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- José de Alencar

José de Alencar, nasceu no dia 01 de maio de 1829, foi um romancista, dramaturgo,


jornalista, advogado e político brasileiro. Foi um dos maiores representantes da corrente
literária indianista e o principal romancista brasileiro da fase romântica.

Em 1844 mudou-se para São Paulo, onde cursou Direito, em Pernambuco. Após formado,
regressou para o Rio de Janeiro, onde atuou como advogado e como jornalista no Correio
Mercantil, no Jornal do Comércio e no Diário do Rio de Janeiro, onde foi nomeado
redator-chefe em 1855.

Esta participação na imprensa possibilitou-lhe a publicação de folhetins, muitos dos quais


foram posteriormente publicados sob a forma de livro. Além da atividade jornalística, José
de Alencar também atuou, assim como o pai, no meio político.

No meio literário, em 1856, publicou o seu primeiro romance: Cinco minutos. Em 1857,
revelou-se um escritor mais maduro com a publicação de O Guarani, que gerou-lhe muita
popularidade.

Daí para frente escreveu romances indianistas, urbanos, regionais, históricos, obras
teatrais, poesias, crônicas, ensaios e polêmicas literárias, escritos políticos e estudos
filológicos.

José de Alencar faleceu no Rio de Janeiro, no dia 12 de dezembro de 1877.

- Características das obras

A vasta produção literária de José de Alencar, foi essencial para a construção de uma
identidade cultural brasileira, e as suas narrativas, principalmente as indianistas, retratavam
temáticas intimamente ligadas ao Brasil, como a questão indígena, presente em obras como
Iracema, O guarani e Ubirajara.

Além dos romances de temática indígena, José também escreveu romances ligados à
temática rural e interiorana como O gaúcho e O sertanejo.

A temática histórica, constituída por passagens da história do Brasil, como as ligadas à


colonização exploratória, são obras como As minas de prata e Guerra dos mascates.

O meio urbano não teve menos destaque, sendo cenário de romances como Lucíola, Diva,
A Viuvinha e Senhora. Nestas obras, o cenário de enredos é constituído por protagonistas
fortes mulheres.

Esta pluralidade de obras, com temáticas e cenários variados, são, sem dúvida, essenciais
para a compreensão da literatura brasileira e constituem a base do romance moderno e
contemporâneo.
- Personagens do livro

Aurélia Camargo: é uma adolescente de dezoito anos, de origem humilde, filha de uma
camareira. Independente e emancipada, a vida de Aurélia muda após o recebimento de
uma inesperada herança do avô.

Fernando Seixas: é o namorado de Aurélia Camargo durante a juventude. Como Aurélia


não possuía bens, Fernando decide trocá-la por Adelaide Amaral, uma jovem capaz de
oferecer um futuro melhor.

D. Firmina: é uma parente idosa que ficou responsável por acompanhar Aurélia nas suas
aparições na sociedade.

Adelaide Amaral: é uma milionária que se torna noiva de Fernando. O rapaz abandona
Aurélia para estar com Adelaide por motivos financeiros, no entanto rejeita Adelaide e volta
para Aurélia quando ela enriquece.

Sr. Lemos: tutor de Aurélia, ficou responsável pela tutela quando ela ficou orfã

- Características da narrativa

A narração na terceira pessoa e o narrador é observador e onisciente.

Estrutura: Irregularidade cronológica; Utilização de Flashbacks; Apresenta características do


realismo

- As 4 partes do livro

Preço: Na primeira parte do livro conhecemos Aurélia Camargo como uma mulher rica e
frequentadora dos bailes da alta sociedade. Estava sempre acompanhada de uma parenta
chamada D. Firmina, já que era órfã.

A sociedade da época não aceitava mulheres independentes. Por mais que Aurélia fosse
responsável por tudo, tinha a companhia de um tio (Sr. Lemos) e de D. Firmina, para ser
bem vista socialmente.

D. Firmina ensinava a Aurélia que as pessoas só se interessavam por ela por causa de sua
beleza e de sua riqueza.
Num baile, Aurélia questionou-se sobre o seu futuro e sobre a sua educação. Decidiu
escrever uma carta a um senhor chamado Lemos, seu tio, pedindo-lhe que preparasse um
casamento arranjado com um homem chamado Fernando Seixas, noivo de Adelaide
Amaral.

Mas, o seu interesse estava no dinheiro, queria ter luxo e também queria ajudar sua mãe e
suas irmãs, já que sua família tinha uma má situação financeira

O Sr. Lemos procurou-o e fez uma proposta oferecendo-lhe cem mil contos de réis pelo
dote. Fernando aceitou sem nem mesmo saber com quem iria se casar.

Porém, sentiu-se humilhado quando viu que casara-se com Aurélia, pois quando ela era
jovem e pobre, eles eram namorados, só que ele abandonou-a para ficar com Adelaide, já
que podia proporcionar-lhe um futuro melhor.

Quitação: Nesta parte temos uma ida ao passado de Aurélia. Aurélia era filha de uma
pobre e viúva camareira, D. Emília. O seu pai, Pedro Camargo, era filho de um rico
fazendeiro e casou-se com Emília sem dizer ao pai.

Emília ficou com dificuldades para criar a filha com a morte de Pedro. Neste período foi
quando Aurélia conheceu Fernando. Eles eram apaixonados um pelo outro, só que por
causa dos interesses, ele abandonou-a,

Com o desenrolar da história, Aurélia fica órfã da mãe. Mas uma boa notícia foi a herança
que ela herdou do seu avô, e assim, começou a ser bem vista. Como consequência,
também ficou mais fria e calculista.

Posse: Na terceira parte do livro, conhecemos a rotina do casal Fernando e Aurélia.

A vida era totalmente de aparências, pois andavam com as mãos dadas, faziam-se
carinhos, gentilezas só nos bailes ou na frente dos amigos.

Contudo, quando ficavam sozinhos, dormiam em quartos separados, tratavam-se muito mal,
usando apenas palavras de acusação, cheias de raiva e rancor, ironia e sarcasmo.

Fernando era escravo de sua esposa. Ela praticamente era sua dona e ele tinha de a
obedecer em tudo, fazendo todos os seus desejos.

Resgate: É nesta parte que o desejo entre Fernando e Aurélia vai aumentando mas eles
não se envolvem por orgulho.

Fernando começa a trabalhar de forma esforçada e abre mão de todo o luxo proporcionado
pela esposa, chegando ao ponto de devolver à Aurélia o valor do dote, pedindo o divórcio.

Fernando já não era mais o homem que buscava um casamento arranjado, tornando-se um
trabalhador.
No momento da despedida, Aurélia confessa todo o amor que tinha por Fernando,
declarando que o passado podia ser esquecido e viveriam o amor que sentiam.

Aurélia, diante de tudo isso, fez uma revelação. Mostrou-lhe um testamento que havia
escrito no dia do casamento. Nele estava declarado que ela o amava e que deixava toda
sua fortuna para ele. Eles fizeram as pazes e consumaram o casamento, desta vez, com
amor.

- Crítica

O tema central é o do casamento por interesse numa sociedade que vivia de aparências na
mesma época do autor.

José de Alencar escreveu como forma de crítica à sociedade que dá excessivo valor ao
dinheiro. Em muitos casos é o fato financeiro que condiciona o destino das pessoas.

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