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MITs - CIRCUITO EQUIVALENTE E

CONJUGADO
FEEVALE

Prof. Dr. Ronaldo Antonio Guisso

2º Semestre de 2023
1. Aula Anterior
1.1. Revisão
• Motores de indução (assíncronos)

• Aspectos Construtivos
➢Gaiola de esquilo
➢Rotor bobinado

• Princípios de operação
➢Campo magnético girante
➢Indução de tensão no rotor
➢Escorregamento
1. Aula de Hoje
1.1. Escopo
• Circuito equivalente
• Comportamento do torque e da corrente em função da
velocidade
• Determinação dos parâmetros do modelo
2. Circuito Equivalente
2.1. Modelagem
Circuito equivalente por fase de um motor assíncrono, utilizando um
transformador ideal com razão de transformação aeff

onde: R1 → resistência do estator fR variável


X1 → reatância de dispersão do estator
RC → resistência para perdas no núcleo
XM → reatância de magnetização (corrente que cria o fluxo)
R2 → resistência do rotor
X2 → reatância de dispersão do rotor
fR → frequência do rotor
2. Circuito Equivalente
2.2. Circuito Equivalente do Rotor
• Em um motor de indução, quando a tensão é aplicada aos enrolamentos
de estator, uma tensão é induzida nos enrolamentos do rotor da
máquina;
• Em geral, quanto maior o movimento relativo entre os campos
magnéticos do rotor e do estator, maiores serão a tensão e a frequência
do rotor;
• O movimento relativo máximo ocorre quando o rotor está parado;
• Essa condição é denominada rotor bloqueado ou travado;
• De modo que a maior tensão e a maior frequência do rotor são
induzidas com o rotor nessa condição;
• A menor tensão (0 V) e a menor frequência (0 Hz) ocorrem quando
o rotor está se movendo com a mesma velocidade que o campo
magnético do estator;
• Resultando um movimento relativo nulo;
• O valor e a frequência da tensão induzida no rotor para qualquer
velocidade entre esses extremos é diretamente proporcional ao
escorregamento do rotor.
2. Circuito Equivalente
2.2. Circuito Equivalente do Rotor
• Se o valor da tensão induzida no rotor, estando este bloqueado, for
denominado ER0, então o valor da tensão induzida, para qualquer
escorregamento será dada pela equação; E = sE
R R0

• A frequência da tensão induzida para qualquer escorregamento será


dada por; f = s f
R

• Essa tensão é induzida em um rotor que apresenta resistência e também


reatância;
• A reatância do rotor de um motor de indução depende da indutância do
rotor e da frequência da tensão e da corrente do rotor;
X R = 2 ( s f ) LR = s ( 2 f LR ) X R = sX R 0
• Em que XR0 é a reatância do rotor, estando este bloqueado;
• A resistência do rotor RR é uma constante, independentemente do
escorregamento, ao passo que a reatância do rotor é afetada pelo
escorregamento.
2. Circuito Equivalente
2.2. Circuito Equivalente do Rotor
X R = 2f R LR
ER = sER 0 fR = s  f X R = 2 ( s f ) LR = s ( 2 f LR )
X R = sX R 0

Frequência do Frequência
rotor (fR) da rede (f)
sE R 0 ER0
IR = IR =
RR + jsX R 0 RR s + jX R 0
2. Circuito Equivalente
2.3. Circuito Equivalente Referido ao Estator

a=
NP
IP =
IS E1 = aeff ER 0 R2 = aeff 2 RR
NS a
IR X 2 = aeff 2 X R 0
VP = aVS ZP = a ZS 2 I2 =
aeff

Perdas no cobre
do rotor
Potência
mecânica

• Onde aeff é relação de espiras efetiva entre o enrolamento


do estator e o enrolamento do rotor real.
2. Circuito Equivalente
2.3. Circuito Equivalente Referido ao Estator
• Separando das perdas do rotor da potência convertida;
• Parte da potência que flui no entreferro de um motor de indução é consumida
como perdas no cobre do rotor e outra parte é convertida em potência
mecânica para acionar o eixo do motor;
• É possível separar essas duas partes da potência de entreferro e expressá-las
separadamente no circuito equivalente do motor.

PCE PCR

Pconv

(Perdas no núcleo)

“A potência no entreferro deveria ser consumida por um resistor de


valor R2/s, enquanto que a potência dissipada no cobre do rotor é
dissipada em R2. A potência restante (Pconv) deve ser consumida por
um resistor equivalente cujo valor é R2(1-s)/s.”
2. Circuito Equivalente
2.4. Fluxo de potência

Potência Potência
no entreferro convertida

 1− s 
Pconv = 3I 22 R2   Psaída = c arg a .m
Pin = 3VF I F cos 
R
PEF = 3I 2
2  s 
2
s Pconv = (1 − s ) PEF = ind R

Pmec
PCR
Pnúcleo Atrito, vent, etc
PCE
3E12 PCR = 3I R22
2
PCE = 3I R12 Pnúcleo = PCR = s PEF
1 RC
Exercício 1
• Um motor de indução conectado em Y, de 460 V, 25 HP, com quatro
pólos, opera à frequência de 60 Hz e tem as seguintes impedâncias por
fase, referidas ao circuito do estator:
R1 = 0,641 Ω R2 = 0,332 Ω
X1 = 1,106 Ω X2 = 0,464 Ω XM = 26,3 Ω
• As perdas rotacionais totais são 1100 W e são consideradas constantes.
As perdas no núcleo estão incluídas nas perdas rotacionais. Para um
escorregamento percentual de 2,2% com tensão e frequência
nominais, encontre:
➢ a) A velocidade desse motor.
➢ b) Corrente no estator.
➢ c) Fator de potência.
➢ d) Potência de saída em HP.
➢ e) Torque induzido e torque na carga.
➢ f) Eficiência
3. Torque x Velocidade
3.1. Análise do Circuito Equivalente
ind
P
= conv ind =
(1 − s ) PEF
=
PEF
R (1 − s ) S S

PEF 3I 22 ( R2 / s )
Tind = =
S S
3. Torque x Velocidade
3.1. Análise do Circuito Equivalente
• Cálculo de I2 (corrente do rotor) via teorema de Thévenin.
➢ Análise Thévenin de vista dos pontos “a” e “b”.
3. Torque x Velocidade
3.1. Análise do Circuito Equivalente
• Cálculo de I2 (corrente do rotor) via teorema de Thévenin.

^ ^ jX m 
V 1,eq =V1 
 1
R + j ( X m + X 1 
)

jX m ( R1 + jX 1 )
Z1,eq = R1,eq + X 1,eq =
R1 + j ( X m + X 1 )
3. Torque x Velocidade
3.1. Análise do Circuito Equivalente
^
^ V 1,eq
I2 =
Z1,eq + jX 2 + R2 / s

V1,eq
I2 =
(R + R2 / s ) + ( X 1,eq + X 2 )
2 2
1,eq

1  3V1,2eq ( R2 / s ) 

Tind =
S  ( R1,eq + ( R2 / s ) ) + ( X 1,eq + X 2 ) 2 
2

 
3. Torque x Velocidade
3.2. Torque máximo
• Teoria da máxima transferência de potência.
➢ Impedância interna da fonte igual à da carga.

= R12,eq + (X 1,eq + X 2 )
R2 2

S max T
R2
S max T =
R12,eq + (X 1,eq + X 2 )
2

2
1 1,5V1,eq
Tmax =
s R1,eq + R1,2eq + ( X 1,eq + X 2 ) 2
3. Torque x Velocidade
3.2. Torque máximo
3. Torque x Velocidade
3.3. Torque de Partida
• Na partida S=1, portanto o torque de partida é dado por:

V1,eq
Ip =
( R1,eq + R2 ) + +( X 1,eq + X 2 )2
2

3R2 I p2
Tp =
S
3. Torque x Velocidade
3.4. Análise Gráfica
1  3V1,2eq ( R2 / s ) 

Tind =
S  ( R1,eq + ( R2 / s ) ) + ( X 1,eq + X 2 ) 
2 2
 
3. Torque x Velocidade
3.4. Análise Gráfica
3. Torque x Velocidade
3.5. Análise Descritiva
• O torque induzido do motor é zero na velocidade síncrona. Dessa
forma, quando operando em vazio a velocidade do rotor é igual à
velocidade síncrona;
• A curva torque-velocidade é aproximadamente linear entre a
operação em vazio até plena carga. Nessa faixa, a resistência do
rotor é muito maior que sua reatância, tal que o torque induzido
aumenta linearmente com o aumento do escorregamento;
• Existe um torque máximo (breakdown torque) que não pode ser
excedido, é 2 à 3 vezes maior que o torque a plena carga do motor;
• O torque de partida do motor é levemente superior que o torque à
plena carga, logo pode partir com carga;
• Para um dado valor de escorregamento, a amplitude do torque
varia com o quadrado da tensão aplicada;
• Se o rotor é acionado em uma velocidade maior que a velocidade
síncrona, a direção do torque induzido é revertida e a máquina se
torna um gerador, convertendo energia mecânica em energia
elétrica.
3. Torque x Velocidade
3.6. Variação da Resistência Rotórica
smax =
R2 1  3V1,2eq ( R2 / s ) 

Tind =
R + ( X1 + X 2 ) S  ( R1,eq + ( R2 / s ) )2 + ( X 1,eq + X 2 ) 2 
2 2
1  

RI < RII < RIII < RIV < RV


Exemplo 2
• O mesmo motor de indução do exercício 1, com rotor bobinado,
conectado em Y, de 460 V, 25 HP, com quatro pólos, opera à
frequência de 60 Hz e tem as seguintes impedâncias por fase,
referidas ao circuito do estator:

R1 = 0,641 Ω R2 = 0,332 Ω
X1 = 1,106 Ω X2 = 0,464 Ω XM = 26,3 Ω

➢ a) Qual é o torque máximo desse motor? Em que velocidade


ocorre?
➢ b) Qual é o torque de partida desse motor?
➢ c) Obtenha a curva torque-velocidade (usando o Matlab) com a
resistência original e com o dobro da resistência.
Referências
• FITZGERALD, A. E. Máquinas Elétricas. São Paulo: McGraw-Hill, 1975.
• KOSOW, I. Máquinas Elétricas e Transformadores. São Paulo: Globo,
1995.
• Rech C. Apresentações – Máquinas Elétricas de Corrente Contínua. Ijuí:
Unijuí, 2005.
• Rodrigues A. L., Apresentações Máquinas Eléctricas de Corrente
Contínua. Nova de Lisboa, Universidade Nova de Lisboa, 2006.
• CHAPMAN, Stephen J. Electric machinery Fundamentals. New York :
McGraw-Hill ,1991.

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