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1. INTRODUÇÃO
Vivemos em uma sociedade totalmente capitalista e industrializada, nos
meios de comunicação não é diferente, conseguir espaço nesse meio
está cada vez mais difícil. O Hip Hop que veio das culturas marginais e
underground, vem conquistando espaço a cada dia nos grandes
veículos de comunicação.

Quebrando o esse tabu de industrialização, uma nova cultura surge,


diferente de todas as outras, fugindo dos padrões impostos pela elite,
vencendo o preconceito surge um novo estilo de vida, misturando
musica, dança, moda, arte . Diferente daquilo que todos estavam
acostumados o Hip Hop chega para mostrar e representar a classe
baixa, que arte também pode sair dos guetos, e que só precisam de
oportunidade.

Neste trabalho buscamos identificar à partir de quando e de que forma


as manifestações características da cultura Hip Hop passam a
conquistar espaço de divulgação nos meios de comunicação de massa .
Especificamente, busca-se também analisar como a cultura Hip Hop é
representada na revista Rap News, identificar quais são os principais
anunciantes e patrocinadores da revista. Além disso, observar o publico
alvo da revista e de que maneira ela influencia seus leitores, e,
sobretudo, pesquisar sobre artistas brasileiros relacionados a música
Hip Hop divulgados pela revista Rap News.

Com isso, acreditamos contribuir para a conscientização a respeito da


verdadeira função do Hip Hop, buscando também evidenciar, caso
necessário, artistas que utilizam o Hip Hop para passar mensagens
erradas ao publico.

Acreditamos que os resultados obtidos no final desse trabalho estarão


totalmente voltados ao publico, que se tornara hábito a julgar qual é a
verdadeira mensagem que o Hip Hop deseja passar, e como a mídia
pode influenciar um artista. Por tanto o nosso trabalho contribuirá para
os alunos do curso de comunicação, tanto para os estudantes de
jornalismo quanto para os estudantes de publicidade, pois estudaremos
a divulção de uma revista, suas propagandas e como um artista
consegue espaço nos grandes meios. Por fim, o desenvolvimento deste
projeto contribuirá para que a equipe realizadora adquira
conhecimentos sobre os diferentes tipos de imprensa.
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2. ORIGEM DO HIP HOP

As primeiras manifestações da cultura Hip Hop surgiram na


época da grande crise econômica dos EUA, em 1929, quando
músicos e dançarinos que trabalhavam nos cabarés ficaram
desempregados e foram para as ruas fazer seus shows. Em 1967,
o cantor James Brown lançou essa dança através do Funk, que
explodiu nos EUA em 1981 e se expandiu mundialmente, sendo
que no Brasil, devido à sua cultura, os dançarinos incorporaram
novos elementos de dança.

O termo Hip Hop foi criado por África Bambaataa que na


verdade era um pseudônimo de Kevin Donvan um famoso DJ
nos Estados Unidos e líder do grupo Zulu Nation . Ele nasceu
em Nova York no dia 10 de abril de 1960. Nascido e criado no
Bronx, Kevin fazia parte de uma gangue chamada Black spades
(espadas negra) umas das gangues mais perigosas de NY.
Bambaataa logo saiu das gangues e passou a se interessar por
musica, fazendo um som diferente, misturando os sons como do
James Brown com sons mais eletrônicos e com o canto do DJ
jamaicano Kool Herc, criando um sucesso que hoje é
considerado clássico "Planet Rock", também foi o primeiro
rapper a gravar com James Brown gravando "peace, Love &
unity", criou também as bases para surgimento do Miami bass,
Freestyle (gênero musical), ritmos que influenciaram o Funk
carioca.

A cultura Hip Hop e formada pelos seguintes elementos: A


música, a pintura, e a dança.

2.1 Principais Elementos

2.1.2 Música

2.1.3 Rap

O rap nasceu na Jamaica, por volta de 1966 com os "toaster" que


eram como os mc's de hoje, eles ficavam falando frases e
discurso sobre as carências da população, problemas
econômicos, a violência nas favelas, enfim sobre as dificuldades
em geral dos seus bairros. Por problemas econômicos, muitos
jamaicanos imigraram para os Estados Unidos, um desses
imigrantes desembarcou em Nova York O DJ Kool Herc,
trazendo em sua bagagem toda a sua experiência do ritmo dos
guetos jamaicanos, daí então com a divulgação do novo estilo de
se fazer musica até então, desconhecido por lá, começou a surgir
grupo de por todo o gueto.
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2.1.3 R&B

Rhythm and blues ou R&B foi um termo comercial introduzido


no Estados Unidos no final de 1940 pela Revista Billboard. O
termo substituiu race music, que era, em língua inglesa um tanto
ofensivo. De certo modo, hoje o rótulo rhythm and blues se
aplica nos EUA atualmente a qualquer forma de música pop com
artistas negros.

Em suas primeiras manifestações, o chamado rhythm and blues


era uma versão negra de um predecessor do rock. Foi fortemente
influenciado pelo jazz, particularmente pela chamada jump
music (um jazz com predomínio de saxofone e pouca presença
de guitarras) assim como pelo gospel. Por sua vez, também
influenciou o jazz, dando origem ao chamado hard bop (produto
da influência do rhythm and blues, do blues e do gospel sobre o
bebop). Os músicos davam pouca atenção às distinções feitas
entre o jazz e o rhythm and blues, e geralmente gravavam nos
dois gêneros. Várias bandas (como as que acompanhavam os
músicos Jay McShann, Tiny Bradshaw, e Johnny Otis) também
gravavam rhythm and blues. Mesmo um ícone de arranjos bebop
como Tadd Dameron também produziu arranjos R&B para Bull
Moose Jackson, e trabalhou dois anos como pianista de Bull
Moose após se estabelecer como músico de bebop. Um dos
nomes que se destacou neste gênero foi Muddy Waters.

No R&B alguns cantores usam a música para poder incentivar as


pessoas a viverem num mundo melhor e a aceitarem as
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diferenças, sem qualquer tipo de preconceitos como se pode


perceber no trecho da música “Where is the Love?” do Black
Eyed Peas em que se diz “Pessoas matando, pessoas morrendo,
crianças feridas e você escuta elas chorando. Você consegue
praticar o que você prega? E você mudaria sua personalidade?
Senhor, Senhor, Senhor nos ajude. Envie-nos algum guia daí de
cima. Porque as pessoas me questionam: Onde está o amor?”

Já em outras eles encentivam que o uso de coisas fúteis é que


pode ser bom na vida de todos, e que devemos sempre estar atrás
como é expressado na música Grillz do rapper Nelly, “ Roube a
joalheria, quero enfeitar meus dentes, diamantes nos de cima e
ouro nos de baixo [...]Tenho platina, ouro branco e ouro branco,
troco as jóias todos os dias, como Jay troca de roupas [...]
Chamam de sorriso metálico, eu chamo de sorriso alegra, minah
avó odeia, mas minah gata adora.”

2.2 Grafitti

Durante a década de 60, o graffiti assume nas ruas da França e


Itália, um formato um tanto diferenciado pelo qual estamos
acostumados a identificá-lo, sem a predominância multicolorida,
com letras e desenhos abstratos e tridimensionais, que nos
permitiria admirá-los, sendo visto através de frases de resistência
à um sistema opressor (bem parecido com àquelas frases de
“fora FHC” ou a famosa “Diretas Já!” que predominam ainda
hoje nos muros de nossa cidade). Já na década 70, o graffiti
reaparece só que desta vez, nos Estados Unidos. Assumindo um
estilo de protesto diferente dos países europeus, ele adquire um
formato bem próximo do que viria a ser o seu original nos anos
seguintes: com frases e desenhos multicoloridos nos vagões de
metrô. Nomes como Taki 183, Lee Quiñones, Phase 2, Blade,
Daze, Crash, Zephyr, Lady Pink, Noc e Kase 2 fizeram do
graffiti uma das linguagens mais fortes de uma juventude
desassistida, vivendo em uma comunidade à mercê da violência
e das drogas. É importante ressaltar, que, muitas vezes esses
“writers”, foram freqüentemente confundidos pela lei como
integrantes de gangues de rua, pelo fato destas utilizarem muitas
vezes de alguns estilos do graffiti para a demarcação dos seus
territórios.

2.2.1 Estilos do Graffiti

2.2.2 Tag
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Assinaturas feitas à base do spray, ou, em algumas


circunstâncias, canetão. É considerada a assinatura do “writer”.
É também visto no formato de frases que complementam um
desenho ou um outro estilo de letra. Quando utilizado
negativamente, ele pode ser interpretado como o que
conhecemos pateticamente por “pichação”.

2.2.3 Throw-up

Estilo de pintura elaborado de forma rápida, sem muitos detalhes


na estética, que simula algo proibido como a pichação, à base de
duas ou três cores apenas, através de rolos para encher as letras e
desenhos e sprays para contornos.
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2.2.4 Piece

Bem similar a forma dos hippies, este estilo pode ser


considerado um dos primeiros na escala evolutiva do graffiti em
Nova York. Ao contrário do throw-up, suas letras e desenhos
apresentam um tom de estética mais apurado e a liberdade de se
trabalhar com um número superior a três cores. É também, bem
apreciado pela sua facilidade de interpretação.

2.2.5 3D

Um dos mais sofisticados estilos de graffiti. Desenvolvido já no


fim dos anos 80, o 3D é o “Salvador Dali” do graffiti, com suas
letras e desenhos tridimensionais, que possibilitam, muitas
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vezes, a interpretação única de quem é do meio somente. Para


que se tenha uma idéia mais profunda do que vem a ser a arte do
graffiti no Rio de Janeiro, “Nação Graffiti”, formada pelos
writers Chico, Ment e Airá “O Crespo”, freqüentemente realizam
em nosso estado, seminários e work shops com a intenção de
difundir corretamente esta cultura. E mais precisamente em
Campo Grande, entre tantos bons grafiteiros, podemos destacar o
trabalho competente de Gil.

2.3 Dança
Existem vários estilos de dança dentro do Hip Hop, entre eles
temos:

• Breaking, executados pelos B.Boys ou B.Girls


• Locking, executado por lockers
• Popping, executado por poppers
• Up rocking
• Freestyle

2.3.1 Breaking – (B. Boy ou B. Girl)

Ao contrário do nome break dance, popularizado erroneamente


pela mídia americana, este estilo não apresenta o nome original
do seu criador. Contudo ele fora adotado e desenvolvido pelos
garotos do bairro do Bronx (NY) entre 1975 e 1976 nas block
parties (festas de rua) ao som dos ritmos latinos, soul, funk e
jazz. O fato curioso sobre o nascimento deste estilo, é que ele
fora desenvolvido pelos adolescentes da época, que por não
conseguirem imitar corretamente seus irmãos mais velhos e seus
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pais, que dançavam embalados pelo soul, acidentalmente


acabaram criando um estilo mais radical, incorporando inclusive
na coreografia, movimentos que iam desde mímicas e acrobacias
olímpicas, até a estilização de capoeira e catares de lutas
marciais. O termo break foi adicionado a sua identificação,
devido a predileção destes jovens pelo momento instrumental
oferecido pelos discos (break beat), aonde faziam das pistas das
festas o seu palco principal. Ficaram então conhecidos como
break boys ou b. boys. Já termo atribuído às mulheres é b. girl.
Dentre tantas gangues de breaking’ pode-se destacar a Rock
Steady Crew com uma das mais populares em todo o mundo.

2.3.2 Locking

Criado por Don Campbellock no final dos anos 60, em Los


Angeles. Pode-se dizer que este estilo fora inventado
acidentalmente pelo fato de Campbellock nunca ter conseguido
interpretar corretamente os passos do Funk chicken (estilo
popularizado por James Brown em suas apresentações). Don se
integrou ao grupo de dançarinos do programa de TV Soul Train e
não demorou muito para apareceram vários adeptos, então criou
o The Campbellock Dancers em 1972 que logo depois trocariam
o nome para apenas The Lockers.
The Lockers foi o primeiro grupo profissional de Street Dance,
ficaram muito famosos na América e influenciaram todos com
um estilo único que não parecia com nada que já existia na
época.

2.3.3 Popping

Acredita-se que a dança foi desenvolvida na Califórnia em 1970,


parcialmente inspirada pelo locking. Assim como outras danças,
o popping é normalmente apresentado em batalhas, tentando
desafiar outros dançarinos ou grupo de dançarinos na frente da
multidão. Isso incentiva a improvisação e movimentos que são
vistos em shows e performances, assim como interação com o
público, baseada na técnica de “quicar” (chutar) contraindo e
relaxando os músculos para causar um “empurrão” no corpo do
dançarino, referindo-se a um “estouro” ou batida. Isso é feito
continuamente com o ritmo da música, combinado com vários
movimentos e poses. Um dançarino de popping é conhecido
como Popper. O nome foi inventado por Boogaloo Sam,
fundador do grupo pioneiro de popping, o Electric Boogaloo,
quando usava a palavra “Pop” toda vez que flexionava seus
músculos para executar o popping.
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2.3.4 Up Rocking

Estilo criado entre 1967 e 1969 pelos dançarinos (Rockers)


Rubber Band e Apache no bairro do Brooklyn em Nova York
(Estados Unidos). O estilo consiste em uma dança que simula
uma luta. Muitas Gangs aderiram ao estilo no inicio dos anos 70
para resolverem suas diferenças. No final dos anos 70 a dança
Up Rocking Original desapareceu, porém deixou sua herança
com o B-Boys do Bronx que continuaram fazendo alguns passos.

2.3.5 Freestyle

È como se fosse uma mistura de todos estes outros estilos, onde


os movimentos variam com um pouco de cada um e todos os
componentes são livres para inventarem os passos que quiserem
e se interagir com a música livremente.
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3. FORMAS DE MANIFESTAÇÕES
3.1 Como o Hip-Hop atingiu os grandes meios de
comunicação

Em meados da década de 80, o hip hop estabelece diferencial


relacionado à mídia, favorecendo sua liberdade de expressão nas
imagens originalmente artísticas da grafite, na modalidade de
dança break e DJ s, MC s. Temos que deixar bem claro, o
objetivo do “movimento” que é, e sempre será de trazer a
reflexão de sua cultura como uma forma voltada ao cenário
social, exemplo da evidente mentalidade coletiva desfavorável a
arte dos rappers dentro do contexto grandioso da obra, se
referindo as situações retratadas em musicas que protestam a
política, diversos meios rotulados no que diz na parte estruturada
marginalizada, segundo a mídia vem incorporando nas
ramificações do passado, presente e futuro propriamente ditos.

Nos anos 90, a arte passa ser divulgada e consumida pelo


público da classe social alta. A famosa mídia, principal
manipulador dos acontecimentos, acaba exercendo papeis
amplos consideráveis em meios comunicativos. Usando e
abusando dos recursos de eventos, promovendo shows com suas
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campanhas incríveis dominantes, atraem a atenção englobando a


maioria dos filhinhos de papai, cheios da grana, que bancam o
lucro induzidos aos possíveis donos da cena.

Um dos principais rappers brasileiro conseguiu espaço nos


grandes meios de comunicação, o rapper Marcelo D2 alvo de
inúmeros casos de protestos críticos, se tratando da forma com
que optou ao entrar para o mercado, saindo da comunidade e se
afastando de suas raízes. Colaborando para a acusação do grupo
de trair o movimento maravilhoso revolucionário. Fato que pode
muito bem ser notado na apresentação que D2 prestou ao evento
Skol Hip Rock, vendo e entendendo que já não tem a aceitação,
nem por parte do novo quanto do velho grupo. Outra situação
complexa e que provoca escândalos nas tribos, quando rappers
famosos decidem ajudar as comunidades, colaborando com
trabalhos em prol da comunidade. A periferia como é chamada
pela conservadora e individualista mídia, se enlouquece com
esse tipo de ação de caridade.

3.2 Indústria Americana

Os primeiros artistas do Hip Hop são de origem americana,


como Kool D.J. Herc e Kool Dee, uns dos primeiros rappers. O
Hip Hop americano vem crescendo a cada dia e movimentando
milhões de dólares artistas como 50 cent, Snoop Dog, Eminem,
Lil Wayne, T-Pain, Nelly, Paul Wall, entre outros, formam uma
cultura totalmente industrializada, ostentando a riqueza,
mostrando carros e jóias em clipes com mulheres nuas. Muitos
artistas desse cenário são criticados por usarem esse tipo de
imagem, em 2002 o rapper Eminem lançou o cd The Eminem
Show, em uma das faixas do cd ele contou toda a sua infância e
criticou sua mãe, a musica ficou em primeiro lugar na paradas
americanas, e em todo o mundo, logo após o lançamento do
disco, Eminem lançou o clipe onde enterrava sua mãe, o clipe
também fez sucesso, mas foi muito censurado pelos pais,
campanhas foram organizadas, passeatas foram feitas para tirar o
clipe do ar.

Rappers como Common que fogem desse padrão americano, não


concordam com o rumo que o Hip Hop esta seguindo, pois
acreditam que não é essa a mensagem que o Hip Hop deve
passar, muitos artistas acabam esquecendo suas raízes por causa
de gravadores que insistem em lançar álbuns desse nível.

Grandes artistas de outros estilos de musica, também estão


entrando para essa indústria, artistas como Nelly Furtado, Justin
Timberlake, Britney Spears considerados ícones do pop,
gravaram CDS produzidos por grandes rappers, até mesmo a
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rainha do pop Madonna entrou nessa onda. Esse tipo de Hip Hop
esta mais que comprovado que vende artistas de mundo inteiro
seguem o exemplo usando roupas parecidas, letras de musicas
iguais, clipes ostentando riqueza e muitas mulheres nos vídeos,
mas acabam esquecendo que a verdadeira mensagem do Hip-
Hop não é essa. A principal mensagem esta sendo esquecida pela
cultura americana, os artistas estão seguindo outro rumo e
padrões diferentes que os antigos rappers lutaram pra conseguir.

Ainda existem artistas que continuam fazendo o verdadeiro Hip-


Hop, mas é muito pouco relacionado a esses artistas
industrializados, muitas pessoas tem uma visão ruim, por não
conseguirem ver o verdadeiro Hip-Hop. O espaço que foi
dificilmente conquistado esta sendo utilizado de maneira errada,
e por um grande comércio.

4. HIP HOP NO BRAISL


No Brasil, estes estilos de dança chegaram em 1983 através da
mídia e por isso, todos vieram centrifugados no formato break
dance. Não sabíamos o que era locking, popping ou breaking.
Então, todos os dançarinos eram identificados de um modo
sinônimo pelos nomes breakers, dançarinos de break ou b. boys.
De alguns anos para cá, pessoas como o empresário paulistano
do entretenimento para b. boys, Rooney Yo, e alguns dançarinos
(como é o caso da crew UBI, com representações no Rio), estão
procurando dar aos adeptos da dança urbana o verdadeiro
conceito de cada estilo. Em Campo Grande, há 10 anos, a
organização CJ Hip Hop – com sua sede no centro do bairro –
vem demonstrando também sua representação autêntica,
reunindo todos os sábados adolescentes de ambos os sexos com
o intuito de conscientizá-los através da dança.

A ideologia do Hip-Hop é tentar construir um mundo melhor,


reivindicando e mostrando a situação precária que o mundo todo
se encontra.

“A cultura Hip-Hop com certeza mostrará o seu valor a muitos


que ainda não o conhece, pois a Ideologia do Movimento Hip-
Hop, simplesmente foi criada para reivindicar e tentar construir
um novo mundo para todos, sem preconceito racial ou social.”
por Thiago Waligora.
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4.1 Os artistas brasileiros desse movimento

Não podemos deixar de observar como cada banda de rap, ao


longo do tempo vem ganhando espaço, propondo interpretações
tão diversas em determinadas faixas etárias e classes sociais
diferentes. As canções expressadas verbalmente por esses
grandes ‘Mestres de Cerimônia’, ou seja, os próprios mc’s, são
letras que retratam completamente o dia a dia de suas
comunidades ou as tais ‘periferias’ na qual a mídia frisa a todo
instante. Estes tipos de denuncias orais, mostram os fatos como
eles são, sem se preocupar muito como serão vistos aos olhos
dos mais ignorantes e inconvenientes indivíduos.

Claramente, existem grupos que se opõe em oferecer serviços a


beneficio da Indústria Cultural e é neste ponto que pretendemos
chegar! Este grupo pela qual analisaremos, foi de total
importância e significativo na luta de seus ideais, colocando
algumas considerações sobre de que forma gostariam que sua
obra fosse vista preservando a pureza das palavras ali
mencionadas ao entendimento do publico alvo.

4.1.1 Racionais MC’s

Apresento este movimento, que com seus valores morais


promovem seu famoso álbum, ‘‘ Diário de um Detento’’,
levando a reflexão através da re - invenção dos fatos, trazendo os
extremos conflitos sobre o massacre do Carandiru, ocorrido em
São Paulo no ano de 1992.

O primeiro disco de rap não fez tanto sucesso, lançado no Brasil


em 1987, ‘‘ A Ousadia do Rap’’. Em 1988, foi lançada sua
coletânea, ’’Hip Hop Cultura de Rua’’, trazendo lucro de vendas
em torno de 25.000 copias. Assim a diante, a juventude negra foi
crescendo em seus bairros empobrecidos, exercendo uma
individualidade e níveis de consciência próprios de seus
habitantes, ampliando seu vocabulário e lutando a favor das
questões de miséria, política, saneamento básico, entre outros
atos que o Estado não dava o mínimo esclarecimento do que
poderia ajudar aos cidadãos!

Os Racionais Mc’s lançaram seu CD em 1997, intitulado de


‘‘Sobrevivendo no Inferno’’, disco que por sua vez foi vendido
para a população de maneira independente, sem interferência de
gravadoras, tornando generalizadamente sob forte impacto,
versos chocantes ao contato emotivo do ouvinte, ligando todos
os fatores do convívio social e o caos em que cada um de nos
estamos ou já passamos sérios problemas em nossas vidas. Este
álbum vendeu exatamente 1.000.000 de copias, garantindo a
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preferência dos consumidores na época, por ter um conteúdo rico


e assumir a verdadeira face da realidade.

Outros grupos na década de 90, com medo da censura da mídia


em querer mudar a ideologia do movimento, lançam seus discos
com selos independentes, só que a desconfiança das grandes
gravadoras em temer que o produto não venda era uma
preocupação extremamente essencial à área de consumo no
mercado.

Formado pelos integrantes rappers: Mano Brown, Pedro Paulo


Soares, Ice Blue, Paulo Eduardo Salvador, Edy Rock, Edivaldo
Pereira Alves e Kleber Geraldo Lelis Simões. Inicialmente, esse
grupo foi criado pelo Mano Brown e Ice Blue chamados de B.B.
Boys. São da zona sul de São Paulo, juntando-se com a dupla KL
Jay e Edy Rock situados na zona norte da periferia. Tratam de
todos os temas sem nenhuma sensibilidade ou sentimentalismo
por parte ampla na sociedade. Este grupo resgata temas sobre o
protesto contra o governo, a guerra entre os traficantes, racismo,
jovens consumidores de drogas e prostituição infantil. No
começo da carreira, este órgão musical foi rejeitado pelas
classes sociais media e alta, não deixando de observar que as
gravadoras também se opuseram as letras. Temos que ressaltar as
ações que foram feitas em 1992, eles se uniram com a Secretaria
Municipal de Educação, chamado ARA PENSANDO, discutindo
temas e executando palestras para os alunos e professores de
ensino ligados ao projeto, citando temas, como: racismo,
miséria, o trafico de entorpecentes e como são mostrados nas
sociedades de variados níveis sociais, o caso de assassinatos de
jovens em geral.

4.1.2 Planet Hemp

Influenciada pelo estilo rap e rock, surgiu em 1993 no RJ. Suas


letras incentivavam a forma como a maconha esta sendo usada
pela comunidade e sua legalização total. No inicio da carreira,
começaram a fazer shows primeiramente no Rio, expandindo
suas vertentes a Belo Horizonte, São Paulo e Curitiba,
participando de festivais. Com a morte do idealizador da banda,
chamado Skunk, interrompeu a trajetória do grupo em 1994 por
um breve tempo.

Com a entrada de Bê Negão, o movimento se motivou,


assinando o contrato com a Sony Music em 1995. Com o CD ’’
Usuário’’, projetou a banda emplacando alguns sucessos como:
’’Mantenha o Respeito’’, ’’Legalize Já’’,Fazendo a Cabeça’’ e
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’’Porcos Fardados’’, que indicava a critica da violência policial.


Este álbum, ganhou disco de Ouro. Planet já tocou com Beastie
Boys e Cypress Hill, com a musica, ’’Os Cães Ladram mais a
Caravana Não Para’’. Cd gravado no final de 1996, renomado
pela banda que ganhou disco de Platina. Os integrantes do grupo
eram: Marcelo D2, Skunk, Rafael, Formiga, Bacalhau, Bê
Negão, Zé Gonzales e Apolo 9. Em 2001, Marcelo D2 e Bê
Negão nos vocais, com os demais integrantes, lançam o CD
MTV ao vivo, pela Sony Music. A banda promove um som mais
para o lado do estilo rock, dispensando DJ’s, teclados e vozes de
apoio, soltando um legitimo disco de rock, trocando
malandragens das vozes que estão inseridas no rap.

Atualmente Marcelo D2 segue carreira solo com seu estilo


próprio independente, os antigos amigos e ex-parceiros de
banda, exercem papeis aos futuros projetos menores que destaca
suas individualidades criativas e ricas verbalmente a letras bem
planejadas.

4.1.3 Marcelo D2

Nome artístico de Marcelo Maldonado Gomes Peixoto (Rio de


Janeiro, 5 de Novembro de 1967) é um rapper brasileiro ex-
vocalista da banda Planet Hemp, que hoje segue em carreira
solo. "D2", no jargão dos usuários de maconha, significa dar
apenas alguns "tragos" no "baseado", ou também o D2, do nome
artistico pode ser em razão do dois D, que tem no Maldonado,
mas é mais aceito, que em razão de ser usuario de maconha
admitido, ele colocou o D2, como forma de expressar que fuma
maconha - e foi falando de maconha que ele começou nos
palcos. Marcelo D2 também é conhecido por misturar o samba
com a black music, fez várias parcerias com artistas de outros
gêneros, como o axé music, e com pessoas que fazem batidas de
música eletrônica com a boca, popularmente conhecido como
beatbox. Atualmente, um de seus principais parceiros em show's
e turnês, é Fernandinho BeatBox, o qual, faz alguns efeitos em
suas músicas, e sempre é chamado ao palco, para animar o
publico, com seus hits.

4.1.4 Gabriel O Pensador

Criticado por ser um garoto branco da classe media alta,


Pensador se destacou de seus concorrentes de mídia, traçando
um papel significativo ao mencionar em suas letras assuntos de
extrema responsabilidade com a população, como: critica social,
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criando uma ideologia contra as futilidades das mulheres na


musica “Loira Burra”, por exemplo, gravada em 2003.

5. O HIP HOP NOS ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

5.1 Programas de televisão, radio e revistas

Existem muitos programas relacionados ao assunto não só em


canais abertos mais também em canais fechados. Multishow é
um canal do globo sate, um canal jovem e descontraído, com
alguns programas ligados ao Hip Hop, como “Tribos” que fala
de grupos de varias culturas, o programa TVZ é um programa
que passa clipes entre eles clipes de Hip Hop, a MTV Brasil
também traz atrações como MTV Lab que traz musicas de
artistas underground. Em canais abertos o Nobreak na Mixtv. No
radio existem vários programas dedicados somente ao Hip Hop,
como o Batida 89, Os manos ( programa humorístico), Full
Throttle , todos na radio 89FM, na radio Mix tem os programas
Nobreak e Hip Hop Mix , Metroblack na Metropolitana FM, na
Jovempan FM o Na Balada,e na radio transcontinental o Black
Songs,e o The Best Of Black.

Varias revistas circulam nas bancas do Brasil inteiro, revistas


nacionais e internacionais, como revista “Raça” que fala sobre
cortes de cabelos e maquiagem para afro-descendentes, a revista
“Hip Hop”, que está na primeira edição, mostra tudo sobre a
cultura , musica , dança, e moda, revista “Rap Brasil” traz
matérias sobre o Hip Hop brasileiro, a revista Graffiti que é
especializada em graffiti, e a revista Rap News que traz todo o
cenário do Hip Hop internacional.

6. FILMES
A música e a dança Hip-Hop são temas muito amplos no campo
de filmes. Existem diversos filmes relacionados com esta cultura
onde é acompanhado o competitivo mundo da dança de rua, no
qual os grupos disputam entre si, na busca de reconhecimento
dos melhores dançarinos e muitas vezes esperando encontrar
grandes rivais que queiram disputar em troca de dinheiro dentro
destas competições.
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Nos últimos filmes lançados os dançarinos criam os mais


modernos movimentos e passos para se mostrarem os melhores e
conseguirem se manter no topo dos concursos, porém ao mesmo
tempo estes filmes mostram não apenas essa parte da vida dos
participantes de concursos e competições entre grupos e ganges,
pois mostra também a vida pessoal e profissional dos
competidores, passando uma mensagem de que as pessoas
devem sempre ter um enorme esforço para se manterem no topo
e conseguirem atingir seus objetivos, como: ”O poder do ritmo”
e um dos mais famosos “Hip-Hop no pedaço: entre nessa dança”,
no qual existe competição e sobrevivência em relação a dança.

Em alguns filmes, o Hip-Hop é mostrado como forma de


sobrevivência entre as pessoas das sociedades vividas dentro do
enredo, já em outros é como forma de entretenimento e diversão
onde é na dança ou na música em que as pessoas encontram a
paz e a tranqüilidade que precisam para se manter em equilíbrio
na vida pessoal e emocional como nos seguintes filmes: “Vem
dançar”, “No balanço do amor”, “Se ela dança eu danço” e “O
poder do ritmo” (que mostra que não apenas com violência pode
se viver da dança, e que a mesma pode trazer de volta um
sentimento bom dentro do coração de uma pessoa). Na maioria
das vezes o personagem principal encontra na dança algo que o
faz fugir dos problemas de dentro de casa e pessoais, fazendo-o
descobrir um verdadeiro gosto por este estilo de dança.
Geralmente ocorre uma certa mistura dos estilos, já que nos
filmes mostram que as diferenças podem viver juntas sendo
compreendida e aceitada, eles colocam na história personagens
de dois mundos e culturas completamente diferentes, e fazendo
surgir certa afinidade entre ambos, decidem juntar dois ritmos
musicais e montar uma apresentação de uma só dança como
acontece no “Se ela dança eu danço”, “Vem dançar” e “No
balanço do amor”.
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Outros mostram a realidade de como é enfrentar os obstáculos


quando quer realmente ganhar fama com a música como
“Honey-no ritmo de seus sonhos” e “Ritmo de um sonho” que
mostra o que um rapper e gigolô passou para conseguir ter sua
música tocada nas rádios mais ouvidas.

Vale ressaltar que grande porcentagem dos filmes são produzidos


com alguém que já é famoso e reconhecido na mídia e que em
sua maioria aqueles que não são depois de passaram por esta
experiência começar a ter grandes oportunidades e logo ganham
seu espaço na mídia, grandes cantores tiveram suas origens
vindas de filmes como: Bow Wow, Omarion, Ne-yo, Ludacris,
Chris Brown, Lil' Fizz entre outros.
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7. O HIP HOP NO MUNDO VIRTUAL


A internet é um dos maiores veículos de comunicação, tendo
com vantagem uma linguagem mais descontraída e ágil,
contribuindo fortemente para novas culturas, usada também
como um instrumento para propagandas e divulgação de novas
bandas, cantores e/ou novos talentos. A tecnologia esta cada vez
mais avançada hoje em dia com a internet 2.0, esta tudo mais
rápido e prático as pessoas já estão tendo um acesso com mais
facilidade. Tudo isso contribui de uma forma grandiosa pra a
comunicação ajudando também o mundo musical como no caso
do Hip Hop, a internet aproxima o publico com os artistas,
criando um vinculo entre fãs com artistas. No caso do Hip Hop
esse novo meio de comunicação só veio para aumentar a
popularização dessa cultura, artista que eram desconhecidos
pelos brasileiros ou até mesmo pessoas de outros países, hoje são
conhecidas graças à internet.

Sites como Orkut, Youtube, Myspace, Second Life, entre outros


contribuem fortemente para a popularização do Hip Hop. O
Orkut que é um site famoso principalmente no Brasil com mais
de 1 milhão de componentes , algumas comunidades
demonstram o crescimento do Hip Hop no Brasil com a
comunidade “ Hip Hop Brasil” com mais de 75.446 membros
,ou a comunidade “ Eu curto Hip Hop” com mais de 63.693
membros , em comunidades como esse informações sobre
artistas do momentos são trocadas, eventos, festas, baladas,
shows, dicas de CD, DVD,revistas, tudo sobre o assunto.O
Youtube que é um site famoso por permitir que seus usuários
carreguem, assistam e compartilhem vídeos em formato digital.
Foi fundado em fevereiro de 2005 por três pioneiros do PayPal,
um famoso site da internet ligado a gerenciamento de doações,
contribui também para o crescimento do hip hop, não só
divulgando vídeos de artistas já famosos, mais também lança no
mercado pessoas que divulgaram seus vídeos e se tornaram
conhecidas, como o dançarino americano Salah que com o seu
vídeo mais famoso onde dança popping teve mais de 1,298,493
acessos, ou cantoras mirins de R&B como Monica Pareles e
Jasmim Villagas , um dos vídeos de Jasmim tem mais de 14,66
acessos, a jovem cantora se tornou tão famosa na internet que foi
contratada pelo canal infantil nickelodeon. Rappers famosos
como Lil Wayne são cada vez mais popularizados pelo youtube,
no dia 12 de março de 2008 Wayne lançou o video Lollipop uma
semana após o lançamento do vídeo, mais de 500 mil pessoas já
tinham assistido, 6 meses se passaram e já tinham mais de
16,718,369 acessos.

Não tem como dizer que a internet não ajudou no crescimento


da cultura , é claro que como todos os outros veículos , a internet
também tem seu lado negativo, pois, quando má utilizada pode
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se tonar um grande veneno contra qualquer artista, mas se bem


utilizada pode não só ajuda-los, mas também os fãs, facilitando o
acesso ao trabalho artístico.

8. A REVISTA RAP NEWS

A Rap News é uma revista direcionada apenas para pessoas que


curtem a música da cultura hip-hop. Ela mostra tudo que os
jovens querem saber sobre não apenas a música, mas também a
moda, a arte, a dança, os lugares onde se pode freqüentar para
poder curtir as baladas relacionadas com as músicas tanto o Rap,
Black music, como o R&B e Charm, e também as batidas e
remix feitas por dj’s da música Black.

Algo muito notável no conteúdo da revista é que a maioria dos


artistas e famosos são negros, o que mostra que esta cultura
ainda está dentro apenas da vida dos negros, porém há uma leve
porcentagem de pessoas brancas que se interagem de maneira
completa com a música, a dança e a moda hip-hop, como
Eminem, Paul Wall, Brooke Hogan, Paula Deanda, e alguns
brasileiros como Cabal, Marcelo D2, Rappin' Hood( que mesmo
com o nome internacional, tem origens brasileiras) e Gabriel O
Pensador.

Alguns artistas da música pop acabaram se rendendo ao mundo


do hip-hop fazendo misturas com os estilos musicais como
Mariah Carey, Britney Spears, Pussycat Dolls e até mesmo a
musa da música pop Madonna que recentemente se uniu com
grandes profissionais do rap, R&B e hip hop.

Além de negros, os artistas mais comentados e com matérias


publicadas dentro da revista são internacionais, tanto cantores
como produtores musicais, tendo algumas matérias sobre
modelos brasileiras que conseguiram carreira internacional
dentro de clipes musicais de grandes artistas como Akon, 50
cent, e Jay-z.

Como o mercado de moda está crescendo a cada dia-a-dia, de


maneira forte e inexplicável, pelo fato de o ser humano querer
ter a necessidade de melhorar sua estética e manter um perfil de
beleza e físico exageradamente perfeitos, a revista traz sessões
que falam sobre o comportamento e das conquistas e de como
os negros fizeram protestos sobre ser aceita a igualdade entre
eles dentro do mercado da moda, isso repercutiu refletindo nos
meios de comunicação de massa e trabalho em geral, e as
pessoas começaram a perceber a falta de oportunidades
existentes , e não a falta de talentos entre os negros. A revista
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percebe isso e abre um espaço para mostrar as novidades no


estilo afro com design, moda, novos criadores e desfiles com
grandes produtoras famosas e reconhecidas dentro do mercado
têxtil.

A Rap News traz também informações sobre a vida pessoal dos


artistas e com isso o público da revista tem um contato maior
com seus ídolos e com as novidades que vem surgindo sobre a
música e a dança do Hip-Hop. Ela utiliza uma linguagem
moderna, prática e simples com muitas imagens atrativas com
recursos para atrair os jovens à leitura são um pouco
extravagante, mas não exagera tanto nas notícias e não copia
ninguém, tornando algo original e tendo uma tendência à se
expandir com grandiosidade pelo país.

Ela se diferencia da maioria das revistas tradicionais, pois ela faz


propaganda da própria dentro dela mesma. A revista utiliza
pouca publicidade e pôr isso foge dos padrões da Indústria
Cultural, apesar da falta de propagandas a mesma consegue
atingir seu público alvo.

8.1 Públicos alvo da revista Rap News

Através de uma pequena pesquisa realizada, percebemos que o


público que mais se interessa pela revista Rap News se enquadra
na faixa etária dos 13 aos 20 anos, até que se chegam a esta
idade e geralmente os jovens já não têm mais tanto tempo de ler
revistas como forma de entretenimento ligado ao Hip-Hop, como
se começa a fase de faculdade, emprego, a vida acaba ficando
mais agitada, e somente aqueles que realmente seguem a cultura
Hip-Hop como uma forma de se viver é que continuam a
praticar-la e a segui-la e muitas vezes com um grande sonho de
se tornar famoso dentro da área música ou da dança Hip-Hop,
muitas pessoas na sua maioria jovens levam a vida ganhando à
partir de suas apresentações e shows, já aqueles que não se
entregam a esta carreira acabam afastando-se um pouco da
cultura, mais ainda tendo o gosto musical, e praticando a dança
como um tipo de lazer.

Pré-adolescentes e adolescentes são a maioria dos leitores da


revista Rap News, existe muitas crianças interessadas pela dança
Hip-Hop, mas ainda vivem no mundo das crianças, são novas
demais e devem se preocupar em ler quadrinhos e coisas infantis,
uma revista só desta cultura talvez não seja muito indicado para
menores de 11 anos, é um outro mundo, uma outra realidade, não
que seja agressivo, mais é algo que não combina com crianças,
aliás, elas estão preocupadas com outras coisas nesta idade,
querem saber de notícias sobre os personagens de desenhos
animados e não de cantores, produtores e atores famosos na
música e filmes.
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Algo extremamente notável é que os jovens que realmente


compram a revista com freqüência têm uma grande curiosidade
de se interagir no mundo dos famosos relacionados à música e
dança Hip-Hop, eles querem não apenas descobrir babados dos
artistas e da música e ficar pôr dentro de tudo que está rolando,
mas esperam também encontrar algo novo dentro da revista que
desperte a magia e a vontade cada vez maior de enfrentar os
problemas e obstáculos que deverão encontrar se realmente
esperarem entrar no mundo da fama vivificando a cultura.

Os jovens da dança de rua estão sempre renovando seus passos e


coreografias, é algo que nasce dentro deles, eles dizem que
sentem e simplesmente necessitam colocar tudo para fora, e é ai
que vão variando e montando sempre coisas novas para
apresentarem ou apenas dançam para se sentir bem, pelo gosto
que tem pela magia da dança que provoca desejo e euforia
dependendo de como é praticado, se for concursos ou disputas de
grupos ou apenas para se distrair e ter diversão numa festa ou
baladas à noite.

O porquê de ela atrair apenas a este público mais jovem, da nova


geração atribui-se ao fato de que as matérias são apenas de
artistas que acabaram de surgir, dos que estão crescendo neste
momento dentro da mídia, então as pessoas mais velhas não tem
o conhecimento destes novos artistas que estão surgindo agora,
elas querem ver os antigos, a revista mostra alguns famosos que
são velhos já dentro do ramo da música como Mariah Carey,
Madonna e Snoop Dog, mais talvez não fossem mostrados no
Brasil com freqüência, pôr isso não são tão conhecidos entre as
gerações da sociedade mais antiga que curtiam estas músicas
antigamente.

Ao que parece é uma revista toda já planejada para ter como


destino o público mais jovem e moderno dessa nova Era de
adolescentes que demonstram grande força de vontade e
interesse para correr atrás de seus sonhos e desejos, e como a
revista mostra também histórico da vida de artistas, grandes
cantores que cresceram, evoluindo aos poucos e se tornaram
famosos depois de batalharem pôr seus sonhos, isso desperta
grande um encorajamento na vida dos jovens sonhadores.

8.2 Formas de divulgação da revista

A Rap News tem seu meio de divulgação moderno, como hoje


em dia os jovens estão cada vez mais tendo acesso a internet, e
gastam a maior parte do dia em frente ao computador, ela se
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preocupa em sempre atualizar o seu site, com novidades e


indicações de shows, exposições, bares, baladas, tudo que tem a
ver com Hip-Hop, eles publicam hora, local, e data, para que
seus leitores possam se aproximar mais ainda à cultura.

Além do site, existe comunidades no Orkut e perfil’s onde seus


fãs se encontram e se relacionam para discutir assuntos e dar
opiniões sobre a revista. Tem também blogs, criados pelos
próprios fãs para se interagirem e fazer comentários positivos e
negativos, algo que é muito bom para qualquer empresa para se
saber o que deve melhorar para a satisfação de seus clientes,
tendo como mais importante os comentários de negatividade.

Existe também outros sites de relacionamentos entre fãs e


apreciadores da revista onde as pessoas se reúnem para fazer
comentários ou procurar informações dos atrativos que a revista
traz como: myspace, fotolog, netlog, second life, twiter,sonic,
entre outros.

Porém, não é apenas com a internet que os negócios se crescem


hoje em dia, ainda existe um pouco daquele clássico “boca à
boca”, onde uma pessoa aprecia a revista, e passa a informação
da sua existência para outra, e a outra também acaba gostando e
indicando para um outro amigo e assim pôr diante, como
acontece com vários produtos.

Como não existem também muitas revistas relacionadas apenas


com o Hip-Hop, é fácil a revista crescer, pois se uma pessoa for
numa banca de jornal e pedir uma revista que fale sobre a cultura
Hip-Hop terá como primeira opção a Rap News.

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