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Habeas corpus

Habeas corpus, que etimologicamente significa "Que tenhas o teu corpo", senda
a expressão completa habeas corpus ad subjiciendum. É uma garantia constitucional em favor
de quem sofre violência ou ameaça de constrangimento ilegal na sua liberdade de locomoção,
por parte de autoridade legítima.
Sua origem remonta à Magna Carta libertatum, de 1215, imposta pelos nobres ao
rei da Inglaterra com a exigência do controle legal da prisão de qualquer cidadão. Este controle
era realizado sumariamente pelo juiz, que, ante os fatos apresentados, decidia de forma
sumária acerca da legalidade da prisão. O writ de habeas corpus, em sua gênese, aproximava-
se do próprio conceito do devido processo legal (due process of law). Sua utilização só foi
restrita ao direito de locomoção dos indivíduos em 1679, através do Habeas Corpus Act.
O habeas corpus no Brasil
O instituto do habeas corpus chegou ao Brasil no Código de Processo Criminal
do Império do Brasil, de 1832 (art. 340) e foi incluído no texto constitucional na Constituição
Brasileira de 1891 (art. 72, prágrafo 22). Atualmente, está previsto no art. 5°, inciso LXVIII, da
Constituição Brasileira de 1988: "conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade
ou abuso de poder".
O habeas corpus pode ser liberatório, quando tem por escopo fazer cessar
constrangimento ilegal, ou preventivo, quando tem por fim proteger o indivíduo contra
constrangimento ilegal que esteja na iminência de sofrer. A ilegalidade da coação ocorrerá, por
exemplo, quando não houver suporte probatório mínimo apto a ensejar legítima persecução
penal (art. 648 do Código de Processo Penal Brasileiro).
O habeas corpus é um tipo de ação diferenciada de todas as outras, não só pelo
motivo de estar garantida na Constituição Federal, mas sim porque, conforme já delineado, é
garantia de direito à liberdade que é direito fundamental, e por tal motivo é ação que pode ser
impetrada por qualquer pessoa, não sendo necessária a presença de advogado ou pessoa
qualificada, nem tampouco de folha específica para se interpor tal procedimento.
Pode o H.C., como é mais conhecido, ser impetrado em folha de papel higiênico,
com assinatura de pessoa semi-analfabeta, ou que não possua instrução para impetrar
qualquer outro tipo de procedimento. Espera-se, no habeas corpus, que logo após a
interposição do mesmo, seja a liminar concedida, fazendo com que a pessoa que está sendo
privada de sua liberdade tenha-a de volta.
Esta liminar é pedido feito na interposição da ação.
É importante frisar, que como já se disse, ser a liberdade direito de suma
importância e garantido em nossos Tribunais e Constituição, os tribunais o analisam com o
maior rigor e agilidade para que nenhum dano à pessoa, que tem sua liberdade privada, muitas
vezes, por atos que são absolutamente ilegais ou excessivos.
Importante ressaltar que a parte que interpõe a ação de habeas corpus não é a
que está sendo vítima da privação de sua liberdade, via de regra e sim um terceiro que o faz de
próprio punho. Como a ação de habeas corpus é de natureza informal, pois qualquer pessoa
pode fazê-la, não é necessário que se apresente procuração da vítima para ter ajuizamento
imediato. Ela tem caráter informal. Portanto, a ação tem características bem marcantes, a se
ver:
• Privação de liberdade injusta;
• Direito de, ainda que preso por "justa causa", responder o processo em
liberdade.
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É mister se dizer que há dois tipos de habeas corpus: o preventivo e o habeas
corpus propriamente dito (o liberatório). O primeiro ocorre quando alguém, ameaçado de ser
privado de sua liberdade, interpõe-no para que tal direito não lhe seja agredido, isto é, antes de
acontecer a privação de liberdade; o segundo, quando já ocorreu a "prisão" e neste ato se pede
a liberdade por estar causando ofensa ao direito constitucionalmente garantido.
Há que se salientar ainda, que para se ocorrer a possibilidade da impetração do
H.C,. deve-se ter presente o "fumus boni juris", que vem a ser a fumaça do bom direito, ou,
trocando em miúdos, a justiça e o "periculum im mora", que significa o perigo de se ocorrer
dano irreparável, ou seja, se preventivo, o dano de se cometer uma ilegalidade, e se o H.C.
propriamente dito, a ilegalidade do "paciente", que é o nome designado para pessoa privada de
sua liberdade em H.C.

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