Ebook - Banda Sinfônica - AlexLopes

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Módulo: Banda Sinfônica

Prof. Me. Alex Lopes


O que é uma
Banda Sinfônica?
Qual a sua formação?
Qual o seu repertório?
Como regê-la?
VÍDEO: Mt Everest - Rossano Galante
Banda Sinfônica do Vale do Rio dos Sinos

2
Categorias de
Bandas no Brasil
Confederação Nacional de Bandas e Fanfarras
(Regulamento de 2015)

1. Banda de Percussão - Simples 7. Fanfarra com 1 pisto


2. Banda de Percussão - Marcial 8. Banda Marcial
3. Banda de Percussão - Melódica 9. Banda Musical de Marcha
4. Banda de Percussão - Sinfônica 10. Marching Bands
5. Fanfarra Simples Tradicional 11. Banda Musical de Concerto
6. Fanfarra Simples Marcial 12. Banda Sinfônica

3
01 Banda de Percussão 02 Banda de Percussão
Simples Marcial

Utiliza bumbos, linha Utiliza bumbos, linha


de surdos, prato a dois, de surdos, linha de
linha de caixas e tambores, linha de
outros instrumentos pratos, linha de cai-
de percussão sem xas, liras, e outros
altura definida; sendo instrumentos de per-
obrigatória a utilização cussão sem altura de-
de pelo menos 2 tipos finida; sendo obriga-
destes instrumentos tória a utilização de
distintos. pelo menos 3 tipos
destes instrumentos
distintos
Banda de Percussão:
Getulho Vargas/2009

4
03 Banda de Percussão 04 Banda de Percussão
Melódica Sinfônica
Instrumentos Ritmicos:
Bumbos, bumbos sinfônicos, linha de
Semelhante a Banda de Percussão
tambores, linha de pratos, linha de Melódica, com obrigatoriedade de
caixas e demais instrumentos de utilização de pelo menos 8 tipos dos
percussão sem altura definida. instrumentos distintos.

Instrumentos Melódicos:
Tímpanos, marimbas, campanas
tubulares, glockenspiel, família dos
vibrafones, família dos xilofones, liras,
podendo incluir escaletas, flautas
doces, pífaros e gaitas de fole

Obrigatória a utilização de pelo menos


Banda de
5 tipos destes instrumentos distin- Percussão Sinfônica:
tos. Branca da Mota
Fernandes/2018
5
05 Fanfarra Simples 06 Fanfarra Simples
Tradicional Marcial
Instrumentos de Percussão: Instrumentos de Percussão:
Bumbos, linha de surdos, linha de Todos os da Fanfarra Tradicional,
tambores, linha de pratos, linha de incluindo agora bumbos sinfô-
caixas, liras e outros instrumentos de nicos, tímpanos, marimbas, cam-
percussão sem altura definida; Sendo panas tubulares, glockenspiel,
obrigatória a utilização de pelo menos família dos vibrafones, família dos
3 tipos destes instrumentos distin- xilofones e liras; sendo brigatória a
tos. utilização de pelo menos 4 tipos
destes instrumentos distintos.
Instrumentos de Sopro:
Cornetas, trombones, bombardinos, Instrumentos de Sopro:
souzafones, trompas e cornetões, Todos os da Fanfarra Tradicional,
todos lisos, de qualquer tonalidade, sendo facultada a utilização de
sem utilização de recursos, como recursos como gatilhos; sendo
gatilho ou vara; sendo obrigatória a obrigatória a utilização de pelo
utilização de pelo menos 2 tipos menos 4 tipos destes instrumen-
destes instrumentos distintos. tos distintos.
6
07 Fanfarra Simples 08 Banda Marcial
com 1 pisto
Instrumentos de Percussão:
Instrumentos de Percussão: Igual ao da Fanfarra Simples Marcial.
Igual ao da Fanfarra Simples Marcial.
Instrumentos de Sopro:
Instrumentos de Sopro: Agora entram os metais, com a
Cornetas, cornetões, bombardinos, família dos trompetes, família dos
trombones, trompas, souzafones agu- trombones, família das tubas,
dos e graves, com uma válvula de saxhorn…, podendo incluir os sopros
qualquer tonalidade ou formato, e das fanfarras.
instrumentos de sopro das categorias
anteriores, sendo obrigatória a utiliza-
ção de pelo menos 4 tipos destes
instrumentos.

Banda Marcial de:


Tapiraí/2017
7
09 Banda Musical 10 Marching Bands
de Marcha
Possui a mesma instrumentação
das Bandas Musicais de Marcha,
Utiliza a mesma instrumen- contudo, no Brasil, popularizou-se o
tação das Bandas Marciais, nome do inglês “Marching Bands”
incluindo agora as madeiras: para indicar um grupo que adiciona
família das flautas transver- coreografias e danças durante a
sais, família dos clarinetes e apresentação, semelhante às ban-
família dos saxofones. Sendo das estudantis americanas.
obrigatória a utilização de
pelo menos 5 instrumentos
de famílias diferentes, poden-
do incluir os de palheta dupla.

Marchinh Band
University Interscholastc
League 8
11 Banda Musical 12 Banda Sinfônica
de Concerto
Possui a mesma instrumentação
de uma Banda Musical de Concerto,
Utiliza a mesma instrumentação acrescentando agora os contra-
das Bandas Musicais de Marcha, baixos acústicos e os violoncelos
incluindo agora as madeiras com (opcional); sendo necessário ter no
palhetas duplas, como oboé e mínimo 10 instrumentos de famí-
fagote; sendo necessário ter no lias diferentes, podendo utilizar
mínimo 8 instrumentos de famílias piano e harpa.
diferentes de sopros e 5 tipos de
instrumentos de percussão dife-
rentes.

VÍDEO:
Banda Sinfônica
Jovem / SP
Banda Sinfônica do
Estado de São Paulo 21/09/2014
9
REPERTÓRIO DE
BANDA SINFÔNICA
O repertório de uma Banda Sinfônica navega entre o erudito e o popular.
Contém dobrados e marchas típicas, músicas folclóricas e MPB, trilhas sonoras e
transcrições de obras clássicas, e, principalmente, peças sinfônicas escritas
especialmente para essa formação.

5 níveis/grades
diferentes
Artigo de Dario Sotelo
Guia Prático de Regente de Bandas
FUNARTE - Pgs. 36-50

10
Sugestão de Editoras:

SCOMEGNA Edizioni Musicali

Alfred Music Concert Band

Hal Leonard Concert Band

Arrangers' Publishing Company

11
A TRÍADE DA REGÊNCIA

➔ A OBRA
➔ O REGENTE
➔ O GRUPO

Princípios Gerais
12
A OBRA
1 Estudo e Preparação
ANÁLISE
13
Uma das tarefas mais importantes do maestro é o estudo da
obra. A partitura é o mapa da música e por esta razão se torna o
centro das aquisições da sonoridade ideal.

Todo o trabalho com a banda está apoiado nesse momento de


ANÁLISE. As demais atividades posteriores, como ensaios e
performance, são consequências diretas desse tempo dedicado
ao estudo da obra.

Com o tempo, cada maestro acaba desenvolvendo uma forma


própria de estudo. Contudo, de maneira didática, vou
apresentar um Processo Simples e Objetivo de Estudo de uma
Obra dividido em 4 ETAPAS:

14
ETAPA 01
ORIENTAÇÃO
DA OBRA
OBJETIVO: Obter uma visão geral da obra.

MÉTODO:
1. Conheça a obra:
a) Leia as informações impressas na capa e páginas introdutórias;
b) Pesquise sobre o autor/arranjador, o período, o estilo.
2. Examine a primeira página da partitura:
a) Orquestração / Instrumentos, vozes, ordem;
b) Claves e transposições;
c) Compasso, tonalidade, andamento.
3. Verifique pontos importantes em toda a partitura:
a) Sinais de repetição;
b) Termos e notações não familiares;
c) Alterações de compasso, tonalidade, andamento, orquestração.
15
ETAPA 02
LEITURA
DA OBRA
OBJETIVO: Obter uma imagem sonora da obra.

MÉTODO:
1. Faça primeiro algumas leituras intuitivas da obra:
a) Use um pulso lento para a leitura e não pare;
b) Dê asas a sua imaginação, percepção e intuição musical;
c) Não analise detalhes, nem tente memorizar a obra ainda.
2. Ouça algumas gravações da obra:
a) Busque boas referências (grupos, maestros);
b) Escute de olhos fechados (internalize).
3. Releia a partitura:
a) Esse é o momento de iniciar a memorização;
b) Repita várias vezes, com e sem gravação.

16
ETAPA 03
ANÁLISE
DA OBRA
OBJETIVO: Obter conhecimento detalhado da obra.

MÉTODO:
1. Analise o todo e as partes:
a) Identifique a forma;
b) Divida as seções;
c) Perceba os temas e períodos.
2. Analise cada componente da música:
a) Melodias (principais e contrapontísticas);
b) Harmonia (função, cadências, modulações)
c) Ritmo (andamentos, métricas, temas);
d) Orquestração e texturas;
e) Dinâmicas e termos expressivos;
f) Articulações e ornamentos.
17
ETAPA 04
INTERPRETAÇÃO
DA OBRA
OBJETIVO: Obter uma interpretação pessoal da obra.

MÉTODO:
1. A partir do conhecimento adquirido:
a) Defina questões de elementos objetivos que não estejam
explícitas nas partes, como articulações, andamentos, dinâmicas…
b) Defina questões de interpretação de elementos não
objetivos, como fraseado, timbres, texturas…
2. Refina sua imagem sonora interpretativa da música a medida em
que vai ouvindo-a em sua mente.
3. Agora já pode pensar nos gestos adequados para resolver, conduzir
e interpretar cada parte da obra.

18
VAMOS ANALISAR ALGUMAS OBRAS?

Star Wars: Arranjo_ROBERT LONGFIELD


Wiener Blut Waltz: Reestruturação_ALEX LOPES
Mt. Everest: De ROSSANO GALANTE
Canto Alegretense: Arranjo_ALEX LOPES

Bencanto Ouverture: De WILLY HAUTVAST


The Chronicles of Narnia: Arranjo_MICHAEL SWEENEY

19
O REGENTE
2 Técnicas de Regência
GESTUAL
20
QUAL O PAPEL DO O regente é o condutor de um grupo musical.
REGENTE? É ele quem organiza as estruturas sonoras,
velocidade da execução, nuances e
destaques de naipes e solos. Resumindo, o
regente é o responsável por ler uma música
através da partitura e passar para os
músicos, através de gestos, qual será a
forma de interpretação.

21
“A regência é o ato de transmitir
a um conjunto instrumental ou vocal,
por meio de gestos convencionais,
o conteúdo rítmico e expressivo
de uma obra musical ”
Tratado de Regência - Raphael Baptista

22
“Reger é a arte de dirigir
a execução simultânea
de vários músicos ou cantores,
pelo uso do gesto”

Dicionário Grover

23
2.1 QUESTÕES BÁSICAS
➢ Postura Ereta e Relaxada;
➢ Plano da Regência e Ponto Central;
➢ Tensão e Fonte de Energia;
➢ Antecipação e Senso de Indução;
➢ Rebote e Atração da Gravidade;
➢ Braço Dominante - Andamento e Caráter;
➢ Braço Complementar - Interpretação e Detalhes Técnicos.
Apostila de Regência Vídeo Introdutório
24
5 TIPOS DE REGENTES
QUANTO AO GESTUAL

1. O que ATRAPALHA o grupo;


2. O que é IGNORADO pelo grupo;
3. O que é CONDUZIDO pelo grupo;
4. O que CONDUZ o grupo;
5. O que INDUZ o grupo.

25
2.2 MÉTRICAS
REGRAS GERAIS
➢ Primeiro tempo sempre pra baixo;
➢ Último tempo sempre pra cima;
➢ Penúltimo tempo preferível pra fora.

PULSO
COMPASSOS A 1
Click e rebote (bolinha)

26
BINÁRIO
COMPASSOS A 2
Ex: 2/4; 6/8

1 27
TERNÁRIO
COMPASSOS A 3
Ex: 3/4; 9/8

28
QUATARNÁRIO
COMPASSOS A 4
Ex: 4/4; 12/8

3
29
MISTO 2+3
COMPASSOS A 5
Ex: 5/4

30
MISTO 3+2
COMPASSOS A 5
Ex: 5/4

31
COMPOSTO
COMPASSOS A 6
Ex: 6/4

32
MISTO 3+4
COMPASSOS A 7
Ex: 7/4

33
MISTO 4+3
COMPASSOS A 7
Ex: 7/4

34
COMPOSTO
COMPASSOS A 9
Ex: 9/4

1
35
COMPOSTO
COMPASSOS A 12
Ex: 12/4

36
ALTERNADO
COMPASSO 5 (2+3)
Ex: 5/8

37
ALTERNADO
COMPASSO 5 (3+2)
Ex: 5/8

38
ALTERNADO
COMPASSO 7 (3+2+2)
Ex: 7/8

39
ALTERNADO
COMPASSO 7 (2+2+3)
Ex: 7/8

40
2.3 TIPOS DE GESTOS

ATIVO PASSIVO

SÚBITO-ATIVO SÚBITO-PASSIVO

Obs: Gestos sempre no pulso determinado, independente


de compasso, unidade de tempo e divisão rítmica.

41
GESTO
ATIVO
Aquele que é realizado na “cabeça” de um som.
Precisa de uma preparação.

42
GESTO
PASSIVO
Aquele que é realizado na sustentação de uma nota
ou sobre uma pausa. Não possui articulação.

43
GESTO
SÚBITO-ATIVO
Aquele que é realizado subitamente (sem preparação)
sobre uma pausa, para articulação de um som fora do
tempo.

44
GESTO
SÚBITO-PASSIVO
(ou Semi-Súbito-Ativo)

Aquele que é realizado subitamente (sem preparação)


sobre a prolongação de um som para articulação da
próxima nota fora do tempo.

45
2.4 PIVÔS
ARTICULAÇÕES, ANDAMENTOS E DINÂMICAS

DEDOS PULSOS

COTOVELOS OMBROS

Diferentes ariculações, andamentos e dinâmicas são induzidas pelo


uso adequado de cada pivô no momento da regência.

46
Recomendado para articulações
DEDOS curtas, ou andamentos muito
rápidos, ou trechos pianíssimos.

Recomendado para articulações


PULSOS leves, ou andamentos ágeis, ou
trechos em piano.

Recomendado para articulações


COTOVELOS intermediárias, ou andamentos
médios, ou trechos mezzo fortes.

Recomendado para articulações


OMBROS pesadas, ou andamentos lentos,
ou trechos em fortíssimo.
47
Vamos praticar?

EXERCÍCIO 01
Reger trecho com crescendo e diminuindo, utilizando
apenas os pivôs:

48
EXERCÍCIO 02
Reger trecho ritardando e acelerando, utilizando apenas
os pivôs:

49
EXERCÍCIO 03
Reger trecho enfatizando a mudança de pivô para cada
articulação.

50
2.5 ENTRADAS
Para qualquer início de obra, ou mesmo para se dar
entrada de algum instrumento no meio do discurso
musical, há necessidade de preparação (aviso por meio
de um gesto), para que a entrada seja precisa.

Essa entrada se dará sempre por meio de uma tensão,


que nada mais é do que o impulso que deverá induzir a
entrada, o andamento e a dinâmica.

51
Vamos praticar?
ENTRADA
TEMPO 1

52
ENTRADA
TEMPO 2

53
ENTRADA
TEMPO 3

54
ENTRADA
TEMPO 4

55
ENTRADA
SÚBITA

56
O GRUPO
3 Gestão e Motivação
LIDERANÇA
57
UM TRIPÉ PODE SE FIRMAR
COM APENAS DUAS PERNAS?
UMA BOA ANÁLISE DA OBRA
E UM EXCELENTE DOMÍNIO DO GESTUAL
É SUFICIENTE PARA A EXECUÇÃO DE UMA OBRA?

58
MOTIVAÇÃO

PERTENCIMENTO PROPÓSITO

SENSO DOS 4 PS

PROGRESSO PRODUTIVIDADE

59
1ºPERTENCIMENTO
Senso de

“Eu faço parte deste grupo?”

RELACIONAMENTO - VALORIZAÇÃO

Sem ele a pessoa sente-se insegura.

60
2ºPROPÓSITO
Senso de

“Eu sei porque faço parte deste grupo?”

VISÃO - SIGNIFICADO - IMPORTÂNCIA

Sem ele a pessoa sente-se insignificante.

61
3ºPROGRESSO
Senso de

“Eu estou me desenvolvendo neste grupo?”

CRESCIMENTO - DESAFIO

Sem ele a pessoa sente-se inadequada.

62
4ºPRODUTIVIDADE
Senso de

“Eu agrego valor a este grupo?”

UTILIDADE - ALEGRIA DE SERVIR

Sem ele a pessoa sente-se inferior.

63
TRABALHO
AVALIATIVO

Análise descritiva do Star Wars: The Last Jedi, arranjo de


Robert Longfield para Banda Sinfônica

Até dia 8 de outubro de 2023, às 23h59min.

Obrigado!
64
Alex Lopes é músico e professor, escritor e palestrante, arranjador e
maestro, líder e gestor. Técnico em Administração de Empresas pelo
Instituto Gomes Jardim, Licenciado em Música pelo Centro
Universitário Metodista do Sul, Pós-graduado em Regência
Orquestral pela Faculdade de Ciência e Educação de Caparaó, MBA
em Gestão de Equipes e Liderança pela Faculdade Porto União,
Pós-graduando em Gestão Pública no Instituto Carreira e Mestre em
Teologia Prática, nas linhas de Espiritualidade, Música e Mídia pela
EST. Escritor do livro “Música e Igreja: princípios, desafios, reflexões e
propostas”. Desenvolveu projetos de música em várias cidades do Rio
Grande do Sul. Coordenou a Associação Nacional de Bandas e
Orquestras (ANBO) na região Sul (2018-2019) e palestrou em
diversas regiões do Brasil, Uruguai e África. Elaborou e coordenou o
Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Práticas Musicais em
Espaços Religiosos Brasileiros pela Faculdade de Ciência e Educação
do Caparaó. Atualmente é Professor e Coordenador de pólos de
Pós-Graduação em Música e Diretor Artístico e Maestro Titular da
Banda Sinfônica do Vale do Rio dos Sinos.

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