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MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DO

FEIJOEIRO
Fenologia do feijoeiro e ocorrência de pragas (Quintela, 2001)
LAGARTA ROSCA
Agrotis ipsilon (Lepidoptera: Noctuidae)

Características
Ovos: depositados no solo,sobre as plântulas ou na matéria orgânica.
Lagartas: coloração cinza-escura a marrom-escura. Protegem-se no solo durante o
dia (rosca).
Pupas: ocorrem no solo.
Mariposas: coloração pardo-escura a marrom; asa anterior com manchas escuras
e a posterior é semi-transparente.
Injúrias: corte de plântulas rente ao solo e consumo de sementes. Plantas mais
desenvolvidas podem tolerar as injúrias. Redução do stand da cultura.
LAGARTA ELASMO
Elasmopalpus lignoselus (Lepidoptera:
Pyralidae)

Lagarta elasmo: lagartas e injúrias


Cigarrinha verde, Empoasca kraemeri
(Hemiptera: Cicadellidae)

Adulto de cigarrinha verde, Injúrias causadas por cigarrinha


Empoasca sp. verde
Características
Praga do feijão comum e caupi
Postura: endofítica (folhas, pecíolos e hastes)
Ninfas: verdes (deslocamento lateral)
Adultos: coloração verde com manchas brancas na cabeça e tórax
Injúrias
Fase crítica do feijoeiro: emissão das primeiras folhas até florescimento e
formação das vagens
Vaquinhas (Coleoptera: Chrysomelidae

Diabrotica speciosa Cerotoma sp.

Injúrias causadas por vaquinhas


PRAGAS DE VAGENS DO FEIJOEIRO

Injúrias

Manhoso do caupi, Lagartas e injúrias de Injúria de M. testulalis


Chalcodermus sp. Maruca testulalis

Araújo et al., 1984; Sartorato et al., 1987


PERCEVEJOS DE VAGENS

Ovos, ninfas e adulto do percevejo marrom, Euschistus


heros

Ovos, ninfa e adulto do percevejo verde, Nezara viridula


PERCEVEJOS DE VAGENS

Ovos, ninfa e adulto do percevejo verde pequeno, Piezodorus guildini

Injúrias causados por percevejos

Corrêa-Ferreira & Panizzi (1989)


MIP - FEIJÃO

Amostragem de pragas e inimigos naturais

Freqüência: semanal em diversos pontos da lavoura

Até 5 ha – quatro amostragens


Até 10 ha – cinco amostragens
Até 30 ha - seis amostragens
Até 50 ha - oito amostragens
Até 100 ha – dez amostragens
Acima de 100 ha – dividir em áreas menores

Sistema de caminhamento: ziguezague


MIP - FEIJÃO

Amostragem de pragas do
feijoeiro em 2 m de linha Método do pano de batida

Quintela (2001)
Placa de plástico branco (50 x 40 cm) para
amostragem de tripes em folhas do feijoeiro. São
efetuadas duas batidas com a placa por ponto
de amostragem
Quintela (2001)
NÍVEIS DE AÇÃO PARA O CONTROLE
DE PRAGAS DO FEIJOEIRO
LEVANTAMENTO DE PRAGAS DO FEIJOEIRO
Data: Amostrador:
Propriedade/Município: Data/semeadura:
Área (tamanho e local): Idade da Cultura:
Nº da ficha: Variedade:
PRAGA OU INJÚRIA Nível de Controle

Plantas Mortas 2 plantas cortadas ou


com sintomas de murcha

Vaquinhas 20 insetos/pano
ou em 2 metros
de linha

Desfolha 50% fls Primárias


30% antes floração
15% após floração

Mosca Branca Não determinado

Minadora 1 a 2 larvas
vivas/folha,
não considerar
folhas primárias

Cigarrinha verde 40 ninfas/pano


ou em 2 metros
de linha
Tripes 100 Tripes em
1 metro
3 tripes/flor

Ácaros Branco 6 plantas com sintomas


Rajado e presença do ácaro

Lesmas 1 lesma/ m3

Percevejos 2 percevejos/pano

Lagartas da vagem 20 vagens atacadas


em 2 metros de linha

Outros Insetos

Quintela (2001
Inseticidas e Acaricidas registrados para a cultura do feijoeiro

Nome da praga Produto Técnico Marca Comercial Dose

Empoasca kraemeri Thiamethoxam Cruiser 700 WS 0,1 – 0,15 Kg / 100


Kg sementes
Thiamethoxam Actara 250 WG 0,1 – 0,2 Kg/ha

Cyfluthrin Baytroid CE 0,2 L/ha

Imidacloprid Provado 0,15 Kg/ha

Thiacloprid Calypso 0,2 L/ha

Bifenthrin Brigade 25 CE 0,2 – 0,25 L/ha

Fenpropathrin Danimen 300 CE 0,1 – 0,2 L/ha

Bemisia tabaci Imidacloprid Confidor 700 GrDA 0,25 Kg/ha

Thiacloprid Calypso 0,2 L/ha

Pyriproxifen Tiger 100 CE 1,0 L/ha

Monocrotophos Nuvacron 400 0,5 – 0,75 L/ha

Acephate Orthene 750 BR 0,2 – 0,5 Kg/ha

Acetamiprid Mospilan 0,15 – 0,25 Kg/ha

Quintela (2001)
Inseticidas e Acaricidas registrados para a cultura do feijoeiro
Nome da praga Produto Técnico Marca Comercial Dose

Agrotis sp. Carbaryl Sevin 480 SC 1,9 – 2,25 L/ha

Acephate Orthene 750 BR 1,0 Kg / 100 Kg


sementes
Tripes (várias espécies) Imidacloprid Gaucho FS 0,25 L / 100 Kg
sementes
Pirimifós metil Actelic 500 CE 0,16 L/ha

Acephate Orthene 750 BR 1,0 Kg/ha

Dimethoate Tiomet 400 CE 0,32 – 0,64 L/ha

Diabrotica speciosa e Imidacloprid Confirdor 700 GrDA 0,15 Kg/ha


Cerotoma arcuata
Thiodicarb Futur 300 2,0 L / 100 Kg
sementes
Metamidofós Hamidop 600 0,5 – 1,0 L/ha

Carbaryl Carbaryl Ferson 480 2,0 – 2,3 L/ha


SC
Esfenvalerate Sumidan 25 CE 0,4 L/ha

Fenitrothion Sumithion 500 CE 1,0 – 1,5 L/ha

Quintela (2001)
Inseticidas e Acaricidas registrados para a cultura do feijoeiro

Nome da praga Produto Técnico Marca Comercial Dose

Polyphagotarsonemus Triazophos Hostathion 400 BR 0,8 – 1,0 L/ha


latus
Tetradifon Tedion 80 1,2 – 2,5 L/ha

Abamectina Vertimec 0,3 – 0,6 L/ha

Profenofós Curacron 0,6 – 0,8 L/ha

Tetranychus urticae Fenpropathrin Danimen 300 CE 0,2 – 0,3 L/ha

Dimethoate Tiomet 400 CE 0,64 – 1,25 L/ha

Elasmopalpus lignosellus Carbaryl Carbaryl Fersol 480 2,0 – 2,3 L/ha


SC
Carbaryl Sevin 480 SC 1,9 – 2,25 L/ha

Thiocarbe Semevin 350 RA 1,5 L / 100 kg


sementes
Thiocarbe Futur 300 2,0 L / 100 Kg
sementes
Acephate Orthene 750 BR 1,0 Kg / 100 Kg
sementes
Quintela (2001)
Inseticidas e Acaricidas registrados para a cultura do feijoeiro

Nome da praga Produto Técnico Marca Comercial Dose

Omiodes indicata Lambdacyalothrin Karate zeon 50 CS 0,15 – 0,2 L/ha

Carbaryl Sevin 480 SC 1,9 – 2,25 L/ha

Acephate Orthene 750 BR 0,5 – 1,0 Kg/ha

Aphis craccivora Metamidofós Hamidop 600 0,5 – 1,0 L/ha

Acephate Orthene 750 BR 1,0 Kg / 100 Kg


sementes
Dimethoate Tiomet 400 CE 0,32 – 0,64 L/ha

Chalcodermus Monocrotophos Agrophos 400 1,25 L/ha


bimaculatus
Acephate Cefanol 0,1 Kg / 100 L água

Liriomyza huidobrensis Triazophos Hostathion 400 BR 1,0 L/ha

Cyromazine Trigard 750 PM 0,1 Kg/ha

Abamectina Vertimec 0,3 – 0,6 L/ha

Pseudoplusia includens Deltamethrin Decis 25 CE 0,12 – 0,16 L/ha

Quintela (2001)
Inimigos naturais

Joaninhas, predadoras de pulgões


Percevejos predadores de
lagartas desfolhadoras
Inimigos naturais

Adulto de crisopídeo

Trichogramma sp., parasitoide de


ovos de lagartas

Fungo Beauveria bassiana em


mosca branca
Inimigos naturais

Encarsia sp., parasitóide de ninfas Eretmocerus sp., parasitóide de ninfas da


da mosca branca mosca branca

Parasitóide de ovos de Afídio parasitado por vespa -”múmia”


percevejos, Trissolcus basalis
ÁCAROS
Polyphagotarsonemus latus (Acari: Tarsonemidae) (A)
Tetranychus urticae (Acari: Tetranychidae) (B)

A B

Características
P. latus: colônias (ovos, larvas, pupas e adultos) na página inferior das
folhas do ponteiro. O ataque é em reboleiras. O macho carrega a pupa
da fêmea, fixando-a na papila genital.
Injúrias: bordos das folhas enrolados para cima, de coloração verde-
escura; face inferior dos folíolos de coloração bronzeada; vagens
prateadas, bronzeadas e retorcidas.
ÁCAROS DO FEIJOEIRO

Injúrias causadas pelo ácaro branco, P. latus em folhas de feijoeiro

Injúrias causadas por T.


urticae em folhas de feijoeiro

Carvalho et al., 1982; Sartorato


et al., 1987
TRIPES DO FEIJOEIRO

Thrips tabaci

Frankliniellla
occidentalis
Injúrias de tripes de em planta de feijoeiro
MIP FEIJÃO – Phaseolus e Vigna
Pragas x Fenologia da planta – Phaseolus
Se Florescimento
m E
mer
ea
gên
du
Frutificação
ra cia Desenvolvimento
Maturação
vegetativo
45
0 5 90 dias (ciclo normal)
30
Mosca branca (mosaico dourado) 70 dias (precoce)
Cigarrinha
Pragas do Lagarta das vagens
solo
Mosca-minadora
Vaquinha
s Ácaro branco
Principais pragas do caupi (Vigna unguiculata) associadas a fenologia da cultura

Nº de dias 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75
Pragas
ELASMO

VAQUINHAS
LAGARTAS DE FOLHAS
CIGARRINHA VERDE
PULGÃO PRETO
MANHOSO
LAGARTAS DE VAGENS
PERCEVEJOS VAGENS
CARUNCHOS
Adaptado de Nogueira & Santos (1988) e Oliveira & Barros (1994)
a
Quadro 1. Pragas do feijoeiro que atacam os
diferentes órgãos (Vieira, 1983)

Órgão Pragas
Brotos Pulgões
Vagens Thecla jabus, Nezara viridula, Maruca testulalis, Etiella
zincknella, Chalcodermus bimaculatus
Folhas Pulgões, crisomelídeos, Empoasca kraemeri, Nezara
viridula, Bemisia tabaci, Hedylepta indicata, Lagria
villosa, Urbanus proteus, tripes, ácaros, lesma, Anticarsia
gemmatalis
Caule Agrotis spp., Elasmopalpus lignosellus
Raízes Smynthurodes betae

Sementes Acanthoscelides obtectus, Zabrotes subfasciatus


Lagarta elasmo
Lagarta rosca, Agrotis ipsilon
Lagarta rosca, Agrotis ipsilon
Cigarrinha-verde, Empoasca
spp
Cigarrinha-verde, Empoasca
spp
Ovos - postura endofítica, isoladamente, nas folhas, pecíolos e caules;
Ninfas - amarelo esverdeada, locomove-se lateralmente e permanece na face
inferior das folhas (5 ínstares);
Adultos - verde, muito ágil, 3 mm.
Ciclo biológico -  3 semanas (ovo e ninfa); longevidade superior a 60 dias.
Danos - Sução de seiva e injeção de toxinas provocando amarelecimento e,
consequente, seca dos bordos das folhas e enfezamento das plantas (semelhante
sintomas de viroses). É mais prejudicial até o florescimento e em plantio da seca
(Zucchi et al., 1993).
Mosca-branca, Bemisia tabaci.
Mosca-branca, Bemisia tabaci.
Ovos - colocados na face inferior das folhas, ficando presos por um pedúnculo
curto;
Ninfas - de coloração clara e de contorno ovalado, em forma de escama;
Adultos - apresentam quatro asas membranosas recobertas por pulverulência
branca. Ciclo completo  15 dias.
Danos - Sucção de seiva pelas ninfas e adultos e transmissão de viroses (mosaico
dourado e mosaico anão). Maiores prejuízos na época da seca até o florescimento
da planta. Quando o nível populacional é muito elevado, as dejeções das moscas-
brancas possibilitam o aparecimento da fumagina (Zucchi et al., 1993).
Mosca-minadora, Liriomyza
sativa
Lagarta falsa-medideira, Trichoplusia ni
Tripes, Frankliniella occidentalis
Vaquinhas, Diabrotica speciosa e cerotoma
arcuata
Vaquinhas, Diabrotica speciosa e cerotoma
arcuata
Vaquinhas, Diabrotica speciosa e cerotoma
arcuata
Ovos - elípticos e depositados no solo;
Larva - alongada e no solo;
Pupa - protegida por uma câmara pupal, enterrada na superfície do solo;
Adulto - C. arcuata (besourinho de coloração amarela, com manchas pretas,
medindo cerca de 5 a 6 mm de comprimento e possuindo uma mancha preta no
final do abdome); C. unicornis (semelhante a C. arcuata, porém um pouco maior
e sem mancha preta no final do abdome); D. speciosa (besourinho de coloração
esverdeada com manchas amarelas conhecida por “patriota”.
Danos - adulto provoca desfolha e, em altas populações, provocam diminuição
na produção. Larvas alimentam-se de raízes e nódulos e, podem, atacar
sementes em germinação, reduzindo o stand O ataque é mais intenso nas
épocas mais quentes do ano. C. arcuata transmite o vírus do Mosaico Severo
do Caupi (CpSMV)
Vaquinhas, Diabrotica speciosa e cerotoma
arcuata
Ovos - a fêmea faz orifícios nas vagens, depositando os ovos sobre os grãos;
Larva - branco leitosa, desenvolvendo internamente às vagens alimentando-
se das sementes, podendo destruí-las parcial ou totalmente;
Pupa - completa-se no solo, em  2 semanas;
Adulto -  5 mm de comprimento e de coloração preta. Alimenta-se,
principalmente, das vagens, mas podem atacar folhas e hastes;
Danos - assume maior importância nas regiões Nordeste e Centro-Oeste,
com infestações causando danos, nos grãos, acima de 50%; chegando a ser
considerado como a principal praga de campo do caupi no Nordeste,
especialmente, devido a frequência dos surtos após a sua colonização e no
período de desenvolvimento das vagens até a colheita (Santos et al., 1988).
Pulgão, Aphis craccivora
Pulgão do feijão, Aphis
fabae
Ácaro branco, Poliphagotarsonemuus latus
e ácaro rajado, Tetranychus urticae
Manhoso: Chalcodermus bimaculatus (Fiedler,1936) (Coleoptera; Curculionidae)

Em alguns estados do Nordeste é considerado uma das principais pragas do feijão-caupi, no entanto,
nos Estados do Piauí e Maranhão é de ocorrência esporádica, ocorrendo com mais freqüência em
cultivos irrigados e consecutivos.

O adulto é um besouro com aproximadamente 5 mm de comprimento, de coloração preta (Fig. 45).


Alimenta-se de folhas, ramos, mas principalmente das vagens. Quando se alimenta em plantas
jovens pode transmitir virose como o Mosaico Severo do Caupi (Silva & Santos, 1992).

Os adultos fazem orifícios nas vagens que podem ser de alimentação e de postura (Fig. 45).

Os orifícios de postura são feitos pelas fêmeas através da


inserção do seu aparelho bucal na vagem até atingir o
grão, em seguida, com o ovipositor, introduz o ovo no
orifício e cobre-o com uma secreção que o protege dos
inimigos naturais e inseticidas, esses orifícios, formam
posteriormente uma cicatriz saliente, característica da
postura do manhoso. Os orifícios de alimentação
permanecem abertos.

Cada fêmea pode ovipositar em média 120 ovos (Quintela


et al., 1991), um ovo em cada orifício de postura.

Fig. 45. Manhoso: Chalcodermus bimaculatus


(Fiedler) alimentando-se de vagem de feijão-
caupi. Vagens apresentando pontos escuros,
orifícios de posturas e alimentação.
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
Manhoso: Chalcodermus bimaculatus (Fiedler,1936) (Coleoptera; Curculionidae)

Em alguns estados do Nordeste é considerado uma das principais pragas do feijão-caupi, no entanto,
nos Estados do Piauí e Maranhão é de ocorrência esporádica, ocorrendo com mais freqüência em
cultivos irrigados e consecutivos.

O adulto é um besouro com aproximadamente 5 mm de comprimento, de coloração preta (Fig. 45).


Alimenta-se de folhas, ramos, mas principalmente das vagens. Quando se alimenta em plantas
jovens pode transmitir virose como o Mosaico Severo do Caupi (Silva & Santos, 1992).

Os adultos fazem orifícios nas vagens que podem ser de alimentação e de postura (Fig. 45).

Os orifícios de postura são feitos pelas fêmeas através da


inserção do seu aparelho bucal na vagem até atingir o
grão, em seguida, com o ovipositor, introduz o ovo no
orifício e cobre-o com uma secreção que o protege dos
inimigos naturais e inseticidas, esses orifícios, formam
posteriormente uma cicatriz saliente, característica da
postura do manhoso. Os orifícios de alimentação
permanecem abertos.

Cada fêmea pode ovipositar em média 120 ovos (Quintela


et al., 1991), um ovo em cada orifício de postura.

Fig. 45. Manhoso: Chalcodermus bimaculatus


(Fiedler) alimentando-se de vagem de feijão-
caupi. Vagens apresentando pontos escuros,
orifícios de posturas e alimentação.
Foto: Paulo Henrique Soares da Silva
IV. Pragas secundárias
Quadro-resumo dos danos provocados pelas pragas secundárias e o seu hospedeiro, de
acordo com Vieira (1983), Gallo et al.(1988) e Zucchi et al., 1993).

Praga Hospedeiro Dano


Mosca minadora Liriomyza spp. Phaseolus e Aberturas de minas e secamento das
Vigna folhas.
1 - Pulgão da raiz Smynthurodes Phaseolus e 1 - Murchamento em plantas até 30 dias
betae; 2 - Pulgão das folhas Vigna de idade;
Aphis craccivora (+ Vigna) 2 - deformações dos brotos e folhas
Tripes Caliothrips brasiliensis Phaseolus Sucção de seiva. Em ataque intenso as
folhas tornam-se amareladas e caem.
Ácaro branco Poliphagotarsone- Phaseolus e danificam folhas; P. latus pode atacar
mus latus e rajado Tetranychus Vigna vagens tornando-as prateadas (reduz a
urticae produção de vagens e o peso de
sementes)
Lagartas das folhas: Urbanus Phaseolus e Desfolha; P. includens destroe todo o
proteus, Hedylepta indicata, Vigna limbo foliar deixando apenas as
Pseudoplusia includens nervuras. A cultura é mais sensível da
emergência ao florescimento
Lagartas das vagens Etiella Phaseolus atacam vagens, destruindo os grãos em
zinckenella, Thecla jebus formação.
Lagarta rosca Agrotis ipsilon Phaseolus e as lagartas cortam as plântulas,
Vigna causando redução do stand.
Lagarta elasmo Elasmopalpus Phaseolus e Até 30 dias de idade, causa secamento
lignoselus Vigna das plantas, sendo mais importante no
período seco.
Broca das vargens Maruca Phaseolus e Danifica as vagens, sendo mais
testulalis Vigna importante para o caupi.
Percevejos Crinocerus sanctus, Phaseolus e Sucção de seiva e injeção de toxinas,
Piezodorus guildinii, Vigna nos brotos, folhas novas e vagens. Nos
Megalotomus sp. grãos causa deformações e inoculação
do fungo Nematospora coryli. Reduz o
peso e a germinação das sementes.
V. Estratégias e táticas de manejo e controle

V.1. Amostragem e Nível de Controle (NC)

 Cigarrinha verde:
- Amostrar folhas superiores da planta, 10 plantas por área, sendo 1 trifolíolo por
planta (N.C. = 2 ninfas-adultos/planta) (Crocomo, 1990);

 Insetos desfolhadores:
- Amostrar 1 m de fileira em 5 pontos/ha: até o 20o dia  NC = 20% de desfolha;
- após o 20o dia  NC = 30% de desfolha (Crocomo, 1990);

 Mosca branca:
- Amostrar folhas do terço superior, 50 plantas/área homogênea de até 5 ha, sendo 1
trifolíolo/planta, em zigue-zague, a cada 5 ou 7 dias (frequência)
- NC = 60% de folhas atacadas com adultos e/ou 40% por ninfas grandes para Vigna
(Silva et al., 1998)
- NC = para Phaseolus assim que constatada a presença de adultos (Barbosa et al.,
1998)
V.2. Controle mecânico e por comportamento

 Uso de iscas para adultos de vaquinhas:


- Iscas tóxicas de curcubitáceas amargas, conhecidas como “taiuiá” (raiz + inseticida),
controlam vaquinhas. Duram em torno de 30 dias e o controle de adultos tende a
diminuir a postura e o número de larvas (Yokoyama, 1992);

V.3. Controle físico

 Uso de armadilhas adesivas amarelas


- para capturar adultos de Empoasca kraemeri, reduzindo seu dano (Pereira, 1992)

V.4. Controle cultural

 Densidade de plantio e variedades adequadas:


- aumentar a densidade de plantio em regiões ou épocas com alta incidência de lagarta elasmo e lagarta rosca (Gallo et
al., 1988);
Adubação e Irrigação:
- adubação sem aplicação de potássio favorece o aumento da população de
Tetranychus urticae (Pereira et al., 1997);
- com potássio favorece o aumento da população de Diabrotica speciosa (Ajudarte et
al., 1997);
- o aumento da umidade do solo, favorece o desenvolvimento inicial da planta e
controla a lagarta elasmo (Gallo et al.,1988);

 Zoneamento de plantio:
- evitar cultivo de feijão, próximo a cultura de soja, principalmente, com ataque de
mosca branca, pois feijão é mais suscetível a essa praga (Sartorato et al., 1987) e
- evitar plantio de caupi em áreas infestadas pelo manhoso (Santos et al., 1988);
Consórcio com milho:
- redução do ataque, principalmente de cigarrinhas, além de beneficiar a colonização e
ação de inimigos naturais (Pereira, 1992);

 Policultivo:
- há diversificação do ambiente favorecendo a ação de inimigos naturais

 Época de plantio:
- Passível de uso em áreas com irrigação
- Sudeste: das águas (out./dez.), “seca”(jan./mar.) e inverno (mai./jun) (Yokoyama,
1992);
- Pernambuco: das águas (mar./mai.), irrigado (mai./jun.) e (ago./set.)

 Rotação de culturas:
- Principalmente para reduzir população de pragas de solo (Carvalho, 1992)
- Leguminosas x gramíneas, são as mais recomendadas;
- Ter atenção para evitar plantio sucessivo de culturas hospedeiras ou próximo. Isto
pode antecipar o pico populacional da praga (Gallo et al.,1988);

 Destruição dos restos culturais:


- Para não servir de alimento às pragas que ficam no campo (principalmente, caupi x
manhoso) (Santos et al., 1988);

 Plantio direto:
- Lagarta elasmo: baixa incidência devido a alta umidade, a compactação do solo
prejudica a emergência e o excesso de m.o. serve como fonte alternativa de alimento
(Gallo et al.,1988) (efeito positivo)
- Percevejos, crisomelídeos e curculionídeos: alta incidência pela maior permanência
da cultura no campo (Gallo et al., 1988) (efeito negativo).
Resistência de plantas

- Pesquisas do CNPAF indicam 7 genótipos com comportamento superior ao padrão


resistente (Porrillo 70) para resistência a cigarrinha verde (Yokoyama, 1992);
- BR 10 – PIAUÍ; BR 12 – CANINDË; BR 14 – MULATO; BR 17 – GURGUËIA
 Resistência ao vírus do mosaico dourado do caupi (VMDC) entre outros (Silva et
al., 1998)
- IAPAR 57 e IAPAR MD 820  Resistência ao vírus do mosaico dourado do
feijoeiro (VMDF) (Barbosa et al., 1998)

V.6. Controle com inseticidas de origem vegetal

- Azatin (Azadiracta indica) - produto não registrado no Brasil. Uso para diversas
pragas, incluindo a mosca branca;

V.7. Controle biológico


Considerando-se a ampla ocorrência de inimigos naturais no feijoeiro, apesar do curto período da cultura no campo, é
importante que medidas que favoreçam a ação desses organismos sejam implementadas.
V.8. Controle químico

- Tratamento de sementes;
- Uso de granulados sistêmicos;
- Uso de sal de cozinha a 0,5% (0,5 Kg/ 100 L de água), nas pulverizações para
percevejos (reduzir 50% a concentração do inseticida);
- Pulverizações (Gallo et al., 1988; Carvalho, 1993);

VI. Considerações Finais

O manejo integrado de pragas do feijoeiro deve-se basear:


 na amostragem e nível de controle, e principalmente no controle cultural; no uso de
cultivares resistentes e de produtos químicos seletivos com a finalidade de favorecer
os inimigos naturais;
 todo método de controle com suas peculiaridades apresenta vantagens e
Adulto de Callosobruchus maculatus
Ovos de Callosobruchus maculatus
Larva (abaixo) e pupa (acima) de Callosobruchus
maculatus
Danos de Callosobruchus maculatus
a

IV. Pragas secundárias


Quadro-resumo dos danos provocados pelas pragas secundárias e o seu
hospedeiro, de acordo com Vieira (1983), Gallo et al.(1988) e Zucchi et al., 1993).

Praga Hospedeiro Dano


Mosca minadora Liriomyza spp. Phaseolus e Aberturas de minas e secamento das
Vigna folhas.
1 - Pulgão da raiz Smynthurodes Phaseolus e 1 - Murchamento em plantas até 30 dias
betae; 2 - Pulgão das folhas Vigna de idade;
Aphis craccivora (+ Vigna) 2 - deformações dos brotos e folhas
Tripes Caliothrips brasiliensis Phaseolus Sucção de seiva. Em ataque intenso as
folhas tornam-se amareladas e caem.
Ácaro branco Poliphagotarsone- Phaseolus e danificam folhas; P. latus pode atacar
mus latus e rajado Tetranychus Vigna vagens tornando-as prateadas (reduz a
urticae produção de vagens e o peso de
sementes)
Lagartas das folhas: Urbanus Phaseolus e Desfolha; P. includens destroe todo o
proteus, Hedylepta indicata, Vigna limbo foliar deixando apenas as
Pseudoplusia includens nervuras. A cultura é mais sensível da
emergência ao florescimento
Lagartas das vagens Etiella Phaseolus atacam vagens, destruindo os grãos em
zinckenella, Thecla jebus formação.
Lagarta rosca Agrotis ipsilon Phaseolus e as lagartas cortam as plântulas,
Vigna causando redução do stand.
Lagarta elasmo Elasmopalpus Phaseolus e Até 30 dias de idade, causa secamento
lignoselus Vigna das plantas, sendo mais importante no
período seco.
Broca das vargens Maruca Phaseolus e Danifica as vagens, sendo mais
testulalis Vigna importante para o caupi.
Percevejos Crinocerus sanctus, Phaseolus e Sucção de seiva e injeção de toxinas,
Piezodorus guildinii, Vigna nos brotos, folhas novas e vagens. Nos
Megalotomus sp. grãos causa deformações e inoculação
do fungo Nematospora coryli. Reduz o
peso e a germinação das sementes.
- Uso de sal de cozinha a 0,5% (0,5 Kg/ 100 L de água), nas pulverizações para
percevejos (reduzir 50% a concentração do inseticida);
- Pulverizações (Gallo et al., 1988; Carvalho, 1993);

VI. Considerações Finais

O manejo integrado de pragas do feijoeiro deve-se basear:


 na amostragem e nível de controle, e principalmente no controle cultural; no uso de
cultivares resistentes e de produtos químicos seletivos com a finalidade de favorecer
os inimigos naturais;
 todo método de controle com suas peculiaridades apresenta vantagens e
desvantagens, cabe ao produtor mediante situações específicas (pragas) adotar
aquele que melhor convier de forma econômica e harmoniosa com o ambiente.

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