e Tecnológica.

Aprovado em 26 de agosto de 2021.


COMISSÃO EXAMINADORA

Profa. Dra. Juliana Saragiotto Silva


Instituto Federal de Mato Grosso
Orientadora
Assinada pela Presidente da Banca, de acordo com a Resolução 018, de 15/04/2020 CONSUP/IFMT
e seu anexo que regula as bancas a distância dos Programas de Pós-Graduação.

Prof. Dr. Ed Wilson Tavares Ferreira


Instituto Federal de Mato Grosso

Prof. Dr. Cristiano Maciel


Universidade Federal de Mato Grosso
INSTITUTO FEDERAL DE MATO
GROSSO
Autarquia criada pela Lei n° 11.892 de 29 de
Dezembro de 2008

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E
TECNOLÓGICA

THAMIRIS STEPHANE ZANGESKI NOVAIS PAIVA

PODCAST: CIÊNCIA, TECNOLOGIA e MENINAS


Produto Educacional apresentado ao Programa de Pós-
graduação em Educação Profissional e Tecnológica,
ofertado pelo Instituto Federal de Mato Grosso, como
requisito parcial para obtenção do título de Mestra em
Educação Profissional e Tecnológica.

Validado em 26 de agosto de 2021.


COMISSÃO EXAMINADORA

Profa. Dra. Juliana Saragiotto Silva


Instituto Federal de Mato Grosso
Orientadora
Assinada pela Presidente da Banca, de acordo com a Resolução 018, de 15/04/2020 CONSUP/IFMT
e seu anexo que regula as bancas a distância dos Programas de Pós-Graduação.

Prof. Dr. Ed Wilson Tavares Ferreira


Instituto Federal de Mato Grosso

Prof. Dr. Cristiano Maciel


Universidade Federal de Mato Grosso
Às que vieram antes de mim, por iniciarem o
movimento feminista e tanto me inspirarem.
Às contemporâneas, por manterem o legado de
lutar pelo nosso direito de ocupar os espaços que
desejamos e sermos o que quisermos.
Às do futuro, pois espero que vivam em um mundo
com mais justiça e equidade.
À todas as mulheres.
Às minhas meninas Mariana e Manuela.
AGRADECIMENTOS

À minha família, por todo o apoio e suporte que prestaram para que eu
pudesse me dedicar a concluir este projeto tão importante em minha vida. Com
vocês, eu aprendi a valorizar a educação e que há sempre algo novo a se aprender.
Ao meu esposo, pelo cuidado e apoio em todos os momentos. Às minhas
filhas, minhas “companheirinhas” de vida, por me instigarem a ser uma mulher cada
vez melhor e buscar um mundo mais justo e igualitário, onde elas possam crescer
com liberdade e segurança.
Ao Instituto Federal de Mato Grosso, em especial ao programa do Mestrado
Profissional em Educação Profissional e Tecnológica - ProfEPT, que me
proporcionou esta experiência tão rica.
Aos professores do programa, que de forma tão gentil, compartilharam seus
saberes e acrescentaram muitos ensinamentos à minha vida.
Aos servidores do IFMT, que auxiliaram na pesquisa e sempre foram solícitos
às minhas dúvidas e necessidades.
Aos colegas de turma, com quem tive o prazer de dividir diversos momentos
de alegria, dúvidas, aprendizado e até mesmo os momentos de tristeza.
Aos professores da banca de qualificação do projeto e defesa da dissertação,
pelas fundamentais contribuições à pesquisa.
À minha orientadora, por sua generosidade em partilhar tantos
conhecimentos, sua compreensão e apoio constantes.
Às estudantes que participaram da pesquisa e voluntariamente
compartilharam suas vivências e sonhos, o que tornou este trabalho ainda mais rico
e especial.
À Altia Podcasts Criativos, que acreditou no potencial deste trabalho e
transformou os poderosos relatos das estudantes no podcast “Ciência, Tecnologia e
Meninas”.
A cada um de vocês, a minha mais sincera gratidão.
RESUMO

Por mais que a história demonstre que o mundo do trabalho e a produção do


conhecimento, em especial na área da Ciência e Tecnologia, foram ocupados e
desenvolvidos, majoritariamente, por homens, reiterando, a partir disso, os
estereótipos do papel social de gênero; há, em contrapartida, uma notável e
contínua expansão da mulher nestes campos. Este avanço tem ocorrido por meio da
crescente participação feminina no mundo do trabalho e, também, pelo aumento dos
níveis de escolaridade da mulher. Diante deste contexto, o objetivo desta pesquisa
foi compreender como as experiências vivenciadas no Ensino Médio podem
influenciar nas escolhas femininas no que tange às suas decisões de formação,
trabalho e carreira. Para isso, desenvolveu-se uma pesquisa de campo e
exploratória, de natureza aplicada e com abordagem majoritariamente qualitativa, na
qual o lócus foi o Instituto Federal de Matogrosso (IFMT), Campus Cuiabá – Cel.
Octayde Jorge da Silva. Os resultados apontam que as mulheres são minoria, nos
cursos objetos da pesquisa, e que esse fenômeno se repete nos demais Institutos
Federais do Brasil, que ofertam os mesmos cursos. Pôde-se perceber, também, que
essa problemática está relacionada com o Eixo Tecnológico e área de ensino dos
cursos (Engenharias e Tecnologia da Informação), que, historicamente, vêm sendo
ocupados, em sua maioria, por homens. Outro importante resultado desta pesquisa,
é que as vivências das estudantes nos cursos pesquisados têm impactado as suas
decisões futuras de educação e carreira e que a desigualdade de gênero é um fator
que impacta, consideravelmente, nesta escolha. Por fim, a partir desta pesquisa foi
desenvolvido um Produto Educacional, o podcast “Ciência, Tecnologia e Meninas”,
com o objetivo de compartilhar as percepções das alunas, participantes da pesquisa,
frente à temática de Gênero no contexto do trabalho e da Educação Profissional e
Tecnológica.

Palavras-chave: Estudo de gênero; EPT; Ensino Médio Integrado.


ABSTRACT

The history shows that the world of work and the production of knowledge, especially
in Science and Technology, were occupied and developed, mostly, by men,
reiterating from this, the stereotypes of the social role of gender; there is, on the other
hand, a remarkable and continuous expansion of women in these fields. This
advance has occurred through the increasing participation of women in the world of
work and by the increase in women's educational levels. In this context, the objective
of this research was to understand how the experiences lived in high school can
influence women's choices regarding their decisions of formation, work, and career.
For this, a field and exploratory research was developed, of an applied nature and
with a mostly qualitative approach, in which the research locus was the Federal
Institute of Mato Grosso (IFMT), Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva. The
results indicate that women are a minority in the courses objects of the research, and
that this phenomenon is repeated in the other Federal Institutes of Brazil, which offer
the same courses. It was also possible to notice that this problem is related to the
Technological Axis and teaching area of the courses (Engineering and Information
Technology), which, historically, have been occupied, mostly, by men. Another
important result of this research is that the experiences of the women students in the
courses surveyed have impacted their future decisions of education and career and
that gender inequality is a factor that considerably impacts this choice. Finally, from
this research, an Educational Product was developed, “Ciência, Tecnologia e
Meninas” podcast, with the objective of sharing the perceptions of the women
students, participants of the research, in the face of the theme of Gender in the
context of work and Professional and Technological Education.

Keywords: Gender study; PTE; Integrated High School.


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Ingresso feminino anual (2010 – 2019) no IFMT, Campus Cuiabá – Cel.
Octayde Jorge da Silva ............................................................................................. 49
Gráfico 2 – Evasão feminina anual (2010-2019) IFMT, Campus Cuiabá – Cel.
Octayde Jorge da Silva ............................................................................................. 54
Gráfico 3 – Conclusão feminina anual (2010-2019) IFMT, Campus Cuiabá – Cel.
Octayde Jorge da Silva ............................................................................................. 56
Gráfico 4 – Integrantes na moradia da participante .................................................. 58
Gráfico 5 – Participantes que recebem benefício estudantil .................................... 59
Gráfico 6 – Fatores motivacionais para as participantes estudarem no IFMT .......... 60
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Roda de conversa 1: De onde vim, como estou e para onde vou? ....... 42
Quadro 2 – Roda de conversa 2: Concepções de gênero, no contexto do trabalho e
da EPT ...................................................................................................................... 42
Quadro 3 – Roda de conversa 3: Preparação para a oficina de podcast ................. 42
Quadro 4 – Organização das atividades da oficina - parte teórica ........................... 43
Quadro 5 – Organização das atividades da oficina - parte prática ........................... 44
Quadro 6 – Categoria de análise temática: (1) Motivos para a escolha da Instituição
.................................................................................................................................. 64
Quadro 7 – Categoria de análise temática: (2) Motivos para a escolha do curso
técnico ....................................................................................................................... 67
Quadro 8 – Categoria de análise temática: (3) Vivências das participantes nos
cursos escolhidos ...................................................................................................... 69
Quadro 9 – Categoria de análise temática: (4) Expectativas futuras ........................ 71
Quadro 10 – Subcategoria de análise temática: (5.1) Percepções sobre a
representatividade feminina ...................................................................................... 74
Quadro 11 – Subcategoria de análise temática: (5.2) Relacionamentos, voz,
liderança e conflitos................................................................................................... 75
Quadro 12 – Subcategoria de análise temática: (5.3) Situações de gênero veladas e
explícitas ................................................................................................................... 76
Quadro 13 – Categoria de análise temática: (6) Papéis sociais, estereótipos e
intersecções de gênero ............................................................................................. 80
Quadro 14 – Categoria de análise temática: (7) Impactos do Ensino Médio nas
escolhas futuras, subcategoria (7.1) ......................................................................... 83
Quadro 15 – Categoria de análise temática: (7) Impactos do Ensino Médio nas
escolhas futuras, subcategoria (7.2) ......................................................................... 84
Quadro 16 – Categorias temáticas de análise criadas para classificar e inferir sobre
os relatos das participantes da pesquisa .................................................................. 86
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Grupos de estudantes que participaram ou colaboraram com a pesquisa


.................................................................................................................................. 36
Tabela 2 – Formação da amostra (população-alvo) da pesquisa ............................. 38
Tabela 3 – Concentração feminina no Ensino Médio Integrado do IFMT, Campus
Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva, por ET (2017 a 2019) ................................... 50
Tabela 4 – Concentração feminina no Ensino Médio Integrado dos Institutos
Federais do Brasil por ET (2017 a 2019) .................................................................. 51
Tabela 5 – Presença feminina nos cursos técnicos integrados ao EM, dos Institutos
Federais, por ET (2017 a 2019) ................................................................................ 52
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – IFMT, Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva ............................ 35


Figura 2 – Categorias de análise sobre os motivos para a escolha da Instituição ... 63
Figura 3 – Categorias de análise sobre os motivos para a escolha do curso técnico
.................................................................................................................................. 66
Figura 4 – Categorias de análise sobre as vivências das participantes nos cursos
escolhidos ................................................................................................................. 68
Figura 5 – Categorias de análise sobre as expectativas futuras .............................. 70
Figura 6 – Infográfico sobre a participação feminina nos cursos, entre 2010 e 2019
.................................................................................................................................. 72
Figura 7 – Categorias de análise sobre as questões de gênero levantadas na Roda
de Conversa .............................................................................................................. 73
Figura 8 – Categorias de análise sobre os papéis sociais, estereótipos e
intersecções de gênero ............................................................................................. 79
Figura 9 – Categorias de análise sobre os impactos do Ensino Médio nas escolhas
futuras ....................................................................................................................... 82
Figura 10 – Identidade visual do podcast “Ciência, Tecnologia e Meninas”,
disponível no Spotify ................................................................................................. 92
Figura 11 – Episódios do podcast “Ciência, Tecnologia e Meninas” ...................... 109
Figura 12 – Identidade visual do podcast “Ciência, Tecnologia e Meninas”,
disponível no Spotify 1/2 ......................................................................................... 110
Figura 13 – Identidade visual do podcast “Ciência, Tecnologia e Meninas”,
disponível no Spotify 2/2 ......................................................................................... 110
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CAAE Certificado de Apresentação para Apreciação Ética


CAE Coordenação de Apoio ao Estudante
CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CMIG Conjunto Mínimo de Indicadores de Gênero
CNS Conselho Nacional de Saúde
CPAE Coordenadoria de Políticas de Apoio ao Estudante
C&T Ciência e Tecnologia
EAAMT Escola de Aprendizes e Artífices do Mato Grosso
EJA Educação de Jovens e Adultos
EMI Ensino Médio Integrado
EPT Educação Profissional e Tecnológica
ET Eixos Tecnológicos
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IFMT Instituto Federal de Mato Grosso
INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
MSGI Minimum Set of Gender Indicators
ONU Organização das Nações Unidas
PcD Pessoa com Deficiência
PDI Plano de Desenvolvimento Institucional
PD&I Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação
PE Produto Educacional
PEIAPEE Plano Estratégico Institucional de Ações de Permanência e Êxito dos
Estudantes do Instituto Federal de Mato Grosso
PISA Programa Internacional de Avaliação de Estudantes
PNE Plano Nacional de Educação
PNP Plataforma Nilo Peçanha
ProfEPT Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica
SciELO Scientific Electronic Library Online
UFMT Universidade Federal do Mato Grosso
UNICAMP Universidade Estadual de Campinas
UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15
2 RELAÇÃO ENTRE GÊNERO, TRABALHO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E
TECNOLÓGICA ........................................................................................................ 19
2.1 Estudos de Gênero ............................................................................................. 19
2.2 A mulher e o mundo do trabalho ......................................................................... 21
2.3 Gênero e Educação ............................................................................................ 24
2.3.1 Um olhar para a história das mulheres na Educação ..................................... 24
2.3.2 Um olhar para os indicadores atuais de Gênero e Educação ......................... 27
2.4 Gênero na Educação Profissional e Tecnológica ............................................... 28
2.4.1 Um olhar para a criação da Rede Federal de Educação Profissional, Científica
e Tecnológica e do IFMT ........................................................................................... 29
2.4.2 Um olhar para os indicadores brasileiros da EPT ........................................... 31
3 O PERCURSO METODOLÓGICO ....................................................................... 34
3.1 Caracterização da Pesquisa ............................................................................... 34
3.2 Local da Pesquisa ............................................................................................... 35
3.3. As participantes da pesquisa.............................................................................. 36
3.4 Critérios Éticos .................................................................................................... 39
3.5 Instrumentos de Pesquisa ................................................................................... 39
3.5.1 Coleta dos dados ............................................................................................ 40
3.5.1.1 Questionários ............................................................................................... 40

3.5.1.2 Roteiros para a realização das Rodas de Conversa..................................... 41

3.5.1.3 Roteiro para a realização da Oficina de Podcast .......................................... 43

3.5.2 Metodologia de Análise de Dados .................................................................. 44


3.6 Etapas da Pesquisa ............................................................................................ 45
3.6.1 Etapa 1 – Revisão da Literatura ..................................................................... 45
3.6.2 Etapa 2 – Análise da Participação Feminina nos Cursos ............................... 46
3.6.3 Etapa 3 – Rodas de Conversa: motivações para o ingresso, vivências no
curso e perspectivas futuras das participantes.......................................................... 47
3.6.4 Etapa 4 – Desenvolvimento do Produto Educacional - Podcast ..................... 47
4 O QUE DIZEM OS DADOS ACADÊMICOS?........................................................ 48
4.1 Sobre o ingresso ................................................................................................. 48
4.2 Sobre a interrupção ............................................................................................ 53
4.3 Sobre a conclusão .............................................................................................. 55
5 O QUE DIZEM AS PARTICIPANTES? ................................................................. 57
5.1 As características das participantes .................................................................... 57
5.2. Os relatos das participantes ............................................................................... 62
5.2.1 De onde vim, como estou e para onde vou? .................................................. 62
5.2.1.1 Escolha da instituição ................................................................................... 63

5.2.1.2 Escolha do curso técnico .............................................................................. 66

5.2.1.3 Vivências nos cursos escolhidos .................................................................. 68

5.2.1.4 Expectativas futuras ..................................................................................... 70

5.2.1.5 Questões de gênero levantadas na Roda de Conversa ............................... 72

5.2.2 Concepções de gênero no contexto do trabalho e da educação .................... 78


5.2.2.1 Papéis sociais, estereótipos e intersecções de gênero ................................ 79

5.2.2.2 Impactos do Ensino Médio nas escolhas futuras .......................................... 81

5.3 A avaliação da participação na pesquisa ............................................................ 87


6 O PRODUTO EDUCACIONAL.............................................................................. 89
6.1 O podcast como proposta de Produto Educacional ............................................ 89
6.2 O desenvolvimento do Produto Educacional ...................................................... 91
6.3 A aplicação e avaliação do Produto Educacional ............................................... 93
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 96
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 101
APÊNDICES............................................................................................................ 108
ANEXOS ................................................................................................................. 152
15

1 INTRODUÇÃO

Até o início do século XX, o papel da mulher na sociedade era restrito aos
cuidados do lar, do marido e dos filhos. No âmbito familiar, a figura do pai, ou do
esposo, era central, pois tinham a responsabilidade de manter o lar e a família. Nas
situações em que a mulher era a principal provedora, como nos casos das mulheres
pobres e viúvas, por exemplo, os trabalhos realizados por elas eram, em sua
maioria, artesanais, de baixa remuneração e malvistos, pois eram tidos como uma
transgressão do papel social imposto à mulher (PROBST; RAMOS, 2003).
Por se casarem ainda novas, tornarem-se mães e donas de casa, a baixa
escolaridade também era muito comum, uma vez que o desenvolvimento de
habilidades voltadas ao trabalho doméstico (tais como limpeza, culinária, costura,
cuidados com a saúde e criação dos filhos) era mais importante do que a
escolaridade (PROBST; RAMOS, 2003).
Percebe-se assim, que a submissão econômica da mulher à figura masculina
e a baixa escolaridade eram reflexos de sua desvalorização social. Para Abramo
(2007, p. 6-7), esse fenômeno “[...] está fortemente relacionado a uma subvaloração
(econômica e social) do significado do seu trabalho e de seu papel na sociedade”.
A partir da primeira e segunda guerra mundial (1914 – 1918 e 1939 – 1945,
respectivamente), as mulheres adentraram, de forma mais expressiva, no mundo do
trabalho, principalmente nos negócios de família e nas indústrias, pois os homens da
família saíram para lutar nas guerras. Muitos não retornavam e, os que voltavam, às
vezes, encontravam-se impossibilitados de trabalhar (PROBST; RAMOS, 2003).
Nesta jornada, obstáculos se apresentavam às mulheres, tais como, jornada
acentuada de trabalho (até 18 horas por dia) e desigualdade salarial, se comparado
ao trabalho masculino (ABRAMO, 2007). Um dos fatores para esta desigualdade no
mundo do trabalho é a divisão sexual do trabalho, pois “ao mesmo tempo em que
conferem à mulher função básica e primordial de cuidar do mundo privado e da
esfera doméstica, atribuem a essa esfera um valor social inferior ao do ‘mundo
público’ [...]” (ABRAMO, 2007, p. 6).
Ou seja, impõe-se à mulher a necessidade da polivalência, o estereótipo do
“ser mulher”, pois, ainda que ela esteja inserida no mundo do trabalho, a
organização da vida doméstica e familiar são vistas, como de sua responsabilidade.
16

Esta representação do senso comum corrobora para que a mulher esteja sempre em
desvantagem de oportunidades em comparação aos homens.
Igualmente, na área da Educação, a história demonstra que o
desenvolvimento do conhecimento em Ciência e Tecnologia (C&T) foi destinado e
ocupado, majoritariamente, por homens, construindo-se, assim, uma tradição de que
as profissões ligadas a este campo são, a princípio, masculinas. Essas restrições à
participação feminina foram “[...] pautadas por discursos científicos, que postulavam,
a partir de determinações biológicas, que a mulher seria menos capaz de produzir
ciência e tecnologia” (FREITAS; LUZ, 2017, p. 4). Os mesmos autores
complementam que, no senso comum, a representação da pessoa que faz ciência
se dá pela figura masculina, de idade avançada, que, embora casado, não
demonstra preocupação com as questões domésticas e familiares, podendo então
dedicar-se inteiramente ao fazer científico. Logo, essa representação é antagônica
ao papel social que se espera que uma mulher desempenhe.
Diante do exposto, esta pesquisa buscou explorar a seguinte problemática: as
experiências vivenciadas pelas estudantes do Ensino Médio Integrado (EMI), das
áreas da C&T, influenciam em suas escolhas sobre formação, trabalho e carreira?
Justifica-se a relevância de estudar a vivência feminina no Ensino Médio, por
esta fase ser um marco na vida das estudantes. Pois, em geral, estão em plena
construção e descoberta de si, enquanto seres sociais, políticos e cidadãs. E, por
meio dessas construções, que antecedem a fase adulta, as escolhas sobre o futuro
pessoal e profissional podem ser impactadas por suas vivências escolares.
Ademais, se de um lado pode haver os sonhos de uma formação e carreira
profissional de sucesso, de outro há uma série de desafios e fatores que
influenciarão este futuro, dentre eles a desigualdade de gênero e suas
interseccionalidades com a cor, etnia e classe. Inclusive, Soares (2002) afirma que
há uma falsa ideia no capitalismo de que o indivíduo possui inúmeras possibilidades
de escolha, quando na realidade suas alternativas são delimitadas por sua classe
social.
Sendo assim, além de investigar as vivências femininas nos cursos de C&T, é
importante conhecer as características das estudantes, os motivos e oportunidades
que as fizeram adentrar no universo da Educação Profissional e Tecnológica (EPT),
bem como os desafios encontrados nessa jornada e as expectativas para o futuro.
17

Além destas, existem as minhas motivações como pesquisadora para a


escolha do tema da pesquisa. Apesar de eu ser uma profissional da educação que
atua na área administrativa da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), em
alguns momentos tive a oportunidade de atuar como tutora de cursos à distância.
Estas experiências me despertaram uma curiosidade sobre a docência e a pesquisa,
então decidi entrar no programa do Mestrado em Educação Profissional e
Tecnológica (ProfEPT), ofertado pelo Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT),
Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva.
A partir disto, foi fácil escolher o tema da pesquisa, visto que há algum tempo
já venho estudando assuntos relacionados às questões de gênero e suas
interseccionalidades, sobre o movimento feminista e os aspectos históricos da vida
da mulher na sociedade. Neste intercurso, busquei ressignificar muito do que
aprendi sobre ser mulher, especialmente para viver a maternidade. Contudo,
percebo que foi esta a experiência que mais me transformou. Ser mãe de duas
meninas e o desejo de que elas sejam livres em um mundo que tanto nos cerceia
me assusta, mas, principalmente, me instiga a contribuir, de alguma forma, para que
elas possam trilhar os seus caminhos com mais segurança e liberdade.
Sob este ponto de vista, interessei-me em conhecer as vivências das
estudantes do Ensino Médio técnico e como as temáticas da pesquisa impactavam
suas vidas, principalmente no ambiente escolar e nas suas projeções futuras.
Diante dos fatos narrados, o objetivo geral desta pesquisa foi compreender
como as experiências vivenciadas no Ensino Médio podem influenciar as escolhas
femininas no que tange as suas decisões de formação, trabalho e carreira; e
compartilhar estas descobertas em um programa de podcast. Para isto, os seguintes
objetivos específicos foram definidos: (i) analisar e discutir os referenciais teóricos
relacionados às temáticas de gênero, no contexto do Trabalho e da Educação
Profissional e Tecnológica; (ii) demonstrar as taxas de matrículas, trancamentos,
desistências e conclusões, por gênero, nos cursos técnicos integrados ao Ensino
Médio, selecionados para esta pesquisa, entre os anos 2010 e 2019; (iii) desvelar as
motivações para o ingresso, as vivências no curso e as perspectivas futuras das
alunas – à luz da temática de gênero, trabalho e EPT; e (iv) desenvolver um podcast
sobre gênero na EPT para divulgação de alguns resultados da pesquisa.
Salienta-se que este podcast consiste no Produto Educacional da pesquisa,
desenvolvido com o intuito de ampliar o debate na sociedade acerca das questões
18

relacionadas à diversidade e desigualdades de gênero, uma vez que se configura


em uma ferramenta para dar voz às estudantes e para divulgar alguns dos
resultados da pesquisa em uma linguagem mais simples e acessível, para além
daquela apresentada em uma dissertação de mestrado.
O lócus de pesquisa foi o IFMT, Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da
Silva, e a população-alvo foram as estudantes dos cursos Técnico em Agrimensura,
Técnico em Edificações, Técnico em Eletroeletrônica e Técnico em Informática.
Destarte, cabe informar que a presente dissertação está estruturada em 7
seções, incluindo esta Introdução. Na seção 2, aborda-se a relação entre gênero,
trabalho e EPT, uma vez que apresenta um breve histórico sobre os estudos de
gênero, o ingresso e atuação feminina no mundo do trabalho, a história e os
indicadores da mulher na educação e a participação feminina na EPT, em especial
no IFMT.
Em seguida, na seção 3, discorre-se sobre o percurso metodológico adotado
para a realização da pesquisa, incluindo as escolhas dos procedimentos
investigatórios, o local da pesquisa, as participantes e colaboradoras e os aspectos
éticos adotados. Além disso, são demonstrados os instrumentos de pesquisa
utilizados na coleta de dados, a apreciação dos dados por meio da técnica de
análise de conteúdo e as etapas realizadas.
Na seção 4, apresenta-se a participação feminina nos cursos elencados como
objetos de investigação. Por conseguinte, na seção 5, são demonstradas as
características das participantes, decorrentes da aplicação de um questionário e,
também, são desvelados os resultados das discussões realizadas nas rodas de
conversa.
Na seção 6, exibe-se o processo de elaboração e avaliação do Produto
Educacional da pesquisa, que consiste no programa de Podcast “Ciência,
Tecnologia e Meninas”. Por fim, na seção 7, são realizadas as considerações finais
acerca dos resultados da pesquisa, bem como o cumprimento dos objetivos
propostos. Além disso, são feitas algumas sugestões para trabalhos futuros e
compartilhados os desafios verificados no decorrer da pesquisa.
19

2 RELAÇÃO ENTRE GÊNERO, TRABALHO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E


TECNOLÓGICA

Este referencial teórico discute a relação entre gênero, trabalho e Educação


Profissional e Tecnológica. Para isso, foram desenvolvidas quatro subseções. Na
primeira subseção, aborda-se a temática dos “Estudos de Gênero”, com a finalidade
de apresentar o conceito de gênero e como este se tornou um campo de estudos,
análises e reflexões. Na segunda subseção, o tema “Gênero e Trabalho” é
explanado com o objetivo de discorrer sobre a história da mulher no mundo do
trabalho e, também, de apresentar alguns dados estatísticos sobre o isso. Na
terceira subseção, discute-se “Gênero e Educação no Brasil”, além disso, apresenta-
se algumas mulheres que, historicamente, lutaram pelo direito da mulher à educação
em âmbito nacional. Ademais, nessa subseção revelam-se alguns índices
provenientes de estudos recentes sobre o tema. Na quarta e última subseção, a
temática de “Gênero na Educação Profissional e Tecnológica” é discutida com o
objetivo de demonstrar a história da participação feminina no IFMT, desde a sua
criação; e como as propostas da educação unitária, politécnica e omnilateral,
princípios da EPT, podem contribuir para mitigar essas desigualdades de gênero,
por meio de uma educação mais emancipadora e libertadora.

2.1 Estudos de Gênero

O termo “gênero” vem substituindo o termo “mulheres”, em especial, na


academia. Além disso, ele é usado para designar as relações sociais entre os sexos
e rejeita as determinações biológicas, sobretudo aquelas que resultam nas relações
de poder - subordinação feminina e dominação masculina (SCOTT, 1995).
Os primeiros registros sobre os estudos de gênero foram realizados sob a
nomenclatura de estudos da mulher e se desenvolveram nos anos de maior
militância feminista nas ruas. A partir dos anos 70, receberam a denominação de
estudos de gênero e estiveram baseados em uma abordagem mais academicista de
análise.
Historicamente, os direitos e deveres dos sujeitos, bem como a forma como
participavam da vida em sociedade, eram definidos de acordo com sua
representação social, ou seja, sua condição política e econômica. Na Grécia antiga,
20

por exemplo, o sexo feminino era desqualificado por Aristóteles, que considerava as
mulheres seres inferiores e incapazes (GALINKIN; BERTONI, 2014). Desta forma, a
mulher tinha sua vida restrita ao mundo privado, suas responsabilidades eram as de
procriar, criar os filhos, realizar os trabalhos domésticos e servir às necessidades
dos homens.
Apesar de, atualmente, a participação social da mulher não estar mais restrita
e condicionada à esfera privada, uma vez que ela está cada vez mais presente no
mundo do trabalho, estudos demonstram que a responsabilidade pelo universo
privado ainda continua sendo majoritariamente da mulher. Nesse sentido, em 2013,
a Comissão de Estatística das Nações Unidas (United Nations Statistical
Commission) propôs o “Conjunto Mínimo de Indicadores de Gênero” - CMIG1
(Minimum Set of Gender Indicators - MSGI) com o intuito de possibilitar subsídios
para o debate dos estudos de gênero, mensurar as desigualdades em nível mundial
e estabelecer uma metodologia para promover harmonização e comparabilidade
adequada entre países. Desde então, o CMIG tem desempenhado o papel de guia
para os países na produção de estatísticas de gênero.
Inclusive, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2018; 2021)
utilizou-se de alguns indicadores de gênero, propostos pelo CMIG, e desenvolveu o
estudo “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, no qual
apresentou um panorama das desigualdades de gênero no Brasil, a partir de cinco
domínios2: (i) estruturas econômicas, participação em atividades produtivas e acesso
a recursos; (ii) educação; (iii) saúde e serviços relacionados; (iv) vida pública e
tomada de decisão; e (v) direitos humanos das mulheres e meninas.
Neste estudo, o IBGE ressalta a importância da produção de indicadores de
gênero para o atendimento de dois objetivos:
[...] enriquecer o debate, proporcionando informações destacadas sobre o
tema, e corroborar a importância de se manter uma agenda pública

1
Constituído por 63 indicadores (52 quantitativos e 11 qualitativos) que refletem o esforço de
sistematização de informações destinadas à produção nacional e à harmonização
internacional de estatísticas de países e regiões com relação à igualdade de gênero e ao
empoderamento feminino (IBGE, 2018).
2
Os domínios utilizados no estudo “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres
no Brasil” estão relacionados a uma ou mais áreas de concentração da Plataforma de Ação
de Pequim, de 1995. Esta Plataforma foi a consolidação do resultado da IV Conferência
Mundial sobre as Mulheres (Fourth World Conference on Women), onde foi formalizado um
conjunto de objetivos estratégicos nas áreas definidas como prioritárias, bem como ações
necessárias para atingir a igualdade de gênero
(http://www.un.org/womenwatch/confer/beijing/reports/) (IBGE, 2018).
21

permanente, que coloque a igualdade de gênero como um dos eixos


estruturantes da formulação de políticas públicas no País (IBGE, 2018, p. 1).

Apesar de o estudo ser composto por cinco domínios, nesta pesquisa foram
destacados apenas os indicadores referentes aos domínios “Estruturas econômicas,
participação em atividades produtivas e acesso a recursos” e “Educação”. O primeiro
será tratado na subseção 2.2 e o segundo será abordado na subseção 2.3.
A partir do contexto dos estudos de gênero, destaca-se outra vertente
passível de análise e que traz importantes reflexões sobre a vida da mulher, que é a
sua inserção social como força de trabalho – como descrito a seguir.

2.2 A mulher e o mundo do trabalho

A história dos avanços e conquistas da mulher nos campos político, social e


econômico ficou marcada por lutas e reivindicações. Neste contexto, percebe-se que
a mulher vem ocupando cada vez mais espaço no mundo do trabalho, nos cargos de
direção e em carreiras que, tradicionalmente, foram ocupadas por homens.
Entretanto, essa é uma realidade recente, que ainda demanda muitos estudos, com
o intuito de verificar se o que foi conquistado, inclusive perante a lei, realmente
abarca as mulheres indistintamente, ou se o livre exercício dos direitos é um
privilégio de poucas.
Para Probst e Ramos (2003), no Brasil, com o início do avanço tecnológico e
as modificações no sistema de produção capitalista, boa parte da mão de obra
feminina foi transferida para as fábricas e as mulheres passaram a ser contempladas
em algumas leis. Como exemplo, pode-se mencionar a Constituição de 1932, com
menores garantias, e a Constituição de 1988, que foi considerada um marco na
proteção às mulheres e na ampliação de direitos, ao definir a equidade de gênero no
inciso I do Artigo 5°: “Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
termos desta Constituição” (BRASIL, 1988).
Em meados dos anos 2000, em meio à crescente participação da mulher no
mundo do trabalho, diversos autores (PROBST; RAMOS, 2003; ANTUNES; ALVES,
2004) apontaram que as mulheres já representavam cerca de 40% da força de
trabalho nacional. No entanto, havia ainda o fato de que os salários pagos às
mulheres eram inferiores aos pagos aos homens, que exerciam a mesma função.
22

Esta é uma realidade ainda comum nos tempos atuais, tanto que, a Catho
(2021), empresa de tecnologia que funciona como um classificado online de
currículos, vagas e soluções de recrutamento, publicou, em 2021, uma pesquisa
salarial que demonstra que a remuneração das mulheres são, em média, 34%
menores que a dos homens, em todos os cargos de liderança. Especificamente para
profissionais técnicos, esta diferença sobe para 47%.
Abramo (2007) caracteriza esse fenômeno, a partir da concepção da mulher
como “força de trabalho secundário”. Segundo a autora, como tradicionalmente a
mulher deveria ser sustentada pelo homem, ela não precisaria tanto do trabalho e
nem receber um salário equivalente ao do homem.
Nesta mesma direção, nos estudos “Estatísticas de gênero: indicadores
sociais das mulheres no Brasil”, publicados pelo IBGE3 (2018; 2021), no domínio
“Estruturas econômicas, participação em atividades produtivas e acesso a recursos”
constam três indicadores que merecem atenção, por retratarem questões
importantes sobre a temática “gênero e trabalho”, os quais são descritos a seguir.
O primeiro indicador trata do “número médio de horas semanais dedicadas
aos cuidados de pessoas e/ou afazeres domésticos, por sexo”. Os dados
demonstram que, no Brasil, este tipo de trabalho não remunerado tem sido
realizado, majoritariamente, por mulheres. No ano de 2016, as mulheres dedicaram
cerca de 73% a mais de horas semanais (18,1 horas) a esta função do que os
homens (10,5 horas) (IBGE, 2018). Já em 2019, este índice aumentou para cerca de
95% – sendo 21,4 horas de trabalho feminino contra 11,0 horas masculino (IBGE,
2021).
Em um recorte por cor ou raça, os números demonstram que mulheres pretas
ou pardas são as que mais se dedicam aos cuidados de pessoas e/ou aos afazeres
domésticos, se comparado às mulheres brancas (IBGE, 2018; 2021). Isto significa
que por mais que a participação da mulher no mundo do trabalho venha
aumentando, ela ainda é a principal responsável pela execução das atividades
relativas à esfera privada (atividades domésticas e cuidados de pessoas).
Esse fator tem relação direta com a divisão sexual do trabalho, pois mulheres
que precisam conciliar o trabalho remunerado com as atividades relativas ao mundo

3
A primeira edição do estudo (IBGE, 2018) foi publicada no ano de 2018 e se refere à
pesquisa realizada em 2016. Já a segunda edição (IBGE, 2021), foi publicada em 2021 e diz
respeito à pesquisa executada/efetivada em 2019.
23

privado estão mais suscetíveis ao trabalho com carga horária reduzida (part-time),
precarizado e desregulamentado. A exploração do trabalho feminino também é
abordada por Antunes e Alves (2004) que afirmam que esta é a forma como a força
de trabalho feminino vem sendo absorvida pelo capital.
O segundo indicador do estudo do IBGE (2018; 2021) apresenta a “proporção
de ocupados em trabalho por tempo parcial, por sexo”. É possível verificar nas duas
publicações que, mesmo quando as mulheres estão empregadas, a sua maior
dedicação às atividades domésticas e de cuidado tendem a impactar na sua
inserção no mundo do trabalho, marcada pela necessidade de conciliar a dupla
jornada de trabalho (remunerado e não-remunerado). Em 2016, a proporção da
ocupação feminina, em tempo parcial, foi de 28,2%, contra 14,1% da ocupação
masculina (IBGE, 2018). Em 2019, este percentual aumentou para 29,6% e 15,6%,
respectivamente (IBGE, 2021).
Este indicador também demonstra o recorte de cor ou raça, em que mulheres
pretas ou pardas exerceram mais trabalho em tempo parcial do que as brancas –
sendo 31,3% de mulheres pretas ou pardas e 25,0% de mulheres brancas, em 2016
(IBGE, 2018), aumentando para 32,7% e 26,0%, respectivamente, em 2019 (IBGE,
2021).
Nesta conjuntura, faz-se necessário, ainda, explicitar um terceiro indicador,
denominado “rendimentos médios do trabalho”. Este indicador aponta que, em 2016,
a remuneração das mulheres correspondeu a 75% da remuneração dos homens
(IBGE, 2018) e, em 2019, este índice aumentou para 77,7% (IBGE, 2021). Esta
desigualdade observada pode estar relacionada a fatores como segregação
ocupacional e discriminação salarial das mulheres no mercado de trabalho,
mantendo, assim, uma desigualdade de inserção ocupacional feminina (IBGE, 2018;
2021).
Além desses indicadores, é importante mencionar que os trabalhos de Marx e
Engels também contribuem para este debate, ao demonstrarem que se pode
desdobrar o estudo de gênero, de forma a refletir sobre os fenômenos relativos ao
“ser mulher” dentro da desigualdade de uma sociedade de classes. Neste sentido,
Bittencourt (2015, p. 1) complementa que:
É preciso imprimir questão de gênero na classe, isto é, “des-homogeneizar”
a classe trabalhadora a fim de perceber que as mulheres sofrem de
opressões diversas dos homens, as quais implicam que sejam as mulheres
a maior parcela da classe trabalhadora e miserável, especialmente no
cenário de capitalismo periférico, em que as mulheres, predominantemente
24

negras, sustentam os postos mais precarizados.

Igualmente, Cisne (2005) afirma que a classe é quem determina se uma


mulher da classe dominante explora uma mulher da classe trabalhadora, uma idosa
explora outra idosa, uma negra explora outra negra. Desta forma, percebe-se que no
modo de produção capitalista vigente, as desigualdades de gênero ocorrem não
apenas na esfera da classe, como também pelas diferentes cores/etnias e idades.
Face ao exposto, nota-se que se o mundo do trabalho foi historicamente
dominado pelo homem, principalmente nas atividades que envolvem o trabalho
intelectual, logo, não é de se estranhar que este fenômeno também tenha
desdobramentos no acesso das mulheres à educação. Por isso, na próxima
subseção, é discutida a presença das mulheres na educação, bem como os desafios
que lhes foram historicamente apresentados.

2.3 Gênero e Educação

Nesta subseção discorre-se, primeiramente, sobre o contexto histórico das


mulheres na educação, e, posteriormente, apresenta-se algumas estatísticas de
gênero e educação.

2.3.1 Um olhar para a história das mulheres na Educação

Ao analisar a relação de gênero na educação, nota-se que a escola tem um


importante papel, enquanto instituição socializadora, no desempenho dos papéis de
gênero. Se a casa é o local onde a dominação masculina ocorre de forma mais
significativa, a cultura acadêmica tradicional, transmitida pela instituição escolar, é
"um dos princípios mais decisivos da mudança nas relações entre os sexos, devido
às contradições que nela ocorrem e às que ela própria introduz" (BOURDIEU, 1999,
p. 105).
Nesse sentido, a história retrata que, por muito tempo, a educação foi um
privilégio desfrutado por poucos. Galinkin e Bertoni (2014) descrevem que na Grécia
antiga, por exemplo, Aristóteles acreditava que o trabalho brutalizava a mente do
homem. Desta forma, o trabalho era realizado por escravos e a educação era
oferecida aos homens livres. Já as mulheres, quando recebiam algum tipo de
educação, esta educação era diferenciada daquela oferecida aos homens.
25

Na Idade Média, Renascença e início da Modernidade isso também não era


diferente, pois “[...] ainda se educavam jovens da nobreza e das elites econômicas,
diferenciando o que ensinar a homens e mulheres” (GALINKIN; BERTONI, 2014, p.
24). As mesmas autoras complementam que, na Era Medieval, o clero e as elites
políticas detinham o poder político e econômico e, por meio destes, exerciam o
controle da população. Logo, condenavam a democratização da educação e do
conhecimento, principalmente para as mulheres, pois temiam o que estas poderiam
fazer se pudessem ler, escrever e pensar com mais sofisticação.
Do mesmo modo, no século XIX, ainda se acreditava na diferença intelectual
entre homens e mulheres, atribuindo esta diferença ao fator biológico. Sendo assim,
a educação formal para a mulher era dispensada e lhe ensinavam apenas o
necessário para cumprir as funções domésticas. Galinkin e Bertoni (2014)
acrescentam que, assim como as mulheres, as pessoas negras também eram
consideradas biologicamente inferiores e, mesmo que a ciência tenha avançado e
não confirmado essas crenças na hierarquia biológica e intelectual, a representação
da inferioridade das mulheres e pessoas negras permaneceu.
Nessa direção, Louro (2004) descreve a história das mulheres na sala de
aula, no Brasil. Segundo a autora, os legisladores dos anos 1827 determinaram a
criação das “escolas de primeiras letras” nas cidades e vilarejos mais populosos do
Império, a fim de diminuir o analfabetismo. Nessa época, as escolas eram ofertadas
em maior número aos meninos, sendo que as operações básicas e a educação
cristã eram oferecidas a ambos os sexos. Entretanto, os meninos eram
contemplados com disciplinas de geometria e as meninas aprendiam bordado e
costura. Os meninos eram educados por professores do sexo masculino e, as
meninas, por professores do sexo feminino. Ademais, para além da diferenciação de
gênero, a distinção de classe, etnia, raça e religião também influenciavam na forma
como a educação era ofertada às crianças.
Vale destacar que, desde cedo, as meninas eram envolvidas nos afazeres
domésticos, no trabalho na roça, no cuidado dos irmãos mais novos e, dessa forma,
a escolarização não era uma prioridade. A educação da mulher passou, então, a se
pautar na incorporação das ciências relacionadas ao desempenho do seu papel
social, tais como puericultura, psicologia e economia doméstica. Ou seja, uma
educação que fortalecesse o papel social de cuidadora e a responsabilidade pela
26

criação e educação dos filhos, que deveriam se tornar cidadãos de bem (LOURO,
2004).
No Brasil, uma das precursoras na luta pelo direito das mulheres à educação
foi Nísia Brasileira Floresta Augusta (1810 - 1885), que nasceu no Rio Grande do
Norte e mostrou-se uma mulher à frente de seu tempo e preocupada com a
educação da mulher. Fundou e dirigiu um colégio para moças no Rio de Janeiro e foi
uma escritora que, apesar de não ter seu reconhecimento na literatura brasileira,
escreveu diversos livros e ensaios, em três idiomas, nos quais defendia os direitos
de mulheres, índios e escravos, além de ter publicado diversos textos em jornais de
grande circulação (DUARTE, 2010).
Nísia Floresta também recebeu a alcunha de “precursora do feminismo” no
Brasil e em toda América Latina, após publicar uma adaptação à realidade nacional
da obra de Mary Wollstonecraft “Vindications of the rights of woman” que, em
português, recebeu o título de “Direitos das mulheres e injustiça dos homens”; a obra
original é considerada, atualmente, como uma das obras fundadoras do feminismo
mundial. As duas autoras buscaram acentuar a importância da mulher na sociedade
e o papel secundário relegado a elas. Porém, Nísia Floresta dedicou seus esforços
em questões sobre a emancipação da mulher pela educação, enquanto
Wollstonecraft lutava, também, pela emancipação política (DUARTE, 2010).
Outras mulheres brasileiras, contemporâneas de Nívea Floresta, também se
destacaram na luta pela emancipação feminina por meio da educação, da
participação política e social, tais como Maria Lacerda de Moura (1887 – 1945),
professora e escritora, e Bertha Lutz (1894 – 1976), ativista do movimento sufragista,
também professora, pesquisadora, cientista e política. Estas e muitas outras
mulheres fizeram parte das lutas e conquistas dos direitos femininos mais
elementares, como a educação de qualidade e mais igualitária.
A despeito da democratização do acesso à educação, Bourdieu (1999)
aponta que a sexualização dos cursos e carreiras persiste. Inclusive, no que tange à
participação da mulher na área de Ciência e Tecnologia, especificamente, é
perceptível que este não foi um lugar tradicionalmente destinado a elas. Apesar de
Freitas e Luz (2017) afirmarem que o “fazer Ciência” e o “criar Tecnologia” são um
processo em que as relações de poder se encontram intrincadas, os autores
também destacam que as mulheres produziram C&T no decorrer da história, no
entanto, por diversos motivos, não obtiveram seu reconhecimento:
27

[...] seja por não se adequarem à epistemologia científica presente na base


das representações da área, seja porque a ciência e a tecnologia de origens
femininas historicamente foram apropriadas ou silenciadas pelo masculino,
ou mesmo porque as produções femininas foram classificadas no espaço da
não ciência (FREITAS; LUZ; 2017 p. 3).

Neste contexto, Ribeiro et al. (2020, p. 105) afirmam que a “relação de gênero
com tecnologia é tão antiga quanto a própria tecnologia”. Além disso, destacam a
problemática da baixa representação feminina na área da Computação e
demonstram que existem ações direcionadas para o aumento da diversidade e
inclusão de mais mulheres, em áreas específicas da Computação, tais como,
Inteligência Artificial, Interação Humano-Computador, Banco de Dados e Big Data.
Percebe-se, ainda, que a desigualdade de gênero impacta, também, em
menores remunerações. Uma pesquisa salarial publicada pela Catho (2021) apontou
que somente 19% da área da Tecnologia é composta por mulheres e, geralmente, o
salário delas é 11% menor que o dos homens. Para o cargo de Engenheiro(a) de
Sistemas Operacionais em Computação, por exemplo, esta diferença aumenta para
33%.

Destarte, nesta subseção demonstrou-se um breve histórico da relação entre


a mulher e a educação, em que se percebeu a construção de uma longa jornada
feminina de lutas e reivindicações para o direito e acesso a este bem, que deveria
ser universal. A seguir, são apresentados alguns indicadores desta relação, com
base nas publicações do IBGE em 2018 e 2021.

2.3.2 Um olhar para os indicadores atuais de Gênero e Educação

Com relação à educação no Brasil, o IBGE (2018; 2021) aponta que, em


geral, as mulheres possuem menor atraso escolar que os homens. No ano de 2016,
por exemplo, considerando a idade de 15 a 17 anos, verificou-se que “taxa de
frequência escolar líquida ajustada4” feminina foi de 73,5% e, a masculina, foi de
63,2% (IBGE, 2018). Já no ano de 2019, estes dados subiram para 76,4% contra
66,7%, respectivamente (IBGE, 2021).

4
“Esse indicador mede a proporção de pessoas que frequentam escola no nível de ensino
adequado a sua faixa etária, incluindo aquelas que já concluíram esse nível, em relação ao
total de pessoas da mesma faixa etária. Logo, o complemento desse indicador apresenta o
percentual da referida população com atraso escolar, resultante de repetência e/ou abandono
escolar” (IBGE, 2018, p.6).
28

Quando se analisa o indicador “nível de instrução” do ano de 2016 (IBGE,


2018), percebe-se que, na faixa etária de 25 a 44 anos, o percentual de mulheres
com ensino superior é de 21,5% contra 15,6% dos homens. Já no ano de 2019
(IBGE, 2021), esta taxa média subiu para 23,0% e 16,9%, respectivamente. Ao se
aplicar o recorte de “cor ou raça”, esses dados se mostram preocupantes, pois
mulheres brancas, com ensino superior completo, são quase o dobro de mulheres
pretas ou pardas com o mesmo nível de instrução (IBGE, 2018; 2021).
Apesar desta “vantagem” feminina no acesso ao nível superior, o IBGE (2021)
destacou que as mulheres ainda enfrentam obstáculos em determinadas áreas do
conhecimento. De acordo com o Censo da Educação Superior de 2019 (INEP,
2021), dentre os 20 cursos com maior número de matrículas na graduação, aqueles
das áreas de Computação e Tecnologias da Informação e Comunicação, bem como
da área de Engenharia e profissões correlatas, são os que possuem menor
representação feminina.
Em síntese, à exceção das áreas de C&T e Engenharias, percebe-se que os
indicadores educacionais são mais favoráveis ao gênero feminino, pois existe uma
tendência de que as mulheres estejam mais escolarizadas que os homens; porém,
isso ainda não é confirmado quando se observa a participação feminina no mundo
do trabalho, sua remuneração e vida privada.
Além disso, há uma considerável desigualdade entre as mulheres brancas e
as mulheres pretas ou pardas, o que significa que a cor é um fator preponderante
para a atuação feminina na sociedade.
A partir desta contextualização sobre a presença da mulher na educação,
pelo viés histórico e por meio de dados atuais, é abordado, a seguir, a intersecção
de gênero e Educação Profissional e Tecnológica, a partir da criação da Rede
Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.

2.4 Gênero na Educação Profissional e Tecnológica

Nesta subseção, apresenta-se um breve contexto acerca da criação da Rede


Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e, consequentemente, o
IFMT, Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva. Além disso, demonstra-se, em
um panorama geral, os indicadores da participação feminina na Educação
Profissional no Brasil.
29

2.4.1 Um olhar para a criação da Rede Federal de Educação Profissional, Científica


e Tecnológica e do IFMT

A educação profissional brasileira se iniciou em um momento de reordenação


política no país, por meio da instauração da República. Para isso, educar o povo
republicano seria uma forma de legitimar o novo regime político. Conforme Kunze
(2015), o objetivo desta modalidade de ensino era profissionalizar o povo de forma a
gerar mais incentivos ao trabalho e à mão de obra nas indústrias, que começavam a
surgir no país.
Destarte, por meio do Decreto n° 7.566, de 23 de setembro de 1909, o
Presidente da República cria, em cada uma das capitais, uma Escola de Aprendizes
e Artífices, destinada ao ensino profissional primário gratuito, com o propósito de
habilitar os filhos dos desfavorecidos da fortuna e “fazê-los adquirir hábitos de
trabalho profícuo, que os afastará da ociosidade ignorante, escola do vício e do
crime; que é um dos primeiros deveres do Governo da República formar cidadãos
úteis à Nação” (BRASIL, 1909, p. 1). Cabe ressaltar que este era um período da
economia cuja abolição da escravatura era recente, fato que gerou uma crescente
mão de obra disponível para o trabalho que seria gerado pela nova era de produção
industrial.
Foi justamente neste contexto que foi criada, em Cuiabá, a Escola de
Aprendizes e Artífices do Mato Grosso (EAAMT), com as oficinas de alfaiataria,
carpintaria, ferraria e sapataria – destinadas, exclusivamente, para homens.
Somente em 30 de janeiro de 1942, por meio da Reforma Capanema, Decreto-Lei n°
4.073, art. 5°, item 5, que o público-alvo das escolas de ensino industrial foi
modificado:
O direito de ingressar nos cursos industriais é igual para homens e
mulheres. A estas, porém, não se permitirá, nos estabelecimentos de ensino
industrial, trabalho que sob o ponto de vista da saúde, não lhes seja
adequado (BRASIL, 1942, p.2).

Ainda assim, conforme Figueiredo (2008), só em 1972 que as mulheres


ingressaram na EAAMT, por meio da disponibilização de vagas para mulheres em
todos os cursos técnicos ofertados.
Após diversas reformas na educação e mudanças de nomenclatura, em 29 de
dezembro de 2008, por meio da Lei n° 11.892, foi criada a Rede Federal de
30

Educação Profissional, Científica e Tecnológica e, por conseguinte, os Institutos


Federais, dentre outras instituições (BRASIL, 2008). Desta forma, a antiga EAAMT
passou a se chamar Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato
Grosso – Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva.
De acordo com o art. 2°, da referida Lei:
Os Institutos Federais são instituições de educação superior, básica e
profissional, pluricurriculares e multicampi, especializados na oferta de
educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de ensino,
com base na conjugação de conhecimentos técnicos e tecnológicos com as
suas práticas pedagógicas, nos termos desta Lei (BRASIL, 2008, p. 1).

Para isso, “[...] o foco dos Institutos Federais será a justiça social, a equidade,
a competitividade econômica e a geração de novas tecnologias” (MEC, 2010, p. 3).
Já o IFMT, para além da formação profissional, técnica e contributiva para o
desenvolvimento econômico “[...] compreende ainda a necessidade de uma
educação emancipadora que, numa perspectiva histórica, aponte para a superação
das desigualdades de classe, gênero e raça” (IFMT, 2018a, p. 63).
Isso significa que a instituição compreende a relevância da busca pela
mitigação de fatores que culminam em desigualdades, sobretudo de oportunidades,
aos cidadãos, em decorrência do exercício da sua diversidade.
O respeito à diversidade é uma forma de garantir que a cidadania seja
exercida e os vínculos sociais fortalecidos. Trata-se de uma atitude política
para com a diversidade gerada pelas diferenças de classe, gênero, etnia,
diversidade sexual, capacidades, enfim, de atributos que fazem parte da
identidade pessoal e definem a condição do sujeito na cultura e na
sociedade. O desenvolvimento de atitudes de tolerância e respeito à
diversidade tem a ver com o direito à educação, o direito à igualdade de
oportunidades e o direito à participação na sociedade. Por isso mesmo,
representa um grande desafio a ser enfrentado pelos sistemas de ensino na
construção das suas bases político-pedagógicas (IFMT, 2018a, p. 70).

Por meio do contexto apresentado, nota-se que ocorreram muitos avanços no


que diz respeito aos direitos das mulheres, pois já se percebe um cenário mais
favorável em relação à educação, ao trabalho e à participação política – todos
advindos das lutas e resistências empregadas, principalmente, pelas mulheres.
Todavia, ainda há muito que ser conquistado. Galinkin e Bertoni (2014, p. 31)
contribuem com esta afirmação, dizendo que:
Embora seja possível observar o quanto é difícil conseguir mudanças nas
crenças, atitudes, preconceitos e comportamentos em geral, modificações
significativas ocorreram e ainda ocorrem de forma lenta e desigual entre
países e entre pessoas de diferentes classes sociais e origens étnicas em
um mesmo país.
31

Dessa forma, as propostas do Ensino Médio integrado, da educação unitária,


politécnica e omnilateral abarcadas na Rede Federal de Educação Profissional,
Científica e Tecnológica vêm ao encontro das necessidades de avanços na
emancipação feminina frente à educação, ao conhecimento e ao trabalho – mesmo
que estes conceitos tenham sido pensados com o objetivo de superar a dualidade
social, inerente ao modo de produção capitalista. Pois, quando se reflete sobre as
desigualdades de classe, percebe-se que, dentro delas, as desigualdades de gênero
e cor/etnia se acentuam.
Para Ramos (2008, p. 3), “a concepção da escola unitária expressa o
princípio da educação como direito de todos. Uma educação de qualidade, uma
educação que possibilite a apropriação dos conhecimentos construídos até então
pela humanidade, o acesso à cultura etc.”. Ou seja, uma educação que não
discrimine o acesso ao conhecimento com base em gênero, cor/etnia e nem em
classe.
Além de unitária, Ramos (2008) também aponta a necessidade de que esta
educação seja politécnica, para que possibilite aos indivíduos escolhas para a
construção de sua existência, e omnilateral, para que busque a integração entre as
dimensões do trabalho, ciência e cultura.
Face ao exposto, acredita-se que esta proposta de educação libertadora e
emancipadora pode propiciar às estudantes do IFMT uma reflexão crítica sobre a
história da mulher, os diversos desafios que lhes são impostos (baseados em uma
cultura androcêntrica5) e as lutas necessárias para que se chegasse a este patamar,
que ainda não é de igualdade. E que, a partir dessas reflexões, as estudantes
reiterem seu senso de pertencimento e importância no desenvolvimento da C&T.

2.4.2 Um olhar para os indicadores brasileiros da EPT

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio


Teixeira (INEP, 2020a), no ano de 2018, 52,7% dos estudantes da EPT estavam
matriculados em cursos técnicos integrados ao Ensino Médio e 47% em cursos
técnico subsequente. Além disso, a taxa de conclusão do Ensino Médio para a EPT
foi de 57%, enquanto a taxa da educação regular foi de 61%. Ademais,

5
Relativo ao androcentrismo, à tendência para assumir o masculino como único modelo de
representação coletiva, sendo os comportamentos, pensamentos ou experiências, associados
ao sexo masculinos, os que devem ser tidos como padrão (DICIO, 2021).
32

considerando os países que disponibilizaram seus dados demográficos, o Brasil é o


país com menor percentual de atendimento à população jovem (15 a 24 anos) em
programas de EPT, com taxa menor que 5%; sendo a Eslovênia, o país com maior
taxa de participação jovem - acima de 30%.
Deste modo, ao verificar as expectativas dos jovens de 15 anos6 de realizar
uma formação de nível superior e compará-las com as taxas do nível de
escolaridade da população entre 25 e 34 anos, verificou-se que, apesar de 83,1%
dos jovens brasileiros desejarem obter escolaridade de nível superior, somente
21,3% da população brasileira, entre 25 e 34 anos, concluiu esse nível até 2018
(INEP, 2020a).
Nessa mesma direção, no ano de 2014, foi criado, no Brasil, o Plano Nacional
de Educação 2014-2024 (PNE), por meio da lei federal nº 13.005, em 25 de junho de
2014 (INEP, 2020b), que tem como um de seus objetivos “erradicar o analfabetismo
e superar as desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e
na erradicação de todas as formas de discriminação” (BRASIL, 2014).
Para isso, o PNE aponta para o alcance de 20 metas educacionais, nas quais
a EPT está prevista nas metas 10 e 11. A Meta 10 “estabelece que, no mínimo, 25%
das matrículas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) sejam ofertadas de forma
integrada à educação profissional” (INEP, 2020b, p. 223). E, a Meta 11, “trata da
expansão da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade
de oferta e propondo triplicar o número de matrículas até 2024, com pelo menos
50% dessa expansão no segmento público” (INEP, 2020b, p. 223).
Conforme o INEP, no início da vigência do PNE, em 2013, havia a quantidade
de 1.602.946 matrículas na EPT, desta forma, a meta é triplicar o total de matrículas
até o ano de 2024. No entanto, verificou-se que houve, entre os anos de 2013 e
2019, um aumento de apenas 17% nas taxas de matrícula. Este crescimento
representa somente 8,5% da expansão necessária para o alcance da Meta (INEP,
2020b). Logo, percebeu-se que ainda falta muito para atingir o objetivo proposto na
meta 11, no que tange à expansão de matrículas na EPT.
O INEP (2020b) também apontou que a maior contribuição para o aumento
(ainda que discreto) das matrículas foi a expansão da Rede Federal de ensino que,
entre 2013 e 2019, aumentou o número de matrículas em 47,1%. Sendo que, em

6
Que fizeram o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), entre os anos de
2009 e 2018 (INEP, 2020a).
33

2019, a concentração de matrículas na EPT de nível médio se deu nas seguintes


dependências administrativas: (i) federal (19%); (ii) estadual (38,7%); (iii) municipal
(1,4%); e (iv) privada (41%).
Nesse seguimento, foram desagregados os dados nacionais relativos à
ocupação das matrículas na EPT por “gênero” e “cor e raça”. A partir disso, o INEP
(2020b) evidenciou que, entre 2013 e 2019, as matrículas foram ocupadas,
majoritariamente, por mulheres, em todos os anos. Deste modo, a participação
feminina na EPT representa uma taxa média de 55,9%, com tendência de
crescimento, desde 2016. Já a distribuição por cor e raça, se deu a partir das
seguintes taxas, no ano de 2019: (i) não declarados (32,63%); (ii) branca (31,70%);
(iii) negros (34,88%); (iv) amarela (0,46%); e (v) indígena (0,32%).
Sobre os índices por região, o Centro-Oeste tem apresentado o menor
percentual de oferta de matrículas na Educação Profissional técnica (média de
5,4%), desde 2013. O Censo estadual reiterou esta informação, demonstrando que,
no estado de Mato Grosso, o número total de matrículas da Educação Profissional
apresentou uma queda de 22,9% entre 2015 e 2019 (INEP, 2020c). Além disso, a
maior concentração de matrículas está na Rede Federal (52,3%), seguida da rede
privada (30,7%). Outro dado relevante, ainda sobre o estado é que, assim como em
âmbito nacional, as matrículas da Educação Profissional são ocupadas,
majoritariamente, pelo sexo feminino (52,2%); e, no recorte por cor/raça, a ocupação
é maior por estudantes pretos/pardos (63,1%), seguidos de brancos (34,8%) e
amarelos/indígenas (2,1%) (INEP, 2020c).
Destarte, nesta seção foi apresentado o aporte teórico que compõe a
pesquisa, e, no próximo, é demonstrado o percurso metodológico empregado no
desenvolvimento da pesquisa, tais como, sua caracterização, aspectos éticos,
instrumentos e etapas.
34

3 O PERCURSO METODOLÓGICO

Nesta seção, descreve-se o percurso metodológico adotado na pesquisa, tais


como, sua caracterização, o lócus escolhido, as participantes e colaboradoras, os
critérios éticos adotados, os instrumentos aplicados e as etapas propostas para o
alcance do objetivo proposto na pesquisa.

3.1 Caracterização da Pesquisa

Iniciou-se esta dissertação a partir de uma pesquisa bibliográfica, para a


construção do aporte teórico, contemplado pelas temáticas de gênero, trabalho e
Educação Profissional e Tecnológica.
Para atender aos objetivos propostos, esta pesquisa foi realizada de forma
exploratória, pois almejou-se conhecer o perfil das participantes, quais expectativas,
anseios, motivos e oportunidades que as fizeram ingressar em seu curso. Ademais,
propôs-se investigar os desafios encontrados pelas participantes na jornada escolar
e as expectativas em relação ao seu futuro profissional. Conforme Marconi e Lakatos
(2003), com a pesquisa exploratória pode-se aumentar a familiaridade do
pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, podendo-se utilizar uma
variedade de instrumentos de coletas de dados.
Nesse sentido, esta pesquisa refere-se a uma investigação de natureza
aplicada, com abordagem, majoritariamente, qualitativa. Optou-se pela abordagem
qualitativa, pois durante a pesquisa buscou-se aprofundar a compreensão sobre a
participação das alunas do Ensino Médio na EPT, a partir dos seus relatos em rodas
de conversas. As autoras Marconi e Lakatos (2003) afirmam que, em pesquisas de
abordagem qualitativa, há uma variedade de procedimentos de coleta e tratamento
de dados a serem utilizados, inclusive, a análise de conteúdo, técnica aplicada na
análise dos relatos coletados nas rodas de conversas.
Quanto aos procedimentos, foi desenvolvida uma pesquisa de campo, uma
vez que o objeto de estudo desta pesquisa são as alunas dos cursos da área de
C&T do IFMT – Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva. Deste modo,
buscou-se coletar, analisar e interpretar dados relativos à vivência destas
participantes em seu ambiente escolar. Marconi e Lakatos (2003) reiteram que o
35

intuito da pesquisa de campo é o estudo de indivíduos, grupos, dentre outros


campos, buscando a compreensão de vários aspectos da sociedade.

3.2 Local da Pesquisa

Esta pesquisa foi realizada no IFMT, Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da
Silva, localizado na Rua Profa. Zulmira Canavarros, 95, CEP 78005-200, Cuiabá,
Mato Grosso (Figura 1). Este é o campus mais antigo do IFMT (fundado no ano de
1909), onde atualmente são ofertados cursos presenciais e à distância, atendendo
aproximadamente 3.500 alunos (IFMT, 2018a).

Figura 1 – IFMT, Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva

Fonte: IFMT (2018a).

O motivo da escolha deste campus para a realização da pesquisa, é que


neste local estão concentrados alguns cursos da área de C&T, que foram
selecionados como objeto de estudo. Além disso, o IFMT tem o objetivo de melhorar
o ensino de ciências e atrair jovens para carreiras na área de C&T. Este
compromisso consta no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) do IFMT, de
2019 a 2023, e foi estabelecido a partir de três recomendações provenientes da 4ª
36

Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento


Sustentável (ocorrida em 2010):
→ Melhorar a educação em todos os níveis e em particular o ensino de
ciências, atraindo jovens para carreiras científicas e tecnológicas;
→ Intensificar ações e iniciativas de CT&I para a sociedade em geral;
→ Contribuir para que a Ciência, Tecnologia e Inovação se tornem
componentes do desenvolvimento sustentável do ponto de vista econômico
e socioambiental, por meio de atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e
Inovação (PD&I). (IFMT, 2018b, p. 62).

Essas recomendações vêm ao encontro da proposta desta pesquisa, uma vez


que um dos resultados esperados é contribuir, por meio do estudo de gênero, para
que as alunas do Ensino Médio, do IFMT, desenvolvam seu senso de pertencimento
no desenvolvimento e disseminação do conhecimento em C&T, além de motivá-las a
seguir carreira nesta área.
Por fim, é importante destacar que esta pesquisa foi desenvolvida durante a
pandemia global do Novo Coronavírus, iniciada em 2020, que resulta na doença
denominada COVID-19. As principais autoridades mundiais em saúde, incluindo a
Organização Mundial da Saúde, recomendaram o distanciamento social e, desta
forma, houve a suspensão das atividades presenciais no lócus desta pesquisa. Com
isso, algumas etapas da pesquisa ocorreram na modalidade não presencial, por
meio do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs. Detalhes
adicionais estão descritos nas subseções 3.5 e 3.6.

3.3. As participantes da pesquisa

Esta pesquisa contou com a participação de 16 estudantes matriculadas nas


turmas de 2° e 3° ano, dos cursos objetos da pesquisa. Para tanto, as estudantes
selecionadas foram divididas em 3 grupos, conforme demonstrado na Tabela 1.

Tabela 1 – Grupos de estudantes que participaram ou colaboraram com a pesquisa


Grupo Quantidade Turma Descrição
1 7 2° ano População-alvo da pesquisa (alunas que participaram das
atividades da pesquisa)
2 4 3° ano Alunas que colaboraram com a pesquisa, respondendo a
um questionário pré-teste
3 5 3° ano Alunas que colaboraram avaliando o Produto Educacional
da pesquisa
Fonte: elaborado pela autora (2020).
37

Com relação ao grupo 1, definiu-se como população-alvo as estudantes


matriculadas nas turmas do 2° ano dos cursos técnicos em Agrimensura,
Edificações, Eletroeletrônica e Informática do campus objeto da pesquisa. É
importante esclarecer que este público foi escolhido considerando que as estudantes
do 1° ano tinham menos tempo de vivência no curso (o que prejudicaria a troca de
experiências e relatos, a partir do recorte da pesquisa) e, as alunas do 3° ano já
teriam concluído o curso ao final da pesquisa (considerando o cronograma proposto
para sua execução).
Em seguida, optou-se por uma amostra do tipo probabilística contendo 8
estudantes, sendo 2 de cada um dos cursos. A partir disso, as estudantes foram
convidadas a participar da pesquisa por meio de um convite encaminhado por e-mail
e telefone (WhatsApp). Salienta-se que os contatos das participantes foram obtidos
por meio de consulta ao sistema acadêmico da instituição, com autorização do
Diretor Geral do campus.
A decisão sobre a quantidade de participantes na amostra foi pautada nos
referenciais de Gatti (2005) e Vieira (2009), que tratam da utilização do grupo focal
em pesquisas qualitativas, de modo a atender a estratégia metodológica adotada
para a coleta de dados, que foi a realização de rodas de conversa, oficinas de
podcast e aplicação de um questionário – os quais são descritos, em detalhes, na
subseção 3.5.
Segundo Gatti (2005), quando se tem a intenção de abordar questões em
maior profundidade, por meio de interação grupal, deve-se considerar uma amostra
com seis a doze pessoas. Pois, um grupo com elevado número de indivíduos pode
limitar a participação individual e o aprofundamento dos temas.
Neste contexto, para a definição da amostra, foi realizado no ano de 2020 um
levantamento prévio da quantidade de alunas matriculadas nas turmas de 2° ano
dos cursos elencados, junto à Secretaria Geral de Documentação Escolar do
campus.
Embora a intenção inicial fosse da composição equânime de duas
participantes por curso, isso não foi possível devido à baixa adesão à pesquisa pelas
estudantes de alguns cursos. Sendo assim, aumentou-se o número de participantes
dos cursos que tiveram maior adesão, conforme demonstrado na Tabela 2.
38

Tabela 2 – Formação da amostra (população-alvo) da pesquisa


n° de
Cursos técnicos n° de n° de
matriculadas
objetos da pesquisa convidadas aceites
no 2° ano
Agrimensura 23 21 2
Edificações 23 23 3
Eletroeletrônica 15 15 1
Informática 14 14 1
Total 75 73 7
Fonte: elaborado pela autora (2020).

Frente aos fatos narrados, participaram desta pesquisa 7 estudantes, sendo 2


do curso técnico em Agrimensura, 3 do técnico em Edificações, 1 do curso técnico
em Eletroeletrônica e 1 do curso técnico em Informática. Para preservar o anonimato
das participantes, elas são citadas no decorrer da dissertação a partir de uma ordem
numérica, precedidas da letra P, ou seja, identificadas como P1, P2 [...] P7.
O grupo 2 diz respeito à participação de outras 4 alunas, dos mesmos cursos
citados, porém, matriculadas nas turmas de 3° ano. Essas estudantes responderam,
anonimamente, ao pré-teste do instrumento de coleta de dados (questionário),
utilizado na terceira etapa da pesquisa. Para selecionar este grupo, a pesquisadora
procurou as estudantes no intervalo das aulas e as convidou a participar – isto
ocorreu em março de 2020, antes do início da pandemia do Coronavírus.
Já o grupo 3 se refere a 5 alunas, também matriculadas nas turmas do 3° ano
dos cursos selecionados na pesquisa, que participaram da avaliação do Produto
Educacional desenvolvido (detalhes adicionais são descritos na seção 6).
Considerando que esta etapa foi realizada no período da pandemia do Coronavírus
e as aulas presenciais estavam suspensas, este grupo de participantes foi
selecionado por meio de convite via e-mail e WhatsApp. Ademais, priorizou-se a
participação das estudantes maiores de idade, para tornar a aplicação/coleta dos
Termos de Consentimento (detalhados na subseção 3.4) mais célere.
Além das estudantes, esta pesquisa contou com o apoio e colaboração da
Coordenadoria de Políticas de Apoio ao Estudante (CPAE) do campus, representada
pela Coordenadora e a Psicóloga deste departamento, que se dispuseram a
compartilhar suas experiências no desenvolvimento de Rodas de Conversa e outras
atividades em grupo – já realizadas no campus. E, também, teve o apoio da
empresa Altia Podcasts Criativos, na pessoa da Gabriela Peixoto, que, de forma
39

voluntária, ministrou as oficinas teórica e prática de podcast para as participantes e


produziu o podcast “Ciência, Tecnologia e Meninas”, apresentado como o Produto
Educacional desta pesquisa.

3.4 Critérios Éticos

Para o desenvolvimento desta pesquisa, foram consideradas as orientações


da Resolução do CNS nº 510, de 07 de abril de 2016 (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2016), que diz respeito aos critérios éticos que devem ser adotados na realização de
pesquisas com seres humanos, a fim de garantir a integridade e dignidade dos
sujeitos da pesquisa. Posto isso, esta pesquisa foi submetida e aprovada pelo
Comitê de Ética em Pesquisa do IFMT por meio do protocolo CAAE n°
14809519.4.0000.8055.
Nesse sentido, a participação das estudantes foi condicionada pela
formalização dos termos de consentimento e assentimento. Estes termos, dispostos
nos Apêndices B a J, visaram registrar o aceite da participação, garantir o
esclarecimento sobre a pesquisa, objetivos, riscos e benefícios da participação,
sigilo de informações, liberdade para participação, entre outros esclarecimentos.
Deste modo, às participantes menores de idade foi destinado o Termo de
Assentimento Livre e Esclarecido (TALE) e, aos seus pais ou responsáveis, o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). E, às participantes maiores de idade,
foi destinado outro TCLE. Por último, as colaboradoras formalizaram sua
participação na pesquisa por meio de uma declaração de colaboração.
Em função da pandemia do Coronavírus, os Termos de Consentimento e
Assentimento foram encaminhados às participantes por e-mail e, as assinaturas,
foram coletadas em formato digital.

3.5 Instrumentos de Pesquisa

Nesta subseção são apresentados os instrumentos de pesquisa que foram


utilizados para a coleta de dados e o desenvolvimento do Produto Educacional.
Além disso, é descrita a metodologia adotada para a análise de dados.
40

3.5.1 Coleta dos dados

Elegeu-se diferentes métodos de coleta de dados para ampliar o


entendimento acerca do problema da pesquisa, como questionários, roteiros para as
rodas de conversa e roteiros para as oficinas de podcast – cada um destes
instrumentos é descrito a seguir.

3.5.1.1 Questionários

O questionário é um instrumento de pesquisa constituído por uma série de


questões sobre determinado tema e os participantes são comumente chamados de
respondentes (VIEIRA, 2009). Nesse sentido, foram utilizados na pesquisa três
questionários, desenvolvidos e aplicados às participantes da pesquisa por meio da
plataforma Google Forms.
O Questionário 1 (Apêndice K) foi destinado às participantes que compõem a
amostra da pesquisa, com o objetivo de identificar algumas características
demográficas e socioeconômicas, antecedentes e vivências escolares, além de
projeções quanto ao futuro profissional, social e familiar. O questionário se
configurou como autoaplicável, composto por perguntas abertas e fechadas.
Como mencionado na subseção 3.3, em março de 2020, o questionário foi
testado previamente com uma amostra de quatro alunas, matriculadas nas turmas
de 3° ano do Ensino Médio Integrado do IFMT – Campus Cuiabá – Cel. Octayde
Jorge da Silva, sendo uma aluna de cada curso objeto da pesquisa. O objetivo do
pré-teste foi verificar a viabilidade do questionário, dificuldades de aplicação e
possíveis necessidades de adequações do instrumento (PRODANOV; FREITAS,
2013). A amostra do pré-teste foi definida por possuir características próximas às
dos sujeitos da pesquisa (VIEIRA, 2009).
Após a aplicação do questionário, cada participante foi indagada,
informalmente, se teve alguma dificuldade em responder ao questionário, se não
gostaram de alguma pergunta e se gostariam de sugerir alguma melhoria. Nesse
sentido, uma participante informou que sentiu dúvida sobre o significado da palavra
gênero na pergunta 16, entretanto, ao ler as perguntas seguintes, ela conseguiu
compreender o sentido da palavra apresentada na questão. Reforça-se que este
problema não se repetiu na aplicação oficial do questionário, visto que, antes de
41

responder às perguntas, as estudantes que compõem a amostra da pesquisa


participaram das rodas de conversa, onde o conceito da palavra gênero e como ela
se aplica na pesquisa foi amplamente explanado.
Ainda sobre a fase de pré-teste, as participantes conseguiram responder a
todas as perguntas e não sugeriram nenhuma melhoria do instrumento.
O Questionário 2 (Apêndice L) foi destinado à avaliação da participação na
pesquisa pelas estudantes que compuseram a amostra. Desse modo, neste
instrumento, as participantes puderam avaliar e relatar sua participação nas rodas de
conversa e nas oficinas teórica e prática de podcast. Essas atividades de pesquisa
estão descritas, em detalhes, na subseção 3.6.
Já o Questionário 3 (Apêndice M), refere-se à avaliação do Produto Educacional
(podcast), desenvolvido na pesquisa. Ele foi aplicado a uma amostra de cinco alunas
do Ensino Médio do IFMT – Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva
(descritas na subseção 3.3), que ouviram os episódios do podcast “Ciência,
Tecnologia e Meninas” e, posteriormente, o avaliaram.

3.5.1.2 Roteiros para a realização das Rodas de Conversa

Para o planejamento e realização das rodas de conversa, buscou-se alguns


referenciais teóricos que tratassem sobre a pesquisa qualitativa por meio de grupos
focais; nesse sentido, considerou-se os referenciais de Gatti (2005) e Vieira (2009).
As autoras convergem que, em um grupo focal, busca-se a participação de
indivíduos que possuam similaridades que os qualifiquem para o debate de um
assunto. A partir de um roteiro estruturado e voltado para atender ao objetivo inicial
da pesquisa, um mediador/moderador conduz o debate entre os participantes -
nesse caso, a mediadora foi a proponente desta pesquisa.
Dessa maneira, adotou-se a técnica do grupo focal e a execução foi feita sob
a nomenclatura de rodas de conversa, visto que as participantes da pesquisa já
possuíam familiaridade com esta prática, pois a CPAE realiza, rotineiramente, rodas
de conversas com os estudantes do IFMT. Deste modo, supôs-se que o convite para
rodas de conversa teria melhor aceitação pelas estudantes.
Posto isso, informa-se que as rodas de conversa foram realizadas em três
encontros online, realizados na plataforma do Google Meet, entre os meses de
outubro e novembro de 2020.
42

Na primeira roda de conversa (Apêndice N), teve-se o objetivo de investigar


as motivações anteriores ao ingresso, a realidade vivenciada durante o curso e as
expectativas futuras das participantes, por meio de relatos de experiências. Para
isso, foram realizados quatro momentos, como detalhado no Quadro 1.

Quadro 1 – Roda de conversa 1: De onde vim, como estou e para onde vou?
Momentos Descrição
1 Apresentação pessoal da pesquisadora e dos objetivos da pesquisa.
2 Apresentação das participantes com um breve relato de suas vidas.
Apresentação de um infográfico sobre o histórico da representatividade feminina na EPT
3 e nas áreas de C&T. Posteriormente, um debate com o grupo sobre este material para
exposição das opiniões.
Encerramento da roda de conversa e disponibilização do link do Questionário 1
4
(Apêndice K).
Fonte: elaborado pela autora (2020).

Na segunda roda de conversa (Apêndice O), buscou-se compreender as


concepções das participantes, a partir de uma pergunta norteadora sobre Gênero,
no contexto do Trabalho e da EPT. Para isso, foram trabalhados cinco momentos,
como descritos no Quadro 2.

Quadro 2 – Roda de conversa 2: Concepções de gênero, no contexto do trabalho e da EPT


Momentos Descrição
1 Apresentação do tema e os objetivos da roda de conversa.
A pesquisadora apresentou um material de apoio e ao final fez uma pergunta norteadora
2
da discussão.
3 As participantes responderam à pergunta norteadora.
4 Síntese das apresentações e comentários adicionais.
5 Encerramento da roda de conversa.
Fonte: elaborado pela autora (2020).

Na terceira e última roda de conversa (Apêndice P), definiu-se os temas a


serem discutidos na oficina de podcast. Foram desenvolvidos três momentos,
detalhados no Quadro 3.

Quadro 3 – Roda de conversa 3: Preparação para a oficina de podcast


Momentos Descrição
Apresentação do tema e do objetivo da roda de conversa (breve explicação sobre o que
1
é um podcast e como ocorrerá a oficina de podcast).
Discussão de alguns temas em formato de chuva de ideias (brainstorm). As
2 participantes opinaram sobre os temas e a pesquisadora elencou os tópicos mais
relevantes do diálogo.
3 Encerramento da roda de conversa e considerações finais.
Fonte: elaborado pela autora (2020).
43

3.5.1.3 Roteiro para a realização da Oficina de Podcast

Após definido o podcast como Produto Educacional da pesquisa e que as


estudantes participariam do seu desenvolvimento, percebeu-se a necessidade da
realização de uma oficina, para que, tanto a pesquisadora quanto as estudantes, se
apropriassem de conhecimentos teóricos e práticos para desenvolver o podcast.
Nesse sentido, Corcione (2007) afirma que, em uma oficina, o processo e produto
compõem uma unidade dialética, pois não se aprende somente com a cabeça, mas
com o corpo todo, trabalhando-se as diferentes dimensões do ser humano: o sentir,
o pensar e o agir.
Desse modo, após a finalização das rodas de conversa, foi realizada a oficina
de podcast (Apêndice Q), também em formato não presencial (online), sob a
orientação da Gabriela Peixoto - Altia Podcasts Criativos. Para tanto, a oficina foi
desenvolvida no mês de novembro de 2020, em dois momentos, sendo um
destinado à parte teórica e o outro à parte prática. Detalhes adicionais sobre a
produção do podcast estão dispostos na seção 6.
Face ao exposto, na parte teórica (Quadro 4) foram apresentados os
conceitos a respeito da produção de um programa de podcast, compreendendo os
tipos de programas mais comuns da podosfera7, como desenvolver uma pauta,
como gravar os episódios com qualidade, baixo custo e respeitando as normas de
distanciamento social necessárias, considerando a pandemia do Coronavírus, dentre
outros.

Quadro 4 – Organização das atividades da oficina - parte teórica


Momentos Descrição
1 Apresentação da Altia Podcasts Criativos e dos objetivos da oficina.
2 Apresentação do material instrucional relativo à parte teórica.
3 Planejamento do podcast a ser desenvolvido.
4 Encerramento da primeira parte da oficina e comentários finais.
Fonte: elaborado pela autora (2020).

A segunda parte da oficina (Quadro 5), destinada à parte prática,


compreendeu a gravação dos 4 episódios do podcast “Ciência, Tecnologia e

7
Diz-se, na cultura pop, de toda a esfera relacionada aos Podcasts (Dicionário Informal,
2020).
44

Meninas”. E, após a finalização das oficinas de podcast, a pesquisadora encaminhou


para as participantes da pesquisa o Questionário 2 (Apêndice L), para que elas
avaliassem a sua participação na pesquisa.

Quadro 5 – Organização das atividades da oficina - parte prática


Momentos Descrição
1 Apresentação dos objetivos da oficina e orientações gerais.
2 Gravação dos episódios.
3 Encerramento da oficina e comentários finais.
Fonte: elaborado pela autora (2020).

Salienta-se que foi utilizado como modelo para o desenvolvimento dos


roteiros das rodas de conversas e das oficinas de podcast, o Caderno de Oficinas do
Programa de Apoio aos Dirigentes Municipais de Educação (MEC, 2006).
Uma vez que os instrumentos foram apresentados, é descrito a seguir a
metodologia adotada para a análise dos dados obtidos na pesquisa.

3.5.2 Metodologia de Análise de Dados

Foram selecionadas duas técnicas para a realização da análise dos dados


coletados na pesquisa, as quais são apresentadas a seguir.
A primeira foi a análise quantitativa e qualitativa dos dados coletados por meio
do Questionário 1 (Apêndice K). O objetivo foi categorizar as perguntas e quantificar
as respostas das participantes, de modo a analisar e descrever algumas
características demográficas, socioeconômicas e relatos do grupo pesquisado.
A segunda foi a técnica da Análise do Conteúdo, pautada em Bardin (2011).
Para o autor, “detrás do discurso aparente geralmente simbólico e polissémico
esconde-se um sentido que convém desvendar” (BARDIN, 2011, p. 16). Sendo
assim, essa técnica foi utilizada na análise dos diálogos gerados a partir das rodas
de conversa, com o objetivo de evidenciar as percepções das participantes quanto
às temáticas propostas na pesquisa.
Para tanto, a organização das informações obtidas nas rodas de conversa foi
realizada a partir dos três polos cronológicos descritos por Bardin (2011): (i) pré-
análise; (ii) exploração do material; e (iii) tratamento dos resultados obtidos e
interpretação.
45

A pré-análise diz respeito à organização dos materiais coletados. “Geralmente


esta primeira fase possui três missões: a escolha dos documentos a serem
submetidos à análise, a formulação das hipóteses e dos objetivos e a elaboração de
indicadores que fundamentem a interpretação final” (BARDIN, 2011, p. 121). Já a
fase de exploração do material se refere às atividades de codificação e
decomposição dos materiais por meio de regras estabelecidas. E, por último, o
tratamento dos resultados e interpretação dizem respeito à forma como os dados
brutos serão analisados, de modo a tornarem-se significativos e permitirem ao
pesquisador realizar inferências (BARDIN, 2011).
Com relação à técnica de análise do conteúdo, optou-se pela análise
categorial. Nesta técnica, o pesquisador define categorias temáticas, por meio do
desmembramento do texto (descrição dos diálogos) em unidades de registro e
agrupamento por categorias, cujos conteúdos possuam características comuns
(BARDIN, 2011).

3.6 Etapas da Pesquisa

Com vistas a uma melhor organização metodológica, esta pesquisa foi


realizada em quatro etapas, que são descritas a seguir.

3.6.1 Etapa 1 – Revisão da Literatura

A primeira etapa foi iniciada com a elaboração do projeto e consistiu na


realização de uma pesquisa bibliográfica sobre os temas “Estudos de Gênero”,
“Gênero e Trabalho”, “Gênero e Educação” e “Gênero na Educação Profissional e
Tecnológica”.
Para isso, realizou-se a seleção e a leitura de livros e artigos dos principais
periódicos científicos, disponíveis no Portal de Periódicos da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), no Scientific Electronic
Library Online (Scielo) e no Google Acadêmico. E, também, em revistas e
dissertações, disponíveis nos portais das universidades brasileiras, que possuem
núcleos ou grupos de pesquisa nas áreas de interesse desta pesquisa, tais como, o
“Núcleo de Estudos de Gênero Pagu”, da Universidade Estadual de Campinas
46

(UNICAMP), os “Cadernos de Gênero e Tecnologia”, da Universidade Tecnológica


Federal do Paraná (UTFPR), dentre outros.
As palavras-chave utilizadas para a seleção dos materiais foram: “Gênero,
Ciência e Tecnologia”, “Gênero e Educação”, “Gênero na Educação Tecnológica”,
“Gênero e Trabalho”, “Educação Profissional e Tecnológica”, “Marxismo e
Feminismo” e “Produto Educacional”. Além disso, as publicações dos materiais
selecionados compreendem os anos de 1988 a 2018.
Por fim, é importante mencionar que esta etapa de revisão da literatura foi
utilizada como aporte teórico no desenvolvimento do projeto de pesquisa, na
produção da dissertação e no desenvolvimento de artigos científicos.

3.6.2 Etapa 2 – Análise da Participação Feminina nos Cursos

Após a submissão e aprovação do projeto que deu início a esta pesquisa pelo
CEP/IFMT, a segunda etapa da pesquisa consistiu na realização de uma análise do
número de matrículas, trancamentos, desistências e conclusões – por gênero – nos
cursos técnicos integrados ao Ensino Médio, objetos desta pesquisa, entre os anos
de 2010 e 2019. O objetivo foi descobrir se a proporção de ingresso feminino nos
cursos estudados aumentou (ou não).
Nesse sentido, o primeiro passo consistiu em coletar as listagens de
matrículas dos estudantes no sistema Q-Acadêmico do campus e exportá-las em
formato de planilha eletrônica. Em seguida, categorizou-se as matrículas por curso,
ano e gênero. Posteriormente, os dados foram desagregados a partir das seguintes
variáveis: (i) ano letivo inicial, para saber o ano de ingresso dos estudantes; (ii) ano
letivo, para discriminar os dados por ano; (iii) sexo, para diferenciar feminino e
masculino; e (iv) situação da matrícula, para distinguir “concluído”, “evasão” e
“transferido”.
Por conseguinte, realizou-se a contagem de alunas presentes no conjunto
das variáveis elencadas. Após a normalização dos dados, ocorreu a projeção das
informações obtidas por meio de gráficos, análises e discussões dos resultados
verificados.
47

3.6.3 Etapa 3 – Rodas de Conversa: motivações para o ingresso, vivências no


curso e perspectivas futuras das participantes

Esta etapa foi desenvolvida com o objetivo de coletar informações das


participantes quanto às motivações para o ingresso, vivências no curso e suas
projeções quanto ao futuro profissional, social e familiar. Para tanto, procedeu-se
com uma coleta de dados mista, composta pelo Questionário 1 (Apêndice K),
aplicado por meio da plataforma Google Forms, e pelos relatos das participantes,
nas duas primeiras rodas de conversa.
As rodas de conversa foram realizadas por meio da plataforma de
comunicação online Google Meet e, para a realização das atividades, a
pesquisadora utilizou três roteiros (Apêndices N, O e P) – apresentados na subseção
3.5.1.2. Esses roteiros nortearam as ações da pesquisadora, que atuou como
mediadora das rodas de conversa.

3.6.4 Etapa 4 – Desenvolvimento do Produto Educacional - Podcast

Na quarta e última etapa da pesquisa, foi desenvolvido o Produto


Educacional, compreendido pelo programa de podcast “Ciência, Tecnologia e
Meninas”. Para tanto, foi realizada uma oficina de podcast, por meio da plataforma
de comunicação online Google Meet, norteada pelo roteiro disposto no “Apêndice
Q”. A oficina foi ministrada pela autora desta dissertação e pela colaboradora
Gabriela Peixoto, representante da Altia Podcasts Criativos.
Por conseguinte, o Produto Educacional foi submetido à avaliação por uma
amostra de cinco alunas do IFMT – Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva.
A avaliação consistiu em ouvir os episódios do podcast e, depois, responder ao
Questionário 3 (Apêndice M).
Ademais, enfatiza-se que, nesta última etapa da pesquisa, também foram
desenvolvidas as atividades de finalização da redação e defesa da dissertação, bem
como o desenvolvimento de artigos científicos.

Desse modo, foram descritos os aspectos metodológicos empregados nesta


pesquisa e, a partir das próximas seções, discorre-se sobre os resultados da
pesquisa.
48

4 O QUE DIZEM OS DADOS ACADÊMICOS?

Nesta seção, analisa-se e discute-se os dados coletados no sistema Q-


Acadêmico do IFMT, Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva, referentes à
presença feminina nos cursos técnicos em Agrimensura, Edificações,
8
Eletroeletrônica e Informática . Por meio destes dados, fez-se um acompanhamento
longitudinal (anos 2010 a 2019) do ingresso, interrupção e conclusão feminina de
curso9. De forma complementar, são apresentados e discutidos alguns dados da
Plataforma Nilo Peçanha sobre a representação feminina nos Institutos Federais, a
partir de um recorte por Eixo Tecnológico.
De antemão, é importante informar que os cursos objetos desta pesquisa
possuem tempo de duração distintos, sendo que os cursos técnicos em Agrimensura
e Edificações possuem duração de 4 anos e, os cursos técnicos em Eletroeletrônica
e Informática, possuem duração de 3 anos.
Desse modo, a análise e demonstração dos indicadores de evasão e
conclusão foram realizadas, tendo como referência o ano de ingresso das alunas.
Ou seja, verificou-se o total de ingressantes em um determinado curso e ano e, a
partir deste quantitativo, calculou-se quantas evadiram e quantas concluíram.
Nesse contexto, são exibidas a seguir as subseções que tratam sobre as
taxas femininas de ingresso (subseção 4.1), interrupção do curso, por meio de
cancelamento de matrícula, evasão ou transferência (subseção 4.2) e conclusão do
curso (subseção 4.3).

4.1 Sobre o ingresso

A respeito do ingresso (Gráfico 1), percebeu-se que, de maneira geral, a


representatividade feminina foi inferior à masculina. Desse modo, agregando-se os
dados referentes aos quatro cursos e, considerando os seus diferentes períodos de
funcionamento, obtém-se uma média geral de 33% de ingresso feminino.

8
Informações adicionais sobre a representatividade masculina nos cursos podem ser
verificadas em Paiva e Silva (2021).
9
Devido à pandemia do Coronavírus e a consequente suspensão das atividades presenciais
do IFMT, durante a finalização desta pesquisa, não foi possível coletar os dados acadêmicos
relativos ao ano de 2020. A coleta dos dados de 2010 a 2019 foi realizada em março de 2020,
quando as atividades administrativas do campus ainda eram realizadas de forma presencial.
49

Gráfico 1 – Ingresso feminino anual (2010 – 2019) no IFMT, Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da
Silva

Fonte: Elaborado pela autora, a partir dos dados coletados no sistema Q-Acadêmico (2020).
Notas:
(1) Não houve registros de turmas ingressantes nos cursos de Eletroeletrônica, entre os anos de 2010
e 2015, nem de Informática, entre os anos de 2010 e 2012.
(2) Para saber a representação masculina basta calcular o percentual de ingresso restante.

A partir do Gráfico 1, verificou-se que os cursos técnicos em Agrimensura e


Edificações são os que possuem maior taxa de ingresso feminino, se comparados
aos outros dois cursos. Além disso, em alguns dos anos analisados, o ingresso foi
predominantemente feminino. Ainda com relação aos cursos técnicos em
Agrimensura e Edificações, observou-se que a taxa média de ingresso feminino foi,
igualmente, de 44%.
Percebeu-se também que os cursos técnicos em Eletroeletrônica e
Informática foram os que evidenciaram maior contraste na representação por
gênero, visto que a participação feminina foi menor em todos os anos analisados.
Ademais, o curso Técnico em Eletroeletrônica desvelou a menor representação
feminina, dentre os cursos analisados, com taxa média de ingresso de apenas 20%,
seguido do Técnico em Informática, em que a mesma taxa foi de 25%. Apesar disso,
depreendeu-se que, com exceção do curso Técnico em Eletroeletrônica, todos os
outros cursos tiveram expansão no ingresso feminino, quando comparados o
primeiro e o último ano de oferta.
De forma a compreender melhor a representação feminina nos cursos
técnicos integrados ao Ensino Médio do campus, buscou-se na Plataforma Nilo
Peçanha – PNP (MEC, 2020), as taxas de matrícula, por gênero, nos anos base de
50

2017 a 2019. Nesse sentido, pôde-se perceber que há uma significativa diferença na
quantidade de mulheres no campus, quando destacados os Eixos Tecnológicos10
(ET) dos cursos, conforme demonstrado na Tabela 3.

Tabela 3 – Concentração feminina no Ensino Médio Integrado do IFMT, Campus Cuiabá – Cel.
Octayde Jorge da Silva, por ET (2017 a 2019)
Ano base Ano base Ano base
2017 2018 2019
Eixo Tecnológico Curso Técnico (%) (%) (%)
(%) por (%) por (%) por
no no no
ET ET ET
EMI EMI EMI
Turismo, Hospitalidade e
Eventos 79% 81% 85%
Lazer
Gestão e Negócios Secretariado 78% 78% 80%
Agrimensura
Infraestrutura 42% 46% 45%
Edificações
Informação e Informática 47% 49% 48%
29% 32% 26%
Comunicação Telecomunicações
Eletroeletrônica
Controle e Processos
Eletrônica 17% 17% 18%
Industriais
Eletrotécnica
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados coletados na Plataforma Nilo Peçanha (MEC,
2020).
Notas:
(1) Estão destacados os cursos objetos desta pesquisa.
(2) ET – Eixo Tecnológico
(3) EMI – Ensino Médio Integrado

Segundo os dados apresentados, percebeu-se que a concentração feminina


nos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio do campus foi inferior à masculina,
nos três anos analisados (média de 47%). Todavia, é perceptível que a maior
concentração se deu nos cursos técnicos em Eventos (82%) e Secretariado (79%)
que pertencem aos ETs “Turismo, Hospitalidade e Lazer” e “Gestão e Negócios”.
Compreende-se então, que dos nove cursos ofertados pelo campus, sete
correspondem às áreas das Engenharias ou Tecnologias da Informação e
Comunicação, em que a média da participação feminina é menor, se comparada à
masculina.
De forma a expandir o entendimento sobre este fenômeno, retornou-se à
Plataforma Nilo Peçanha (MEC, 2020) ampliando a busca dos dados para o âmbito
nacional (Tabela 4).

10
“É o agrupamento de ações e das aplicações científicas às atividades humanas de mesma
natureza, possuindo um núcleo de saberes comuns, embasados nas mesmas ciências e
metodologias. São aplicados na classificação dos cursos da educação profissional,
constante dos Catálogos Nacionais” (MEC, 2020, p. 6).
51

Tabela 4 – Concentração feminina no Ensino Médio Integrado dos Institutos Federais do Brasil por
ET (2017 a 2019)
2017 2018 2019
Eixo Tecnológico Curso Técnico
(%) Média (%) Média (%) Média
Turismo, Hospitalidade e Lazer Eventos 68% 75% 78%
Gestão e Negócios Secretariado 78% 77% 78%
Agrimensura
Infraestrutura 48% 49% 51%
Edificações
Informática
Informação e Comunicação 38% 39% 40%
Telecomunicações
Eletroeletrônica
Controle e Processos Industriais Eletrônica 28% 29% 31%
Eletrotécnica
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados coletados na Plataforma Nilo Peçanha (MEC,
2020).
Nota: Estão destacados em cinza os cursos objetos desta pesquisa.

Diante deste cenário, nota-se que os dados locais e nacionais, se


assemelham, pois, nos Institutos Federais do Brasil, os cursos técnicos integrados
ao Ensino Médio em Eventos e Secretariado foram ocupados, majoritariamente, por
mulheres, com taxas superiores a 65%. Assim como o ET “Infraestrutura”, que nos
anos de 2017 e 2018, obteve menor representação feminina nos cursos de
Agrimensura e Edificações. Todavia, no ano de 2019, a presença feminina neste ET
ultrapassou a masculina, com 51%.
Sobre o ET “Informação e Comunicação”, as taxas de ocupação feminina nos
cursos de Informática e Telecomunicações também foram minoritárias, com média
de 39%. Igualmente aos dados locais, o ET “Controle e Processos Industriais”,
representado pelos cursos de Eletroeletrônica, Eletrônica e Eletrotécnica, foi o que
apresentou a menor taxa de ocupação feminina dentre os ETs e cursos analisados,
com média de 29%.
Além do mais, os cursos técnicos integrados ao Ensino Médio, dos Institutos
Federais do Brasil, também foram compostos, majoritariamente, por homens, com
52% contra 48% de mulheres. Na Tabela 5, demonstra-se as taxas de ocupação
feminina em cada um dos 12 ETs da Rede Federal.
52

Tabela 5 – Presença feminina nos cursos técnicos integrados ao EM, dos Institutos Federais, por ET
(2017 a 2019)
2017 2018 2019
Eixo Tecnológico Matrículas (%) Matrículas (%) Matrículas (%)
ofertadas Fem. ofertadas Fem. ofertadas Fem.
Ambiente e Saúde 13.619 58% 14.993 60% 16.190 62%
Controle e Processos Industriais 41.357 29% 43.291 31% 45.403 32%
Desenvolvimento Educacional e Social 4 75% 49 61% 70 71%
Gestão e Negócios 15.929 58% 17.943 60% 19.424 63%
Informação e Comunicação 46.100 38% 49.267 39% 51.891 40%
Infraestrutura 19.434 48% 20.575 50% 21.078 52%
Produção Alimentícia 10.294 60% 10.839 63% 11.599 65%
Produção Cultural e Design 2.948 61% 3.539 63% 3.963 64%
Produção Industrial 15.871 54% 16.376 56% 16.715 59%
Recursos Naturais 39.369 44% 40.589 46% 40.912 49%
Segurança 1.477 60% 1.612 63% 1.782 63%
Turismo, Hospitalidade e Lazer 4.766 67% 4.655 67% 4.791 69%
Total 211.168 44% 233.728 44% 233.818 48%
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados coletados na Plataforma Nilo Peçanha (MEC,
2020).
Nota: Para uma melhor identificação, os ETs destacados em cinza, são os que foram ocupados,
majoritariamente por mulheres, em 2019.

Verifica-se, a partir da Tabela 5, que, embora as estudantes do Ensino Médio


Integrado sejam maioria em 9 dos 12 Eixos Tecnológicos da Rede Federal de
Educação Profissional, Científica e Tecnológica, esses cursos são os que possuem
o menor número de vagas, consequentemente, a presença feminina torna-se
minoritária em números absolutos. Apesar disso, percebe-se que a participação
feminina aumentou cerca de 3%, em todos os ETs analisados, ao se comparar as
taxas de ocupação de 2017 a 2019.
Ainda que o INEP (2020b; 2020c) aponte que, em âmbito nacional (55,9%) e
estadual (52,2%), as matrículas da Educação Profissional foram ocupadas, em sua
maioria, por meninas, percebe-se que, quando se trata, especificamente, dos cursos
técnicos integrados ao EM esse fato não se repetiu, visto que as meninas têm sido
minoria. Nesse sentido, apurou-se que um dos motivos desta disparidade é que, o
INEP (2020b; 2020c) agregou em seus estudos os cursos técnicos das Redes
Federal, Estadual, Municipal e Privada e, além disso, considerou os cursos Técnicos
Integrados ao Ensino Médio, Integrados – Educação de Jovens e Adultos (EJA),
Concomitantes, Subsequentes e Normal/Magistério.
Dessa forma, destaca-se que nesta pesquisa analisou-se apenas a fração de
dados que corresponde aos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio do IFMT,
53

Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva, e, de modo complementar,


demonstrou-se os dados nacionais, a fim de viabilizar uma análise expandida dos
resultados.
Nesse ínterim, nota-se que, tanto em âmbito local, quanto nacional, a
representação feminina nos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio está
diretamente relacionada ao seu Eixo Tecnológico. Esse fato corrobora com diversas
publicações que pautam a questão de gênero nas áreas da C&T, evidenciando que
muitas delas ainda têm uma sub-representação feminina.
Sobre essa temática, García (2018) discorre que, embora existam estudos
pontuais sobre a baixa representatividade feminina nas ciências, desde o início do
século XX, a temática se expandiu ao final da década de 70, sendo retratada pela
Organização das Nações Unidas (ONU), na Convenção sobre a Eliminação de
Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres. Dentre as medidas
adotadas para alcançar a igualdade de gênero está o programa "Ciência, Tecnologia
e Mulheres", criado em 1984 pelo Comitê Consultivo da ONU sobre Ciência e
Tecnologia.
Após a apreciação e discussão dos dados sobre o ingresso feminino nos
cursos técnicos, investigou-se outro indicador: a interrupção dos cursos por meio da
evasão, conforme exibido na próxima subseção.

4.2 Sobre a interrupção

Ao explorar os dados relativos à interrupção de curso, presentes no Gráfico 2,


verificou-se que o sistema Q-Acadêmico possui diferentes termos para classificação
da situação da matrícula dos estudantes. Dessa forma, os termos selecionados para
a caracterização da evasão feminina do curso nesta pesquisa foram: cancelada11,
evasão12, transferência externa e transferência interna.
Além disso, os cursos objetos desta pesquisa possuem tempo de duração
distintos. Desse modo, é importante explicar que as alunas que ingressaram nos
cursos técnicos em Agrimensura e Edificações (a partir do ano de 2017) e em
Eletroeletrônica e Informática (a partir do ano de 2018) ainda estavam em curso no

11
Desligamento do curso, a pedido (formalizado).
12
Desligamento do curso, mediante abandono.
54

ano de 2019. Logo, as taxas de evasão dos períodos destacados não são
definitivas, uma vez que poderão aumentar até que as alunas concluam o curso.

Gráfico 2 – Evasão feminina anual (2010-2019) IFMT, Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva

Fonte: Elaborado pela autora, a partir dos dados coletados no sistema Q-Acadêmico (2020).
Nota: O Gráfico retrata apenas a evasão feminina nos cursos.

A partir desses dados, verificou-se que a taxa média de evasão feminina, por
curso, nos anos apreciados, foi de: 24% – Agrimensura; 19% – Edificações; 13% –
Eletroeletrônica; e 21% – Informática.
Ademais, houve um destaque no curso Técnico em Informática, dado que
83% das alunas ingressantes, em 2013, evadiram do curso. Ao aprofundar esta
investigação, averiguou-se que, no referido ano, houve o ingresso de somente seis
alunas, sendo que duas abandonaram o curso e três realizaram a transferência
externa.
Nesse sentido, apurou-se que, dentre os motivos mais recorrentes de evasão
nos cursos pesquisados, estão o abandono e a transferência externa (40%),
seguidos de cancelamento de matrícula (15%) e transferência interna (4%).
Apesar de a representação masculina nos cursos não ser o foco desta
pesquisa, verificou-se que, com exceção do curso de Informática, a evasão
masculina tem sido superior à feminina, com taxas de: 36% – Agrimensura; 26% –
Edificações; 18% – Eletroeletrônica; e 19% – Informática. Sendo assim, a taxa média
geral, de evasão masculina, nos cursos analisados, foi de 25%.
55

Sob esta perspectiva, ainda que o INEP (2020a) não tenha feito um recorte de
gênero13, ele aponta que um dos fatores para a evasão via transferência externa, se
dá a partir da perda de estudantes da EPT para a educação regular, tanto que
aproximadamente 10% dos estudantes do Ensino Médio se formam em um
programa regular depois de ingressar em um curso profissionalizante.
Diante disso, verifica-se que os índices de evasão dos cursos explorados são
significativos e, em função disso, o IFMT desenvolveu um “Plano Estratégico
Institucional de Ações de Permanência e Êxito dos Estudantes do Instituto Federal
de Mato Grosso” – PEIAPEE (IFMT, 2017). Segundo esse plano, foram identificados
diversos fatores motivadores da evasão, que perpassam as questões: (i) de ordem
individual (do estudante) – como, reprovação e desmotivação para os estudos; (ii)
internas à instituição – como falta de acesso à assistência estudantil e dificuldade
com a avaliação praticada; e (iii) externas à instituição – como a distância de casa
até o Instituto, aliada à dificuldade de transporte, dificuldade financeira e falta de
apoio familiar.
Posto que os indicadores de evasão feminina dos cursos pesquisados foram
apresentados, na próxima subseção analisa-se e discute-se os dados referentes à
conclusão feminina de curso.

4.3 Sobre a conclusão

Ao se investigar os quatro cursos objetos da pesquisa, averiguou-se que, em


média, 70% das alunas matriculadas concluíram o curso. Embora não se tenha
encontrado outras publicações que tratem dos índices de conclusão no Ensino
Médio Integrado a partir de um recorte de gênero, entre os anos de 2010 e 2019,
depreendeu-se que, no ano de 2018, no Brasil, somente 57% dos estudantes da
EPT concluíram o curso (INEP, 2020a).
Todavia, ao se analisar os cursos separadamente, destaca-se o curso
Técnico em Informática, que apresentou uma baixa taxa de conclusão das alunas
ingressantes no ano de 2013 (17%). Basta atrelar este dado aos índices
apresentados sobre o ingresso e a evasão, no referido ano, para verificar que
apenas uma aluna, do total de seis, concluiu o curso. Apesar disso, houve um

13
Não foram encontradas publicações com recorte de gênero sobre as taxas de conclusão e
transferência na EPT, no Brasil, entre os anos de 2010 e 2019.
56

incremento significativo nos anos seguintes, mantendo-se uma taxa de 90% de


concluintes nos anos de 2018 e 2019 (conforme disposto no Gráfico 3).

Gráfico 3 – Conclusão feminina anual (2010-2019) IFMT, Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da
Silva

Fonte: Elaborado pela autora, a partir dos dados coletados no sistema Q-Acadêmico (2020).
Notas:
(1) Para o cálculo da taxa média de conclusão feminina, dos cursos técnicos em Agrimensura e
Edificações, considerou-se somente os anos entre 2010 e 2016, pois estes cursos possuem duração
de quatro anos. Logo, as alunas que ingressaram a partir de 2017 ainda estavam em curso, em 2019.
(2) Da mesma forma, verificou-se que os cursos técnicos em Eletroeletrônica e Informática possuem
duração de três anos; sendo assim, o cálculo da taxa média de conclusão foi realizado considerando
os anos de 2016 e 2017, para o primeiro curso e, 2013 a 2017, para o segundo curso.
(3) Não foram considerados os desvios que ocorreram após os períodos destacados nas notas 1 e 2,
pois se referem a estudantes que ingressaram na instituição ou curso a partir do 2° ano do Ensino
Médio ou se trata de divergência de cadastro no sistema Q-Acadêmico.

A partir dos dados angariados no sistema Q-Acadêmico, fez-se uma


discussão a respeito da jornada escolar das alunas, nos cursos objetos desta
pesquisa, perpassando os índices de ingresso na instituição, os casos de
interrupção e a conclusão do curso. Além disso, fez-se uma discussão
complementar sobre a representação feminina nos cursos técnicos integrados ao
Ensino Médio dos Institutos Federais, a partir dos seus respectivos Eixos
Tecnológicos. Desse modo, na próxima seção, desvela-se as percepções das
participantes da pesquisa sobre suas vivências nos cursos e, também, suas
projeções futuras.
57

5 O QUE DIZEM AS PARTICIPANTES?

Nesta seção, são discutidos os achados da aplicação do Questionário 1 e de


duas rodas de conversa. Além disso, é apresentada a avaliação de participação na
pesquisa, que as participantes fizeram por meio do Questionário 2 (Apêndice L).
É importante mencionar que os relatos das participantes nas rodas de
conversa foram classificados em categorias temáticas, de acordo com Bardin (2011),
e as inferências apresentadas foram construídas a partir do ponto de vista da
pesquisadora. Registra-se ainda que, tanto as falas gravadas nas rodas de
conversa, quanto as respostas obtidas nos questionários foram transcritas
preservando o seu sentido original e, somente em situações pontuais, foram
realizados ajustes ortográficos, com o único objetivo de otimizar a compreensão do
leitor.
Posto isso, nas subseções a seguir demonstra-se as características das
participantes (subseção 5.1), os diálogos das duas primeiras rodas de conversa,
bem como a análise e inferências sobre as falas (subseção 5.2). Em seguida,
apresenta-se a avaliação da participação na pesquisa feita pelas estudantes
(subseção 5.3).

5.1 As características das participantes

O Questionário 1 (Apêndice K) foi elaborado a partir de 23 perguntas,


divididas em 5 blocos temáticos. Dessa forma, as respostas foram agrupadas e
apresentadas a seguir.
As participantes declararam possuir idade entre 16 e 17 anos. Isso demonstra
que todas se encontram no nível de ensino adequado ao seu grupo etário – 15 a 17
anos para o Ensino Médio, conforme o IBGE (2018). Além disso, todas se
declararam do gênero feminino.
A respeito do domicílio atual, 4 participantes disseram morar na cidade de
Cuiabá (capital de Mato Grosso), 2 em Várzea Grande (município vizinho à capital) e
1 declarou morar em Chapada dos Guimarães (que fica à 68 km de Cuiabá).
Com relação à cor/etnia, 4 participantes se declararam pardas e 3 se
declararam negras. Sobre esta temática, verifica-se que, no panorama nacional,
segundo o IBGE (2018), há uma considerável desigualdade educacional entre as
58

mulheres, no qual as pretas e pardas são as que apresentam maior atraso escolar
no nível médio e possuem menor taxa de formação em nível superior, quando
comparadas com as mulheres brancas.
Nesse contexto, verificou-se que o IFMT reserva 60% das vagas, de todos os
cursos e turnos, para candidatos que tenham cursado integralmente o ensino
fundamental na rede pública de ensino (municipal, estadual ou federal). Essas vagas
são distribuídas aos estudantes considerando sua renda familiar, a autodeclaração
de cor/raça ou etnia (preto, pardo ou indígena) e Pessoas com Deficiência (PcD). Os
outros 40% das vagas são destinadas à ampla concorrência ou egressos de escola
particular, sendo que destes, 2% das vagas são destinadas às pessoas com
deficiência.
No segundo bloco de perguntas, denominado de “Bloco B – Caracterização
econômico-social”, todas as participantes declararam morar com mãe e/ou pai
(Gráfico 4), além disso, 4 participantes afirmaram que também moram com irmão(s).

Gráfico 4 – Integrantes na moradia da participante

Fonte: elaborado pela autora (2020).

Sobre os aspectos econômicos, 1 participante declarou desempenhar uma


atividade remunerada, mas sem vínculo empregatício. Segundo a participante, o
motivo do trabalho é adquirir experiência e ser independente (ganhar o próprio
dinheiro). As outras 6 participantes declararam não exercer atividade remunerada.
Ainda sobre esta temática, 2 participantes declararam estar inseridas, no
IFMT, em alguma atividade acadêmica remunerada. Sendo que uma participa de
“Monitoria e Projetos” e, a outra, participa de um “Projeto Acadêmico”. Além disso, 6
participantes afirmaram receber auxílio alimentação e 3 recebem auxílio transporte
59

(Gráfico 5). Percebe-se que algumas delas ganham os dois auxílios de forma
concomitante e uma participante declarou não receber algum benefício.

Gráfico 5 – Participantes que recebem benefício estudantil

Fonte: elaborado pela autora (2020).

Nessa perspectiva, é importante ressaltar a importância das ações voltadas


para a permanência e êxito das estudantes, já reconhecidas no PEIAPEE do IFMT
(IFMT, 2017). Pois, retomando os dados apresentados na subseção 4.1.2, as taxas
médias de evasão feminina, nos últimos dez anos e por curso, foram de: 24% no
curso Técnico em Agrimensura; 19% no curso Técnico em Edificações; 13% no
curso Técnico em Eletroeletrônica; e 21% no curso Técnico em Informática.
Ademais, todas as participantes declararam ser sustentadas por pais/
responsáveis (ou por um deles) e 1 participante acrescentou que também recebe
bolsa de estudos do IFMT.
Em seguida, no terceiro bloco de perguntas, denominado de “Bloco C –
Antecedentes Escolares”, todas as estudantes declararam ter cursado o Ensino
Fundamental em escola pública. Além do mais, 6 afirmaram ter pesquisado alguma
informação sobre os conteúdos estudados no curso ou a área de atuação
profissional, antes da seleção de ingresso.
Dentre as motivações das estudantes para ingressar no IFMT (Gráfico 6), o
“ensino de qualidade” foi um fator destacado como primordial para elas. Ademais, 6
participantes destacaram ter sido motivadas pelo ensino gratuito, pelo curso ser
profissionalizante (técnico) e pela qualificação do corpo docente. Somente 1
participante elegeu o apoio oferecido pelo IFMT (auxílios) como fator motivacional.
60

Gráfico 6 – Fatores motivacionais para as participantes estudarem no IFMT

Fonte: elaborado pela autora (2020).

Já com relação à escolha do curso, a maioria das participantes (5) declarou


que o principal fator motivacional para esta escolha foram as aptidões pessoais,
seguido da realização pessoal (4). Os motivos relacionados a almejar uma
graduação na mesma área de formação, indicação de teste vocacional e
concorrência do curso foram menos escolhidos.
No quarto bloco de perguntas, chamado de “Bloco D – Vivência Escolar”,
todas as participantes declararam não concordar com a afirmação de que o
desempenho escolar de uma pessoa é condicionado pelo seu gênero. Inclusive, 2
participantes complementaram sua resposta, da seguinte forma:

Acredito que todos, independente de gênero possuem capacidades


intelectuais iguais. (P1)
Acho que qualquer tipo de gênero é capaz de apresentar ótimos
desempenhos escolares, como também pode apresentar um desempenho
não muito bom. Vai de cada um se esforçar ou não para crescer em relação
ao aprendizado. (P6)

Ainda nessa temática, 4 participantes declararam não acreditar que há


diferença no desempenho escolar, por gênero, nos cursos em que estão
matriculadas. Outras 2 alunas declararam acreditar que há pouca diferença e 1
declarou não perceber se há diferença ou não. Apenas 1 das participantes justificou
sua resposta dizendo: “No meu curso há muita interação entre os alunos,
independente do gênero.” (P7)
Quando perguntadas se o IFMT promove ações para prevenção e/ou
combate à desigualdade e discriminação de gênero, 3 participantes responderam
“sim, frequentemente” e 4 participantes responderam “sim, raramente.” Uma delas
61

complementou sua resposta dizendo que: “Algumas palestras são ministradas para
desencadear esses conceitos discriminatórios, a fim de, promover uma
conscientização igualitária entre os discentes.” (P7)
Com o objetivo de conhecer um pouco mais da percepção das participantes
sobre esta temática, elas foram perguntadas sobre a eficácia das ações
desempenhadas pelo IFMT acerca da prevenção e/ou do combate à desigualdade e
discriminação de gênero. Diante disso, 3 participantes declararam que as ações são
eficazes e 3 afirmaram que as ações são pouco eficazes. Uma das participantes
complementou sua resposta com a seguinte afirmação: “Acredito que a partir de uma
divulgação, essas pessoas que têm certas atitudes discriminatórias adquirem
conhecimento sobre o seu ato e podem, muitas vezes, se transformar em uma
pessoa igualitária.” (P7)
No quinto e último bloco de perguntas, chamado de “Bloco E – Projeções
Futuras”, somente 2 participantes declararam que pretendem exercer a profissão na
área de formação técnica. Outras 2 afirmaram não saber e 3 disseram que não
pretendem seguir na área de formação atual.
Em seguida, as participantes foram perguntadas sobre a pretensão de realizar
outro curso após o Ensino Médio. Desse modo, 2 participantes relataram que sim, na
mesma área de formação atual, 4 participantes disseram que sim, porém, em outra
área de formação e 1 afirmou não saber.
Para aprofundar a investigação acerca das perspectivas futuras das
participantes na temática educação, elas foram indagadas sobre qual outro tipo de
formação pretendia-se obter. A maioria das participantes (4) respondeu que deseja
fazer um curso bacharelado, 1 declarou que pretende fazer outro curso técnico ou
profissionalizante, 1 afirmou não saber e 1 não respondeu à pergunta.
Por último, as participantes discorreram sobre como imaginam sua vida
profissional, social e familiar, nos próximos dez anos e obteve-se 5 respostas,
descritas a seguir.

Imagino ter concluído um curso superior e estar estável profissionalmente


e/ou fazendo especializações na minha área de formação superior.
Socialmente espero estar bem e na vida familiar também. (P1)
Daqui 10 anos, imagino minha vida profissional praticamente realizada,
pretendo estar formada e trabalhando na minha área, e sempre buscando
mais conhecimentos. Já na parte social, desejo estar rodeada de pessoas
que me respeitem e querem meu bem. Por fim, na minha vida familiar tenho
intenção de não estar casada e muito menos ter filhos, gostaria de ter
62

apenas meus pais e irmãos juntos comigo. Dispenso a presença de outros


familiares que no momento só me julgam. (P2)
Todas em harmonia, mesmo que pareça difícil que aconteça. Pretendo ter
um emprego legal na minha área de formação e conseguir estar com minha
família durante uma boa parte do tempo. (P3)
Imagino estar realizada em relação a vida profissional, familiar, social e
imagino procurar ainda mais para viver e conquistar. (P6)
Imagino que daqui a 10 anos estarei, a partir de muito empenho e
dedicação, inserida no mercado profissional que desejo, tendo o
reconhecimento merecido. Socialmente desejo ter uma boa relação com as
pessoas. (P7)

O objetivo desta pergunta foi fomentar uma reflexão prévia acerca das
projeções futuras das participantes, visto que essa temática foi retomada na
segunda roda de conversa.
Após demonstradas as respostas obtidas no Questionário 1, na próxima
subseção apresentam-se os relatos das participantes, obtidos nas rodas de
conversa.

5.2. Os relatos das participantes

Nesta subseção, discorre-se sobre os achados das duas rodas de conversas,


realizadas em outubro e novembro de 2020, em que a pesquisadora atuou como
mediadora e as participantes relataram suas percepções sobre as temáticas
abordadas.

5.2.1 De onde vim, como estou e para onde vou?

A primeira roda de conversa, intitulada “De onde vim, como estou e para onde
vou?”, foi realizada no Google Meet, no mês de outubro de 2020 e teve a
participação de 7 estudantes.
As atividades foram guiadas pelo roteiro disposto no Apêndice N e tiveram o
objetivo de investigar as motivações das participantes em ingressar no IFMT, a
realidade vivenciada durante o curso e as expectativas futuras – à luz da temática de
gênero, no contexto do trabalho e da educação, por meio de relatos de experiências.
A partir disso, no primeiro momento, houve a apresentação da pesquisadora e
da pesquisa. Em seguida, explicou-se sobre a roda de conversa e pediu-se às
participantes que se apresentassem.
63

No segundo momento, a pesquisadora apresentou para as participantes um


Infográfico contendo as taxas femininas de matrícula, evasão e conclusão de seus
respectivos cursos, entre os anos de 2010 e 2019 (estes dados são referentes à
discussão realizada na seção 4). Após isso, as participantes foram provocadas a
refletir e relatar suas opiniões acerca das informações apresentadas.
A seguir, são descritos os relatos das participantes de acordo com as
categorias de análise estabelecidas.

5.2.1.1 Escolha da instituição

O Ensino Médio técnico é uma das portas de entrada dos jovens ao mundo do
trabalho, uma vez que lhes permitem uma formação profissionalizante. Em outros
casos, possibilitam-lhes a ascensão à educação de nível superior.
Nessa perspectiva, percebeu-se como fundamental iniciar a roda de conversa
perguntando às participantes sobre quais os motivos para a escolha do IFMT,
Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva. As respostas obtidas foram
organizadas em 4 subcategorias de análise, que demonstram os diferentes motivos
relatados pelas participantes (dispostas na Figura 2, a seguir).

Figura 2 – Categorias de análise sobre os motivos para a escolha da Instituição

(1.1) Acesso a um ensino de melhor qualidade

(1.2) Influência de familiares, amigos ou


professores
(1) Motivos para a escolha da
Instituição
(1.3) Ingresso na Universidade Federal

(1.4) Nível dos Estudantes

Fonte: elaborado pela autora (2021).

Uma vez definidas as categorias de análise temática, apresenta-se no Quadro


6, o detalhamento dos relatos.
64

Quadro 6 – Categoria de análise temática: (1) Motivos para a escolha da Instituição


Subcategorias de
Exemplos de respostas / Unidades de registro
análise temática
“Eu queria ir para lá porque eu acreditava que eu teria uma base de Ensino
Médio melhor [...]” (P1)
“Eu entrei no IF para buscar uma educação melhor, já que eu estava na
escola estadual.” (P2)
(1.1) Acesso a um
ensino de melhor “[...] eu estudei sempre em escola estadual [...] Eu acho que por ser em
qualidade <nome da cidade omitido> as pessoas já têm uma certa noção de que a
escola não é tão boa assim.” (P5)
“Me falaram dessa escola. [...] só que me falaram que o ensino era muito
bom e que também por ser um processo seletivo, com certeza, os alunos
que estariam ali seriam alunos interessados.” (P7)

“[...] eu descobri o IF e eu tenho uma professora que me ajudou muito a


estudar para a prova. Elas, a professora <nome omitido> e a professora
<nome omitido>, que já deu aula no IF [...]” (P4)
(1.2) Influência de “[...] eu já conhecia o IFMT por conta de alguns amigos da minha família que
familiares, amigos ou já estudavam lá e aí eles foram me contando as experiências e isso foi me
professores fazendo ter vontade de ir lá.” (P5)
“Eu não conhecia a escola. [...] Aí meu padrasto comentou com a minha
mãe e minha mãe falou ‘<nome da participante omitido>, você vai entrar
nessa escola’. Aí eu ‘ok, mãe’.” (P6)

(1.3) Ingresso na “[...] para conseguir ingressar na UFMT, que é o meu objetivo principal.”
Universidade Federal (P1)

(1.4) Nível dos “[...] por ser um processo seletivo, com certeza os alunos que estariam ali
Estudantes seriam alunos interessados.” (P7)
Fonte: elaborado pela autora (2021).
Nota: Estão em destaque as palavras-chave identificadas nas unidades de registro.

Pode-se notar que o motivo mais recorrente para a escolha da instituição foi
“Acesso a um ensino de melhor qualidade” (citado 4 vezes), seguido da “Influência
de familiares, amigos ou professores” (citado 3 vezes). Inclusive, quando as
participantes responderam ao Questionário 1 (subseção 5.1), todas destacaram que
o ensino de qualidade era fator primordial na escolha da instituição.
Além disso, percebeu-se que, ainda que todas as participantes tenham
realizado o Ensino Fundamental na rede pública (Cf. Questionário 1 - subseção 5.1)
e, assim, continuaram no Ensino Médio, elas demonstram acreditar que a qualidade
do ensino da Rede Federal é superior ao ofertado pela Estadual.
Nesse sentido, o processo seletivo de ingresso reitera esta percepção, como
demonstrado pela participante P7, que fez a alusão de que se há um processo
seletivo, logo, só entram no Instituto Federal os alunos interessados em aprender.
65

Outro motivo, citado pela participante P1, é conseguir ingressar na UFMT logo após
concluir o Ensino Médio.
Em relação à estas diferenças de desempenho entre as redes de ensino,
Ramos (2018) problematiza estas diferenças de desempenho entre as redes de
ensino e destaca que, geralmente, as escolas federais contemplam diversos
quesitos de qualidade, além de possuir um sistema de avaliação prévia dos
estudantes (que é o processo seletivo para o ingresso na instituição), o que não
ocorre nas demais escolas públicas. Estes fatores contribuem para que as escolas
federais apresentem bons resultados nas avaliações de larga escala 14.
Pode-se perceber, também, que apesar de o IFMT ser uma instituição que
oferta o Ensino Médio integrado ao Ensino Técnico, nenhuma das participantes citou
ter escolhido a instituição visando a sua profissionalização ou adentrar ao mundo do
trabalho, a partir da formação técnica. Inclusive, a participante P1 afirmou que seu
objetivo principal é ingressar na UFMT.
Diante disso, levanta-se a hipótese de que todos os motivos citados para a
escolha da instituição estão, mesmo que indiretamente, relacionados à qualidade do
ensino ofertado e não à formação profissional técnica e o ingresso no mundo do
trabalho, presente na missão da instituição.
Nesse sentido, Ramos (2018) afirma que o perfil histórico dos estudantes da
Rede Federal é proveniente de famílias que, provavelmente, dispensam a
complementação de renda, oriunda do trabalho dos filhos. Desse modo, para além
da busca por uma instituição gratuita e de qualidade, as famílias projetam nas
escolas federais a possibilidade da preparação do estudante para o ensino superior
(bom desempenho no ENEM), assim como a formação profissional técnica que os
ajude a suportar os gastos futuros com a próxima etapa de formação.
Uma vez que se tem conhecimento sobre os motivos que levaram à escolha
da instituição, a próxima subseção se dedica a apresentar os processos de escolha
das participantes pelo curso técnico.

14
“Avaliações em larga escala são reconhecidas como aquelas que visam à avaliação do
desempenho escolar, como o nome diz, em larga escala e com caráter sistêmico, realizadas
por sistemas externos à escola” (RAMOS, 2018, p. 449). Exemplos: Avaliação Nacional da
Educação Básica, Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (popularmente conhecida como
Prova Brasil) e o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).
66

5.2.1.2 Escolha do curso técnico

Além dos motivos para o ingresso no IFMT, indagou-se às participantes sobre


os motivos para a escolha do curso técnico. Desse modo, apresenta-se na Figura 3,
as 5 subcategorias de análise que emergiram das respostas obtidas.

Figura 3 – Categorias de análise sobre os motivos para a escolha do curso técnico

(2.1) Por eliminação ou identificação

(2.2) Proximidade com a profissão


escolhida

(2) Motivos para a escolha do curso


técnico (2.3) Influência de familiares ou terceiros

(2.4) Gosto pela área de estudo

(2.5) Não sabe

Fonte: elaborado pela autora (2021).

Em alguns casos, as participantes indicaram mais de um motivo para a


escolha do curso. Desse modo, cada motivo foi classificado em sua categoria
temática correspondente (conforme disposto no Quadro 7).
67

Quadro 7 – Categoria de análise temática: (2) Motivos para a escolha do curso técnico
Subcategorias de
Exemplos de respostas / Unidades de registro
análise temática
“Eu fui um pouco por eliminação [...] o que me atraiu para Agrimensura é
porque são quatro anos e eu sou um pouco indecisa do que eu quero fazer de
(2.1) Por faculdade.” (P1)
eliminação “[...] eu estou no segundo ano de Eletroeletrônica. É um curso que eu escolhi
ou identificação meio por eliminação [...]” (P3)
“[...] eu escolhi o curso de Informática porque era o que eu mais me identificava
ali dentro [...]” (P4)
“Eu escolhi o curso de Edificações porque eu já queria me envolver na área de
(2.2) Engenharia Civil.” (P2)
Proximidade
com a “O meu padrasto é Engenheiro Civil, então muitos dos trabalhos dele, ele fazia
profissão em casa. Na minha primeira oportunidade [...] eu tinha escolhido fazer Química,
escolhida só que na segunda [...] eu decidi [...] escolher Edificações, justamente por já ter
esse apreço pela Engenharia Civil.” (P5)

“[...] porque eu tinha alguns amigos que já tinham feito esse curso.” (P3)
(2.3) Influência de
familiares ou “[...] Na verdade, eu nem sabia o que Edificações fazia. [...] uma mulher me
terceiros indicou e me falou um pouco sobre esse curso, porque a filha dela tinha feito.”
(P7)

“[...] eu escolhi o curso de Agrimensura porque eu gosto muito da área de


(2.4) Gosto pela Exatas, então eu queria um curso nessa área.” (P1)
área de estudo “Eu me interessei por esse curso porque ele é mais ou menos de Exatas,
envolve Matemática, essas coisas, e eu gosto bastante.” (P7)

“Eu não escolhi esse curso porque eu gostei dele ou porque eu o conhecia. Eu
(2.5) Não sabe
escolhi porque, sei lá, nem sei por que eu escolhi esse curso, mas escolhi.” (P6)

Fonte: elaborado pela autora (2021).


Nota: Estão em destaque as palavras-chave identificadas nas unidades de registro.

Nota-se que a maioria das participantes demonstrou que teve dúvidas sobre a
escolha do curso. Sendo que o motivo mais citado foi a escolha por eliminação (3
respostas). Nessa perspectiva, Saavedra (2009) afirma que uma das primeiras
responsabilidades atribuídas aos jovens, na atualidade, é a escolha da carreira.
Entretanto, devido à instabilidade do mercado de trabalho, a escolha da profissão já
não é mais uma decisão para a vida toda. Para além deste desafio, a autora destaca
que o gênero é a barreira que mais limita a liberdade dos jovens em relação à
escolha de formação e carreira. E, por conta das influências socioculturais, percebe-
se a existência de estereótipos de gênero nas carreiras, que demarcam as que são
adequadas para os homens e as que são adequadas para as mulheres. Isto faz com
que meninas e mulheres evitem, por exemplo, as Ciências Exatas e Tecnologias,
68

bem como os cursos relacionados à essas áreas, como a Informática e as


Engenharias.
Esse estudo de Saavedra (2009) ajuda a compreender a realidade do
campus, quando se observa que as meninas são maioria nos cursos técnico em
Eventos (82%) e Secretariado (79%) e minoria nos demais cursos das áreas de
Exatas e Tecnologias (Cf. Tabela 2 da subseção 4.1).
Após relatarem sobre os motivos para a escolha do curso, as participantes
foram convidadas a contar como têm sido as vivências delas nos cursos, conforme
descrito na subseção a seguir.

5.2.1.3 Vivências nos cursos escolhidos

Percebe-se pelas falas das participantes que, muitas delas, tinham dúvidas
com relação à escolha do curso. Nesse sentido, elas foram perguntadas como tem
sido estudar no curso escolhido e, a partir das respostas obtidas, foram criadas 2
subcategorias de análise (apresentadas na Figura 4, a seguir).

Figura 4 – Categorias de análise sobre as vivências das participantes nos cursos escolhidos

(3.1) Aspectos positivos

(3) Vivências das participantes


nos cursos escolhidos

(3.2) Aspectos negativos

Fonte: elaborado pela autora (2021).

Após definidas as subcategorias de análise, os relatos das participantes foram


organizados e detalhados no Quadro 8, a seguir.
69

Quadro 8 – Categoria de análise temática: (3) Vivências das participantes nos cursos escolhidos
Subcategorias de
Exemplos de respostas / Unidades de registro
análise temática
“Eu estou gostando do curso. [...]. Eu gosto de ler, estudar sobre a área
ambiental [...]; da parte teórica eu gosto bastante.” (P1)
“Eu gosto muito do curso que eu faço e, também, dos professores que são
(3.1) Aspectos muito bons. [...] eu faço Eletroeletrônica e tem vários programas, vários
positivos aplicativos que têm como a gente simular as coisas que nós faríamos em
laboratório.” (P3)
“Eu vejo que os alunos são interessados em estudar, eles querem um objetivo
na vida.” (P6)
“Antes da pandemia era até bom, mas como tudo envolve mais desenho [...]. A
gente depende da prancheta [...] e aí, como está em casa, fica bem ruim para
as matérias técnicas.” (P2)
“No momento, está sendo um pouco complicado mesmo. Igual a ‘P2’ disse,
porque o nosso curso é muito prático [...]” (P7)
(3.2) Aspectos “Dificuldade, sim, porque simular algo presencial é uma coisa e tem muitas
negativos coisas que [...] nos aplicativos, você faz de um outro jeito.” (P3)
“[...] agora que já tenho mais uma noção do que realmente é o curso, eu já
desisti de seguir essa carreira [...]” (P5)
“[...] eu vi no curso que ele é muito difícil [...]” (P6)

Fonte: elaborado pela autora (2021).


Nota: Estão em destaque as palavras-chave identificadas nas unidades de registro.

Dentre os aspectos positivos mais citados, estão o gosto pelas disciplinas


teóricas, os bons professores, o acesso e uso de tecnologias, principalmente no
período de pandemia, uma vez que as aulas presenciais estão suspensas.
Entretanto, alguns aspectos negativos também foram revelados. Destaca-se,
principalmente, os desafios decorrentes da pandemia, como a dificuldade do
aprendizado em um ambiente fora da escola, na maioria das vezes, a própria casa.
Além disso, algumas participantes demonstraram certo descontentamento com a
escolha do curso. Nesse sentido, as experiências negativas que elas estão tendo, as
fizeram mudar de ideia sobre a graduação e carreira que desejam realizar.
Nessa perspectiva, verifica-se que este período de pandemia evidenciou,
dentre tantas questões sociais, a exclusão digital, à qual muitos estudantes estão
submetidos, pois além da dificuldade do ensino remoto em si, há a dificuldade de
acesso a equipamentos tecnológicos e internet (CASTILHO; SILVA, 2020;
NASCIMENTO et al. 2020; STEVANIM, 2020). Desse modo, para mitigar os desafios
destes estudantes, averiguou-se que o IFMT lançou, em 2020, um edital15 de Auxílio

15
O edital pode ser conferido no seguinte endereço eletrônico:
http://cba.ifmt.edu.br/media/filer_public/4c/1a/4c1ab18e-8fb4-4c1e-af32-
2f475787bb4f/edital_no112020.pdf.
70

Digital Emergencial para o fornecimento de 1500 pacotes de dados móveis de


internet, por uso de chip de celular, com capacidade de até 60Gb de internet, por
mês (a serem usados durante a pandemia), e 750 auxílios financeiros, no valor de
R$ 1.500,00, para a compra de equipamento do tipo notebook, desktop, all-in-one ou
tablet para acesso à internet.
Após demonstrados os relatos sobre vivências no curso, a próxima subseção
trata das expectativas futuras das participantes.

5.2.1.4 Expectativas futuras

Nesta subseção, as participantes discorrem sobre suas expectativas futuras,


salientando os desejos de formação e carreira. Desse modo, foram criadas 3
subcategorias de análise para classificar os relatos obtidos (conforme Figura 5).

Figura 5 – Categorias de análise sobre as expectativas futuras

(4.1) Curso ou carreira não definida

(4) Expectativas
(4.2) Curso ou carreira na mesma área
futuras

(4.3) Curso ou carreira em área diversa

Fonte: elaborado pela autora (2021).

Pôde-se perceber nas falas das participantes, que algumas ainda não se
decidiram sobre uma nova formação ou carreira, outras desejam continuar na
mesma área de formação atual e as demais optaram por seguir em uma área
diversa. Dessa forma, os relatos das participantes foram detalhados no Quadro 9
abaixo.
71

Quadro 9 – Categoria de análise temática: (4) Expectativas futuras


Subcategorias de
Exemplos de respostas / Unidades de registro
análise temática
“Minhas expectativas para o futuro são conseguir ingressar na UFMT direto do
ensino médio [...] O curso eu ainda não sei [...] tenho alguns nortes aí, mas
(4.1) Curso ou ainda não decidi.” (P1)
carreira não
definida “[...] eu ainda não tenho muito interesse em seguir na área de TI, porém eu
ainda penso sobre esse assunto, para ver se eu vou entrar nessa área ou não.”
(P4)
“eu pretendo ser Engenheira Civil ou Arquiteta.” (P2)
(4.2) Curso ou “Depois que eu comecei a estudar em casa, com essa pandemia, eu descobri
carreira na mesma que eu não quero mais ser Arquiteta e, sim, Engenheira Civil.” (P6)
área “[...] a minha expectativa, como eu gosto bastante, estou gostando dessa área,
é, também, seguir Arquitetura ou Engenharia Civil.” (P7)
(4.3) Curso ou “A faculdade que eu quero fazer não tem nada a ver com Eletroeletrônica. Eu
carreira em área não entrei com esse intuito de seguir essa área [...] Eu quero seguir a área da
diversa Saúde.” (P3)
Fonte: elaborado pela autora (2021).
Nota: Estão em destaque as palavras-chave identificadas nas unidades de registro.

Nota-se, nas falas de algumas participantes, que as experiências que elas


estão tendo durante o curso têm influenciado as suas expectativas para o futuro.
Nesse sentido, Ribeiro e Maciel (2020), que pesquisaram estudantes do Ensino
Médio Técnico em Informática, desvelaram que, quando as experiências prévias das
estudantes são positivas, elas influenciam na decisão pela continuidade da carreira
em Computação. Igualmente, as experiências negativas influenciam na decisão por
não continuar na área.
Além desta, outra pesquisa relevante sobre os estudantes do Ensino Médio
Regular e Técnico, foi a de Leal (2013). Segundo a autora, apesar dos estudantes
do Ensino Técnico possuírem interesses profissionais mais definidos que os
estudantes do regular, as áreas de interesse concentram-se em áreas típicas para
os diferentes sexos, o que reforça as desigualdades de gênero já destacadas.
Face ao exposto, após demonstradas as categorias de análise que surgiram
dos relatos das participantes sobre suas escolhas, vivências e expectativas futuras,
na próxima subseção, as participantes relatam suas percepções sobre as questões
de gênero, levantadas durante a roda de conversa.
72

5.2.1.5 Questões de gênero levantadas na Roda de Conversa

No segundo momento da roda de conversa 1, foi apresentado às participantes


um infográfico sobre a participação feminina nos cursos, entre os anos de 2010 e
2019, com ênfase nas taxas de ingresso, evasão e conclusão dos cursos (Figura 6).

Figura 6 – Infográfico sobre a participação feminina nos cursos, entre 2010 e 2019

Fonte: Elaborado pela autora, a partir de dados coletados no sistema Q-Acadêmico – IFMT (2020).
73

A partir do infográfico, as participantes foram provocadas a refletir e relatar


suas opiniões acerca das informações apresentadas. Desse modo, com base nas
falas das participantes, foram criadas 3 subcategorias de análise temática (Figura 7).
Todavia, em função da quantidade e variedade de assuntos abordados, outras 9
subcategorias de análise (terciárias) foram elencadas para uma melhor organização
dos diálogos.

Figura 7 – Categorias de análise sobre as questões de gênero levantadas na Roda de Conversa


(5.1.1) Alta
representatividade

(5.1) Percepções sobre a


(5.1.2) Falta
representatividade
representação
feminina

(5.1.3) Representação
equilibrada

(5.2.1) Relacionamento
grupal

(5) Questões de gênero (5.2) Relacionamentos, (5.2.2) Voz


levantadas na Roda de voz, liderança e conflitos
Conversa

(5.2.3) Liderança

(5.2.4) Conflitos

(5.3.1) Situações
(5.3) Situações de veladas
gênero veladas e
explícitas (5.3.2) Situações
explícitas

Fonte: elaborado pela autora (2021).

Após definidas as subcategorias de análise, os relatos das participantes foram


organizados e detalhados nos Quadros 10, 11 e 12 – dispostos a seguir.
74

Quadro 10 – Subcategoria de análise temática: (5.1) Percepções sobre a representatividade feminina


Subcategorias
Exemplos de respostas / Unidades de registro
terciárias
“Minha turma esse ano tem vinte pessoas e treze dessas vinte pessoas são
(5.1.1) Alta
meninas. [...] eu tenho quatro matérias técnicas e dois desses meus
representatividade
professores [...] são mulheres [...]” (P1)
“Não tem nenhuma professora de matéria técnica [...] e a gente não tem
nenhuma representatividade feminina no curso, como professora ou como
(5.1.2) Falta diretora [...]” (P3)
representação
“Quando eu entrei eram mais meninas, mas não eram muitas. Eram só seis. Aí
duas reprovaram e ficaram apenas quatro.” (P4)
(5.1.3)
“Pelo menos eu observei que no nosso curso de Edificações é dividida mesmo
Representação
a turma. Tem metade menina e metade meninos.” (P2)
equilibrada
Fonte: elaborado pela autora (2021).
Nota: Estão em destaque as palavras-chave identificadas nas unidades de registro.

Percebe-se que a representatividade feminina nos cursos é variada. Dentre


as turmas investigadas, apenas uma, do curso de Agrimensura, é composta em sua
maioria por meninas. O oposto ocorre no curso técnico em Eletroeletrônica, pois,
conforme a participante P3, além da baixa representatividade das estudantes, ela
alegou não haver a presença de profissionais mulheres no curso. Ou seja, não há
servidoras técnicas, nem docentes mulheres.
Sobre este aspecto da representatividade, Saavedra (2009) diz em seu
estudo que o número de meninos e meninas que se interessam por Ciências,
Engenharias e Tecnologias costuma ser o mesmo até os doze e treze anos de
idade. A partir dessas idades, os dados apontam para uma queda do número de
meninas que escolhem estas áreas em todos os níveis de ensino seguintes. E, a
falta de um modelo inspiracional de mulheres atuando nestas áreas, contribui para
este afastamento.
Em seguida, durante os diálogos, surgiu a subcategoria “Relacionamentos,
voz, liderança e conflitos”. Esses 3 temas foram agrupados por perceber-se o
impacto que um tem sobre o outro. Por exemplo, no curso técnico em Informática, a
participante P4 contou que tem apenas quatro meninas na turma dela. E que, apesar
das meninas interagirem com os meninos e a turma ser unida, eles não ligam muito
para o que elas dizem. Este é um fato que impacta na forma como a voz e a
liderança se estabelecem na turma, em que, neste caso, é predominantemente
masculina.
75

Quadro 11 – Subcategoria de análise temática: (5.2) Relacionamentos, voz, liderança e conflitos


Subcategorias
Exemplos de respostas / Unidades de registro
terciárias
(5.2.1) “Em relação aos grupos, eles são bem misturados. Não ficam só as meninas
Relacionamento de um canto.” (P4)
grupal “[...] de Edificações, pelo menos da minha sala, já tem uma interação maior
entre meninas e meninos.” (P7)
“Em questão de voz, na nossa turma[...] as meninas têm um pouquinho mais
de voz.” (P2)
“Eu queria falar que na minha sala não vejo muito isso. [...] acho que a gente
(5.2.2) Voz consegue hoje em dia ter uma voz.” (P3)
“Eu já percebi que eles escutam mais os próprios meninos [...] não ligam
muito quando as meninas falam.” (P4)
“[...] na nossa sala não tem a voz da mulher. É mais do homem [...]” (P6)
“Esse ano são duas meninas. [...] minha turma são treze meninas e sete
meninos, então mesmo não querendo eles acatam tudo que as meninas
decidem [...]” (P1)
“Na nossa sala [...] a gente é bem unido, mas a gente vê que as mulheres
tomam a frente da nossa turma. Os meninos são tipo qualquer coisa está ok
(5.2.3) Liderança [...]” (P2)
“[...] são dois meninos, um como líder e, o outro, vice.” (P4)
“Acontece que eles acham que a gente não tem capacidade de liderar a
nossa sala e aí colocaram dois homens para liderar [...] A gente ficou bem
revoltada.” (P6)
“[...] a gente não é tão unido, mas, às vezes, a gente se une para resolver
certos casos.” (P6)
(5.2.4) Conflitos “A turma, de certa forma, é unida sim.” (P4)
“Ano passado a gente tinha um líder que não era muito bom. A turma se uniu e
tirou ele.” (P1)
Fonte: elaborado pela autora (2021).
Nota: Estão em destaque as palavras-chave identificadas nas unidades de registro.

Já na turma de Edificações, são as meninas que exercem a liderança e


tomam a frente nas situações, ao contrário dos meninos, que tendem a acatar as
decisões delas.
Outro fato interessante, é que as duas estudantes do curso Técnico em
Agrimensura discorreram sobre situações opostas, visto que elas são de turmas
diferentes. Enquanto a participante P1 estudava em uma turma que ela considerava
unida, pois era formada, em sua maioria, por meninas e elas possuíam mais força de
decisão, a estudante P6 afirmou que a turma dela era liderada apenas por meninos
e eles não acreditavam que elas seriam capazes de representar a turma.
Sobre o curso de Eletroeletrônica, a participante P3 discorreu que, apesar de
serem minoria, as meninas conseguiam ter voz ativa e serem ouvidas na turma.
A partir desses relatos, pôde-se notar que as questões relacionadas à
desigualdade ou discriminação de gênero ocorrem na instituição de forma velada ou
76

até mesmo explícita. Diante disso, os exemplos destas situações foram organizados
no Quadro 12, a seguir.

Quadro 12 – Subcategoria de análise temática: (5.3) Situações de gênero veladas e explícitas


Subcategorias
Exemplos de respostas / Unidades de registro
terciárias
“[...] posso falar de Educação Física? [...] Os professores, eu já reparei isso,
preferem mais dar prioridade para os meninos que para as meninas, com
relação ao esporte. [...] as meninas são um pouco desinteressadas, também.”
(P7)
“[...] Futsal, querendo ou não, é mais focado para o masculino. Por exemplo,
qual outro esporte que tinha, que menina fazia, parece Ballet, mas, não é?
Ginástica! No caso, menino já nem tem lá (na ginástica).” (P7)
“[...] sinto muita falta de menina na aula de Educação Física, principalmente no
Futsal.” (P4)
“[...] o professor chegou na gente e falou ‘vocês não querem fazer Xadrez? Eu
acho que para vocês vai ser melhor Xadrez do que Handebol’. [...] um dos
meninos que estava do lado [...] ficou até meio sem graça, porque ele falou
‘nossa, até parece que as meninas não têm capacidade de jogar Handebol, só
(5.3.1) Situações Xadrez, que é coisa de mulherzinha’”. (P5)
veladas “[...] durante a aula, o nosso professor elogiou muito o nosso líder e o líder acabou
falando: ‘mas, a P5 também teve participação, se não fosse por ela não tinha
conseguido entregar as coisas no prazo’. [...] meu professor passou a elogiar
mais ainda o nosso líder, falando assim ‘nossa, que menino incrível, a gente
elogia e ele vai falar que não, que o trabalho veio da outra pessoa’. [...] A gente vê
que tem esse favorecimento, [...] mesmo que a gente acabe fazendo mais
coisas, não tem esse reconhecimento pelos professores, mas a sala inteira
reconhece que as meninas têm uma voz maior [...]” (P5)
“Eu vejo muito disso em uma das matérias técnicas [...] que é cálculo purinho
[...] para todos os meninos, desde as aulas presenciais, nosso professor dava
mais atenção. [...] ele nunca escolhia uma das meninas para elogiar, nem para
responder algumas questões do quadro mesmo [...] O que a gente sentia é que
ele pensava que a gente não tinha [...] capacidade de resolver o cálculo, que
eram só os meninos que iriam conseguir.” (P5)
“[...] quando contaram para mim que ela era de Eletroeletrônica, os meninos que
estavam do meu lado falaram ‘nossa, então ela deve ser muito inteligente para
passar, porque só tem menino lá’." (P5)
(5.3.2) Situações “Eu presenciei, ouvi, fui vítima de algumas coisas machistas e a gente teve um
explícitas caso muito sério na minha sala [...] que a gente teve que fazer uma roda de
conversa com a psicóloga do instituto. Eu consegui ver que algumas coisas que
nós, mulheres, consideramos machistas, para eles são coisas normais, coisas
que eles foram criados achando isso normal, alguns dizeres, alguns olhares.”
(P3)
Fonte: elaborado pela autora (2021).
Nota: Estão em destaque as palavras-chave identificadas nas unidades de registro.

Três participantes (P7, P4 e P5) relataram que enxergam essas questões de


gênero nas aulas de Educação Física. Os relatos evidenciaram a problemática dos
esportes que são culturalmente generificados, como o futebol e o handebol, em que
as estudantes se sentem desestimuladas por professores a praticá-los, uma vez que
eles priorizam a prática deste esporte por meninos. Nesse sentido, a participante P7
77

fez um comparativo entre os esportes disponíveis nas aulas, afirmando que o futebol
é mais masculino e o ballet e a ginástica são mais femininos.
Ainda sobre as situações veladas, a participante P5 compartilhou uma
história, em que, a partir de um trabalho coletivo, apenas o colega recebeu elogios e
reconhecimento por parte do professor. Mesmo que o colega tenha justificado que
ela participou do projeto, o professor não reconheceu seu trabalho. Ela afirmou que,
ainda que ela tenha feito mais coisas neste projeto, sentiu que o colega foi
favorecido e ela preterida pelo fato de ser mulher.
Outra situação que denotou explicitamente uma discriminação de gênero, foi
o caso da participante que ouviu de colegas que uma estudante do curso de
Eletroeletrônica “devia” ser muito inteligente, por estar neste curso. Além de
contestar a capacidade da estudante de estar naquele curso, em função do gênero
dela, percebe-se que talvez exista no imaginário dos estudantes uma hierarquia de
cursos, baseada no seu grau de dificuldade.
Nesse aspecto, as participantes foram perguntadas se percebiam alguma
diferença no desempenho escolar de meninos e meninas, em função do seu gênero,
e elas afirmaram que não.
Eu acho que no meu curso quando alguém tem algum desempenho maior é
porque já está mais desenvolvido na área. Na área de Java, tem alguns
alunos que já estudavam isso antes de entrar mesmo no curso, então têm
mais facilidade, mas em questão de gênero eu acho que não. É mais por
experiência na área mesmo. (P4)

É importante ressaltar a fala da participante P3 de que, muitas vezes, os


comportamentos machistas, como os dizeres e olhares, são normalizados pelos
meninos, que já são criados para acreditar que esse tipo de comportamento é
normal.
Sobre isso, Saavedra (2009) aponta que a socialização dos indivíduos com o
meio, ou seja, família, amigos, mídias, irá condicioná-los, desde cedo, para aquilo
que é acatado socialmente como apropriado para cada sexo. Isto impactará nas
percepções do indivíduo sobre comportamentos, tarefas, papeis de gênero e
ocorrerá em diversos níveis, incluindo o vocacional.
Nessa perspectiva, a participante P2 frisou que a Coordenação de Apoio ao
Estudante (CAE) do Campus realiza ações voltadas para o empoderamento das
participantes, frente às desigualdades de gênero.
[...] na CAE, que é o apoio ao estudante, e eu vejo lá que eles buscam
sempre trazer palestra, roda de conversa sobre isso, para você ter mais voz,
78

para você não ter medo, se acontecer alguma coisa você conseguir procurar
ajuda, da psicóloga, de alguma pedagoga de lá, conversar. (P2)

As questões abordadas na primeira roda de conversa permitiram que as


participantes se inteirassem das temáticas da pesquisa e compartilhassem algumas
experiências como alunas do IFMT. Sendo assim, na segunda roda de conversa, a
seguir, foi possível aprofundar um pouco mais o diálogo e fazer novos achados
sobre como as experiências vivenciadas na escola, em especial no Ensino Médio,
podem influenciar as meninas na escolha de sua formação profissional e carreira.

5.2.2 Concepções de gênero no contexto do trabalho e da educação

A segunda roda de conversa, intitulada “ Concepções de gênero no contexto


do trabalho e da educação” foi realizada no Google Meet, no mês de novembro de
2020 e teve a participação de 5 estudantes. As atividades foram guiadas pelo roteiro
disposto no “Apêndice O” e tiveram o objetivo de compreender quais as concepções
das participantes em relação a situações-problema sobre Gênero, no contexto do
Trabalho e da Educação.
No início desta roda de conversa, a pesquisadora elucidou alguns conceitos
teóricos sobre gênero, em uma perspectiva histórica, sobre as suas relações com o
trabalho e a educação da mulher. Por conseguinte, as participantes contribuíram
compartilhando suas concepções sobre o tema.
Após isso, a pesquisadora indagou as participantes sobre a seguinte questão:
Como as experiências vivenciadas na escola, em especial no Ensino Médio, podem
influenciar as estudantes na escolha de sua formação profissional e carreira? O
objetivo desta pergunta foi compreender o quanto essas experiências corroboram
para mitigar ou reforçar as desigualdades da participação feminina na Educação
Profissional e Tecnológica.
Desse modo, os relatos das participantes foram organizados em duas
categorias de análise temática: “Papéis sociais, estereótipos e intersecções de
gênero” e “Impactos do Ensino Médio nas escolhas futuras” - que são descritas a
seguir.
79

5.2.2.1 Papéis sociais, estereótipos e intersecções de gênero

Na primeira parte da apresentação feita pela pesquisadora, abordou-se a


temática de gênero e estudos de gênero. A partir de então, as estudantes foram
perguntadas sobre os conhecimentos prévios que possuíam sobre o assunto. Sendo
assim, a partir das respostas obtidas, criou-se 3 subcategorias de análise, as quais
são apresentadas na Figura 8.

Figura 8 – Categorias de análise sobre os papéis sociais, estereótipos e intersecções de gênero

(6.1) Diferença e desigualdade


de gênero

(6) Papéis sociais, estereótipos (6.2) A mulher e o mundo do


e intersecções de gênero trabalho

(6.3) Intersecções de gênero

Fonte: elaborado pela autora (2021).

Após demonstradas as categorias de análise criadas, são exibidos no


Quadro 13, em detalhes, os relatos das participantes.
80

Quadro 13 – Categoria de análise temática: (6) Papéis sociais, estereótipos e intersecções de gênero
Subcategorias
de análise Exemplos de respostas / Unidades de registro
temática
“[...] desde quando a gente nasce, a gente vê aquela questão de enxoval [...]
menina veste rosa e menino veste azul. [...] já vem aquele pressuposto de que
a gente tem cor definida [...] eu vejo muitas situações em que a menina nasce e
os pais já falam [...] ‘eu vou cuidar dela porque ela vai ser muito frágil’. O menino
(6.1) Diferença e não, o menino já vai ser ‘meu garotão’, ‘meu fortão’. Ele vai ser o grandão da
desigualdade de família.” (P5)
gênero “[...] principalmente quando você tem um irmão da sua mesma idade ou um primo,
você vê que a diferença está no que seus pais falam para você, que você é
mulher, você não pode falar alto, você não pode se sentar com a perna aberta.
[...] Enquanto ao gênero masculino não. Eles podem gritar, fazer o que
quiserem, podem bagunçar e mulher não pode.” (P2)
“Eu acho que as mulheres não deixaram de ser consideradas que a obrigação
delas é cuidar de casa. [...] aumentaram o trabalho das mulheres, porque antes
era só ser dona de casa. As mulheres que querem trabalhar hoje têm ainda que
(6.2) A mulher e cuidar de casa [...]” (P1)
o mundo do
trabalho “Eu vejo que acontece muito, principalmente na minha família, que é cristã. [...] de
não poder trabalhar. Eu tenho primas que nem terminaram o Ensino Médio por
querer ficar em casa, ter a obrigação só de [cuidar da] casa, de ir à igreja. Isso
é uma realidade para mim.” (P2)
“Eu acho que pelo fato de o Brasil ser um dos últimos países a abolir a
escravatura [...] Se você levar em consideração uma mulher negra, que era
escrava e uma mulher branca que estava na sociedade, que tinha privilégio,
você já vê que [...] o salto da mulher negra teve que ser maior do que de uma
mulher branca, por exemplo. [...] ela já começou como se tivesse uma escada e já
estivesse lá embaixo e, a outra, estivesse em cima.” (P1)
“Eu mexo bastante no Twitter e vira e volta tem alguns casos falando sobre
machismo, sobre feminismo. [...] Aí eu vejo questões de mulheres negras e
mulheres brancas e o padrão que existe. [...] No ano de 2020 tivemos muitas
discussões falando sobre as pessoas não contratarem pessoas negras,
(6.3) preferirem pessoas brancas, muito caso de racismo.” (P2)
Intersecções de “Normalmente eu sempre vejo na internet. Eu já vi em alguns livros, que eu tenho
gênero uma professora que me emprestou. [...] Eu me interessei muito. [...] Sobre a
desigualdade, eu concordo com o que elas falaram. Sobre antigamente, como
tinha muito isso, sobraram sequelas atualmente, então as coisas não mudaram
muito, só mudou o cenário.” (P4)
“Eu tenho uma proximidade com isso e já li muitas coisas [...] acho que uma coisa
muito errada que acontece [...] é que, muitas vezes, a gente vê coisas ruins serem
romantizadas, o feminismo ser romantizado, o machismo ser romantizado, a
escravidão ser romantizada. [...] as pessoas que libertaram [...] que se
compadeceram com os escravos, [...] eles meio que foram obrigados a fazer isso.
Acho que quando a gente para de romantizar uma coisa que é ruim, [...] aí que a
gente vai conseguir agir de uma forma diferente.” (P3)
Fonte: elaborado pela autora (2021).
Nota: Estão em destaque as palavras-chave identificadas nas unidades de registro.

As participantes iniciaram suas falas, compartilhando um pouco sobre o que


já haviam percebido acerca dos estereótipos e papéis sociais de gênero. Elas
salientaram que desde frases sexistas de conhecimento popular, como – “meninas
vestem rosa e meninos vestem azul” e “meninas são frágeis” (P5) – até questões
81

relacionadas às diferentes formas de criação direcionadas à crianças de gêneros


diferentes – onde, desde muito cedo, as meninas têm seus comportamentos e
liberdades cerceadas, em detrimento dos meninos, “que tudo podem” (P2).
Em seguida, debateu-se sobre o fato de o papel social da mulher ter sido
restrito aos cuidados do lar e da família, até início do século XX (Cf. seção 1) e como
se deu a inserção da mulher no mundo do trabalho (Cf. seção 2).
As participantes apresentaram opiniões significativas sobre o tema, como: a
sobrecarga feminina (P1), visto que, mesmo trabalhando fora, as mulheres ainda
dedicam mais tempo no trabalho doméstico que os homens; e que as questões de
ordem religiosa também influenciam nas escolhas da mulher, no que diz respeito aos
seus estudos e carreira (P2).
Outras participantes aprofundaram o debate sobre a mulher no mundo do
trabalho, salientando as intersecções de gênero com a cor/raça, machismo,
feminismo e racismo. Conforme relatado pela participante P1, as mulheres negras,
historicamente, têm encontrado maiores dificuldades que as mulheres brancas, na
busca pela equidade de direitos. Elas mencionaram, também, que procuram se
informar na internet e em livros sobre pautas relacionadas ao machismo, feminismo
e racismo.
Uma vez finalizada esta discussão, na próxima subseção apresenta-se a
última pergunta que a pesquisadora fez às participantes, a respeito dos impactos do
Ensino Médio em suas projeções de futuro.

5.2.2.2 Impactos do Ensino Médio nas escolhas futuras

A última indagação feita pela pesquisadora na roda de conversa foi: Como as


experiências vivenciadas na escola, em especial no Ensino Médio, podem influenciar
as meninas na escolha de sua formação profissional e carreira?
As respostas das participantes foram organizadas em duas subcategorias de
análise, dispostas na Figura 9.
82

Figura 9 – Categorias de análise sobre os impactos do Ensino Médio nas escolhas futuras

(7.1) Influências relacionadas ao


desempenho escolar

(7) Impactos do Ensino Médio nas


escolhas futuras

(7.2) Desigualdades de gênero durante e


após o curso

Fonte: elaborado pela autora (2021).

As participantes relataram várias experiências, desde aquelas relacionadas à


escolha de uma profissão em área diferente da formação atual, até dificuldade nas
matérias, aptidão pessoal, receios para desempenhar a profissão dentre outras
(Quadro 14).
A respeito das influências relacionadas ao desempenho escolar, é nítido que
algumas estudantes ainda estão formulando suas escolhas futuras e que as
dificuldades enfrentadas no curso têm um grande peso nessas decisões.
O relato da participante P4 chamou a atenção, ao afirmar que sempre ouviu
que, para além do conhecimento técnico, aprender outras habilidades, tais como o
trabalho em grupo e apresentações, a favoreceria no decorrer da vida. Esse é um
exemplo da proposta de formação humana integral, que visa à formação omnilateral,
a qual a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, bem como o IFMT,
se propõem a oferecer. Para Ciavatta (2012), a formação humana tem como
propósito a formação emancipatória dos estudantes, possibilitando-lhes
compreender o mundo e as relações sociais presentes em todos os fenômenos.
83

Quadro 14 – Categoria de análise temática: (7) Impactos do Ensino Médio nas escolhas futuras,
subcategoria (7.1)
Subcategorias de
Exemplos de respostas / Unidades de registro
análise temática
“[...] o que faria eu desistir da profissão que eu quero seguir, é eu não gostar
das matérias práticas [...] eu não me importo com a questão do machismo
que ocorre [...] porque Engenharia Civil é geralmente para um público mais
masculino.” (P2)
“Todo ano eu acho que é muito novo [...] Acho que já é, no meu pensamento,
um preparo [...] Geralmente, eu gosto das matérias, apesar de que elas são
bem difíceis. Tem hora que eu falo "meu Deus do céu, será que eu quero
mesmo?" (P2)
“[...] eu quero fazer Fisioterapia. [...] acho que as experiências que a gente
tem no Ensino Médio não são necessariamente determinantes, mas nos
ajudam a ter uma clareza maior sobre as coisas que nós vamos encontrar em
determinados cursos. [...] Eu vejo uma diferença muito grande como as
experiências são diferentes para cada pessoa. Tenho uma amiga que quer
fazer Engenharia e ela aproveita muito o curso [...] Eu já tenho uma outra
amiga que não quer fazer Engenharia. [...] as experiências que nós temos
nessas matérias técnicas fazem ela criar aversões, cada vez maiores, sobre
faculdade de Exatas.” (P3)
(7.1) Influências
relacionadas ao “[...] no meio da Informática, não tenho muita vontade em continuar no ramo
desempenho escolar [...], mas as experiências do curso, algumas matérias, me fazem querer
continuar, porém algumas outras, pela dificuldade, pela ‘bateção’’ de cabeça
nos conteúdos, às vezes não me dá muita vontade de continuar [...] como lá
é escola técnica, já ouvi falar ‘isso vai te ajudar no trabalho’. ‘Esse trabalho
em grupo ou essa apresentação vai te ajudar a ser melhor’, ou ‘coisas
desse tipo que vão te ajudar no trabalho quando você sair da escola ou
entrar em algum estágio durante ainda o Ensino Médio’ [...]” (P4)
“[...] eu entrei no IF com o desejo de me tornar Engenheira Civil futuramente
e eu fui vendo que todas as vezes que tinha algumas matérias mais
complicadas [...] sempre tinha uma diferença de como o professor via o
nosso desempenho. Eu sempre ficava um pouco para baixo. [...] as matérias
técnicas foram vindo e eu perdi completamente o gosto que eu tinha e hoje
eu penso que o curso que eu quero é Psicologia.” (P5)
“[...] eu sinto muito mais prazer em estudar Matemática, Física e Química do
que estudar História [...] então não vou fazer um curso que tenha uma carga
horária relacionada à História [...] eu não mudei muito minha cabeça de antes
de eu entrar para agora, só descobri que tem matérias que a gente só tem no
Ensino Médio [...] que eu tenho mais aptidão que outras.” (P1)
Fonte: elaborado pela autora (2021).
Nota: Estão em destaque as palavras-chave identificadas nas unidades de registro.

Outra fala importante foi da participante (P5), sobre o tratamento


diferenciado que o professor dispensava às meninas e que, a soma desses desafios,
a desestimulou a querer continuar na área de formação atual.
A partir deste comentário, pôde-se ampliar a discussão da roda de conversa e
verificar as concepções das estudantes acerca das desigualdades de gênero,
durante o curso, e como elas projetavam isso na vida, após o curso técnico. Desse
modo, os relatos foram organizados na subcategoria “Desigualdades de gênero
durante e após o curso” e apresentados no Quadro 15, a seguir.
84

Quadro 15 – Categoria de análise temática: (7) Impactos do Ensino Médio nas escolhas
futuras, subcategoria (7.2)

Subcategorias
de análise Exemplos de respostas / Unidades de registro
temática
“Em questão de mudar o comportamento, acho que não [...] minha sala tem
treze meninas e sete meninos, então não tem muito essa influência lá, eu acho.”
(P1)
“[...] Eu gosto da área de Exatas, mas eu tenho um pouco de receio de fazer
Engenharia [...]; por exemplo, é uma área que se um homem falar que ele fez [...]
todo mundo confia nele, mas se uma mulher chegar e falar que é Engenheira
Elétrica, todo mundo vai ficar: ‘mas você fez o curso direito?’, ‘mas você sabe
fazer tal coisa?’. Eu tenho receio disso, de cursar uma faculdade e, quando
chegar na hora de atuar, as pessoas ficarem duvidando da minha capacidade
[...]” (P1)
“[...] eu fui desencantando completamente, porque eu fui vendo que não era isso
que eu consigo fazer, que eu tenho facilidade e, também, porque sempre que eu
estava indo bem em alguma coisa, vinha alguém [...] (eram mais os meninos
mesmo), fazer alguma piada de mal gosto. [...] até agora, no Ensino Médio, a
gente tem essa coisa de não acreditarem que a gente realmente consegue fazer
algo voltado para a Engenharia [...]” (P5)
“Já chegaram para mim e falaram: ‘mas por que você queria Engenharia? [...] não
é um curso para mulher’ [...] Eu fiquei meio balançada. Na hora não falei nada,
(7.2) fiquei quieta. Fiquei (pensando) ‘Será que eu quero mesmo?’; ‘Será que é um
Desigualdades curso que eu vou conseguir me adaptar?’. [...] fiquei (pensando) ‘ah, não vou
de gênero querer... não quero mais Engenharia’ [...] Aí acordei um dia e falei: ‘Não vou
durante e após o deixar um pensamento de uma pessoa que nem fez faculdade direito falar que
curso não é para mulher, eles não podem ditar regras para mim. Vou fazer sim! [...]”
(P2)
“Para eu escolher o curso de Informática para o IF eu já ouvi muito falar, que era
mais para menino, eu só ia encontrar menino na turma, era mais difícil para eu
concorrer [...] coisas desse tipo, só que eu fui atrás.” (P4)
“Fazer esse curso é sair totalmente da minha zona de conforto. Eu tive que
readaptar vários pensamentos, alguns tipos de comportamentos para me
adaptar ao curso de Eletro [...] e sinto que ainda vou precisar me adaptar, me
modificar, para conseguir fazer algumas coisas. [...] ‘eu tenho que estudar tal
coisa de tal maneira com os meninos’. [...] Antigamente eu encontrava muita
dificuldade para ser ouvida nas decisões de alguns trabalhos com os meninos.
Eu sempre tenho que repetir muitas vezes, me posicionar muitas vezes de uma
única coisa, para ser ouvida [...] Para muitas coisas você tem que elevar o tom
de voz, que é uma coisa que eu não gosto de fazer; eu tenho que me posicionar
de maneira mais firme para ser ouvida.” (P3)
“Eu já tive uma experiência como a P3 falou, ter que repetir várias vezes coisas
que, no final, eles acabam concordando, sendo que a gente falou no começo. [...]
Já teve vezes que eu fiz perguntas lá e nem me responderam direito; e, depois
um menino foi falar e eles acabaram respondendo.” (P4)
Fonte: elaborado pela autora (2021).
Nota: Estão em destaque as palavras-chave identificadas nas unidades de registro.

Face ao exposto, foi possível perceber que os questionamentos sobre


mulheres ocupando espaços que, historicamente, foram destinados e ocupados por
homens são muito recorrentes. Como exemplo, pode-se mencionar que a
85

participante P2 compartilhou: que já foi questionada sobre seu desejo de ser


Engenheira e isso a fez duvidar se realmente iria querer esta formação e carreira.
Ainda nesta temática, a participante P4 comentou que, ao escolher o curso
técnico em Informática, também ouviu comentários de que este era um curso para
meninos e que seria mais difícil para ela concorrer.
As participantes P3 e P4 também comentaram que já precisaram moldar seus
comportamentos, de acordo com as situações cotidianas da turma, tal como se
impor, elevar o tom de voz, repetir diversas vezes a mesma coisa, para que
pudessem ser ouvidas e respeitadas em seus cursos. Inclusive, elas disseram que já
passaram por situações em que expuseram suas opiniões e não foram ouvidas, mas
somente ao final da situação ou conflito é que a ideia delas foi acatada.
Ao final, apenas a participante P1, do curso técnico em Agrimensura, relatou
que não sentiu necessidade de mudar seu comportamento, no curso, em função de
alguma questão de gênero. Ela acredita que o seu caso seja uma exceção, visto que
as meninas são maioria em sua turma; entretanto, afirmou ter receio de fazer
Engenharia e sofrer discriminação de gênero, ao desempenhar a profissão. A partir
de uma experiência familiar, disse, ainda, acreditar que esta discriminação de
gênero pode variar, a depender da área da Engenharia. Essa crença se deu a partir
do exemplo da irmã, que foi aluna do curso técnico em Eletroeletrônica, no IFMT, e
afirmou que percebia mais dúvidas, com relação à capacidade da profissional mulher
desta área, do que percebe, atualmente, cursando Engenharia da Computação.
[...] a minha irmã faz Engenharia da Computação. Ela, pelo que eu vejo, na
área de Tecnologia, tem menos essa parte do que em outras áreas da
Engenharia. [...] ela fez o curso técnico no IF, Eletroeletrônica, que está
mais relacionado à área de Engenharia Elétrica. Ela via mais nessa área
duvidar da capacidade das mulheres do que na área de Tecnologia. (P1)

Diante aos relatos apresentados, é notório que a escola é um importante


espaço para o exercício dos papeis sociais de gênero, bem como é um espelho que
reflete as contradições da sociedade, dentre elas, a desigualdade de gênero. Desse
modo, foi possível verificar que, no recorte desta pesquisa, as experiências
vivenciadas no Ensino Médio influenciam as escolhas futuras das estudantes, no
que diz respeito à sua formação e carreira. As experiências negativas, relacionadas
às disciplinas, as desestimulam a seguir na profissão e aquelas relacionadas às
desigualdades de gênero as fazem questionar suas capacidades, sentirem suas
percepções pessoais abaladas e, também, temer o futuro profissional na área. Ainda
86

assim, algumas participantes se mostraram resilientes e decididas a seguir com os


seus sonhos profissionais e de formação.
A partir da Análise de Conteúdo realizada, foi possível construir um quadro
sinóptico contemplando todas as categorias temáticas criadas para classificar e
realizar inferências sobre os relatos das participantes da pesquisa (Quadro 16).

Quadro 16 – Categorias temáticas de análise criadas para classificar e inferir sobre os relatos das
participantes da pesquisa
Categorias Primárias Categorias Secundárias Categorias Terciárias
(1.1) Acesso a um ensino de melhor
qualidade
(1) Motivos para a escolha (1.2) Influência de familiares, amigos ou
professores -
da Instituição
(1.3) Ingresso na Universidade Federal
(1.4) Nível dos Estudantes
(2.1) Por eliminação ou identificação
(2.2) Proximidade com a profissão
(2) Motivos para a escolha escolhida
-
do curso técnico (2.3) Influência de familiares ou terceiros
(2.4) Gosto pela área de estudo
(2.5) Não sabe
(3) Vivências das (3.1) Aspectos positivos
participantes nos cursos -
escolhidos (3.2) Aspectos negativos
(4.1) Curso ou carreira não definida
(4) Expectativas futuras (4.2) Curso ou carreira na mesma área -
(4.3) Curso ou carreira em área diversa
(5.1.1) Alta
representatividade
(5.1) Percepções sobre a
(5.1.2) Falta representação
representatividade feminina
(5.1.3) Representação
equilibrada
(5) Questões de gênero (5.2.1) Relacionamento
levantadas na Roda de grupal
Conversa (5.2) Relacionamentos, voz, liderança e (5.2.2) Voz
conflitos
(5.2.3) Liderança
(5.2.4) Conflitos
(5.3) Situações de gênero veladas e (5.3.1) Situações veladas
explícitas (5.3.2) Situações explícitas

(6) Papéis sociais, (6.1) Diferença e desigualdade de gênero


estereótipos e intersecções -
(6.2) A mulher e o mundo do trabalho
de gênero
(6.3) Intersecções de gênero
(7.1) Influências relacionadas ao
(7) Impactos do Ensino desempenho escolar
-
Médio nas escolhas futuras (7.2) Desigualdades de gênero durante e
após o curso
Fonte: elaborado pela autora (2021).
87

Uma vez que se tenha conhecimento dos relatos das estudantes que
participaram das rodas de conversa, a próxima subseção se dedica a demonstrar a
avaliação que elas fizeram acerca de sua participação na pesquisa.

5.3 A avaliação da participação na pesquisa

Após cumpridas as etapas propostas na pesquisa, as estudantes que


participaram das rodas de conversa foram convidadas a responder, anonimamente,
um questionário online (Apêndice L) composto por 8 perguntas, abertas e fechadas,
de forma a avaliar sua participação na pesquisa.
Primeiramente, as participantes foram indagadas se a participação na
pesquisa às possibilitou reflexões acerca das suas projeções de formação, trabalho
e carreira. Diante disso, 3 participantes responderam “sim”, 1 respondeu “não” e 1
preferiu não responder. Uma das participantes, que respondeu sim, complementou
sua resposta dizendo: “Aprendi, como mulher, a importância de estarmos, a cada
dia, conquistando lugares que, aos olhos da sociedade, são masculinos.”
Em seguida, todas as participantes afirmaram que o conteúdo das rodas de
conversa possibilitou-lhes conhecer novas informações ou saberes e 3
acrescentaram às respostas:

Um dos conteúdos das rodas de conversa que mais me chamou atenção foi
sobre gêneros, após essas discussões adquiri conhecimentos importantes.
(Resposta 1)
Saber da experiência de outros cursos da instituição. (Resposta 2)
Me possibilitou mais informações sobre algumas experiências femininas em
variados cursos, curiosidades dos outros cursos. (Resposta 3)

Além disso, as 5 participantes afirmaram que a oficina de podcast permitiu-


lhes conhecer novas informações ou saberes e 3 delas complementaram, a partir
destes relatos:

Sim, eu nunca tinha escutado um podcast e nem sabia como era gravar um.
Fico grata a Gabs por ter apresentado essas novas informações. (Resposta
1)
Me ajudou a entender como funciona o processo de criação e toda
organização que existe para que um podcast seja criado. (Resposta 2)
“Me informou mais sobre o mundo dos podcasts, o preparo, como são
gravados e como são postados cada podcast. (Resposta 3)
88

Ainda nesse contexto, em uma escala de “Suficiente”, “Indiferente”,


“Insuficiente” e “Não desejo responder”, todas as participantes afirmaram que a
carga horária da oficina de podcast foi suficiente para assimilar o conhecimento
teórico e prático acerca dos conteúdos.
Sobre a importância de participar de atividades extracurriculares, como as
desta pesquisa, todas as participantes afirmaram ser muito importante, inclusive uma
delas reiterou sua resposta: “O espaço que nos dão nessas pesquisas é algo
enriquecedor.”
Quando se perguntou às participantes o que elas mais gostaram nas rodas de
conversa e oficinas de podcast, obteve-se as seguintes respostas:

O quanto é importante ouvir o outro para aprendermos. (Resposta 1)


O que eu mais gostei nas rodas de conversas foi conhecer as dificuldades
das outras meninas e saber que não estamos sozinhas. (Resposta 2)
Do novo conhecimento que adquiri. (Resposta 3)
Eu gosto muito de podcast, então saber como funciona a gravação foi algo
muito, muito legal. Sobre as rodas, acredito que saber que não passo por
situações de machismo na escola, sozinha, me fez sentir acolhida e poder
conversar sobre isso fez com que eu sentisse que as coisas que acontecem
comigo importam. (Resposta 4)
As dicas de como funciona cada parte, a interação com as outras
participantes. (Resposta 5)

Ao final, as participantes podiam registrar algum comentário adicional sobre a


participação na pesquisa e apenas uma respondeu: “Gostei muito de participar, as
rodas de conversa, a oficina, tudo muito bem-organizado.”

Após descrita esta etapa de coleta, análise de dados e descrição dos


resultados, a próxima seção é dedicada ao detalhamento do desenvolvimento do
Produto Educacional da pesquisa.
89

6 O PRODUTO EDUCACIONAL

O programa de Pós-Graduação do Mestrado em Educação Profissional e


Tecnológica (ProfEPT) estabelece como critério para a conclusão do curso, o
desenvolvimento de um Produto Educacional (PE), que vise a melhoria dos
processos de ensino da Educação Profissional e Tecnológica em seus ambientes
formais e não formais de ensino.
Nesse sentido, o PE desenvolvido nesta pesquisa foi o programa de podcast
intitulado “Ciência, Tecnologia e Meninas”, disponível, gratuitamente, nas seguintes
plataformas de mídia online16: Spotify, Deezer e SoundCloud. Além disso, o PE foi
alocado no repositório de Produtos Educacionais eduCAPES17.
No que diz respeito à classificação e tipologia de Produtos Educacionais
definidas pela CAPES, este PE se enquadra na categoria 3.1 – Mídias Educacionais,
uma vez que foi desenvolvido em formato de áudio (CAPES, 2016).
Diante disso, nesta seção é apresentado o processo de desenvolvimento do
PE, assim como a sua aplicação e avaliação feita pelas estudantes do IFMT,
Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva.

6.1 O podcast como proposta de Produto Educacional

De acordo com Aguiar, Carvalho e Carvalho (2008, p. 191), os "[...] podcasts


são ficheiros de áudio que podem ser descarregados automaticamente da Web para
um computador ou um dispositivo móvel, permitindo a sua audição onde quer que
seja e quando for mais conveniente a um dado utilizador”. Assim, os podcasts
podem ser reproduzidos e baixados nos principais sistemas operacionais de
dispositivos móveis e computadores (como Android, IOS, Windows-phone, Windows,
Mac, Linux, dentre outros), a partir de um aplicativo (como Castbox, Google Play
Music, Spotify, dentre outros).

16
O podcast pode ser acessado nos seguintes endereços eletrônicos:
Spotify:
https://open.spotify.com/show/0Kf7v5foEykjU6Ybg8wbFM?si=K97VOzR8T8uNibCQtGcMow
Deezer: https://www.deezer.com/br/show/2320162
SoundCloud: https://soundcloud.com/cienciatecnologiaemeninas
17
Endereço eletrônico do PE no repositório eduCAPES:
http://educapes.capes.gov.br/handle/capes/600718
90

Posto isso, o podcast “Ciência, Tecnologia e Meninas” foi desenvolvido com a


perspectiva de apresentar alguns dos resultados da pesquisa de mestrado
desenvolvida. Em outras palavras, teve o propósito de unir as descobertas feitas a
partir da revisão da literatura (Etapa 1), os resultados da análise dos dados,
coletados no sistema Q-Acadêmico, sobre a participação feminina nos cursos
técnicos, objetos da pesquisa (Etapa 2), com os relatos das participantes da
pesquisa sobre as suas vivências e experiências nos cursos, a partir de um olhar
sobre as questões de gênero, trabalho e EPT (Etapa 3).
Desse modo, compreendendo a necessidade de se ampliar os debates
relativos à diversidade e desigualdades de gênero, presentes em nossa sociedade,
e a necessidade da divulgação dos resultados da pesquisa, optou-se pelo programa
de podcast. E, a partir disso, poder agregar a este tipo de mídia elementos de cunho
educativo, informativo e de promoção, reflexão e debate, por meio de uma
linguagem mais informal, para além da utilizada na escrita acadêmica, presente em
uma dissertação de mestrado.
Ademais, vislumbrou-se a possibilidade da colaboração das estudantes, no
desenvolvimento do PE, possibilitando-lhes a aquisição de uma nova habilidade e/ou
conhecimento relacionado à produção de mídias digitais (neste caso específico, em
formato de áudio) e fomentar o uso das TICs em um ambiente não formal de
educação.
Ainda nesse sentido, o podcast “Ciência, Tecnologia e Meninas” foi
desenvolvido com o objetivo de contribuir para que as participantes da pesquisa e
demais estudantes fortaleçam seu senso de pertencimento no desenvolvimento e
disseminação do conhecimento em C&T – uma vez que estão inseridas no contexto
da EPT – que visa à formação integral e politécnica de seres humanos. Ou seja, que
as estudantes possam se enxergar, dentro da perspectiva da politecnia, como
potenciais construtoras de sua existência.
Por fim, considerando que o IFMT é uma instituição onde também se
desempenham os papéis sociais de gênero, este PE se vale de instrumento para
que a instituição possa refletir sobre suas práticas relacionadas à inclusão e à
diversidade de gênero, de forma a promover, cada vez mais, condições de
participação igualitária de gênero nos cursos que oferece. E, também, contribuir para
a promoção de espaços de reflexão e debate dentro do ambiente escolar, de forma
91

que sejam inclusivos, acolhedores e propulsores da construção e democratização do


conhecimento.

6.2 O desenvolvimento do Produto Educacional

Após definida a tipologia do PE, verificou-se a necessidade, por parte da


pesquisadora e das participantes da pesquisa, da compreensão dos aspectos
teóricos, técnicos e práticos a respeito da produção de um podcast.
Assim, durante esta pesquisa, foi desenvolvido um Projeto de Ensino
(protocolo n° 23194.002064.2021-53/2021), intitulado “O podcast como ferramenta
para o debate das questões de gênero em cursos técnicos integrados ao Ensino
Médio”, aprovado pela Diretoria de Ensino do Campus, que teve por objetivo
capacitar a pesquisadora e as participantes da pesquisa a produzirem o programa
de podcast.
Este projeto foi idealizado e executado pela pesquisadora e pela sua
orientadora, com a colaboração voluntária da empresa Altia Podcasts Criativos.
Para tanto, a Gabriela Peixoto, representante da Altia Podcasts Criativos ministrou
uma oficina de podcast (teórica e prática) às estudantes e, também, produziu os
episódios do programa, auxiliando na gravação, edição e publicação do podcast, nas
plataformas de mídia online.
A partir disso, o desenvolvimento do PE foi organizado em dois momentos.
No primeiro, foram realizadas as três rodas de conversa (descritas na subseção
3.6.3).
No segundo momento, a pesquisadora e a empresa Altia Podcasts Criativos
ministraram a oficina de podcast para as participantes da pesquisa, que ocorreu em
duas etapas.
A primeira foi contemplada pelos conteúdos teóricos e técnicos, necessários
para a produção de um programa de podcast: (i) o que é um podcast; (ii) histórico do
podcast; (iii) perfil dos ouvintes; (iv) formatos de podcast; (v) identidade visual; (vi)
exercício de fixação; (vii) escolha do tema; (viii) organização da bancada; (ix) criação
e organização da pauta; e (x) gravação do episódio, ambiente e equipamentos.
Na segunda etapa, ocorreu a oficina prática, onde os episódios do podcast
“Ciência, Tecnologia e Meninas” (Figura 10) foram gravados, tendo como
interlocutoras a pesquisadora e mais quatro participantes, sendo uma de cada um
92

dos cursos objetos da pesquisa. Para a gravação dos episódios as participantes se


encontraram virtualmente (por meio da plataforma Google Meet) e, então, seguiram
uma pauta e um roteiro previamente preparados (os modelos constam nos Anexos A
e B). Em seguida, utilizaram o recurso de captação de áudio, disponível em seus
smartphones, para a gravação dos episódios. Por fim, as participantes
encaminharam suas gravações para a Altia Podcasts Criativos, que procedeu com a
edição dos episódios.

Figura 10 – Identidade visual do podcast “Ciência, Tecnologia e Meninas”, disponível no Spotify

Fonte: Spotify (2021).

A identidade visual deste podcast foi criada pela autora desta pesquisa. O
fundo da imagem tem a cor roxa, com sobreposição de pequenas manchas em tom
de rosa (Figura 10). O título foi escrito com letras amarelas, em caixa alta, e a
palavra “meninas” é destacada com um grifo em cor laranja.
O podcast “Ciência, Tecnologia e Meninas” é composto por uma série de 4
episódios. O episódio 1, denominado “Rede Federal – Uma história que vale à pena
conhecer”, possui 07:12 minutos de duração e as participantes contam como ocorreu
a criação da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e dos
Institutos Federais. Além disso, relatam como as mulheres adentraram na Educação
Profissional e Tecnológica no IFMT, Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva.
93

O episódio 2, intitulado “A vivência feminina em alguns cursos técnicos do


IFMT”, possuiu 18:32 minutos e a pesquisadora relata a questão das vagas dos
cursos técnicos em Agrimensura, Edificações, Eletroeletrônica e Informática serem
ocupadas, majoritariamente, por meninos. Dessa forma, as estudantes destes
cursos relatam os caminhos que elas percorreram para adentrar no Ensino Médio
técnico do IFMT, Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva, como tem sido as
suas vivências nos cursos e projeções para o futuro. Além disso, este episódio
contém um quadro chamado “Cola nessa dica” em que as estudantes indicam, para
as pessoas ouvintes, alguma produção feminina que elas gostem (livro, filme,
música, podcast etc.), de forma a prestigiar o trabalho que as mulheres exercem em
diversas áreas.
O episódio 3, “Como atrair mais meninas para os cursos técnicos do IFMT”,
contém 19:19 minutos e a pesquisadora apresenta alguns indicadores educacionais
sobre a participação feminina na EPT. Igualmente, as estudantes discorrem sobre
algumas características dos seus cursos de forma a atrair o interesse de novas
estudantes. Este episódio também conta com um quadro, chamado “É mito ou
verdade”, em que as participantes tentam desmistificar algumas crenças comuns
sobre os seus cursos.
O quarto e último episódio da série se chama “Como tornar a vivência
feminina nos cursos mais igualitária?” e tem duração de 11:56 minutos. Neste
episódio, as participantes compartilham seus olhares sobre como é ser mulher, em
um contexto de desigualdades de gênero, em áreas da C&T. E, no quadro “Anota
meu recado”, elas dão dicas de como tornar a vivência feminina nos cursos mais
igualitária.

6.3 A aplicação e avaliação do Produto Educacional

Depois de finalizado, o podcast “Ciência, Tecnologia e Meninas” foi avaliado


por uma amostra de 5 alunas dos cursos objetos da pesquisa, porém, desta vez, das
turmas de 3° ano.
Desse modo, as estudantes receberam um link para acesso ao podcast e
outro para acesso ao questionário de avaliação online (Apêndice M), composto por 8
perguntas, divididas em duas seções.
94

Na seção 1, as participantes responderam 4 perguntas, utilizando uma escala


de “excelente”, “bom”, “indiferente”, “ruim”, “péssimo” e “não desejo responder”. Com
relação à apresentação das informações do podcast (título do programa, título das
faixas, identidade visual, descrição etc.), 4 participantes avaliaram como “excelente”
e 1 respondeu “indiferente”. Quanto ao conteúdo, todas as 5 participantes
responderam como “excelente”. Já sobre a qualidade do áudio e os efeitos sonoros,
4 participantes responderam “excelente” e 1 avaliou como “bom”; e, quanto ao
potencial de estimular reflexões sobre os temas abordados, 3 participantes
responderam “excelente” e 2 julgaram como “bom”.
A segunda seção continha 4 perguntas abertas, em que as participantes
puderam respondê-las de forma livre, conforme detalhado a seguir.
Sobre a pergunta “O que você mais gostou no podcast?”, obteve-se as
seguintes respostas:

A forma que abordaram o tema, de maneira dinâmica, interessante e fácil de


entender, assim como as dicas no final do segundo podcast e as dúvidas
tiradas referentes aos cursos no terceiro podcast. (P1)
O incentivo para que novas meninas ingressem nesses cursos que têm um
estereótipo masculino, causando insegurança nas meninas. (P2)
Gostei que retratou uma coisa que acontece bem perto da gente, e pegou
meninas que tem uma idade em que ela está descobrindo tudo e a fala é
bem juvenil. (P3)
A qualidade do conteúdo e do produto final. (P4)
O que mais me atraiu no podcast foi a leveza dos assuntos abordados, não
foi cansativo e foi bem esclarecedor. A introdução do programa foi bem
chamativa, dando gosto em ouvir. (P5)

Com relação à pergunta “O que você menos gostou no podcast?”, as


respostas obtidas foram:

Em alguns momentos dos podcasts, houve repetições nas falas, mas nada
que atrapalhe o desenvolvimento e qualidade deles. (P1)
Acredito que deveriam ter mais informações sobre os cursos. Senti falta
disso. (P2)
Nada a declarar. (P3)
A identidade visual. (P4)
Não tenho o que apontar, gostei de tudo. (P5)

Por último, as participantes foram indagadas se recomendariam o podcast


para outras pessoas e, em caso afirmativo, para quem seria a indicação. Todas as
participantes responderam que indicariam o programa e completaram:
95

Para todas as meninas, e até mesmos meninos, que estudam no Instituto


Federal de Mato Grosso e, principalmente, para aqueles alunos que irão
estudar no local. (P1)
As meninas do nono ano, para incentivá-las a entrar no IFMT. (P2)
Todas as meninas. (P3)
Principalmente garotas do ensino fundamental. (P4)
De princípio, seria bom que mais gente do Instituto tivesse acesso,
principalmente quem não faz parte da área de exatas. Há necessidade,
também, de meninas que queiram ingressar nos ramos que o programa
aborda, para terem mais clareza no que cada curso oferece e saber que
não estão só. (P5)

Diante das respostas obtidas, nota-se que o PE obteve uma avaliação


positiva. Não houve avaliação negativa quanto à apresentação das informações,
relevância do conteúdo, qualidade do áudio, efeitos sonoros, nem mesmo quanto ao
potencial de estimular reflexões sobre os temas abordados. Muitas participantes
demonstraram ter se sensibilizado com o podcast e reconheceram, em suas
respostas, a importância de abordar a temática de gênero no ambiente escolar.
Uma vez apresentado o processo de desenvolvimento do Produto
Educacional da pesquisa, bem como a sua aplicação e avaliação, na próxima seção
tece-se as considerações finais do trabalho.
96

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta pesquisa, buscou-se compreender como as experiências vivenciadas


no Ensino Médio podem influenciar as escolhas femininas no que tange às suas
decisões de formação, trabalho e carreira; e compartilhar estas descobertas em um
programa de podcast. Pode-se afirmar que o objetivo proposto foi alcançado.
Para tanto, foram definidos os seguintes objetivos específicos: (i) analisar e
discutir os referenciais teóricos relacionados às temáticas de gênero, no contexto do
Trabalho e da Educação Profissional e Tecnológica (Cf. seção 2); (ii) demonstrar as
taxas de matrículas, trancamentos, desistências e conclusões, por gênero, nos
cursos técnicos integrados ao Ensino Médio, selecionados para esta pesquisa, entre
os anos 2010 e 2019 (Cf. seção 4); (iii) desvelar as motivações para o ingresso, as
vivências no curso e as perspectivas futuras das alunas – à luz da temática de
gênero, trabalho e EPT (Cf. seção 5); e (iv) desenvolver um podcast sobre gênero na
EPT para divulgação de alguns resultados da pesquisa (Cf. seção 6).
Nesse sentido, optou-se por uma investigação exploratória e,
majoritariamente, qualitativa, sobre a participação feminina nos cursos técnicos
integrados ao Ensino Médio do IFMT – Campus Cel. Octayde Jorge da Silva, entre
os anos de 2010 e 2019, sendo eles: Agrimensura, Edificações, Eletroeletrônica e
Informática; primeiramente por meio de pesquisa bibliográfica, em seguida, em
consultas ao sistema acadêmico do campus e ao portal Nilo Peçanha. Por
conseguinte, foram coletados dados relativos às estudantes que participaram da
pesquisa, a partir da aplicação de questionário e realização de rodas de conversa.
Com relação ao aporte teórico da pesquisa, buscou-se compreender a
relação entre gênero, trabalho e EPT. De início, percebeu-se que as pesquisas
sobre a EPT, com recorte de gênero, ainda são incipientes. Além disso, as mulheres
são as que dedicam maior tempo ao trabalho doméstico e cuidado de pessoas,
mesmo quando trabalham fora de casa (IBGE, 2018; 2021). Este é um reflexo da
divisão sexual do trabalho, em que mulheres são submetidas a trabalhos mais
precarizados e de menor remuneração, para conseguirem suportar a dupla jornada
de trabalho (remunerado e não-remunerado).
A partir das subseções “Gênero e educação” e Gênero na Educação
Profissional e Tecnológica” foi possível compreender que as mulheres adentraram,
tardiamente, no IFMT, visto que a primeira escola de Aprendizes e Artífices de Mato
97

Grosso surgiu em 1909 e as primeiras vagas para mulheres só foram ofertadas em


1972. Apesar disso, atualmente, as mulheres ocupam a maiorias das vagas na EPT,
em nível nacional e estadual.
Entretanto, no recorte desta pesquisa e com base nos dados coletados no
sistema acadêmico do campus, verificou-se que, nos cursos pesquisados, as
mulheres sempre ocuparam uma menor parcela das vagas ofertadas, apresentando
uma média de apenas 33% de ingresso, para todo o período pesquisado.
De forma detalhada, verificou-se que os cursos técnicos em Agrimensura e
Edificações já apresentam uma média de ingresso feminina próxima à masculina
(cerca de 44%), para os dois cursos. No entanto, os cursos técnicos em
Eletroeletrônica e Informática ainda possuem uma disparidade preocupante nas
taxas de ingresso feminina (Eletroeletrônica – 20% e Informática – 25%), que
merece considerável atenção, por parte da Instituição, de modo a promover ações
que contribuam para o aumento do ingresso de estudantes, mulheres, nestes
cursos.
Além disso, verificou-se que a menor representação feminina nos cursos
ligados às áreas das Engenharias e Tecnologia da Informação, é um fenômeno que
ocorre, também, em âmbito nacional. Esta é uma demonstração do que muitas
pesquisas vêm constatando, sobre os estereótipos de gênero nas carreiras, em que,
desde cedo, a maior parcela dos estudantes é, culturalmente, influenciada a optar
por carreiras generificadas, que, no senso comum, são mais adequadas para
mulheres ou para homens.
Também foi desvelado nesta pesquisa que a evasão feminina é menor no
curso de Eletroeletrônica (média de 13%) e, maior, no curso de Agrimensura (média
de 24%), nos anos analisados; além disso, a média geral de evasão identificada
(todos os cursos) foi de cerca de 19%.
E, sobre a conclusão, descobriu-se que a taxa média feminina de conclusão
de curso, no período apurado, foi de 70%.
Ainda nessa direção, para o tratamento dos dados qualitativos, coletados nas
rodas de conversa, utilizou-se a técnica de “Análise do Conteúdo” de Bardin (2011),
sob a estratégia de organizar os relatos das participantes em categorias temáticas
de análise e, assim, produzir inferências sobre as falas registradas.
Dessa forma, descobriu-se que o motivo mais citado para as estudantes
escolherem o IFMT foi a “busca por um ensino de melhor qualidade” (todas as
98

participantes fizeram o Ensino Fundamental em escola pública). Chamou atenção,


ainda, o fato de nenhuma participante ter escolhido a Instituição visando à sua
profissionalização ou adentrar ao mundo do trabalho, a partir da formação técnica.
Outro achado importante, foram os relatos das participantes acerca das
desigualdades e discriminações de gênero (veladas e explícitas), à qual estão
expostas no ambiente escolar. Essas situações vêm impactando na forma como as
estudantes se enxergam e sentem pertencentes àquele ambiente. Em cursos como
o de Eletroeletrônica, por exemplo, falta representatividade tanto de meninas no
curso, quanto de mulheres no corpo de servidores técnicos e docentes. Assim como,
por estarem em menor quantidade, na maioria das turmas, falta espaço para que as
meninas exerçam liderança e tenham voz ativa. Em outros casos, as estudantes
relataram um processo de exclusão das aulas de Educação Física, pois, na maioria
das vezes, os esportes eram destinados, especialmente, aos meninos.
Para driblar essas dificuldades, algumas participantes relataram ter que
moldar os seus comportamentos, ajustar o tom de fala, serem mais assertivas, para
que pudessem ser ouvidas e respeitadas.
Diante disso, confirma-se a problemática apresentada na pesquisa, de que as
experiências do Ensino Médio impactam nas projeções futuras das estudantes, no
que diz respeito às suas expectativas de formação e carreira e que a desigualdade
de gênero é um fator que impacta, consideravelmente, nessa escolha. Essa situação
foi reiterada por uma das participantes, quando relatou ter receio de fazer uma
graduação em Engenharia Elétrica e, na hora de desempenhar o trabalho, ter a sua
capacidade questionada, por conta do seu gênero.
A partir dos achados da pesquisa e dos valorosos relatos das participantes,
foi criado o PE, denominado “Ciência, Tecnologia e Meninas” – que foi desenvolvido
em formato de podcast, com o objetivo de compartilhar, em uma linguagem mais
acessível, para além da escrita científica de uma dissertação de mestrado, os
resultados da pesquisa com a comunidade escolar e a sociedade em geral.
Para trabalhos futuros, sugere-se aprofundar as temáticas da pesquisa,
dedicando novos olhares às interseccionalidades de gênero, tal como a cor/raça,
visto que estudos, como os do IBGE (2018; 2021), apontam que as mulheres pretas
e pardas são ainda mais afetadas pelas desigualdades de gênero. Além disso,
sugere-se estudos que contribuam com o desenvolvimento de políticas e ações
99

institucionais, que envolvam todos os agentes educacionais da instituição na


promoção da diversidade e combate às desigualdades de gênero.
Não se pode deixar de mencionar os impactos da pandemia do Coronavírus
no desenvolvimento deste trabalho. A princípio, o projeto de pesquisa previa que as
atividades seriam realizadas presencialmente. No entanto, pela necessidade do
isolamento social e a suspensão das aulas presenciais no Campus, o projeto de
pesquisa precisou passar por reformulação metodológica e por nova apreciação do
Comitê de Ética em Pesquisa, para que pudesse ser realizado de forma online, com
as participantes.
Como demonstrado na seção 3, havia-se planejado uma amostra de 8
participantes e, das 73 estudantes convidadas, somente 7 aceitaram o convite.
Ainda assim, 2 participantes desistiram de participar, durante a etapa das rodas de
conversa.
Nessa conjuntura, manter o engajamento das participantes para que não
houvesse novas desistências, foi um dos maiores desafios encontrados na pesquisa,
uma vez que os encontros online dependiam da disponibilidade de horário das
participantes (fora do horário de aula) e, em alguns momentos dos primeiros
encontros, algumas se mantiveram introspectivas e preferiram permanecer com a
câmera e o áudio desligados. Para sanar esta dificuldade, utilizou-se a ferramenta
WhatsApp para a criação de um grupo, entre a pesquisadora e as participantes, por
meio do qual buscou-se fomentar um clima de interação e descontração. Para além
disso, as participantes sempre eram convidadas, individualmente, a expor suas
opiniões sobre os temas debatidos nos encontros. Desta forma, a questão da
introspecção foi minimizada, com o decorrer da pesquisa.
Além disso, tanto para a realização das rodas de conversa, quanto para a
produção do podcast, foi necessário que as participantes tivessem acesso à internet,
smartphone com gravador de áudio e fone de ouvido (registra-se aqui que este foi
um dos motivos para a recusa da participação de algumas estudantes).
Acredita-se que esta pesquisa pode contribuir com outros trabalhos que
tenham em seu escopo os estudos de gênero na EPT. Além disso, espera-se que a
Instituição IFMT possa refletir sobre as desigualdades de gênero que ocorrem desde
o ingresso das estudantes no curso, até a sua conclusão. E, com isso, possa
desenvolver políticas consistentes e duradouras que contribuam para erradicar
essas contradições, bem como promover o aumento da participação feminina nos
100

cursos. Com as estudantes do IFMT, para que se sintam representadas e saibam


que não estão sozinhas. Com as estudantes do Ensino Fundamental, para que
possam desejar adentrar à instituição, sobretudo nos cursos das áreas da C&T.
Finaliza-se este trabalho com a certeza de que muitas lições foram
aprendidas, dessa forma, escolhe-se a palavra “resiliência” para representar todas
elas. Há mais de um ano vivemos em tempos atípicos, cercados por medos,
incertezas e muitas perdas. Ainda assim, a resiliência de cada pessoa envolvida
nesta pesquisa foi fundamental para a sua conclusão. Foi muito bonito ouvir sobre
os caminhos, vivências e sonhos das participantes e muito emocionante poder
eternizá-los nos episódios do podcast.
101

REFERÊNCIAS
ABRAMO, L. W. A inserção da mulher no mercado de trabalho: uma força de
trabalho secundária? Orientadora: Maria Célia Paoli. 2007. 327f. Tese (Doutorado
em Sociologia) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade
de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em:
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-23102007-141151/pt-br.php.
Acesso em: 12 jun. 2019.

AGUIAR, C.; CARVALHO, A. A.; CARVALHO, C. J. Atitudes e Percepções Discentes


face à Implementação de Podcasts na Licenciatura em Biologia Aplicada. In:
ENCONTRO SOBRE WEB 2.0, 2008, Braga. Proceedings: Centro de
Investigação em Educação - CIEd [276]. Braga: Universidade do Minho, 2008, p.
191-202. Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/8573.
Acesso em: 12 jun. 2019.

ANTUNES, R.; ALVES, G. A. P. As mutações no mundo do trabalho na era da


mundialização do capital. Revista Educação & Sociedade, Campinas, vol. 25, n.
87, p. 335-351, maio/ago. 2004. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/es/v25n87/21460.pdf. Acesso em: 12 jun. 2019.

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. 4 ed. São Paulo: Edições 70, 2011.

BITTENCOURT, N. A. Gênero, Trabalho e Marxismo: a luta das mulheres brasileiras


e a construção de um direito insurgente. In: MARX E O MARXISMO 2015:
INSURREIÇÕES, PASSADO E PRESENTE, 2015, Niterói. Anais... Niterói: UFF,
2015. Disponível em:
http://www.niepmarx.blog.br/MM2015/anais2015/mc80/Tc802.pdf. Acesso em: 10
nov. 2018.

BOURDIEU, P. A Dominação Masculina. Rio de Janeiro: 1999. Bertrand Brasil.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil.


Diário Oficial da União, Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 19
dez. 2018.

BRASIL. Decreto nº 7.566, de 23 de setembro de 1909. Cria nas capitais dos


Estados da República Escola de Aprendizes Artífices, para o ensino profissional
primário e gratuito. Diário Oficial da União, Seção 1, Rio de Janeiro. 23 set. 1909.
p. 6975. Disponível em:
http://legis.senado.leg.br/norma/589450/publicacao/15626779. Acesso em: 05 jul.
2019.

BRASIL. Decreto-Lei n° 4.073, de 30 de janeiro de 1942. Lei orgânica do ensino


industrial. CLBR, Rio de Janeiro, 30 jan. 1942. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1937-1946/Del4073.htm. Acesso
em: 05 jul. 2019.

BRASIL. Lei n° 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de


Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de
102

Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências. Diário Oficial da União,


Brasília, DF, 30 dez. 2008. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11892.htm. Acesso em:
05 jul. 2019.

BRASIL. Lei n°13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de


Educação - PNE e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26
jun. 2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2014/lei/l13005.htm. Acesso em: 10 set. 2020.

CAPES. COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL


SUPERIOR. Orientação para APCN – 2016. Disponível em:
https://www.capes.gov.br/images/documentos/Criterios_apcn_2016/Criterios_APCN_
Ensino.pdf. Acesso em: 18 dez. 2018.

CASTILHO, M. L.; DA SILVA, C. N. N. A COVID-19 e a educação profissional e


tecnológica: um panorama das ações de acompanhamento e enfrentamento da
pandemia nos Institutos Federais. Revista Nova Paideia-Revista Interdisciplinar
em Educação e Pesquisa, v. 2, n. 3, p. 18-34, 2020. Disponível em:
http://ojs.novapaideia.org/index.php/RIEP/article/view/41. Acesso em: 23 maio 2021.

CATHO. Desigualdade de gênero no mercado de trabalho: mulheres ainda


ganham menos que os homens. 2021. Disponível em:
https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/carreira/comportamento-3/desigualdade-
de-genero-no-mercado-de-trabalho-mulheres-ainda-ganham-menos-que-os-
homens/. Acesso em: 19 maio 2021.

CIAVATTA, M. A formação integrada à escola e o trabalho como lugares de memória


e de identidade. In: FRIGOTTO, G.; CIAVATTA, M.; RAMOS, M. (Orgs.). Ensino
Médio integrado: concepção e contradições. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2012. p.
83-106.

CISNE, M. Marxismo: uma teoria indispensável à luta feminista. In: IV Colóquio


Internacional Marx e Engels, 2005, Campinas. Anais... Campinas: UNICAMP, 2005.
Disponível em:
https://www.unicamp.br/cemarx/ANAIS%20IV%20COLOQUIO/comunica%e7%f5es/
GT4/gt4m3c6.PDF. Acesso em: 10 nov. 2018.

CORCIONE, D. Fazendo oficina. Caderno de Textos-Versus Brasil, p. 20-22,


2007. Disponível em: Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/versus_brasil_vivencias_estagios.pdf#pa
ge=21. Acesso em: 10 set. 2020.

DICIO. Dicionário online de Português. Significado de Androcêntrico. (Dicio 2021).


Disponível em: https://www.dicio.com.br/androcentrico/. Acesso em: 04 jul. 2021.

DICIONÁRIO INFORMAL. Dicionário online de Português. Significado de


Podosfera. (Dicionário informal, 2020). Disponível em:
https://www.dicionarioinformal.com.br/podosfera/. Acesso em: 11 dez. 2020.
103

DUARTE, C. L. Nísia Floresta, Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora


Massangana, 2010. 168 p.: il. – (Coleção Educadores). Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co
_obra=205214. Acesso em: 05 jul. 2019.

FIGUEIREDO, L. C. O gênero na educação tecnológica: Uma análise de relações


de gênero na socialização de conhecimentos da Área de Construção Civil do Centro
Federal de Educação Tecnológica de Mato Grosso. Orientadora: Dra. Maria
Conceição da Costa. 2008. 148f. Dissertação (Mestrado em Política Científica e
Tecnológica) – Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, 2008.
Disponível em:
http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/287002/1/Figueiredo_LuizCarl
osde_M.pdf. Acesso em: 05 jul. 2019.

FREITAS, L. B.; LUZ, N. S. Gênero, Ciência e Tecnologia: estado da arte. Cadernos


Pagu, Campinas, v. 49, p. e174908, mar. 2017. Disponível em:
http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/324595/1/S0104-
83332017000100304por.pdf. Acesso em: 18 nov. 2018.

GALINKIN, A. L.; BERTONI, L. M. Gênero e educação: um caminho para a


igualdade. Em Aberto, Brasília, v. 27, n. 92, p 21-42, jul./dez. 2014. Disponível em:
http://portal.inep.gov.br/documents/186968/485895/G%C3%AAnero+e+educa%C3%
A7%C3%A3o/e609afc8-b230-47f9-84ab-afa05e45c382?version=1.3. Acesso em: 12
jun. 2019.

GARCÍA, M. I. G. Ciencia tecnología y género. Consejo Nacional de Ciencia y


Tecnología (CONACYT) – Paraguay. 2017. Disponível em:
https://dspacereva.conacyt.gov.py/xmlui-repo/bitstream/handle/123456789/643/cts-
modulo-m-gonzalez.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 08 jun. 2021.

GATTI, B. A. Grupo Focal na Pesquisa em Ciências Sociais e Humanas. Brasília:


Líber Livro Editora, 2005.

IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Estatísticas de


Gênero Indicadores sociais das mulheres no Brasil. Estudos e pesquisas.
Informação demográfica e socioeconômica, Rio de Janeiro, n. 38, 2018. ISBN
978-85-240-4448-9. Disponível em:
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101551_informativo.pdf. Acesso
em: 03 jul. 2019.

IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Estatísticas de


gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil / IBGE, Coordenação de
População e Indicadores Sociais. Estudos e pesquisas. Informação demográfica
e socioeconômica. 2 ed. Rio de Janeiro, n.38. 2021. ISBN 978-65-87201-51-1.
Disponível em:
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101784_informativo.pdf. Acesso
em: 08 jun. 2021.

IFMT. INSTITUTO FEDERAL DE MATO GROSSO. Plano Estratégico Institucional


de Ações de Permanência e Êxito dos Estudantes do Instituto Federal de Mato
104

Grosso PEIAPEE – IFMT 2017. Mato Grosso, 2017. Disponível em:


http://lrv.ifmt.edu.br/media/filer_public/d5/b8/d5b87d81-1996-40ef-8f6e-
98804a8b4359/peiapee_instituto_federal_de_mato_grosso.pdf. Acesso em: 25 set.
2020.

IFMT. INSTITUTO FEDERAL DE MATO GROSSO. Carta de Serviços ao Cidadão


2018. 3 ed. Mato Grosso, 2018a. Disponível em:
http://ifmt.edu.br/media/filer_public/e0/fa/e0fa7835-b66a-475e-b023-
cf420ec9db9c/carta_servicos_ao_usuario_v9.pdf. Acesso em: 28 mar. 2019.

IFMT. INSTITUTO FEDERAL DE MATO GROSSO. Plano de Desenvolvimento


Institucional 2019 – 2023. Mato Grosso, 2018b. Disponível em:
http://pdi.ifmt.edu.br/media/filer_public/b0/c5/b0c5bedc-811b-4f4c-ade8-
0cb4a184a373/minuta_pdi_consultap_1.pdf. Acesso em: 05 jul. 2019.

IFMT. INSTITUTO FEDERAL DE MATO GROSSO. Edital de Assistência


Estudantil - Auxílio Digital Emergencial. 2020. Disponível em:
http://cba.ifmt.edu.br/media/filer_public/4c/1a/4c1ab18e-8fb4-4c1e-af32-
2f475787bb4f/edital_no112020.pdf. Acesso em: 15 abr. 2021.

INEP. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS


ANÍSIO TEIXEIRA. Panorama da educação: destaques do Education at a Glance
2020 [recurso eletrônico]. – Brasília, DF, 2020a. ISBN 978-65-5801-037-1.
Disponível em: http://portal.INEP.gov.br/documents/186968/484154/. Acesso em: 10
set. 2020.

INEP. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS


ANÍSIO TEIXEIRA. Relatório do 3° Ciclo de Monitoramento das Metas do Plano
Nacional de Educação 2020 [recurso eletrônico]. – Brasília, DF, 2020b. ISBN 978-
65-5801-009-8. Disponível em:
https://anped.org.br/sites/default/files/images/relatorio_do_3o_ciclo_de_monitoramen
to_das_metas_do_plano_nacional_de_educacao.pdf. Acesso em: 10 set. 2020.

INEP. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS


ANÍSIO TEIXEIRA. Resumo Técnico: Censo da Educação Básica Estadual 2019
[recurso eletrônico]. – Brasília, DF, 2020c. Disponível em:
http://portal.INEP.gov.br/documents/186968/484154/. Acesso em: 10 set. 2020.

INEP. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS


ANÍSIO TEIXEIRA. Resumo técnico do Censo da Educação Superior 2019
[recurso eletrônico]. – Brasília, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/inep/pt-
br/areas-de-atuacao/pesquisas-estatisticas-e-indicadores/censo-da-educacao-
superior/resultados. Acesso em: 08 jun. 2021.

KUNZE, N. C. O Surgimento da Rede Federal de Educação Profissional nos


primórdios do regime republicano brasileiro. Revista Brasileira da Educação
Profissional e Tecnológica, [S.l.], v. 2, n. 2, p. 8-24, jul. 2015. ISSN 2447-1801.
Disponível em: http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/RBEPT/article/view/2939.
Acesso em: 05 jul. 2019. doi: https://doi.org/10.15628/rbept.2009.2939.
105

LEAL, M. S. Autoeficácia percebida em desenvolvimento de carreira e


interesses profissionais em estudantes do ensino médio regular e técnico.
2013. Orientadora: Lucy Leal Melo-Silva. 2013. 140p. Dissertação (Mestrado em
Psicologia) Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Universidade de São Paulo,
2013. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-
26092013-111136/en.php. Acesso em: 22 maio 2021.

LOURO, G. L. Mulheres na sala de aula. In: PRIORE, M. D. (Org.). História das


mulheres no Brasil. 7 ed. São Paulo: Contexto, 2004. p.443-481.

MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Fundamentos de Metodologia Científica. 5. ed.


São Paulo: Atlas, 2003. 311 p.

MEC. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria de Educação Básica. Pradime:


Programa de Apoio aos Dirigentes Municipais de Educação - Caderno de
Oficinas, v1, 60p. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2006. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Pradime/cader_ofi_1.pdf. Acesso em: 01
maio 2019.

MEC. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Instituto Federal de Educação, Ciência e


Tecnologia: Um novo modelo em Educação Profissional Tecnológica. Brasília-
DF, 2010. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=6691
-if-concepcaoediretrizes&category_slug=setembro-2010-pdf&Itemid=30192. Acesso
em: 05 jul. 2019.

MEC. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Plataforma Nilo Peçanha (Anos base 2017-


2019). 2020. Disponível em:
https://www.plataformanilopecanha.org/. Acesso em: 29 set. 2020.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 510, de 7 de


abril de 2016. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 maio 2016. Ed. 98. Seção 1.
p. 44-46. Disponível em:
http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&data=24/05/2016
&pagina=44. Acesso em: 15 abr. 2019.

NASCIMENTO, P. M. et al. Acesso domiciliar à internet e ensino remoto durante


a pandemia. Brasília: Ipea, 2020. 16 p. Disponível em:
http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/10228. Acesso em: 23 maio 2021

PAIVA, T. S. Z. N.; SILVA, J. S. A Participação Feminina nos Cursos Técnicos


Integrados ao Ensino Médio da Educação Profissional e Tecnológica. Revista
Brasileira de Informática na Educação, v. 29, p. 993-1006, 2021.

PROBST, E. R.; RAMOS, P. A evolução da mulher no mercado de trabalho. Santa


Catarina: Instituto Catarinense de Pós-Graduação, p. 1-8, 2003. Disponível em:
http://www.mobilizadores.org.br/wp-
content/uploads/2014/05/artigo_jan_gen_a_evolucao_da_mulher_no_mercado_de_tr
abalho.pdf. Acesso em: 13 nov. 2018.
106

PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. Metodologia do trabalho científico: métodos


e técnicas da pesquisa do trabalho acadêmico. 2 ed. Novo Hamburgo:
Universidade FEEVALE, 2013. Disponível em:
http://www.feevale.br/Comum/midias/8807f05a-14d0-4d5b-b1ad-1538f3aef538/E-
book%20Metodologia%20do%20Trabalho%20Cientifico.pdf. Acesso em: 17 jun.
2019.

RAMOS, M. N. Concepção do Ensino Médio integrado. In: SEMINÁRIO SOBRE


ENSINO MÉDIO, 2008. Secretaria de Educação do Pará. 08-09 maio 2008.
Disponível em:
http://forumeja.org.br/go/sites/forumeja.org.br.go/files/concepcao_do_ensino_medio_
integrado5.pdf. Acesso em: 17 jun. 2019.

RAMOS, M. N. Ensino Médio na Rede Federal e nas Redes Estaduais: por que os
estudantes alcançam resultados diferentes nas avaliações de larga escala? Holos,
[s.l.], v. 2, p.449-459, 11 jun. 2018. Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Disponível em:
http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/6976. Acesso em: 22 maio
2021.

RIBEIRO, K. S. F. M. et al. Gênero e tecnologias. In: MACIEL, C.; VITERBO, J.


(org.). Computação e sociedade: a profissão. Cuiabá: Edufmt Digital, 2020. Cap. 4.
Disponível em: https://bit.ly/2IQC6Hv. Acesso em: 27 ago. 2021.

RIBEIRO, K. S. F. M.; MACIEL, C. Fatores de Influência na Escolha pela


Continuidade da Carreira em Computação pelas Estudantes de Ensino Médio
Técnico em Informática. In: WOMEN IN INFORMATION TECHNOLOGY, 14, 2020.
Anais [...]. Sociedade Brasileira de Computação, 2020. Disponível em:
https://sol.sbc.org.br/index.php/wit/article/view/11274. Acesso em: 22 maio 2021.

SAAVEDRA, L. Assimetrias de Género nas Escolhas Vocacionais. Guião de


Educação, Género e Cidadania, Lisboa, p.121-130, jan. 2009. Disponível em:
https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/19997/1/Assimetrias%20de%20g
%C3%A9nero.pdf. Acesso em: 22 maio 2021.

SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade,
[s.l.], v. 20, n. 2, p.71-99, 1995. Direitos autorais 2017 Joan Scott. Disponível em:
https://www.seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/viewFile/71721/40667. Acesso
em: 22 maio 2021.

SOARES, D. H. P. A escolha profissional: do jovem ao adulto. 2 ed. São Paulo:


Summus, 2002. Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=-
QHvDfN_I1IC&oi=fnd&pg=PA9&dq=A+escolha+profissional+do+jovem+ao+adulto&o
ts=gSwCyP75dV&sig=eF_KPicXi6bL6uSl444kJfKpFiA#v=onepage&q&f=false.
Acesso em: 10 nov. 2018.

SPOTIFY. Ciência, Tecnologia e Meninas (podcast). Disponível em:


https://open.spotify.com/show/0Kf7v5foEykjU6Ybg8wbFM?si=K97VOzR8T8uNibCQt
GcMow&nd=1 . Acesso em: 18 jul. 2021.
107

STEVANIM, L. F. Exclusão nada remota: desigualdades sociais e digitais dificultam a


garantia do direito à educação na pandemia. RADIS: Comunicação e Saúde, n.
215, p. 10-15, ago. 2020. Disponível em:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/43180. Acesso em: 21 maio 2021.

VIEIRA, S. Como elaborar questionários. São Paulo: Atlas, 2009. ISBN 978-85-
224-5573-7.
108

APÊNDICES

Lista dos apêndices que compõem esta pesquisa:


Apêndice A – Produto Educacional;
Apêndice B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - Pré-teste – Aluna
Maior de Idade;
Apêndice C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Pré-Teste –
Responsável pela Aluna Menor de Idade;
Apêndice D – Termo de Assentimento Livre e Esclarecido – Pré-teste – Aluna
Menor de Idade;
Apêndice E – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – População-alvo –
Aluna Maior de Idade;
Apêndice F – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – População-alvo –
Responsável pela Aluna Menor de Idade;
Apêndice G – Termo de Assentimento Livre e Esclarecido – População-alvo – Aluna
Menor de Idade;
Apêndice H – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Avaliação do Produto
Educacional – Aluna Maior de Idade;
Apêndice I – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Avaliação do Produto
Educacional – Responsável pela Aluna Menor de Idade;
Apêndice J – Termo de Assentimento Livre e Esclarecido – Avaliação do Produto
Educacional – Aluna Menor de Idade;
Apêndice K – Questionário para Coleta de Dados das Alunas (População-alvo);
Apêndice L - Questionário para Avaliação da Participação na Pesquisa;
Apêndice M – Questionário para Avaliação do Produto Educacional;
Apêndice N – Roteiro para Realização da Roda de Conversa 1 – De Onde Vim,
Como Estou e Para Onde Vou?
Apêndice O – Roteiro para Realização da Roda de Conversa 2 – Concepções de
Gênero no Contexto do Trabalho e da Educação;
Apêndice P – Roteiro para Realização da Roda de Conversa 3 – Preparação para a
Oficina de Podcast;
Apêndice Q – Roteiro para a Realização da Oficina de Podcast.

Observação: Cada um destes apêndices é apresentado a seguir.


109

APÊNDICE A – Produto Educacional

O podcast “Ciência, Tecnologia e Meninas” é composto por uma série de 4


episódios, apresentados na Figura 11, a seguir.

Figura 11 – Episódios do podcast “Ciência, Tecnologia e Meninas”

Episódio 1 Episódio 2 Episódio 3 Episódio 4


Rede Federal – A vivência Como atrair mais Como tornar a
Uma história que feminina em meninas para os vivência feminina
vale à pena alguns cursos cursos técnicos do nos cursos mais
conhecer. técnicos do IFMT. IFMT. igualitária?
(07:12 minutos) (18:32 minutos) (19:19 minutos) (11:56 minutos)

Fonte: elaborado pela autora (2021).

O podcast está disponível em algumas plataformas de streaming de áudio,


como Spotify e SoundCloud18. Além disso, pode-se verificá-lo no repositório de
Produtos Educacionais EduCAPES19.
De forma ilustrativa, constam nas Figuras 12 e 13, as imagens da identidade
visual do podcast, disponível na plataforma do Spotify.

18
O podcast pode ser acessado nos seguintes endereços eletrônicos:
Spotify:
https://open.spotify.com/show/0Kf7v5foEykjU6Ybg8wbFM?si=K97VOzR8T8uNibCQtGcMow
Deezer: https://www.deezer.com/br/show/2320162
SoundCloud: https://soundcloud.com/cienciatecnologiaemeninas
19
Endereço eletrônico do PE no repositório eduCAPES:
http://educapes.capes.gov.br/handle/capes/600718
110

Figura 12 – Identidade visual do podcast “Ciência, Tecnologia e Meninas”, disponível no Spotify 1/2

Fonte: Spotify (2021).


Nota: Imagem 1/2

Figura 13 – Identidade visual do podcast “Ciência, Tecnologia e Meninas”, disponível no Spotify 2/2

Fonte: Spotify (2021).


Nota: Imagem 2/2
111

APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre d Esclarecido – Pré-teste –


Aluna Maior de Idade

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Você está sendo convidada, como voluntária, a participar da pesquisa


“Gênero, Ciência e Tecnologia: Estudo da participação feminina em Cursos Técnicos
Integrados ao Ensino Médio da Educação Profissional e Tecnológica”, que será
conduzida pela pesquisadora responsável Thamiris Stephane Zangeski Novais
Paiva.
O motivo do convite é que você está matriculada nas turmas de 3° ano de um
dos cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio, das áreas de Ciência e Tecnologia
do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso - IFMT -
Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva.
Esta pesquisa tem como objetivo realizar um estudo de gênero sobre a
participação feminina nos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio do IFMT.
Para este estudo de gênero, a pesquisadora buscará conhecer as motivações para o
ingresso, as vivências no curso e suas perspectivas futuras à luz da temática de
Gênero, Ciência e Tecnologia.
Dessa forma, sua participação na pesquisa consistirá em responder um
questionário pré-teste, do tipo autoaplicável. O questionário pré-teste é um
instrumento de pesquisa com a função de averiguar se as perguntas
Rubrica da
propostas pela pesquisadora, para serem aplicadas com as alunas do 2º pesquisadora
ano, estão claramente definidas. A partir de sua contribuição, será possível
verificar a aplicabilidade do questionário, as necessidades de melhorias e,
posteriormente, validar o instrumento.
Sendo assim, as respostas fornecidas por você serão utilizadas apenas
para a validação do questionário, ou seja, as suas respostas não farão parte
dos resultados da pesquisa. Rubrica da
aluna
Com relação às perguntas que compõem o questionário, o objetivo da
pesquisadora é conhecer suas motivações para o ingresso, vivências no
curso e perspectivas futuras – à luz da temática de Gênero, Trabalho,
Ciência e Tecnologia.
Ademais, considerando que toda pesquisa contém riscos, esclarece-
se que, no caso desta pesquisa, os riscos são classificados como de
graduação mínima, pois podem acarretar algum tipo de constrangimento ou
desconforto na concessão de determinadas informações. Nesse sentido, para
minimização dos riscos, é garantido às participantes da pesquisa: (i) o anonimato; (ii)
a livre participação na pesquisa; (iii) a não indução de respostas; (iv) a mínima
intervenção possível; (v) a imparcialidade e a objetividade na condução das
atividades, por parte da pesquisadora responsável, buscando minimizar, ao máximo,
os possíveis riscos.
112

Caso ocorram danos decorrentes dos riscos desta pesquisa, a pesquisadora


responsável assumirá a responsabilidade pelo seu ressarcimento e indenização;
além disso, você poderá dispor dos serviços da Coordenadoria de Apoio ao
Estudante (CPAE), que oferece, dentre outros, orientação psicológica no IFMT –
Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva.
Para participar desta pesquisa, você não terá nenhum custo, nem receberá
qualquer vantagem financeira. Você será esclarecida sobre a pesquisa, em qualquer
aspecto que desejar, e estará livre para responder ou não ao questionário de pré-
teste, retirando o seu consentimento ou interrompendo a sua participação, a
qualquer momento.
A pesquisadora tratará a sua identidade com sigilo e privacidade e você não
será identificada em nenhuma publicação que resulte desta pesquisa.
Este Termo de Consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que
uma será arquivada pela pesquisadora responsável, no IFMT Campus Cuiabá – Cel.
Octayde Jorge da Silva e a outra será fornecida a você.

CONSENTIMENTO PÓS INFORMADO

Eu, ________________________, fui informada acerca dos objetivos do


questionário que compõe a pesquisa “Gênero, Ciência e Tecnologia: Estudo da
participação feminina em Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio da Educação
Profissional e Tecnológica” e esclareci todas as minhas dúvidas. Sei que, a qualquer
momento, poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão de
participar, ou não, desta pesquisa, se assim o desejar. Dessa forma, declaro que
concordo com a minha participação nesta pesquisa e que recebi uma via deste
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

_____________, _________ de __________________________ de ______.


Cidade, Dia/Mês/Ano

Assinatura da pesquisadora
Assinatura da aluna
responsável

Em caso de dúvidas quanto aos aspectos éticos desta pesquisa, você poderá
consultar o Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia de Mato Grosso no seguinte endereço: Avenida Senador Filinto Muller,
963, 1º andar, Bairro Duque de Caxias. CEP: 78.043-400, Cuiabá – MT. Telefone:
(65) 3616-4180. E-mail: cep@ifmt.edu.br. Horário de Atendimento da Secretaria do
CEP/IFMT: de Segunda a Sexta-Feira (das 8h às 12h).
Pesquisadora Responsável: Thamiris Stephane Zangeski Novais Paiva.
Contato: <omitido para publicação>.
Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa – CEP/IFMT - Parecer n°
3.392.337.
113

APÊNDICE C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Pré-teste –


Responsável pela Aluna Menor de Idade

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

A aluna, menor de idade, sob sua responsabilidade, está sendo


convidada, como voluntária, a participar da pesquisa “Gênero, Ciência e
Tecnologia: Estudo da participação feminina em Cursos Técnicos Integrados ao
Ensino Médio da Educação Profissional e Tecnológica”, que será conduzida pela
pesquisadora responsável Thamiris Stephane Zangeski Novais Paiva.
O motivo do convite é que a aluna está matriculada nas turmas de 3° ano de
um dos cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio, das áreas de Ciência e
Tecnologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso -
IFMT - Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva.
Esta pesquisa tem como objetivo realizar um estudo de gênero sobre a
participação feminina nos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio do IFMT.
Para este estudo de gênero, a pesquisadora buscará conhecer as motivações para o
ingresso, as vivências no curso e suas perspectivas futuras à luz da temática de
Gênero, Ciência e Tecnologia.
Dessa forma, a participação da aluna na pesquisa consistirá em responder um
questionário pré-teste, do tipo autoaplicável. O questionário pré-teste é um
instrumento de pesquisa com a função de averiguar se as perguntas propostas
pela pesquisadora, para serem aplicadas com as alunas do 2º ano, estão Rubrica do
responsável
claramente definidas. A partir da contribuição da aluna, será possível verificar a
aplicabilidade do questionário, as necessidades de melhorias e, posteriormente,
validar o instrumento.
Sendo assim, as respostas fornecidas pela aluna, menor de idade, sob sua
responsabilidade, serão utilizadas apenas para a validação do questionário, ou
seja, as respostas da aluna não farão parte dos resultados da pesquisa. Rubrica da

Com relação às perguntas que compõem o questionário, o objetivo da pesquisadora


pesquisadora é conhecer as motivações das alunas para o ingresso, vivências
no curso e perspectivas futuras – à luz da temática de Gênero, Trabalho, Ciência
e Tecnologia.
Ademais, considerando que toda pesquisa contém riscos, esclarece-se
que, no caso desta pesquisa, os riscos são classificados como de graduação
mínima, pois podem acarretar algum tipo de constrangimento ou desconforto na
concessão de determinadas informações. Nesse sentido, para minimização dos
riscos, é garantido às participantes da pesquisa: (i) o anonimato; (ii) a livre
participação na pesquisa; (iii) a não indução de respostas; (iv) a mínima intervenção
possível; (v) a imparcialidade e a objetividade na condução das atividades, por parte
da pesquisadora responsável, buscando minimizar, ao máximo, os possíveis riscos.
Caso ocorram danos decorrentes dos riscos desta pesquisa, a pesquisadora
responsável assumirá a responsabilidade pelo ressarcimento e indenização da
114

aluna; além disso, a aluna poderá dispor dos serviços da Coordenadoria de Apoio ao
Estudante (CPAE), que oferece, dentre outros, orientação psicológica no IFMT –
Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva.
Para participar desta pesquisa, a aluna não terá nenhum custo, nem receberá
qualquer vantagem financeira. A aluna será esclarecida sobre a pesquisa, em
qualquer aspecto que desejar e estará livre para responder ou não ao questionário
de pré-teste, retirando o consentimento ou interrompendo a participação, a qualquer
momento.
A pesquisadora tratará a identidade da aluna com sigilo e privacidade e a aluna
não será identificada em nenhuma publicação que resulte desta pesquisa.
Este Termo de Consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que
uma será arquivada pela pesquisadora responsável, no IFMT Campus Cuiabá – Cel.
Octayde Jorge da Silva e, a outra, será fornecida a você.

CONSENTIMENTO PÓS INFORMADO


Eu, _________________________, fui informado (a) acerca dos objetivos do
questionário que compõe a pesquisa “Gênero, Ciência e Tecnologia: Estudo da
participação feminina em Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio da Educação
Profissional e Tecnológica” e esclareci todas as minhas dúvidas. Sei que, a qualquer
momento, poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão de
autorizar a participação da aluna, ou não, nesta pesquisa, se assim o desejar. Desta
forma, declaro que concordo com a participação da aluna
_____________________ nesta pesquisa e que recebi uma via deste Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

____________, _________ de __________________________ de ______.


Cidade, Dia/Mês/Ano

Assinatura do(a) responsável pela Assinatura da pesquisadora


aluna responsável

Em caso de dúvidas, quanto aos aspectos éticos desta pesquisa, você poderá
consultar o Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia de Mato Grosso no seguinte endereço: Avenida Senador Filinto Muller,
963, 1º andar, Bairro Duque de Caxias. CEP: 78.043–400, Cuiabá – MT. Telefone:
(65) 3616-4180. E-mail: cep@ifmt.edu.br. Horário de Atendimento da Secretaria do
CEP/IFMT: de Segunda a Sexta-Feira (das 8h às 12h).
Pesquisadora Responsável: Thamiris Stephane Zangeski Novais Paiva.
Contato: <omitido para publicação>.
Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa – CEP/IFMT - Parecer n°
3.392.337.
115

APÊNDICE D – Termo de Assentimento Livre e Esclarecido – Pré-teste – Aluna


Menor de Idade

TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TALE)

Você está sendo convidada, como voluntária, a participar da pesquisa


“Gênero, Ciência e Tecnologia: Estudo da participação feminina em Cursos Técnicos
Integrados ao Ensino Médio da Educação Profissional e Tecnológica”, que será
conduzida pela pesquisadora responsável Thamiris Stephane Zangeski Novais
Paiva. Seu(s) responsável(eis) autorizou(aram) sua participação nesta pesquisa.
O motivo do convite é que você está matriculada nas turmas de 3° ano de um
dos cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio, das áreas de Ciência e Tecnologia
do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso - IFMT -
Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva.
Esta pesquisa tem como objetivo realizar um estudo de gênero sobre a
participação feminina nos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio do IFMT.
Para este estudo de gênero, a pesquisadora buscará conhecer as motivações para o
ingresso, as vivências no curso e suas perspectivas futuras à luz da temática de
Gênero, Ciência e Tecnologia.
Dessa forma, sua participação na pesquisa consistirá em responder um
Rubrica da
questionário pré-teste, do tipo autoaplicável. O questionário pré-teste é um aluna
instrumento de pesquisa com a função de averiguar se as perguntas propostas
pela pesquisadora, para serem aplicadas com as alunas do 2º ano, estão
claramente definidas. A partir de sua contribuição, será possível verificar a
aplicabilidade do questionário, as necessidades de melhorias e, posteriormente,
validar o instrumento.
Sendo assim, as respostas fornecidas por você serão utilizadas apenas Rubrica da
pesquisadora
para a validação do questionário, ou seja, as suas respostas não farão parte
dos resultados da pesquisa.
Com relação às perguntas que compõem o questionário, o objetivo da
pesquisadora é conhecer suas motivações para o ingresso, vivências no curso
e perspectivas futuras – à luz da temática de Gênero, Trabalho, Ciência e
Tecnologia.
Ademais, considerando que toda pesquisa contém riscos, esclarece-se que,
no caso desta pesquisa, os riscos são classificados como de graduação mínima,
pois podem acarretar algum tipo de constrangimento ou desconforto na concessão
de determinadas informações. Nesse sentido, para minimização dos riscos, é
garantido a você: (i) o anonimato; (ii) a livre participação na pesquisa; (iii) a não
indução de respostas; (iv) a mínima intervenção possível; (v) a imparcialidade e a
objetividade na condução das atividades, por parte da pesquisadora responsável,
buscando minimizar, ao máximo, os possíveis riscos. Caso ocorram danos
decorrentes dos riscos desta pesquisa, a pesquisadora responsável assumirá a
responsabilidade pelo seu ressarcimento e indenização; além disso, você poderá
116

dispor dos serviços da Coordenadoria de Apoio ao Estudante (CPAE), que oferece,


dentre outros, orientação psicológica no IFMT - Campus Cuiabá – Cel. Octayde
Jorge da Silva.
Para participar desta pesquisa, você não terá nenhum custo, nem receberá
qualquer vantagem financeira. Você será esclarecida sobre a pesquisa, em qualquer
aspecto que desejar e estará livre para responder ou não ao questionário de pré-
teste, retirando o seu consentimento ou interrompendo a sua participação, a
qualquer momento.
A pesquisadora tratará a sua identidade com sigilo e privacidade e você não
será identificada em nenhuma publicação que resulte desta pesquisa. Este Termo
de Assentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que uma será
arquivada pela pesquisadora responsável, no IFMT Campus Cuiabá – Cel. Octayde
Jorge da Silva e, a outra, será fornecida a você.

CONSENTIMENTO PÓS INFORMADO


Eu, __________________________, fui informada acerca dos objetivos do
questionário que compõe a pesquisa “Gênero, Ciência e Tecnologia: Estudo da
participação feminina em Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio da Educação
Profissional e Tecnológica” e esclareci todas as minhas dúvidas. Sei que, a qualquer
momento, poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão de
participar, ou não, nesta pesquisa, se assim o desejar. Desta forma, declaro que
concordo com a minha participação nesta pesquisa e que recebi uma via deste
Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE).

_____________, _________ de __________________________ de ______.


Cidade, Dia/Mês/Ano

Assinatura da pesquisadora
Assinatura da aluna
responsável

Em caso de dúvidas, quanto aos aspectos éticos desta pesquisa, você poderá
consultar o Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia de Mato Grosso no seguinte endereço: Avenida Senador Filinto Muller,
963, 1º andar, Bairro Duque de Caxias. CEP: 78.043–400, Cuiabá – MT. Telefone:
(65) 3616-4180. E-mail: cep@ifmt.edu.br. Horário de Atendimento da Secretaria do
CEP/IFMT: de Segunda a Sexta-Feira (das 8h às 12h).
Pesquisadora Responsável: Thamiris Stephane Zangeski Novais Paiva.
Contato: <omitido para publicação>.
Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa – CEP/IFMT - Parecer n°
3.392.337.
117

APÊNDICE E – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – População-alvo


– Aluna Maior de Idade

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Você está sendo convidada, como voluntária, a participar da pesquisa


“Gênero, Ciência e Tecnologia: Estudo da participação feminina em Cursos Técnicos
Integrados ao Ensino Médio da Educação Profissional e Tecnológica”, que será
conduzida pela pesquisadora responsável Thamiris Stephane Zangeski Novais
Paiva.
O motivo do convite é que você está matriculada nas turmas de 2° ano de um
dos cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio, das áreas de Ciência e Tecnologia
do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso - IFMT -
Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva.
Esta pesquisa tem como objetivo realizar um estudo de gênero sobre a
participação feminina nos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio do
IFMT. Para isso, a pesquisadora buscará conhecer suas motivações para o Rubrica da
participante
ingresso, vivências no curso e perspectivas futuras – à luz da temática de
Gênero, Ciência e Tecnologia.
Dessa forma, sua participação na pesquisa consistirá em responder um
questionário online, a ser enviado no seu e-mail, participar de três rodas de
conversa e duas oficinas de podcast, não presenciais, por meio da plataforma
de comunicação online Google Meet. Rubrica da

Na coleta de dados, serão adotados os seguintes procedimentos: (i) pesquisadora

aplicação de um questionário online, para levantar suas características


demográficas, socioeconômicas, antecedentes e vivências escolares, além de
projeções quanto ao seu futuro profissional; e (ii) realização de rodas de
conversa e oficinas de podcast, também online. Cabe informar que as rodas de
conversa serão gravadas. Desta forma, é imprescindível que você mantenha
seu microfone e câmera ligados durante as atividades. Isto garantirá a
interação entre as participantes e a transcrição fidedigna dos seus relatos de
experiência.
Considerando que a pesquisa possui várias etapas, a pesquisadora optou por
se comunicar com as participantes via grupo de mensagens instantâneas
(WhatsApp) e pela plataforma Google Meet, desta forma, seu número de celular e e-
mail serão solicitados.
Ao final da pesquisa, será desenvolvido um Podcast (arquivo digital de áudio,
transmitido por meio da internet), cujo a produção será online, de forma estruturada,
com tema e quantidade de episódios a serem definidos após a conclusão dos
questionários, rodas de conversa e oficinas de podcast. O objetivo deste Podcast é
compartilhar os resultados da pesquisa. Desta forma, você poderá ser convidada a
participar da gravação dos episódios online, ficando a seu critério participar ou não.
118

Considerando que toda pesquisa contém riscos, esclarece-se que, no caso


desta pesquisa, os riscos são classificados como de graduação mínima, pois podem
acarretar algum tipo de constrangimento ou desconforto na concessão de
determinadas informações. Nesse sentido, para minimização dos riscos, é garantido
às participantes da pesquisa: (i) o anonimato; (ii) a livre participação na pesquisa; (iii)
a não indução de respostas; (iv) a mínima intervenção possível; (v) a imparcialidade
e a objetividade na condução das atividades, por parte da pesquisadora
responsável, buscando minimizar, ao máximo, os possíveis riscos.
Caso ocorram danos decorrentes dos riscos desta pesquisa, a pesquisadora
responsável assumirá a responsabilidade pelo seu ressarcimento e indenização;
além disso, você poderá dispor dos serviços da Coordenadoria de Apoio ao
Estudante (CPAE), que oferece, dentre outros, orientação psicológica no IFMT –
Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva.
Para participar desta pesquisa, você não terá qualquer custo, nem receberá
alguma vantagem financeira. Entretanto, o requisito é que você tenha acesso à
internet, baixe (gratuitamente) o aplicativo da plataforma de comunicação online em
seu smartphone, tablet, computador ou similar; Além disso, que você tenha
disponibilidade para realizar as atividades online previstas nesta pesquisa (as
atividades serão agendadas em conjunto com as participantes, em um horário que
não tenham aula).
Você será esclarecida sobre a pesquisa, em qualquer aspecto que desejar, Rubrica da
participante
e estará livre para participar ou não das atividades propostas, retirando o
consentimento ou interrompendo a participação, a qualquer momento.
A pesquisadora tratará sua identidade com sigilo e privacidade. No caso da
necessidade de obtenção de imagens, vídeos ou gravações de voz, os materiais
ficarão sob a propriedade da pesquisadora responsável. O seu nome ou o
material, que indique a sua participação, não será disponibilizado sem a sua
Rubrica da
permissão. Além disso, é importante informar que, quando finalizada a pesquisa, pesquisadora
os resultados estarão à sua disposição.
Este Termo de Consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo
que uma será arquivada pela pesquisadora responsável, no IFMT Campus
Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva e, a outra, será fornecida a você.

CONSENTIMENTO PÓS INFORMADO


Eu, ________________________________________, celular
(__)______________, e-mail _______________________________, fui informada
acerca dos objetivos da pesquisa “Gênero, Ciência e Tecnologia: Estudo da
participação feminina em Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio da Educação
Profissional e Tecnológica” e esclareci todas as minhas dúvidas. Concordo que os
materiais e as informações obtidas, relacionadas à minha pessoa, poderão ser
utilizados em atividades de natureza acadêmico-científica, mediante minha
autorização. Sei que, a qualquer momento, poderei solicitar novas informações e
modificar minha decisão de participar, ou não, desta pesquisa, se assim o desejar.
119

Desta forma, declaro que concordo com minha participação nesta pesquisa e que
recebi uma via deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

_____________, _________ de __________________________ de ______.


Cidade, Dia/Mês/Ano

Assinatura da pesquisadora
Assinatura da participante
responsável
Em caso de dúvidas, quanto aos aspectos éticos desta pesquisa, você poderá
consultar o Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia de Mato Grosso no seguinte endereço: Avenida Senador Filinto Muller,
963, 1º andar, Bairro Duque de Caxias. CEP: 78.043–400, Cuiabá – MT. Telefone:
(65) 3616-4180. E-mail: cep@ifmt.edu.br. Horário de Atendimento da Secretaria do
CEP/IFMT: de Segunda a Sexta-Feira (das 8h às 12h).
Pesquisadora Responsável: <omitido para publicação>.
Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa – CEP/IFMT - Parecer n°
3.392.337.
120

APÊNDICE F – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – População-alvo


– Responsável pela Aluna Menor de Idade

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

A aluna, menor de idade, sob sua responsabilidade, foi convidada, como


voluntária, a participar da pesquisa “Gênero, Ciência e Tecnologia: Estudo da Rubrica do
responsável
participação feminina em Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio da
Educação Profissional e Tecnológica”, que será conduzida pela pesquisadora
responsável Thamiris Stephane Zangeski Novais Paiva.
O motivo do convite é que a aluna está matriculada nas turmas de 2° ano de
um dos cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio, das áreas de Ciência e
Tecnologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato
Grosso - IFMT - Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva. Rubrica da
pesquisadora
Esta pesquisa tem como objetivo realizar um estudo de gênero sobre a
participação feminina nos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio do IFMT.
Para isso, a pesquisadora buscará conhecer as motivações para o ingresso,
vivências no curso e perspectivas futuras das participantes – à luz da temática de
Gênero, Ciência e Tecnologia.
Dessa forma, a participação da aluna na pesquisa consistirá em responder
um questionário online, a ser enviado por e-mail, participar de três rodas de
conversa e duas oficinas de podcast, não presenciais, por meio da plataforma de
comunicação online Google Meet.
Na coleta de dados, serão adotados os seguintes procedimentos: (i) aplicação
de um questionário online, para levantar as características demográficas,
socioeconômicas, antecedentes e vivências escolares, além de projeções quanto ao
futuro profissional das participantes; e (ii) realização de rodas de conversa e oficinas
de podcast, também online.
Cabe informar que as rodas de conversa serão gravadas. Desta forma, é
imprescindível que a participante mantenha seu microfone e câmera ligados durante
as atividades. Isto garantirá a interação entre as participantes e a transcrição
fidedigna dos relatos de experiência.
Considerando que a pesquisa possui várias etapas, a pesquisadora optou por
se comunicar com as participantes via grupo de mensagens instantâneas
(WhatsApp) e pela plataforma Google Meet, desta forma, o número de celular e e-
mail dela serão solicitados.
Ao final da pesquisa, será desenvolvido um Podcast (arquivo digital de áudio,
transmitido por meio da internet), cujo a produção será online, de forma estruturada,
com tema e quantidade de episódios a serem definidos após a conclusão dos
questionários, rodas de conversa e oficinas de podcast. O objetivo deste Podcast é
compartilhar os resultados da pesquisa. Desta forma, a participante poderá ser
convidada a participar da gravação dos episódios online, ficando a critério dela
participar ou não.
121

Considerando que toda pesquisa contém riscos, esclarece-se que, no caso


desta pesquisa, os riscos são classificados como de graduação mínima, pois podem
acarretar algum tipo de constrangimento ou desconforto na concessão de
determinadas informações. Nesse sentido, para minimização dos riscos, é garantido
às participantes da pesquisa: (i) o anonimato; (ii) a livre participação na pesquisa; (iii)
a não indução de respostas; (iv) a mínima intervenção possível; (v) a
Rubrica do
imparcialidade e a objetividade na condução das atividades, por parte da responsável
pesquisadora responsável, buscando minimizar, ao máximo, os possíveis riscos.
Caso ocorram danos decorrentes dos riscos desta pesquisa, a
pesquisadora responsável assumirá a responsabilidade pelo ressarcimento e
indenização da participante; além disso, a participante poderá dispor dos serviços
da Coordenadoria de Apoio ao Estudante (CPAE), que oferece, dentre outros,
orientação psicológica no IFMT – Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva. Rubrica da
pesquisadora
Para participar desta pesquisa, a aluna não terá qualquer custo, nem
receberá alguma vantagem financeira. Entretanto, o requisito é que ela tenha
acesso à internet, baixe (gratuitamente) o aplicativo da plataforma de
comunicação online em seu smartphone, tablet, computador ou similar; Além
disso, que ela tenha disponibilidade para realizar as atividades online previstas
nesta pesquisa (as atividades serão agendadas em conjunto com as
participantes, em um horário que não tenham aula).
A participante será esclarecida sobre a pesquisa, em qualquer aspecto que
desejar, e estará livre para participar ou não das atividades propostas, retirando o
seu consentimento ou interrompendo a sua participação, a qualquer momento.
A pesquisadora tratará a identidade da participante com sigilo e privacidade.
No caso da necessidade de obtenção de imagens, vídeos ou gravações de voz, os
materiais ficarão sob a propriedade da pesquisadora responsável. O nome ou o
material, que indique a participação da aluna, não será disponibilizado sem a sua
permissão e a de seu(s) responsável(eis). Além disso, é importante informar que,
quando finalizada a pesquisa, os resultados estarão à disposição da participante e
de seu(s) responsável(eis).
Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que
uma será arquivada pela pesquisadora responsável, no IFMT Campus Cuiabá – Cel.
Octayde Jorge da Silva e, a outra, será fornecida a você.

CONSENTIMENTO PÓS INFORMADO


Eu, _______________________, fui informado(a) acerca dos objetivos da
pesquisa “Gênero, Ciência e Tecnologia: Estudo da participação feminina em Cursos
Técnicos Integrados ao Ensino Médio da Educação Profissional e Tecnológica” e
esclareci todas as minhas dúvidas. Concordo que os materiais e as informações
obtidas, relacionadas à participante, menor de idade, sob minha responsabilidade,
poderão ser utilizados em atividades de natureza acadêmico-científica, mediante
minha autorização. Sei que, a qualquer momento, poderei solicitar novas
informações e modificar minha decisão de autorizar a participação, ou não, nesta
pesquisa, da participante, menor de idade, sob minha responsabilidade, se assim
122

desejar. Desta forma, declaro que concordo com a participação da aluna


__________________________ nesta pesquisa e que recebi uma via deste Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
_____________, _________ de __________________________ de ______.
Cidade, Dia/Mês/Ano

Assinatura do(a) responsável pela Assinatura da pesquisadora


participante responsável
Em caso de dúvidas, quanto aos aspectos éticos desta pesquisa, você poderá
consultar o Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia de Mato Grosso, no seguinte endereço: Avenida Senador Filinto Muller,
963, 1º andar, Bairro Duque de Caxias. CEP: 78.043–400, Cuiabá – MT. Telefone:
(65) 3616-4180. E-mail: cep@ifmt.edu.br. Horário de Atendimento da Secretaria do
CEP/IFMT: de Segunda a Sexta-Feira (das 8h às 12h).
Pesquisadora Responsável: Thamiris Stephane Zangeski Novais Paiva.
Contato: <omitido para publicação>.
Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa – CEP/IFMT - Parecer n°
3.392.337.
123

APÊNDICE G – Termo de Assentimento Livre e Esclarecido – População-alvo –


Aluna Menor de Idade

TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TALE)

Você está sendo convidada, como voluntária, a participar da pesquisa


“Gênero, Ciência e Tecnologia: Estudo da participação feminina em Cursos Técnicos
Integrados ao Ensino Médio da Educação Profissional e Tecnológica”, que será
conduzida pela pesquisadora responsável Thamiris Stephane Zangeski Novais
Paiva. Seu(s) responsável(eis) autorizou(aram) a sua participação nesta
pesquisa. Rubrica da
participante
O motivo do convite é que você está matriculada nas turmas de 2° ano de
um dos cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio, das áreas de Ciência e
Tecnologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato
Grosso - IFMT - Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva.
Esta pesquisa tem como objetivo realizar um estudo de gênero sobre a
participação feminina nos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio do Rubrica da
IFMT. Para isso, a pesquisadora buscará conhecer suas motivações para o pesquisadora
ingresso, vivências no curso e perspectivas futuras – à luz da temática de
Gênero, Ciência e Tecnologia.
Dessa forma, sua participação na pesquisa consistirá em responder um
questionário online, a ser enviado no seu e-mail, participar de três rodas de
conversa e duas oficinas de podcast não presenciais, por meio da plataforma de
comunicação online Google Meet.
Na coleta de dados, serão adotados os seguintes procedimentos: (i) aplicação
de um questionário online, para levantar suas características demográficas,
socioeconômicas, antecedentes e vivências escolares, além de projeções quanto ao
seu futuro profissional; e (ii) realização de rodas de conversa e oficinas de podcast,
também online. Cabe informar que as rodas de conversa serão gravadas. Dessa
forma, é imprescindível que você mantenha seu microfone e câmera ligados durante
as atividades. Isso garantirá a interação entre as participantes e a transcrição
fidedigna dos seus relatos de experiência.
Considerando que a pesquisa possui várias etapas, a pesquisadora optou por
se comunicar com as participantes via grupo de mensagens instantâneas
(WhatsApp) e pela plataforma Google Meet, dessa forma, seu número de celular e e-
mail serão solicitados.
Ao final da pesquisa, será desenvolvido um Podcast (arquivo digital de áudio,
transmitido por meio da internet), cujo a produção será online, de forma estruturada,
com tema e quantidade de episódios a serem definidos após a conclusão dos
questionários, rodas de conversa e oficinas de podcast. O objetivo deste Podcast é
compartilhar os resultados da pesquisa. Dessa forma, você poderá ser convidada a
participar da gravação dos episódios online, ficando a seu critério participar ou não.
124

Considerando que toda pesquisa contém riscos, esclarece-se que, no caso


desta pesquisa, os riscos são classificados como de graduação mínima, pois podem
acarretar algum tipo de constrangimento ou desconforto na concessão de
determinadas informações. Nesse sentido, para minimização dos riscos, é garantido
às participantes da pesquisa: (i) o anonimato; (ii) a livre participação na pesquisa; (iii)
a não indução de respostas; (iv) a mínima intervenção possível; (v) a
imparcialidade e a objetividade na condução das atividades, por parte da Rubrica participante
da

pesquisadora responsável, buscando minimizar, ao máximo, os possíveis


riscos.
Caso ocorram danos decorrentes dos riscos desta pesquisa, a
pesquisadora responsável assumirá a responsabilidade pelo seu
ressarcimento e indenização; além disso, você poderá dispor dos serviços
da Coordenadoria de Apoio ao Estudante (CPAE), que oferece, dentre Rubrica da
outros, orientação psicológica no IFMT – Campus Cuiabá – Cel. Octayde pesquisadora
Jorge da Silva.
Para participar desta pesquisa, você não terá qualquer custo, nem
receberá alguma vantagem financeira. Entretanto, o requisito é que você
tenha acesso à internet, baixe (gratuitamente) o aplicativo da plataforma de
comunicação online em seu smartphone, tablet, computador ou similar; além
disso, que você tenha disponibilidade para realizar as atividades online
previstas nesta pesquisa (as atividades serão agendadas em conjunto com as
participantes, em um horário que não tenham aula).
Você será esclarecida sobre a pesquisa, em qualquer aspecto que desejar, e
estará livre para participar ou não das atividades propostas, retirando o
consentimento ou interrompendo a participação, a qualquer momento.
A pesquisadora tratará sua identidade com sigilo e privacidade. No caso da
necessidade de obtenção de imagens, vídeos ou gravações de voz, os materiais
ficarão sob a propriedade da pesquisadora responsável. O seu nome ou o material
que indique a sua participação não será disponibilizado sem a sua permissão e a de
seu(s) responsável(eis). Além disso, é importante informar que, quando finalizada a
pesquisa, os resultados estarão à sua disposição e de seu(s) responsável(eis).
Este Termo de Assentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que
uma será arquivada pela pesquisadora responsável, no IFMT Campus Cuiabá – Cel.
Octayde Jorge da Silva e, a outra, será fornecida a você.

CONSENTIMENTO PÓS INFORMADO


Eu, ____________________________, celular (__) _____________, e-mail
________________________, fui informada acerca dos objetivos da pesquisa
“Gênero, Ciência e Tecnologia: Estudo da participação feminina em Cursos Técnicos
Integrados ao Ensino Médio da Educação Profissional e Tecnológica” e esclareci
todas as minhas dúvidas. Concordo que os materiais e as informações obtidas,
relacionadas a minha pessoa, poderão ser utilizados em atividades de natureza
acadêmico-científica, mediante minha autorização e de meu(s) responsável(eis). Sei
que, a qualquer momento, poderei solicitar novas informações e modificar minha
125

decisão de participar, ou não, desta pesquisa, se assim o desejar. Dessa forma,


declaro que concordo com minha participação nesta pesquisa e que recebi uma via
deste Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE).

_____________, _________ de __________________________ de ______.


Cidade, Dia/Mês/Ano

Assinatura da pesquisadora
Assinatura da participante
responsável
Em caso de dúvidas quanto aos aspectos éticos desta pesquisa, você poderá
consultar o Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia de Mato Grosso no seguinte endereço: Avenida Senador Filinto Muller,
963, 1º andar, Bairro Duque de Caxias. CEP: 78.043–400, Cuiabá – MT. Telefone:
(65) 3616-4180. E-mail: cep@ifmt.edu.br. Horário de Atendimento da Secretaria do
CEP/IFMT: de Segunda a Sexta-Feira (das 8h às 12h).
Pesquisadora Responsável: Thamiris Stephane Zangeski Novais Paiva.
Contato: <omitido para publicação>.
Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa – CEP/IFMT - Parecer n°
3.392.337.
126

APÊNDICE H – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Avaliação do


Produto Educacional – Aluna Maior de Idade

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Você está sendo convidada, como voluntária, a participar da pesquisa


“Gênero, Ciência e Tecnologia: A participação feminina em Cursos Técnicos
Integrados ao Ensino Médio da Educação Profissional e Tecnológica”, que será
conduzida pela pesquisadora responsável Thamiris Stephane Zangeski Novais
Paiva.
O motivo do convite é que está matriculada em um dos cursos Técnicos
Integrados ao Ensino Médio, das áreas de Ciência e Tecnologia do Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso - IFMT - Campus Cuiabá – Cel.
Octayde Jorge da Silva.
Esta pesquisa tem como objetivo realizar um estudo de gênero sobre a
participação feminina nos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio do IFMT.
Além disso, a partir desta pesquisa, será desenvolvido um Produto Educacional Rubrica participante
da

em formato de podcast.
Dessa forma, sua participação na pesquisa consistirá em ouvir o
programa de podcast e avaliá-lo por meio de um questionário online, a ser
enviado no seu e-mail. Diante disto, seu e-mail será solicitado.
Considerando que toda pesquisa contém riscos, esclarece-se que, no caso
desta pesquisa, os riscos são classificados como de graduação mínima, pois Rubrica da
podem acarretar algum tipo de constrangimento ou desconforto na concessão de pesquisadora

determinadas informações. Nesse sentido, para minimização dos riscos, é


garantido às participantes da pesquisa: (i) o anonimato; (ii) a livre participação na
pesquisa; (iii) a não indução de respostas; (iv) a mínima intervenção possível; (v)
a imparcialidade e a objetividade na condução das atividades, por parte da
pesquisadora responsável, buscando minimizar, ao máximo, os possíveis riscos.
Caso ocorram danos decorrentes dos riscos desta pesquisa, a pesquisadora
responsável assumirá a responsabilidade pelo seu ressarcimento e indenização;
além disso, você poderá dispor dos serviços da Coordenadoria de Apoio ao
Estudante (CPAE), que oferece, dentre outros, orientação psicológica no IFMT –
Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva.
Para participar desta pesquisa, você não terá qualquer custo, nem receberá
alguma vantagem financeira. Você será esclarecida sobre a pesquisa, em qualquer
aspecto que desejar, e estará livre para participar ou não da atividade proposta,
retirando o consentimento ou interrompendo a participação, a qualquer momento.
A pesquisadora tratará sua identidade com sigilo e privacidade. O seu nome ou
o material, que indique a sua participação, não será disponibilizado sem a sua
permissão. Além disso, é importante informar que, quando finalizada a pesquisa, os
resultados estarão à sua disposição.
127

Este Termo de Assentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que


uma será arquivada pela pesquisadora responsável, no IFMT Campus Cuiabá – Cel.
Octayde Jorge da Silva e, a outra, será fornecida a você.

ASSENTIMENTO PÓS INFORMADO


Eu, _________________________________________, e-mail
__________________, fui informada acerca dos objetivos da pesquisa “Gênero,
Ciência e Tecnologia: Estudo da participação feminina em Cursos Técnicos
Integrados ao Ensino Médio da Educação Profissional e Tecnológica” e esclareci
todas as minhas dúvidas. Sei que, a qualquer momento, poderei solicitar novas
informações e modificar minha decisão de participar, ou não, desta pesquisa, se
assim o desejar. Desta forma, declaro que concordo com minha participação nesta
pesquisa e que recebi uma via deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE).

_____________, _________ de __________________________ de ______.


Cidade, Dia/Mês/Ano

Assinatura da pesquisadora
Assinatura da participante
responsável
Em caso de dúvidas, quanto aos aspectos éticos desta pesquisa, você poderá
consultar o Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia de Mato Grosso no seguinte endereço: Avenida Senador Filinto Muller,
963, 1º andar, Bairro Duque de Caxias. CEP: 78.043–400, Cuiabá – MT. Telefone:
(65) 3616-4180. E-mail: cep@ifmt.edu.br. Horário de Atendimento da Secretaria do
CEP/IFMT: de Segunda a Sexta-Feira (das 8h às 12h).
Pesquisadora Responsável: Thamiris Stephane Zangeski Novais Paiva.
Contato: <omitido para publicação>.
Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa – CEP/IFMT - Parecer n°
3.392.337.
128

APÊNDICE I – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Avaliação do


Produto Educacional – Responsável pela Aluna Menor de Idade

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

A aluna, menor de idade, sob sua responsabilidade, foi convidada, como


voluntária, a participar da pesquisa “Gênero, Ciência e Tecnologia: Estudo da Rubrica do
participação feminina em Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio da responsável
Educação Profissional e Tecnológica”, que será conduzida pela pesquisadora
responsável Thamiris Stephane Zangeski Novais Paiva.
O motivo do convite é que a aluna está matriculada em um dos cursos
Técnicos Integrados ao Ensino Médio, das áreas de Ciência e Tecnologia do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso - IFMT -
Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva. Rubrica da

Esta pesquisa tem como objetivo realizar um estudo de gênero sobre a pesquisadora
participação feminina nos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio do IFMT.
Além disso, a partir desta pesquisa, será desenvolvido um Produto Educacional
em formato de podcast.
Dessa forma, a participante deverá ouvir o programa de podcast e
avaliá-lo por meio de um questionário online, a ser enviado no e-mail dela.
Diante disto, o e-mail da participante será solicitado.
Considerando que toda pesquisa contém riscos, esclarece-se que, no caso
desta pesquisa, os riscos são classificados como de graduação mínima, pois podem
acarretar algum tipo de constrangimento ou desconforto na concessão de
determinadas informações. Nesse sentido, para minimização dos riscos, é garantido
às participantes da pesquisa: (i) o anonimato; (ii) a livre participação na pesquisa; (iii)
a não indução de respostas; (iv) a mínima intervenção possível; (v) a imparcialidade
e a objetividade na condução das atividades, por parte da pesquisadora
responsável, buscando minimizar, ao máximo, os possíveis riscos.
Caso ocorram danos decorrentes dos riscos desta pesquisa, a pesquisadora
responsável assumirá a responsabilidade pelo ressarcimento e indenização da
participante; além disso, a participante poderá dispor dos serviços da Coordenadoria
de Apoio ao Estudante (CPAE), que oferece, dentre outros, orientação psicológica
no IFMT – Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva.
Para participar desta pesquisa, a aluna não terá qualquer custo, nem receberá
alguma vantagem financeira. A participante será esclarecida sobre a pesquisa, em
qualquer aspecto que desejar, e estará livre para participar ou não da atividade
proposta, retirando o seu consentimento ou interrompendo a sua participação, a
qualquer momento.
A pesquisadora tratará a identidade da participante com sigilo e privacidade. O
nome ou o material, que indique a participação da aluna, não será disponibilizado
sem a sua permissão e a de seu(s) responsável(eis). Além disso, é importante
129

informar que, quando finalizada a pesquisa, os resultados estarão à disposição da


participante e de seu(s) responsável(eis).
Este Termo de Consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que
uma será arquivada pela pesquisadora responsável, no IFMT Campus Cuiabá – Cel.
Octayde Jorge da Silva e, a outra, será fornecida a você.

CONSENTIMENTO PÓS INFORMADO


Eu, ____________________________________, fui informado(a) acerca dos
objetivos da pesquisa “Gênero, Ciência e Tecnologia: Estudo da participação
feminina em Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio da Educação Profissional
e Tecnológica” e esclareci todas as minhas dúvidas. Sei que, a qualquer momento,
poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão de autorizar a
participação, ou não, nesta pesquisa, da participante, menor de idade, sob minha
responsabilidade, se assim desejar. Desta forma, declaro que concordo com a
participação da aluna _________________________________ nesta pesquisa e
que recebi uma via deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

_____________, _________ de __________________________ de ______.


Cidade, Dia/Mês/Ano

Assinatura da pesquisadora
Assinatura do(a) responsável
responsável
pela participante
Em caso de dúvidas, quanto aos aspectos éticos desta pesquisa, você poderá
consultar o Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia de Mato Grosso, no seguinte endereço: Avenida Senador Filinto Muller,
963, 1º andar, Bairro Duque de Caxias. CEP: 78.043–400, Cuiabá – MT. Telefone:
(65) 3616-4180. E-mail: cep@ifmt.edu.br. Horário de Atendimento da Secretaria do
CEP/IFMT: de Segunda a Sexta-Feira (das 8h às 12h).
Pesquisadora Responsável: Thamiris Stephane Zangeski Novais Paiva.
Contato: <omitido para publicação>.
Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa – CEP/IFMT - Parecer n°
3.392.337.
130

APÊNDICE J – Termo de Assentimento Livre e Esclarecido – Avaliação do


Produto Educacional – Aluna Menor de Idade

TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TALE)


Você está sendo convidada, como voluntária, a participar da pesquisa
“Gênero, Ciência e Tecnologia: A participação feminina em Cursos Técnicos
Integrados ao Ensino Médio da Educação Profissional e Tecnológica”, que será
conduzida pela pesquisadora responsável Thamiris Stephane Zangeski Novais
Paiva. Seu(s) responsável(eis) autorizou(aram) a sua participação nesta pesquisa.
O motivo do convite é que você está matriculada em um dos cursos Técnicos
Integrados ao Ensino Médio, das áreas de Ciência e Tecnologia do Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso - IFMT - Campus Cuiabá – Cel.
Octayde Jorge da Silva.
Esta pesquisa tem como objetivo realizar um estudo de gênero sobre a
participação feminina nos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio do
IFMT. Além disso, a partir desta pesquisa, será desenvolvido um Produto Rubrica da
participante
Educacional em formato de podcast.
Dessa forma, sua participação na pesquisa consistirá em ouvir o
programa de podcast e avaliá-lo por meio de um questionário online, a ser
enviado no seu e-mail. Diante disto, seu e-mail será solicitado.
Considerando que toda pesquisa contém riscos, esclarece-se que, no
caso desta pesquisa, os riscos são classificados como de graduação mínima, Rubrica da

pois podem acarretar algum tipo de constrangimento ou desconforto na pesquisadora

concessão de determinadas informações. Nesse sentido, para minimização dos


riscos, é garantido à participante da pesquisa: (i) o anonimato; (ii) a livre
participação na pesquisa; (iii) a não indução de respostas; (iv) a mínima
intervenção possível; (v) a imparcialidade e a objetividade na condução das
atividades, por parte da pesquisadora responsável, buscando minimizar, ao
máximo, os possíveis riscos.
Caso ocorram danos decorrentes dos riscos desta pesquisa, a pesquisadora
responsável assumirá a responsabilidade pelo seu ressarcimento e indenização;
além disso, você poderá dispor dos serviços da Coordenadoria de Apoio ao
Estudante (CPAE), que oferece, dentre outros, orientação psicológica no IFMT –
Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva.
Para participar desta pesquisa, você não terá qualquer custo, nem receberá
alguma vantagem financeira. Você será esclarecida sobre a pesquisa, em qualquer
aspecto que desejar, e estará livre para participar ou não da atividade proposta,
retirando o consentimento ou interrompendo a participação, a qualquer momento.
A pesquisadora tratará sua identidade com sigilo e privacidade. O seu nome ou
o material, que indique a sua participação, não será disponibilizado sem a sua
permissão. Além disso, é importante informar que, quando finalizada a pesquisa, os
resultados estarão à sua disposição.
131

Este Termo de Assentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que


uma será arquivada pela pesquisadora responsável, no IFMT Campus Cuiabá – Cel.
Octayde Jorge da Silva e, a outra, será fornecida a você.

ASSENTIMENTO PÓS INFORMADO


Eu, _______________________________________________________, e-
mail _______________________________, fui informada acerca dos objetivos da
pesquisa “Gênero, Ciência e Tecnologia: Estudo da participação feminina em Cursos
Técnicos Integrados ao Ensino Médio da Educação Profissional e Tecnológica” e
esclareci todas as minhas dúvidas. Sei que, a qualquer momento, poderei solicitar
novas informações e modificar minha decisão de participar, ou não, desta pesquisa,
se assim o desejar. Desta forma, declaro que concordo com minha participação
nesta pesquisa e que recebi uma via deste Termo de Assentimento Livre e
Esclarecido (TALE).
_____________, _________ de __________________________ de ______.
Cidade, Dia/Mês/Ano

Assinatura da pesquisadora
Assinatura da participante
responsável
Em caso de dúvidas, quanto aos aspectos éticos desta pesquisa, você poderá
consultar o Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia de Mato Grosso no seguinte endereço:
Avenida Senador Filinto Muller, 963, 1º andar, Bairro Duque de Caxias. CEP:
78.043–400, Cuiabá – MT. Telefone: (65) 3616-4180. E-mail: cep@ifmt.edu.br.
Horário de Atendimento da Secretaria do CEP/IFMT: de Segunda a Sexta-Feira (das
8h às 12h).
Pesquisadora Responsável: Thamiris Stephane Zangeski Novais Paiva.
Contato: <omitido para publicação>.
Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa – CEP/IFMT - Parecer n°
3.392.337.
132

APÊNDICE K – Questionário para Coleta de Dados das Alunas (População-


alvo)

Pesquisa de Mestrado: “Gênero, Ciência e Tecnologia: Estudo da


participação feminina em Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio da Educação
Profissional e Tecnológica”
Pesquisadora responsável: Thamiris Stephane Zangeski Novais Paiva,
discente do Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica
(ProfEPT).

Olá!
Este questionário tem o objetivo de identificar algumas de suas características
demográficas, socioeconômicas, antecedentes e vivências escolares, além de
projeções quanto ao seu futuro profissional, social e familiar. Desta forma, é muito
importante que você responda a todas as questões.
Não existem respostas certas ou erradas, portanto, pode responder com
sinceridade. Além disso, as suas respostas serão mantidas em sigilo.
Se você tiver alguma dúvida, entre em contato comigo pelo telefone: <omitido
para publicação>.
Desde já agradeço sua participação!

Bloco A – Caracterização demográfica

01. Idade atual:


( ) anos
( ) Não desejo responder

02. Gênero:
( ) Feminino
( ) Outro ________________________
( ) Não desejo responder

03. Cidade em que mora atualmente:


( ) Cuiabá
( ) Várzea Grande
( ) Outra ________________________
133

( ) Não desejo responder

04. Quanto à cor/etnia. Você se declara:


( ) Branca
( ) Parda
( ) Negra
( ) Amarela - Asiática
( ) Indígena
( ) Outro ________________________
( ) Não sei
( ) Não desejo responder

05. Curso em que está matriculada:


( ) Técnico em Agrimensura
( ) Técnico em Edificações
( ) Técnico em Eletroeletrônica
( ) Técnico em Informática
( ) Não desejo responder

Bloco B – Caracterização econômico-social

06. Com quem você mora? (Marque quantas opções julgar necessário)
( ) Mãe e/ou Pai
( ) Irmão(s)
( ) Sozinha
( ) Cônjuge ou companheiro(a)
( ) Amigos
( ) Outros Familiares
( ) Outros _______________________
( ) Não desejo responder

07. Você trabalha, atualmente, em alguma atividade remunerada?


( ) Sim, com vínculo empregatício
( ) Sim, sem vínculo empregatício
( ) Não desejo responder
( ) Não (Pule para a pergunta 9)

08. Se você respondeu que sim na pergunta anterior, por qual(is) motivo(s) você
trabalha atualmente?
( ) Ajudar nas despesas com a casa
( ) Adquirir experiência
( ) Custear/ pagar meus estudos (atuais ou futuros)
( ) Ser independente (ganhar meu próprio dinheiro)
( ) Sustentar minha família
134

( ) Outros _______________________
( ) Não desejo responder

09. Você está inserida, no IFMT, em alguma atividade acadêmica remunerada?

( ) Sim. Qual? ________________________________


( ) Sim. Não desejo informar
( ) Não
( ) Não desejo responder
10. Você recebe algum benefício do IFMT? (Marque quantas opções julgar
necessário)
( ) Auxílio Alimentação
( ) Auxílio Moradia
( ) Auxílio Permanência
( ) Auxílio Transporte
( ) Outro(s) ________________________
( ) Não desejo responder

11. Qual a sua condição de manutenção financeira atual? (Marque quantas


opções julgar necessário)
( ) Sou responsável pelo meu próprio sustento
( ) Sustentada por pais/responsáveis (ou por um deles)
( ) Sustentada por Cônjuge ou Companheiro(a)
( ) Recebo bolsa de estudos
( ) Outro ________________________
( ) Não desejo responder

Bloco C – Antecedentes Escolares

12. A Instituição de Ensino na qual cursou o ensino fundamental é:


( ) Pública
( ) Particular
( ) Particular com bolsa
( ) Parte em instituição pública e parte em particular
( ) Não sei
( ) Não desejo responder

13. Antes de realizar a seleção de ingresso, para o curso em que está


matriculada, você pesquisou alguma informação sobre os conteúdos estudados no
curso ou a área de atuação da profissional formada neste curso?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não desejo responder
135

14. O que te motivou a estudar no IFMT? (Marque quantas opções julgar


necessário)
( ) Ensino gratuito
( ) Qualidade do ensino
( ) O curso ser profissionalizante (Técnico)
( ) Qualificação dos professores
( ) Apoio oferecido (Auxílios)
( ) Proximidade da residência
( ) Outro ______________________________
( ) Não desejo responder

15. O que te motivou a escolher o curso em que está matriculada? (Marque


quantas opções julgar necessário)
( ) Aptidões pessoais
( ) Por influência de terceiros (familiares, amigos etc.)
( ) Disponibilidade de vagas no mercado de trabalho
( ) Por indicação de teste vocacional
( ) Possibilidades salariais
( ) Por almejar uma graduação na mesma área de ensino
( ) Concorrência do curso
( ) Realização pessoal
( ) Outro (s) ______________________________
( ) Não desejo responder

Bloco D – Vivência Escolar

16. Você concorda que o desempenho escolar de uma pessoa é condicionado


pelo seu gênero?
( ) Sim, concordo totalmente
( ) Sim, concordo parcialmente
( ) Não, discordo parcialmente
( ) Não, discordo totalmente
( ) Não sei
( ) Não desejo responder
Se você desejar, justifique sua resposta:
______________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

17. Você acredita que há diferença no desempenho escolar, por gênero, no seu
curso?
( ) Sim, muita diferença
( ) Sim, pouca diferença
136

( ) Não, acredito que não há diferença


( ) Não percebo se há diferença ou não
( ) Não desejo responder
Se você desejar, justifique sua resposta:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

18. Na sua opinião, o IFMT promove ações para prevenção e/ou combate à
desigualdade e discriminação de gênero?
( ) Sim, frequentemente
( ) Sim, raramente
( ) Não
( ) Não sei
( ) Não desejo responder
Se você desejar, justifique sua resposta:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

19. Se você respondeu que "sim" na pergunta anterior, como você percebe a
eficácia destas ações?
( ) Muito eficazes
( ) Eficazes
( ) Pouco eficazes
( ) Ineficazes
( ) Não sei
( ) Não desejo responder
Se você desejar, justifique sua resposta:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

Bloco E – Projeções Futuras

20. Você pretende trabalhar/atuar na sua área de formação, após a conclusão do


ensino médio?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sei
( ) Não desejo responder

21. Você pretende realizar outro curso, após a conclusão do ensino médio?
( ) Sim, na mesma área de formação
( ) Sim, em outra área de formação
( ) Não pretendo realizar outra formação
( ) Não sei
137

( ) Não desejo responder

22. Se você respondeu "sim" na pergunta anterior, em qual outro tipo de curso
você pretende se formar?
( ) Técnico ou Profissionalizante
( ) Tecnólogo
( ) Bacharelado
( ) Licenciatura
( ) Outro (s)_________________________________
( ) Não sei
( ) Não desejo responder

23. Como você imagina sua vida profissional, social e familiar daqui há dez anos?
( ) Não desejo responder
Sua resposta:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
138

APÊNDICE L – Questionário para Avaliação da Participação na Pesquisa

Questionário de avaliação da participação na pesquisa

Pesquisa de Mestrado: “Gênero, Ciência e Tecnologia: A participação


feminina em Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio da Educação Profissional
e Tecnológica”
Pesquisadora responsável: Thamiris Stephane Zangeski Novais Paiva,
discente do Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica
(ProfEPT).

Olá!
Cara participante, chegamos ao final da pesquisa e foi ótimo ter contado com
a sua participação. Muito Obrigada!
Te convido, neste momento, a responder este questionário, para que você
avalie a sua participação na pesquisa.
Não se preocupe, pois não existem respostas certas ou erradas, apenas o
seu ponto de vista, que é muito importante para mim!
Se você tiver alguma dúvida, entre em contato comigo pelo telefone: <omitido
para publicação>.
Desde já agradeço sua participação!

1. A sua participação na pesquisa te possibilitou reflexões acerca das suas


projeções de formação, trabalho e carreira?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não desejo responder

1.1. Em caso afirmativo, quais reflexões você gostaria de compartilhar?


______________________________________________________________

2. O conteúdo das rodas de conversa te possibilitou conhecer novas


informações ou saberes?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não desejo responder

2.1. Em caso afirmativo, quais você gostaria de compartilhar?


______________________________________________________________

3. A oficina de podcast te possibilitou conhecer novas informações ou saberes?


( ) Sim
( ) Não
139

( ) Não desejo responder

3.1. Em caso afirmativo, quais você gostaria de compartilhar?


______________________________________________________________

4. Se você respondeu que sim, na pergunta 3, a carga horária da oficina de


podcast foi adequada para assimilar o conhecimento teórico e prático acerca
dos conteúdos?
( ) Suficiente
( ) Indiferente
( ) Insuficiente
( ) Não desejo responder

4.1. Se desejar, complemente sua resposta:


______________________________________________________________

5. Na sua opinião, qual a importância de participar de atividades


extracurriculares, como esta pesquisa?
( ) Muito importante
( ) Importante
( ) Indiferente
( ) Pouco importante
( ) Nenhuma importância
( ) Não desejo responder

5.1. Se desejar, complemente sua resposta:


______________________________________________________________

6. O que você mais gostou nas rodas de conversa e oficinas de podcast?


______________________________________________________________
( ) Não desejo responder

7. O que você menos gostou nas rodas de conversa e oficinas de podcast?


______________________________________________________________
( ) Não desejo responder

8. Se você desejar, registre abaixo algum comentário adicional sobre a sua


participação na pesquisa.
______________________________________________________________
( ) Não desejo responder
140

APÊNDICE M – Questionário para Avaliação do Produto Educacional

Questionário de avaliação do Produto Educacional

Pesquisa de Mestrado: “Gênero, Ciência e Tecnologia: A participação


feminina em Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio da Educação Profissional
e Tecnológica”
Pesquisadora responsável: Thamiris Stephane Zangeski Novais Paiva,
discente do Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica
(ProfEPT).

Olá!
Cara participante, te convido a ouvir o podcast, que está sendo desenvolvido
como Produto Educacional da pesquisa. Após isso, por gentileza, responda ao
questionário abaixo.
Não se preocupe em responder às questões com sinceridade, pois não
existem respostas certas ou erradas, apenas, o seu ponto de vista, que é muito
importante para mim.
Se você tiver alguma dúvida, entre em contato comigo pelo telefone: <omitido
para publicação>.

Desde já agradeço sua participação!

Você poderá responder as perguntas 1 a 4 usando uma escala de 0 a 5


pontos, sendo:
5 = 4 = 3 = 2 = 1=
Excelente Bom Indiferente Ruim Péssimo

1) Quanto à apresentação de informações do podcast (título do programa, título


das faixas, identidade visual, descrição etc.):"

1 2 3 4 5
( ) Não desejo responder

2) Quanto ao conteúdo abordado:

1 2 3 4 5
( ) Não desejo responder

3) Quanto à qualidade do áudio e efeitos sonoros:


141

1 2 3 4 5
( ) Não desejo responder

4) Quanto ao potencial de promover, ao ouvinte, reflexões acerca da temática:

1 2 3 4 5
( ) Não desejo responder

As questões de 5 a 8 são abertas, você poderá respondê-las de forma


livre.
5) O que você mais gostou?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
( ) Não desejo responder

6) O que você menos gostou?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
( ) Não desejo responder

7) Você identificou algum conteúdo inadequado? Se sim, o que seria?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
( ) Não desejo responder

8) Você indicaria este podcast para outras pessoas? Se sim, quem você gostaria
que tivesse acesso a ele?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
( ) Não desejo responder
142

APÊNDICE N – Roteiro para Realização da Roda de Conversa 1 – De Onde Vim,


Como Estou e Para Onde Vou?

Roda de Conversa 1: De onde vim, como estou e para onde vou?

1. Apresentação e objetivos
A primeira roda de conversa online terá o objetivo de investigar as motivações
das participantes anteriores ao ingresso, a realidade vivenciada durante o curso e as
expectativas futuras – à luz da temática de Gênero, no contexto do trabalho, Ciência
e Tecnologia, por meio de relatos de experiências.

2. Organização das atividades


Esta roda de conversa terá duração de, no máximo, duas horas e, para
melhor aproveitamento do tempo, as atividades serão organizadas conforme
disposto no Quadro 01.

Quadro 01 – Organização das atividades da Roda de Conversa 1: De onde vim, como estou e
para onde vou?
Ordem Atividades Tempo/min.
1 Apresentação da pesquisadora e dos objetivos da pesquisa 10
2 Apresentação das participantes com um breve relato de suas vidas 40
3 Apresentação do tema e debate em grupo 40
4 Encerramento da roda de conversa e aplicação de um questionário 30
Tempo Total (minutos) 120
Fonte: elaborado pela autora (2020).

3. Procedimentos de trabalho
Nesta seção, tem-se o objetivo de descrever os procedimentos adotados para
a realização de cada atividade da Roda de Conversa 1: De onde vim, como estou e
para onde vou?

Atividade 1 – Apresentação da pesquisadora, colaboradores e do


objetivo da pesquisa (10 minutos)

Neste primeiro momento, a pesquisadora fará um teste de áudio e vídeo com


as participantes, para garantir que todos conseguem se ver e ouvir bem. Em
seguida, a pesquisadora dá as boas-vindas às participantes; por fim, realiza a sua
143

apresentação pessoal, apresenta os colaboradores envolvidos e o objetivo da


pesquisa.

Atividade 2 – Apresentação das participantes (40 minutos)

A pesquisadora solicitará que cada participante apresente, oralmente, as


seguintes informações: (i) seu nome; (ii) o curso em que está matriculada; (iii) conte
brevemente sua história; (iv) relate como ingressou na instituição; (v) por qual motivo
escolheu o seu curso; (vi) como tem sido a realidade vivenciada no seu curso; e (vii)
quais são suas expectativas para o futuro.
Observação: Cada participante terá, no máximo, 05 minutos para se
apresentar.

Atividade 3 – Apresentação do tema e debate em grupo (40 minutos)

Esta atividade é composta por dois momentos, conforme descrição a seguir.


 Momento 1 (10 minutos):
A pesquisadora apresentará às participantes um infográfico que demonstre a
participação feminina nos cursos objeto desta pesquisa, nos últimos dez anos (2010
a 2019). Na sequência, a pesquisadora discorrerá, brevemente, sobre o contexto
histórico da representatividade feminina nas áreas de C&T.
 Momento 2 (30 minutos):
A pesquisadora solicitará às participantes que realizem uma discussão acerca
de suas concepções, à luz das informações apresentadas no momento anterior. Este
debate será mediado pela pesquisadora e deverá ocorrer durante um tempo máximo
de 30 minutos.

Atividade 4 – Encerramento da Roda de Conversa e aplicação de um


questionário (30 minutos)

Esta atividade é composta por dois momentos, como descrito a seguir.


 Momento 1 (05 minutos):
A pesquisadora fará uma síntese da roda de conversa e fará o seu
encerramento.
144

 Momento 2 (25 minutos):


A pesquisadora disponibilizará para cada participante o link do Questionário 1
(Apêndice I). As participantes terão, no máximo, 20 minutos, para responder ao
questionário.

4. Recursos de apoio
Os recursos a serem utilizados nesta roda de conversa compreendem uma
plataforma de comunicação online (Google Meet, Zoom ou similar).
145

APÊNDICE O – Roteiro para Realização da Roda de Conversa 2 – Concepções


de Gênero no Contexto do Trabalho e da Educação

Roda de Conversa 2: Concepções de gênero no contexto do trabalho e


da Educação

1. Apresentação e objetivos
Na segunda roda de conversa online, almeja-se compreender as concepções
das participantes sobre gênero no contexto do trabalho e da educação.

2. Organização das atividades


Esta roda de conversa terá duração de, no máximo, duas horas e, desta
forma, as atividades serão organizadas conforme disposto no Quadro 01.

Quadro 01 – Organização das atividades da Roda de Conversa 2: Concepções de Gênero, no


contexto do Trabalho, Ciência e Tecnologia
Ordem Atividades Tempo/min.
1 Apresentação do tema a ser trabalhado e objetivos da Roda de Conversa 10
2 Apresentação do material de apoio e pergunta norteadora da discussão 40
3 Apresentação das respostas 40
4 Síntese das apresentações e comentários adicionais 20
5 Encerramento da Roda de Conversa 10
Tempo Total (minutos) 120
Fonte: elaborado pela autora (2020).

3. Procedimentos de trabalho
Nesta seção, tem-se o objetivo de descrever os procedimentos adotados para
a realização de cada atividade da Roda de Conversa 2.

Atividade 1 – Apresentação do tema a ser trabalhado e objetivos da


Roda de Conversa (10 minutos)
Neste primeiro momento, a pesquisadora fará um teste de áudio e vídeo com
as participantes, para garantir que todos conseguem se ver e ouvir bem. Em
seguida, a pesquisadora discorrerá sobre o tema que será trabalhado e os objetivos
desta segunda roda de conversa.
146

Atividade 2 – Apresentação do material de apoio e pergunta norteadora


da discussão (40 minutos)

A pesquisadora compartilhará um material a respeito dos estudos de gênero e


sua relação com o trabalho e a educação. Depois, fará uma pergunta norteadora
para fomentar a discussão entre as participantes.

Atividade 3 – Apresentação das respostas (40 minutos)


Neste momento, as participantes apresentarão suas respostas acerca da
questão norteadora.

Atividade 4 – Síntese das apresentações e comentários adicionais (20


minutos)

Por fim, a pesquisadora fará uma síntese das apresentações e abrirá espaço
para comentários adicionais.

Atividade 5 – Encerramento da Roda de Conversa (10 minutos)


A pesquisadora informará às participantes o encerramento da roda de
conversa.

4. Recursos de apoio
Os recursos a serem utilizados nesta roda de conversa compreendem uma
plataforma de comunicação online (Google Meet, Zoom ou similar).
147

APÊNDICE P – Roteiro para Realização da Roda de Conversa 3 – Preparação


para a Oficina de Podcast

Roda de Conversa 3: Preparação para a Oficina de Podcast

1. Apresentação e objetivos
A terceira e última roda de conversa terá como finalidade definir a estrutura
das oficinas de podcast, os temas a serem trabalhados, a quantidade de episódios e
as participantes da gravação.

2. Organização das atividades


Esta roda de conversa terá duração de, no máximo, duas horas e, para tanto,
as atividades serão organizadas conforme disposto no Quadro 1.

Quadro 1 – Organização das atividades da Roda de Conversa 3: Preparação para a Oficina de


Podcast
Ordem Atividades Tempo/min.
1 Apresentação do tema e objetivos da Roda de Conversa 40
2 Chuva de ideias (brainstorm) 60
3 Encerramento da Roda de Conversa e considerações finais 20
Tempo Total (minutos) 120
Fonte: elaborado pela autora (2020).

3. Procedimentos de trabalho
Nesta seção, tem-se o objetivo de descrever os procedimentos adotados para
a realização de cada atividade da Roda de Conversa 3.

Atividade 1 – Apresentação do tema e objetivos da Roda de Conversa


(40 minutos)
Neste primeiro momento, a pesquisadora fará um teste de áudio e vídeo com
as participantes, para garantir que todos conseguem se ver e ouvir bem. Em
seguida, a pesquisadora fará uma breve explicação sobre o que é um Produto
Educacional, um podcast e como ocorrerá a oficina de podcast.

Atividade 2 – Chuva de ideias (brainstorm) (60 minutos)


148

A pesquisadora apresentará ao grupo alguns temas. As participantes serão


instruídas a refletir e discutir sobre os temas e a pesquisadora elencará os mais
relevantes para serem trabalhados na oficina de podcast.

Atividade 3 – Encerramento da Roda de Conversa e considerações finais


(20 minutos)

A pesquisadora encerrará a roda de conversa e disponibilizará para cada


participante o link do Questionário 2, para que avaliem as atividades da roda de
conversa e relatem suas experiências como participantes da pesquisa.

4. Recursos de apoio
Os recursos a serem utilizados nesta roda de conversa compreendem uma
plataforma de comunicação online (Google Meet, Zoom ou similar).
149

APÊNDICE Q – Roteiro para a Realização da Oficina de Podcast

Oficina de Podcast

1. Apresentação e objetivos
A oficina de podcast será desenvolvida com o objetivo de proporcionar à
pesquisadora e participantes da pesquisa conhecimentos teóricos e práticos que as
possibilitem desenvolver um podcast.

2. Organização das atividades


A oficina de podcast será desenvolvida em dois momentos. No primeiro, a
empresa Altia Podcasts Criativos e a pesquisadora ministrarão a oficina teórica
(Quadro 1).
Quadro 1 – Organização das atividades da oficina – parte teórica
Ordem Atividades Tempo/min.
1 Apresentação da Altia Podcasts Criativos e dos objetivos da oficina 10
2 Apresentação do material instrucional relativo à parte teórica 90
3 Planejamento do podcast 60
4 Encerramento da oficina e comentários finais 20
Tempo Total (minutos) 180
Fonte: elaborado pela autora (2020).

No segundo momento, será realizada a parte prática, em que serão gravados


os episódios do podcast, que terá a locução da pesquisadora e das participantes da
pesquisa (Quadro 2). A direção, edição e publicação do podcast será feita pela Altia
Podcasts Criativos.

Quadro 2 – Organização das atividades da oficina – parte prática


Ordem Atividades Tempo/min.
5 Apresentação dos objetivos da oficina e orientações gerais 10
6 Gravação dos episódios 160
7 Encerramento da oficina e comentários finais 10
Tempo Total (minutos) 180
Fonte: elaborado pela autora (2020).

3. Procedimentos de trabalho
Nesta seção, tem-se o objetivo de descrever os procedimentos adotados para
a realização de cada atividade da oficina de podcast, que será dividida entre a parte
teórica e a parte prática.
150

Atividade 1 – Apresentação da pesquisadora, colaboradores e do


objetivo da oficina teórica (10 minutos)
Neste primeiro momento, a pesquisadora fará um teste de áudio e vídeo com
as participantes, para garantir que todos conseguem se ver e ouvir bem. Em
seguida, a pesquisadora dá as boas-vindas às participantes e apresenta os
colaboradores envolvidos e o objetivo da pesquisa.

Atividade 2 – Apresentação do material instrucional (90 minutos)


A Altia Podcasts Criativos fará a apresentação do material instrucional, que
versará sobre os conceitos teóricos para a produção de um podcast.

Atividade 3 – Planejamento do podcast (60 minutos)

Em seguida, será feito o planejamento da gravação do podcast. Neste plano,


constará o cronograma de gravação, pauta, roteiro e demais atividades que se
fizerem necessárias.

Atividade 4 – Encerramento da parte teórica e comentários finais (20


minutos)
Este momento será dedicado às dúvidas e comentários adicionais e, em
seguida, ao encerramento da parte teórica.

Atividade 5 – Apresentação dos objetivos da Oficina e orientações gerais


(10 minutos)
Esta atividade compreenderá a apresentação da oficina prática, bem como
serão fornecidas as orientações gerais para o início da gravação, tais como,
checklist e teste dos equipamentos de gravação.

Atividade 6 – Gravação dos episódios (160 minutos)


Estima-se que serão gravados 4 episódios, sendo que cada episódio será
gravado em até 40 minutos.
151

Atividade 7 – Encerramento da oficina e comentários finais (10 minutos)


A última atividade da oficina será destinada aos comentários finais e
encerramento.

4. Recursos de apoio
Os recursos a serem utilizados nesta roda de conversa compreendem uma
plataforma de comunicação online (Google Meet, Zoom ou similar), smartphone com
app de gravação de voz e fones de ouvido.
152

ANEXOS

ANEXO A – Modelo de Pauta de Podcast


153

ANEXO B – Modelo de Roteiro de Podcast


154

Você também pode gostar