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No Centro de nossa vida está a Missa

Boletim Nº 1028, Dezembro de 2011


Frei Paul Churchill - Diretor Espiritual da Curia Presentata - Dublin
Tradução Sob a Responsabilidade da Legião, no Brasil.

Para ajudá-lo a compreender, quero que venha comigo ao Calvário.


Esse ato de Jesus, entregando-se para ser preso e injustamente condenado e tratado
vergonhosamente, antes de morrer, foi um ato de supremo amor, ato jamais encontrado na história
da humanidade.
Compare o que Jesus fez com o ato de qualquer outra figura, na história, e não encontrará nada
igual. Foi escândalo para os judeus e loucura para os gentios. Não é de admirar oque disse o
centurião. "Este era verdadeiramente o Filho de Deus".
Ali, estavam também São João e Nossa Senhora junto da Cruz, abismados naquele terrível
momento.
Podemos imaginar o que se passava com eles?
Nossos artistas, às vezes, se esmeram em seus trabalhos, procurando fazer o que há de melhor,
mas acabam falhando.
Usando um termo moderno. Estavam traumatizados. Os transtornos dos stress pós traumático
podem deixar cicatrizes nas pessoas, por muitos anos.
Fico pasmado, ao me lembrar de que São João escreveu seu Evangelho, depois de ter
presenciado todos esses acontecimentos. E São João era muito jovem, quando viu a maneira como
Jesus morreu.
Quando Jesus entregou Nossa Senhora a São João e São João a Ela, talvez quisesse responder
aos sofrimentos dos dois, sofrimentos que Ele reconheceu até emmeio a sua prórpia dor.
Quando São João processou todos os dados, chegou a uma única conclusão, que Jesus era o
Cordeiro de Deus. Ele era um novo cordeiro sacrificial que tirou todo o pecado do mundo. Aquele
que Isaías tinha profetizado.
Por seu ato sublime de confiança em Deus, seu perdão total por tudo o que lhe fizeram, por sua
paciência em meio a tal sofrimento, pela bondade das palavras de Jesus na Cruz, pelo seu grito
você pode compreender por que o rude centurião ficou tão impressionado.
Ele era realmente Deus. E foi por esse ato que Ele nos salvou da condenação total.
Na nossa Missa, celebramos esse grande ato. Não se trata de uma simples recordação de algo
que se passou. De forma mística é feito presente o Sacríficio da Cruz. Como disse o Beato João
Paulo II:
" Cada Sacerdote que celebrar a Santa Missa, juntamente com a Comunidade Cristã, que desta
participa é levada de volta em espírito para aquele lugar e aquela hora." ( Eclesia de Eucharistia -
nº4).
É o único e eterno sacríficio que Cristo faz para Deus, eternamente, e não está limitado a espaço
ou tempo. Cristo seus próprios planos, na Última Ceia, compartilhada com seus Apóstolos, deu a
seus sacerdotes o poder de traze-lo até nós para que possamos receber as suas graças.
Não presenciamos seus traumas, coimo São João e Nossa Senhora. Mas podemos ter um contato
real com esses acontecimentos e com grande amor do Coração de Deus, que está realmente
presente em tudo.
Encontramos esse amor de que Ele falou na Ultima Ceia, quando Ele disse: "Ninguém tem maior
amor do que aquele que dá a vida por seus amigos" e pediu que nos amemos uns aos outros como
Ele nos amou.
Na missa estamos no Cerne de um ato de adoração, radicalmente diferente das reuniões de
oração, de encontros em que lemos a Palavra de Deus, rezamos e cantamos hinos e até das

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Comitium Especulum Justitiae
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Frei Paul Churchill - Diretor Espiritual da Curia Presentata - Dublin
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reniões sociais.
A nossa Missa é o ato de sacrifícios de Cristo, espantoso e terrível e difícil de entender e até
desafiante para o compreender imitando.
Mas, ele disse "fazei isto em memória de mim." sim, nós temos que repetir suas palavras e seus
atos, na Última Ceia.
Temos que aceitar o desafio de penetrar nesse ato, renunciando a nós mesmos, em favor dos
outros, derramando nosso sangue, para que sejamos perdoados.
Nossa Missa não é algo a que assistimos ou algo a que estamos presentes, como se tratasse de
um concerto ou um filme.
É um ato de verdadeira adoração, onde eu ofereço a Deus a minha vida e a sua força está e me
levar a fazer a sua vontade e a confiar Nele em tudo e aceitar tudo, apoiando-me no sacrifício de
Cristo, se essa for vontade de Deus.
Na Missa consagro-me e prometo seguir Cristo, imitando-O no seu heróico amor. A Missa contém
todoo tesouro da Igreja, pois aí está não apenas Cristo, mas Cristo que continuamente se oferece a
Deus, em nosso favor, nesse sublime sacrifíio de amor que nos desafia e anima.
É a fonte de todo amor de que o mundo tanto precisa.
Recendo Cristo na Santa Comunhão, estamos nos identificando com ele, mas mais do que isso,
estamos recebendo-O em nossas vidas, afim de nos fortalecer-mos, para viver como cristão.
É interessante, verificarmos o início do capítulo 6 dos Atos dos Apóstolos.
Lá, você vai ver como os apóstolos discutiam a carga de trabalho que tiveram com a corporação
dos discípulos.
O resultado foi a fundação do diaconato. Depois disso, um grande número de sacerdote do Templo
veio juntar-se aos Apóstolos. Por outras palavras, encontramos nas discrições da Igreja primitiva a
estrutura básica da Igreja de hoje: os discipulos, os apóstolos cuja a tarefa foi assumida pelos
bispos, diácomos e sacerdotes.
Não estou muito seguro do papel que os discipulos deram aos sacerdotes do Antigo Testamento,
sei que hoje, no Novo Testamento, sua principal fução não é oferecer o sacrifício de cordeiros, em
expiação pelos nossos pecados, mas sim ofecer o Cordeiro imaculado de Deus, trazendo o
Sacrifício do Calvário para o momento atual.
E neste Domingo das Vocações, é importante que reflitamos que sem Sacerdotes que são pessoas
especiais, não pode haver Missa.
Os sacerdotes são chamados a uma vocação para entrar no mistério do Calvário e a ser
identificado com Cordeiro sacrificial de Deus, para que possam, mas adequadamente tornar
presente na Igreja, esse grande ato da salvação que Cristo trouxe para nós.
De certo modo, São João, ao pé da Cruz, representa a espiritualidade dos sacerdotes, se assim
posso afirmar.
Como São João cada Padre é chamada a meditar profundamente e a tentar enfatizar a autodoação
por amor a Jesus.
É na refexão profunda do significado do que está celebrando, que o padre melhor vai entender sua
vocação. Não nos surpreendamos, que quando a Igreja é perseguida os primeiros a serem
atingidos sejam os sacerdotes.
Quando conteplamos os sacerdócios, vemos que por ser padre, ele será, como Jesus,
enjustiçado,odiado e provado. Se ele for um mercenário, ele vai procurar livrar a sua pele e foge.
Cada sacerdote deve ser um Cordeiro para Deus, puro de coração, com boas intenções, sempre

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atento à vontade de Deus, sofrendo com as incompreenções, muitas vezes, pelamaícias daqueles
que detestam a mensagem do Evangélio.
São João se diz o discipulo amado. Tinha um profundo senso do amor, da compreenção e do
perdão amoroso no coração de Jesus.
Cada padre deve também entrar em contato com tudo isso. acho interessante que o Frei Gobbi,
fundador do Movimentos Sacerdotal Mariano tenha colocado na capa e seu livro azul: "Nossa
Senhora a seus filhos amados." Seu ministério para o jovem discipulo, talves o tenha ajudado
crescer, vendo a verdade em sua vida.
Nossa Senhora, cuja a vocação é de esposa e mãe representa a participação dos leigos na Missa.
Quando você presencia um desastre sofre com as pessoas envolvidas na tragédia, sente pelos que
carregam seus fardos e estando com Jesus, no mundo, choram por causa do ódio que existe
contra a sua Palavra e contra a sua Igreja e é então aí que você fica com Ela, ao pé da Cruz. Pode
haver melhor lugar do que a Missa, para partilhar com Cristo?
Aí, com Ele, você pode oferecer uma vida de devotamento, incluindo até a zombaria dos que
modernamente dizem "Se é o Cristo que se salve e desça da Cruz." Com Ele, oferecemos nossos
sofrimentos pelo perdão dos nossos pecados e perdoamos a todos que nos tem ofendido.
Mas, há ainda aqui, outra verdade digna de reflexão.
Nossa Senhora recebe São João em seu Coração, como se Fosse um filho muito amado. E como
São João a levou para sua casa, acredito que tenha havido uma grande reciprocidade. Isso
também nos mostra uma grande realidade no coração da Igreja e ma experiência na Legião de
Maria, o grande Amor dos fiéis pelos sacerdotes.
Por experiência, acredito que muitos dos meus irmãos sacerdotes, como eu, se achem em casa, na
Legião. encntrei um lar e um grande amparo, ao longo dos anos, na Legião, que é incomparável.
Nesse Domingo das Vocações, agradeço, em meu nome, pelo testemunho que a Legião dá de
Jesus, pelo seu grande Amor à Igreja e pelo incentivo aos sacerdotes. Faça-o em meu nome e
acredito que milhares de sacerdotes, no mundo inteiro, façam eco aos meus sentimentos.
O Domingo das Vocações trata das vocações na Igreja. Não trata apenas de despertar vocações.
Devem também incluir a oração e o apoio pelos que já vivem a sua vocação.
Peço que rezem esses dias, não apenas para que ps são chamados a ser sacerdoes, mas também
para aqueles que já são sacerdotes, para que cresçam na sua vocação e se mantenham fiéis a
elas.
No Calvário, Maria e João estavam solidários com Jesus.
Mas, por suas Palavras a eles dirigidas, Ele também estava solidários com eles.
Que a nossa Missa possa ser um lugar de solidariedade onde nos comprometamos e nos
apoiarmos uns aos outros, nas diversas vocações cristãs, como se estivéssemos ouvindo chamado
de Deus, para que nos esforcemos para seguir o caminho de Jesus, o Filho de Maria. Amém!

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