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ESCOLA ADVENTISTA DE PORTO FRANCO

IVO JORGE

ARTISTAS DO NORDESTE
Ariano Suassuna e Cego Aderaldo

Campestre do Maranhão - MA
2022
ESCOLA ADVENTISTA DE PORTO FRANCO
IVO JORGE L. OLIVEIRA

ARTISTAS DO NORDESTE

Biografia apresentada à professora de Geografia, Rafaela, do


7o Ano “B”, da Escola Adventista de Porto Franco, para
conclusão do trabalho e obtenção de nota avaliativa.

Campestre do Maranhão - MA
2022
INDÍCE
ARIANO SUASSUNA

Ariano Suassuna foi um romancista, dramaturgo, professor, poeta, ensaísta, advogado


e palestrante brasileiro. Foi secretário de Cultura de Pernambucano (1994-1998) e
secretário de Assessoria do Estado (até 2014). Escreveu diversas obras durante a vida,
muitas das quais foram adaptadas para o cinema posteriormente. Ariano foi também um
grande defensor da cultura e da Região Nordeste.

BIOGRAFIA

Ariano Vilar Suassuna nasceu em Paraíba do Norte (João Pessoa atualmente) no dia
16 de junho de 1927, filho de João Suassuna e de Rita de Cássia Dantes Villar. O pai de
Ariano foi o 14o governador da Paraíba, mas a crise política no Brasil envolvendo os
militares ocasionou em sua deposição e posteriormente morte, na Fazenda Acauã, no
sertão nordestino no dia 9 de outubro de 1930. A família Suassuna mudou-se então para
uma cidadezinha do interior, Taperoá, onde começou seus estudos e assistiu pela primeira
vez a uma peça teatral e a um duelo de viola, do qual retirou a ”improvisação”,
característica marcante em suas obras.
Em 1942, Adriano mudou-se sozinho para Recife e concluiu, em 1945, seus estudos do
segundo ginásio. Ele se formou no Colégio Americano Batista e Colégio Osvaldo Cruz.
Depois, frequentou por 5 anos a Universidade de Direito do Recife, formando-se em
Ciências Jurídicas e Sociais em 1950. Posteriormente, Adriano se casou com Zélia de
Andrade Lima em 19 de janeiro de 1957, convertendo-se ao catolicismo graças a ela,
apesar de sua criação e origem calvinistas e quando mais velho tendo se tornado um
agnóstico. Ariano Vilar Suassuna faleceu de parada cardíaca após um AVC, em 24 de
julho de 2014.

CARREIRA

Em 1945, Adriano Suassuna escreveu seu primeiro poema, “Noturno”, publicado em


destaque no “Jornal do Commercio”. Na faculdade, fundou o Teatro do Estudante de
Pernambuco, e em 1947 escreveu e dirigiu sua primeira peça, “Uma Mulher Vestida de
Sol”, em 1948, “Cantam as Harpias de Sião” e “Os Homens de Barro”; em 1950,
Adriano escreveu “Auto de João da Cruz”, obra a qual recebeu o prêmio Martins Pena
no mesmo ano. Ainda em 1950, tornou à Taperoá para curar-se de uma doença pulmonar,
e durante sua estadia na cidade escreveu “Torturas de um Coração”. Em 1953,
Suassuna escreveu “O Castigo da Soberba”, em 1954, “O Rico Avarento” e então, sua
obra-prima mais famosa, “O Auto da Compadecida” (1955), espalhando seu nome por
todo o país. Esta foi posteriormente adaptada para a televisão e para o cinema. Em
Recife, de 1952 à 1956, Adriano Suassuna se dedicou à advocacia, além do teatro.
Fundou em 1967 o Conselho Federal de Cultura, em 1969 se tornou diretor do
Departamento de Extensão Cultural da UFPE e em 1970 fundou o “Movimento
Armorial”, um projeto para a conscientização sobre a cultura e formas de expressão do
Nordeste brasileiro. Adriano Suassuna foi nomeado também Secretário de Cultura e
Educação.do Recife de 1975 a 1978. Ele escreveu ainda muitas mais obras, todas de
excelente qualidade e acompanhadas de um característico humor. Em 2017, foi, enfim,
publicada sua última obra, inédita e póstuma, chamada de “A Illumiara”, finalizada pela
família de Adriano, contendo as escritas dos últimos 30 anos de sua vida. O próprio
Suassuna considerou-o o “livro de sua vida”. Adriano ocupou a cadeira 18 da Academia
Pernambucana de Letras, a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras e a cadeira 35 da
Academia Paraibana de Letras.
Ariano Suassuna 23 anos / 63 anos

OBRAS FAMOSAS

O Auto da Compadecida:
Uma Mulher Vestida de Sol:

O Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-volta:

A Pena e a Lei:
CEGO ADERALDO

Cego Aderaldo, como ficou conhecido, foi um poeta popular cearense famoso por seu
raciocínio rápido e sua capacidade de improvisação nas rimas e repentes. Nordestino
sofredor, penou muito na vida até que pudesse enfim descansar.
BIOGRAFIA

Aderaldo Ferreira de Araújo nasceu no dia 24 de junho de 1878, na cidade de Crato


(Ceará). Logo após o nascimento, a família de Aderaldo se muda para Quixadá-CE, em
busca de condições melhores de vida. Seu pai, Joaquim Rufino de Araújo era um alfaiate
e a mãe, Maria Olímpia de Araújo, uma dona de casa. Com apenas 5 anos, Aderaldo
começou a trabalhar como carpinteiro e cuidar dos pais, pois seu pai sofreu uma
congestão (concentração excessiva de sangue nas veias e artérias) e acabou ficando
surdo, mudo e aleijado, assim ele não pôde mais trabalhar como um alfaiate. Em 1896,
seu pai viera a falecer pacificamente, sendo posteriormente declarado por Aderaldo que
Joaquim fora o melhor pai que ele poderia ter. Apenas 15 dias depois, em 25 de março de
1896, no auge de seus 18 anos, Aderaldo trabalhava como maquinista de uma estrada de
ferro em Baturité, quando foi pedir uma água para uma senhora próxima e foi afligido com
uma dor intensa nos olhos, a vista ficou turva, até perdeu-a para sempre. Assim, Aderaldo
ficou cego, vítima de uma congestão, como seu pai, porém nos olhos. Pobre, cego e
morando com a mãe no interior do sertão, teve certa vez um sonho com uma cantiga, e foi
nesse momento que descobriu seu talento de compor rimas improvisadas. Sua vida a
partir de então foi cantar versos e rimas improvisados e receber doações para que
continuasse cantando, como arroz, feijão, milho, fava, etc. para subsistência. Certa vez,
Aderaldo ganhou também uma viola e uma rabeca, que aprendeu a tocar, apesar da
deficiência visual. Quando a vida estava se ajeitando, sua mãe, Maria Olímpia, faleceu.
Sozinho e abandonado, percorreu, cantando, todo o Ceará, parte do Piauí e do
Pernambuco. Ficou famoso com suas rimas, caminhando com seus guias, que foram
muitos durante a vida, ganhando pelo que tocava, até que em 1914, Cego Aderaldo,
como ficou conhecido por onde passava, se encontrou com Zé Pretinho, mais famoso
cantador do Piauí, em uma fazenda, onde ocorreu o duelo de rimas, resultando na vitória
de Cego Aderaldo e seu retorno ao Ceará, mas a seca que afligia a região em 1915
obrigou-o a se mudar para o Pará. Em 1920, volta à Quixadá para conhecer então o Padre
Cícero, que recebeu Cego Aderaldo, conhecido trovador da região. Em 1923, Aderaldo se
encontrou com Lampião e, após cantar para o cangaceiro e seu bando, conquistou mais
um de seus sonhos: ter um revólver do próprio Lampião. Os anos seguintes foram mais
tranquilos, Cego Aderaldo conquistara tudo que queria, mas o povo ainda o queria ouvir.
Em 1933, comprou um gramofone e alguns discos para divertir as pessoas do sertão e
teve a ideia de apresentar vídeos também, embora fosse uma tecnologia recente e
Aderaldo não a realizasse muito. Em 1942, Aderaldo se estabeleceu em Fortaleza, onde
abriu uma bodega. Por infelicidade, seu talento nas rimas não ajudou no comércio e a
bodega foi fechada com um prejuízo considerável. No ano de 1945, Cego Aderaldo parou
de aceitar desafios, e cantava apenas para acalmar sua alma, ou de quem isso desejasse.
Ele já rodara o sertão inúmeras vezes, duelou com os maiores cantadores do Brasil,
conseguiu tudo que queria e era reconhecido em qualquer lugar. Nunca se casou, pois
disse nunca ter tido vontade, porém adotou e criou, como seus filhos, mais de 20.
Por fim, aos 89 anos, no dia 29 de junho de 1967, em Fortaleza, morre Cego Aderaldo,
cantador lendário, cego, mas de um talento e visão social surpreendentes, sofredor desde
cedo, porém batalhador por toda a vida.

(Cego Aderaldo escreveu inúmeras músicas, mas não há registro lírico delas
documentado virtualmente)

FOTOS:

Estátua de Cego Aderaldo em Quixadá-CE.

Cego Aderaldo e
Lampião.
Cego Aderaldo com seu tão famoso violão.

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