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Um Negócio Chamado Educação

dados técnicos sorbre a publicação


Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

AE – Administração Escolar: um negócio chamado educação: 38 dicas para melhor administrar


você, sua escola, seus professores e seus alunos / editor Júlio Clebsch; pesquisa e organização
AE Kelly Roncato; colaboração Brasílio A. Neto – Curitiba: Humana Editorial, 2005.
—(Coleção Profissão Mestre)

1. Educação – Finalidades e objetivos 2. Ensino 3. Escolas – Administração e organização


I.Clebsch, Júlio. II .Roncato, Kelly. III. A. Neto, Brasílio.

05-3648 CDD- 371.2


Apresentação

É imprescindível saber o que é administração escolar, para que serve, a

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quem se aplica. Quando esses mecanismos são compreendidos, fica mais
produtivo trabalhar, aprender, ensinar e lucrar.
Fizemos um apanhado só do que é essencial para você usar no seu
dia-a-dia. Separamos tudo em:
Para usar com seus alunos.
Para usar com seus professores.
Para usar na sua escola.
Para usar com você.
Tudo muito bem definido e resumido para você não perder tempo.
Administração Escolar é o típico pocket book com preciosas informações. AE
Pequeno, dinâmico, prático e recheado. Por isso, acredito que além da equipe
administrativa, todos os docentes também devem tê-lo em mãos. Aproveite!

Boa leitura. 3

Júlio Clebsch
1
O tão necessário diferencial
Não seja hipócrita! Uma escola é uma empresa. Os pais de seus alunos são seus clientes; a equipe da escola
trabalha como colaboradora. Por isso, trate de treinar a todos para que, a qualquer hora, em qualquer lugar, eles
possam fazer uma boa propaganda de sua instituição de ensino. Mas digamos que você está atendendo a um

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possível cliente (pai de criança que precisa de escola) agora mesmo. Como você procede?

Tente descobrir onde dói. Isso mesmo. A escolha da escola de um filho quase nunca é um ato racional. Os
pais querem saber se suas crianças serão bem tratadas, terão segurança e com quem contar. Não é só a grade
horária que conta. As pessoas com quem o filho conviverá e o dinheiro investido na educação dele são fatores
cruciais. Não despreze essas informações preciosas.
Discuta abertamente o assunto “dinheiro”. Mostre ao seu cliente qual a importância de ele proporcionar
uma educação de qualidade aos rebentos. Toque no assunto “educação de segunda linha” para que o pai da
criança saiba o quanto tem a ganhar fazendo a matrícula na sua instituição.
Descubra o processo de tomada de decisão usado pelo cliente. A pessoa que você está atendendo pode
decidir-se sozinha ou necessitar falar com outra pessoa antes de dizer sim ou não. Caso se depare com alguém
adepto da segunda opção, não vacile. Tome a dianteira, telefone para essa outra pessoa e marque uma entre-
vista com ela. Peque pelo excesso, não pela falta.
AE
Apresente uma solução para o problema deles. O casal que chega a sua escola não quer saber quantos
títulos a instituição já recebeu. Eles estão mais interessados nos benefícios que o pimpolho vai ganhar após a
efetivação da matrícula.
Comunique-se. Após a assinatura do contrato, mantenha aberta a comunicação com os pais. Dê-lhes informa-
tivos periódicos, ofereça descontos em cursos extras aos quais os filhos deles poderão participar. Quanto mais 7
você fizer por um aluno, mais terá a ganhar futuramente – com indicações e elogios que podem fazer de sua
escola, a escola de famílias inteiras.
2
11 maneiras de perder um aluno
Manter uma equipe sem orgulho de ensinar – Se existe uma profissão que precisa ser encarada com amor
1.
é a de mestre. Não permita nunca que qualquer um entre numa sala de aula. Converse com os professores e
mostre a eles todos os motivos que possuem para se orgulhar do trabalho que desenvolvem. Se isso não for
suficiente para melhorar um ou outro professor, trate de substituí-lo o mais depressa possível.
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2. Não dar atenção aos pais – Os familiares de seus alunos podem ser seus maiores aliados. Mande correspon-
dências freqüentes a eles. Diga o que as crianças estão aprendendo e dê dicas de como estimular as várias
habilidades delas. Distribua folhetos informativos nas creches e maternidades. Esse esforço lhe trará novos
alunos a longo prazo e fará sua escola ser vista com bons olhos.

3. Oferecer muito show sem conteúdo – Computadores de última geração, laboratórios magníficos, mas pro-
fessores medíocres e castradores. Uma coisa não paga a outra. No próximo semestre letivo, várias carteiras da
sala de aula estarão vazias.

4. Perder a unidade – Cada professor tem uma característica própria. Mas esse “jeito” de dar aula não pode
AE desviar-se dos objetivos gerais de sua escola. Caso isso ocorra, os alunos se sentirão estressados e a equipe
pedagógica viverá se estranhando.

5. Acreditar que ensinar é falar muito e ouvir quase nada – Lembra que Deus nos deu uma boca e dois ouvi-
dos? Então, você só vai descobrir o que seus alunos esperam da escola e da aula se forem consultados, se você
quiser realmente ouvir o que eles têm a dizer.
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6. Falar apenas sobre si mesmo – Não interessa se sua escola é enorme, tem pátio, gramado, um prédio lindo
e maravilhoso. Seus alunos (e os pais deles) querem qualidade de atendimento, tratamento, grade horária
possível de ser desfrutada, bons professores e uma formação humana que os ajudem a entrar no mercado de
trabalho realmente “formados”, não só informados. Reveja seus conceitos.
7. Confundir empatia com simpatia – Simpatia é querer ganhar a confiança do outro de qualquer maneira. Em-
patia, para o professor, é ver a aula com os olhos do aluno. É importante ser simpático, mas é mais importante
perceber o ritmo da aula em relação ao ritmo da classe para não prejudicar ninguém.

8. Não procurar alunos – O aluno chega, elogia a sua escola, diz que tudo é maravilhoso, desde os trincos das
portas até os currículos dos professores. Diz que acaba de mudar-se para a casa que fica ao lado do colégio,

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jura que sempre sonhou em estudar ali e que faz qualquer coisa – inclusive pagar em dobro – só para estudar
na sua instituição. Agora acorde. Nenhum aluno vai pedir “pelo amor de Deus!” para estudar na sua escola.
Você é que precisa convencê-lo de que estará fazendo um bom negócio se ele apostar no que você tem a ofere-
cer.

9. Falar mal da concorrência – A primeira coisa que um aspirante a aluno pensa ao ouvir alguém falando mal
de outra instituição é “esse sujeito está puxando a sardinha para o lado dele”. Depois começará a procurar de-
feitos na sua escola e achar que nenhuma oferece tudo o que ele precisa. Ou seja, não existe benefício algum
em denegrir a imagem da concorrência. O melhor é apresentar tudo o que a sua escola pode oferecer e deixar
que o cliente decida permanecer.

10. Não se adaptar ao nível do aluno – Existem diferentes perfis de alunos que devem ser respeitados. Há os AE
que vêm de escolas de grandes centros, outros estavam em escolas de cidades pequenas ou de bairro. Respeite
o jeito deles, não queira começar impondo regras de comportamento e afins. Isso irrita e leva o seu cliente
embora.

11. Transferir responsabilidades – Sabe a síndrome do “não é comigo”? Pois é. Não faça isso com seus alunos. 9
Esteja sempre pronto a ouvir e resolver os problemas deles ou, pelo menos, explicar a todos os professores
quais providências devem ser tomadas em cada caso. Não deixe seus alunos na mão ou eles farão o mesmo
com você.
3
12 maneiras de transformar seu aluno em fã
Um dos grandes desafios da escola de hoje é transformar alunos em fãs, para que eles per-
maneçam na instituição e convidem conhecidos para estudarem lá. Para isso, você precisa
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apresentar um diferencial. Um não, doze!

1. Seja fonte de novas idéias.


2. Demonstre que você tem conhecimento.
3. Transmita a imagem correta.
4. Conheça o aluno.
5. Demonstre que você está aprendendo constantemente.
6. Comunique-se claramente.
AE 7. Seja acessível.
8. Ouça.
9. Pense como o estudante.
10. Nunca decida o que o aluno quer.
10 11. Torne-se paranóico.
12. Se você não pode ajudar o aluno, seja honesto.
Esteja sempre à frente
O tempo passa, o ano muda, os alunos crescem e a escola precisa manter-se em pé.
Para evitar sustos e desprazeres no seu dia-a-dia, aí vão algumas dicas tiradas do

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livro “Tips for Traveling Salesmen”, ainda sem tradução no Brasil. Aproveite:

Comece conversando com seus “aspirantes a clientes”. Preste atenção aos seus

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gostos e preferências. Só depois mostre o que sua escola tem de bom a oferecer.
A opinião da equipe pedagógica também é muito importante. Não se esqueça que
ela faz parte de sua “clientela interna”.

Descanse a língua, malhe os ouvidos. Seu cliente deve ser o centro das atenções.
Ouça o que ele tem a dizer, demonstre interesse por seus problemas, questões e
necessidades.

Mostre seu valor. Valorize tudo o que seu futuro aluno irá receber. A intenção é
que, quando ouvir o valor da mensalidade, o cliente o ache justo (ou até mesmo
AE
barato).

Não aceite um “não” inicial como resposta final. Persista. Descubra, com per-
guntas sutis e bem colocadas, o que realmente está impedindo aquela pessoa de
matricular-se em sua instituição de ensino. 11
Use técnicas de venda. Aproveite todos os sinais passados pelo possível aluno. Se a musculatu-
ra dele parecer mais relaxada, ou se ele inclinar-se levemente em sua direção, é hora de discutir
detalhes como formas de pagamento, horário ou qualquer outro assunto que o leve a dizer que
vai se matricular.
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Invista na reputação de sua empresa. A imagem de sua escola é tão importante quanto a quali-
dade do ensino que você oferece. Não basta ser bom, precisa ganhar a confiança da comunida-
de nos quesitos qualidade e confiabilidade.

Busque novos alunos constantemente. Tudo bem, você vai dizer que a hora de fazer propagan-
da é entre o fim de um ano e o início de outro, uma vez que é nessa época que ocorrem as ma-
trículas e transferências. Mas o aluno pode querer estudar na sua instituição antes disso. Que
tal fazer um acordo com imobiliárias, por exemplo? Toda vez que uma nova família mudar-se
para o bairro, ela pode receber um folheto com informações sobre a escola.

Organize seu tempo. Valorize os diferentes momentos do dia.


AE
Mantenha-se mentalmente e fisicamente em forma. Isso tirará da sua cabeça muitas preocupa-
ções desnecessárias e ajudará a manter uma imagem positiva da sua instituição de ensino.

Crie um bom ambiente. Transforme sua equipe pedagógica em um grupo de amigos, entre eles
e com você. Os alunos sentem que estão em um ambiente alegre e o processo de aprendizagem
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torna-se mais fácil e prazeroso.
Por que os alunos saem da escola e como trazê-los de volta?

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Preço – Muitas vezes não é o valor em si que é considerado, mas as condições de pagamento. Não é apenas o
preço mais baixo que conta, mas a possibilidade de pagar de maneiras diferentes (a lei proíbe que você divida a
anualidade em parcelas desiguais entre si, porém permite que você dê descontos diferentes a cada mês). Para seu
aluno ou pai, o melhor preço não significa necessariamente o mais baixo. Adicione valor, mostre que sua escola
tem melhores professores ou uma grade curricular mais variada ou adequada. A idéia é que o cliente perceba que
está lucrando muito por cada centavo investido. Procure ser explícito. “Qualidade de ensino”, por exemplo, não
significa muita coisa. Prefira falar sobre claros benefícios de sua linha didática ou o exemplo de ex-alunos que
deram certo.

Atendimento – A fidelidade é outro fator que deve ser levado em conta. É comum, principalmente nos cursi-
nhos, haver alunos leais a determinados professores e não à instituição de ensino. Quando tais mestres vão tra-
balhar em outro local, os estudantes os seguem. Esse fenômeno é mais comum do que se imagina. O golpe aqui
é triplo: você perde um bom profissional, alguns alunos e ganha um concorrente que sabe tudo sobre você. Para
AE
evitar que isso aconteça, atente para os seguintes detalhes:
• Trate bem suas estrelas. Enquanto eles estiverem satisfeitos, nada de mau acontecerá.
• Faça com que sua equipe didática “venda” a imagem de sua escola acima de tudo. Seus alunos devem
entender que a instituição, como um todo, é positiva para eles e não apenas um professor.
• Envolva mais pessoas com os alunos. Eventos, visitas, palestras com personalidades, tudo isso ajuda a 13
reforçar o nome de sua escola e aumentar o valor percebido de seus serviços.
Costume – Quem é que não conhece um casal que continua junto só por costume e preguiça de separar-se? Pois
a mesma coisa acontece com seus alunos. A tendência de acomodação das pessoas é uma das coisas mais feno-
menais que existe. Ao mesmo tempo, existe uma reação: o ser humano também gosta de novidades. O que ele
não gosta, porém, é de arriscar. Por isso é tão importante trabalhar a imagem da escola perante os alunos e seus
pais. Enfoque segurança, confiança. A educação de sempre com as novidades de todas as atividades programadas
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para o próximo ano. Assim, você diminui a possibilidade de transferência de alunos.

Benefícios extras – Dependendo da pessoa e de seu estilo de vida, é bem capaz que você tenha vários de seus
alunos dispostos a permanecer – e até pagar um pouco mais por alguns “extras”. O truque aqui é descobrir quais
extras exatamente o aluno valoriza e quanto realmente ele está disposto a pagar pelo adicional. Podem ser aulas
de Língua Estrangeira, possibilidade de usar a quadra da escola no fim de semana, entre outros.

Satisfação – Essa entra no final de propósito. Se o aluno e os pais dele estão satisfeitos, não têm motivos para
mudar de escola. Mas manter essa satisfação, que trabalho! Quem é casado sabe como é isso – afinal, é muito
mais fácil conquistar uma pessoa por dia do que conquistar a mesma pessoa todos os dias. Só que é essa lealda-
de, que está acima dos interesses egoístas e míopes de curto prazo, que faz a diferença entre vencedores e derro-
tados. Sempre que você for analisar o caso de vida de uma pessoa de sucesso, na área que for – trabalho, vida,
AE esporte, religião, etc. – verá que existiu alguém que sempre ajudou nos momentos críticos, que ficou ao lado
dela quando todos foram embora, que lhe estendeu a mão quando o resto do mundo virava a cara. É esse tipo de
relacionamento que faz uma escola valer a pena (não só do ponto de vista financeiro). A vida é muito mais agra-
dável quando conseguimos nos rodear de pessoas motivadas e leais, com as quais sabemos que podemos contar
sempre que necessário. É esse sentimento que seus alunos devem nutrir por sua escola: uma relação que vai além
14 dos cadernos; por toda a vida. Um local onde são ensinadas coisas que não podem ser descritas em palavras.
Essa lealdade, porém, não é conseguida com tapinhas nas costas, cafezinhos e cartões de Natal. Ela é duramente
conquistada no dia-a-dia, com pequenos detalhes que nos diferenciam e marcam a vida dos estudantes.
6O telefone pode ser a porta de entrada. Ou não.
O telefone de uma escola toca sem parar. Quando o cliente já pensa em desligar, alguém atende.
Uma, duas, três perguntas. Nenhuma resposta decente. Segundo a telefonista, informações só com

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a diretora. Aí o cliente pergunta: “Então por que a diretora não atendeu ao telefone?” Ele desliga e
passa para outra escola da lista. Permitir que isso ocorra é quase um crime. Aí vão oito dicas para
livrar sua escola dessa vergonha.

1. Sua escola não pode dar-se ao luxo de perder futuros alunos por um mau atendimento ao tele-
fone. Faça o possível para manter uma pessoa bem treinada para responder a todas as dúvidas
possíveis e imagináveis que os pais dos alunos possam apresentar. Caso isso não seja possível,
treine toda a equipe. Assim, qualquer um poderá vender bem o peixe da escola.

2. Alguém deve estar sempre a postos para atender ao telefone. O segundo toque deve ser o últi-
mo, depois disso uma pessoa educada, segura e simpática deve atender quem estiver na linha.
O atendimento deve ser profissional, tipo: “Escola Álvares Cabral, professora Sarah falando, AE
bom dia.”

3. Não há nada mais desagradável do que falar com uma pessoa que não está segura das informa-
ções que passa. “Acho que a mensalidade custa uns R$189, mas não tenho certeza” ou “Parece
que dois irmãos estudando conseguem um desconto de 5%... ou 15%, mas não posso afirmar”.
Para evitar essas situações tenha um arsenal de informações à mão: tabela de preços, plane- 15
jamento anual, aulas oferecidas, material didático, trajetória dos ônibus que passam perto da
escola e até o currículo dos professores, se for o caso. A meta é satisfazer todas as curiosidades
do cliente de forma natural.
4. Anote o nome e o telefone de quem tiver ligado, bem como do possível aluno. Assim você terá
como falar com essas pessoas mais tarde e perguntar o motivo da escolha (ou da desistência)
para melhorar cada vez mais o que não estiver tão a contento. Também poderá convidá-la para
eventos abertos à comunidade. Certamente, ela poderá mudar de idéia e entrar na sua escola no
ano seguinte.

5. Mostre que você deseja ajudar. Não informe simplesmente e deixe que a pessoa continue com
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as mesmas idéias que tinha antes de fazer o telefonema. Se a dúvida é quanto ao transporte,
não diga simplesmente “sim, temos convênio com essa empresa de vans, boa tarde”. Você pode
saber que a família mora perto de um terminal de ônibus e o “Vila Dólar/Centro” pára na frente
da escola. Não guarde essa informação para você, pois ela pode ser útil para o seu cliente.

6. Nunca, jamais, em tempo algum interrompa o seu interlocutor. A pessoa mais importante em
uma conversação é o cliente. Demonstre que você está interessado em saber o que ele tem a
dizer. Anote as dúvidas apresentadas e as esclareça quando sentir que ele tiver parado de falar
um pouco. O mais importante é escutar.

7. Simplifique, por favor. Não use jargões ao telefone. A mãe do seu aluno não está interessada em
AE saber quem é Freire ou Piaget, ela quer saber se o ensino é “leve” ou “puxado”, se os professo-
res são bons e para onde o filho dela vai o dia em que ela ficar presa no escritório até quase sete
da noite. Desfaça essas dúvidas e deixe para discutir as melhores teorias com seus professores
em reuniões fechadas.

16 8. Não perca dinheiro. Quando você coloca uma propaganda de sua escola em um outdoor ou
nas rádios e televisões, muita gente liga para pedir informações. Atenda a todos, anote nome,
telefone, melhor horário para entrar em contato e passe para outra ligação. Assim, você alcança
a todos e não fica com fama de relapso.
O aluno tem de ser conquistado

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No começo: seus futuros alunos estão por aí, esperando que você os encontre. Eles têm um perfil
que se encaixa com o que você oferece, possuem o grau de instrução necessário para entrar na sua
escola, só precisam ser conquistados. Para isso, basta que você apresente um material publicitário
bem informativo e simples. Depois do primeiro contato, passe para a próxima fase.

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Namoro: é aqui que se conhece o outro. Ao tratar cada aluno ou pai de aluno como único, você
torna sua escola agradável e atrativa para eles. E pode começar um relacionamento de longo prazo.
Chamegos e aparentados: conforme o namoro avança, podem ser tomadas certas liberdades. No
caso da instituição de ensino, trata-se de combinar horários, datas de pagamento, material. Isso tudo
sem cortar o clima de sedução. O segredo é mostrar que a individualidade do cidadão está sendo
reconhecida. O sucesso na conquista de novos alunos está diretamente ligado ao estabelecimento
de contatos cada vez mais íntimos. Quanto mais uma escola conhecer um aluno e souber de suas
necessidades e limitações, mais simples será fazer promessas possíveis de serem cumpridas.
Casamento: não se precipite e não seja “enrolado”. Tão logo as dúvidas apresentadas pelo cliente
sejam sanadas, o representante da escola deve puxar o contrato e a caneta. Depois disso, começa
a lua-de-mel. Tanto o representante da instituição quanto o cliente estão satisfeitos e felizes com o AE
acordo. O problema, a partir daí, é não permitir que o negócio entre na rotina.
Todo dia ela faz tudo sempre igual: a união entre vocês deve ser solidificada. Frases de apreciação são
ditas ou escritas; surpresas são apresentadas durante as aulas, fazendo com que o estudante fique tão
feliz com seu dia-a-dia que não se contenha e comece a contar tudo de bom que recebe para pessoas
de fora da escola. Isso pode ser complicado como em qualquer outro relacionamento. Crises podem 17
ocorrer, ameaçando a união. Outros colégios podem “flertar” com seus alunos. A recompensa pode
demorar a chegar, mas certamente virá. E aí a pergunta: “Foi bom, não foi?”
8
Como relacionar-se melhor com os pais dos seus alunos
Faça os pais sentirem-se parte do ambiente escolar. Só cartinhas com “seu filho
quebrou a carteira no nariz de um coleguinha. Não sabemos mais o que fazer com
ele” ou “venha participar de nossa Festa Junina, da Festa do Dia das Mães, do en-
cerramento do ano letivo, refaça a matrícula”. Se comparar essa atenção a que outras
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empresas dispensam aos clientes, você vai perceber que precisa fazer um pouco mais
para acompanhá-los, principalmente porque é na escola que estão os maiores tesou-
ros da vida de seus clientes: os filhos e o futuro deles. Para agradar a todos:

Faça reuniões de pais e mestres com conteúdo. Apresente inovações, como aulas
de balé, judô, idiomas. Faça com que os pais percebam que sua equipe sabe lecionar,
está motivada, tem domínio sobre Psicologia e consegue ensinar algo de valor aos
estudantes.

Mantenha um canal aberto de comunicações. Deixe alguém preparado perto


de um telefone e diga aos pais que podem ligar para tirar dúvidas, dar sugestões,
AE solicitar algo que creiam ser importante. Mas faça com que o serviço funcione, caso
contrário, o que seria um diferencial acaba por irritar o consumidor.

Assegure-o de que está recebendo o melhor por seu investimento. Isso pode ser
alcançado de várias maneiras. Veja:

18 Chame um ex-aluno de sucesso para dar uma palestra ou para escrever um texto
sobre o que ele aprendeu de bom. Além de demonstrar qualidade e comprometi-
mento, você cria um saudável senso de comunidade.
Peça para que os alunos pesquisem com os pais alguns temas importantes de hoje. Vale desde as
mudanças trazidas pela Internet até reformas políticas ou o abandono do chafariz da rua de cima. Deixe
claro que o resultado será transformado em uma revista. Assim, você trabalha a interdisciplinaridade,
une a família para estudar e estimula a motivação de seus alunos, dos pais deles e o sentimento de
amor pela escola. Logo no início do ano, mande uma cartilha para os pais com sugestões de como eles

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podem participar da vida escolar das crianças.
Faça uma pesquisa de satisfação do consumidor. Faça um pequeno questionário e dê para os alunos
responderem na sala de aula. Eles deverão dar notas aos professores, à limpeza, à iluminação etc.
Mande outro questionário para os pais, perguntando como eles vêem o ensino do filho, o quanto estão
satisfeitos com a escola. Para todos, peça sugestões. Você vai impressionar-se com a quantidade de
idéias que irão surgir.
Utilize o bolso para assegurar a participação. Muitas empresas dão prêmios aos funcionários que
sugerem melhorias. Faça o mesmo com os pais dos alunos. Peça para que sugiram o que acreditam ser
necessário e diga que os autores das melhores idéias receberão descontos na mensalidade. Além de
envolver e agradar aos pais, esse programa ajudará em muito sua escola.
Utilize as férias. Nesse período, você corre o risco de ver muitos de seus alunos buscando outras insti-
tuições. Para não entregar o ouro tão facilmente para a concorrência, prepare uma carta na qual esteja
discriminado tudo de bom que foi feito durante o ano, desde reformas, contratação de professores, até
AE
eventos e elaboração de nova carga horária. Anexe outra carta dizendo quais são os planos para o pró-
ximo ano. Acrescente novos planos de pagamento, descontos. Quando a data da matrícula estiver mais
próxima, envie outra carta semelhante.
Por que não um curso para os pais? Afinal, já que você fica com a escola fechada durante um perío-
do e já tem todas as instalações, procure as artesãs das redondezas e ofereça suas salas para cursos de 19
arranjos de flores, sabonetes, entre outros. Converse com professores de Português para desenvolverem
um rápido curso de redação e discurso empresarial ou convide um psicólogo para realizar debates sobre
como criar os filhos sem deixar a vida profissional de lado.
9 Como agir para o aluno não ir embora
 Facilite: a falta de tempo é sempre apontada como motivo pelo qual as pessoas não fa-
zem tudo como gostariam. Use isso a seu favor. Escolha uma noite da semana e prepare
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uma palestra rápida com tudo o que pretende fazer no ano. Depois da apresentação, ofe-
reça um coquetel para os pais e deixe cinco mesas com pessoas preparadas para efetuar
as matrículas. Organize, por ordem alfabética: mesa um atende clientes da letra A até D
e assim por diante. P.S.: só não ofereça bebida alcoólica, pois muitos dos seus clientes
vão dirigir até suas casas.
 Vá preparando o terreno aos poucos: devagar, dê aos alunos e pais um gostinho “do
que vem por aí”. Conte seus planos para o ano seguinte e a importância da continuidade.
Só não deixe de cumprir o que você tiver prometido. Do contrário, sua credibilidade vai
por água abaixo e seus alunos não pensarão duas vezes antes de abandoná-lo no próxi-
mo ano.
 Ofereça garantias e extras: seguro-desemprego e outras opções de negociar mensa-
AE lidades são sempre bem-vindas. Mas você pode fazer mais. Por exemplo, um desconto
progressivo para cada ano que o estudante fica na sua escola. Outra sugestão é oferecer
um curso que ensine uma terceira língua para alunos que estejam na escola há mais de
quatro anos, sem custo extra.
 Dois clientes em um: os pais cuidam do bolso, os filhos do dia-a-dia. Por mais que os
descontos e as vantagens oferecidas compensem, se os alunos não se sentirem à vontade
20 ou acharem que falta algo na escola, eles não voltarão no ano seguinte. A escola Dante
Alighieri aprendeu bem essa lição: os alunos mais esforçados não ganham bolsas de
estudo, mas uma viagem no final do ano. Provavelmente, os pais dessas crianças nem
pensam em procurar outra escola para os filhos.
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21
AE
Aprimorar não custa nada

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Era uma vez, uma escola na qual faziam-se reuniões de uma hora de duração. Nos pri-
meiros 10 minutos, decidia-se o futuro dos professores: quem seria contratado, quem
seria demitido e como deveriam ser as aulas. Nos 50 minutos restantes, falava-se sobre os
prós e contras da compra da nova máquina de café. Resultado: professores desmotivados,
irritados com a direção; animosidades entre a equipe; má remuneração; péssimas aulas;
alunos faltosos e repetentes a crescer todos os anos. Horrorizado? Pois é essa a realidade
de várias escolas brasileiras. Não deixe que essa loucura instale-se em seu ambiente de
trabalho.

 Defina expectativas: faça com que não só os professores, mas todos os funcionários da
escola, saibam o que se espera deles. Seja claro e objetivo, não espere que eles adivi-
nhem seus pensamentos ou tentem ler nas entrelinhas. Sutileza demais atrapalha. AE
 Avalie técnica e conhecimentos: “o que um novo professor precisa saber?” Reflita
sobre isso e mostre o resultado para os novos contratados. “E quanto à equipe? Ela
possue as técnicas e conhecimentos necessários para desenvolver um bom trabalho?”
Boa parte dessas técnicas e desses conhecimentos fazem parte da personalidade dos 23
funcionários. Preste atenção nisso.
 Supere obstáculos: perceba possíveis complicações que podem atrasar o trabalho de
sua equipe. Cabe a você ajudá-los, individualmente, a tratar desses problemas antes que
eles tomem dimensões maiores e dificultem ainda mais o dia-a-dia.
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 Ofereça feedback: o retorno aos professores pode ser positivo ou negativo. Tenha caute-
la nos dois casos:

Feedback positivo: serve para reconhecer e encorajar boas posturas de trabalho


em sala de aula. Ajuda a fazer com que o professor vá além, produza
de maneira melhor, não estacione.

Feedback de correção: auxilia um professor na hora de aprimorar ou


desenvolver um determinado trabalho. Não tem nada a ver com uma “bronca”;
é mais para direcionar o professor a desenvolver-se profissionalmente.
AE
 Implantação das conseqüências: devem existir conseqüências positivas e negativas
associadas a bons resultados, maus resultados e estagnação. Deixar claras essas conseqü-
ências e fazer bom uso delas pode servir de motivação para sua equipe.
É claro que colocar tudo isso em prática é trabalhoso, mas conduz a resultados muito
melhores do que a compra de uma boa máquina de café. Pode ter certeza.
24
11

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Transforme adversidade em sucesso
Por mais esforçados que sejamos, por melhores que sejam nossas intenções, por mais
que tentemos calcular cada um de nossos passos para que nenhum erro seja cometido, a
adversidade aparece para nos afrontar. Ela nos lembra de que somos humanos, sujeitos a
falhas e sempre passíveis de aprimoramento. Por isso, quando a adversidade bater à sua
porta, não desanime. Algumas dicas para você não esmorecer:

• Adversidades colocam as coisas em perspectiva.


• Adversidades nos fazem apreciar o que temos – e como chegamos lá.
AE
• Adversidades nos tornam mais fortes.
• Adversidades nos obrigam a mudar e agir.
• Adversidades são grandes mestres.
• Adversidades mostram novos caminhos.
25
• Adversidades aumentam a confiança.
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4 pecados capitais que não podem ser


cometidos pelo educador do futuro
• Achar que é um sabe-tudo.
• Nunca cometer erros.
• Encontrar sempre uma solução.
• Dizer para os outros o que e como deve ser feito.

Pode parecer muito mais fácil ser o sabichão, ter todas as respostas, estar sempre coberto de
razão. Mas hoje em dia, as escolas precisam de consultores, não de pessoas que possam re-
AE solver todos os problemas. Cada membro da equipe tem múltiplas habilidades; cabe a cada
um desenvolver-se da melhor forma, independente da cobrança ou correção de alguém.
Deixe o barco correr solto. Todos sabem a direção. Egos que crêem possuir todas as respos-
tas não deixam espaço para a criatividade, iniciativa e ousadia. E são esses três aspectos que
podem melhorar o cotidiano de sua escola. A equipe não pode sentir medo de tentar mesmo
que erre. Os erros mostram que as pessoas estão tentando. Uma escola sem experimentação
26
está fadada ao insucesso.
Reunir não é perder tempo

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Um Negócio Chamado Educação


É comum alguns membros da equipe acreditarem que não há nada de aprovei-
tável nas reuniões feitas entre professores, entre pais e mestres ou entre mestres
e direção. Realmente, algumas delas não cumprem com seu papel primordial e
são pura perda de tempo mesmo. Aí vão nove dicas que podem otimizar o seu
tempo:

 Faça uma pauta e permaneça nela. Planejamento é fundamental. Apro-


veite a pauta, faça cópias dela e distribua para todos que participarem da
reunião. Assim, se você ou alguma outra pessoa sair do foco, será trazida
de volta por outro colega.

 Anuncie sucessos. Use os primeiros minutos da reunião para parabenizar a AE


equipe pelo bom desempenho. Agradeça a colaboração de outras pessoas.
É sempre bom manter uma atmosfera positiva na hora da reunião.

 Não deixe as pessoas sentirem-se mal ou incompetentes. Envolva todos


os participantes. Deixe os melhores professores darem dicas, abra uma 27
roda de sugestões para a melhoria do grupo como um todo. Não “caia de
pau” em cima de um ou dois.
 Controle o tempo. Uma reunião tem hora certa para começar e acabar.
Respeite o tempo estipulado. Elogie os que chegaram no horário e evite recapitulações
para quem chegou atrasado.

 Mostre a situação da escola. Explique quais são os problemas enfrentados e deixe es-
paço para que sugiram melhorias. Quantifique tudo: o problema e as formas encontradas
para solucioná-los.
Um Negócio Chamado Educação

 Divirta-se. Quando a reunião estiver para acabar, conte uma história engraçada ou qual-
quer coisa do gênero. Se não for bom nisso, deixe algum professor que o seja no coman-
do. Isso desfaz qualquer tensão e ajuda a equipe a voltar ao trabalho mais relaxada.

 Não deixe visitantes tomarem conta da reunião. Algum membro da comunidade pode
querer conversar com sua equipe pedagógica. Não o convide para a reunião dos pro-
fessores. Marque um outro horário. Estipule o tempo limite para as discussões e junte
seu corpo docente. É uma forma de organizar as coisas e preparar a equipe para fazer a
recepção.

Reunião não é lugar de dar bronca. Ninguém gosta de ser repreendido em público; não
AE

há nada mais desagradável do que isso. Se tiver algo nesse sentido a dizer para alguém,
faça-o em particular. A reunião serve para apontar problemas e soluções, não para dar
alfinetadas em colegas e subalternos.

 Tenha motivos fortes. Reuniões não precisam ocorrer uma vez por semana simplesmen-
28 te porque esse era o combinado. Quando chegar a uma reunião tenha algo útil e plausível
a dizer. Caso contrário, você estará perdendo seu tempo.
Melhore a imagem de seus professores
A equipe de professores de sua escola tem muito mais valor do que se pode imaginar
à primeira vista. Dentro de uma sala de aula eles engrandecem, tornam-se poderosos
guerreiros, chamam a responsabilidade para si e resolvem o que tiver de ser resolvido.

Um Negócio Chamado Educação


Ou deveriam ser assim. Observe estas dicas e ajude-os a mostrar o grande valor que

14
possuem.

Ajude-os a montar uma imagem positiva deles próprios: seus professores serão tão
bons quanto acreditarem ser. Faça com que eles se concentrem nas pequenas vitórias
do dia-a-dia. Seja um aluno que melhora gradativamente, seja uma turma que respon-
de bem a uma avaliação. Enfim, ao cultivar essas alegrias, os professores ficam mais
motivados e receptivos a qualquer palpite.

O pensamento é o fundamento: ensine ao seu corpo docente que para melhorar o


desempenho de uma turma e até a convivência com o resto da equipe eles precisam
de atitudes positivas. Nada de levantar-se pela manhã pensando que o dia vai ser um
tormento porque hoje a aula será na 6ª C, a pior turma da escola. Muito melhor é acor-
AE
dar e dizer: “Que bom! Tenho um emprego ótimo, alunos inteligentes, sei como lidar
com eles, vai dar tudo certo hoje.” O pensamento positivo e a auto-confiança fazem
milagres.

Estabeleça objetivos estimulantes e positivos: esses objetivos não devem ser vol- 29
tados para o funcionamento da escola a longo prazo. Descubra onde sua equipe quer
estar daqui a cinco anos. Faça com que eles planejem um futuro brilhante e sonhem
com ele.
Estimule o contínuo aprendizado: os professores, como quaisquer outros profissionais, devem
estar em constante aperfeiçoamento. A busca constante leva a descobertas. E novas descobertas
levam à sabedoria.

Mantenha os olhos abertos: cabe a todos os profissionais olhar de perto para o próprio desem-
penho e perceber o que está certo e o que falta melhorar em relação a:
Um Negócio Chamado Educação

 Ele mesmo.
 Seus alunos.
 Seus objetivos.
 Seu tempo.
 Sua escola (e o que os pais dos alunos pensam dela).
 Suas habilidades e atitudes.

Ouça o que os outros têm a dizer: uma escola é uma pequena comunidade na qual todos podem
dar opiniões, apresentar críticas, elogiar algum esforço e cobrar melhores resultados. Mostre
orgulho cada vez que alguém tomar uma iniciativa. Seus funcionários são a sua escola. Quanto
mais reconhecidos eles sentirem-se, melhor irão trabalhar e melhor será o nome vinculado à sua
AE instituição.

Sonhe alto: quem quer atingir grandes metas, acalenta grandes sonhos. Acredite, aja, trabalhe
o tempo que for necessário. Você vai atingir o seu objetivo e levar muita gente com você para
as alturas. Esforce-se para conseguir o que deseja. Mas lembre-se: trabalhe de maneira correta.
30 Quantas pessoas você conhece que trabalham 10, 12 horas por dia e não se nota o rendimento do
trabalho delas? Estão trabalhando errado, de maneira burocrática, pouco funcional. Não desper-
tam paixões nos alunos, não trazem novidades, não conseguem entreter. Policie-se para fazer
Semana Pedagógica
Uma ou duas semanas antes das aulas começarem, os professores, coordenadores e diretores unem-se

15
Um Negócio Chamado Educação
para discutir as principais ações do ano, maneiras de diferenciar a escola das demais, encontrar novas
soluções para antigos problemas. Na verdade o que se vê, na maior parte das vezes, é uma semana can-
sativa, sem grandes novidades, chata, pouco motivadora, na qual discutem-se os mesmos problemas e
se chegam às mesmas conclusões, sem grandes progressos. Não deixe que isso ocorra em seu local de
trabalho. Preste atenção às dicas e não perca seu tempo no próximo ano.
 Defina os objetivos.
 Dê enfoque positivo às realizações do ano.
 Lembre-se de que você tem públicos diferentes.
 Sua equipe pedagógica precisa de estímulo, assim como seus alunos.
 Descontrair não faz mal a ninguém. AE
 Dê algo com que possam trabalhar.
 Faça com que a semana pedagógica tenha resultados aplicáveis.
 Estimule a criação de metas pessoais.
31
16
O esforço é o pai do sucesso
Não existe cena mais triste do que uma discussão ou um jogo de empurra após um fracasso qualquer. Ninguém
é responsável, a culpa cai sempre sobre os ombros de quem não pode se defender. O sucesso é diferente, todos
querem fazer parte dele. Para evitar dissabores no cotidiano de sua escola, carregue suas responsabilidades, seja
criativo e audacioso. Você não tem nada a perder. Até porque a diferença entre profissionais motivados e outros
Um Negócio Chamado Educação

sem vontade de trabalhar pode ser percebida pelas atitudes.


Meu dia me pertence: essa forma de pensar define alguns dos grandes educadores que encon-
tramos. Contratempos na escola surgirão independente de qualquer coisa, o segredo é saber
enfrentá-los. Não procure culpados, e sim soluções. As respostas estão dentro de você.
Lidando com expectativas: poucas coisas ocorrem perfeitamente. Sempre existem pequenas
falhas. Por que não conversar com seus alunos e direção sobre isso? Se você corrige correta-
mente 99% das provas, uma em cada 100 terá de ser revista. Pode não ser a tarefa mais agra-
dável do mundo, mas é absolutamente necessária. Use uma hora por semana de “janela”, seja
para apagar um incêndio, seja para pesquisar e desenvolver novas formas de dar aula.
Evite falhas pessoais: falhas de professores envolvem muito mais falta de planejamento do
que falta de técnica ou conhecimento. Ou seja, são pequenos detalhes que devem ser corrigidos
AE para não atrapalhar sua rotina. Fora da sala de aula, organize seus dias e horários, estipule um
tempo para fazer relatórios, preparar aulas, encontrar pessoas. Procure não perder tempo.
Uma escolha melhor: você quer lecionar em uma escola diferente da sua? Então comece
melhorando sua sala de aula. Estimule os alunos a cuidar melhor dos materiais didáticos. Vá
testando suas novas técnicas em todos os alunos, um de cada vez. Seus colegas perceberão os
32
resultados e irão imitá-lo. A direção ficará impressionada e abrirá caminho para novas expe-
riências. A comunidade será informada das melhoras e novas oportunidades para sua escola
surgirão. Dê o primeiro passo. Procure ousar pelo menos uma vez. Geralmente é o que basta. E
o resto vem por conseqüência.
Tempo, tempo...
Uma das grandes reclamações dos profissionais hoje em dia é a falta de tempo. Talvez por excesso

Um Negócio Chamado Educação


de trabalho, talvez por falta de organização ou por falta de estabelecimento de metas a cumprir.
Abaixo, uma lista de 40 atividades. Marque as 15 que mais tomam seu tempo e peça para que seus
professores façam o mesmo.
 Atender telefonemas/responder e-mails.
 Fazer telefonemas/enviar e-mails.

17
 Reuniões com a equipe pedagógica.
 Reuniões com pais de alunos.
 Encontro com vendedores de material didático ou visitas à papelaria.
 Deslocamentos casa/escola e agregados. Muitas escolas, por exemplo,
mantém um campo de futebol longe do prédio das salas de aula. Se for
esse o seu caso, inclua o tempo para ir até lá.
 Atendimento a outros profissionais de sua escola (contador, serventes, AE
recepcionistas, pessoal de RH).
 Reunião com outros profissionais vitais para o andamento da escola
(pediatras, bombeiros, pessoal da agência de propaganda, eletricista).
 Redação de correspondências internas.
 Emissão e recebimento de fax.
33
 Pesquisas na Internet.
 Elaboração de matrículas ou promoções para o próximo ano ou semestre.
 Elaboração de projetos didáticos.
 Despacho de correspondências.
 Planejamento e projeções financeiras.
 Analisar as ações das escolas concorrentes e as novas leis que afetam a educação.
 Pesquisas didáticas.
Um Negócio Chamado Educação

 Elaboração de aulas.
 Organização de sua mesa de trabalho.
 Organização de seus arquivos.
 Criação de projetos interdisciplinares.
 Leitura de revistas e jornais de interesse geral.
 Leitura de revistas e livros de interesse profissional.
 Criação de novos serviços para alunos ou pais.
 Participação em palestras e treinamentos externos.
 Participação em palestras e treinamentos internos.
 Participação em eventos de alunos (Semana da Ciência, Festa Junina).
 Controle da presença de alunos.
AE  Correção de provas.
 Correção de exercícios diários.
 Visitas a outros setores da escola.
 Revisões de prova ou correções no livro de chamada.
 Consulta de saldos e extratos pelo telefone ou computador.
 Orientação de trabalho a colegas.
34  Permanência em filas de bancos ou caixas eletrônicos.
 Permanência na fila do cafezinho ou da cantina.
 Viagens a trabalho.
 Almoço com fins profissionais.
 Consultas médicas ou odontológicas.
 Atividades relacionadas à família.

Um Negócio Chamado Educação


Após relacionar as atividades que mais lhe causam perda de tempo, analise cada item de acordo com
as seguintes categorias de prioridade:
Urgentes: são aquelas atividades/tarefas que devem ser resolvidas logo pela manhã ou no início
da tarde, permitindo mais tempo e dedicação às importantes.
Importantes: são aquelas ligadas às metas e ao seu negócio em si. Devem merecer atenção espe-
cial, pois delas depende a sobrevivência de sua escola.
O resto: qualquer coisa que não encaixe nas categorias acima.
AE
Agora, verifique como você se posicionou na priorização de suas tarefas. Em quais conjuntos de tarefas você está
centrado – nas urgentes ou nas importantes? Há uma tendência a nos apegarmos àquilo que mais gostamos de
fazer, deixando para depois o que nos desagrada. Se você está incorrendo nessa atitude, ela poderá ser modifica-
da se você começar a usar corretamente um instrumento pessoal: a agenda. 35

O hábito de usar controles pessoais (agenda ou outra forma específica) é indispensável. Para algumas pessoas,
a manhã é o horário crucial do dia para estabelecer prioridades de acordo com a urgência/importância. Já outras
pessoas preferem fazer isso na noite anterior para começar o dia de maneira organizada. De qualquer
modo, em todo final de tarde é necessário verificar o que foi cumprido e registrar o que ficou para o dia
posterior. O simples ato de visualizar um trabalho realizado já traz satisfação e estimula a automotiva-
ção para superação de metas pessoais.
Um Negócio Chamado Educação

O resto pode tomar menos seu tempo se você acostumar-se a fazer pequenas verificações rapidamente.
Caso veja que está acumulando muitas tarefas, comece a delegar. Deixar atividades para serem realiza-
das por outras pessoas não é lavar as mãos.

Algumas dicas podem ajudá-lo nessa tarefa:


 Lembre-se: a responsabilidade final pelos resultados é sempre de quem delegou.
 Verifique se a pessoa a quem foi delegada certa missão sabe fazer o que lhe foi pedido.
 Profissionais motivados apresentam maior resultado e comprometimento. Estimule e qualifique o
potencial da pessoa escolhida. Dê as informações e os instrumentos necessários para o bom desem-
penho.
AE  Coloque-se à disposição para ajudar, caso seja necessário.
 Avalie resultados e dê feedback. Reconheça os esforços de todos.
 Mantenha sua equipe informada sobre o andamento dos projetos e tarefas.
 Caso a tarefa delegada esteja atrapalhando o andamento do serviço original daquela pessoa
(em especial, suas aulas), pare tudo, converse. Ofereça a tarefa para outra pessoa ou reassuma-a.
36 Deixe claro, entretanto, que era o processo que estava errado e não aquele profissional.
18

Um Negócio Chamado Educação


5 maneiras de melhorar sua equipe de professores
Respeite sua equipe pedagógica. Não queira aumentá-la ou diminuí-la de
1 uma hora para outra. Tudo precisa de planejamento.

Não limite salários. Se sua escola possui um corpo docente que faz a dife-
2 rença, remunere-os de acordo com o potencial, antes que a concorrência o
faça.

Reunião para quem precisa. Não faça reuniões por fazer e não as use como
3 momento de criticar seus educadores. Além de ser uma perda de tempo, é
uma bomba atômica em cima da motivação deles. AE
Cuidado com as promoções. Contrate e promova somente pessoas capazes
4 de coordenar uma equipe de professores, com as características necessárias
para isso.

Nada de burocracia. Peça relatórios aos seus professores apenas quando 37


5 forem absolutamente necessários. Relatórios semanais ou mensais, para ex-
plicar isso ou aquilo, são uma perda de tempo e um desperdício de papel.
Desenvolvendo sua equipe pedagógica
Uma equipe completa precisa, fundamentalmente, estar atenta a quatro tipos de comportamento:
desenvolvimento pessoal, organização pessoal e profissional, comunicação e persuasão, conheci-
mento da sua situação.
Um Negócio Chamado Educação

Desenvolvimento pessoal: podemos dizer que o desenvolvimento pessoal está para o professor
assim como um sistema operacional está para o computador. Se falhar, nenhum dos aplicativos
(as outras partes da sua vida) funcionam direito. As áreas-chave do comportamento pessoal são:
1. Atitude positiva.

19
2. Criatividade.
3. Auto-estima.
Praticar técnicas de desenvolvimento pessoal deveria ser obrigatório para todos os profissionais,
principalmente para os professores, que constroem o “sistema operacional” de outras pessoas. Se
você pega-se com freqüência tendo pensamentos negativos, sentindo-se preso numa vida chata
e sem graça, você certamente precisa trabalhar essa área. Comece a ler livros motivacionais dos
grandes mestres e, em menos de uma semana, você já sentirá o resultado.
AE Organização pessoal e profissional: técnicas de organização são aplicadas para planejar e admi-
nistrar sua vida e suas ações mais eficazmente. Algumas das mais importantes são:
1. Estabelecimento de objetivos.
2. Administração do tempo.
3. Administração do território.
38 São essas técnicas que estruturam qualquer atividade de sua escola. Hoje em dia, os melhores
professores são aqueles com foco, preparados e organizados, com a disciplina de seguir seu
planejamento. Portanto, exija de si mesmo evidências de sua seriedade – um plano escrito do que
você quer realizar durante o ano. Lembre-se que, enquanto não tiver um plano escrito, você não
irá seguí-lo e não estará encarando seu trabalho de forma séria.
Comunicação e persuasão: um dos grandes pilares da educação é a comunicação. Até aí nenhuma novidade.
O coração e a alma da profissão localizam-se nesse ato. Mas, afinal, o que é comunicar? Confira:
• Escutar. • Clarificar.
• Estabelecer vínculos. • Explicar.

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• Questionar. • Ler.
• Entender. • Dialogar.
• Persuadir. • Convencer.
• Apresentar. • Construir relacionamentos.

É muito mais do que chegar na sala, mandar que os alunos leiam três páginas de um livro, encher o quadro de
exercícios, dizer bom dia, ir embora e chamar isso de aula. É mais do que ouvir um colega mais experiente,
fingir que presta atenção ao que ele diz e ficar pensando “que cara chato...”. Dedique-se ao ato de comunicar,
de partilhar o mundo com outra pessoa. Desafie-se a ser multimídia, a expressar suas idéias de diferentes ma-
neiras.

Conhecimento da sua situação: inclui conhecimento da sua matéria, dos seus pontos fortes e fracos à frente AE
de uma audiência, dificuldades inerentes ao ensino/aprendizado. Inclui aquela miríade de regras não-escritas
que regulam a convivência dos diversos profissionais de uma instituição de ensino. Conhecer as características
socioeconômicas que influenciam cada aluno pode ser a diferença entre “um professor” e “só mais um profes-
sor”. O processo de conhecimento nunca termina, pois deve sempre evoluir, acompanhando seu novo nível de
profissionalismo. 39
Davi e Golias

20
Foi-se a época em que grandes empresas continuavam grandes e só quebravam as micro e médias. Atualmente,
empresas de médio porte podem vencer aquelas mais conceituadas. Basta que se aposte na reinvenção.

Um Negócio Chamado Educação


Perguntar não ofende: questione todos os dias. Sua escola está obsoleta? Como você está trabalhando? Por
quê? Com qual propósito? Está dando certo? É o único jeito? Existe flexibilidade? Aprimore-se!

 Faz-tudo: não queira ter especialistas na equipe. O mercado pede que se faça de tudo um pouco. Coloque seus
funcionários para trabalhar em todas as funções da escola. É importante que eles saibam se virar sozinhos. É no
meio do campo que se aprende a jogar.

 Computador: crie uma equipe de informática/Internet o quanto antes. É importante que essa área da escola
seja bem tratada, já que são os computadores que arquivam tudo de importante que ela possui, desde o nome
dos professores até quem paga ou não em dia.

 Concorra: concorrência nem sempre tem a ver com investimento em dinheiro. Seu diferencial pode ser um
horário mais maleável (que tal começar as aulas às oito da manhã?), trabalhos práticos (você pode levar os
AE
alunos para ter aula fora da escola), valorização da comunidade (já pensou em fazer dias inteiros de jogos entre
a comunidade e os alunos? O pessoal da manhã brinca à tarde e vice-versa). As melhores idéias não precisam
de dinheiro para se concretizar. Só de ousadia.

 Apaixone-se: você sabia que entusiasmo é uma palavra de origem grega que significa “Deus dentro de nós”?
Pois bem, ser entusiasmado, comprometer-se com o que faz e amar o trabalho que realiza em todos os seus
43

detalhes é o que diferencia um profissional nato de um mero trabalhador que bate ponto só para ganhar a vida.
Quanto mais apaixonado você for, melhor se sairá em suas funções.
 Seja responsável: sua escola não será um mar de rosas se estiver localizada em um lugar perigoso. Ajude os
que o cercam. Lembre-se que seu papel maior não é lucrar com a educação; é agregar valor ao universo e à
humanidade.

 Aproveite as qualidades: todo profissional possui uma habilidade superior a todas as outras, mesmo que
Um Negócio Chamado Educação

não saiba. Ajude seus funcionários a encontrarem seus talentos e a apostarem neles. Você só tem a ganhar.

 Confie: as melhores criações do universo começaram com uma simples tentativa. O que seria dos arranha-
céus se todos tivessem medo de construir o primeiro prédio da História? O máximo que vai lhe acontecer é
descobrir como não fazer algo. Mas ainda assim, você está ganhando. Grahan Bell tentou fazer um aparelho
para surdez e inventou o telefone. Tente!

 Pequeno Senna: cada vez mais, as empresas querem estar no alto do pódio. Em todo lugar busca-se a
excelência. Mas o primeiro lugar não pode ser ocupado por todos, muito menos pelos medíocres. Ajude seus
alunos e funcionários a aprenderem como chegar ao topo. Depois de sentir o gostinho, eles não vão querer
outra coisa.
AE
 Entre em casa: a Internet pode colocá-lo literalmente dentro da casa de seus alunos. Use esse espaço para
trazer seus alunos e os pais deles para mais perto de você. Deixe notas, datas, tarefas, tudo na Internet. Até
mesmo as correções das provas. Assim, os alunos e os familiares deles podem acompanhar o que vem acon-
tecendo.
44
 Valorize para ser valorizado: trate sua equipe docente com o maior cuidado do mundo. Elogie, auxilie,
desperte. Cultive neles um certo amor pela instituição. Os alunos serão encorajados a isso também. Pode
esperar.
Buscando um diferencial? Cuidado!

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Antes de mais nada, consulte um especialista. Para Michael Porter, uma das maiores autoridades
mundiais em estratégias competitivas, autor dos livros Estratégia Competitiva e Vantagem Compe-
titiva, ambos da Editora Campus, existem dois jeitos de chamar a atenção do consumidor: custos
baixos e diferenciação. Mas, se você preferir errar na mão ao tentar se diferenciar das outras empre-

21
sas, aí vão seis dicas:

Ofertar um serviço que, apesar de melhorar as condições da escola, não é visto como tal pelos
alunos e pais.

Exceder as necessidades dos alunos.

Fixar preços muito altos. AE


Gastar mais do que arrecada na tentativa de diferenciação.

Não reconhecer segmentos de mercado.


45
Criar uma diferenciação que os concorrentes consigam imitar facilmente.
22
Aumente a credibilidade de sua escola
Investimento: faça o seu melhor para atrair novos clientes. Mas não é
suficiente dizer que sua escola é boa. Os outros precisam concordar com
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você. Ou seja, mostre o resultado: os pais de seus alunos são os melhores


garotos-propaganda que você pode ter. Só eles poderão provar a outros pais
de alunos que sua escola é um ambiente saudável, que transmite valores e
conta com bons profissionais, até porque o filho dele fez uso de tudo isso e
ele pôde ver o resultado. Não há comercial no mundo que faça melhor por
sua escola. Dica: faça um questionário para pais, alunos e ex-alunos e seus
pais. Contendo o seguinte:
1) Dados pessoais:
Nome:
Nome do aluno:
Telefone e e-mail para contato:
AE 2) Dê uma nota de zero a dez – sendo dez considerado excelente – para os
seguintes itens da instituição: (coloque os itens que deseja avaliar, desde
a limpeza até o dia-a-dia com os professores e o grau de dificuldade das
provas).
3) Quais são, na sua opinião, os pontos mais fortes de nossa instituição?
46
4) E os mais fracos?
5) Esse espaço é livre para sua opinião e comentários sobre a instituição de
ensino. O que você acha dela, o que pode ser feito para melhorar?
Existem 7 maneiras de fechar uma escola. São elas:
1. Síndrome do diretor da cocada preta. Você pode buscar maneiras de ajudar a comunidade e
fazer o possível para que suas idéias sejam úteis e originais. Mas não é por isso que você
tem de achar que a sua escola é melhor do que todas as outras. Esse pensamento faz você
estacionar e dá tempo e ferramentas para a concorrência agir e levar os seus alunos embo-

Um Negócio Chamado Educação


ra.
2. Sem fronteira entre o pessoal e o profissional. No início da escola é aquela migração:

23
jarras d’água saem da casa da diretora direto para a sala dos professores. Aquela obra
literária maravilhosa passa um tempo na biblioteca da escola. Depois de um tempo, a
migração se inverte: quadros saem do hall de entrada para enfeitar a casa da diretora; um
livro comprado para a escola vai passear na casa de um professor e não volta mais. Enfim,
a escola torna-se uma extensão da casa. Enquanto isso, outras escolas colocam-se no mer-
cado, usam uma postura mais profissional e ganham mais alunos.
3. Quem manda responde. Está aí uma característica inerente a todas as instituições fadadas
ao fracasso: decisões centralizadas em uma única pessoa. Por mais que professores e
coordenadores tentem argumentar, o diretor sempre dá a última palavra sem levar nada do
que ouviu em consideração. Vale lembrar que a educação é uma causa nobre e responsá-
AE
vel pelos cidadãos do amanhã, por isso não pode ser deixada na mão de quem pensa que
pode domesticá-la.
4. O cordão dos puxa-sacos cada vez aumenta mais. Se a diretoria não sabe ouvir pessoas
que discordem de normas previamente estabelecidas, vai unir-se àquele pequeno grupo de
coordenadores e professores que possuem a mesma opinião. Ora, uma pessoa que não é 47
ouvida e nem tem o seu direito à opinião respeitado vai trabalhar em outro lugar. Escolas
de sucesso ouvem todo tipo de críticas, esforçam-se para melhorar em certos aspectos e
nunca estão inteiramente satisfeitas com os progressos alcançados.
5. Preocupações estúpidas. Uma escola que dá muito valor para algo pouco relevante
é como uma mulher maravilhosa que ao abrir a boca perde a beleza que possuía e o
Um Negócio Chamado Educação

respeito que você tinha por ela. Não adianta citar nomes de ex-alunos famosos e dizer
que eles conseguiram o que queriam da vida porque contaram com a ajuda da escola. Se
o discurso não for equivalente ao que os alunos encontram na sala de aula, toda vez que
alguém tentar elogiar a escola terá ao seu lado um aluno ou pai para dizer como a escola
é de fato e detonar com a propaganda. Alunos contentes são a melhor propaganda para
sua instituição.
6. Menosprezo às ameaças. Certos diretores acham que nada de mal pode acontecer, que
todos os problemas já existiram e que não surgirão outros. Apenas escolas sem medo de
dizer a verdade podem ganhar mais alunos. Empresas fadadas ao fracasso acreditam que
“está ruim para todo mundo”, fecham-se em seus mundinhos e quebram a curto e médio
prazo.
AE 7. Deu certo para a minha avó. Uma das maneiras mais simples de fechar uma escola é
apostar em medidas não utilizadas mais porque um dia, há muito tempo, elas funcio-
naram para alguém. Não adianta informatizar a escola se os recados, ao invés de serem
passados por e-mail, são mandados através de circular. Algumas escolas estão tão fecha-
das num mundo ultrapassado que não percebem os benefícios da interdisciplinaridade,
por exemplo; ou utilizam-na apenas como fachada. A concorrência agradece.
48
Treinamento para novos professores
Era uma vez um professor novato que chegou ao seu primeiro dia de aula. Para
ficar mais à vontade, o diretor decidiu deixar que uma outra professora, que

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trabalhava na escola desde sua fundação, ficasse responsável pelo treinamento
daquele diamante bruto que tanto tempo levou para ser encontrado.
­— Dona Mirta, venha cá. A senhora vai ajudar o Guilherme nesses primeiros

24
dias. Converse com ele sobre o funcionamento de tudo.
— Pode deixar, diretor.
Ele sai e o “treinamento” da dona Mirta começa.
— Esse cara é um palhaço!
— O que disse, dona Mirta? – pergunta o professor, um pouco confuso.
— Nada não. Mas não ligue muito para o que esse diretor diz, ele não é muito
bom. Quanto às regras da escola, vou lhe dizer que existe uma só: trabalhe do
seu jeito. Fechou a porta, a sala é sua. No fim do mês temos que fazer um rela-
tório. O meu é sempre igual. Tentei inovar no começo, mas nada mudava, então AE
meu relatório é sempre o mesmo. Acho que eles nem lêem.
— Ah, claro.
— E tem uma turma que você vai “pegar”, a 6ª B. Os alunos são um desespero
de causa. É um inferno trabalhar lá. O diretor não faz nada para melhorar.
Domar aqueles projetos de fora-da-lei vai ser um milagre se alguém conseguir. 49
É a sua primeira escola?
— É, sim.
— Boa sorte... Você vai precisar.
Resultado: O professor desencanta logo, reclama da turma chata, perde totalmente a
Um Negócio Chamado Educação

animação, começa a procurar outro emprego e vai embora. Todos perguntam-se como
alguém que prometia tanto desistiu do trabalho tão rápido.

Isso aconteceu porque a escola colocou uma pessoa despreparada para auxiliar outra.
Cabe à escola ter seus objetivos e arcar com profissionais especializados no treina-
mento de novos e atuais professores. A missão e a filosofia da instituição precisam
ser passados aos novatos. Não basta só ensiná-los a sobreviver: informe os horários,
o caminho da sala dos professores, o corredor de cada uma das séries. É preciso mais
AE cuidado. E, se ele tiver de ser acompanhado por alguém, que seja o diretor ou coor-
denador da escola, pois são pessoas mais graduadas e que não estarão disputando o
mesmo espaço com o novo colega. E, pelo bem de sua escola e permanência de seus
novos contratados, deixe a dona Mirta dando aula, que é só isso que ela sabe fazer!

50
25
Entra e sai de professores

Um Negócio Chamado Educação


Novas necessidades geram novos cargos que precisam ser preenchidos. O problema é quando
os profissionais não permanecem neles; ou por conta da recessão ou por algum problema na
empresa/escola.

 Saída. A desistência de um professor também acontece por diversos fatores, desde uma
oferta melhor de emprego até um desentendimento com o coordenador. Acontece. O
problema é que aí são meses perdidos na reposição do profissional. E, mesmo assim, você
não substituiu o professor. É um outro educador que está lecionando para seus alunos,
com características únicas. É lógico que os estudantes vão sentir a diferença, com reflexos
no rendimento da turma.
AE
 Dá para evitar? Você não pode impedir que um professor saia, mas pode fazer com que a
rotatividade de profissionais seja menor em sua instituição de ensino.

 Crie uma política de portas abertas. Acabe com a burocracia entre níveis na sua institui-
ção de ensino. Até a tia do cafezinho deve ter liberdade para falar com a diretora. Isso faz 51
com que o clima melhore, evita fofocas e lhe permite identificar um problema assim que
ele surgir.
 Dê autonomia. Se os professores tiverem de pedir permissão cada vez que forem dar um passo
em sua escola, eles não terão muito estímulo para continuar lá. Crie um ambiente estimulante e
desafiador, onde cada um seja responsável pela própria carreira.

 Recompense adequadamente. Os grandes educadores de sua escola devem receber remune-


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ração condigna. Mostre a eles que você reconhece tudo o que eles fazem pela instituição e por
você. Pague um salário adequado e, de vez em quando, surpreenda-os com pequenos presentes:
pode ser um jantar, uma assinatura de revista, um livro. Não custa muito e passa à sua equipe
uma ótima imagem.

 Cuidado com o bicho gente. O ideal é ter pessoas que convivam harmoniosamente dentro de
sua escola. Bom, o ideal também é que o dólar não flutue muito e que o Brasil vença sempre a
Argentina. Certo, não vivemos em um mundo ideal. No seu colégio haverá sempre desentendi-
mentos entre os professores. Esteja sempre atento (portas abertas, lembra?) e, ao primeiro sinal
de desarmonia, aja rápido. Convoque as partes interessadas, faça com que elas percebam que
todos devem ter em mente o que é melhor para a escola e tente resolver a situação. Quanto mais
AE você demorar para tomar uma atitude, pior.

 Tenha um banco de reservas. Mesmo tomando todos os cuidados, você vai perder professores.
Nessa hora é importante chamar outro profissional competente para a instituição o mais depressa
possível. Por isso, esteja sempre de olho no mercado. Mesmo que você não esteja precisando de
52 nenhum educador agora, fale com seus conhecidos, pré-entreviste interessados. Crie cursos de
férias ou projetos de visitas especiais, e utilizando-os para “testar” novos educadores. Se aconte-
cer algo com seus professores “titulares”, você estará pronto para agir.
Deixe a imprensa trabalhar a seu favor
 Ser notícia. A primeira coisa a ter em mente é que você precisa de um fato novo para ser notícia.
É preciso sair na frente para garantir o seu espaço. Informação sobre educação é sempre bem-vin-
da, basta você fornecê-la.

 Comece com os pais. Faça um jornal informativo para eles. Por quê? São o seu público mais fiel;

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já conhecem você e sua escola. Além disso, o que quer que você diga está diretamente relaciona-
do com o filho deles. Por último, o jornal pode circular entre os amigos dos pais dos alunos que,
simpatizando com sua instituição, podem matricular os rebentos nela.

26
 O que fazer desse informativo. Ele deve conter algo para cada público. Uma seção com ativi-
dades/textos dos alunos, para fins de “corujisse” explícita. Textos dos professores explicando sua
visão sobre a matéria (como bônus, fazer com que sua equipe didática escreva para o jornal da
escola é um ótimo treino para depois escrever para um público maior). Inclua artigos leves e mo-
tivacionais, informações úteis sobre acontecimentos da comunidade e região. Assim, você garante
a leitura.

 Escolha o veículo certo. Depois que seus professores já souberem escrever notícias, mostre sua
AE
escola para o mundo lá fora. O órgão de imprensa selecionado deve interessar à sua instituição
de ensino. Pode ser o jornal do bairro ou uma rádio local. Para ajudar a decidir, pergunte aos seus
clientes o que eles costumam ler e ouvir.

 Parcerias, fontes e notícias. Para estar sempre na mídia, você pode propor parcerias com ve- 53
ículos de comunicação locais. Podem ser cinco minutos por dia na rádio, com dicas da Língua
Portuguesa, ou histórias pitorescas da região, formas diferentes de aprender Matemática. Em troca
do conteúdo apresentado, você coloca o nome e o telefone de sua escola no ar.
 Torne-se uma fonte. Ou seja, a pessoa a quem os repórteres procuram quando precisam de infor-
mações importantes sobre educação. Comece a escrever artigos sobre assuntos dominados por você
e por sua equipe. Por mais que nada do que você escreva vá ao ar, seu nome ficará marcado como
sendo de um especialista naquele assunto e, mais cedo ou mais tarde, você será procurado pelo veícu-
lo de comunicação. Você pode, ainda, mandar notícias relevantes à área da educação para os jornais.
Novamente, pense como seus clientes: escreva sobre o quadro da educação no País e como sua escola
reage a ele; como os pais podem ajudar nos estudos dos filhos; os valores que a sociedade/mercado
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exigirá dos profissionais do futuro e como sua escola ensina tais conceitos.

 Tome nota da nota. Ao enviar matérias para os veículos de comunicação, preste atenção aos seguin-
tes detalhes:

1. Escreva os fatos de forma clara ou direta. Lembre-se que o seu texto será lido tanto pelo garoto da 4ª
série que está fazendo um trabalho da escola, quanto pelo empresário e pelo aposentado de 70 anos
que está cuidando do neto no parque.
2. Tome cuidado com jargões da área. As pessoas não têm obrigação de conhecê-los, mas precisam
extrair a mensagem principal que você tentou passar.
AE 3. Revise, revise e quando o texto já estiver todo revisado, revise de novo. Depois, entregue o texto para
alguém de sua confiança e que tenha o domínio da leitura. Dificilmente você vai escrever perfeita-
mente, algum detalhe sempre passa. Seu colega o detectará com facilidade. Leve esse conselho a
sério, um erro de Português, concordância ou construção pode arruinar a sua imagem, principalmente
porque você trabalha em uma escola.
4. Na hora da entrevista. Depois que você manda algumas matérias interessantes para os jornais, é
54 natural que lhe procurem para certos esclarecimentos. Geralmente isso é feito via e-mail ou telefone.
Caso o repórter decida ir até você, escolha um lugar tranqüilo, onde vocês possam conversar sem ser
interrompidos. Desligue seu celular e dedique toda a sua atenção à pessoa que estiver na sua frente.
Ao responder, prefira palavras e frases curtas, isso evita que você perca seu raciocínio.
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Quando o balanço é outro

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No final do ano o que importa é ver quanto dinheiro entrou, quanto saiu, quantas contas foram pagas e
quanto dinheiro sobrou para as reformas ou para um aumento de salário. Mas será que é isso? É só isso?

Pessoas reais. Analise essa frase: “A escola vai fazer uma promoção”. Não vai, não. Alguém (quem)
vai se responsabilizar pelo projeto, ter a idéia, anunciar essa promoção. Alguém vai atender os alunos,
mostrar as instalações, conversar sobre datas, horários, aulas. Alguém também tem de trabalhar na cantina
para que não falte comida para ninguém.
E não é só isso. Algumas pessoas simplesmente não querem estudar na sua escola e você (ou alguém que
faça parte da escola) tem de descobrir o motivo. Depois, precisa reunir-se com uma equipe e discutir for-
mas possíveis de reverter esse quadro. Pode ser que esse balanço, bem feito, permita que todas as contas
sejam pagas, os alunos que estão dentro não saiam e os que estão fora entrem para ficar.
AE
O que as pessoas dizem e como. A comunidade que está em volta de sua escola quer ajudá-lo, só precisa
de uma oportunidade para fazê-lo. Se você deixar, eles dirão como sentem-se lidando com todas as pesso-
as da instituição, o que gostam e o que não é bom.
E isso vai muito além das pesquisas nas quais os alunos dão notas para o desempenho dos professores, a
limpeza e a comida. Aliás, se você faz essa pesquisa na sua escola, o que faz com os resultados? Tabula e 55
depois marca uma reunião onde distribui algumas broncas e fica papagueando números? Pesquisa serve
para muito mais do que isso.
Diferentes, mas iguais. Descobrir a satisfação de todos não é fácil. Cada pessoa tem uma visão dife-
rente, um motivo diferente para ter chegado à sua escola. Ou ele não gostava da outra instituição, ou você
parece ser mais próximo à realidade dele; o ambiente que você cultiva é melhor, seus professores são
mais acessíveis. Algum motivo tem. Essas características, quando descobertas, devem servir de guia para
qualquer decisão em sua escola.

Como botar satisfaçao na balança. Primeiro, é preciso que você tenha a opinião de seus dois clientes.
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Sim, dois: o interno (seus professores, coordenadores) e o externo (alunos e pais). A partir daí, é só fazer
o que eles lhe dizem. Faça estas perguntas durante conversas informais, outras respostas você pode conse-
guir a partir de questionários.

 O que seus alunos e pais devem dizer:


O que eles esperavam no começo do ano foi atendido?
Suas necessidades ou expectativas mudaram durante o ano? O que ele espera agora?
Os professores parecem gostar de dar aulas? Estão sempre animados?
O que eles mudariam na instituição de ensino?

AE  O que seus possíveis alunos devem dizer:


Por que eles entraram em contato com a sua escola?
Quais as necessidades, desejos e expectativas?

 O que o pessoal do administrativo deve dizer:


Como os clientes preferem comunicar-se com a escola e se essa comunicação ocorre sem problemas.
56 Eles próprios conseguem comunicar-se sem problemas com as outras pessoas dentro da escola: profes-
sores, alunos, etc?
Os processos da escola fluem bem, sem excesso de burocracia?
Eles sentem-se mais preparados para resolver os problemas mais comuns?
 O que ex-alunos devem dizer:
O que eles mais gostavam enquanto estavam na escola?
Quais eram suas queixas?

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Por que saíram?

 O que seus professores e coordenadores devem dizer:


Eles sentem-se valorizados por diretores e alunos?
Conseguem comunicar suas idéias facilmente?
Sentem que o ambiente é agradável, sem fofocas?

 O que o diretor deve dizer:


Os alunos, coordenadores e professores sorriem uns para os outros?
Você, sinceramente e com freqüência, diz “obrigado” para professores e pessoal administrativo?
Sua escola passa o mês “apagando incêndios” ou o processo e as aulas correm bem, sem interferências?
Todos, do novo professor ao coordenador mais experiente, do pessoal da cantina ao administrativo, se com- AE
prometem com uma tarefa, não importa o quão pequena ela seja?

 Depois, junte tudo e tente responder:


O que essas informações dizem a respeito do ensino de sua instituição?
O que essas informações dizem a respeito dos outros serviços que sua escola oferece? 57
O que devo fazer para melhorar/fazer com que permaneçam esses bons indícios que descobri?

E, finalmente, faça um plano para aplicar o que descobriu e aja!


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Fluxo de caixa azul


A maior fonte de renda de uma escola é o recebimento das mensalidades. Para não perder
dinheiro, nem clientela, aí vão algumas dicas:
 Se o pagamento é efetuado através de depósito em conta corrente, deve-se pedir o envio de
uma cópia do comprovante de depósito.
 Deve-se enviar a fatura com razoável antecedência.
AE  Sob o ponto de vista legal, o fato de o devedor não receber a cobrança não o exime da
responsabilidade de pagar pontualmente.
 Uma alternativa ao recebimento de cheques pré-datados é o recebimento de notas promis-
sórias.
 Quando os responsáveis pela cobrança perceberem qualquer alteração no hábito de paga-
58
mento, devem agir imediatamente.
 Todo recibo deve especificar o valor pago, a dívida paga, quem pagou, data e local do
pagamento, e deve conter a assinatura do credor ou de seu representante legal.
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 Recibos de pagamentos em cheque devem ter a ressalva de descrição do cheque, bem como
o vínculo da quitação com a compensação.
 Quanto mais o tempo passa, menor a probabilidade de recebimento, e menos alternativas
estão disponíveis ao cobrador.
 Deve-se oferecer descontos, o que incentivará pagamentos antecipados.
 É preciso haver um rigoroso controle dos cheques pré-datados para não depositá-los antes
da data.
 Pagamentos feitos a terceiros, sem a autorização do credor, não quitam a dívida.

Do outro lado da balança estão as contas a pagar. Existem dicas para isso também: AE
 Princípio fundamental é: “Não se deve pagar nenhuma conta antes do vencimento”.
 Mantenha um sistema de pesquisa constante, focado na possibilidade de obter melhores
condições de prazo com outros fornecedores.
59
 Assegure-se de que tomará as melhores decisões a partir de uma análise de compensação
entre prazos e descontos.
 Estude continuamente a possibilidade de renegociação de contratos a longo prazo.
Administrar uma escola é como jogar futebol
Pode não parecer, mas em vários aspectos uma escola é como um jogo de futebol.

Apenas um craque não dá resultado. Não basta ter um talento, é preciso colocá-lo no lugar certo,
cercá-lo de pessoas que saibam o que fazer e que possam ajudá-lo da melhor forma possível. Estimule
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a integração de diversos setores, a troca de idéias e sugestões. Você só tem a ganhar.

Em time que está ganhando se mexe, sim. E como! Um bom técnico está sempre de olho nos me-
lhores jogadores, mesmo que eles sejam de outros times. No meio de um jogo, acontece de o treinador

29
mudar um ou outro jogador. Ou é para ganhar o jogo mais fácil, ou é para substituir um jogador que
foi suspenso e deixou um buraco no meio de campo. Sua escola deve ter espírito de inovação constan-
te. O objetivo deve ser a melhora de todos os setores da escola.

Evite a “síndrome de Romário” e treine, treine, treine. Aquele time está ganhando há mais de dez
rodadas, o comentarista já nem sabe mais o nome do goleiro, pois a bola nunca chega nele. O que esse
time faz? Treina, e muito, para manter-se na liderança. Não pense que sua escola é perfeita, que tudo
AE que deveria ser feito já foi. O mesmo vale para a sala de aula. Os alunos precisam ser constantemente
treinados, surpreendidos a cada aula, para que a rotina não se instale e o nível não caia.

Os torcedores não querem saber. O time perdeu o jogo e a torcida xingou todo mundo, acha que o
técnico deve cair e metade do time deve ser dispensada. Ela não está interessada em saber se o patro-
cinador foi embora e os salários estão atrasados. O mesmo ocorre com sua escola. Os alunos e pais
60 não estão interessados nos problemas da instituição. Querem ser bem atendidos, receber um ensino
de qualidade e ponto final. Por isso, não espere que um problema tome proporções maiores para agir.
Ataque-o antes.
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Como criar folhetos
Você está sozinho no deserto e precisa avisar alguém disso. O que fazer? Tentar chamar
a atenção. No caso de sua escola, “chamar a atenção” pode ser fazer um folheto informa-
tivo e sair entregando pelo bairro.
Talvez você não conte com um publicitário, mas certamente tem uma professora de
Artes ou uma de Português com uma letra linda. Chame-as para ajudar.

 Antes de qualquer outra coisa, escolha um alvo. Não tente atingir o mundo inteiro. Pense
em quem você gostaria que estudasse na sua escola. Aí sim, você pode começar a
trabalhar.
AE
 Converse com sua equipe didática. Descubra as queixas e dúvidas mais freqüentes que ela
ouve dos alunos.

 Qualquer folheto é um “rosto” do seu colégio. Seja cuidadoso e caprichoso, e siga o padrão
de seus materiais (cartas, pastas, etc). 61

 Fuja dos jargões educacionais. Seu público só quer saber se poderá contar com confiabili-
dade, segurança, bons resultados e preços decentes.
 Destaque seu telefone e e-mail. A idéia é facilitar o contato. Sempre.

 Cuidado com o visual da página. Não coloque informação demais. Isso polui a página. A leitu-
ra deve ser rápida e agradável.

 Teste sempre. Linguagem, chamada, etc, até encontrar o que funcione melhor com seu
público-alvo.
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 Estude a distribuição dos folders. Cuide de quantos folders serão distribuídos, onde e para
quem. Não vá jogar dinheiro fora.

 Cupom. Coloque alguma dica de como fazer seu filho estudar dentro da página. É bem
melhor do que colocar uma foto da escola.

 O preço da gráfica não é a coisa mais importante. O preço da gráfica não é a coisa mais impor-
tante. Repita isso até se convencer. Não perca todo o trabalho por uma diagramação mal
feita, com letras borradas e difíceis de ler. Também não peça o mais caro possível; não há
necessidade.
AE
 Não tenha pudores. O objetivo dos folhetos é vender matrículas. Passe essa mensagem
claramente.

 Leve aos meios de comunicação. Jornais e rádios estão sempre em busca de notícias. Pode ser
62 que seu folheto gere uma publicidade grátis.

 Meça os resultados. De quantos alunos você precisa para cobrir os gastos com a campanha e
acreditar que ela valeu a pena? Faça os cálculos e veja se compensa continuar.
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63
AE
Frases que ajudam em uma administração
“Quando há confiança, nenhuma prova é necessária. Quando não há, nenhuma é possível”

“Fracassar não é cair. É recusar a levantar-se”

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“Quando a coceira vem do lado de dentro da bota, coçar o lado de fora não alivia muito”

“Não desenhe uma cobra e acrescente pés”


“Aquele que planta uma árvore, não desfrutará de sua sombra”

“Não contemple o céu do fundo de um poço”


“Atinge-se a sabedoria quando se aprende a segurar a língua”
AE
“A preocupação nunca venceu o destino”
“É preciso cortar antes de limar; entalhar antes de polir”

“Um pássaro não pode voar enquanto suas penas não estiverem plenamente desenvolvidas” 65

“A vida não promete segurança – ela assegura oportunidades”


Adaptação do texto de Francisco Madia, da Madia Mundo Marketing.
32
Que tipo de líder é você?
O teste a seguir tem cinco pontos, todos organizados pelo estudioso Karl Walinskas, da The Speaking Conecc-
tion, para descobrir se uma pessoa tem capacidade para gerenciar. Antes que você comece o teste, saiba que não
é de todo mal ter uma ou outra destas qualidades, mas se tiver três ou mais, é provável que esteja fazendo sua
empresa perder dinheiro.
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 Viver do passado. Não perca seu tempo lembrando de como era bom viver antigamente, quando tudo era
um mar de rosas: as pessoas trabalhavam sem reclamar, não ganhavam tanto, eram menos competitivas, as
crianças era boazinhas, blá, blá, blá. Pare com isso e volte ao trabalho. Hoje em dia as regras, pessoas e insti-
tuições têm de ser mais flexíveis, os funcionários merecem bons salários e reconhecimentos e as crianças não
são – nem precisam ser – robozinhos. Acostume-se. Fale do futuro, proporcione boas oportunidades a seus
professores e ande em frente. Esqueça o que passou.
 Nunca arriscar. “Em time que está ganhando não se mexe.” Professores e coordenadores mal qualificados
adoram esses tipos de frases. Para eles, não existe possibilidade de sucesso, apenas um perigo que não vale a
pena. Se você acha que pode estar nesse grupo, trate de assumir riscos maiores e terá retornos maiores tam-
bém.
AE  Exigir respeito porque não consegue conquistá-lo. Um bom líder nunca precisa lembrar às pessoas de seu
cargo – todos sabem quem ele é. Esse respeito é conquistado com o tempo e com os exemplos que o líder dá.
 Falta de visão. Um líder precisa de duas coisas para existir: seguidores e um caminho. É fácil descobrir pes-
soas que não têm a mínima idéia do que fazer com a confiança que outras depositam nela. Pergunte algo sobre
o futuro da escola, da comunidade. Se uma resposta imediata não surgir, você encontrou um impostor.
 Falta de acompanhamento. Líderes eficazes conseguem resultados para suas principais iniciativas, muitas
66 vezes utilizando apenas o poder de sua personalidade. Se um líder abandona uma empreitada depois de três
semanas porque acredita que algo melhor surgiu, ele não é um líder de verdade. Não está certo daquelas que
deveriam ser suas convicções, por isso vai se ajustando ao que lhe parece menos penoso no momento.
Bons professores

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Você não tinha maiores preocupações porque em seu corpo docente existia uma educadora de
primeira categoria. Mas, por um acaso do destino, ela foi embora – ou não é mais a mesma – e você
precisa substituí-la.

33
Não coloque anúncios nos jornais. Mexa em sua rede de contatos. Diga a seus amigos, colaborado-
res e colegas que está procurando por um bom professor para substituir alguém da equipe. Geral-
mente, é mais eficaz do que anunciar no jornal.
Digamos que um candidato apareceu e ele está agora à sua frente. Cabe a você entrevistá-lo. Pois
bem: professores costumam falar de maneira a convencer as pessoas. Quer provas concretas do bom
desempenho dele como professor? Peça artigos, pesquisas, estudos. Converse com ex-alunos dele
(caso seja professor de terceiro grau), ligue para o ex-chefe, pergunte por que ele saiu do emprego
anterior. AE
É sempre melhor para sua escola colocar pessoas de caráter para dar aula. Se o candidato lhe parece
ideal, todos falaram bem dele e ele olha nos seus olhos quando fala com você, contrate-o imediata-
mente. Mas lembre-se de cuidar bem dele, para que ele não encontre um lugar melhor para trabalhar
em outro momento-chave do ano letivo.
67
As 10 características de um líder
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Quem já não conheceu a pessoa quase perfeita? Aquela que elogia sempre, trata todos da mesma

34
maneira (bem!), agradece algum auxílio mesmo que não tenha sido pedido, sempre trabalha em
equipe, consegue desfrutar do melhor que cada um tem a oferecer e, dessa maneira, mostra o ca-
ráter inigualável que possui? Meu amigo, você conheceu um líder. E, certamente, tornou-se amigo
dele. Grandes líderes fazem grandes amigos.
Pelo menos foi isso que o professor norte-americano Shep Hyken apontou como característico de
um líder. Segundo ele:
 Grandes líderes têm caráter.
 Grandes líderes não trabalham sozinhos.
 Grandes líderes fazem amigos.
AE  Grandes líderes chamam para si a responsabilidade.
 Grandes líderes resolvem problemas.
 Grandes líderes são tomadores de decisão.
 Grandes líderes sabem como delegar e dar poder.
68  Grandes líderes são experts em motivação.
 Grandes líderes elogiam e agradecem.

Grandes líderes são eternos aprendizes.
35

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Compreenda e ponha em prática
Provavelmente, você já deve ter visto dicas como essas publicadas mais de uma vez.
Afinal de contas, para fazer com que sua escola progrida, você deve se manter informado e atento a
dicas capazes de manter sua instituição entre as melhores do país. Mas você pode achar tudo o que lê
fabuloso e, ainda assim, não fazer nada a respeito. O problema, nesse caso, não é a dica, é quem a lê.
Para saber se você vem sendo omisso em seu trabalho, faça o seguinte teste:

 Você prepara-se para todas as aulas e reuniões pensando em que tipo de aluno ou público terá à sua
frente, atualizando o conteúdo, ou faz a mesma apresentação ano após ano?
 Você investe pelo menos uma hora por dia no seu aprimoramento pessoal e profissional? AE
 Você utiliza sempre a técnica pedagógica mais adequada para a situação ou sempre a mesma?
 Como você reage diante de situações inesperadas?

Percebeu que existe uma grande diferença entre saber alguma coisa e colocá-la em prática? Se quiser
ter sucesso, você deverá agir. Para isso, precisará de disciplina e paciência. Colocar em prática o que 69
sabe é um exercício diário. Não vem da noite para o dia, mas certamente trará uma significativa melho-
36
Um Negócio Chamado Educação

Para coordenar melhor


1. Premie comportamentos desejáveis.
2. Evite a comunicação de cima para baixo.
3. Reconheça decisões de cima para baixo e de baixo para
cima.
AE 4. Avalie-se.

Para saber se você está no caminho certo, pergunte-se:


1. O que você está fazendo na sua vida, carreira ou escola
70 que está dando resultado?
2. O que você está fazendo que não está funcionando?
3. O que você costumava fazer de certo que parou de
fazer depois de um tempo?
Seja um bom líder educacional
 Você não precisa estar sempre certo. Se as pessoas sempre concordarem com você, cuida-
do! Você pode estar cercado de puxa-sacos e isso leva qualquer instituição para o buraco.
Deixe que as pessoas tenham suas próprias idéias, que discutam e discordem de você. É a
única maneira de escolher o melhor caminho.

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 Mantenha a calma. Nada pior que um líder que discute e insulta as pessoas sem razão,
mesmo disfarçando suas ofensas na forma de piadinhas. Seja ético, trate os outros como
gostaria de ser tratado.

37
 Assuma seus erros. Reconhecer uma falha não significa perder a autoridade. Muito pelo
contrário. Mostra força e senso de justiça, que são qualidades admiradas por todos.
 Mantenha o respeito acima de tudo. Para ser um líder admirado, você precisa lidar com
tudo o que vem junto com a delegação de poderes. Se você permite que outras pessoas se
manifestem e dêem opiniões, esteja preparado para aceitá-las e insistir para que as idéias
dos outros dêem resultados. Estimule sua equipe, mostre-lhes que a escola depende dela.
Torne o ambiente de trabalho agradável. Porém, não se espante com lideranças naturais que AE
surgirem em sua equipe pedagógica. Isso é um ótimo sinal, mostra que eles estão pensando
e agindo para o melhor daquela instituição. Quando tiver pessoas assim na equipe, você
pode ficar tranqüilo, pois se você precisar ausentar-se por um mês, o barco continuará a ser
tocado sem problemas.
71
 Tenha um propósito maior na vida. Dirigir uma escola é bem mais do que entupir as salas e estar no
limite de vagas possíveis. Líderes educacionais de sucesso têm consciência do papel social que lhes
cabe e fazem tudo para desempenhá-lo da melhor forma. Saiba que você precisa manter um ensino de
qualidade e, mesmo que tenha poucos alunos, eles devem estar felizes e satisfeitos.
Um Negócio Chamado Educação

 Reconheça. Todos os dias, seus alunos, professores, serventes, secretários e seguranças fazem coisas
admiráveis. Você é capaz de vê-las? Ou só vê o que fazem de errado e os convida para entrar na sua
sala quando quer dar bronca? Elogie sinceramente os esforços daqueles que estão à sua volta, porque
assim como você, eles estão lutando por algo maior.

 Trabalhe sua inteligência emocional. Você precisa cumprimentar as pessoas, falar com elas, perceber
se estão bem ou passam por algum problema. Você trabalha com pessoas, logo, durante todo o seu dia
você tem condições de ajudá-las. Essa deve ser a sua maior preocupação. Se as pessoas que trabalham
e estudam na sua escola estiverem bem, tudo estará bem. Depois, esse mundo é pequeno, em outro
momento da vida você pode encontrá-las e, nessa hora, colherá o que quer que tenha plantado.

AE Seja autêntico e honesto. Não pense que uma pequena mentira, uma meia verdade ou uma promessa
 não cumprida fazem parte do jogo. Isso é cavar a própria cova. As pessoas percebem quando alguém
não é totalmente honesto, não veste a camisa ou não apresenta uma postura ética. Não queira obter
bons resultados a qualquer custo. Muitas pessoas ficam deprimidas ao trabalhar em um lugar assim.
Se esse é o seu caso, caia fora rápido! O mercado está cheio de oportunidades para bons profissionais.
Além disso, a vida é curta demais para ser desperdiçada em um lugar e com um diretor que não valha
72
a pena.
38
“No Stress”
Não é novidade que hoje em dia a grande maioria das pessoas vive em uma panela de pressão. Se a sua profissão
for a de professor, multiplique essa possibilidade. Não é que hoje os problemas sejam maiores dos que exis-
tiam nos tempos dos nossos avós. Mas é que eles tinham mais tempo para pensar, enquanto de nós são exigidas
respostas imediatas. Então, como podemos reduzir o estresse, mesmo quando não der para consertar as circuns-

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tâncias?
 Concentre-se em pensamentos positivos. Confie em você. Esteja certo de fazer o seu melhor e tente des-
cartar a ansiedade. Não é fácil, mas é necessário e possível.
 Assuma sua responsabilidade, nada além disso. Você não pode controlar pensamentos ou reações de
outras pessoas. Então, para que ficar se torturando? Concentre-se nas suas aulas, nos seus alunos, nas suas
responsabilidades. E esqueça o resto.
 Organize seu dia. Estabeleça metas, delegue quando for preciso e diga “não” quando quiser dizer “não”.
 Faça pausas. Pelo menos alguns minutos por dia é necessário brincar, relaxar, sossegar, jogar, divertir-se.
Isso recarrega suas baterias e dá mais energia para quando ela for necessária.
 Urgente? Existe uma grande diferença entre uma escola pegando fogo e um computador quebrado. Certos
inconvenientes podem ser resolvidos por qualquer pessoa dentro da instituição. Ninguém vai morrer se o
relatório não ficar pronto hoje. Relaxe e ponha as coisas em perspectiva.
 Uma coisa de cada vez. Já pensou naquelas pessoas que colocam arroz, batata, carne, ervilha, milho e pão
AE
na boca de uma só vez? Que gosto será que tem? Provavelmente, nenhum identificável. Pode não ser assim
que você come, mas é assim que muita gente vive. Enquanto faz uma coisa, pensa em outra e nada sai direi-
to. Dedique-se ao que você estiver fazendo. Esteja inteiro, dispense toda a sua atenção a cada atividade. O
que vem depois, você resolve depois. Isso não é desinteresse, é cuidado e respeito ao seu ritmo.
73
Talvez você não possa desestressar seu ambiente de trabalho, mas pode desestressar sua mente e suas emoções.
É um excelente começo e irá estimular aqueles que estiverem à sua volta a fazer o mesmo. Decida trabalhar de
modo mais inteligente e com menos pressão.
39
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Satyagraha

Ou insistência na verdade. Essa foi a doutrina de resistência


pacífica seguida por Gandhi na época das leis do Império
Britânico na Índia.

Uma liderança duradoura, como a de Gandhi, é conquistada


por meio da confiança. Na sua escola não deve ser diferente.
AE
Conquiste a confiança de seus professores, alunos e colabora-
dores por meio da franqueza ao falar com cada um deles.

74
40
Supervisor eficaz
 Não há vento favorável para quem não sabe para onde ir. Seus objetivos, metas e
padrões devem estar bem claros. Lute por eles.
 Não vacile. Faça o que precisa ser feito. Liderar, acima de tudo, é agir certo na
hora certa.

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 Não seja crítico em relação às pequenas coisas. Cuidado com certas implicân-
cias, senão você vai ganhar um apelido.
 Não faça uma coisa quase certa; faça uma coisa extremamente certa. Evite retra-
balho. Isso gera custos, insatisfações e má fama para você.
 Não tenha paciência e esteja preparado para errar muito. Ser precipitado é dife-
rente de correr riscos calculados. Pense, pense.
 Não se tropeça duas vezes na mesma pedra por simples coincidência. Avalie bem
os erros. E resolva-os já.
 Não tenha a língua lenta e o olho rápido, e viva pedindo desculpas. Respire
fundo, conte até dez... e retome o controle. AE
 Não se quebre; é melhor se curvar. Peça desculpas; assumir os erros é humano.
 Não tente dominar as pessoas; desenvolva a força de servir. A força do exemplo
é mais poderosa do que sua autoridade funcional.
 Não se chega a algo tão grandioso sem empolgação. Deixe-se dominar por suas 75
esperanças e sonhos.

José Teófilo Neto – Revista Vendamais


42
Definição de disciplina
Bobby Knight, treinador do time de basquete Indiana
University, enfatiza muito a disciplina. Ele explica:
“O mais importante ingrediente do sucesso em um
atleta é a disciplina.” Mas como ele define a palavra?
Um Negócio Chamado Educação

1. Faça o que tem de ser feito.


2. Quando tem de ser feito.

41
3. Quanto possa ser feito. Sacudindo a equipe
4. Faça assim sempre, da mesma maneira, É natural que as pessoas tornem-se complacentes e per-
em todo o tempo. maneçam em sua zona de conforto no trabalho, evitando
riscos. Algumas maneiras de sacudir o pessoal:
Fonte: The Manager’s Intelligence Report – Revista Vendamais

AE 1 Peça a sua equipe que fale com clientes (pais e


alunos) satisfeitos e faça circular a opinião deles.

2 Em jornais internos e discursos da diretoria, seja


honesto a respeito de problemas da escola.
Assim, ao mesmo tempo que evita fofocas na “rá-
76 dio-corredor”, faz com que todos sintam-se respon-
sáveis por aquela situação e queiram mudá-la.

Revista Vendamais
43
O que é necessário para vencer?

A revista Veja publicou uma pesquisa com 607 jovens, com 10 anos de for-
mados em 17 carreiras diferentes. O objetivo era definir os elementos que
mais influenciaram no êxito dessas pessoas.
Para levantar os fatores pessoais mais importantes, a revista entrevistou

Um Negócio Chamado Educação


também 259 executivos de recursos humanos. Os fatores mais valorizados
foram os seguintes:
Espírito empreendedor: o mercado valoriza profissionais que tratam o
negócio como se fossem donos.
Capacidade de liderança: mesmo sem experiência, o jovem precisa ser
uma referência para os colegas e inspirar confiança no grupo.
Criatividade: idéias novas e soluções inesperadas são bem-vindas na busca
do encantamento dos clientes.
Capacidade de trabalhar em grupo: o sucesso de uma empresa depende
da capacidade de interação de seus colaboradores. AE
Iniciativa: é fundamental fazer com que as coisas aconteçam. É importante
prontificar-se a executar tarefas árduas.
Mais do que um bom currículo, as escolas querem uma pessoa que tenha
coragem de assumir riscos e que faça as coisas acontecerem. 77

Ômar Souki para a revista Crescimento Pessoal e Motivação.


44
Por quê?

Uma das palavras mais úteis ao professor-líder é o porquê.


Um Negócio Chamado Educação

Use-o para:

Questionar verdades absolutas – Nada acaba mais rápido com


“isso sempre foi assim” ou “desde que comecei a trabalhar aqui,
há 30 anos, faço desse jeito” como a pergunta: “Por quê?”.

Elevar o nível – Temos ainda possibilidades ilimitadas com


expressões como “Por que você acha que não pode fazer isso?”
ou “Por que não tentar uma economia de mais 5%?”.

Conseguir apoio para mudanças – Sem falar nos benefícios


que a mudança pode trazer depois de um “Por que vocês acham
AE que estamos sugerindo isso?” ou “Por que devemos continuar
fazendo o que sempre fizemos?”.

Use e abuse – Identifique novos desafios: “Precisamos espe-


rar cinco dias por um resultado? Por quê?” ou “Por que não
facilitamos a vida de nossos alunos fazendo...?”.
78
45
Síndrome de Burnout
O nome esquisito é uma doença que vem acometendo cada dia mais pessoas.
Como o estresse e a depressão, essa enfermidade é considerada um mal dos
tempos modernos.

Um Negócio Chamado Educação


O mercado de trabalho é exigente demais. Somado a isso existe, para
aqueles que trabalham com o público, a necessidade de estar sempre bem
para resolver os problemas dos outros. Médicos, terapeutas, socorristas, en-
fermeiros e professores estão na linha de frente dos afetados pela síndrome,
que chega sorrateiramente e pode levar à morte.

Para notar a existência da doença, é preciso prestar atenção aos sintomas:

Físicos: Mentais: Comportamentais:


• Fadiga crônica. • Frieza afetiva. • Desinteresse pelo aprendizado dos alunos.
• Insônia. • Irritabilidade. • Desejo de abandonar o emprego. AE
• Dores de cabeça. • Auto-avaliação negativa. • Aumento de ausências.
• Dores musculares. • Pessimismo. • Abuso de remédios, álcool ou drogas.
• Transtornos gastrintestinais. • Indecisão. • Violência.
• Falta de energia. • Alterações de tensão. • Comportamentos autodestrutivos.
• Dificuldades de concentração. • Sentimento de frustração. • Tentativas de suicídio.
79
46
Negociação
Orientações importantes e bem-humoradas para quem quiser negociar melhor.
Um Negócio Chamado Educação

 Em primeiro lugar, e também o mais importante, é fazer uma boa preparação.


 Despenda bastante tempo nisso. Domine perfeitamente o assunto que pretende negociar.
 Estabeleça claramente, para si mesmo, quais são seus objetivos, prioridades e necessidades.
 Determine seus limites de concessões e trabalhe dentro desses parâmetros.
 Pese os prós e contras de sua proposta.
 Procure informações sólidas sobre a pessoa com quem irá negociar.
 Ao iniciar a reunião, sorria simpaticamente e se apresente: não existe melhor quebra-gelo.
 Não se precipite. Exponha sua proposta por etapas, degrau a degrau, do começo ao fim.
 Ocasionalmente poderão surgir impasses. Porém, os obstáculos são todos contornáveis, desde que você não
AE perca a cabeça e saiba como conduzir a negociação.
 Tenha em mente que a negociação não é uma batalha.
 Não sufoque o interlocutor.
 Preste atenção aos sinais de aceitação da outra parte.
 Se dúvidas e objeções não existirem mais, proponha o fechamento do negócio.
80  Faça a outra parte perceber que a negociação foi boa para ela também.

Fonte: Negociações inteligentes, de Ernesto Artur Berg (Editora do Chain).


Administração na Prática
Um Negócio Chamado Educação
Administração na Prática

No Administração na Prática você vai encontrar mais algumas dicas de como administrar
sua instituição de ensino, trabalhando melhor seus recursos e setores da escola.

Para isso, estamos colocando algumas situações do dia-a-dia da escola neste capítulo e as AE
sugestões de como resolver os pequenos – às vezes, grandes – imprevistos.

Além disso, apresentamos aqui alguns temas que ainda precisavam de complemento, como
quais os cargos e funções dentro da escola, como melhorar ainda mais as condições financei-
ras da instituição com eventos escolares e parcerias com outras empresas, itens que ajudam 83
na hora de escolher seu próximo colaborador, e muito mais.

Da teoria para a prática. Boa leitura e boa administração!


10 dicas para definir e cumprir metas

1. Faça uma lista de todos os seus valores e talentos pessoais. Decida o que é importante para
você.
2. Comece pelo final. Que tipo de profissional você se imagina? O que é preciso fazer para
chegar lá?
Um Negócio Chamado Educação

3. Projete-se no futuro. Ande, fale e aja como se você já estivesse experimentado o sucesso
que almeja.
4. Antes de encontrar o cliente ou profissional de educação, imagine tudo o que pode acon-

47
tecer naquele encontro. Imagine-se vitorioso em cada uma das etapas.
5. Se você quer um carro, recorte uma foto dele e cole-a em um lugar onde você possa vê-la
sempre. Pense que aquele item logo será seu.
6. Imagine as três coisas que você deseja fazer antes de morrer. Aí, três coisas que quer fazer
nos próximos 12 meses, três coisas que quer fazer esse mês. Esta semana. Finalmente,
escreva as três coisas mais importantes que quer realizar hoje.
AE 7. Sempre verifique se o que você está fazendo o ajuda a se aproximar de seu sonho.
8. Foque em um projeto de cada vez.
9. Imagine-se dando uma entrevista como um educador de sucesso. Como você responderia à
pergunta “como chegou aonde chegou?”.
84
10. Medite e reflita. Tenha alguns momentos em silêncio diariamente para fazer um balanço de
seus projetos e realizações.
48

Um Negócio Chamado Educação


Básico
No mínimo, são 14 os cargos que devem existir dentro de uma escola de boa qualidade. Gestor, você sabe quais
são e suas funções?

1. Diretor-geral: profissional formado em Administração. O ideal seria que tivesse alguma formação em
Pedagogia também, pois a direção da escola precisa respeitar os dois âmbitos. Para exercer a direção
administrativa é importante que o gestor veja a escola como uma empresa, seja um administrador e empreendedor.
Ou seja, apresente idéias inovadoras e seja flexível para receber palpites de outros membros da equipe. AE

2. Supervisor pedagógico: cabe a ele encontrar uma maneira eficaz de integrar essas ações ao cotidiano esco-
lar de modo que não existam dúvidas ou problemas posteriores. Durante a implementação das inovações, o
supervisor pedagógico também trabalha como mediador do processo.
85

3. Coordenador de esportes e cultura: a coordenação cultural e esportiva é a responsável pelos contatos com
outras instituições, pela formação de equipes esportivas e grupos de canto, teatro e dança da escola, assim
como a inscrição destes em eventos interescolares.
4. Orientador educacional: formado ou pós-graduado em Pedagogia, seu trabalho consiste em auxiliar o aluno
para melhor integração na escola, na família e na vida social. É o orientador que oferece apoio ao estudante,
para que ele desenvolva seu autoconhecimento e seu lado emocional. Ele também se responsabiliza pela observação
do processo ensino-aprendizagem dos estudantes.

5. Psicólogo escolar: profissional formado em Psicologia. É o responsável pelo atendimento de alunos com
problemas de aprendizagem, comportamento e relacionamento dentro da escola. Aconselha esses estudantes
Um Negócio Chamado Educação

– e também professores em momentos mais conturbados – dando ferramentas para que desenvolvam suas aptidões e
capacidades plenamente.

6. Professores: elemento fundamental dentro da instituição escolar, cabe ao corpo docente educar os alu-
nos para a vida, dando exemplos de conduta e atitude na resolução de conflitos, sempre que isso se fizer
necessário.

7. Secretário: ele auxilia na parte administrativa; conhece tudo o que a escola oferece, qual a capacidade de
atendimento, número de alunos, professores e de turmas, valores de mensalidades, conhece todos os profis-
sionais que trabalham nela e pode informar qual a função, horário de atendimento e sala de cada um. Também se
responsabiliza por organizar boletins, informativos e quadros de avisos. Precisa estar apto a atender ao público
interno e externo de maneira satisfatória.
AE
8. Faxineiro: deve respeitar normas de higiene da vigilância sanitária, conhecer os horários em que pode entrar
em cada ambiente de modo a não interferir no dia-a-dia dos usuários nem provocar acidentes. Precisa contar
com produtos atóxicos ou utilizar equipamentos de segurança.

86
9. Nutricionista: responsável pelo balanceamento da merenda ou do lanche escolar. Cabe à nutricionista orga-
nizar o cardápio da escola, verificar as condições de higiene no preparo dos alimentos e organizar bate-papos
com alunos e professores sempre que for possível para implementar uma cultura de educação alimentar saudável.
10. Cozinheira: profissional que deve ter um curso técnico de culinária. É responsável pelo preparo dos
alimentos.

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11. Bibliotecário: tem qualificação para organizar toda a biblioteca de maneira virtual e pode fazer cam-
panhas e visitas às salas de aula para chamar a atenção de alunos e professores para a importância da
leitura, da pesquisa e do conhecimento de autores e obras.

12. Inspetor: orienta estudantes sobre regras e procedimentos, regimento escolar, cumprimento de horários;
ouve reclamações e analisa fatos. Organiza o ambiente escolar como um todo.

13. Segurança: profissional que deve passar por treinamento em empresas especializadas em segurança.
Cabe a ele permitir ou não a entrada de pessoas estranhas nas dependências da escola, bem como ficar
atento durante os horários de entrada e saída dos alunos.
AE
14. Enfermeiro: deve ser graduado em Enfermagem e tem como função atender alunos e professores que
se sintam mal. Cabe a ele medicar e encaminhar o paciente para o pronto atendimento em um hospital,
quando necessário. Para isso, a escola deve dispor também de convênio com alguma empresa de atendimento
médico.
87
49
E como encontrar o profissional certo?
Utilize a lista a seguir para saber se seu candidato (a qualquer um dos cargos da escola) realmente está apto para
trabalhar na sua equipe. É importante lembrar que essas são características que ele não deve possuir!

 Não é usuário de informática.


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 Tem pouco conhecimento de idiomas.


 Não tem formação superior.
 Demonstra falta de interesse em aprender e se atualizar.
 Não manifesta profissionalismo.
 Mostra dificuldades de relacionamento e de trabalhar em equipe.
 Possui estilo “burocrata”.
 Não demonstra ter objetivos.
 É arrogante ou antipático.
 Acredita ser auto-suficiente, mas não é.
AE  Mostra ser lento no trabalho.
 Usa óculos escuros durante a entrevista.
 Tem problemas de higiene, como roupas sujas.
 Não demonstra interesse nos negócios da escola.
 Fuma ou comparece à entrevista com cheiro de cigarro ou bebida.
88
 Não consegue expressar idéias com objetividade.
 Faltam-lhe iniciativa e entusiasmo.
 Manifesta muita intimidade com o entrevistador.
Parceria na escola
Se você é gestor de uma escola particular, não importa o tamanho dela, o seu maior desejo é fazer com que ela
seja reconhecida, capaz de crescer e acolher, de uma maneira cada vez mais profissional, toda a sua equipe e todos
os seus clientes.

Mas se você administra uma escola pública, com certeza, também gostaria que os recursos disponíveis para sua

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instituição pudessem render mais melhorias para seus professores e estudantes. Para isso, existem as parcerias.
Pense no princípio de ação e reação: toda força de ação tem uma de reação igual e contrária. A parceria é um
exemplo disso. Você pode pedir o que precisa para um parceiro, porém, deve oferecer em troca algo que seja
necessário para ele.

Responda as seguintes questões antes de fechar qualquer parceria. É a política do ganha-ganha, tão utilizada em

50
marketing. Elas vão lhe mostrar se você está realmente participando de uma negociação promissora para as duas
partes. E, claro, vai tirar as suas dúvidas quanto a estar fazendo uma parceria ou não.

Qual o seu real objetivo? Até que ponto ele aceita ceder?
Qual o objetivo do outro? Seus objetivos têm igual importância? AE
O que você está disposto a oferecer? O empenho das equipes é o mesmo?
O que está disposto a receber? Esta parceria é importante para você?
Até onde você aceita ceder? Ela é importante para a outra empresa?
89
51
Hoje tem festa? Tem sim, senhor!
Além de propiciar momentos de lazer e aprendizado, os eventos escolares também trazem as
famílias dos alunos e a comunidade para dentro de seus muros, e atitudes como essa ajudam a
difundir a imagem da escola.

E, para isso, é preciso tomar algumas medidas para que tudo saia “como manda o figurino”:
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A curto prazo A médio prazo


As primeiras providências para a organização do Antes da realização do evento, as seguintes providências de-
evento são: verão ser tomadas:
• Escolher o tema e o objetivo. • Divulgar o evento.
• Definir a data. • Providenciar prêmios para os participantes e brindes para
• Definir o público-alvo (apenas alunos, pais, serem sorteados entre o público presente.
comunidade, outras escolas). • Ensaiar os números ou as atrações que serão apresentadas.
• Definir tarefas e responsabilidades entre o pes- • Verificar como será oferecida a alimentação ao público (é pre-
soal operacional. ciso certificar-se de que a cantina da própria escola suporta o
• Verificar a possibilidade de um patrocínio, evento. Caso contrário, será necessário terceirizar o serviço).
AE apresentando a idéia do evento a órgãos não- • Montar um programa-horário, uma tabela de jogos ou elabo-
governamentais, entidades e instituições. rar as tarefas que serão executadas pelos participantes.

A longo prazo
São providências anteriores ao evento que possibilitarão a sua realização:
90
• Verificar o local onde será realizado o evento. Se ele com- cional.
porta espaços para alimentação, circulação de pessoas, • Listar o material a ser adquirido para a montagem
recreação, primeiros-socorros, entre outras coisas. do evento.
• Contatar e contratar aparelhagem de som. • Convidar grupos artísticos.
• Confeccionar uniformes ou crachás para o pessoal opera-
52
Pequenos furtos, grandes problemas
Às vezes, a instituição de ensino também sofre com fraudes e furtos. É uma caixa de giz que desaparece, materiais
que não estão mais na escola, peças de computador, como mouses e cabos, que “dão adeus” à sala de informáti-
ca... Fique atento! De acordo com o consultor Arnaldo Pereira dos Santos, a pessoa que pratica esse tipo de crime
nas empresas costuma:

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g Se expressar bem.
g Vestir-se adequadamente.
g Ser uma pessoa acima de qualquer suspeita (alguém que não “precisa” fraudar).
g Ser agradável.
g Evitar contato visual.
g Chegar com conversas estranhas e amigáveis, com o objetivo de descobrir se o gestor estará por perto, se o
ambiente vai estar liberado em algum horário.
g Evitar sair da instituição, até mesmo dispensando as férias.
g Suar muito, tremer e ter um olhar nervoso quando se sentir ameaçado.
g Apresentar gagueira ao responder uma pergunta que possa comprometê-la. AE
g Ter um padrão de vida incompatível com o salário que recebe.

Entretanto, antes de sair por aí acusando um colaborador, procure reunir provas. Lembre-se sempre de que, mesmo
tendo certeza de que um colaborador X roubou a sua escola, você precisa ter provas para acusá-lo. Caso contrário,
ele poderá reverter a situação acusando-o de abuso de autoridade, injúria, calúnia, difamação ou invasão de priva- 91
cidade. E isso não é bom nem para você, muito menos para a escola.
Esquecidas? Acabe com essa fama!
Geralmente, os diretores de escola dão maior atenção às salas de aula, ao pátio, quadras esportivas, recepção...
Mas e dois dos principais ambientes de uma instituição de ensino: a cantina e a biblioteca? A primeira tem regras a
seguir da Vigilância Sanitária. Já a outra depende só da boa vontade de alguns para que seja, muitas vezes, até um
ponto de encontro da garotada.
Um Negócio Chamado Educação

As principais exigências em relação à higiene dos funcionários que trabalham nesse setor são:
• Banho, escovação dos dentes, barba feita, bigode aparado e cabelos totalmente protegidos.
CANTINA

• Unhas curtas, limpas, sem esmalte ou base.


• Não utilização de maquiagem.

53
• É vedada a utilização de adornos como colar, amuleto, pulseira, fita, brinco, relógio e anel, aliança e
– inclusive – piercing que possa representar risco de contaminação.
• Uso de toucas e luvas.

A estrutura física da cantina também deve obedecer a alguns critérios exigidos pela Vigilância Sanitária.

 Use sempre cores claras.


AE  Mantenha tudo em bom estado de conservação.
 A estrutura deve ser de fácil higienização.
 O piso deve ter inclinação em direção aos ralos suficiente para não permitir que a água fique parada.
 As paredes devem ter ângulo arredondado no contato com o piso.
 São vedadas as divisórias de vazio interno.
92  O local deve estar livre de goteiras, umidades, trincas, rachaduras, bolores e descascamentos.
 É proibido o forro de madeira.
 As portas devem ter superfície lisa, fechamento automático e protetor no rodapé.
 As entradas principais e os acessos às câmaras devem ter mecanismos de proteção contra insetos e roedores.
Comece pela estrutura física:
• As cores são importantes, mas cuidado com o excesso para não causar poluição visual. Se a idéia é usar
o branco como cor principal, escolha uma parede estratégica e aplique tinta colorida. Azul, verde e laranja
são algumas sugestões.
• Iluminação. O ambiente deve ser claro, iluminado tanto pelas lâmpadas quanto pela luz solar. Portanto,
nada de cortinas de tecido. No máximo, persianas.

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BIBLIOTECA

• Circulação. Ao dispor as mesas e cadeiras, lembre-se de que o local precisa ter espaço suficiente para a
circulação das pessoas. É muito desagradável um aluno escolher a biblioteca como espaço para estudar e a
todo instante ser interrompido pelos esbarrões dos colegas.
• Ambiente arejado e limpo. Janelas, ar-condicionado, ventiladores para aumentar a circulação de ar. Nin-
guém consegue ficar por muito tempo em um lugar totalmente fechado, com cheiro ruim.
• Móveis adequados. Para aproveitar ao máximo o ambiente, o aluno precisa sentir-se confortável. Nada de
desviar para a biblioteca aquelas cadeiras quebradas e as mesas bambas.

Ações que podem ser desenvolvidas pelo pessoal que cuida da biblioteca:
 Informar mensalmente todos na escola sobre as aquisições da biblioteca.
 Criar um canal de comunicação para os alunos que têm dúvidas.
 Desenvolver um manual sobre o uso da biblioteca. AE
 Fazer parcerias com alguns alunos para que depois de lerem o livro façam, por escrito, comentários sobre
os mesmos. Isso desperta em outros estudantes a vontade de ler aquele livro.
 Indicar títulos quinzenalmente e fazer um pequeno resumo do que o leitor vai encontrar.
 Organizar uma lista dos livros mais emprestados.
 Ficar atento às datas comemorativas e indicar a leitura de livros sobre o tema. 93
 Desenvolver projetos em parceria com os professores para que o espaço da biblioteca seja utilizado para
pesquisas.
 Incentivar os pais a freqüentarem a biblioteca também, criando uma carteirinha de identificação diferente
da que os alunos possuem.
54
Comunicação interna
Manter um ambiente equilibrado e com funcionários bem-informados não é tão com-
plicado assim, basta que haja boa vontade dos gestores e da equipe. O conhecimento
para organizar tudo pode vir de colaboradores da própria escola, desde que eles sejam
orientados por profissionais da área de comunicação.
Um Negócio Chamado Educação

O diretor de comunicação da Avon Brasil, Carlos Parente, aponta cinco passos para
você formular uma estratégia eficiente de comunicação interna para a sua escola.
Acompanhe.

 Primeiro faça um diagnóstico da necessidade da sua escola. Descubra onde ela está
“devendo” para o público interno.
 Monte uma equipe multidisciplinar para discutir e solucionar as questões. Recomenda-
se que nessa equipe exista um profissional de comunicação, um de recursos humanos,
uma pessoa responsável pela logística, outra pela área educacional, um responsável
pela parte tecnológica e um patrocinador (que pode ser o diretor da escola ou algum
formador de opinião que ofereça recursos para a instituição).
AE  Defina metas, prazos e resultados esperados.
 Faça reuniões de controle com grupos responsáveis pela observação dos resultados
qualitativos. Esses profissionais podem ser os mesmos mencionados acima. Essas
reuniões servem para medir a saúde da escola. Os objetivos são tangíveis? O pessoal
chamado para o trabalho é suficiente? Os prazos são possíveis? Os funcionários estão
94 satisfeitos? Essa é uma forma de colocar o “dedo no pulso” da escola e descobrir se
ela está saudável.
 Divulgue os resultados obtidos não só externamente, mas também internamente.
 Reconheça os esforços, os resultados e comemore-os com a equipe.
55
Um bom gestor tem de ter em mente cinco dicas

Um Negócio Chamado Educação


para cuidar da sua escola:

1. Ter uma equipe motivada.


2. Administrar a escola de forma transparente.
3. Não tomar decisões sem antes ouvir os outros.
4. Fazer um trabalho de conscientização junto à comunidade, aos
alunos, professores e funcionários.

5. Saber reconhecer as ajudas recebidas. AE

95
56
Dividindo o trabalho
Um Negócio Chamado Educação

Cada vez mais você trabalha em grupo com outros professores,


desenvolvendo ações interdisciplinares, discutindo experiências
pedagógicas, etc. Para isso, você precisa aprender tanto a assumir
tarefas e responsabilidades quanto delegá-las.

Seja paciente. As pessoas que assumem trabalhos precisam de


tempo para aprender.

Atribua funções gradualmente. Não espere que um colega as-


suma todo o projeto de um dia para o outro.
AE
Tente delegar com antecipação. Nada de jogar uma bomba na
mão de um companheiro achando que isso é delegar.

Atribua um trabalho inteiro – e não partes – sempre que pos-


96 sível. Isso reduz a confusão e os erros.
Como falar melhor em 10 lições

57
Tanto para reuniões com seu corpo docente quanto para falar com empresários que queiram investir na sua escola,
é preciso que você saiba se expressar bem. Para isso:

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1 Seja natural.

2 Pronuncie bem as palavras.

3 Tenha uma altura de voz compatível com o ambiente.

4 Fique atento à velocidade. Não fale nem muito rápido nem muito devagar.

5 Adapte altura e ritmo da fala para manter aceso o interesse dos ouvintes.

AE
6 Adapte seu vocabulário ao público.

7 Não assassine a gramática! Isso compromete toda a sua apresentação.

8 Mantenha uma postura física correta.

9
97
Cuide para que sua fala tenha começo, meio e fim.

10 Fale com emoção; envolva-se com o assunto.


58
Um Negócio Chamado Educação

Comunique-se melhor
Anote estas dicas. Elas serão muito importantes para você ser um gestor ainda melhor.

Observe o impacto que você causa nas pessoas.

Aprenda a receber críticas negativas sem tomar como ofensa pessoal.

AE Mantenha o bom humor. Transmitir bem-estar e consolidar um clima de confiança


deve fazer parte de sua meta como gestor.

Busque o convívio social. Além de ser uma fonte de enriquecimento,


é uma forma de treinar sua comunicação e se conhecer mais.
98
Formando equipes docentes criativas

Capacitação: o primeiro passo é capacitar as pessoas para que usem


todo o seu potencial criativo e aprendam técnicas para gerar idéias. Isso
ajudará a equipe a pensar fora da caixa e, ainda por cima, facilitará a

Um Negócio Chamado Educação


identificação de oportunidades e problemas.

Aplicação: após a identificação e o treinamento das habilidades, cada


pessoa estará apta a usar as técnicas do processo criativo para melhorar

59
a didática e a qualidade, reduzir custos, motivar os alunos, criar manei-
ras diferentes para transmitir os conhecimentos e ainda simplificar os
processos.

Ambiente: o clima organizacional é um fator de grande influência no


processo criativo. Se a escola é muito rígida, presa a velhas molduras,
vai ser muito difícil estimular ou oferecer um espaço para as mentes
criativas se abrirem. AE

99
5 afirmativas castradoras da criatividade
Não cometa esses erros com sua equipe docente. Incentive-a sempre. Quanto mais criativa, mais produtiva.

Não pode!
Antídoto: tudo pode até que se prove o contrário. Claro que em qualquer atividade há limitações, ex-
Um Negócio Chamado Educação

ceções concretas. Mas até que estejamos absolutamente convencidos de que o impedimento é procedente,
devemos manter uma forte disposição psicológica para enfrentar e superar os obstáculos dentro dos
limites do bom senso.

Não é possível!

60
Antídoto: tudo é possível até que se prove o contrário. É preciso ser perseverante nas tentativas de
tornar viável uma idéia criativa. Muitas vezes, somos tentados a desistir de um bom projeto só porque as
primeiras experiências não apresentaram os resultados esperados.

AE Não vai dar certo!


Antídoto: tudo vai dar certo até que se prove o contrário. O que mais chateia nos trabalhos em grupo é a
presença dos arautos do fracasso. Essas pessoas procuram dispersar o grupo, dividi-lo ou contaminá-lo
com tal negativismo que só com muita paciência – ou indiferença – é possível fazer com que o trabalho
continue sem sofrer as influências de “baixo astral” desses pessimistas.
100
Não faz sentido!
Antídoto: tudo faz sentido até que se prove o contrário. Comete um erro elementar aquele que busca

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obsessivamente o sentido na solução criativa. A criatividade caminha por estradas sinuosas e cheias de
imprevistos. Os resultados positivos da idéia criativa transcendem o seu sentido.

Isto é bobagem!
Antídoto: nada é bobagem até que se prove o contrário. Essa é uma reação típica dos indivíduos que se
levam demasiadamente a sério. Eles acreditam que qualquer coisa só é importante ou competente se for
séria. Se coisas risonhas não fossem “sérias”, não existiriam lucrativas indústrias de brinquedos, passa-
tempos, jogos.

AE
E por que não? – Floriano Serra – Gente

101

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