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Missiologia Fundamental – Rev.

Carlos Del Pino

Aluno: Ricardo Augusto Narciso Gonçalves dos Santos

Missão Transformadora capítulos 10 e 11 – David J. Bosch

Nestes capítulos, Bosch apresenta alguns os paradigmas históricos, fazendo uma


abordagem da missão no tapete do iluminismo. Ele destacou algumas características do
iluminismo, como por exemplo a superioridade da razão, o otimismo em relação ao
progresso mundial, e também abordou sobre as diferenças entre fato e valor e a
emancipação do indivíduo. Concordo com o argumento do autor quando ele diz que as
missões protestantes não conseguiram escapar da influência de sua época. Ainda
percebemos isso hoje, inclusive quando foi discutido na primeira aula sobre a janela
10/40 percebemos a influência que esta percepção trouxe para o contexto missionário
mundial. O autor destaca que havia uma ênfase no indivíduo. Pois, o evangelismo se
concentrou em fazer com que as pessoas aceitassem Jesus. Inúmeras sociedades
missionárias foram criadas no final dos séculos XVIII e XIX, com o intuito de dar ênfase
no indivíduo, e não mais na igreja ou denominação. Bosch observou que o século 20
houve um vigoroso ressurgimento das chamadas religiões mundiais: islamismo,
budismo e hinduísmo. O mesmo pode ser dito do cristianismo, e boa parte disso ocorreu
precisamente em comunidades onde o iluminismo reinava há séculos. Destacou o
surgimento de uma nova e robusta versão do cristianismo no século XX, o movimento
pentecostal, que desde então prosperou e tomou-se o maior grupo protestante, superando
as comunidades luterana, reformada e anglicana.

Concordo com a crítica que o autor faz sobre a superficialidade do cristianismo


na América Latina. A Igreja católica com a Cia de Jesus impôs o cristianismo a ferro e
fogo aos povos originários encontrados aqui. Durante muitos anos até a década de 70 do
século XX, muitos católicos respondiam sensos estatísticos se declarando cristãos,
porém sem qualquer tipo de comprometimento com Jesus e a sua obra. Percebemos isso
também no protestantismo brasileiro que a cada dia apresenta novas aberrações neste
teatro de horror do evangelicalismo brasileiro.

Achei muito interessante quando o autor diz que está ocorrendo um fenômeno
onde muitos indivíduos começam a apresentar uma incapacidade de lidar com as
pressões da sociedade, resultando então numa fuga para a religião ou pseudoreligião,
onde agora utilizam a religião como um abrigo para protegê-los de uma sociedade que
parece estar desmoronando. O exemplo que o senhor usou hoje em sala de aula dos
irmãos holandeses pinta com cores fortes e vibrantes a realidade de muitos cristãos em
todo o mundo. No Brasil vejo muitas pessoas sendo exploradas ou privadas nestas
pseudoreligiões. Vejo muitos pseudocrentes. Falam como crentes, se vestem como
crentes, mas ainda não conhecem o verdadeiro evangelho. Bosch continua a sua
abordagem destacando a necessidade de uma missiologia relevante.

Bosch também menciona sobre a ideia da superioridade do mundo ocidental e


das civilizações cristãs sobre as demais, como um fator preponderante na missão, e com
isso culminando na caminhada unida entre missão e colonização. O otimismo quanto ao
progresso e conquista da civilização cristã sobre o mundo todo foi grande durante boa
parte deste período. O evangelho social tenta promover melhorias nas sociedades do
mundo. No entanto, esta abordagem perde todo o seu significado e aplicabilidade
quando utilizada em um país de primeiro mundo ou com pessoas de nível intelectual
elevado. Talvez por este motivo a Europa está em decadência, por que as pessoas se
cansaram desta teologia de libertação social. O autor destaca também o outro lado da
moeda, o surgimento de movimentos evangelicais que favorecem a separação entre fato
e valor, preocupando-se apenas com as almas dos indivíduos, e sem qualquer
compromisso de mudar a realidade social em que trabalhavam. Bosch discute a mudança
de paradigmas entre os missionários. Dizendo que no decorrer deste século, o
empreendimento missionário e a ideia missionária têm sofrido algumas modificações
profundas. Argumenta dizendo que estas se processaram, em parte, como resposta ao
reconhecimento de que a igreja não é apenas recipiente da misericordiosa graça de Deus,
mas, às vezes, também de sua ira, e continua dizendo que boas intenções não são
suficientes, que cada um de nós é, segundo a famosa formulação de Lutero, sempre
simuljustus et peccator (“simultaneamente justificado e pecador”). As propostas de
Bosch nos fazem pensar sobre a atuação da missão neste período pós moderno. Nos fez
analisar modelos adotados no passado e os desafios que nos cercam no presente. Ele
destaca a importância na missão integral, o compromisso das agências e missionários,
destacando aquilo que Deus pode realizar através da pessoa de Cristo.

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