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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCIAIS

Departamento de História
Io Ano Laboral

Cadeira: História de África

Tema: Reino de Congo

Docente: Mário Cumbe

Discente:

Adelino Checo
André Sitoe
Lourenço Macuácua
Milda Come
Percia Chirindza

Maputo, janeiro de 2024


Índice

Introdução------------------------------------------------------------------------------------------1
Objectivo geral----------------------------------------------------------------------------------1.1
Objectivos especifico---------------------------------------------------------------------------1.2
Metodologia-------------------------------------------------------------------------------------1.3
Fontes historicas-----------------------------------------------------------------------------------2
Tipos de fonte-----------------------------------------------------------------------------------2.1
Objectividade das fontes-----------------------------------------------------------------------2.2
Objecividade e verdade historica----------------------------------------------------------------3
Conclusao------------------------------------------------------------------------------------------4
Referencias bibliograficas------------------------------------------------------------------------5
1. Introdução

No presente trabalho o grupo vai falar do reino do Congo de uma forma sistemática, onde vai
apresentar em linhas gerais os limites geográficos do reino, sua origem e evolução; estrutura
sociopolítica e económica; sua ideologia; e por fim, a decadência.

1.1 Objectivo geral

Apresentar de forma minuciosa a origem e a evolução do reino Congo, a organização e a


decadência.

1.2 Objectivos específicos

Analisar e mostrar como é que se origina e evolui ao longo do tempo, mostrar detalhadamente
toda estrutura social, política, militar, económica e as crenças(ideologia) que seguiam no reino
do Congo; e por fim mostrar o processo da decadência do reino.

1.3. Metodologia
Para a realização do trabalho o grupo recorreu a várias referências bibliográficas que
possibilitaram a sua produção.
Reino do Congo

Localização geográfica

Norte - baixo Congo;


Sul – Rio Cuanza;
Leste – douro Cuango até a costa atlântica; e
Oeste – costa atlântica (KI-ZERBO 1972:233).
Origem e evolução

Há cerca de 1300 se estabelecera um grande reino no curso inferior do Congo (Nzaidi dos
autóctones), transformando-o em Zaire. Os autóctones são de origem Ambundu, seu fundador,
segundo alguns, chamava-se Nímia Lukéni e Viera do Leste. Muito provavelmente porém,
tratava-se de Mutimu, que, à cabeça de grupos conquistadores, desceu do Norte do Marombe
para o Baixo Congo (província do Nsundi), que serviu de base para uma conquista em redor,
sobretudo em direcção ao sul. Celebrou-se uma aliança entre o novo chefe e o donatário local,
Nsaku, grande curandeiro que o desembaraçou de uma doença nervosa aspergindo-o com água
lustral com uma cauda de búfalo. Esta doença foi selada por um casamento e a província de
curandeiros, Mbata, foi incorporada no reino. Ora a cidade principal tinha o nome de Congo. O
rei tomou, portanto, o título (nome) de Mani Congo, ou o senhor do Congo (KI-ZERBO
1972:232). Era o reinado Bankongo, um povo Bantu cujo rei, mani Congo, tinha a sua capital em
Mbanzakongo, a actual São Salvador, a norte de Angola (OLIVER, FAGE 1980:139).

As seis províncias tradicionais eram o Mbemba, o Mbambo, o Mbata, o Sonio, o Nsundi e


Mpangu. As duas províncias mais importantes eram os distritos periféricos de Nsundi, ao norte, e
Mbamba, ao sul. Nsundi, com efeito era o domínio do primeiro rei da dinastia. Tinha
tradicionalmente como governador o filho mais velho, herdeiro presuntivo. Quanto à Mbamba,
na actual Angola, tinha uma importância estratégica de guarda avançado, encarregado em velar
as terras conquistadas, contra as investidas dos inimigos (KI-ZERBO 1972:233).

O reino do Congo tinha os seguintes estados Vassalos: o Ngojo, o Kakongo e o Luango. (KI-
ZERBO 1972:233)

Organização sociopolítico do Congo

O mani Congo não tinha um reino hereditário. Todos os parentes mais chegados do rei, filhos ou
sobrinhos, podiam disputar o trono. Mas a preferência e para a sucessão matrilinear. O rei, antes
de morrer, indicava, em geral, sua escolha. No entanto, o conselho eleitoral, tendo a sua frente
três grandes eleitores, Mani Vunda, Mani Mbatu e Mani Soyo, era quem decidia, e não tem
riscos de o poder cair nas mãos de um mau dirigente. Com efeito este modo de sucessão
contribuiu para o enfraquecimento do reino.
O poder absoluto do rei caracterizava-se pelo facto de os governantes não serem hereditários.
Nas províncias no caso da morte, o rei é que designava o sucessor na família do defunto, salvo
para as províncias de Soyo e Mbata, onde os notáveis locais escolheram um conde-to que era
confirmado pelo rei. A capital Mbanza Congo incluía ao norte uma floresta sagrada, onde era
interdito o corte de árvore. Era, necrópole dos reis. Ao sul da capital, uma grande praça chamada
Mbazi. Era o tribunal, onde o rei se sentava de um imenso Embondeiro. O Mbazi era, na
realidade, antes de mais nada, a grande praça onde as multidões recebiam a bênção do rei, se
divertiam e assistiam aos desfiles triunfais das tropas. As casas eram construções rectangulares
ou circulares de maxura, folhas de palmeira e colmo. (KI-ZERBO 1972:234)

Organização Militar

O exército do manicongo era composto essencialmente de guerreiros a pé, com arcos de pequeno
tamanho e setas apropriadas, cujo veneno era tão forte que eram muito reduzidas as chances de
sobrevivência. Os atiradores podiam, ao que se dizia, lançar vinte e oito setas sucessivas antes de
a primeira tocar na terra. Os arcos eram gigantescos, a estes homens eram desconhecidas as
tácticas e as manobras de guerra (KI-ZERBO 1972:236).

Actividades desenvolvidas (económicas)

A base da economia do Congo eram a agricultura e o pastoreio. Os Congo cultivavam legumes,


verduras, frutas e criavam porcos, bovinos e cabras. O trabalho de semear, regar e colher era
feito pelas mulheres, os homens trabalhavam na derrubada das matas e ajudavam as mulheres na
colheita (in: INTERNET).

A gente do povo era muito engenhosa. Extraia por exemplo, de certos grandes peixes um óleo
que misturado com Pez, lhe servia para calafetar as embarcações. Utilizava com muita habilidade
couros de Elefantes abatidos para fazer colones muito procurados. Empregava varias espécies de
palmeira para delas extrair vinho, óleo, vinagre, frutas. Os quimbandas praticavam a sangria para
tratar certas doenças e serviam-se de ungueto, de sacus de pó, em particular de madeira de
sândalo, como afrodisíaco. Os tecelões congueses eram mestres de arte de tecer, a partir de
simples folha de ráfia até as palmeiras, panos bordados de um colorido notável, semelhantes a
veludo ou a cetim aveludado (KI-ZERBO 1972:236).

Ideologia

A relação entre o Mani Congo e a classe dominada era de submissão por parte da comunidade
(in: INTERNET). Diante do rei as pessoas ajoelhavam-se ou prosternavam-se e lançavam poeira
em cima da cabeça antes de implorarem a bênção ao Mani Congo (KI-ZERBO 1972:236).

Os reis e os grandes traziam calcado “à antiga” e, enquanto os pobres, homens e mulheres


andavam descalços de busto nu (KI-ZERBO 1972:236).

A realeza divina e o ritual da entronização dos príncipes (KI-ZERBO 1972:425).


Decadência

Com a intenção de fortalecer seu reino, o rei Affonso enviou cartas ao rei de Portugal pedindo
que ele enviasse missionários, médicos e professores para seu país. De Portugal porem vieram
principalmente traficantes interessados em conseguir pessoas para escravizar e vender. Ao
perceber-se disso Affonso enviou varias cartas para o rei de Portugal pedindo que fosse proibido
o comércio de africanos, mas o rei não deu ouvidos a ele e o tráfico continuou intenso. As
guerras de etnia, geradas pela própria forma de sucessão do poder do reino, iriam alimentar a
escravatura, e com a morte de Affonso seus filhos estavam disputando o trono e os portugueses
ajudaram Nzinga Mbemba a vencer seu irmão. Logo que começou a reinar em 1505, Nzinga
Mbemba converteu-se ao cristianismo (in: INTERNET). Os portugueses favoreceram o
desmembramento, gerando guerras de etnias que iriam alimentar a escravatura e o
desentendimento no seio da família dominante (KI-ZERBO 1972:425). Em 1665, os congos
tentaram uma revolta anti-lusitana, mas foram derrotados por tropas lideradas pelos portugueses,
que passaram então a dominar o congo (in: INTERNET). Os Bakongo após sucessivas derrotas
numa série de batalhas, ficaram demasiado fracos para manter a unidade interna do seu próprio
reino, as províncias periféricas separam-se, dinastias rivais lutavam pelo trono, e até contacto
com missionários cessaram, de maneira que o cristianismo no século XVIII não passava de uma
simples recordação e o antigo reino tinha-se reduzido a umas aldeias em torno do São Salvador.
E Angola ficou a ser base de fornecimento de escravos (OLIVER, FAGE 1980:143).

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