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Protocolo - Danilo Monteiro - Filosofia de e Vida de Boécio
Protocolo - Danilo Monteiro - Filosofia de e Vida de Boécio
1. Vida e Obras
Santo Anício Mânlio Torquato Severino Boécio foi o último filósofo do império
romano, nasceu por volta do ano 480, em Roma. Ele viveu o fim do império romano,
no reinado dos ostrogodos, ocupando cargos magisteriais, sendo o responsável por
dar e manter a cultura e filosofia greco-romana. Diante da invasão dos bárbaros,
Boécio viu como solução primeira a educação, para depois mudar a política
(REALE; ANTISERI, 2017).
Tem ascendência de uma família importante: os Anícios, consequentemente
pertencendo à nobreza. Seu pai era o senador Flávio Mânlio Boécio. Foi educado
por Símaco, um amigo da família e seu sogro, a quem ele admirava profundamente
ao longo de sua vida. Boécio possuía um vasto conhecimento cultural, sendo fluente
nas línguas grega e latina. Ele dedicou-se ao estudo e à tradução de importantes
obras de Platão e Aristóteles do grego para o latim. Foi filósofo, poeta, escritor,
estadista e teólogo romano (SCHEINEIDER; FLACH, 2019).
Na época em que Teodorico o Grande reinava, ingressou na vida política
assumindo cargos importantes na Itália. Em 510, recebeu o título de cônsul e
tornou-se membro do senado. Segundo relatos, desfrutou de dias plenos e felizes,
confiando na aprovação do rei e sendo bem-visto por figuras proeminentes daquela
época, como o escritor Cassidoro e o gramático Priscinano. Em 522, foi acusado de
traição. A acusação incluía a tentativa de restauração da república com o apoio de
Justino I, imperador bizantino e cristão ortodoxo. Ele também foi acusado de
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2. Concepção filosófica
Para Boécio a filosofia é comportada em: especulativa (teorética), prática e
lógica. Dentro da filosofia especulativa temos três tipos de seres investigados: os
intelectíveis que são seres incorpóreos, isto é, puramente espirituais, como: Deus,
os anjos e os homens. Os inteligíveis são os homens constituídos de corpo e alma.
E os naturais que são aqueles que possuem matéria mas não aspectos intelectíveis.
Já a filosofia prática é dividida em três aspectos: primeiro as práticas e normas a
serem seguidas no âmbito particular. Segundo são as virtudes dispostas no âmbito
civil, como: prudência, justiça, fortaleza e temperança. Terceiro são as virtudes
necessárias para governar.
3. Cassiodoro
Cassiodoro nasceu no ano 490 na Sicília, que fica no sul da península itálica,
foi senador e funcionário do rei Teodorico, também foi amigo de Boécio. Vendo o
grande tradutor que foi Boécio, Cassiodoro foi responsável por introduzir a tradição
dos monges copistas nos mosteiros. Diante da barbárie dos ostrogodos, Cassiodoro
deu a ideia de copiar e guardar textos antigos para preservar a cultura
grego-romana. Em sua vida escreveu várias obras sendo duas de grande
importância: “De anima” que discursa sobre a existência da alma, esse tratado teve
grande influência de Santo Agostinho. E “Institutiones divinarum et saecularium
litterarum” que versa sobre a separação dos estudos de teologia.
4. Pessoa em Boécio
Severino fala propriamente sobre “pessoa” por conta da heresia de Êutiques
e Nestório nos Concílios de Éfeso (431) e de Calcedônia em (451). Êutiques e
Nestório foram dois bispos orientais que produziram, respectivamente, as heresias
do monofisismo e do nestorianismo. A primeira, defendida por Êutiques, afirma que
Cristo possuiria apenas uma natureza e uma pessoa, enquanto a segunda confessa
que ele seria formado por duas naturezas e duas pessoas. Portanto, Boécio para
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5. O bem e o mal
O problema do mal em Boécio é bem solucionado por Maurício Medeiros
Vieira em sua pesquisa de doutorado: Boécio, em diálogo com a “Filosofia”, explora
temas como a verdadeira felicidade, a existência do mal, a providência divina e o
livre-arbítrio. Ele argumenta que Deus, o Sumo Bem, é a verdadeira felicidade e que
o mal não existe no sentido ontológico, mas apenas no âmbito moral devido ao
livre-arbítrio. Boécio também discute a questão da impunidade dos maus e do
sofrimento dos bons, sugerindo que essa é uma visão limitada que não compreende
a totalidade do saber divino. Para entender os argumentos de Boécio, sugere-se a
necessidade de considerar as obras de Agostinho e Platão, que influenciaram
diretamente seu pensamento. Agostinho também negou a existência ontológica do
mal, enquanto Platão argumentou que cometer uma injustiça é pior do que sofrer
uma. Conclui destacando a importância desses autores para a resposta final de
Boécio: a negação do mal ontológico, a garantia de que os bons não estão à mercê
da fortuna e a afirmação de que a providência divina é justa e pune os maus
(VIEIRA, 2020).
6. A consolação da Filosofia
Preso em Pávia, Boécio escreve a “Consolação da Filosofia”. No início do
livro ele transcreve que se vê velho e abatido pela idade. Mais adiante diz que
sonhou com uma mulher de beleza admirável, que é a própria filosofia, que o
consola por meio da lembrança da verdadeira finalidade do universo, que é o sumo
bem (Boécio, 1998).
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Referências
Boécio. A Consolação da Filosofia. Trad. do latim por Willian Li. São Paulo:
Martins Fontes, 1998.