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40 - Programa de Proteção Respiratória
40 - Programa de Proteção Respiratória
INTRODUÇÃO:
O Programa de Proteção Respiratória (PPR) é um processo para seleção, uso e manutenção dos respiradores com a finalidade de
assegurar proteção adequada para o usuário.
Antes de se utilizar um respirador, é essencial que seja estabelecido um PPR por escrito, com os procedimentos específicos para
o local de trabalho.
O PPR deve ser implantado, avaliado e atualizado sempre que necessário, de modo a refletir as mudanças de condições do
ambiente de trabalho que possam afetar o uso de respirador.
O PPR deve ser compreendido por todos os níveis hierárquicos da empresa.
As recomendações do PPR referem-se à proteção de trabalhadores contra a inalação de contaminantes perigosos e contra a
inalação de ar com deficiência de oxigênio nos locais de trabalho por meio do uso de respiradores.
O PPR não cobre os respiradores para mergulho, os sistemas com oxigênio para aviação, o uso de respiradores em combates
militares e os inaladores ou ressuscitadores utilizados na área médica.
O uso de EPR (equipamento de proteção respiratória) tem como objetivo principal prevenir a exposição por inalação de
substâncias perigosas e/ou ar com deficiência de oxigênio.
Quando não for possível prevenir a exposição ocupacional à inalação de substâncias perigosas, o controle da exposição
adequada deve ser alcançado, tanto quanto possível, pela adoção de outras medidas de controle que não o uso de EPR.
São medidas de engenharia para controle da inalação de substâncias perigosas: substituição de substâncias por outras menos
tóxicas, enclausuramento ou confinamento da operação, sistema de ventilação local ou geral, etc.
São medidas de controle administrativo para controle da inalação de substâncias perigosas: redução do tempo de exposição,
etc.
O uso de EPR é considerado o último recurso na hierarquia das medidas de controle, e deve ser adotado somente após
cuidadosa avaliação dos riscos.
Existem situações nas quais pode ser necessário o uso de um respirador, tais como:
a) outras medidas de controle já foram adotadas, mas a exposição à inalação não está adequadamente controlada;
b) a exposição por inalação excede os limites de exposição e as medidas de controle necessárias estão sendo implantadas;
c) a exposição por inalação é ocasional e de curta duração, sendo impraticável a implantação de medidas de controle
permanentes (por exemplo, em trabalhos de manutenção, de emergência, fuga e resgate).
Alguns trabalhadores, mesmo quando a exposição está comprovadamente abaixo dos limites de exposição aceitáveis (limite de
exposição ocupacional e nível de ação), podem sentir a necessidade do uso de respiradores, a fim de obter um nível adicional de
proteção ou conforto.
O empregador pode disponibilizar respiradores para uso voluntário, ou seja, quando solicitado pelos trabalhadores, ou permitir
que utilizem seus próprios respiradores, desde que o empregador se certifique de que o seu uso não acarretará novos riscos.
Se o empregador concordar com o uso voluntário de respiradores, o usuário deve:
1. ler e compreender todas as instruções de uso oferecidas pelo fabricante no que se refere à inspeção, limpeza, higienização,
manutenção, guarda, uso e limitações de uso do respirador;
2. usar somente respiradores adequados ao risco e com Certificado de Aprovação (CA) emitido pelo Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE);
3. não apresentar pelos faciais que interfiram na vedação dos respiradores ou prejudiquem o funcionamento das válvulas.
O empregador deve estabelecer por escrito e implementar os seguintes elementos de um Programa de Proteção Respiratória
(PPR):
avaliação médica para determinar se o usuário é apto a usar o respirador;
instruções e procedimentos acerca de inspeção, limpeza, higienização, manutenção, guarda e uso, de tal modo que o
respirador não represente um risco à saúde do usuário.
ELEMENTOS DO PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA (PPR):
Conteúdo mínimo:
O texto do PPR deve conter no mínimo os seguintes elementos:
a) política da empresa na área de proteção respiratória;
b) abrangência;
c) indicação do administrador do programa;
d) regras e responsabilidades dos principais atores envolvidos;
e) avaliação dos riscos respiratórios;
f) seleção do respirador;
g) avaliação das condições físicas, psicológicas e médicas dos usuários;
h) treinamento;
i) ensaio de vedação;
j) uso do respirador e política da barba;
k) manutenção, inspeção, limpeza e higienização dos respiradores;
l) guarda e estocagem;
m)uso de respirador para fuga, emergências e resgates;
n) qualidade do ar/gás respirável;
o) revisão do programa;
p) arquivamento de registros.
A maioria dos elementos do PPR deve ser detalhada na forma de procedimentos operacionais escritos.
REGRAS E RESPONSABILIDADES:
Todas as pessoas envolvidas no PPR devem ser competentes na sua área de responsabilidade dentro do programa e devem
manter seus conhecimentos e treinamento atualizados, para poderem desenvolver com eficiência seus encargos.
Responsabilidades do empregador:
O empregador é responsável pelo PPR. Ele deve:
a) designar um administrador do programa que tenha a responsabilidade delegada para gerenciar efetivamente o PPR;
b) providenciar recursos adequados e organização para garantir a eficácia contínua do PPR;
c) definir, implementar e documentar o PPR;
d) fornecer o respirador adequado;
e) permitir ao empregado usuário do respirador que deixe a área de risco por qualquer motivo relacionado com o seu uso. Essas
razões podem incluir as seguintes, mas não se limitam a elas:
-> falha no funcionamento do respirador que altere a proteção por ele proporcionada;
-> detecção de penetração de ar contaminado dentro do respirador;
-> aumento da resistência à respiração;
-> grande desconforto devido ao uso do respirador;
-> mal-estar sentido pelo usuário do respirador, tais como náusea, fraqueza, tosse, espirro, dificuldade para respirar, calafrio,
tontura, vômito, febre;
-> lavagem do rosto e da peça facial do respirador (se aplicável), sempre que necessário, para diminuir a irritação da pele;
-> trocar o filtro ou outros componentes, sempre que necessário;
-> descanso periódico em área não contaminada;
f) investigar a causa do mau funcionamento do respirador e tomar providências para saná-la. Se o defeito for de fabricação, o
empregador deverá comunicá-lo ao fabricante e ao órgão oficial de competência na área de Equipamento de Proteção
Individual (EPI);
g) fornecer somente respiradores aprovados, isto é, com Certificado de Aprovação emitido pelo Ministério do Trabalho e
Previdência Social, observando que qualquer modificação, mesmo que pequena, pode afetar de modo significativo o
desempenho do respirador e invalidar a sua aprovação.
O empregador e o administrador do PPR podem ser a mesma pessoa.
Responsabilidades do administrador:
O administrador do PPR é responsável pela efetiva gestão do programa, que inclui:
a) preparação dos procedimentos operacionais escritos para uso correto dos respiradores em situações de rotina e de
emergência;
b) medições, estimativas ou informações atualizadas acerca da concentração do contaminante na área de trabalho antes de ser
feita a seleção do respirador e periodicamente, durante o seu uso, com a finalidade de garantir que o respirador apropriado
esteja sendo utilizado;
c) seleção do respirador apropriado que proporcione proteção adequada para cada contaminante presente ou potencialmente
presente;
d) manutenção de registros e procedimentos escritos de tal maneira que o programa fique documentado e permita uma
avaliação da sua eficácia;
e) providências para que todos os envolvidos conheçam o conteúdo do programa;
f) avaliação anual da eficácia do programa;
g) revisão periódica dos procedimentos escritos;
h) indicação e treinamento de pessoas competentes para o cumprimento de tarefas ou funções no programa;
i) atualização de seus conhecimentos e o de seus colaboradores para que possam desempenhar eficientemente as tarefas
relativas ao PPR.
Responsabilidades do empregado:
Para que as medidas implantadas surtam efeito, o usuário é responsável no mínimo por:
a) usar o respirador fornecido de acordo com as instruções e o treinamento recebidos;
b) no caso de uso de respirador com vedação facial, não apresentar pelos faciais (barba, cavanhaque etc.) que interfiram na
selagem do respirador em seu rosto;
c) guardar o respirador, quando não estiver em uso, de modo conveniente para que não se danifique ou deforme;
d) deixar imediatamente a área contaminada se observar que o respirador não está funcionando bem e comunicar o defeito à
pessoa responsável indicada nos procedimentos operacionais escritos;
e) comunicar à pessoa responsável qualquer alteração em seu estado de saúde que possa influir na capacidade de uso seguro
do respirador.