Você está na página 1de 4

Sermão Sugestivo

lsaías 49: 15 e 16

Ana Jarvis,jovem cristã norte-americana, perdeu inesperada e prematuramente a sua


querida mãe. Esse acontecimento a mergulhou num terrível e quase insuportável trauma
emocional.

Vendo-a assim aflita pela perda irreparável, suas amigas que também ficaram muito
tristes e compartilhavam do mesmo ideal cristão, resolveram prestar uma homenagem
tendo em vista amenizar a dor de Ana Jarvis.

Organizaram então um programa especial na igreja, em reconhecimento póstumo à


pessoa e ao trabalho assistencial de sua pranteada mãe. Antes, porém, consultaram Ana,
a fim de terem a certeza de que a idéia seria aceita. Ela, evidentemente, aceitou sob a
condição de que a homenagem fosse estendida a todas as mães, falecidas ou não.

Suas amigas concordaram com a opinião, e a homenagem foi prestada em um programa


singelo e muito significativo. No ano seguinte, em virtude da simpatia que o primeiro
programa conseguiu atrair na comunidade, uma nova homenagem aconteceu. A idéia
tomou vulto e foi recebida por outras igrejas. Finalmente, no dia 10 de maio de 1913, o
Congresso Norte-Americano aprovou uma lei instituindo o segundo domingo de maio
como o Dia das Mães.

No Brasil, o presidente Getúlio Vargas assinou decreto, no dia 6 de maio de 1932,


estabelecendo o mesmo segundo domingo de maio como Dia das Mães, "em
comemoração aos sentimentos e virtudes que o amor materno desperta e desenvolve no
coração humano", segundo constava no documento. Inegavelmente, essa é uma
homenagem muito justa.

Há muitas virtudes que tornam a mãe uma figura muito especial e merecedora de
reconhecimento, respeito, gratidão e carinho. Mas sem dúvida a grandeza e a qualidade
do seu amor sobressaem a tudo o mais.

Amor em ação
Alguém disse que a perpetuação da vida foi confiada à mulher.
Ela é a única colaboradora efetiva de Deus. Sua carne não é como a nossa carne. Deus
mesmo colocou o brilho das estrelas em seus olhos irresistíveis. E se o amor de Deus se
parece com algo neste mundo, sem dúvida alguma essa semelhança está patente no
amor de todas as mães.

Quando o profeta Isaías tentou definir o amor de Deus, Seu desvelo e cuidado para com
os seres que Ele criou, encontrou na Terra um exemplo: o amor de mãe - Isa. 49:15 e 16.
Mesmo que o imenso amor de mãe falhasse, o que muito raramente ocorre, jamais
falharia o amor de Deus, que excede todo o entendimento.

O extraordinário amor de mãe nos ajuda a compreender, ainda que palidamente, a


eloqüente expressão do amor divino por nós. Símbolo desse amor, o amor materno é
incondicional, estando acima do nosso merecimento. É um amor que se dá, sem esperar
nada em troca. Cria valores para aqueles que, a outros olhos, não têm valor algum. Basta
avaliar o que sente a mãe pelo filho excluído, marginal e rejeitado pela sociedade.
Não é, todavia, irracional; pois fundamenta-se na fé pela recuperação. A fé nunca é
irracional.

Tal como o amor de Deus, o amor materno dispõe-se ao sacrifício da própria vida, para
salvar a vida do filho, se preciso for.

Conta-se que nas montanhas da Escócia vivia uma gigantesca águia. Certo dia, ela
pousou no pátio de uma casa de campo, onde se encontrava dormindo num cestinho, o
bebê da família. Tomou a criança e voou para o alto, até alcançar o cume de um monte,
onde colocou o cesto com o bebê, à beira de um abismo.

A mamãe quase enlouqueceu. A vizinhança se dirigiu ao pé do monte, tentando achar


maneiras de resgatar o pequeno.

De repente, surgiu um marinheiro forte e musculoso que se dispôs a realizar o trabalho de


resgate. Começou a subir, mas encontrando sérias dificuldades, desistiu. Outro homem,
rústico montanhês, acostumado a escalar montanhas, também se propôs ir em busca do
bebê. Chegou bem próximo, mas não pôde avançar e também desistiu. Foi então que
apareceu uma mulher frágil, disposta a realizar o trabalho. Subiu o monte, até que chegou
a um local de onde alcançou o pé do menino. Mas era pouco. Embaixo, a multidão orava
para que a mulher conseguisse apanhar o bebê.

Com a ajuda de algumas cordas, jogadas sobre o abismo e amarradas em frondosas


árvores, talvez ela tivesse êxito. O momento era de tensão e medo. Ambos, mulher e
bebê poderiam cair e morrer.

No meio de tanta expectativa, a senhora decidiu amarrar a corda a sua cintura, e com
grande esforço, atirou-se para onde se encontrava o cesto, segurando-o fortemente
contra o seu peito. Ao parar o balanço da corda no ar, os dois foram puxados para baixo,
sãos e salvos. A mulher era a mãe da criança.

Assim é o amor de mãe.

Mas não nos esqueçamos de que esse amor não supera o amor de Deus. Nenhuma mãe
jamais amou o seu filho mais do que Deus nos ama. O amor de mãe é limitado a este
mundo, mas o de Deus é universal, eterno. Ele já nos amou desde os dias da eternidade,
no passado, ama-nos hoje, e nos amará pela eternidade futura.

Outro texto que, falando do amor de Deus, nos transporta ao amor de mãe está em
Oséias 11:4:
"Atraí-as com cordas humanas; com laços de amor; e fui para eles como quem alivia o
jugo de sobre suas queixadas, e me inclinei para dar-Ihes de comer."
As expressões "cordas humanas" e "laços de amor" falam da maneira como Deus guiava
Israel e como atrai os homens a Si.

Não usa força nem arbitrariedade, mas amor. A expressão "cordas humanas" é uma
alusão à mãe ou à enfermeira que segura na ponta de uma corda e estende a outra ponta
para a criança, no processo de ensiná-Ia a andar. Isso revela o terno cuidado do amor
materno, a segurança que transmite, a firmeza que inspira, a proteção que concede.
A criança sabe ou sente que pode caminhar, embora tropece algumas vezes, com
segurança. Afinal, do outro lado está a amorosa mãe. Tal acontece em nossa experiência
em relação a Deus. Nos difíceis caminhos da vida, podemos estar seguros da proteção do
Seu amor. Até podemos tropeçar em Suas mãos, mas não caímos das Suas mãos.

É com "cordas de amor" que a consagrada mãe ensina o filho a andar nos caminhos de
Deus. Henrique Heinz, industrial norte-americano, colocou no mercado mundial 57
variedades de produtos enlatados alimentícios. Quando Heinz, que foi um cristão devoto,
elaborou seu testamento, começou o documento com estas palavras: “Olhando para
diante, ao tempo em que terminar minha carreira, desejo redigir, logo no início deste
testamento, a parte mais importante: confessar minha fé em Jesus Cristo como meu
Salvador”.

Desejo também testemunhar o fato de que, através de toda a minha vida, a qual teve as
alegrias e tristezas comuns, fui maravilhosamente sustentado pela minha fé em Deus
através de Jesus Cristo. Este legado me foi deixado pela minha consagrada mãe, mulher
de fé vigorosa, e a ela atribuo qualquer êxito que eu tenha alcançado."

Felizes as mães cujos filhos podem dar semelhante testemunho.


Nos dias de Paulo, houve um lar onde a fé cristã sem fingimentos brilhava em todo o seu
esplendor. Quão feliz foi Timóteo por ter tido uma avó piedosa que plantou em seu
coração infantil as sagradas letras que o tornaram "sábio para a salvação pela fé em
Cristo Jesus". Podemos imaginar o carinho com que tanto sua avó Lóide como sua mãe
Eunice rodeavam o menino, encaminhando-a com "cordas humanas", na mesma vereda
de apreço, amor e aceitação pelas Escrituras.

Mas, sem dúvida, o maior exemplo de um amor materno guiando os passos espirituais do
filho foi o da mãe de Jesus, a virgem Maria.

Podemos imaginar sua felicidade ao saber da admiração suscitada entre os doutores da


lei, no templo, diante das explicações de Jesus, com apenas 12 anos. Ao ver o
crescimento do seu filho,

Sua fidelidade, submissão, Seu amor pelas coisas espirituais, Maria deve ter ficado
satisfeita e feliz pelo privilégio de guiar os passos terrestres do Filho de Deus, "com
cordas de amor".

As mães modernas, à semelhança de Maria, Lóide e Eunice, devem compreender quão


importante é educar, orientar, instruir e guiar com amor a vida dos pequeninos seres que
trouxeram à existência.

Muitos de nós devemos à dedicação, ao carinho e desvelo de uma piedosa mãe o início
da jornada e a permanência nos caminhos do Senhor. Agradeçamos a Deus por isso.

Os frutos do amor materno


O amor de mãe é assim. Grande, sublime, majestoso, virtuoso e casto. É perfeito, na
esfera humana. Incondicional, humilde e perene. A mãe, por amor, não esquece o filho,
sendo capaz de empreender sacrifícios insuperáveis pelo seu bem-estar. Guia com
ternura, instrui, orienta com sabedoria e segurança. Protege e ampara. Seu amor é
superado somente pelo amor de Deus, cuja prova maior foi dada no Calvário.

Terminada a carreira terrestre, quando mães e filhos se apresentarem diante do trono de


Deus, com seus diademas de glória imortal, muitos filhos estarão apontando suas coroas
para as respectivas mães, diante do Universo inteiro, dizendo: "Ela me fez tudo quanto
sou, mediante a graça de Deus. Seus ensinos, suas orações foram abençoadas quanto à
minha salvação eterna."

Essa será a maior e mais significativa homenagem prestada às mães. Não podemos
perder esse acontecimento.

O Tema será: Grandes Acontecimentos Futuros

Você também pode gostar