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Catecismo da Igreja Católica cf. 1270
pouco tempo após a ordenação, guardando tal amizade até o final de
sua vida. Após a morte do Pe. Balley teve a chance de assumir Ecully
mas rejeitou devido ao grau de importância da paróquia, como S.
Vianney tinha pouco tempo de sacerdócio, foi mandado para uma
pequena paróquia em Ars da qual Deus tinha sido deixado de lado e
se aprofundava no pecado. O santo teve uma longa e dura missão de
evangelização, sofria pela profanação do domingo onde poucos iam
na igreja, com as degenerações que ocorriam nos bailes. Tendo que
fazer uma grande conversão, para isto se sujeitou a penitências
radicais pelos pecadores e a catequizar o povo, onde começou pelas
crianças e com os sermões simples envolvidos no choro que surgia
quando falava das faltas humanas e durezas de corações que
rondavam a cidade. Sua grande batalha foi travada contra os bailes,
onde de tudo que era mal acontecia, jovens deixavam Deus de lado
indo para a diversão, dizia nas missas claramente que estas pessoas
estavam se condenando para o inferno e que juntamente os pais que
permitiam tais atitudes dos filhos, também lembrou de tal mal
quando fez a capela de São João Batista, esculpindo no arco a frase:
SUA CABEÇA FOI O PREÇO DE UMA DANÇA. A absolvição não
era dada a quem ia nos bailes e por causa disso muitos se converteram
e também muitos começaram a odiar o santo por causa da sua
seriedade as coisas de Deus. Em sua luta sofrida, Deus ganhou e
deixou de existir tais bailes.
O trabalho no domingo tomou conta de Ars, raramente alguém
descansava e a produção não parava, nisso o São João Maria Vianney
teve grandes dificuldades, demorou mais de 10 anos para acabarem
tais abusos, o santo tristemente dizia a estes abusadores: “Conheço
dois meios bem seguros para alguém empobrecer e chegar a miséria;
trabalhar aos domingos e tirar o bem alheio”. E assim ia tecendo
críticas em seus sermões, lutando contra o egoísmo. Na sua chegada
a Ars, tais críticas não foram bem aceitas por alguns e estes vinham a
caluniar o santo por cartas anônimas e boatos que tinha engravidado
uma vizinha, sofreu tudo isto em silêncio oferecendo tais dores a Deus
em favor da conversão de Ars, carregando a cruz piedosamente e a
amando-a. Como resultado, lentamente Ars ia se convertendo devido
seus ensinamentos onde colocava o costume da oração em grupos,
respeito e amor pelos dias de festa e demonstrando que Deus é
misericordioso contrário ao jansenismo. O sofrimento santo é um
desgosto e incomodo ao demônio, este ao ver tanto temor a Deus,
atacou o santo em suas noites não lhe dando descanso algum com
barulhos, era ainda mais fortes tais abusos quando estava por vir um
grande pecador se confessar no dia seguinte.
Também em sua história foi criticado pelo próprio clero, riam de sua
aparência em jantares e reuniões, teve seu grande projeto Providência
tirado de suas mãos pelo bispo, sofria de grande enfermidade, muitas
vezes estava pior que os enfermos do qual ia visitar. A dor pelo Amado
marcou seu sacerdócio, Deus queria moldar e seguir o que diz na
Sagrada Escritura: “E, no entanto, Senhor, vós sois nosso pai; nós
somos a argila da qual sois o oleiro: todos nós fomos modelados por
vossas mãos.” (Is 64,8). Modelando o santo com o sofrimento para
fazer a vontade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Jesus nos mostra com
isto que o fiel que nega a Cruz está em direção ao abismo dos prazeres
como é visto hoje em dia e ao longo dos séculos, tal fiel quer inovar o
Imutável e se fazer de Deus tendo consigo suas vontades acimas das
do Criador, violando o mandamento maior e ajudando satanás a
reinar na terra. Do que adianta um sacerdote cheio de “fiéis” em uma
missa sendo que estes que celebram estão todos cegos da Lei de Deus
e da Verdadeira Alegria que diz São Francisco de Assis sendo contados
como cabeças de gado e fonte de arrecadação? Muito vale mais uma
igreja com poucos do que com muitos que a depredam, dando ataques
com seus testemunhos a obra de Deus como comenta o santo mártir
André Kim Taégon2. Negando o que foi deixado por Cristo, a culpa de
tal perdição se cai nos ombros do sacerdote que envenena as ovelhas
com ideologias e falsas doutrinas, colocando o respeito humano acima
do Amor de Deus, São João Maria Vianney tinha desgosto pelo
respeito humano e não abria mão das coisas de Deus para agradar
ninguém. Tais resultados ocorreram pela falta de penitência,
catequese e de consciência dos sacerdotes, fazendo o rebanho correr
o risco de ir para o inferno pois só usaram esses fiéis como
instrumentos de edificação material e não espiritual. O Cura d’Ars era
“avarento”, mas apenas para as coisas que eram de Deus, não
deixando faltar o Amor nos corações necessitados que vinham até ele.
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“Se, pois, nesta vida de perigos e miséria, não reconhecermos o Criador, de nada nos servirá
termos nascido e continuar vivendo. Já neste mundo pela graça divina, pela mesma graça
recebemos o batismo, entrando no seio da Igreja e tornando-nos discípulos do Senhor. Mas,
trazendo assim o precioso nome de cristãos, de que nos servirá tão grande nome, se na
realidade não o formos? Seria inútil termos nascido e ingressado na Igreja se traíssemos o
Senhor e a sua graça; melhor seria não termos nascido do que, recebendo a sua graça,
pecarmos contra ele.” (Última Exortação de Santo André Kim Taegón, presbítero e mártir (Pro Corea.
Documenta., ed. Mision Catholique Séoul, Séoul-Paris 1938, Vol. I,74-75)
É uma perfeição de Deus ter tal santo como padroeiro dos sacerdotes,
este é modelo de sacerdote do qual o demônio tanto teme.
São João Maria Vianney não se colocava a fazer atividades triviais, a
política só estava em seus interesses quando envolvia a Igreja e não
lia jornais, também não lia uma palavra se quer para se mostrar mais
douto e sábio. Exercia a autoridade que Deus lhe confiou e bem
ensinava o Amor, sua vida era um espelho do Evangelho, seguia de
forma bela o que Cristo pediu: “Renegue a si mesmo, tome cada dia
sua cruz e siga-me” (Lc 9,23). Demonstrou em seu testemunho que
na terra não temos cidade permanente e a bendizer Deus em nossa
missão aqui na terra. Os milagres que operava eram para ele o sinal
visível do amor de Deus, amando muito mais a graça que Deus fazia
nos corações de forma invisível, igual o amor a Deus que Santa Teresa
de Jesus escreve quando diz que devemos amar ao Senhor sem olhar
as recompensas3, não buscando tanto afinco nos milagres do corpo e
sim os de conversão. Para isto precisamos muito nos cuidar e punir
nossa faltas que mancham nosso testemunho e estarão em nosso juízo
particular. O santo com sua vida, demonstrou com simplicidade que
Cristo quer uma Igreja que tenha respaldo nos seus fiéis, ele muito
bem pode fazer suas graças sem nós meros pecadores, mas se faz
precisar, então colocamos o seguimento reto no nosso cotidiano, no
amor as pequenas coisas, além de imitar a Cristo e ter com carinho
nossos amados santos.
Por conclusão, o Amor deve ser amado para que sejamos sal e
fermento na terra, seguir o exemplo do Sumo-Sacerdote e pedir o
auxílio de São João Maria Vianney para que tenhamos amor em
nossos sofrimentos e pela Santa Cruz. O fim de nossas vidas aqui na
terra deve ser uma alegria e não agonia, que sigamos o que Deus tem
desejado para nós para contemplarmos a sua Face no Reino dos Céus
em festa e alegria seguindo desde agora nossa conversão para tal
caminho, o único seguro que demonstrara os resultados de amar a
Deus e não ao mundo. São José Maria Vianney, rogai por nós!
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Castelo Interior ou Moradas, 1577