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Universida

de Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema

Curso: Licenciatura em Administração Pública.

Disciplina: Sociologia
Ano de frequência: 1º Ano
Turma: C e D

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Índice
1. Introdução............................................................................................................................1

1.1. Contextualização..........................................................................................................1

1.2. Objectivos.....................................................................................................................2

1.2.1. Geral......................................................................................................................2

1.2.2. Específicos............................................................................................................2

1.3. Metodologia.................................................................................................................2

2. Revisão bibliográfica...........................................................................................................3

2.1. Conceitos da Globalização...........................................................................................3

2.1.1. Globalização econômica.......................................................................................4

2.1.2. Globalização social...............................................................................................5

2.2. Desigualdade social......................................................................................................5

2.3. Impacto da globalização nas desigualdades sociais.....................................................6

3. Considerações finais............................................................................................................8

4. Bibliografia..........................................................................................................................9

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1. Introdução
1.1. Contextualização

A globalização segundo Santos (2011), considera como um processo económico, político e


cultural que incuba diversos personagens e tem um impacto no âmbito da vida dos homens e
mulheres contemporâneos. Ora vejamos que pode ser uma ideia de um processo que promove
a integração de diferentes comunidades, seja ela a globalização pois tem contribuído para o
progresso dos países por meio da realização de viagens, do comércio, da migração, da difusão
de influências culturais, da disseminação do conhecimento e do saber científico e tecnológico,
na livre circulação de capital entre outos.

De acordo com Andrade (2016), a Globalização é resultado de uma revolução passada que
que esteve vinculada na melhoria do desenvolvimento mundial, pois devido ao seu maior
interesse, gerou par o mundo novos problemas sociais. Trazendo um modelo capaz de
desencadear resultados de caracter negativos á uma parcela da população mundial, uma das
principais consequências desse processo são as desigualdades entre países, existindo uma
grande disparidade econômica, tecnológica e social entre os países.

O modelo vigente de globalização encontra suporte nos grandes investimentos do capital que
proporcionam o avanço da tecnologia, mas que acentuam cada vez mais as diferenças entre
países se refletindo de forma direta no alcance a esse contexto por parte de diversas
populações.

A grande questão que se coloca em discussão é se a globalização contribui para um aumento


da desigualdade entre e dentro dos países ou se ela age de forma benéfica tornando lugares e
pessoas menos desiguais, no entanto, a desigualdade assim como a globalização, é um
conceito plural e pode ser observada em diversos sentidos a depender do que se queira tratar
(Barros et al., 2006).

O objetivo dessa proposta de trabalho é descrever o impacto que a globalização cria nas
desigualdades sociais. Para tanto, foi necessário explicar todos sentidos que a globalização
cria, tendo como ponto de partida para as discussões empreendidas a compreensão de
conceitos como cultura, desigualdades sociais e econômicas.

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1.2. Objectivos
1.2.1. Geral
 Descrever o impacto que a globalização cria nas desigualdades sociais
1.2.2. Específicos
 Explicar a globalização e seus contornos económicos e sociais;
 Debruçar os conceitos da desigualdade social;
 Abordar sobre o impacto que a globalização tem sobre as
desigualdades sociais.
1.3. Metodologia

No sentido de alcançar os objectivos descritos, foi necessário o uso de procedimentos técnicos


(bibliográfica e documental) para que sejam desenvolvidas as atividades de pesquisa, no
entanto, foram revisados os materiais do módulo da disciplina, obras e artigos já publicados,
no intuito de se compreender conceitos e temas fundamentais para a proposta de investigação.

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2. Revisão bibliográfica
2.1. Conceitos da Globalização

Segundo Campos e Canavezes (2007), a globalização entende-se como um conjunto de


transformações econômicas, políticas, sociais e culturais a nível territorial, nas quais estão
associadas, as inovações tecnológicas. Entretanto, os intelectuais utilizavam o termo para
referirem-se a um processo de modernização que implicava uma crescente integração
mundial.

Utilizando a logica, pode-se entender que a globalização é o resultado do desenvolvimento do


capitalismo a uma escala mundial e também a continuidade de uma lógica civilizacional
designada pela modernidade.

A globalização também é entendida como um campo vasto e intenso de conflitos entre os


grupos sociais. Estado e interesses em hegemonia de um lado, e, de outro, grupos sociais e
interesses subalternos. Seu conceito possui um componente descritivo e um prescritivo.
Santos (2011) salienta que falar de globalização, pode-se ter a ideia de não se tratar de um
fenômeno linear, assim como também um processo consensual.

A abstração de que a globalização é um fenômeno linear, monolítico e inequívoco pode ser


falsa, mas é a que prevalece hoje e o que mais se extravasa no discurso científico para o
político e para a linguagem comum na contemporaneidade. A globalização desenvolve-se e
modifica-se em uma mesa de debate sobre aspectos sociais e políticos. No entanto, defende-se
a globalização como uma grande vitória da racionalidade, da inovação e da liberdade, bem
como sinônimo de desenvolvimento contínuo. Porém, afirma-se que é algo a ser abominado,
pelo facto de promover e agravar a desigualdade social, de maneira que um número elevado
de pessoas sobreviventes numa situação de extrema pobreza, são marginalizadas e
socialmente/economicamente excluídas, enquanto uma pequena parcela de privilegiados têm
acesso ao progresso e a fartura.

Segundo Boaventura Santos (2011) relata que a globalização possui três contradições:

i. Globalização e localização;

ii. Estado-nação e o não-Estado transnacional;

iii. Natureza política e ideológica.


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A primeira, esta ligada entre a globalização e a localização, portanto, certas relações sociais
frequentemente mais descontextualizadas colaboram para a aquisição de novos direitos às
alternativas fronteiriças. Assim sendo, novas identidades regionais, nacionais e locais
surgirão, ao redor da nova projeção de direito às raízes.

Conforme Santos (2011), a segunda contradição é estabelecida entre o Estado nação e o não-
Estado transnacional, onde de certa forma, o Estado pode se constituir como o ator político
principal para regular e organizar a sociedade.

Na terceira contradição, enquanto uns enxergam na globalização uma potência invencível do


capitalismo, outros percebem uma nova oportunidade de se aumentar a cooperação
transnacional. Santos (2011) diz também ser inapropriada a utilização do léxico globalização
no singular, pois existem diversas globalizações que foram originadas através de diversos
apêndices de relações sociais.

As características da globalização, estão ligadas as múltiplas facetas da globalização. Nesta


seção, objetiva-se discuti-las e compreender as interferências da globalização na desigualdade
social.

Assim, a fim de compreender os resultados desiguais entre os países e o resultado no interior


dos mesmos focar-se-á nas seguintes perspectivas:

a. Econômica;
b. Política;
c. Social
2.1.1. Globalização econômica

De acordo com Santos (2006), a globalização econômica será discutida neste item mediante a
sua relação com o Consenso de Washington associada ao sistema econômico capitalista e ao
consenso neoliberal, como também é denominado o Consenso de Washington.

Segundo Ianni (1998), afirma que no período de ascensão da globalização, a ideologia


neoliberal se sobressai em âmbito mundial, de modo que suas práticas e ideais estão presentes
em todos os países. Ressalta-se, no entanto, que nesse cenário, o neoliberalismo não se
desenvolveu de forma semelhante por todo o planeta, uma vez que seus princípios tendem a
enfrentar as particularidades de cada pátria, tais como cultura, nacionalidade, ordenamento e
orientação econômica, política e social.

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Olhando para a globalização da economia, o poder sobre o capital, parte da juntura entre os
centros mais influentes do planeta, composto por corporações transnacionais, o Fundo
Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial, a Organização Mundial do Comércio
(OMC) e os Estados-nação mais preeminentes (Duriguetto, 2011).

As tais estruturas, são por meio da concessão de diversos recursos, como financeiros e
técnicos. Movimentam tecnologias, quadro de pessoal e instrumentos, a fim de subsidiar
tomadas de decisões capazes de influenciar as economias das nações (Castells, 2010).

2.1.2. Globalização social

As discussões ligadas a globalização social e cultural giram em torno de duas óticas:

a. A globalização estimula uma tendência de uniformização da cultura em termos


mundiais;
b. Ela provoca a diversidade cultural.

Também giram em torno do grande desenvolvimento tecnológico, principalmente no que se


refere ao campo de comunicação e informática, que possibilitam troca de informações quase
em tempo real, independente da distância entre um território e outro (Canavazes, 2007).

Transmitindo desta, ideias de um processo que promove a integração de diferentes


comunidades e países, a globalização tem contribuído para o progresso do mundo por meio da
viagem, do comércio, da migração, da difusão de influências culturais e da disseminação do
conhecimento e do saber científico e tecnológico.

Devido as práticas sociais e culturais transnacionais estão relacionadas diretamente com as


trocas desiguais de identidades e culturas, sendo que em uma cultura globalizada tais práticas
tendem a ser impulsionadas por empresas.

Entretanto, o que se designa por globalização deveria ser designado por ocidentalização ou
americanização, uma vez que os valores e culturas que se globalizam são ocidentais (Santos,
2011).

2.2. Desigualdade social

Existem processos de diferenciação entre grupos sociais que produzem classes ou estratos, nas
quais as capacidades e oportunidades determinam a mobilidade social ascendente ou
descendente de um indivíduo salgado (2010).

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De acordo com Santos (2010), a desigualdade social denomina-se como uma condição de
acesso desproporcional aos recursos, materiais ou simbólicos, fruto das divisões sociais. No
entanto, na perspectiva de Kliksberg e Sen (2010), a desigualdade crucial é a falta de
liberdade, na forma de privações de capacidades.

Segundo Therborn (2001), o significado de desigualdade social deve ser entendido de modo
multidimensional, uma vez que assume diferentes formas sociais derivadas de maneiras
diferentes de produzir valores. Muitas teorias contribuem para um maior entendimento da
estrutura e das mudanças sociais de cada sociedade, revelando a importância do conceito de
desigualdade social para a compreensão dos processos histórico-sociais de cada país (Salgado,
2010).

Nos acontecimentos históricos e revolucionários do mundo, percebia-se o aumento


consequente e gradual da desigualdade social, contudo a informação era pouco difundida. A
desigualdade nunca deixou de comparecer, conforme Goulart (1999), ela é inerente aos seres
humanos, uma vez que é uma característica das relações humanas. A desigualdade social é o
processo pelo qual originam-se situações de diferenciação social, associadas principalmente
às questões econômicas e que tendem a redução da condição humana (Engels, 2000).

De acordo com Salgado (2010), a desigualdade torna-se social na medida em que considera
essa diferenciação como sendo um produto da interação entre sujeitos sociais, frente à
desigualdade de oportunidades que culminam em relações de poder.

2.3. Impacto da globalização nas desigualdades sociais

O Impacto da globalização sobre a desigualdade deve levar em conta a distribuição da


dotação entre os indivíduos de um país. Ora vejamos, se ocorre um choque de comércio em
um país cujo fator abundante seja a terra, aumentando os retornos da terra, há dois efeitos
possíveis:

i. Se a propriedade da terra está concentrada em um pequeno número de poderosos,


certamente o choque promoverá um aumento da desigualdade;
ii. Se os proprietários das terras são exclusivamente os pobres camponeses, um choque
desse gênero poderia resultar em um aumento da igualdade.

Deste modo, a teoria do comércio internacional relaciona a globalização mais intimamente


com os preços dos fatores do que com a desigualdade em si. Portanto, para o autor, as

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relações entre globalização e distribuição de renda dentro dos países são ambíguas e só podem
ser constatadas empiricamente. Ademais, os resultados vão variar dependendo do país a ser
considerado, da dimensão da globalização estudada, do indicador de abertura utilizado e da
distribuição da dotação.

Com a liberalização comercial, os países em desenvolvimento podem incorporar novas


atividades intensivas em habilidade, aumentando a demanda relativa por trabalho qualificado.
Além disso, a demanda por trabalho qualificado pode aumentar com os fluxos de capitais para
os países em desenvolvimento e, se esta é complementar ao capital, aumenta a desigualdade
salarial (O’rourke, 2001).

A globalização produz efeitos positivos e negativos na sociedade, nas organizações e entre


países que nas suas relações passam por diversas alterações. De acordo com Bacchetta, (2011)
foram levantadas preocupações quanto a certos efeitos da globalização sobre o emprego e os
salários. As evidências recentes, indicam que, na maioria dos países, a maioria dos inquiridos
considera que a globalização oferece oportunidades de crescimento econômico, mas aumenta
as desigualdades sociais.

De acordo com Faustino e Vali (2011), analisaram a relação entre globalização econômica e
desigualdade de renda para os países da OCDE, entre 1995 e 2007. Em linhas gerais,
concluíram que a abertura comercial está negativamente relacionada com a desigualdade de
renda, ou seja, quanto maior é a abertura comercial menor é a desigualdade.

A globalização teve um impacto significativo e duradouro nas sociedades modernas ao longo


das últimas duas décadas; consequentemente, a pesquisa sobre globalização desempenha hoje
um papel essencial no discurso das ciências sociais e econômicas. É importante notar, apesar
disso, que a maior parte deste estudo se concentrou, até o momento, em documentar e analisar
as consequências do processo de globalização sobre os agregados nacionais com o auxílio de
dados de grande extenso (Salgado, 2010).

Através das pesquisas feitas por Jorge. (2010), é razoável supor que houve uma influência
igualmente fundamental no micro nível, particularmente no desenvolvimento dos cursos de
vida individuais nas sociedades modernas. Um aspecto que é particularmente obscuro é como
os padrões de desigualdade social nas sociedades modernas estão mudando como resultado da
globalização. Embora não haja como negar que isso contribuiu significativamente para a

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compreensão da globalização, também é razoável supor que houve uma influência igualmente
fundamental no nível micro.

3. Considerações finais

Através das análises feitas, observou-se que a globalização cria efeitos que devem ser levados
em consideração, como o número de oportunidades econômicas, liberdades políticas e
poderes sociais desfrutados pelos indivíduos. No entanto, a existência de desigualdades inclui
disparidades no aumento da renda e também assimetrias brutas no poder e nas oportunidades
políticas, sociais e econômicas. Segundo o Kliksberg e Sen (2010) comprova que a
desigualdade crucial é designada como a falta de liberdade, na forma de privações de
capacidades.

Os factos dos benefícios da globalização apresentam uma distribuição que depende de


diversas ações, sejam de uma variedade de arranjos institucionais, inclusive os comércios
justo, iniciativas médicas, intercâmbios educacionais e culturais para a disseminação
tecnológica, restrições ecológicas e ambientais e juntamente do tratamento equitativo de
dívidas acumuladas nos países em processo de desenvolvimento de diversas ações que no
passado contraídas.

Olhando para a óptica econômica, política e social, indaga a existência de conflitos de classes,
graus de desigualdades de trocas e constante apropriação ou valoração de recursos
econômicos em detrimento dos demais. No que diz respeito a perscrutar a responsabilidade da
globalização em um cenário que inclui enormes disparidades, ora vejamos, este é um fato
questionável e que varia conforme o critério que se utiliza, porém, a globalização não reduz a
desigualdade em velocidade suficiente, independente dos critérios que se utilize.

De salientar que este trabalho possui suas limitações, tratando-se de um breve ensaio teórico.
Sugere-se que sejam feitas mais pesquisas de campo que poderão mensurar os impactos da
globalização na desigualdade social de um dado território, localidade, município, estado ou
país de forma mais aprofundada sob os enfoques mensurados nesta pesquisa.

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4. Bibliografia
i. Andrade. (2016). Manuel Corrêa: Globalização e Identidade Nacional. Recife:
1° Ed. Bagaço, Atualizada.
ii. Barros, r. P.; Foguel, M. N.; Ulyssea, G. (2006). Desigualdade de renda no
Brasil: Uma análise da queda recente. Brasília: IPEA, v. 2, 446 p.
iii. Goulart, J. (1999). Desigualdade Social, Estado e Cidadania. Impulso, n.25.
Campinas.
iv. Kliksberg, Bernardo; SEN, Amartya. (2010). As pessoas em primeiro lugar: a
ética do desenvolvimento e os problemas do mundo globalizado. São Paulo:
Companhia das Letras.
v. O’rourke, K. H. (2001). Globalization and Inequality: Historical Trends.
vi. Salgado, Jorge. (2010). Las desigualdades desde una perspectiva de
complejidad: hacia un epistemología teórico-normativa del conflicto social.
Revista de Paz y
Conflictos, Madrid, n. 2, p.44-58.
vii. Santos, Boaventura de Sousa. Os processos da globalização. (2011). A
globalização e as ciências sociais. 4 Ed. São Paulo: Cortez, p. 25-102.
viii. Santos, Milton. (2000). Por uma outra globalização. São Paulo: Record.

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