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1. Considerações
introdutórias
1.1. Utilização da IA nas várias
fases do recrutamento; 2. Enquadramento
1.2. Esclarecimentos jurídico
3. Reflexões finais e
terminológicos.
2.1. Proteção à luz do Direito Q&A
Antidiscriminatório;
2.2. Proteção decorrente do
Direito da Proteção de Dados.
IA nas várias fases do recrutamento
01 02 03
Fase de procura Fase de triagem Fase de seleção e
(sourcing) (screening) contratação
• Anúncios de emprego no • Chatbots que fazem Sistemas automatizados de
Facebook; questões de screening; contratação.
• Recomendações no • Testes online de
LinkedIn. personalidade;
• Sistemas de entrevistas
em vídeo;
• Análise automatizada de
CVs.
IA nas várias fases do recrutamento
01 02 03
Fase de procura Fase de triagem Fase de seleção e
(sourcing) (screening) contratação
Por que motivo Quais os critérios utilizados Quais os critérios que leva
determinado anúncio de pelos sistemas de avaliação em consideração um
emprego, publicitado na automatizada de currículos sistema automatizado de
rede social Facebook, é para excluir um conjunto de contratação para sugerir
apresentado no feed de um candidatos numa primeira determinada proposta
utilizador e não no feed de triagem? Restringir-se-ão a salarial a um candidato?
outro? requisitos e condições Não estará a utilização
Que critérios definem os essenciais? destes sistemas a perpetuar
recetores destes anúncios? uma desigualdade já
existente?
Esclarecimentos terminológicos
Ex: Modelo de spam ou não-spam
Etiquetas
(labels)
Esclarecimentos terminológicos
Discriminação algorítmica?
Enquadramento jurídico
Direito Antidiscriminatório
• Art.º 13.º da CRP;
• Art.º 22.º e ss. do C.T.; Direito da Proteção de Dados
• Art.º 21.º da CDFUE;
• Art.º 17.º e ss. do C.T.;
• Diretiva 2006/54/CE, de 5 de julho de 2006,
• Regulamento Geral da Proteção de Dados
Diretiva 2000/43/CE, de 29 de junho de 2000, e
(Regulamento(UE) n.º 679/2016, de 27 de abril).
Diretiva 2000/78/CE, de 27 de novembro de 2000.
Vias de resposta - Direito Antidiscriminatório
Proibição da discriminação direta e da
discriminação indireta
Categorias específicas de população protegidas pela lei que, Idade, género, orientação sexual,
como tal, não poderão servir de fundamento à distinção entre origem racial ou étnica, religião
ou deficiência.
indivíduos
Dados
Inferências
aparentemente
algorítmicas
neutros (“não
Cruzamento de dados sensíveis
sensíveis”)
Vias de resposta - Direito da Proteção de Dados
Redação da Lei n.º 13/2023, de 3 de abril, que altera o Código do Trabalho e legislação conexa, no âmbito da agenda do trabalho digno
Vias de resposta - Direito da Proteção de Dados
Direito à explicabilidade (art.º 13.º, n.º 2, al. f); art.º 14.º, n.º 2, al. g) e art.º 15.º, n.º 1, al. h), todos
do RGPD)
O titular de dados poderá obter informações sobre «[a] existência de decisões automatizadas,
incluindo a definição de perfis, referida no artigo 22.º, n.ºs 1 e 4, e, pelo menos nesses casos,
informações úteis relativas à lógica subjacente, bem como a importância e as consequências
previstas de tal tratamento para o titular dos dados.»
«1. O titular dos dados tem o direito de não ficar sujeito a nenhuma decisão tomada
exclusivamente com base no tratamento automatizado, incluindo a definição de perfis, que
produza efeitos na sua esfera jurídica ou que o afete significativamente de forma similar.»
Vias de resposta - Direito da Proteção de Dados
Direito a não ser sujeito a decisões automatizadas (art.º 22.º do RGPD)
Este direito parte do pressuposto de que a intervenção humana constitui uma maior garantia de
proteção dos candidatos.
Porém:
1. A epígrafe do artigo refere-se a decisões individuais. Caberão aqui as decisões tomadas em
relação a grupos que importem danos individuais significativos?
2. Qual é o alcance de “decisão tomada exclusivamente com base no tratamento automatizado”
para efeitos deste artigo? Exclui qualquer decisão em que haja a mínima intervenção
humana?
Proposta de interpretação
GT29: cabem no âmbito do art.º 22.º do RGPD as decisões
automatizadas com uma intervenção humana inexpressiva
«3. (…) responsável pelo tratamento aplica medidas adequadas para salvaguardar os direitos e
liberdades e legítimos interesses do titular dos dados, designadamente o direito de, pelo menos,
obter intervenção humana por parte do responsável, manifestar o seu ponto de vista e contestar a
decisão».
Vias de resposta - Direito da Proteção de Dados
Direito a contestar decisões algorítmicas (art.º 22.º, n.º 3 do RGPD)
À luz de uma interpretação teleológica do Direito da Proteção de Dados, este direito apenas
poderá ser exercido perante dados de entrada imprecisos ou incompletos ou em casos de
violação dos princípios de proteção de dados ou, em última análise, através da critérios
complementares de decisão impostos pela lei (v.g., o Direito Antidiscriminatório).
Vias de resposta - Direito da Proteção de Dados
Outros instrumentos de proteção contra a discriminação algorítmica
• Controlo ex ante: Avaliações de Impacto sobre a Proteção de Dados (art.º 35.º, n.º 1 do RGPD)
e a possibilidade de as autoridades de controlo poderem exercer poderes corretivos sobre os
efeitos discriminatórios detetados (art.º 58.º, n.º 2 do RGPD).