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As Ideias de Chomsky - John Lyons
As Ideias de Chomsky - John Lyons
“Enfoque semelhante já havia sido adotado por Wilhelm von Humboldt (1767-1835) e por
alguns contemporâneos europeus de Boas [...]” (p. 30)
1.2.Bloomfield
“Tão preocupados estavam Os blomfield anos com assentar a linguística em termos de ciência
descritiva que transformarão em questão de princípio o não adiantar quaisquer juízos a
propósito de gramaticalidade ou correção de sentenças, a menos que tais sentenças que
passassem pelo crivo do uso no linguajar comum, e houvessem merecido inclusão no corpo
daquele material que forma a base da descrição gramatical” (p. 37)
“[...] a gramática gerativa é aquela que projeta qualquer dado conjunto de sentenças contra o
conjunto mais amplo, e possivelmente infinito de sentenças que constitui a língua sob
descrição, e que tal propriedade da gramática é a que reflete o aspecto criador da linguagem
humana” (p. 43)
Para explicar melhor, a gramática gerativa se quer mais ou menos como uma equação.
Dado que temos x - 2y +3z sabemos que ao darmos os valores das incógnitas com números
inteiros, x=4; y=2; z=1, ter-se-á apenas um único resultado possível: 3. Da mesma forma é a
gramática, pois ao aplicar diferentes valores à mesma “equação” se obterá sempre sentenças
gramaticais. Caso o falante pronuncie um sentença agramatical, isto se dá por erros de
desempenho.
Como objetivo da teoria linguística temos: “ A teoria linguística deve, portanto,
preocupar-se com as justificação das gramáticas” e “Pode-se esperar, quando muito, que a
teoria linguística proporcione critérios para escolher entre gramáticas alternativas” (p. 40-41).
“Podemos principiar definindo a linguagem descrita por uma gramática particular como o
conjunto de todas as sentenças que gera. O conjunto de sentenças pode, em princípio, ser do
número finito ou infinito” (p. 47)
Entretanto, não se pode esquecer que o número de vocábulos de uma língua é do próprio
falante é finito; assim como as operações recursivas. “Ora, Se a gramática consiste de um
conjunto finito de regras, operando sobre um vocábulo finito, e deve revelar-se capaz de gerar
um infinito conjunto de sentenças, decorre daí que pelo menos algumas das regras hão de ser
aplicáveis mais de uma vez na geração da mesma sentença” (p. 48)
Neste modelo gramatical temos uma análise mais aprofundada das estruturas macro da
sentença e que levam, por exemplo, a fazermos representações arbóreas das orações em
questão. Por exemplo, quando no uso de um NP (sintagma nominal) tivermos o cavalo
branco temos uma parte da sentença e não três partes diferentes, ou constituintes últimos.
Podemos, é claro, depreender estes elementos, contanto que saibamos seu aspecto macro
dentro de uma parte maior que ela mesma.
Chomsky difere de Bloomfield a mediada que este assume uma postura behaviorista
da aquisição da linguagem. Em 1957, ano da publicação de Syntactic Structures, o mesmo
publicou uma resenha da obra Verbal Behavior de Skinner. “ Chomsky Tem repetido seus
argumentos contra o behaviorismo em muitas ocasiões. Resumidos, montam ao seguinte. um
dos fatos notáveis acerca da linguagem é sua criatividade – A circunstância de aos 5 ou 6 anos
de idade as crianças serem capazes de produzir e entender um número indefinidamente grande
de elocuções das quais não tinham tido prévio conhecimento” (p. 83)
“A crítica dirigida pro Chomsky contra o Behaviorismo é indubitavelmente válida. Daí não
decorre, naturalmente, que nenhum aspecto da linguagem ou do uso da linguagem possa ser
razoavelmente descrito em termos de um modelo estímulo-resposta” (p. 84)
“A gramática de uma língua, nos termos concebidos por Chomsky, é uma descrição idealizada
da competência linguística dos que têm a mesma língua como língua-mãe. Qualquer modelo
psicológico da maneira como essa competência é concretizada em efetivo desempenho terá de
levar em conta numerosos outros fatos que o linguista deliberadamente ignora ao definir a
noção de gramaticalidade” (p. 84)
A tese gerativa da gramática universal não tem como base epistemológica o racionalismo,
diferentemente de Bloomfield que é empirista, concebendo, assim, a língua como produto do
hábito da mesma foram de o behaviorismo de Skinner.
“Tal como tivemos ocasião de ver, a linguística bloomfieldiana estava notavelmente e, por
vezes, quase ostensivamente desinteressada de questões teóricas de caráter geral. A maioria
dos linguistas norte-americanos se, a dez ou quinze anos atrás, fossem consultados a cerca de
qual seria o propósito principal da linguística teriam provavelmente respondido que era o de
“descrever língua”” (p. 97)
“ A atitude de Chomsky, tal como ele a coloca em suas publicações mais recentes, opõe se de
maneira radical à de Bloomfield. Sustenta ele que o propósito central da linguística é o de
construir uma teoria dedutiva da estrutura da linguagem humana que seja, a um tempo,
Suficientemente geral para aplicar se a todas as línguas e, concomitantemente, não tão geral
de modo a tornar-se passível de aplicação há outros sistemas de comunicação ou qualquer
outra coisa semelhante, que poderíamos não desejar chamar línguas” (p. 97-98)
“A única explicação concebível [...] é a de que os seres humanos são geneticamente dotados
de uma faculdade de linguagem altamente específica e que essa faculdade é que determina
traços universais [...]” (p. 104)