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Capítulo 4
Capítulo 4
Condução
Bidimensional em
4
Regime Estacionário
2 Capítulo 4
b y
a x
T1 Δx
T2 Adiabatas
T2
qi
d
Δy
Linhas de c
ΔTj
simetria
(c)
( a)
T1
qi
qi ΔTj FIGURA 4S.1 Condução bidimensional em
Isotermas
um canal quadrado de comprimento l. (a) Planos
de simetria. (b) Gráfico de fluxos. (c) Quadrado
(b) curvilíneo típico.
Condução Bidimensional em Regime Estacionário 3
será aproximadamente o mesmo em todas as raias e a taxa de é necessariamente um inteiro, uma vez que uma raia fracio-
transferência de calor total pode ser representada por nária pode ser necessária para se atingir uma rede satisfatória
de quadrados curvilíneos. Na rede da Figura 4S.1b, N ⫽ 6 e
M ⫽ 5. Naturalmente, na medida em que a rede, ou malha, de
(4S.2)
quadrados curvilíneos é feita mais fina, N e M aumentam e a
estimativa de M/N se torna mais precisa.
na qual M é o número de raias associadas ao gráfico. Com base
no quadrado curvilíneo da Figura 4S.1c e na aplicação da lei de
Fourier, qi pode ser representado na forma 4S.1.3 O Fator de Forma da Condução
A Equação 4S.5 pode ser usada para definir o fator de forma,
(4S.3) S, de um sistema bidimensional. Isto é, a taxa de transferência
de calor pode ser representada por
com ⌬Tj sendo a diferença de temperaturas entre isotermas
sucessivas, Ai a área de transferência de calor para a condução
(4S.6)
na raia, e l o comprimento do canal na direção normal à página.
Entretanto, como o incremento de temperatura entre todas as
isotermas adjacentes é aproximadamente o mesmo, a diferença na qual, para um gráfico de fluxos,
global de temperaturas entre fronteiras, ⌬T1⫺2, pode ser repre-
sentada por (4S.7)
(4S.4)
A partir da Equação 4S.6, tem-se também que uma resistência
térmica condutiva bidimensional pode ser escrita na forma
com N sendo o número total de incrementos de temperatura.
Combinando as Equações 4S.2 a 4S.4 e reconhecendo que
⌬x ⬇ ⌬y para os quadrados curvilíneos, obtemos (4S.8)
EXEMPLO 4S.1
Um orifício com diâmetro D ⫽ 0,25 m é perfurado no centro de Achar:
um bloco sólido com seção transversal quadrada, de lado w ⫽ 1 m. 1. Fator de forma.
O orifício é perfurado ao longo do comprimento, l ⫽ 2 m, do
2. Taxa de transferência de calor para as temperaturas super-
bloco, que possui uma condutividade térmica k ⫽ 150 W/(m 䡠 K).
ficiais especificadas.
Um fluido quente escoando através do orifício mantém uma
temperatura na superfície interna de T1 ⫽ 75°C, enquanto a super-
fície externa do bloco é mantida a T2 ⫽ 25°C. Esquema:
1. Usando o método do gráfico de fluxos, determine o fator de k = 150 W/(m • K) T2 = 25°C
forma para o sistema.
T1 = 75°C
2. Qual é a taxa de transferência de calor através do bloco? D1 = 0,25 m
w=1m
Seção
SOLUÇÃO simétrica
Considerações:
1. Condições de regime estacionário.
2. Condução bidimensional. na qual o fator igual a 8 resulta do número de seções simé-
3. Propriedades constantes. tricas. A precisão deste resultado pode ser determinada pela
comparação com a previsão fornecida na Tabela 4.1, na qual,
4. Extremidades do bloco isoladas termicamente. para o sistema em análise, caso 6, tem-se que
Análise:
1. O gráfico de fluxos pode ser simplificado pela identificação
de linhas de simetria e a redução do sistema a uma seção que
representa um oitavo do original, como mostrado no esquema. Assim, o resultado do gráfico de fluxos subestima o fator
Usando uma malha relativamente grosseira envolvendo N ⫽ 6 de forma em aproximadamente 7%. Note que, embora a
incrementos de temperatura, o gráfico de fluxos foi gerado. A exigência de que l Ⰷ w não seja satisfeita neste problema, o
rede resultante de quadrados curvilíneos tem a forma a seguir. resultado para o fator de forma segundo a Tabela 4.1 perma-
nece válido se a condução de calor na direção axial do bloco
Linha de simetria for desprezível. Esta condição é satisfeita se as extremidades
e adiabata
T1 do bloco estiverem isoladas.
N=1 2 3 4 5 6
2. Usando S ⫽ 8,59 m na Equação 4S.6, a taxa de transferência
M=1 de calor é
T2
2
3
Linha de simetria Comentários: A precisão do gráfico de fluxos pode ser
e adiabata
melhorada pela utilização de uma malha mais fina (aumentado
o valor de N). Como seriam modificadas as linhas de sime-
tria e as linhas de fluxo se as laterais verticais do bloco esti-
Com o número de raias para o escoamento do calor vessem isoladas? Se um lado vertical e um horizontal estives-
na seção analisada correspondente a M ⫽ 3, segue-se da sem isolados? Se os lados verticais e um dos horizontais esti-
Equação 4S.7 que o fator de forma para todo o bloco é vessem isolados?
EXEMPLO 4S.2
Um grande forno industrial é suportado por uma longa coluna de Esquema:
tijolos refratários, com 1 m por 1 m de lado. Durante a operação
em regime estacionário, as condições são tais que três superfícies
da coluna são mantidas a 500 K, enquanto a superfície restante Δx =
Ts = 500 K
0,25 m
é exposta a uma corrente de ar com T앝 ⫽ 300 K e h ⫽ 10 W/
(m2 䡠 K). Usando uma malha com ⌬x ⫽ ⌬y ⫽ 0,25 m, determine Δy = 0,25 m
a distribuição de temperaturas bidimensional na coluna e a taxa 1 2 1
de transferência de calor para a corrente de ar, por unidade de Tijolo refratário
comprimento da coluna. 3 4 3
k T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8
A partir da Equação 4.42 e do fato de que h ⌬x/k ⫽ 2,5, tem-se Os resultados fornecidos na linha 8 estão em excelente
também que concordância com aqueles que seriam obtidos por uma
solução exata da equação matricial, embora uma melhor
concordância poderia ser obtida com a redução do valor
de . Contudo, em função da natureza aproximada das
equações de diferenças finitas, os resultados continuam
De posse das equações de diferenças finitas necessárias, a representando aproximações das temperaturas reais. A
distribuição de temperaturas será determinada usando-se o precisão da aproximação pode ser melhorada pelo uso de
método iterativo de Gauss-Seidel. Com referência ao arranjo uma malha mais fina (aumentando o número de pontos
das equações de diferenças finitas, fica evidente que a ordem já nodais).
6 Capítulo 4
A taxa de transferência de calor da coluna para a corrente deve ser equilibrada pela convecção a partir das regiões.
de ar pode ser calculada pela expressão Assim,
Comentários:
e a taxa convectiva é
1. Para garantir a inexistência de erros na formulação das
equações de diferenças finitas ou na execução de suas solu-
ções, uma verificação deve ser efetuada para verificar se
os resultados satisfazem a conservação de energia na rede
nodal. Para condições de regime estacionário, a exigência
dita que a taxa de entrada de energia deve ser igual à taxa
de sua saída para uma superfície de controle que circunda
todas as regiões nodais cujas temperaturas foram deter- A concordância entre as taxas condutiva e convectiva é exce-
minadas. lente, confirmando que não foram cometidos erros na formu-
lação e na resolução das equações de diferenças finitas. Note
que a transferência de calor por convecção em toda a super-
Ts fície inferior (882 W/m) é obtida pela adição da taxa de
transferência no nó da extremidade a 500 K (250 W/m) com
q1(1) q2 a taxa nos nós interiores (191,0 W/m) e a sua multiplicação
por 2 em função da simetria.
q1(2)
1 2 2. Embora as temperaturas calculadas satisfaçam às equações
de diferenças finitas, elas não nos fornecem o campo de
temperaturas exato. Lembre-se de que as equações são apro-
q3
Ts 3 4 ximações cuja precisão pode ser melhorada pela redução
do tamanho da malha (aumentando-se o número de pontos
nodais).
q5
5 6 3. Um segundo pacote computacional que acompanha esse
texto, Finite-Element Heat Transfer (FEHT), também
q7(1)
7 8
pode ser usado para resolver formas uni e bidimensionais
da equação do calor. Esse exemplo é fornecido como um
q7(2) q8
modelo resolvido no FEHT e pode ser acessado através do
T∞, h Menu em Examples.
Referências
1. Sunderland, J. E., and K. R. Johnson, Trans. ASHRAE, 10, Heat Transfer Data Book, Section 502, General Electric Company,
237–241, 1964. Schenectady, NY, 1973.
2. Kutateladze, S. S., Fundamentals of Heat Transfer, Academic 4. Hahne, E., and U. Grigull, Int. J. Heat Mass Transfer, 18, 751–767,
Press, New York, 1963. 1975.
3. General Electric Co. (Corporate Research and Development),
Condução Bidimensional em Regime Estacionário 7
Problemas
1,5 m
2,5 m
Dessa forma, a superfície do canal em “V” encontra-se a uma
temperatura T1, superior àquela da superfície inferior, T2. Cons-
trua um gráfico de fluxos apropriado e determine o fator de forma
4S.2 Um tubo aquecido está inserido excentricamente no interior de
do sistema.
um material cuja condutividade térmica é de 0,5 W/(m 䡠 K),
conforme mostrado na figura. Utilizando o método do gráfico de 4S.5 Um fluido quente passa pelo interior de um duto muito longo
fluxos, determine o fator de forma e a taxa de transferência que possui seção transversal interna circular e cuja condutivi-
de calor por unidade de comprimento, quando as temperaturas do dade térmica é de 1 W/(m 䡠 K). O fluido mantém a superfície
tubo e da superfície externa do material são 150°C e 35°C, res- interna do duto a uma temperatura T1 ⫽ 50°C. As superfícies
pectivamente. externas, de seção transversal quadrada, estão isoladas ou são
mantidas a uma temperatura uniforme T2 ⫽ 20°C, dependendo
da aplicação. Para cada caso, ache o fator de forma e a taxa de
transferência de calor.
20 mm T2 T2
40 mm
T2 T2
40 mm T1 T1
4S.3 Uma estrutura de suporte, fabricada com um material cuja condu-
tividade térmica é de 75 W/(m 䡠 K), possui a seção transversal
mostrada. As superfícies indicadas se encontram a temperaturas
diferentes, T1 ⫽ 100°C e T2 ⫽ 0°C, enquanto as demais laterais
120 mm
estão termicamente isoladas.
0,2 m 4S.6 Uma longa coluna de sustentação, com seção transversal trape-
zoidal, tem as superfícies laterais isoladas, enquanto tempera-
turas de 100°C e 0°C são mantidas em suas superfícies superior
0,1 m
e inferior, respectivamente. A coluna é fabricada em aço AISI
1010 e as larguras de suas superfícies superior e inferior são
0,2 m P 0,3 m e 0,6 m, respectivamente.
T2
45°
0,3 m 0,3 m
T1
0,1 m H
0,3 m
4S.7 Barras prismáticas ocas, fabricadas em aço carbono não ligado, e T2 ⫽ 0°C, em partes de seus contornos, enquanto o restante se
possuem 1 m de comprimento e as suas superfícies superior e encontra isolado termicamente.
inferior, bem como as duas extremidades, estão isoladas termi-
camente. Para cada barra, ache o fator de forma e a taxa de trans-
ferência de calor por unidade de comprimento da barra quando
T1 ⫽ 500 K e T2 ⫽ 300 K. T1
T1 T2
100 mm 100 mm
T1
T2 T2 T2 35 T2
35 mm mm
T1 100 mm T1 35 T2
100 mm T2
mm
35 mm (a) (b)