@fonoarielcecon
Voz normal e classificação das disfonias
FONTE: VOZ - O livro do Especialista Vol. I
Desenvolvimento da laringe PG -> Proporção
Laringe surge na terceira semana de vida intra-
uterina -> tem origem a partir de um
prolongamento da faringe
Após o nascimento da criança seu trato vocal passa
por várias modificações além do seu crescimento,
havendo também alterações nas configurações
geométricas.
Recém-nascidos possuem uma laringe mais alta, inclusive se
abrirmos a boca de um bebê e pressionarmos a língua para
baixo, possivelmente veremos o adito da laringe.
No decorrer da primeira infância por volta dos 5 anos de idade
ocorre crescimento da orofaringe, reposicionamento da língua
na cavidade da boca e consequentemente o abaixamento da
laringe, amplificando assim as frequências vocais graves.
Cartilagens da laringe infantil -> são delicadas e possuem
ligamentos frouxos, os tecidos do epitélio são em mais números
e mais vascularizados.
Cartilagem tireo-hióidea infantil: não é possível apalpação,
forma é arredondada com ângulo de 110° no sexo masculino e
120° no sexo feminino.
A partir da adolescência que esse ângulo mudará
Homens -> 90°
Mulheres -> 110°
Cartilagem cricóidea: aos poucos vai tomando formato:
Oval -> homens
Circuclar -> mulheres
Cartilagens aritenóideas: maiores em crianças do que em
adultos
Pregas vocais infantis: diferencia do comprimento e fisiologia
em relação a do adulto, tendo um ligamento vocal imaturo
(diferenciação das camadas intermediária e profunda da lâmina
própria).
OBS.: para aprender a matéria contida nesse resumo você tem que
ter o conhecimento sobre anatomia da laringe. Tenho um resumo
disponível sobre anatomia da laringe, entre em contato comigo.
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glótica é a dimensão ântero-
posterior da glote, ou seja, dimensão entre as
regiões fonatórias e respiratórias da laringe.
Valor da proporção glótica
crianças = 1
mulheres adultas = 1
homens adultos = 1,3
Desenvolvimento da voz
É importante entendermos que o desenvolvimento da voz acompanha e
compõe o desenvolvimento do indivíduo em vários aspectos, como no
fisiológico, psicológico e social. Temos a divisão de seis fases da
evolução vocal segundo Schrager (1966):
1. NEONATAL: do nascimento aos 40 dias de idade
a. frequências altas
b. ataque vocal brusco (ataque vocal = início da
fala/som/choro)
c. fortes intensidades
d. modulações reduzidas
2. PRIMEIRA INFÂNCIA: do primeiro mês de vida até os seis anos
a. redução do ataque vocal brusco
b. modulação vocal mais evidente (relacionado com a ação
hormonal)
3. SEGUNDA INFÂNCIA: dos seis anos a puberdade
a. variações vocais
4. PUBERDADE:
a. características vocais de diferenciação sexual
b. muda vocal por volta dos 13-14 anos de idade
c. voz do menino = rouca, diplofônica, áspera e soprosa
d. voz da menina = frequência fundamental não se modifica
5. ESTABILIZAÇÃO: do jovem ao adulto
a. voz estável e apresenta caraterísticas próprias de cada
sexo
6. SENESCÊNCIA: período da menopausa e do envelhecimento
a. senilidade vocal é mais precoce -> mulher
b. nessa fase ocorre perda de potência, diminuição dos
harmônicos e diminuição da extensão vocal.
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Voz normal e classificação das disfonias
FONTE: VOZ - O livro do Especialista Vol. I
Voz na adolescência
É importante ter em mente que até a puberdade a laringe do menino e
da menina são bem semelhantes, inclusive é difícil diferenciar a
emissão sustentada de ambos os sexos.
Muda vocal nos homens -> dos 13 aos 15 anos;
Muda vocal nas mulheres -> 12 aos 14 anos;
Em regiões quentes esse evento pode ser antecipado em até dois anos
de vida, em contrapartida nas regiões frias esse evento pode se
atrasar em mais de um ano.

Há um crescimento da laringe acompanhado de um crescimento

Voz do bebê corporal na adolescência, porém é mais acentuado nos rapazes. Por
exemplo, as pregas vocais dos meninos pode se alongar em até 1cm,
O choro é o evento mais esperado assim que o bebê nasce. Pois bem, já nas meninas não passa de 4 mm. Geralmente acontece com a voz
mas você sabe para que serve o choro? ele serve para desobstrução ficando levemente rouca e instável, indo para um som mais grave,
das vias aéreas, fazendo com que o bebê tenha um novo padrão assim com os passar dos dias os sons graves ficam mais estáveis.
respiratório. Paralelamente, a laringe precisa demonstrar que é
eficiente para executar funções respiratórias. O crescimento da laringe juntamente com as ações hormonais
transformam a laringe infantil em laringe adulta, inclusive é
O trato vocal infantil não é uma ferramenta sonora ideal, mas sua importante mencionar que a maior alteração que se observa na
manifestação é de extrema importância pois indica o emocional do laringe é o aumento do diâmetro ântero-posterior.
bebê. Inclusive algumas mães desenvolvem a capacidade de
interpretar as emissões do bebê, como por exemplo, choro como sinal
de fome, de cólica, de sono. Um estudo feito por Wasz-Hokert, Lind
Vuorenkoski, Partanem & Vallane identifica quatro sinais vocais
característicos:
SINAL DO NASCIMENTO:
duração média de um segundo
em torno de 440Hz
tenso ou estridente
contém sons plosivos devido a expulsão do líquido
amniótico
SINAL DE DOR:
longa duração
som agudo
530 Hz Muda vocal -> acontece por volta 9 aos 15 de idade
estridente e com queda de frequência crescimento constante da laringe, das cavidades de
forte fechamento das pregas vocais e vestibulares resssonância, da traquéia e dos pulmões;
SOM DE FOME: pescoço se alonga, laringe desce, tórax se alarga e a capacidade
pequenas unidas vocais vital aumenta.
frequência fundamental varia devido a esses aspectos anatomofuncionais as disfonias
passando de grave a agudo rapidamente acontecem mais em rapazes =>
SINAL DE PRAZER: em contrapartida, nas meninas acontece modificações
hipernasalidade mais discretas e menos abruptas, inclusive pode ocorrer
relaxamento do trato vocal uma mudança de grau mais discreto, fazendo com que a
variedades de tons mulher fique com uma voz infantilizada na fase adulta.
tais alterações podem ser chamadas também de
PUBERFONIA
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Voz normal e classificação das disfonias
FONTE: VOZ - O livro do Especialista Vol. I
Voz na Idade Adulta
Nessa fase consideramos a voz adulta após o término da muda
vocal.Sabemos que a voz adulta apresenta diferentes características
de acordo com o sexo. Frequência fundamental média:
homens adultos -> 113Hz
mulheres adultas -> 204 Hz
crianças -> 235,8 Hz
É importante ressaltar que quando a mulher envelhece a
frequência cai para aproximadamente 191 Hz, e em relação ao
homem aumenta no entorno de 154 Hz.
Fonte: Behlau, Tosi & Pontes, 1985 (médias de frequência de
pessoas brasileiras)
As melhores medidas vocais ocorrem entre os 18 e 19 anos de idade.
Inclusive, infelizmente, nas mulheres a menopausa pode causar
modificação vocal discreta ou até acentuada, pois nesse momento da
vida se tem redução dos níveis de progesterona, baixos níveis
estrógeno e de andrógenos.
Voz na senescência
No envelhecimento encontramos alterações em diversos sistemas do
corpo, logo abaixo estão as modificações mais frequentes:
velocidade, resistência, estabilidade, força, coordenação,
capacidades respiratórias, batimentos cardíacos, condução
nervoso.
Consequentemente, o envelhecimento na voz ocorre de maneira
paralela com outras funções do corpo. É considerado maior eficiência
vocal dos 24 aos 45 anos.
PRESBIFONIA -> ENVELHECIMENTO VOCAL
o grau de deteriorização vocal depende de cada indivíduo, da
sua saúde física, psicológica, sua história de vida, seu contexto
racial, social, ambiental e hereditário.
Caso o paciente seja idoso e tenha uma disfonia, não
necessariamente devemos rotular como presbifonia. Segundo
Morrison & Rammage (1944) devemos considerar algumas situações
para diagnosticar o paciente:
alterações vocais fisiológicas;
uso vocal inadequado;
questões emocionais;
doenças neurológicas periféricas ou centrais;
doenças miscelâneas.
ABAIXO ESTÃO DOIS TIPOS DE ALTERAÇÕES ANATÔMICAS DA
LARINGE DE ENVELHECIMENTO (Carnevalle-Ricce (1937) e Bach,
Lederer & Dinolt (1941):
1. Calcificação e ossificação das cartilagens laríngeas -> por
volta dos 65 anos, quase sem mobilidade.
a. cartilagem pode apresentar ossificação completa
b. cartilagens aritenóideas apex cartilaginoso e o restante
ossificado
2. Atrofia dos músculos laríngeos intrínsecos -> menor eficiência
biomecânica do sistema.
Em relação a fonação, as estruturas laríngeas sofrem redução da
elasticidade dos tecidos e da força muscular.
ALTERAÇÕES VOCAIS DE SENILIDADE:
diminuição na capacidade respiratória;
redução do tempo máximo de fonação;
instabilidade vocal, incluindo emissão trêmula;
redução da velocidade de fala;
redução da intensidade das vogais;
entre outras alterações.
Anote os pontos mais importantes
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Voz normal e classificação das disfonias
FONTE: VOZ - O livro do Especialista Vol. I
Conceito de voz normal e disfonia
É importante termos em mente que a voz depende fundamentalmente
de uma complexa atividade de todos os músculos que estão contidos
em sua produção, além da integridade das estruturas do aparelho
fonador. Consideramos então que a voz seja uma manifestação com
base psicológica mas com um processamento muscular conjunto.
EUFONIA => quando temos harmonia muscular e o som é
produzido com boa qualidade e sem dificuldade/desconforto
para o ouvinte.
DISFONIA => quando não há mínima harmonia muscular e há
um desconforto no som emitido.
NORMALIDADE VOCAL -> diferentes teorias do conceito de voz
normal
Johnson, Brown, Curtis, Edney & Keaster (1965):
1. A qualidade vocal precisa ser agradável;
2. A frequência deve ser adequada ao sexo e à idade do falante;
3. Intensidade apropriada
4. Flexibilidade adequada -> variações quanto a frequência e
intensidade vocal
VOZ ADAPTADA: através desse termo temos que entender que a voz
deve ser produzida pelo falante, de modo adaptado, sem esforço e de
maneira confortável, sendo identificado com o sexo e a faixa etária
que pertence. Logo, uma voz é considerada adaptada após avaliarem
a percepção do ouvinte e do falante.
Sendo assim, o termo 'voz adaptada' é utilizado em situações
nas quais a produção vocal é de qualidade aceitável
socialmente, tem uma boa inteligibilidade, permite seu
desenvolvimento profissional, apresentando frequência,
intensidade e modulação apropriadas.
DISFONIA: uma disfonia representa toda e qualquer dificuldade ou
alteração na emissão vocal que impede a produção natural da voz
(Behlau & Pontes, 1995). Alterações que podem levar à disfonia:
desvios na qualidade vocal
esforço na emissão
fadiga vocal
perda de potência vocal
variações na frequência fundamental
falta de volume e projeção
perda de eficiência vocal
baixa resistência vocal
sensações desagradáveis à emissão

Aronson (1990):
1. A voz oferece ao ouvinte inteligibilidade de fala?
2. Suas propriedades acústicas são aceitáveis?
3. A voz preenche demandas profissionais e sociais do falante?

Greene & Mathieson (1989):

voz normal é aquela que constitui um som comum, agradável ao
ouvinte, modulada e clara.

A partir de tais pensamentos, podemos perceber que o conceito de

voz normal é bem discutido, pois varia de estudioso para estudioso. A
voz sempre será marcada por aspectos biológicos, psicológicos e
socioeducacionais do falante.

VOZ NORMAL ----> VOZ ADAPTADA

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Voz normal e classificação das disfonias
FONTE: VOZ - O livro do Especialista Vol. I
Classificação das disfonias
Há diversas classificações de disfonias, baseadas na duração do
sintoma, dicotomia funcional e orgânica, avaliação clínica, uso vocal
hipofuncional e hiperfuncional e classificação etiológica das
desordens vocais.
No entanto, nesse estudo vamos estudar a classificação de Behlau &
Pontes (1990 e 1995):
DISFONIAS FUNCIONAIS
São desordens no comportamento vocal e são classificadas em:
disfonias funcionais primárias -> uso incorreto da voz
disfonias funcionais secundárias -> inadaptações vocais
disfonias funcionais por alterações psicogênicas
Disfonias funcionais primárias:
uso incorreto da voz pela falta de conhecimento vocal;
é importante:
inspirar antes de falar;
articular corretamente e com boca aberta;
não competir com ruído de fundo;
usar roupas confortáveis
obs.: é essencial o paciente ter essas orientações básicas.
PRINCIPAIS DESVIOS NO USO CORRETO DA VOZ:
1. Nível respiratório: inspiração insuficiente ou
emissão após a expiração.
2. Nível glótico: compressão glótica excessiva ou
insuficiente;
3. Nível de ressonância: uso excessivo de uma caixa
de ressonâcia, como laringe ou cavidade nasal.
O uso incorreto da voz acontece quando o paciente altera os ajustes
laríngeos e supralaríngeos naturais de sua emissão, procurando
aproximar sua voz de um modelo que gostaria de ter ou que pensa ser
melhor. Ex.: artistas famosos.
Disfonias funcionais secundárias:
inadaptações vocais devido a respiração, fonação,
ressonâcia ou integração de dois sistemas ou mais.
temos uma classificação dentro das disfonias funcionais
secundárias:
inadaptações anatômicas -> consiste em:
assimetrias laríngeas
fusão laríngea posterior incompleta
desvios na proporção glótica
alterações estruturais das pregas vocais
inadaptações funcionais:
incoordenação pneumofônica ou deglutitória
Disfonia psicogênica: é uma disfonia caraterizada pela influência
emocional sob a voz. São classificadas em disfonias psicogênicas
com formas clínicas definidas e disfonia da muda vocal:
DISFONIAS ORGANOFUNCIONAIS
Alterações vocais que acompanham lesões benignas, decorrentes de
comportamento vocal alterado ou inadequado. Geralmente é uma
disfonia diagnosticada TARDE. Nessa situação o objetivo inicial do
fonoaudiólogo é propiciar a reabsorção da lesão, corrigindo o desvio
funcional.
Há fatores que devem ser observados nesse tipo de lesão:
lesão na região anterior têm mais probabilidade de evolução
com fonoterapia do que lesão na região posterior da laringe;
presença de assimetria laríngea;
uniformidade da prega vocal;
impacto na prega vocal contralateral;
fatores causais;
demandas vocais do paciente;
fatores como personalidade do paciente, motivação,
constância e dedicação ao trabalho proposto.
SÃO CONSIDERADAS LESÕES ORGANOFUNCIONAIS:
PÓLIPOS
NÓDULOS
EDEMA DE REINKE
ÚLCERA DE CONTATO
GRANULOMAS
LEUCOPLASIAS DE
PREGAS VOCAIS
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Voz normal e classificação das disfonias
FONTE: VOZ - O livro do Especialista Vol. I
DISFONIAS ORGÂNICAS
São disfonias que independem do uso da voz, são classificadas em:
Disfonias orgânicas por alterações com origem nos órgãos de
comunicação:
Congênitas: malformações laríngeas (diafragma laríngeo e
laringomalácia);
Traumática (arma de fogo por exemplo);
Inflamatórias não infecciosas e infecciosas;
Neoplasias: tumor benigno e maligno;
Problemas auditivos.
Disfonias orgânicas por doenças com origem em outros órgãos e
aparelhos do corpo:
Endocrinológicas (distúrbios relacionados a hiófise,
glândula tireóidea e sexuais);
Disfonias por síndrome;
Desordens neurológicas: parkinson, ELA;
Doenças renais.
Resumão: pontos importantes
O desenvolvimento vocal acompanha o crescimento no
indivíduo, tanto no aspecto físico quanto no psicológico;
Laringe alta -> recém nascido
Cartilagem cricóidea na altura da 7º vértebra cervical -> por
volta 5 anos de idade e fica até os 20 anos
descendo lentamente no decorrer da vida do indivíduo
Porção membranosa das PPVV do bebê dobram de tamanho no
primeiro ano de vida
Até o acontecimento da puberdade, as vozes são bem
semelhantes
muda vocal nos homens -> 13 ao 15 anos;
muda vocal nas mulheres -> 14 aos 14 anos;
Disfonia -> distúrbio da comunicação que impede a produção
natural da voz do indivíduo, sua causa pode ser por diversas
questões, pode ou não pode estar relacionado ao uso incorreto
da voz.
Anote o que você mais achou
importante
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