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RESUMO

José Mateus Gabriel Rosa¹

FABRÌCIO, Branca; PINTO, Joana. (Orgas). Exclusão social e microrresistências: a


centralidade das práticas discursivo-identitárias. Goiânia: Canône Editorial, 2013.p.11-31.

No texto Exclusão social e microrresistências, as autoras Branca Fabrício e Joana Plaza


introduzem-nos a relação discursiva identitária no processo de inclusão e exclusão dos
indivíduos sociais. Primeiramente, aborda-se a linguagem não como representação do real
(visão essencialista do mundo), mas, sim, como um modo de ação daquilo que cremos como
real, ou seja, a linguagem expressa um ponto de vista do “real”, não pode o discurso expressar
um ponto universal que agrupe todos os indivíduos, sendo o discurso uma visão ideológica
criada num determinado tempo-espaço e cultura. Entretanto, está sedimentado em nossa
sociedade a visão essencialista do mundo que cristaliza conceitos de identidade.
É a partir de termos, expressões cristalizadas de identidade que se produz a exclusão. A
linguagem deve ser tomada em contraposição com o discurso padrão na medida que inclui
todos aqueles fora das regulações sociais, pois não há uma identidade cristalizada, universal
que se aplique a todos os seres humanos, as identidades são plurais e devem ser incluídas
como válidas. Como exemplificadas pelas autoras, alguém que diz “sou lésbica” está indo
contra os padrões de normatização da sexualidade impostas pela nossa sociedade. É dentro
deste e de tantos outros contextos que as autoras apresentam como a linguagem pode gerar
realidades de inclusão social e agenciamento.
As ações de contraposição as regulações sociais são chamadas pelas organizadoras de
“estranhamento”. O estranhamento consiste em desfamiliarizar o que parece natural, olhando
por um outro ângulo. Porém, o efeito destas ações é a repetição de discursos que estruturam as
normas de padronização dos indivíduos. Outro conceito abordado pelas organizadoras é o de a
agenciamento que consiste no embate social para reformular os padrões normativos de
identidade. Porém, para haver o agenciamento, reformular, desfazer sistema(s) de regulação,
os indivíduos devem produzir por meio do discurso, expressões o estranhamento da norma
estabelecida pela sociedade dando possibilidades de mudança das regras impostas, tudo isto
através de um discurso-identitário inclusivo.

¹Estudante de graduação no curso de Letras, com habilitação em língua Portuguesa, 1° período, pela Universidade
Federal de Pernambuco - UFPE

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