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Diário da República, 1.a série — N.

o 172 — 6 de Setembro de 2006 6551

MINISTÉRIO DO AMBIENTE, DO ORDENAMENTO Deve referir-se que, não obstante a presente alteração
DO TERRITÓRIO E DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL se restringir à matéria das acções insusceptíveis de pre-
judicar o equilíbrio ecológico, aproveita-se a oportunida-
de para actualizar remissões para legislação entretanto
Decreto-Lei n.o 180/2006
revogada e para actualizar as designações dos serviços
de 6 de Setembro com competência em matéria de Reserva Ecológica Na-
O Programa do Governo do XVII Governo Cons- cional.
titucional assumiu como tarefa fundamental na concre- Foram ouvidos os órgãos de governo próprios das
tização da política de ordenamento do território e de Regiões Autónomas, a Associação Nacional de Municí-
ambiente a revisão do regime jurídico da Reserva Eco- pios Portugueses e a Comissão Nacional da Reserva Eco-
lógica Nacional, «preservando o seu âmbito nacional lógica Nacional.
e incidindo, principalmente, nos princípios e critérios Assim:
de demarcação, modos futuros de gestão, regime de Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198º da cons-
usos e compatibilidades e integração eficaz no sistema tituição, o Governo decreta o seguinte:
nacional de áreas classificadas, permitindo que estas
reservas actuem pela positiva no ordenamento do ter-
ritório (usos recomendáveis e usos compatíveis, incen- Artigo 1.º
tivos para a gestão flexível mas coerente com o interesse Alteração ao Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de Março
nacional)».
Há já algum tempo que os vários intervenientes na Os artigos 3.º, 4.º, 5.º, 10.º, 12.º e 14.º do Decreto-Lei
delimitação e gestão da Reserva Ecológica Nacional têm n.º 93/90, de 19 de Março, com a redacção conferida pe-
sentido a necessidade de ver alterado o regime jurídico los Decretos-Leis n.os 316/90, de 13 de Outubro, 213/92,
em vigor. de 12 de Outubro, 79/95, de 20 de Abril, e 203/2002, de 1
De facto, existe um largo consenso, partilhado pelas de Outubro, passam a ter a seguinte redacção:
várias entidades com competências na matéria, pelos
municípios e pelos particulares em geral, sobre a neces- «Artigo 3.º
sidade de rever o regime da Reserva Ecológica Nacional,
Delimitação
com vista ao seu aperfeiçoamento tendo por base a ava-
liação da experiência adquirida, volvidos mais de 20 anos 1 — .............................................................................
desde a sua criação. 2 — As propostas de delimitação da REN são elabo-
Desde já, é urgente consagrar a possibilidade de via- radas pelas comissões de coordenação e desenvolvi-
bilizar usos e acções que, por reconhecidamente não
mento regional, adiante designadas por CCDR, com base
porem em causa a permanência dos recursos, valores
e processos ecológicos que a Reserva Ecológica Nacional em estudos próprios ou que lhes sejam apresentados
pretende preservar, se justificam plenamente para a por entidades públicas ou privadas.
manutenção e viabilização de actividades que podem 3 — A proposta de delimitação da REN deve ponde-
e devem existir nestas áreas. rar a necessidade de exclusão de áreas legalmente cons-
Alguns desses usos e acções têm vindo já a ser admi- truídas ou de construção já licenciada ou autorizada,
tidos através da avaliação dos pedidos de reconheci- bem como das destinadas à satisfação das carências
mento de interesse público relacionados com actividades existentes em termos de habitação, actividades econó-
localizadas em áreas afectas ao regime da Reserva Eco- micas, equipamentos e infra-estruturas.
lógica Nacional. 4 — A delimitação da REN é de realização obriga-
Assim, e sem prejuízo de uma revisão mais profunda tória.
do regime jurídico da Reserva Ecológica Nacional, que 5 — Quando esteja em causa o domínio público hí-
assegurará a sua plena operacionalidade e integração
drico, as propostas de delimitação referidas no n.º 2 são
nos instrumentos de gestão do território adoptados na
última década, considera o Governo importante iden- elaboradas em conjunto com as entidades com jurisdi-
tificar de imediato um conjunto de usos e acções que ção própria ou delegada nessa área.
podem ser admitidos, dado que não prejudicam o equi- 6 — (Anterior n.º 4.)
líbrio ecológico das áreas afectas à Reserva Ecológica 7 — As propostas de delimitação são efectuadas à
Nacional, definindo-se, para cada caso, as regras para escala de 1:25 000 ou superior e devem ser acompanha-
a sua realização. das de parecer dos municípios interessados, a solicitar
Dado que se reafirmam os objectivos fundamentais pela comissão de coordenação e desenvolvimento re-
do regime jurídico em causa, estes usos e acções não gional competente.
poderão abranger intervenções que, pela sua natureza 8 — A falta de emissão, no prazo de 30 dias, de
e dimensão, ponham em causa a manutenção dos recur- qualquer um dos pareceres referidos no número ante-
sos, valores e processos a salvaguardar. rior equivale à emissão de parecer favorável.
É ainda de referir que a manutenção e a viabilização
9 — (Anterior n.º 6.)
dos usos e acções referidos nos anexos ao presente
diploma dependem sempre da sua conformidade ou 10 — A delimitação da REN pode ocorrer juntamen-
compatibilidade, consoante os casos, com os instrumen- te com a elaboração, alteração ou revisão de plano es-
tos de gestão territorial aplicáveis, o que significa que pecial ou plano municipal de ordenamento do território,
cabe aos municípios, no âmbito do planeamento muni- sendo nesse caso praticados simultaneamente o acto de
cipal, uma responsabilidade importante na definição das aprovação da delimitação da REN e o acto de aprova-
acções insusceptíveis de prejudicar o equilíbrio ecológico ção ou ratificação do instrumento de gestão territorial
com a Reserva Ecológica Nacional. em causa.
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11 — Quando a delimitação ou alteração da REN das finanças e do ambiente e ordenamento do terri-


ocorra simultaneamente com o procedimento de elabo- tório, no segundo;
ração, alteração ou revisão de plano especial de orde- c) A realização de acções de interesse público como
namento do território ou plano director municipal, deve tal reconhecido por despacho conjunto do membro do
ser solicitado parecer à comissão mista de coordenação Governo responsável pela área do ambiente e ordena-
prevista no Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, mento do território e do membro do Governo compe-
na redacção que lhe foi dada pela Lei n.º 58/2005, de 29 tente em razão da matéria;
de Dezembro. d) As acções identificadas como isentas de autori-
12 — Quando a alteração da delimitação da REN zação ou de comunicação prévia previstas no anexo IV.
ocorra simultaneamente com a elaboração, alteração ou
revisão de plano especial ou plano municipal de orde- 4 — A susceptibilidade de viabilização das acções
namento do território, a nova delimitação determina a previstas no anexo IV depende da sua compatibilida-
publicação da carta da REN do concelho. de com as disposições aplicáveis dos vários instru-
13 — Nas situações em que a demarcação da REN, mentos de gestão territorial em vigor para a área em
constante de plano especial ou municipal de ordena- causa.
mento do território, não coincida com a delimitação da 5 — Quando a pretensão em causa esteja sujeita a
mesma Reserva operada pela resolução mencionada no avaliação de impacte ambiental, a autorização referi-
n.º 1, deve o respectivo plano ser objecto de altera- da na alínea a) do n.º 2 só pode ser concedida se tiver
ção, no prazo de 90 dias, nos termos do artigo 97.º do sido obtida declaração de impacte ambiental favorá-
Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, na redac- vel.
ção que lhe foi dada pela Lei n.º 58/2005, de 29 de De- 6 — No caso de autorização da construção de habi-
zembro. tação para agricultores, a exploração agrícola, bem como
14 — As cartas de delimitação da REN são de con- a edificação, são inalienáveis durante o prazo de 15 anos
sulta pública livre, devendo as mesmas ser disponibili- subsequentes à construção, salvo por dívidas relacio-
zadas em suporte de papel na sede da respectiva CCDR nadas com a aquisição da exploração e de que esta seja
e através da sua colocação em suporte informático no garantia, ou por dívidas fiscais.
sítio da Internet da mesma entidade. 7 — O ónus de inalienabilidade está sujeito a regis-
to e cessa ocorrendo a morte ou invalidez permanente
Artigo 4.º e absoluta do proprietário ou quando decorrido o pra-
zo de 15 anos referido no número anterior.
Regime

1 — Nas áreas incluídas na REN são proibidas as Artigo 5.º


acções de iniciativa pública ou privada que se tradu- Domínio público hídrico
zam em operações de loteamento, obras de urbanização,
construção e ou ampliação, obras hidráulicas, vias de Sem prejuízo das competências que caibam às enti-
comunicação, aterros, escavações e destruição do co- dades da Administração Pública em matéria de defesa
berto vegetal. das margens do domínio público hídrico, o licenciamen-
2 — Exceptuam-se do disposto no número anterior as to, por parte dessas entidades, das acções referidas no
acções insusceptíveis de prejudicar o equilíbrio ecoló- n.º 1 do artigo 4.º em áreas integradas na REN fica su-
gico nas áreas integradas na REN identificadas no ane- jeito ao regime previsto nesse artigo.
xo IV do presente diploma, e que dele faz parte integran-
Artigo 10.º
te, nos termos previstos no anexo V do presente
diploma e que dele também faz parte integrante, e su- Demarcação obrigatória
jeitas às seguintes condições: As áreas integradas na REN são especificamente
a) Autorização da comissão de coordenação e de- demarcadas em todos os instrumentos de gestão terri-
senvolvimento regional competente, nos casos previs- torial que definam ou determinem a ocupação física do
tos no anexo IV; solo, designadamente planos especiais e planos muni-
b) Comunicação prévia à comissão de coordenação cipais de ordenamento do território.
e desenvolvimento regional competente, nos casos pre-
vistos no anexo IV. Artigo 12.º
Contra-ordenações
3 — Exceptuam-se, ainda, do disposto no n.º 1 do
presente artigo: 1 — Constitui contra-ordenação, punível com coima
de € 250 a € 3740, a realização, em solos da REN, de
a) A realização de acções já previstas ou autoriza- operações de loteamento, obras de urbanização, cons-
das à data da entrada em vigor da resolução do Con- trução e ou ampliação, obras hidráulicas, vias de co-
selho de Ministros prevista no n.º 1 do artigo anterior; municação, aterros, escavações e destruição do cober-
b) As instalações de interesse para a defesa nacio- to vegetal em violação do presente diploma.
nal ou destinadas a estabelecimentos prisionais, 2 — No caso de a responsabilidade pela contra-
como tal reconhecidas por despacho conjunto dos -ordenação pertencer a uma pessoa colectiva, o valor
membros do Governo responsáveis pelas áreas da de- máximo da coima eleva-se a € 30 000.
fesa nacional, das finanças e do ambiente e ordena- 3 — Em função da natureza e gravidade da infracção
mento do território, no primeiro caso, e da justiça, e da culpa do agente, podem ser aplicadas, simultanea-
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mente com a coima, e nos termos do disposto no regi- da recepção dos elementos solicitados para sanar even-
me geral do ilícito de mera ordenação social, as seguin- tuais omissões de instrução, promover a consulta da
tes sanções acessórias: CCDR para emissão de autorização da ocupação de
áreas integradas na REN, nos termos da alínea a) do
a) Perda de objectos pertencentes ao agente; n.º 2 do artigo anterior.
b) Interdição do exercício de profissões ou activida- 3 — O interessado pode solicitar previamente a au-
des cujo exercício dependa de autorização de autorida- torização da CCDR, caso em que não há lugar a novo
de pública; procedimento de autorização desde que, até à data da
c) Privação do direito a subsídio ou benefício outor- apresentação do pedido à entidade licenciadora, não
gado por entidades ou serviços públicos; haja decorrido mais de um ano sobre a emissão da
d) Privação do direito de participar em concursos autorização e não se tenha verificado a alteração dos
públicos que tenham por objecto o fornecimento de pressupostos de facto ou de direito em que a mesma
bens ou serviços, a concessão de serviços públicos ou se baseou.
a atribuição de licenças e alvarás; 4 — O previsto no número anterior não se aplica
e) Encerramento de estabelecimento cujo funciona- quando o procedimento de licenciamento seja dirigido
mento esteja sujeito a autorização ou licença de autori- por uma entidade coordenadora ao abrigo de legislação
dade pública; sectorial.
f ) A apreensão de maquinaria, equipamentos ou ou- 5 — Nos procedimentos iniciados ao abrigo da alí-
tros meios utilizados na prática da infracção; nea a) do n.º 2 do artigo anterior e no prazo máximo de
g) Obrigação de reposição da situação no estado 10 dias a contar da data da recepção do processo, a
anterior ao momento da prática da infracção. CCDR solicita os elementos exigidos nos termos do
presente decreto-lei, podendo ainda solicitar ao reque-
4 — A tentativa e a negligência são puníveis nos rente ou ao organismo competente em razão da maté-
termos gerais, sendo os montantes máximos e mínimos ria, sempre que tal se mostre necessário e por uma única
das coimas previstas nos n.os 1 e 2 reduzidos a metade. vez, os elementos adicionais relevantes para a decisão,
suspendendo-se, em qualquer dos casos, o prazo pre-
Artigo 14.º visto no n.º 8 do presente artigo.
6 — Reunidas as condições para autorização, a CCDR
Embargos e demolições pode estabelecer condicionamentos de ordem ambien-
1 — ............................................................................. tal e paisagística à realização das obras.
2 — ............................................................................. 7 — Nos casos em que a CCDR autorize uma preten-
3 — Decorridos os prazos referidos no número ante- são ao abrigo de legislação especial deve nesse acto
rior sem que a intimação se mostre cumprida, procede- pronunciar-se sobre a possibilidade de afectação das
-se à demolição ou reposição nos termos do n.º 1, por áreas integradas na REN, nos termos do presente di-
conta do proprietário, sendo as despesas cobradas ploma.
8 — A falta de decisão final quanto ao pedido de
coercivamente através do processo de execução fiscal,
autorização no prazo de 45 dias equivale à emissão de
servindo de título executivo a certidão extraída de livros
decisão favorável.
ou documentos de onde conste a importância e os
9 — A autorização referida na alínea a) do n.º 2 do
demais requisitos exigidos no artigo 163.º do Código de
artigo anterior vigora enquanto se mantiver válida a
Procedimento e Processo Tributário.» autorização ou licença da ocupação para a qual foi
emitida.
Artigo 2.º 10 — No prazo de 20 dias contado a partir da data
Aditamento ao Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de Março da apresentação da comunicação prévia prevista na alí-
nea b) do n.º 2 do artigo anterior e respectivos elemen-
1 — São aditados o artigo 4.º-A e o artigo 16.º-A ao
tos instrutórios, a CCDR pode determinar a sujeição da
Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de Março, com as altera-
ções introduzidas pelos Decretos-Leis n.os 316/90, de 13 acção a autorização, quando se verifique que a mesma
de Outubro, 213/92, de 12 de Outubro, 79/95, de 20 de é exigível de acordo com o anexo IV do presente decreto-
Abril, e 203/2002, de 1 de Outubro, com a seguinte re- -lei.
dacção: 11 — Nos procedimentos iniciados ao abrigo da alí-
nea b) do n.º 2 do artigo anterior, as obras podem
«Artigo 4.º-A realizar-se decorrido o prazo de 30 dias sobre a apre-
sentação da comunicação prévia à CCDR.
Procedimento

1 — Os elementos que instruem os pedidos de auto- Artigo 16.º-A


rização e de comunicação prévia, nos termos das alí- Taxa de apreciação
neas a) e b) do n.º 2 do artigo anterior, são definidos
por portaria do membro do Governo responsável pela A apreciação dos pedidos de autorização previstos
área do ambiente e ordenamento do território. na alínea a) do n.º 2 do artigo 4.º-A está sujeita ao pa-
2 — Compete à entidade responsável pelo licencia- gamento prévio de taxas, cujo valor é definido em por-
mento, autorização ou aprovação da obra, no prazo de taria do membro do Governo responsável pela área do
10 dias a contar da recepção do requerimento inicial ou ambiente e ordenamento do território.»
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2 — São aditados os anexos IV e V ao Decreto-Lei bro, 213/92, de 12 de Outubro, 79/95, de 20 de Abril,


n.º 93/90, de 19 de Março, com as alterações introdu- e 203/2002, de 1 de Outubro, com a seguinte redac-
zidas pelos Decretos-Leis n. os 316/90, de 13 de Outu- ção:
«ANEXO IV

Acções insusceptíveis de prejudicar o equilíbrio ecológico das áreas integradas na Reserva Ecológica Nacional
ALBUFEIRAS
ZONAS
ÁREAS FAIXA DE LEITOS COSTEIRAS
ACÇÕES INSUSCEPTIVEIS DE PREJUDICAR O EQUILÍBRIO ÁREAS DE COM ZONAS PROTECÇÃO DOS (excepto praias,
ECOLÓGICO DAS ÁREAS INTEGRADAS NA REN CABECEIRAS DAS MÁXIMA RISCOS AMEAÇADAS PLANO CURSOS zonas húmidas,
NOS TERMOS REFERIDOS NO ANEXO V LINHAS DE ÁGUA INFILTRAÇÃO DE PELAS CHEIAS DE Nível DE arribas ou falésias
EROSÃO ÁGUA pleno de e respectiva faixa de
armaze- >50 m ÁGUA protecção
namento e duna primária)
50 m
I – SECTOR AGRÍCOLA
a) Apoios agrícolas afectos exclusivamente à exploração
agrícola e instalações para transformação de produtos (*)
exclusivamente da exploração ou de carácter artesanal
directamente afectos à exploração agrícola (nomeadamente,
armazéns para alfaias, máquinas agrícolas e produtos
agrícolas, cubas, silos, secadores, câmaras de refrigeração,
estábulos, salas de ordenha e queijarias).
b) Habitação para fixação em regime de residência própria
e permanente dos agricultores.
c) Estufas para produção agrícola, em estrutura ligeira.
d) Agricultura em masseiras (exclusivamente na área de
actuação da Direcção Regional de Entre Douro e Minho).
e) Acções nas regiões delimitadas de interesse vitivinícola, (*)
frutícola e olivícola.
f) Plantação de olivais, vinhas, pomares e instalação de (*)
prados, sem alteração da topografia e sem adaptação do
terreno às culturas
g) Pequenas estruturas e infra-estruturas de rega e órgãos
associado, de apoio à exploração agrícola (sem utilização (*)
de efluentes).
Instalação de tanques, estações de filtragem, condutas,
canais, incluindo levadas, e cabinas para motores de rega,
para beneficiação da exploração, com área superior a 4m2
e não podendo exceder 10 m2.
h) Cabinas para motores de rega com área inferior a 4m2.
i) Abertura de caminhos de apoio ao sector agrícola. (*) (*) (*)
j) Construção de pequenos açudes e charcas de apoio à (*)
exploração agrícola, com capacidade máxima de 15.000m3
II – SECTOR FLORESTAL
a) Pequenas charcas para fins de defesa da floresta e
combate a incêndios com capacidade máxima de 2.000 m3.
b) Charcas para fins de defesa da floresta e combate a
incêndios, com capacidade máxima de 2.000 a 15.000 m3.
c) Postos de vigia de apoio à vigilância e combate a
incêndios de iniciativa de entidades públicas ou privadas.
d) Acções inerentes à condução da exploração florestal.
III – AQUICULTURA MARINHA
a) Novos estabelecimentos de culturas marinhas, em (a)
estruturas flutuantes.
b) Novos estabelecimentos de culturas marinhas (b)
(*)
c) Recuperação, manutenção e ampliação de
estabelecimentos de culturas marinhas existentes, incluindo (a)
estruturas de apoio à exploração de actividade.
d) Reconversão de salinas em estabelecimentos de culturas (a)
marinhas, incluindo estruturas de apoio à exploração de
actividade.
IV – PROSPECÇÃO E PESQUISA GEOLÓGICA
a) Abertura de sanjas, com extensão superior a 30 m ou
profundidade superior a 6m e largura da base superior a
1m.
b) Abertura de sanjas, de dimensão inferior a 30 m,
profundidade inferior a 6 m e largura da base inferior a 1m.
c) Sondagens mecânicas e outras acções de prospecção e
pesquisa geológica de âmbito localizado.
V – EXPLORAÇÃO DE RECURSOS GEOLÓGICOS
a) Novas explorações. (*) (*)
b) Ampliação de explorações existentes. (*)
c) Anexos de exploração exteriores à área de (*)
exploração.Equipamentos de britagem, crivagens, moagem,
lavagem de inertes e outros de tratamento primário
directamente afectos à exploração.
d) Ampliação de estabelecimentos industriais de
engarrafamento, desde que associadas a águas minerais
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ALBUFEIRAS
ZONAS
ÁREAS FAIXA DE LEITOS COSTEIRAS
ACÇÕES INSUSCEPTIVEIS DE PREJUDICAR O EQUILÍBRIO ÁREAS DE COM ZONAS PROTECÇÃO DOS (excepto praias,
ECOLÓGICO DAS ÁREAS INTEGRADAS NA REN CABECEIRAS DAS MÁXIMA RISCOS AMEAÇADAS PLANO CURSOS zonas húmidas,
NOS TERMOS REFERIDOS NO ANEXO V LINHAS DE ÁGUA INFILTRAÇÃO DE PELAS CHEIAS DE Nível DE arribas ou falésias
EROSÃO ÁGUA pleno de e respectiva faixa de
armaze- >50 m ÁGUA protecção
namento e duna primária)
50 m
naturais e de nascente.
e) Ampliação de balneários termais.
f) Abertura de caminhos de apoio ao sector. (*)
VI – INDÚSTRIA TRANSFORMADORA
Alterações e/ou ampliações de estabelecimentos industriais.
VII – TURISMO
a) Ampliação de estruturas afectas ou a afectar a (*)
agroturismo, turismo rural, turismo de habitação, turismo
de aldeia e casas de campo.
b) Apoios às zonas de recreio balnear e à actividade náutica
de recreio, bem como infra-estruturas de apoio, em zonas
fluviais.
c) Estruturas flutuantes de apoio à actividade e à náutica de
recreio, em zonas fluviais.
d) Equipamentos e apoios de praia costeira, bem como (c)
infra-estruturas de apoio à utilização das praias.
VIII – RECREIO E LAZER
a) Espaços verdes equipados de utilização colectiva. (*) (*)
b) Abertura de trilhos e caminhos pedonais/cicláveis (*)
destinados à educação e interpretação ambiental e de
descoberta da natureza, incluindo pequenas infraestruturas
de apoio.
IX – INSTALAÇÕES MILITARES
Espaços não construídos.
X - INFRA-ESTRUTURAS DE SANEAMENTO BÁSICO
Todas as infra-estruturas de saneamento básico, incluindo (*) (*) (*) (*)
ETAR
XI – BENEFICIAÇÃO DE VIAS RODOVIÁRIAS E FERROVIÁRIAS E DE CAMINHOS MUNICIPAIS EXISTENTES
a) Pequenas beneficiações de vias (*)
b) Alargamento de plataformas e pequenas correcções de (*)
traçado existente.
c) Construção de restabelecimentos para supressão de (*)
passagens de nível
d) Construção de subestações de tracção para reforço da
alimentação em linhas electrificadas existentes.
XII – BENEFICIAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS PORTUÁRIAS EXISTENTES
Beneficiação de infra-estruturas portuárias já existentes e (a)
acessibilidades marítimas.
XIII – PRODUÇÃO DE ELECTRICIDADE A PARTIR DE FONTES DE ENERGIA RENOVÁVEIS
Produção de electricidade a partir de fontes de energia (*) (*)
renováveis.
XIV – ACÇÕES DE PRESERVAÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS
Desassoreamento, estabilização de taludes e de áreas com (*) (*)
risco de erosão, nomeadamente muros de suporte, e obras
de correcção torrencial.
XV – REDES ELÉCTRICAS AÉREAS E ANTENAS DE
RÁDIO E TELEDIFUSÃO
XVI – REDES SUBTERRÂNEAS ELÉCTRICAS E DE (*)
TELECOMUNICAÇÕES E CONDUTAS DE GÁS. (*) (*)
XVII – VEDAÇÕES E MUROS DE SUPORTE DE TERRAS
a) Vedação em sebe viva ou postes de madeira e fiadas de (*)
arame ou rede e muros de pedra seca.
b) Muros de suporte de terras desde que apenas ao limite da (*)
cota do terreno, ou até mais 0,20 m acima deste, desde que
em pedra seca com enrocamento em terra e sem vedação.
XVIII – PEQUENAS PONTES, PONTÕES E OBRAS (*) (*)
HIDRÁULICAS
XIX – AMPLIAÇÃO DE OUTRAS EDIFICAÇÕES EXISTENTES
Ampliação de edificações existentes destinadas a habitação
e outras não abrangidas pelos números anteriores, (*)
nomeadamente empreendimentos turísticos, hotéis rurais,
equipamentos de utilização colectiva, etc..
(*) Sujeito aos condicionalismos específicos referidos no anexo V.
(a) Incluindo as zonas húmidas
(b) Incluindo zonas húmidas e arribas ou falésias e respectiva faixa de protecção.
(c) Toda a zona costeira
Legenda:
Áreas de REN onde a realização das acções está sujeita a autorização da CCDR competente.
Áreas de REN onde os usos e acções estão sujeitos a comunicação prévia à CCDR competente.
Áreas de REN onde as acções referidas estão isentas de autorização ou comunicação prévia.
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ANEXO V O requerente exerça a título principal a actividade de


Requisitos a observar para viabilização das acções in- agricultor e disponha de capacidade profissional ade-
susceptíveis de prejudicar o equilíbrio ecológico quada, nos termos do programa AGRO e medida
das áreas integradas na Reserva Ecológica Nacional AGRIS;
identificadas no anexo IV. Não tenha sido autorizada, nos últimos 10 anos, a
I — Sector agrícola realização de uma construção deste tipo por requerente
e por exploração agrícola;
a) Apoios agrícolas afectos exclusivamente à explo- Área máxima de implantação e impermeabilização do
ração agrícola e instalações para transformação de pro- solo — 250 m2;
dutos exclusivamente da exploração ou de carácter ar- Área mínima do prédio (unidade matricial) onde se
tesanal directamente afectos à exploração agrícola pretende instalar a habitação — pelo menos o dobro da
(nomeadamente, armazéns para alfaias, máquinas agrí- unidade mínima de cultura definida nos termos da le-
colas e produtos agrícolas, cubas, silos, secadores, gislação aplicável para os terrenos de sequeiro e de
câmaras de refrigeração, estábulos, salas de ordenha e arvenses de regadio;
queijarias). — A pretensão pode ser autorizada desde Tenha sido obtida prévia autorização da Comissão
que cumpra, cumulativamente, os seguintes requisitos: Regional da Reserva Agrícola para ocupação não agrí-
cola desses solos quando a pretensão se situar em
Não existam alternativas de localização viáveis em solos de Reserva Agrícola Nacional.
áreas não integradas na Reserva Ecológica Nacional,
devendo a CCDR solicitar à direcção regional de agri- A autorização da pretensão determina a interdição
cultura declaração que, tendo em conta os prédios rús- de ampliação nos 10 anos subsequentes, findos os
ticos e urbanos que o requerente possui em seu nome quais se aplica o regime previsto no n.º XVIII do pre-
e a actividade agrícola desenvolvida, ateste a indispen- sente anexo.
sabilidade daquela localização para a racionalidade do c) Estufas para produção agrícola, em estrutura ligei-
plano de exploração agrícola; ra. — A pretensão pode ser autorizada desde que cum-
Seja justificada por razões de necessidade decorren- pra cumulativamente os seguintes requisitos:
tes da actividade agrícola desenvolvida;
A área total de implantação de edificações e respec- Seja justificada a necessidade da exploração;
Não sejam realizadas obras de edificação e não haja
tivas ampliações e impermeabilizações não exceda 750 m2
lugar à impermeabilização do solo;
e 1 % da área da exploração agrícola;
Cumpra o Código de Boas Práticas Agrícolas, as
A área de exploração seja superior à unidade mínima
normas decorrentes da aplicação do princípio da con-
de cultura definida nos termos da legislação aplicável; dicionalidade e outra legislação aplicável;
O apoio agrícola se situe junto do assento de lavoura Seja imposta a obrigatoriedade de reposição do ter-
preexistente, salvo casos devidamente justificados; reno no seu estado originário depois de abandonada a
Quando a pretensão se situar em solos de Reserva estufa, bem como da eliminação de resíduos,
Agrícola Nacional, tenha sido obtida previamente auto- considerando-se abandonada 12 meses após a última
rização da Comissão Regional da Reserva Agrícola para colheita.
ocupação não agrícola desses solos.
Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias só são admitidos
d) Agricultura em masseiras (acções inerentes ao cul-
em áreas devidamente identificadas pelas entidades competen- tivo em masseiras, incluindo as acções de manutenção
tes, e apenas nos casos em que toda a exploração se encontre das existentes que impliquem a movimentação de solos
em zona ameaçada pelas cheias, como é o caso particular da para adaptação dos terrenos, abertura de poços, dre-
Lezíria do Tejo, devendo ser garantida a normal circulação das nos e acessos, apenas na área de actuação da Direc-
águas, caso em que a construção pode ser sobrelevada ou assen- ção Regional de Entre Douro e Minho). — A pretensão
te em pilaretes e preferencialmente de carácter precário.
pode ser autorizada desde que cumpra cumulativamen-
te os seguintes requisitos:
b) Habitação para fixação em regime de residência
própria e permanente dos agricultores. — A pretensão Estar prevista e regulamentada nos instrumentos de
pode ser autorizada desde que cumpra cumulativamen- gestão territorial;
te os seguintes requisitos: As áreas onde esta actividade é permitida deverão
ser delimitadas e ordenadas, de acordo com a sua ca-
Não existam alternativas de localização, a comprovar pacidade de utilização, pela direcção regional de agri-
através de certidão da conservatória do registo predial cultura e contempladas nos planos especiais e munici-
e de parcelário, a solicitar pela CCDR competente para pais de ordenamento do território;
a decisão do pedido, com a descrição dos prédios rús- A movimentação de solos para adaptação dos terre-
ticos e urbanos que o requerente possui em seu nome; nos não implique alterações significativas da topogra-
Esteja prevista e regulamentada em plano municipal fia do terreno;
de ordenamento do território; Largura máxima dos acessos — 4 m, observadas as
Seja justificada por razões de necessidade decorren- condições da alínea i);
tes da actividade agrícola desenvolvida; As areias resultantes do movimento de terras não
A pretensão esteja integrada e sirva exploração eco- terem outra finalidade que não seja ligada à própria
nomicamente viável, comprovada por declaração passa- exploração, sendo proibida a sua comercialização;
da pela direcção regional de agricultura a pedido da Seja solicitado parecer à Direcção Regional de Agri-
CCDR competente; cultura de Entre Douro e Minho pela CCDR competente.
Diário da República, 1.a série — N.o 172 — 6 de Setembro de 2006 6557

e) Acções nas regiões delimitadas de interesse viti- Largura máxima da plataforma, incluindo berma e dre-
vinícola, frutícola e olivícola (pelo seu interesse cultu- nagem — 5 m;
ral e económico, são admitidas acções relacionadas com Utilize pavimento permeável ou semipermeável;
a actividade vitivinícola olivícola e frutícola, nomeada- O traçado seja adaptado à topografia do terreno, não
mente a alteração da topografia e a construção de mu- podendo implicar operações de aterro ou escavação de
ros e patamares para adaptação dos terrenos às cultu- dimensão relevante;
ras, bem como a abertura de acessos). — A pretensão Seja respeitada a drenagem natural do terreno.
pode ser autorizada desde que cumpra cumulativamen-
te os seguintes requisitos: Notas
Seja justificada a necessidade das acções para a ex- Nas zonas ameaçadas pelas cheias não podem constituir ou
ploração; conter elementos que funcionem como obstáculo à livre circu-
Seja garantida a não afectação dos leitos dos cur- lação das águas.
Na faixa de protecção a albufeiras a pretensão apenas pode
sos de água; ser autorizada nas situações de recuperação da rede de acessibi-
Seja garantido que as acções a desenvolver não lidades existente que tenha sido destruída com a criação da al-
contribuem para o aumento da erosão dos solos, nem bufeira ou quando enquadrada em plano de ordenamento de al-
para a perda de solo; bufeira de águas públicas.
Seja solicitado parecer ao organismo competente do
Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e j) Construção de pequenos açudes e charcas de apoio
das Pescas pela CCDR competente. à exploração agrícola, com capacidade máxima de
15 000 m3. — A pretensão pode ser autorizada desde que
Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias só podem ser au- cumpra cumulativamente os seguintes requisitos:
torizadas se não constituírem ou contiverem elementos que fun-
cionem como obstáculo à livre circulação das águas. Seja justificada por razões de necessidade decorren-
tes da actividade agrícola desenvolvida;
f) Plantação de olivais, vinhas, pomares e instalação As charcas não estabeleçam ligação com as linhas
de prados, sem alteração da topografia e sem adapta- de água, com excepção de eventual encaminhamento de
ção do terreno às culturas. — A pretensão deve cum- excedentes através de descarregador para uma linha de
prir cumulativamente os seguintes requisitos: água próxima;
Garantia de não afectação dos leitos dos cursos de água; Seja solicitado parecer ao organismo competente do
Garantia de que as acções a desenvolver não contri- Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e
buem para o aumento da erosão dos solos, nem para a das Pescas pela CCDR competente.
perda de solo.
Nota. — Nos leitos dos cursos de água só são admitidos açu-
Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias não podem cons- des.
tituir ou conter elementos que funcionem como obstáculo à li-
vre circulação das águas. II — Sector florestal

g) Pequenas estruturas e infra-estruturas de rega e a) Pequenas charcas para fins de defesa da floresta
órgãos associados de apoio à exploração agrícola (sem e combate a incêndios com capacidade máxima de
utilização de efluentes) (instalação de tanques, estações 2000 m3. — A pretensão deve cumprir cumulativamente
de filtragem, condutas, canais, incluindo levadas, e ca- os seguintes requisitos:
binas para motores de rega, para beneficiação da explo- Ser justificada por razões de necessidade decorren-
ração, com área superior a 4 m2 e não podendo exceder tes da actividade desenvolvida;
10 m2). — A pretensão pode ser autorizada desde que As charcas não devem estabelecer ligação com as
cumpra cumulativamente os seguintes requisitos: linhas de água, com excepção de eventual encaminha-
Não existam alternativas de localização viável em mento de excedentes através de descarregador para uma
áreas não integradas na Reserva Ecológica Nacional; linha de água próxima;
Seja justificada por razões de necessidade decorren- Nos casos em que a pretensão está sujeita a autori-
tes da actividade agrícola desenvolvida; zação da CCDR, deve esta entidade solicitar parecer ao
Seja obtida prévia autorização da Comissão Regio- organismo competente do Ministério da Agricultura, do
nal da Reserva Agrícola para ocupação não agrícola Desenvolvimento Rural e das Pescas, desde que a exe-
desses solos quando a pretensão se situar em solos de cução de charcas não esteja prevista em plano de de-
Reserva Agrícola Nacional. fesa da floresta.

Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias não é autorizada b) Charcas para fins de defesa da floresta e combate
a instalação de tanques e estações de filtragem. As restantes a incêndios, com capacidade máxima de 2000 m3 a
infra-estruturas só podem ser autorizadas se não constituírem
ou contiverem elementos que funcionem como obstáculo à li-
15 000 m3. — A pretensão pode ser autorizada desde que
vre circulação das águas. cumpra cumulativamente os seguintes requisitos:
Seja justificada por razões de necessidade decorren-
i) Abertura de caminhos de apoio ao sector agríco-
tes da actividade desenvolvida;
la. — A pretensão pode ser autorizada desde que cum-
As charcas não estabeleçam ligação com as linhas
pra cumulativamente os seguintes requisitos:
de água, com excepção de eventual encaminhamento de
Seja justificada por razões de necessidade decorren- excedentes através de descarregador para uma linha de
tes da actividade agrícola desenvolvida; água próxima;
6558 Diário da República, 1.a série — N.o 172 — 6 de Setembro de 2006

Seja solicitado parecer ao organismo competente do área máxima de 80 m2, que inclui, nomeadamente, casa
Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e do guarda, armazém de rações e equipamentos necessá-
das Pescas pela CCDR competente para a decisão do rios à actividade;
pedido, desde que a execução de charcas não esteja pre- Concluídas as obras o titular da licença deve remo-
vista em plano de defesa da floresta. ver o entulho e materiais sobrantes para aterro licen-
ciado;
c) Acções inerentes à condução da exploração flo- Demonstração da não afectação das áreas de REN e
restal. — Apenas as que sejam autorizadas pela Direc- dos valores naturais, em especial os inscritos nas áre-
ção-Geral dos Recursos Florestais ou resultem de pla- as classificadas ao abrigo da Rede Natura, bem como
nos de gestão florestal aprovados. da avaliação do seu enquadramento ambiental e paisa-
gístico e das condições de instalação e funcionamento,
III — Aquicultura marinha aspectos que devem ser contemplados no projecto de
instalação a apresentar;
a) Novos estabelecimentos de culturas marinhas (ape- Quando localizados em áreas classificadas ao abrigo
nas os que se desenvolvam com base em estruturas da Rede Natura, seja obtido previamente parecer favo-
flutuantes, com sistema de fixação ao fundo, sem que rável do Instituto da Conservação da Natureza, no cum-
se verifiquem alterações físicas do meio oceânico). — A primento da legislação em vigor;
pretensão pode ser autorizada desde que cumpra cu- Parecer prévio favorável da Direcção-Geral das Pes-
mulativamente os seguintes requisitos: cas e Aquicultura.
Avaliação das alterações a introduzir na área de REN,
do seu enquadramento ambiental e paisagístico, das d) Reconversão de salinas em estabelecimentos de
condições de instalação e funcionamento, aspectos a culturas marinhas, incluindo estruturas de apoio à ex-
considerar no projecto a apresentar; ploração de actividade. — A pretensão pode ser auto-
Parecer prévio favorável da Direcção-Geral das Pes- rizada desde que cumpra cumulativamente os seguin-
cas e Aquicultura. tes requisitos:
Seja adoptado regime de cultura extensivo e semi-
b) Novos estabelecimentos de culturas marinhas. — A -intensivo;
pretensão pode ser autorizada desde que cumpra cu- Sejam utilizadas prioritariamente as lamas provenien-
mulativamente os seguintes requisitos: tes do interior do pejo da marinha, e caso não sejam
Avaliação das alterações a introduzir na área de REN, suficientes, seja utilizada terra com as mesmas caracte-
do seu enquadramento ambiental e paisagístico, das rísticas;
condições de instalação e funcionamento, aspectos que Sejam reduzidas ao mínimo as áreas artificializadas,
devem ser contemplados no projecto de instalação a nomeadamente largura das vias de acesso e dos diques,
apresentar; devendo os taludes e cômoros ser revestidos com ve-
Parecer prévio favorável da Direcção-Geral das Pes- getação própria da área;
cas e Aquicultura. Para estabilização dos muros e zonas das comportas
e redução do impacte visual, devem ser semeados/plan-
Nota. — Nas zonas costeiras identificadas no anexo IV só pode tados prados compostos exclusivamente por espécies
ser autorizada a localização da tubagem de captação de água. autóctones existentes na zona;
Esta autorização depende da demonstração da imprescindibilida-
de da mesma e da verificação de que a sua execução e implan- Sejam aproveitados caminhos existentes, só sendo
tação não têm impactes negativos sobre a respectiva área, no- permitida a abertura de novos caminhos a título excep-
meadamente não constituindo factor de instabilidade ou de cional desde que devidamente justificada, não poden-
degradação da área de REN e ou da faixa de terreno atravessada. do os mesmos ser impermeabilizados;
Os trabalhos com retroescavadoras sejam limitados
c) Recuperação, manutenção e ampliação de estabe- à retirada de lamas do pejo para a construção dos muros
lecimentos de culturas marinhas existentes, incluindo e rombos das culturas marinhas ou para consolidação
estruturas de apoio à exploração da actividade. — A dos caminhos;
pretensão pode ser autorizada desde que cumpra cu- O fornecimento de energia eléctrica só é admissível
mulativamente os seguintes requisitos: por cabos subterrâneos;
Seja justificada por razões de necessidade decorren- As instalações de apoio à actividade deverão ser
te do uso e actividade existentes; prioritariamente estruturas leves do tipo amovível, so-
Sejam reduzidas ao mínimo as áreas artificializadas, breelevadas sobre estacaria quando justificável, com
devendo os taludes e cômoros ser revestidos com ve- área máxima de 80 m2, que inclui, nomeadamente, casa
getação própria da área; do guarda, armazém de rações e equipamentos neces-
Sejam aproveitados caminhos existentes, só sendo sários à actividade;
permitida a abertura de novos caminhos a título excep- Concluídas as obras, o titular da licença deve remo-
cional e desde que devidamente justificado, não poden- ver o entulho e materiais sobrantes para aterro licen-
do os mesmos ser impermeabilizados; ciado;
O fornecimento de energia eléctrica só será admissí- Demonstração da não afectação das áreas de REN e
vel por cabos subterrâneos; dos valores naturais, em especial dos inscritos nas áre-
As instalações de apoio à actividade devem ser prio- as classificadas ao abrigo da Rede Natura, bem como
ritariamente estruturas leves do tipo amovível, so- da avaliação do seu enquadramento ambiental e paisa-
breelevadas sobre estacaria quando justificável, com gístico e das condições de instalação e funcionamento,
Diário da República, 1.a série — N.o 172 — 6 de Setembro de 2006 6559

aspectos que devem ser contemplados no projecto de exploração e pós-exploração, preferencialmente a recu-
instalação a apresentar; peração de outras pedreiras ambientalmente degradadas;
Quando localizados em áreas classificadas ao abrigo Seja reconhecida, pela autarquia, como revestindo
da Rede Natura seja obtido previamente parecer favo- interesse público municipal.
rável do Instituto da Conservação da Natureza, no cum-
primento da legislação em vigor; No caso de exploração de massas minerais — pedrei-
Parecer prévio favorável da Direcção-Geral das Pes- ras — a autorização só pode ocorrer no âmbito da emis-
cas e Aquicultura. são de parecer relativo ao plano de pedreira.
IV — Prospecção e pesquisa geológica e hidrogeológica Notas

a) Abertura de sanjas, com extensão superior a 30 m A localização em zonas ameaçadas pelas cheias só pode ser
ou profundidade superior a 6 m e largura da base su- autorizada se ficar comprovado não existir localização alterna-
tiva fora destas áreas e se não constituírem ou contiverem ele-
perior a 1 m. — A pretensão pode ser autorizada desde mentos que funcionem como obstáculo à livre circulação das
que cumpra cumulativamente os seguintes requisitos: águas, não sendo admitida alteração de cotas do terreno natu-
ral.
Seja justificada a necessidade da acção; Nos leitos dos cursos de água admite-se a possibilidade de
Sejam estabelecidas medidas de minimização das dis- ocorrer a mobilização e extracção de inertes, desde que previs-
funções ambientais; tas em planos específicos de gestão de extracção de inertes em
Sejam repostas as camadas de solo de acordo com domínio hídrico e desde que a intervenção se destine a melho-
rar as condições de funcionamento do curso de água ou se en-
o perfil preexistente. quadre na implementação de uma utilização do domínio hídrico.

b) Abertura de sanjas, de dimensão inferior a 30 m, b) Ampliação de explorações existentes. — A preten-


profundidade inferior a 6 m e largura da base inferior a são pode ser autorizada desde que cumpra cumulativa-
1 m. — A pretensão pode ser autorizada desde que mente os seguintes requisitos:
cumpra cumulativamente os seguintes requisitos:
Estar prevista e regulamentada em plano municipal
Seja justificada a necessidade da acção; de ordenamento do território;
Sejam estabelecidas medidas de minimização das dis- Seja justificada por razões de necessidade decorren-
funções ambientais; tes do uso existente;
Sejam repostas as camadas de solo de acordo com No caso da exploração não ser sujeita a procedimento
o perfil preexistente. de avaliação de impacte ambiental, nos termos da le-
gislação aplicável, deve o projecto ser acompanhado de
c) Sondagens mecânicas e outras acções de prospec- estudo de incidências ambientais, cujo conteúdo será
ção e pesquisa geológica e hidrogeológica de âmbito definido por despacho conjunto dos membros do Go-
localizado. — A pretensão pode ser autorizada desde verno responsáveis pelas áreas do ambiente e da eco-
que cumpra cumulativamente os seguintes requisitos: nomia;
Seja justificada a necessidade da acção; No âmbito da avaliação de impacte ambiental ou de
Seja assegurada a minimização dos principais riscos incidências ambientais, deverão ser apresentadas medi-
de erosão e deslizamento, bem como de contaminação das de compensação ambiental a executar nas fases de
de solos e sistemas hídricos; exploração e pós-exploração;
Sejam repostas as camadas de solo de acordo com Seja reconhecida, pela autarquia, como revestindo
o perfil preexistente. interesse público municipal.

V — Exploração de recursos geológicos No caso de exploração de massas minerais — pedrei-


ras — a autorização só pode ocorrer no âmbito da emis-
a) Novas explorações. — A pretensão pode ser au- são de parecer relativo ao plano de pedreira.
torizada desde que cumpra cumulativamente os seguin-
tes requisitos: Nota. — A localização em zonas ameaçadas pelas cheias só
pode ser autorizada se ficar comprovado não existir localização
Estar prevista e regulamentada em plano municipal alternativa fora destas áreas e se não constituírem ou contive-
de ordenamento do território; rem elementos que funcionem como obstáculo à livre circula-
Seja comprovada a inexistência de alternativas de ção das águas, não sendo admitida alteração das cotas do terre-
no natural.
localização viável em áreas não integradas na Reserva
Ecológica Nacional;
c) Anexos de exploração exteriores à área de explo-
Seja justificada a necessidade da exploração;
ração (equipamentos de britagem, crivagens, moagem,
No caso da exploração não ser sujeita a procedimento
lavagem de inertes e outros de tratamento primário di-
de avaliação de impacte ambiental, nos termos da le-
rectamente afectos à exploração). — A pretensão pode
gislação aplicável, deve o projecto ser acompanhado de
ser autorizada desde que cumpra cumulativamente os
estudo de incidências ambientais, cujo conteúdo será
seguintes requisitos:
definido por despacho conjunto dos membros do Go-
verno responsáveis pelas áreas do ambiente e da eco- Seja comprovada a inexistência de alternativas de
nomia; localização viável em áreas não integradas na Reserva
No âmbito da avaliação de impacte ambiental ou de Ecológica Nacional;
incidências ambientais deverão ser apresentadas medi- Seja justificada a imprescindibilidade da exploração
das de compensação ambiental, a executar na fase de e dos anexos de pedreira;
6560 Diário da República, 1.a série — N.o 172 — 6 de Setembro de 2006

Defina medidas de compensação ambiental a execu- VI — Indústria transformadora


tar durante as fases de construção, exploração e desac-
Alterações e ou ampliações de estabelecimentos in-
tivação;
dustriais. — A pretensão pode ser autorizada desde que
Garanta a remoção de todos os anexos no final do
cumpra cumulativamente os seguintes requisitos:
prazo da autorização, bem como a recuperação da área
de intervenção, devendo para tal ser apresentado pro- A edificação existente esteja licenciada, nos termos
jecto específico a aprovar pela CCDR; legalmente exigidos;
Seja reconhecida, pela autarquia, como revestindo Seja justificada por razões de necessidade decorren-
interesse público municipal. tes do uso existente;
Não implique um acréscimo da área de implantação
Nota. — A localização em zonas ameaçadas pelas cheias só
pode ser autorizada se ficar comprovado não existir localização superior a 20 % da área de implantação existente;
alternativa fora destas áreas e se não constituírem ou contive- No caso dos anexos de pedreira, só é admitida a
rem elementos que funcionem como obstáculo à livre circula- ampliação da área não coberta, e até 20 % da área de
ção das águas, não sendo admitida alteração das cotas do terre-
no natural.
implantação existente, desde que não implique movimen-
tação e impermeabilização dos solos;
d) Ampliação de estabelecimentos industriais de en- Seja reconhecida, pela autarquia, como revestindo
garrafamento, desde que associados a nascentes e interesse público municipal.
águas minerais naturais. — A pretensão pode ser auto-
rizada desde que cumpra cumulativamente os seguin- VII — Turismo
tes requisitos: a) Ampliação de estruturas afectas a agroturismo,
A edificação existente esteja licenciada, nos termos turismo rural, turismo de habitação, turismo de aldeia e
legalmente exigidos; casas de campo. — A pretensão pode ser autorizada
Seja comprovada a inexistência de alternativas de desde que cumpra cumulativamente os seguintes requi-
localização viável em áreas não integradas na Reserva sitos:
Ecológica Nacional; A edificação existente esteja licenciada, nos termos
Seja justificada por razões de necessidade decorren- legalmente exigidos;
tes do uso existente; Seja justificada por razões de necessidade decorren-
A área a ampliar não exceda 20 % da área de implan- tes do uso existente;
tação existente; Não implique acréscimo da área de implantação su-
Seja reconhecida, pela autarquia, como revestindo perior a 30 % da área de implantação existente;
interesse público municipal. Os equipamentos de recreio e lazer de apoio ao em-
preendimento sejam dimensionados em função da ca-
e) Ampliação de balneários termais. — A pretensão pacidade de alojamento do empreendimento, devendo
pode ser autorizada desde que cumpra cumulativamen- as intervenções respeitar a topografia do terreno e pri-
te os seguintes requisitos: vilegiar a utilização de materiais permeáveis ou semiper-
A edificação existente esteja licenciada, nos termos meáveis nos pavimentos, bem como o recurso a mate-
legalmente exigidos; riais perecíveis nos equipamentos de apoio;
Seja comprovada a inexistência de alternativas de Os pontos de comercialização de produtos tradicio-
localização viável em áreas não integradas na Reserva nais tenham uma área máxima de construção de 50 m2.
Ecológica Nacional;
Seja justificada por razões de necessidade decorren- A autorização da pretensão de ampliação determina a
tes do uso existente; interdição de nova ampliação nos 10 anos subsequentes.
Não implique um acréscimo da área de implantação
Nota. — Na faixa de protecção às albufeiras (> 50 m) só são
superior a 20 % da área de implantação existente; admitidas as acções previstas em plano de ordenamento de al-
Seja reconhecida, pela autarquia, como revestindo bufeira de águas públicas.
interesse público municipal.
b) Apoios às zonas de recreio balnear e à actividade
f) Abertura de caminhos de apoio ao sector. — A náutica de recreio, bem como infra-estruturas de apoio,
pretensão pode ser autorizada desde que cumpra cu- em zonas fluviais. — A pretensão pode ser autorizada
mulativamente os seguintes requisitos: desde que cumpra cumulativamente os seguintes requi-
Seja justificada por razões de necessidade decorren- sitos:
tes da actividade desenvolvida; Esteja enquadrada em projecto que abranja a totali-
Largura máxima da plataforma, incluindo berma e dre- dade da zona de recreio balnear ou de apoio à náutica
nagem — 4 m; de recreio;
Utilize pavimento permeável ou semipermeável; Assegure as funções de apoio de praia (1), quando
O traçado seja adaptado à topografia do terreno, não inseridos em zonas de apoio balnear (2);
podendo implicar operações de aterro ou escavação de As edificações devem ser em madeira ou outros
dimensão relevante; materiais perecíveis e assentes em estacaria, sem imper-
Seja respeitada a drenagem natural do terreno. meabilização do solo e com um sistema adequado de
Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias só podem ser au-
tratamento de efluentes;
torizados se não constituírem ou contiverem elementos que fun- A abertura de novos acessos, viários e pedonais,
cionem como obstáculo à livre circulação das águas. bem como a reabilitação e ampliação dos existentes, só
Diário da República, 1.a série — N.o 172 — 6 de Setembro de 2006 6561

podem ser autorizadas quando os mesmos sejam neces- IX — Instalações militares


sários ao funcionamento das zonas de recreio balnear Espaços não construídos, designadamente heliportos,
ou de apoio à náutica de recreio; parques de estacionamento em pavimento permeável ou
No caso de albufeiras de águas públicas com plano semipermeável, espaços verdes, sem prejuízo da neces-
de ordenamento eficaz, a abertura de novos acessos, sária limitação das áreas impermeabilizadas e das alte-
viários e pedonais, bem como a reabilitação e amplia- rações ao relevo, assegurando uma correcta integração
ção dos existentes, só podem ser autorizadas quando paisagística.
previstas nesse instrumento de gestão territorial;
No caso de albufeiras de águas públicas com plano X — Infra-estruturas de saneamento básico
de ordenamento eficaz, a pretensão tem de estar expres-
samente prevista nesse plano. Todas as infra-estruturas de saneamento básico, in-
cluindo ETAR. — A pretensão pode ser autorizada des-
c) Estruturas flutuantes de apoio à actividade e à de que cumpra cumulativamente os seguintes requisitos:
náutica de recreio, em zonas fluviais. — Apenas podem Não exista alternativa de localização económica e
ser autorizadas quando previstas em plano de ordena- tecnicamente viável em áreas não integradas na REN;
mento de albufeira de águas públicas. Seja justificada a necessidade de execução das infra-
d) Equipamentos e apoios de praia costeira, bem -estruturas.
como infra-estruturas de apoio à utilização das praias. — Notas
A pretensão pode ser autorizada desde que cumpra cu-
mulativamente os seguintes requisitos: Nas zonas ameaçadas pelas cheias só podem ser autorizadas
se não constituírem ou contiverem elementos que funcionem
Os equipamentos, apoios de praia costeira e infra- como obstáculo à livre circulação das águas.
Na faixa de protecção a albufeiras (npa-50 m) só são admi-
-estruturas de apoio à utilização das praias estejam pre- tidas infra-estruturas de abastecimento público de água e redes
vistos em plano de ordenamento da orla costeira de esgotos.
(POOC) eficaz; Nas zonas costeiras só são admitidas redes de abastecimento
A abertura de novos acessos, viários e pedonais, público de água e de esgotos.
Nos leitos dos cursos de água não são autorizadas estruturas
bem como a reabilitação e ampliação dos existentes e edificações de apoio.
estejam previstos em plano de praia que integre um
POOC. XI — Beneficiação de vias rodoviárias e ferroviárias
e de caminhos municipais existentes
VIII — Recreio e lazer
a) Pequenas beneficiações de vias, designadamente
a) Espaços verdes equipados de utilização colecti- trabalhos de saneamento ou reperfilamento de taludes
va. — A pretensão pode ser autorizada desde que cum- e correcções de traçado em que a plataforma da nova
pra cumulativamente os seguintes requisitos: via não extravase, no seu todo, a plataforma actual.
As edificações de apoio utilizem materiais perecíveis Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias não podem cons-
ou amovíveis, não envolvendo movimentações de ter- tituir ou conter elementos que funcionem como obstáculo à li-
ras significativas; vre circulação das águas.
Seja adaptada à topografia do local, não podendo
implicar movimentos de terras significativos; b) Alargamento de plataformas e pequenas correcções
Não haja lugar a impermeabilização do solo; de traçado existente. — A pretensão só pode ser autori-
Garanta a preservação da vegetação existente, em zada se cumprir cumulativamente os seguintes requisitos:
particular a ripícola; Seja justificada e demonstrada a necessidade de be-
Assegure a recolha de resíduos. neficiação das infra-estruturas;
Sejam adaptadas à topografia do terreno;
Notas Respeite a drenagem natural dos terrenos, garantin-
Nas zonas ameaçadas pelas cheias só podem ser autorizados do a minimização da contaminação dos solos e da água.
se não constituírem ou contiverem elementos que funcionem
como obstáculo à livre circulação das águas. Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias só podem ser au-
Na faixa de protecção às albufeiras (npa-50 m) só são admi- torizados se não constituírem ou contiverem elementos que fun-
tidas as acções previstas em plano de ordenamento de albufeira cionem como obstáculo à livre circulação das águas.
de águas públicas.
c) Construção de restabelecimentos para supressão
b) Abertura de trilhos e caminhos pedonais/cicláveis de passagens de nível. — A pretensão só pode ser
destinados à educação e interpretação ambiental e de autorizada se cumprir cumulativamente os seguintes
descoberta da natureza, incluindo pequenas infra-estru- requisitos:
turas de apoio. — A pretensão pode ser autorizada des-
Seja justificada e demonstrada a necessidade de be-
de que cumpra cumulativamente os seguintes requisitos:
neficiação das infra-estruturas;
Não implique mobilizações do solo; Seja adaptada à topografia do terreno;
Não implique a realização de obras de construção; Respeite a drenagem natural dos terrenos, garantin-
Sejam exclusivamente utilizados pavimentos permeáveis. do a minimização da contaminação dos solos e da água.
Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias só podem ser au- Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias só podem ser au-
torizados se não constituírem ou contiverem elementos que fun- torizados se não constituírem ou contiverem elementos que fun-
cionem como obstáculo à livre circulação das águas. cionem como obstáculo à livre circulação das águas.
6562 Diário da República, 1.a série — N.o 172 — 6 de Setembro de 2006

d) Construção de subestações de tracção para refor- XVI — Redes subterrâneas eléctricas


e de telecomunicações e condutas de gás
ço da alimentação em linhas electrificadas existentes. — A
pretensão só pode ser autorizada se cumprir cumulati- A pretensão pode ser autorizada desde que cumpra
vamente os seguintes requisitos: cumulativamente os seguintes requisitos:
Seja justificada e demonstrada a necessidade de be- Reposição das camadas de solo de acordo com o
neficiação da infra-estrutura; perfil preexistente;
As intervenções a efectuar sejam adaptadas às con- Protecção da camada arável por vegetação que ate-
dições topográficas do terreno, de modo a minimizar as nue eventuais riscos erosivos, deslizamentos e outros,
intervenções, não devendo implicar volumes significa- como contaminação resultante de fugas.
tivos de movimentação de terras;
Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias, nos leitos dos cur-
Respeite a drenagem natural dos terrenos; sos de água e nas zonas costeiras não são autorizadas estruturas
Seja demonstrada a não afectação das áreas integra- e edificações de apoio.
das na REN e dos valores naturais, bem como avaliado
o seu enquadramento ambiental e paisagístico, aspec- XVII — Vedações e muros de suporte de terras
tos que devem ser contemplados em projecto a apre- a) Vedação em sebe viva ou postes de madeira e
sentar para o efeito. fiadas de arame ou rede e muros de pedra seca.
XII — Beneficiação de infra-estruturas portuárias Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias só podem ser au-
existentes torizados se não constituírem ou contiverem elementos que fun-
cionem como obstáculo à livre circulação das águas.
Beneficiação de infra-estruturas portuárias já existen-
tes e acessibilidades marítimas. — A pretensão só pode b) Muros de suporte de terras desde que apenas ao
ser autorizada se cumprir cumulativamente os seguin- limite da cota do terreno, ou até mais 0,20 m acima des-
tes requisitos: te desde que em pedra seca com enrocamento em terra
e sem vedação.
Seja justificada e demonstrada a necessidade de be-
neficiação das infra-estruturas; Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias só podem ser au-
Seja adaptada às condições hidrotopográficas, de torizados se não constituírem ou contiverem elementos que fun-
cionem como obstáculo à livre circulação das águas.
modo a minimizar as intervenções.
XVIII — Pequenas pontes, pontões e obras hidráulicas
XIII — Produção de electricidade a partir de fontes
de energia renováveis A pretensão pode ser autorizada desde que cumpra
Produção de electricidade a partir de fontes de ener- cumulativamente os seguintes requisitos:
gia renováveis. — Podem ser autorizadas as acções de Seja justificada a necessidade da obra;
produção de electricidade a partir de fontes de energia Seja adaptada à topografia do terreno.
renováveis nos termos do despacho conjunto n.º 51/
2004, de 31 de Janeiro, dos Ministros da Economia e Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias e nos leitos dos
cursos de água só podem ser autorizadas se não constituírem ou
das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente. contiverem elementos que funcionem como obstáculo à livre
circulação das águas.
Notas

Nas zonas ameaçadas pelas cheias só podem ser autorizadas XIX — Ampliação de outras edificações existentes
se não constituírem ou contiverem elementos que funcionem
como obstáculo à livre circulação das águas. Ampliação de edificações existentes destinadas a
Nos leitos dos cursos de água só são admitidas mini-hídricas. habitação e outras não abrangidas pelos números
anteriores nomeadamente empreendimentos turísti-
XIV — Acções de preservação e valorização cos, hotéis rurais, equipamentos de utilização colec-
dos ecossistemas
tiva, etc. — A pretensão pode ser autorizada desde
Desassoreamento, estabilização de taludes e de áreas que cumpra cumulativamente os seguintes requisi-
com risco de erosão, nomeadamente muros de suporte tos:
e obras de correcção torrencial. — A pretensão pode ser A edificação existente esteja licenciada, nos termos
autorizada desde que cumpra cumulativamente os se- legalmente exigidos;
guintes requisitos: Esteja prevista e regulamentada em plano municipal
Seja justificada a necessidade da obra; de ordenamento do território;
Seja justificada por razões de necessidade decorren-
Seja adaptada à topografia do terreno.
tes do uso existente;
A área a ampliar não exceda 20 % da área de implan-
Fica proibida a comercialização das areias resultan- tação existente;
tes dos movimentos de terras. No caso de edificações destinadas à habitação, quan-
do da aplicação do requisito anterior não resulte uma
Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias e nos leitos dos
cursos de água só podem ser autorizadas se não constituírem ou
área total de implantação (soma das áreas de implanta-
contiverem elementos que funcionem como obstáculo à livre ção existente e a ampliar) superior a 250 m2, pode ser
circulação das águas. autorizada uma ampliação até àquele valor.
Diário da República, 1.a série — N.o 172 — 6 de Setembro de 2006 6563

A autorização da pretensão de ampliação determina Artigo 4.º


a interdição de nova ampliação nos dez anos subse- Regime transitório
quentes.
As CCDR elaboram e enviam às câmaras municipais,
Nota. — Na faixa de protecção a albufeiras (>50 m) só po- no prazo de um ano a contar da data de entrada em vi-
dem ser autorizadas desde que previstas e regulamentadas em
plano de ordenamento de albufeira de águas públicas. gor do presente decreto-lei, as respectivas cartas corres-
pondentes à delimitação da REN aprovada por resolução
(1) Entende-se por apoio de praia o núcleo básico de fun- do Conselho de Ministros com a indicação da tipologia
ções e serviços, infra-estruturado, que integra sanitários (com das áreas em causa.
acesso independente e exterior), posto de socorros, comunica-
ção de emergência, informação, vigilância e assistência a ba- Artigo 5.º
nhistas, limpeza de praia e recolha de lixo, bem como outras
funções e serviços, nomeadamente comerciais. Regulamentação
(2) Entende-se por zona de apoio balnear a frente de praia
constituída pela faixa de terreno e plano de água adjacente.» As portarias referidas no n.º 1 do artigo 4.º-A e no
artigo 16.º-A do Decreto-Lei n.º 93/90, agora aditados, são
aprovadas no prazo de 30 dias após a entrada em vigor
Artigo 3.º
do presente decreto-lei.
Actualizações Artigo 6.º
1 — As referências feitas no Decreto-Lei n.º 93/90 aos Norma revogatória
Ministros ou Ministérios do Ambiente e dos Recursos
Naturais, do Planeamento e da Administração do Territó- São revogados o artigo 7.º, a alínea c) do artigo 8.º e o
rio e das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de Março, com
entendem-se como dizendo respeito ao membro do Gover- as alterações introduzidas pelos Decretos-Leis n.os 316/90,
no responsável pela área do ambiente e ordenamento do de 13 de Outubro, n.º 213/92, de 12 de Outubro, n.º 79/95,
território. de 20 de Abril, e 203/2002, de 1 de Outubro.
2 — As referências feitas no Decreto-Lei n.º 93/90 ao
Ministro da Defesa Nacional entendem-se como dizendo Artigo 7.º
respeito ao membro do Governo responsável pela área da Republicação
defesa nacional.
3 — A referência feita no Decreto-Lei n.º 93/90 ao Mi- É republicado em anexo, que é parte integrante do pre-
nistério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das sente decreto-lei, o Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de Mar-
Pescas entende-se como dizendo respeito ao membro do ço, com a redacção actual, incluindo as actualizações
Governo responsável pela área da agricultura. constantes do artigo 3.º
4 — A referência feita no Decreto-Lei n.º 93/90 ao Mi-
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 8 de
nistério das Obras Públicas, Transportes e Habitação
Junho de 2006. — José Sócrates Carvalho Pinto de Sou-
entende-se como dizendo respeito ao membro do Gover-
sa — António Luís Santos Costa — Fernando Teixeira
no responsável pela área das obras públicas e transpor-
dos Santos — Alberto Bernardes Costa — Francisco
tes.
Carlos da Graça Nunes Correia — Jaime de Jesus Lo-
5 — A referência feita no Decreto-Lei n.º 93/90 ao Mi-
pes Silva.
nistério da Economia entende-se como dizendo respeito
ao membro do Governo responsável pela área da econo- Promulgado em 18 de Agosto de 2006.
mia.
6 — As referências feitas no Decreto-Lei n.º 93/90 às Publique-se.
delegações regionais do Ministério do Ambiente e Recur-
sos Naturais entendem-se como dizendo respeito às co- O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
missões de coordenação e desenvolvimento regional.
7 — A referência feita no Decreto-Lei n.º 93/90 à Direc- Referendado em 24 de Agosto de 2006.
ção-Geral das Florestas entende-se como dizendo respei-
to à Direcção-Geral dos Recursos Florestais. Pelo Primeiro-Ministro, António Luís Santos Costa, Mi-
8 — As referências feitas no Decreto-Lei n.º 93/90 ao nistro de Estado e da Administração Interna.
Serviço Nacional de Parques, Reservas e Conservação da
Natureza entendem-se como dizendo respeito ao Institu- ANEXO
to da Conservação da Natureza. Republicação
9 — As referências feitas no Decreto-Lei n.º 93/90, de
16 de Março, ao Decreto-Lei n.º 69/90, de 2 de Março, Artigo 1.º
entendem-se como dizendo respeito ao Decreto-Lei
Conceito
n.º 380/99, de 22 de Setembro, na redacção dada pela Lei
n.º 58/2005, de 29 de Dezembro. A Reserva Ecológica Nacional, adiante designada por
10 — As referências feitas no Decreto-Lei n.º 93/90, de REN, constitui uma estrutura biofísica básica e diversifi-
16 de Março, ao Decreto-Lei n.º 613/76, de 27 de Julho, cada que, através do condicionamento à utilização de
entendem-se como dizendo respeito ao Decreto-Lei n.º 19/ áreas com características ecológicas específicas, garante
93, de 23 de Janeiro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 213/ a protecção de ecossistemas e a permanência e intensifi-
97, de 16 de Agosto, 227/98, de 17 de Julho, e 221/2002, cação dos processos biológicos indispensáveis ao enqua-
de 22 de Outubro. dramento equilibrado das actividades humanas.
6564 Diário da República, 1.a série — N.o 172 — 6 de Setembro de 2006

Artigo 2.º Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, na redacção


Âmbito da REN
que lhe foi dada pela Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro.
12 — Quando a alteração da delimitação da REN ocor-
A REN abrange zonas costeiras e ribeirinhas, águas ra simultaneamente com a elaboração, alteração ou revi-
interiores, áreas de infiltração máxima e zonas declivosas, são de plano especial ou plano municipal de ordenamen-
referidas no anexo I e definidas no anexo III do presente to do território, a nova delimitação determina a publicação
diploma, que dele fazem parte integrante, sendo delimita- da carta da REN do concelho.
da nos termos do artigo seguinte. 13 — Nas situações em que a demarcação da REN,
constante de plano especial ou municipal de ordenamen-
Artigo 3.º to do território, não coincida com a delimitação da mes-
Delimitação ma reserva operada pela resolução mencionada no n.º 1,
deve o respectivo plano ser objecto de alteração, no pra-
1 — Compete ao Governo, por resolução do Conselho zo de 90 dias, nos termos do artigo 97.º do Decreto-Lei
de Ministros, ouvida a Comissão referida no artigo 8.º, n.º 380/99, de 22 de Setembro, na redacção que lhe foi dada
aprovar a integração e a exclusão de áreas da REN. pela Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro.
2 — As propostas de delimitação da REN são elabora- 14 — As cartas de delimitação da REN são de consul-
das pelas comissões de coordenação e desenvolvimento ta pública livre, devendo as mesmas ser disponibilizadas
regional, adiante designadas por CCDR, com base em es- em suporte de papel na sede da respectiva CCDR e atra-
tudos próprios ou que lhes sejam apresentados por enti- vés da sua colocação em suporte informático no sítio da
dades públicas ou privadas. Internet da mesma entidade.
3 — A proposta de delimitação da REN deve ponderar
a necessidade de exclusão de áreas legalmente construí- Artigo 4.º
das ou de construção já licenciada ou autorizada, bem
como das destinadas à satisfação das carências existen- Regime
tes em termos de habitação, actividades económicas, equi- 1 — Nas áreas incluídas na REN são proibidas as ac-
pamentos e infra-estruturas. ções de iniciativa pública ou privada que se traduzam em
4 — A delimitação da REN é de realização obrigatória. operações de loteamento, obras de urbanização, constru-
5 — Quando esteja em causa o domínio público hídri- ção e ou ampliação, obras hidráulicas, vias de comunica-
co, as propostas de delimitação referidas no n.º 2 são ela- ção, aterros, escavações e destruição do coberto vegetal.
boradas em conjunto com as entidades com jurisdição 2 — Exceptuam-se do disposto no número anterior as
própria ou delegada nessa área. acções insusceptíveis de prejudicar o equilíbrio ecológi-
6 — A elaboração das propostas mencionadas no n.º 2 co nas áreas integradas na REN identificadas no anexo IV
deve ter a participação de outras entidades competentes ao presente diploma, e que dele faz parte integrante, nos
em função da localização e da matéria. termos previstos no anexo V ao presente diploma e que
7 — As propostas de delimitação são efectuadas à es- dele também faz parte integrante, e sujeitas às seguintes
cala de 1:25 000 ou superior e devem ser acompanhadas condições:
de parecer dos municípios interessados, a solicitar pela
comissão de coordenação e desenvolvimento regional a) Autorização da comissão de coordenação e desen-
competente. volvimento regional competente, nos casos previstos no
8 — A falta de emissão, no prazo de 30 dias, de qual- anexo IV;
quer um dos pareceres referidos no número anterior equi- b) Comunicação prévia à comissão de coordenação e
vale à emissão de parecer favorável. desenvolvimento regional competente, nos casos previs-
9 — As propostas devem delimitar: tos no anexo IV.
a) Todas as áreas incluídas no anexo I do presente di-
3 — Exceptuam-se, ainda, do disposto no n.º 1 do pre-
ploma;
sente artigo:
b) As áreas que se encontrem objectivamente já com-
prometidas e ou sujeitas a servidões; a) A realização de acções já previstas ou autorizadas
c) As áreas que se pretendam excluir e as razões es- à data da entrada em vigor da resolução do Conselho de
tratégicas que suportam devidamente tais opções; Ministros prevista no n.º 1 do artigo anterior;
d) As áreas que efectivamente ficam sujeitas ao regi- b) As instalações de interesse para a defesa nacional
me da REN. ou destinadas a estabelecimentos prisionais, como tal
reconhecidas por despacho conjunto dos membros do
10 — A delimitação da REN pode ocorrer juntamente Governo responsáveis pelas áreas da defesa nacional, das
com a elaboração, alteração ou revisão de plano especial finanças e do ambiente e ordenamento do território, no
ou plano municipal de ordenamento do território, sendo primeiro caso, e da justiça, das finanças e do ambiente e
nesse caso praticados simultaneamente o acto de apro- ordenamento do território, no segundo;
vação da delimitação da REN e o acto de aprovação ou c) A realização de acções de interesse público como
ratificação do instrumento de gestão territorial em causa. tal reconhecido por despacho conjunto do membro do
11 — Quando a delimitação ou alteração da REN ocor- Governo responsável pela área do ambiente e ordenamen-
ra simultaneamente com o procedimento de elaboração, al- to do território e do membro do Governo competente em
teração ou revisão de plano especial de ordenamento do razão da matéria;
território ou plano director municipal, deve ser solicitado d) As acções identificadas como isentas de autoriza-
parecer à comissão mista de coordenação prevista no ção ou de comunicação prévia previstas no anexo IV.
Diário da República, 1.a série — N.o 172 — 6 de Setembro de 2006 6565

4 — A susceptibilidade de viabilização das acções pre- 8 — A falta de decisão final quanto ao pedido de au-
vistas no anexo IV depende da sua compatibilidade com torização no prazo de 45 dias equivale à emissão de de-
as disposições aplicáveis dos vários instrumentos de ges- cisão favorável.
tão territorial em vigor para a área em causa. 9 — A autorização referida na alínea a) do n.º 2 do
5 — Quando a pretensão em causa esteja sujeita a ava- artigo anterior vigora enquanto se mantiver válida a au-
liação de impacte ambiental, a autorização referida na alí- torização ou licença da ocupação para a qual foi emitida.
nea a) do n.º 2 só pode ser concedida se tiver sido obti- 10 — No prazo de 20 dias contado a partir da data da
da declaração de impacte ambiental favorável. apresentação da comunicação prévia prevista na alínea b)
6 — No caso de autorização da construção de habita- do n.º 2 do artigo anterior e respectivos elementos instru-
ção para agricultores, a exploração agrícola, bem como a tórios, a CCDR pode determinar a sujeição da acção a
edificação, são inalienáveis durante o prazo de 15 anos autorização, quando se verifique que a mesma é exigível
subsequentes à construção, salvo por dívidas relaciona- de acordo com o anexo IV do presente decreto-lei.
11 — Nos procedimentos iniciados ao abrigo da
das com a aquisição da exploração e de que esta seja
alínea b) do n.º 2 do artigo anterior, as obras podem
garantia, ou por dívidas fiscais.
realizar-se decorrido o prazo de 30 dias sobre a apresen-
7 — O ónus de inalienabilidade está sujeito a registo e
tação da comunicação prévia à CCDR.
cessa ocorrendo a morte ou invalidez permanente e ab-
soluta do proprietário ou quando decorrido o prazo de
15 anos referido no número anterior. Artigo 5.º
Domínio público hídrico
Artigo 4.º-A Sem prejuízo das competências que caibam às entida-
Procedimento des da Administração Pública em matéria de defesa das
margens do domínio público hídrico, o licenciamento, por
1 — Os elementos que instruem os pedidos de autori- parte dessas entidades, das actividades referidas no n.º 1
zação e de comunicação prévia, nos termos das alíneas a) do artigo 4.º em áreas integradas na REN fica sujeito ao
e b) do n.º 2 do artigo anterior, são definidos por portaria regime previsto nesse artigo.
a aprovar pelo membro do Governo com atribuições nas
áreas do ambiente e ordenamento do território. Artigo 6.º
2 — Compete à entidade responsável pelo licenciamen-
to, autorização ou aprovação da obra, no prazo de 10 dias Excepções
a contar da recepção do requerimento inicial ou da recep- O disposto no artigo 4.º não é aplicável:
ção dos elementos solicitados para sanar eventuais omis-
sões de instrução, promover a consulta da CCDR para a) Às áreas classificadas, ao abrigo do Decreto-Lei
emissão de autorização da ocupação de áreas integradas n.º 19/93, de 23 de Janeiro, e respectiva legislação com-
na REN, nos termos da alínea a) do n.º 2 do artigo ante- plementar;
rior. b) Às operações relativas à florestação e exploração
3 — O interessado pode solicitar previamente a autori- florestal quando decorrentes de projectos aprovados ou
autorizados pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais.
zação da CCDR, caso em que não há lugar a novo proce-
dimento de autorização desde que, até à data da apresen-
tação do pedido à entidade licenciadora, não haja Artigo 7.º
decorrido mais de um ano sobre a emissão da autoriza- Recursos
ção e não se tenha verificado a alteração dos pressupos-
tos de facto ou de direito em que a mesma se baseou. (Revogado.)
4 — O previsto no número anterior não se aplica quan- Artigo 8.º
do o procedimento de licenciamento seja dirigido por uma Comissão da REN
entidade coordenadora ao abrigo de legislação sectorial.
5 — Nos procedimentos iniciados ao abrigo da alínea a) A Comissão Nacional da REN funciona na dependên-
do n.º 2 do artigo anterior e no prazo máximo de 10 dias a cia do membro do Governo responsável pela área do
contar da data da recepção do processo, a CCDR solicita ambiente e ordenamento do território, competindo-lhe:
os elementos que lhe caiba solicitar nos termos do pre- a) Pronunciar-se sobre a atribuição de prioridades quan-
sente decreto-lei, podendo ainda solicitar ao requerente to às áreas a considerar para efeitos de delimitação da
ou ao organismo competente em razão da matéria, sempre REN e na articulação das intervenções das entidades nela
que tal se mostre necessário e por uma única vez, os ele- representadas;
mentos adicionais relevantes para a decisão, suspenden- b) Emitir parecer sobre as propostas de delimitação da
do-se, em qualquer dos casos, o prazo previsto no n.º 8 REN, nos termos do n.º 1 do artigo 3.º;
do presente artigo. c) (Revogada.)
6 — Reunidas as condições para autorização, a CCDR d) Deliberar sobre os processos previstos no n.º 4 do
pode estabelecer condicionamentos de ordem ambiental e artigo 17.º;
paisagística à realização das obras. e) Sugerir orientações e critérios quanto à aplicação da
7 — Nos casos em que a CCDR autorize uma preten- REN e prestar o apoio que lhe seja solicitado neste domínio;
são ao abrigo de legislação especial, deve nesse acto pro- f) Propor a execução de acções de protecção e divul-
nunciar-se sobre a possibilidade de afectação das áreas gação da REN e de sensibilização das populações quan-
integradas na REN, nos termos do presente diploma. to ao seu interesse e objectivos.
6566 Diário da República, 1.a série — N.o 172 — 6 de Setembro de 2006

Artigo 9.º CCDR, aos municípios e a quaisquer outras entidades


Constituição da Comissão da REN
competentes em razão da matéria ou da área de jurisdi-
ção.
1 — A Comissão Nacional da REN é constituída por 2 — O Instituto da Conservação da Natureza centrali-
representantes das seguintes entidades: zará a informação relativa à fiscalização referida no núme-
ro anterior, devendo as restantes entidades nele mencio-
a) Quatro representantes do membro do Governo res-
nadas participar-lhe todos os factos relevantes de que
ponsável pela área do ambiente e ordenamento do terri-
tomarem conhecimento e pertinentes a tal fim, enviando-
tório, um dos quais será designado, no despacho de no-
-lhes cópia dos autos de notícia ou participações, bem
meação, presidente;
como dos embargos e demolições que forem ordenados.
b) Três representantes do membro do Governo respon-
sável pela área da agricultura;
c) Dois representantes do membro do Governo respon- Artigo 12.º
sável pela área das obras públicas e transportes; Contra-ordenações
d) Dois representantes do membro do Governo respon-
sável pela área da economia; 1 — Constitui contra-ordenação, punível com coima de
e) Um representante do membro do Governo respon- € 250 a € 3740, a realização, em solos da REN, de opera-
sável pela área da defesa nacional; ções de loteamento, obras de urbanização, construção e
f) Um representante da Associação Nacional de Muni- ou ampliação, obras hidráulicas, vias de comunicação,
cípios Portugueses. aterros, escavações e destruição do coberto vegetal em
violação do presente diploma.
2 — Os representantes dos diferentes ministérios são 2 — No caso de a responsabilidade pela contra-orde-
nomeados por despacho do respectivo ministro sem pre- nação pertencer a uma pessoa colectiva, o valor máximo
juízo da delegação nos secretários de Estado. da coima eleva-se a € 30 000.
3 — Por despacho do membro do Governo responsá- 3 — Em função da natureza e gravidade da infracção e
vel pela área do ambiente e do ordenamento do território, da culpa do agente, podem ser aplicadas, simultaneamen-
integram a Comissão dois cidadãos de reconhecido méri- te com a coima, e nos termos do disposto no regime ge-
to nos domínios do ordenamento do território e ambien- ral do ilícito de mera ordenação social, as seguintes san-
te, exercendo o seu mandato pelo prazo de dois anos, ções acessórias:
renovável. a) Perda de objectos pertencentes ao agente;
4 — Quando a Comissão seja chamada a exercer a com-
b) Interdição do exercício de profissões ou actividades
petência a que se refere a alínea b) do artigo 8.º do De-
cujo exercício dependa de autorização de autoridade pú-
creto-Lei n.º 93/90, de 19 de Março, integra ainda a Co-
blica;
missão um representante designado, de comum acordo,
c) Privação do direito a subsídio ou benefício outorga-
pelas câmaras municipais dos municípios abrangidos.
do por entidades ou serviços públicos;
5 — Na falta de indicação no prazo de 22 dias da repre-
d) Privação do direito de participar em concursos pú-
sentação a que se refere o número anterior, presume-se que
blicos que tenham por objecto o fornecimento de bens
os municípios envolvidos renunciam à indicação, funcio-
ou serviços, a concessão de serviços públicos ou a atri-
nando de pleno a Comissão após o decurso desse prazo.
buição de licenças e alvarás;
6 — Sempre que o exercício de competências pela
e) Encerramento de estabelecimento cujo funcionamen-
Comissão tenha incidência em actuações dos ministérios
to esteja sujeito a autorização ou licença de autoridade
não representados, o presidente da Comissão deverá ou-
pública;
vir, previamente a qualquer decisão, os departamentos in-
f) A apreensão de maquinaria, equipamentos ou outros
teressados.
7 — A Comissão elabora o seu regimento e submete-o meios utilizados na prática da infracção;
a homologação do membro do Governo responsável pela g) Obrigação de reposição da situação no estado an-
área do ambiente e do ordenamento do território. terior ao momento da prática da infracção.
8 — Cabe ao Instituto da Conservação da Natureza
garantir os meios de funcionamento da Comissão Nacio- 4 — A tentativa e a negligência são puníveis nos ter-
nal da REN. mos gerais, sendo os montantes máximos e mínimos das
coimas previstas nos n.os 1 e 2 reduzidos a metade.
Artigo 10.º
Demarcação obrigatória Artigo 13.º
As áreas integradas na REN são especificamente de- Instrução dos processos e aplicação das coimas
marcadas em todos os instrumentos de gestão territorial 1 — A instrução dos processos contra-ordenacionais e
que definam ou determinem a ocupação física do solo, a aplicação de coimas previstas no presente diploma com-
designadamente planos especiais e planos municipais de petem à respectiva CCDR.
ordenamento do território.
2 — O produto das coimas reverte:
Artigo 11.º a) 60 % para o Estado;
Fiscalização
b) 40 % repartido, em partes iguais, pelo município da
área e pela entidade autuante, salvo se o município tiver
1 — A fiscalização do cumprimento do presente diplo- dado causa à contra-ordenação, caso em que reverte in-
ma compete ao Instituto da Conservação da Natureza, às teiramente para a entidade autuante.
Diário da República, 1.a série — N.o 172 — 6 de Setembro de 2006 6567

Artigo 14.º das obras e empreendimentos ou pela aprovação do pro-


Embargos e demolições
jecto de localização dos empreendimentos, incluindo-se
nestas entidades os organismos portuários.
1 — Ao Instituto da Conservação da Natureza, às 4 — No caso de decisão desfavorável do pedido de
CCDR, aos municípios e às demais entidades competen- aprovação, por parte da CCDR, pode o interessado inter-
tes por força da matéria ou área de jurisdição compete por recurso para a Comissão Nacional da REN.
embargar e demolir as obras, bem como fazer cessar ou- 5 — A Comissão da REN deve pronunciar-se no prazo
tras acções realizadas em violação ao disposto no presente de 45 dias a contar da data da recepção do processo.
decreto-lei. 6 — No caso de indeferimento pela Comissão Nacional
2 — A entidade competente nos termos do número da REN, qualquer dos ministros com representantes na-
anterior intima o proprietário a demolir as obras feitas ou quela Comissão pode, no prazo de 30 dias, proceder à
a repor o terreno no estado anterior à intervenção, fixan- avocação do processo, para o sujeitar à aprovação, a
do-lhe prazos de início e termo dos trabalhos para o efei- prestar por despacho conjunto dos membros do Gover-
to necessários. no responsáveis pelas áreas do ordenamento do territó-
3 — Decorridos os prazos referidos no número anterior rio, das obras públicas e transportes, da agricultura, da
sem que a intimação se mostre cumprida, procede-se à economia e do ambiente.
demolição ou reposição nos termos do n.º 1, por conta do 7 — É aplicável ao regime transitório o disposto nos
proprietário, sendo as despesas cobradas coercivamente artigos 11.º a 16.º
através do processo de execução fiscal, servindo de títu- Artigo 18.º
lo executivo a certidão extraída de livros ou documentos Vigência do regime transitório
de onde conste a importância e os demais requisitos exi-
gidos no artigo 163.º do Código de Procedimento e Pro- Em cada área do País, o regime transitório vigora até à
cesso Tributário. aprovação da portaria de delimitação da REN prevista no
Artigo 15.º n.º 1 do artigo 3.º
Artigo 19.º
Nulidade de actos administrativos
Norma transitória
São nulos e de nenhum efeito os actos administrati-
vos que violem os artigos 4.º e 17.º (Revogado.)
Artigo 20.º
Artigo 16.º
Legislação revogada
Responsabilidade civil
São revogados os Decretos-Leis n.os 321/83, de 5 de
As entidades competentes para o licenciamento de Julho, e 411/83, de 23 de Novembro.
obras ou para aprovação dos projectos de localização de
empreendimentos são civilmente responsáveis pelos pre- Artigo 21.º
juízos que advenham, para particulares de boa fé, da
Aplicação
nulidade dos actos administrativos prevista no
artigo anterior. O regime estabelecido no presente decreto-lei aplica-
Artigo 16.º-A -se às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, sem
prejuízo da sua adequação à especificidade regional a
Taxa de apreciação
introduzir por decreto legislativo regional.
A apreciação dos pedidos de autorização previstos na
ANEXO I
alínea a) do n.º 2 do artigo 4.º-A está sujeita ao pagamen-
to prévio de taxas, cujo valor será definido em portaria Áreas a considerar para efeitos de integração na REN,
do membro do Governo responsável pela área do ambiente nos termos do artigo 3.º:
e ordenamento do território.
1 — Nas zonas costeiras:
Artigo 17.º a) Praias;
b) Dunas litorais, primárias e secundárias, ou, na pre-
Regime transitório
sença de sistemas dunares que não possam ser classifi-
1 — Nas áreas incluídas e definidas, respectivamente, cados daquela forma, toda a área que apresente riscos de
nos anexos II e III do presente diploma, que dele fazem rotura do seu equilíbrio biofísico por intervenção huma-
parte integrante, que ainda não tenham sido objecto da na desadequada ou, no caso das dunas fósseis, por cons-
delimitação a que se refere o artigo 3.º, as obras e os em- tituírem marcos de elevado valor científico no domínio da
preendimentos mencionados no n.º 1 do artigo 4.º estão geo-história;
sujeitos a aprovação por parte da CCDR. c) Arribas ou falésias, incluindo faixas de protecção
2 — A aprovação prevista no número anterior deve medidas a partir do rebordo superior e da base cuja lar-
ocorrer no prazo de 60 dias a contar da data da recepção gura seja determinada em função da altura do desnível,
do projecto das obras e empreendimentos ou de localiza- da geodinâmica e do interesse cénico e geológico do lo-
ção dos empreendimentos, interpretando-se como aprova- cal;
ção a ausência de decisão nesse prazo. d) Quando não existirem dunas nem arribas, uma faixa
3 — A aprovação referida no n.º 2 é solicitada pelas que assegure uma protecção eficaz da zona litoral de acor-
entidades competentes pelo licenciamento ou autorização do com os valores referidos no preâmbulo;
6568 Diário da República, 1.a série — N.o 172 — 6 de Setembro de 2006

e) Faixa ao longo de toda a costa marítima cuja largura ANEXO III

é limitada pela linha da máxima preia-mar de águas vivas Definições a considerar para efeitos da aplicação dos
equinociais e a batimétrica dos 30 m; anexos I e II:
f) Estuários, lagunas, lagoas costeiras e zonas húmidas
adjacentes englobando uma faixa de protecção delimitada a) Praia — forma de acumulação mais ou menos exten-
para além da linha de máxima preia-mar de águas vivas sa de areias ou cascalhos de fraco declive limitada infe-
equinociais; riormente pela linha de baixa-mar de águas vivas equino-
g) Ilhas, ilhéus e rochedos emersos do mar; ciais e superiormente pela linha atingida pela preia-mar de
h) Sapais; águas vivas equinociais;
i) Restingas; b) Dunas litorais — formas de acumulação eólica cujo
j) Tombolos. material de origem são areias marinhas;
c) Arriba ou falésia — forma particular de vertente
2 — Nas zonas ribeirinhas, águas interiores e áreas de costeira abrupta ou com declive forte, em regra talhada
infiltração máxima ou de apanhamento: em rochas coerentes pela acção conjunta dos agentes
morfogenéticos marinhos, continentais e biológicos;
a) Leitos dos cursos de água e zonas ameaçadas pe- d) Estuário — secção terminal de um curso de água li-
las cheias; mitado a montante pelo local até onde se fazem sentir as
b) Lagoas, suas margens naturais e zonas húmidas correntes de maré (salinidade e dinâmica);
adjacentes e uma faixa de protecção delimitada a partir da e) Lagunas, designadas tradicionalmente em Portugal
linha de máximo alagamento; por rias e lagoas costeiras — todo o volume de águas
c) Albufeiras e uma faixa de protecção delimitada a salobras ou salgadas e respectivos leitos adjacentes ao
partir do regolfo máxima; mar e separadas deste, temporária ou permanentemente,
d) Cabeceiras das linhas de água sempre que a sua di- por cordões arenosos, tendo por limite, a montante, o
mensão e situação em relação à bacia hidrográfica tenha local até onde se faz sentir a influência das marés (salini-
repercussões sensíveis no regime do curso de água e na dade e dinâmica);
erosão das cabeceiras ou das áreas situadas a jusante; f) Sapal — formação aluvionar periodicamente alagada
e) Áreas de máxima infiltração; pela água salgada e ocupada por vegetação halofítica ou,
f) Ínsuas. nalguns casos, por mantos de sal;
3 — Nas zonas declivosas: g) Restinga — acumulação de areia ou calhaus que se
apoiam na costa a partir da qual se desenvolvem;
a) Áreas com risco de erosão; h) Tombolo — cordão de areia que liga uma ilha ao
b) Escarpas, sempre que a dimensão do seu desnível e continente;
comprimento o justifiquem, incluindo faixas de protecção i) Leitos de cursos de água — o terreno coberto pelas
delimitadas a partir do rebordo superior e da base, com águas quando não influenciado por cheias extraordinári-
largura determinada em função da geodinâmica e dimen- as, inundações ou tempestades; no leito compreendem-
são destes acidentes de terreno e do interesse cénico e -se os mouchões, lodeiros e areias nele formados por
geológico do local. disposição aluvial; o leito das restantes águas é limitado
ANEXO II pela linha que corresponder à estrema dos terrenos que
as águas cobrem em condições de cheias médias, sem
Áreas sujeitas ao regime transitório da REN, nos ter- transbordar para o solo natural, habitualmente enxuto;
mos do artigo 17.º: essa linha é definida, conforme os casos, pela aresta ou
a) Praias e dunas litorais, primária e secundária; crista do talude das motas, cômoros, valados, tapadas ou
b) Arribas e falésias, incluindo faixas de protecção com muros marginais [artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 468/71 (do-
largura igual a 200 m, medidas a partir do rebordo supe- mínio público hídrico)];
rior e da base; j) Zona ameaçada pelas cheias — a área contígua à
c) Quando não existirem dunas nem arribas, uma faixa margem de um curso de água que se estende até à linha
de 500 m de largura, medida a partir da linha máxima preia- alcançada pela maior cheia que se produza no período de
-mar de águas vivas equinociais na direcção do interior um século ou pela maior cheia conhecida no caso de não
do território, ao longo da costa marítima; existirem dados que permitam identificar a anterior;
d) Estuários, sapais, lagunas, lagoas costeiras e zonas l) Lagoas e albufeiras — zonas alagadas, naturais ou
húmidas adjacentes, incluindo uma faixa de protecção com artificiais, com água proveniente do lençol freático, de
a largura de 200 m a partir da linha de máxima preia-mar qualquer forma de precipitação atmosférica ou de cursos
de águas vivas equinociais; de água;
e) Ilhéus e rochedos emersos no mar; m) Cabeceiras das linhas de água — áreas côncavas
f) Restingas e tombolos; situadas na zona montante das bacias hidrográficas, ten-
g) Lagoas e albufeiras incluindo uma faixa de protec- do por função o apanhamento das águas pluviais, onde
ção com largura igual a 100 m medidos a partir da linha se pretende promover a máxima infiltração das águas plu-
máxima de alagamento; viais e reduzir o escoamento superficial e, consequente-
h) As encostas com declive superior a 30 %, incluindo mente, a erosão;
as que foram alteradas pela construção de terraços; n) Áreas de infiltração máxima — áreas em que, devido
i) Escarpas e abruptos de erosão com desnível supe- à natureza do solo e do substrato geológico e ainda às
rior a 15 m, incluindo faixas de protecção com largura igual condições de morfologia do terreno, a infiltração das
a uma vez e meia a altura do desnível, medidas a partir águas apresenta condições favoráveis, contribuindo as-
do rebordo superior e da base. sim para a alimentação dos lençóis freáticos;
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o) Áreas com riscos de erosão — áreas que, devido às p) Escarpa — vertente rochosa com declive superior a 45 º;
suas características de solo e subsolo, declive e dimensão q) Abrupto de erosão — todo o desnível natural de
da vertente e outros factores susceptíveis de serem altera- terreno resultante de qualquer forma de erosão;
dos tais como o coberto vegetal e práticas culturais, estão r) Ínsua — forma de acumulação sedimentar situada
sujeitas à perda de solo, deslizamentos ou quebra de blocos; nos leitos dos cursos de água.

ANEXO IV

Acções insusceptíveis de prejudicar o equilíbrio ecológico das áreas integradas na Reserva Ecológica Nacional

ALBUFEIRAS
ZONAS
ÁREAS FAIXA DE LEITOS COSTEIRAS
ACÇÕES INSUSCEPTIVEIS DE PREJUDICAR O EQUILÍBRIO ÁREAS DE COM ZONAS PROTECÇÃO DOS (excepto praias,
ECOLÓGICO DAS ÁREAS INTEGRADAS NA REN CABECEIRAS DAS MÁXIMA RISCOS AMEAÇADAS PLANO CURSOS zonas húmidas,
NOS TERMOS REFERIDOS NO ANEXO V LINHAS DE ÁGUA INFILTRAÇÃO DE PELAS CHEIAS DE Nível DE arribas ou falésias
EROSÃO ÁGUA pleno de >50 m ÁGUA e respectiva faixa de
armaze- protecção
namento e duna primária)
50 m
I – SECTOR AGRÍCOLA
a) Apoios agrícolas afectos exclusivamente à exploração
agrícola e instalações para transformação de produtos (*)
exclusivamente da exploração ou de carácter artesanal
directamente afectos à exploração agrícola (nomeadamente,
armazéns para alfaias, máquinas agrícolas e produtos
agrícolas, cubas, silos, secadores, câmaras de refrigeração,
estábulos, salas de ordenha e queijarias).
b) Habitação para fixação em regime de residência própria
e permanente dos agricultores.
c) Estufas para produção agrícola, em estrutura ligeira.
d) Agricultura em masseiras (exclusivamente na área de
actuação da Direcção Regional de Entre Douro e Minho).
e) Acções nas regiões delimitadas de interesse vitivinícola, (*)
frutícola e olivícola.
f) Plantação de olivais, vinhas, pomares e instalação de (*)
prados, sem alteração da topografia e sem adaptação do
terreno às culturas

g) Pequenas estruturas e infra-estruturas de rega e órgãos


associado, de apoio à exploração agrícola (sem utilização (*)
de efluentes).
Instalação de tanques, estações de filtragem, condutas,
canais, incluindo levadas, e cabinas para motores de rega,
para beneficiação da exploração, com área superior a 4m2
e não podendo exceder 10 m2.
h) Cabinas para motores de rega com área inferior a 4m2.
i) Abertura de caminhos de apoio ao sector agrícola. (*) (*) (*)
j) Construção de pequenos açudes e charcas de apoio à (*)
exploração agrícola, com capacidade máxima de 15.000m3
II – SECTOR FLORESTAL
a) Pequenas charcas para fins de defesa da floresta e
combate a incêndios com capacidade máxima de 2.000 m3.
b) Charcas para fins de defesa da floresta e combate a
incêndios, com capacidade máxima de 2.000 a 15.000 m3.
c) Postos de vigia de apoio à vigilância e combate a
incêndios de iniciativa de entidades públicas ou privadas.
d) Acções inerentes à condução da exploração florestal.
III – AQUICULTURA MARINHA
a) Novos estabelecimentos de culturas marinhas, em (a)
estruturas flutuantes.
b) Novos estabelecimentos de culturas marinhas (b)
(*)
c) Recuperação, manutenção e ampliação de
estabelecimentos de culturas marinhas existentes, incluindo (a)
estruturas de apoio à exploração de actividade.
d) Reconversão de salinas em estabelecimentos de culturas (a)
marinhas, incluindo estruturas de apoio à exploração de
actividade.
IV – PROSPECÇÃO E PESQUISA GEOLÓGICA
a) Abertura de sanjas, com extensão superior a 30 m ou
profundidade superior a 6m e largura da base superior a
1m.
b) Abertura de sanjas, de dimensão inferior a 30 m,
profundidade inferior a 6 m e largura da base inferior a 1m.
c) Sondagens mecânicas e outras acções de prospecção e
pesquisa geológica de âmbito localizado.
6570 Diário da República, 1.a série — N.o 172 — 6 de Setembro de 2006

ALBUFEIRAS
ZONAS
ÁREAS FAIXA DE LEITOS COSTEIRAS
ACÇÕES INSUSCEPTIVEIS DE PREJUDICAR O EQUILÍBRIO ÁREAS DE COM ZONAS PROTECÇÃO DOS (excepto praias,
ECOLÓGICO DAS ÁREAS INTEGRADAS NA REN CABECEIRAS DAS MÁXIMA RISCOS AMEAÇADAS PLANO CURSOS zonas húmidas,
NOS TERMOS REFERIDOS NO ANEXO V LINHAS DE ÁGUA INFILTRAÇÃO DE PELAS CHEIAS DE Nível DE arribas ou falésias
EROSÃO ÁGUA pleno de e respectiva faixa de
armaze- >50 m ÁGUA protecção
namento e duna primária)
50 m
V – EXPLORAÇÃO DE RECURSOS GEOLÓGICOS
a) Novas explorações. (*) (*)
b) Ampliação de explorações existentes. (*)
c) Anexos de exploração exteriores à área de (*)
exploração.Equipamentos de britagem, crivagens, moagem,
lavagem de inertes e outros de tratamento primário
directamente afectos à exploração.
d) Ampliação de estabelecimentos industriais de
engarrafamento, desde que associadas a águas minerais
naturais e de nascente.
e) Ampliação de balneários termais.
f) Abertura de caminhos de apoio ao sector. (*)
VI – INDÚSTRIA TRANSFORMADORA
Alterações e/ou ampliações de estabelecimentos industriais.
VII – TURISMO
a) Ampliação de estruturas afectas ou a afectar a (*)
agroturismo, turismo rural, turismo de habitação, turismo
de aldeia e casas de campo.
b) Apoios às zonas de recreio balnear e à actividade náutica
de recreio, bem como infra-estruturas de apoio, em zonas
fluviais.
c) Estruturas flutuantes de apoio à actividade e à náutica de
recreio, em zonas fluviais.
d) Equipamentos e apoios de praia costeira, bem como (c)
infra-estruturas de apoio à utilização das praias.
VIII – RECREIO E LAZER
a) Espaços verdes equipados de utilização colectiva. (*) (*)
b) Abertura de trilhos e caminhos pedonais/cicláveis (*)
destinados à educação e interpretação ambiental e de
descoberta da natureza, incluindo pequenas infraestruturas
de apoio.
IX – INSTALAÇÕES MILITARES
Espaços não construídos.
X - INFRA-ESTRUTURAS DE SANEAMENTO BÁSICO
Todas as infra-estruturas de saneamento básico, incluindo (*) (*) (*) (*)
ETAR
XI – BENEFICIAÇÃO DE VIAS RODOVIÁRIAS E FERROVIÁRIAS E DE CAMINHOS MUNICIPAIS EXISTENTES
a) Pequenas beneficiações de vias (*)
b) Alargamento de plataformas e pequenas correcções de (*)
traçado existente.
c) Construção de restabelecimentos para supressão de (*)
passagens de nível
d) Construção de subestações de tracção para reforço da
alimentação em linhas electrificadas existentes.
XII – BENEFICIAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS PORTUÁRIAS EXISTENTES
Beneficiação de infra-estruturas portuárias já existentes e (a)
acessibilidades marítimas.
XIII – PRODUÇÃO DE ELECTRICIDADE A PARTIR DE FONTES DE ENERGIA RENOVÁVEIS
Produção de electricidade a partir de fontes de energia (*) (*)
renováveis.
XIV – ACÇÕES DE PRESERVAÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS
Desassoreamento, estabilização de taludes e de áreas com (*) (*)
risco de erosão, nomeadamente muros de suporte, e obras
de correcção torrencial.
XV – REDES ELÉCTRICAS AÉREAS E ANTENAS DE
RÁDIO E TELEDIFUSÃO
XVI – REDES SUBTERRÂNEAS ELÉCTRICAS E DE (*)
TELECOMUNICAÇÕES E CONDUTAS DE GÁS. (*) (*)
XVII – VEDAÇÕES E MUROS DE SUPORTE DE TERRAS
a) Vedação em sebe viva ou postes de madeira e fiadas de (*)
arame ou rede e muros de pedra seca.
b) Muros de suporte de terras desde que apenas ao limite da (*)
cota do terreno, ou até mais 0,20 m acima deste, desde que
em pedra seca com enrocamento em terra e sem vedação.
XVIII – PEQUENAS PONTES, PONTÕES E OBRAS (*) (*)
HIDRÁULICAS
XIX – AMPLIAÇÃO DE OUTRAS EDIFICAÇÕES EXISTENTES
Ampliação de edificações existentes destinadas a habitação
e outras não abrangidas pelos números anteriores, (*)
nomeadamente empreendimentos turísticos, hotéis rurais,
equipamentos de utilização colectiva, etc..

(*) Sujeito aos condicionalismos específicos referidos no anexo V.


(a) Incluindo as zonas húmidas
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6572 Diário da República, 1.a série — N.o 172 — 6 de Setembro de 2006

As áreas onde esta actividade é permitida deverão ser Seja justificada por razões de necessidade decorrentes
delimitadas e ordenadas, de acordo com a sua capacida- da actividade agrícola desenvolvida;
de de utilização, pela direcção regional de agricultura e Seja obtida prévia autorização da Comissão Regional
contempladas nos planos especiais e municipais de orde- da Reserva Agrícola para ocupação não agrícola desses
namento do território; solos quando a pretensão se situar em solos de Reserva
A movimentação de solos para adaptação dos terrenos Agrícola Nacional.
não implique alterações significativas da topografia do
terreno; Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias não é autorizada a
Largura máxima dos acessos — 4 m, observadas as con- instalação de tanques e estações de filtragem. As restantes infra-
-estruturas só podem ser autorizadas se não constituírem ou con-
dições da alínea i); tiverem elementos que funcionem como obstáculo à livre circula-
As areias resultantes do movimento de terras não te- ção das águas.
rem outra finalidade que não seja ligada à própria explo-
ração, sendo proibida a sua comercialização; h) Abertura de caminhos de apoio ao sector agrícola. — A
Seja solicitado parecer à Direcção Regional da Agricul- pretensão pode ser autorizada desde que cumpra cumula-
tura de Entre Douro e Minho pela CCDR competente. tivamente os seguintes requisitos:

e) Acções nas regiões delimitadas de interesse vitivi- Seja justificada por razões de necessidade decorrentes
nícola, frutícola e olivícola (pelo seu interesse cultural e da actividade agrícola desenvolvida;
económico, são admitidas acções relacionadas com a ac- Largura máxima da plataforma, incluindo berma e dre-
tividade vitivinícola olivícola e frutícola, nomeadamente a nagem — 5 m;
alteração da topografia e a construção de muros e pata- Utilize pavimento permeável ou semipermeável;
mares para adaptação dos terrenos às culturas, bem como O traçado seja adaptado à topografia do terreno, não
a abertura de acessos). — A pretensão pode ser autori- podendo implicar operações de aterro ou escavação de
zada desde que cumpra cumulativamente os seguintes dimensão relevante;
requisitos: Seja respeitada a drenagem natural do terreno.

Seja justificada a necessidade das acções para a explo- Notas


ração; Nas zonas ameaçadas pelas cheias não podem constituir ou
Seja garantida a não afectação dos leitos dos cursos conter elementos que funcionem como obstáculo à livre circula-
de água; ção das águas.
Seja garantido que as acções a desenvolver não con- Na faixa de protecção a albufeiras a pretensão apenas pode
tribuem para o aumento da erosão dos solos, nem para a ser autorizada nas situações de recuperação da rede de acessibili-
dades existente que tenha sido destruída com a criação da albufei-
perda de solo; ra ou quando enquadrada em plano de ordenamento de albufeira
Seja solicitado parecer ao organismo competente do de águas públicas.
Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e
das Pescas pela CCDR competente. j) Construção de pequenos açudes e charcas de apoio
à exploração agrícola, com capacidade máxima de
Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias só podem ser auto- 15 000 m3. — A pretensão pode ser autorizada desde que
rizadas se não constituírem ou contiverem elementos que funcio- cumpra cumulativamente os seguintes requisitos:
nem como obstáculo à livre circulação das águas.
Seja justificada por razões de necessidade decorrentes
f) Plantação de olivais, vinhas, pomares e instalação de da actividade agrícola desenvolvida;
prados, sem alteração da topografia e sem adaptação do As charcas não estabeleçam ligação com as linhas de
terreno às culturas. — A pretensão deve cumprir cumula- água, com excepção de eventual encaminhamento de ex-
tivamente os seguintes requisitos: cedentes através de descarregador para uma linha de água
Garantia de não afectação dos leitos dos cursos de próxima;
água; Seja solicitado parecer ao organismo competente do
Garantia de que as acções a desenvolver não contri- Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e
buem para o aumento da erosão dos solos, nem para a das Pescas pela CCDR competente.
perda de solo.
Nota. — Nos leitos dos cursos de água só são admitidos açu-
des.
Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias não podem consti-
tuir ou conter elementos que funcionem como obstáculo à livre
circulação das águas. II — Sector florestal

g) Pequenas estruturas e infra-estruturas de rega e ór- a) Pequenas charcas para fins de defesa da floresta e
gãos associados de apoio à exploração agrícola (sem uti- combate a incêndios com capacidade máxima de
lização de efluentes) (instalação de tanques, estações de 2000 m3. — A pretensão deve cumprir cumulativamente os
filtragem, condutas, canais, incluindo levadas, e cabinas seguintes requisitos:
para motores de rega, para beneficiação da exploração, Ser justificada por razões de necessidade decorrentes
com área superior a 4 m2 e não podendo exceder 10 m2). — da actividade desenvolvida;
A pretensão pode ser autorizada desde que cumpra cu- As charcas não devem estabelecer ligação com as li-
mulativamente os seguintes requisitos: nhas de água, com excepção de eventual encaminhamen-
Não existam alternativas de localização viável em to de excedentes através de descarregador para uma li-
áreas não integradas na Reserva Ecológica Nacional; nha de água próxima;
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Nos casos em que a pretensão está sujeita a autoriza- turas de apoio à exploração da actividade. — A preten-
ção da CCDR, deve esta entidade solicitar parecer ao são pode ser autorizada desde que cumpra cumulativa-
organismo competente do Ministério da Agricultura, do mente os seguintes requisitos:
Desenvolvimento Rural e das Pescas, desde que a execu-
Seja justificada por razões de necessidade decorrente
ção de charcas não esteja prevista em plano de defesa
do uso e actividade existentes;
da floresta.
Sejam reduzidas ao mínimo as áreas artificializadas,
devendo os taludes e cômoros ser revestidos com vege-
b) Charcas para fins de defesa da floresta e combate a
tação própria da área;
incêndios, com capacidade máxima de 2000 m 3 a Sejam aproveitados caminhos existentes, só sendo per-
15 000 m3. — A pretensão pode ser autorizada desde que mitida a abertura de novos caminhos a título excepcional
cumpra cumulativamente os seguintes requisitos: e desde que devidamente justificado, não podendo os
Seja justificada por razões de necessidade decorrentes mesmos ser impermeabilizados;
da actividade desenvolvida; O fornecimento de energia eléctrica só será admissível
As charcas não estabeleçam ligação com as linhas de por cabos subterrâneos;
água, com excepção de eventual encaminhamento de ex- As instalações de apoio à actividade devem ser priori-
cedentes através de descarregador para uma linha de água tariamente estruturas leves do tipo amovível, sobreeleva-
próxima; das sobre estacaria quando justificável, com área máxima
Seja solicitado parecer ao organismo competente do de 80 m2, que inclui, nomeadamente, casa do guarda, ar-
Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e mazém de rações e equipamentos necessários à actividade;
das Pescas pela CCDR competente para a decisão do pe- Concluídas as obras o titular da licença deve remover
dido, desde que a execução de charcas não esteja pre- o entulho e materiais sobrantes para aterro licenciado;
vista em plano de defesa da floresta. Demonstração da não afectação das áreas de REN e
dos valores naturais, em especial os inscritos nas áreas
c) Acções inerentes à condução da exploração flores- classificadas ao abrigo da Rede Natura, bem como da
tal. — Apenas as que sejam autorizadas pela Direcção- avaliação do seu enquadramento ambiental e paisagístico
-Geral dos Recursos Florestais ou resultem de planos de e das condições de instalação e funcionamento, aspec-
gestão florestal aprovados. tos que devem ser contemplados no projecto de instala-
ção a apresentar;
III — Aquicultura marinha Quando localizados em áreas classificadas ao abrigo da
Rede Natura, seja obtido previamente parecer favorável do
a) Novos estabelecimentos de culturas marinhas (ape- Instituto da Conservação da Natureza, no cumprimento da
nas os que se desenvolvam com base em estruturas flu- legislação em vigor;
tuantes, com sistema de fixação ao fundo, sem que se Parecer prévio favorável da Direcção-Geral das Pescas
verifiquem alterações físicas do meio oceânico). — A pre- e Aquicultura.
tensão pode ser autorizada desde que cumpra cumulati-
vamente os seguintes requisitos: d) Reconversão de salinas em estabelecimentos de
Avaliação das alterações a introduzir na área de REN, culturas marinhas, incluindo estruturas de apoio à explo-
do seu enquadramento ambiental e paisagístico, das con- ração de actividade. — A pretensão pode ser autorizada
dições de instalação e funcionamento, aspectos a consi- desde que cumpra cumulativamente os seguintes requi-
derar no projecto a apresentar; sitos:
Parecer prévio favorável da Direcção-Geral das Pescas Seja adoptado regime de cultura extensivo e semi-
e Aquicultura. -intensivo;
Sejam utilizadas prioritariamente as lamas provenientes
b) Novos estabelecimentos de culturas marinhas. — A do interior do pejo da marinha, e caso não sejam sufi-
pretensão pode ser autorizada desde que cumpra cumula- cientes, seja utilizada terra com as mesmas características;
tivamente os seguintes requisitos: Sejam reduzidas ao mínimo as áreas artificializadas,
Avaliação das alterações a introduzir na área de REN, nomeadamente largura das vias de acesso e dos diques,
do seu enquadramento ambiental e paisagístico, das con- devendo os taludes e cômoros ser revestidos com vege-
dições de instalação e funcionamento, aspectos que de- tação própria da área;
vem ser contemplados no projecto de instalação a apre- Para estabilização dos muros e zonas das comportas e
sentar; redução do impacte visual, devem ser semeados/planta-
Parecer prévio favorável da Direcção-Geral das Pescas dos prados compostos exclusivamente por espécies au-
e Aquicultura. tóctones existentes na zona;
Sejam aproveitados caminhos existentes, só sendo per-
Nota. — Nas zonas costeiras identificadas no anexo IV só pode mitida a abertura de novos caminhos a título excepcional
ser autorizada a localização da tubagem de captação de água. Esta desde que devidamente justificada, não podendo os mes-
autorização depende da demonstração da imprescindibilidade da mos ser impermeabilizados;
mesma e da verificação de que a sua execução e implantação não
têm impactes negativos sobre a respectiva área, nomeadamente Os trabalhos com retroescavadoras sejam limitados à
não constituindo factor de instabilidade ou de degradação da área retirada de lamas do pejo para a construção dos muros e
de REN e ou da faixa de terreno atravessada. rombos das culturas marinhas ou para consolidação dos
caminhos;
c) Recuperação, manutenção e ampliação de estabele- O fornecimento de energia eléctrica só é admissível por
cimentos de culturas marinhas existentes, incluindo estru- cabos subterrâneos;
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As instalações de apoio à actividade deverão ser prio- Seja comprovada a inexistência de alternativas de lo-
ritariamente estruturas leves do tipo amovível, sobreele- calização viável em áreas não integradas na Reserva Eco-
vadas sobre estacaria quando justificável, com área máxi- lógica Nacional;
ma de 80 m2, que inclui, nomeadamente, casa do guarda, Seja justificada a necessidade da exploração;
armazém de rações e equipamentos necessários à activi- No caso da exploração não ser sujeita a procedimen-
dade; to de avaliação de impacte ambiental, nos termos da le-
Concluídas as obras, o titular da licença deve remover gislação aplicável, deve o projecto ser acompanhado de
o entulho e materiais sobrantes para aterro licenciado; estudo de incidências ambientais, cujo conteúdo será
Demonstração da não afectação das áreas de REN e definido por despacho conjunto dos membros do Go-
dos valores naturais, em especial dos inscritos nas áreas verno responsáveis pelas áreas do ambiente e da eco-
classificadas ao abrigo da Rede Natura, bem como da nomia;
avaliação do seu enquadramento ambiental e paisagístico No âmbito da avaliação de impacte ambiental ou de
e das condições de instalação e funcionamento, aspec- incidências ambientais deverão ser apresentadas medidas
tos que devem ser contemplados no projecto de instala- de compensação ambiental, a executar na fase de explo-
ção a apresentar; ração e pós-exploração, preferencialmente a recuperação
Quando localizados em áreas classificadas ao abrigo da de outras pedreiras ambientalmente degradadas;
Rede Natura seja obtido previamente parecer favorável do Seja reconhecida, pela autarquia, como revestindo in-
Instituto da Conservação da Natureza, no cumprimento da teresse público municipal.
legislação em vigor;
Parecer prévio favorável da Direcção-Geral das Pescas No caso de exploração de massas minerais — pedrei-
e Aquicultura. ras — a autorização só pode ocorrer no âmbito da emis-
são de parecer relativo ao plano de pedreira.
IV — Prospecção e pesquisa geológica e hidrogeológica
Notas
a) Abertura de sanjas, com extensão superior a 30 m
ou profundidade superior a 6 m e largura da base supe- A localização em zonas ameaçadas pelas cheias só pode ser
autorizada se ficar comprovado não existir localização alternati-
rior a 1 m. — A pretensão pode ser autorizada desde que va fora destas áreas e se não constituírem ou contiverem ele-
cumpra cumulativamente os seguintes requisitos: mentos que funcionem como obstáculo à livre circulação das águas,
não sendo admitida alteração de cotas do terreno natural.
Seja justificada a necessidade da acção; Nos leitos dos cursos de água admite-se a possibilidade de ocor-
Sejam estabelecidas medidas de minimização das dis- rer a mobilização e extracção de inertes, desde que previstas em
funções ambientais; planos específicos de gestão de extracção de inertes em domínio
hídrico e desde que a intervenção se destine a melhorar as con-
Sejam repostas as camadas de solo de acordo com o dições de funcionamento do curso de água ou se enquadre na im-
perfil preexistente. plementação de uma utilização do domínio hídrico.

b) Abertura de sanjas, de dimensão inferior a 30 m, b) Ampliação de explorações existentes. — A pretensão


profundidade inferior a 6 m e largura da base inferior a pode ser autorizada desde que cumpra cumulativamente
1 m. — A pretensão pode ser autorizada desde que cum- os seguintes requisitos:
pra cumulativamente os seguintes requisitos: Estar prevista e regulamentada em plano municipal de
Seja justificada a necessidade da acção; ordenamento do território;
Sejam estabelecidas medidas de minimização das dis- Seja justificada por razões de necessidade decorrentes
funções ambientais; do uso existente;
Sejam repostas as camadas de solo de acordo com o No caso da exploração não ser sujeita a procedimento
perfil preexistente. de avaliação de impacte ambiental, nos termos da legisla-
ção aplicável, deve o projecto ser acompanhado de estu-
c) Sondagens mecânicas e outras acções de prospec- do de incidências ambientais, cujo conteúdo será defini-
ção e pesquisa geológica e hidrogeológica de âmbito lo- do por despacho conjunto dos membros do Governo
calizado. — A pretensão pode ser autorizada desde que responsáveis pelas áreas do ambiente e da economia;
cumpra cumulativamente os seguintes requisitos: No âmbito da avaliação de impacte ambiental ou de
incidências ambientais, deverão ser apresentadas medidas
Seja justificada a necessidade da acção; de compensação ambiental a executar nas fases de explo-
Seja assegurada a minimização dos principais riscos de ração e pós-exploração;
erosão e deslizamento, bem como de contaminação de Seja reconhecida, pela autarquia, como revestindo in-
solos e sistemas hídricos; teresse público municipal.
Sejam repostas as camadas de solo de acordo com o
perfil preexistente. No caso de exploração de massas minerais — pedrei-
ras — a autorização só pode ocorrer no âmbito da emis-
V — Exploração de recursos geológicos são de parecer relativo ao plano de pedreira.
a) Novas explorações. — A pretensão pode ser autori-
Nota. — A localização em zonas ameaçadas pelas cheias só
zada desde que cumpra cumulativamente os seguintes pode ser autorizada se ficar comprovado não existir localização
requisitos: alternativa fora destas áreas e se não constituírem ou contive-
rem elementos que funcionem como obstáculo à livre circulação
Estar prevista e regulamentada em plano municipal de das águas, não sendo admitida alteração das cotas do terreno
ordenamento do território; natural.
Diário da República, 1.a série — N.o 172 — 6 de Setembro de 2006 6575

c) Anexos de exploração exteriores à área de explora- Largura máxima da plataforma, incluindo berma e dre-
ção (equipamentos de britagem, crivagens, moagem, lava- nagem — 4 m;
gem de inertes e outros de tratamento primário directa- Utilize pavimento permeável ou semipermeável;
mente afectos à exploração). — A pretensão pode ser O traçado seja adaptado à topografia do terreno, não
autorizada desde que cumpra cumulativamente os seguin- podendo implicar operações de aterro ou escavação de
tes requisitos: dimensão relevante;
Seja respeitada a drenagem natural do terreno.
Seja comprovada a inexistência de alternativas de lo-
calização viável em áreas não integradas na Reserva Eco- Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias só podem ser auto-
lógica Nacional; rizados se não constituírem ou contiverem elementos que funcio-
Seja justificada a imprescindibilidade da exploração e nem como obstáculo à livre circulação das águas.
dos anexos de pedreira;
Defina medidas de compensação ambiental a executar VI — Indústria transformadora
durante as fases de construção, exploração e desactiva- Alterações e ou ampliações de estabelecimentos indus-
ção; triais. — A pretensão pode ser autorizada desde que cum-
Garanta a remoção de todos os anexos no final do pra cumulativamente os seguintes requisitos:
prazo da autorização, bem como a recuperação da área de
intervenção, devendo para tal ser apresentado projecto A edificação existente esteja licenciada, nos termos
específico a aprovar pela CCDR; legalmente exigidos;
Seja reconhecida, pela autarquia, como revestindo in- Seja justificada por razões de necessidade decorrentes
teresse público municipal. do uso existente;
Não implique um acréscimo da área de implantação
Nota. — A localização em zonas ameaçadas pelas cheias só superior a 20 % da área de implantação existente;
pode ser autorizada se ficar comprovado não existir localização No caso dos anexos de pedreira, só é admitida a am-
alternativa fora destas áreas e se não constituírem ou contiverem pliação da área não coberta, e até 20 % da área de im-
elementos que funcionem como obstáculo à livre circulação das plantação existente, desde que não implique movimenta-
águas, não sendo admitida alteração das cotas do terreno natural.
ção e impermeabilização dos solos;
d) Ampliação de estabelecimentos industriais de engar- Seja reconhecida, pela autarquia, como revestindo in-
rafamento, desde que associados a nascentes e águas teresse público municipal.
minerais naturais. — A pretensão pode ser autorizada VII — Turismo
desde que cumpra cumulativamente os seguintes requisitos:
a) Ampliação de estruturas afectas a agroturismo, tu-
A edificação existente esteja licenciada, nos termos rismo rural, turismo de habitação, turismo de aldeia e ca-
legalmente exigidos; sas de campo. — A pretensão pode ser autorizada desde
Seja comprovada a inexistência de alternativas de lo- que cumpra cumulativamente os seguintes requisitos:
calização viável em áreas não integradas na Reserva Eco-
lógica Nacional; A edificação existente esteja licenciada, nos termos
Seja justificada por razões de necessidade decorrentes legalmente exigidos;
Seja justificada por razões de necessidade decorrentes
do uso existente;
do uso existente;
A área a ampliar não exceda 20 % da área de implanta-
Não implique acréscimo da área de implantação supe-
ção existente;
rior a 30 % da área de implantação existente;
Seja reconhecida, pela autarquia, como revestindo in-
Os equipamentos de recreio e lazer de apoio ao em-
teresse público municipal.
preendimento sejam dimensionados em função da capaci-
dade de alojamento do empreendimento, devendo as in-
e) Ampliação de balneários termais. — A pretensão tervenções respeitar a topografia do terreno e privilegiar
pode ser autorizada desde que cumpra cumulativamente a utilização de materiais permeáveis ou semipermeáveis
os seguintes requisitos: nos pavimentos, bem como o recurso a materiais perecí-
A edificação existente esteja licenciada, nos termos veis nos equipamentos de apoio;
legalmente exigidos; Os pontos de comercialização de produtos tradicionais
Seja comprovada a inexistência de alternativas de lo- tenham uma área máxima de construção de 50 m2.
calização viável em áreas não integradas na Reserva Eco-
lógica Nacional; A autorização da pretensão de ampliação determina a
Seja justificada por razões de necessidade decorrentes interdição de nova ampliação nos 10 anos subsequentes.
do uso existente;
Não implique um acréscimo da área de implantação Nota. — Na faixa de protecção às albufeiras (> 50 m) só são
admitidas as acções previstas em plano de ordenamento de albu-
superior a 20 % da área de implantação existente; feira de águas públicas.
Seja reconhecida, pela autarquia, como revestindo in-
teresse público municipal. b) Apoios às zonas de recreio balnear e à actividade
náutica de recreio, bem como infra-estruturas de apoio, em
f) Abertura de caminhos de apoio ao sector. — A pre- zonas fluviais. — A pretensão pode ser autorizada desde
tensão pode ser autorizada desde que cumpra cumulati- que cumpra cumulativamente os seguintes requisitos:
vamente os seguintes requisitos:
Esteja enquadrada em projecto que abranja a totalida-
Seja justificada por razões de necessidade decorrentes de da zona de recreio balnear ou de apoio à náutica de
da actividade desenvolvida; recreio;
6576 Diário da República, 1.a série — N.o 172 — 6 de Setembro de 2006

Assegure as funções de apoio de praia (1), quando in- de que cumpra cumulativamente os seguintes requisi-
seridos em zonas de apoio balnear (2); tos:
As edificações devem ser em madeira ou outros mate-
riais perecíveis e assentes em estacaria, sem impermeabi- Não implique mobilizações do solo;
lização do solo e com um sistema adequado de tratamen- Não implique a realização de obras de construção;
to de efluentes; Sejam exclusivamente utilizados pavimentos permeáveis.
A abertura de novos acessos, viários e pedonais, bem
Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias só podem ser auto-
como a reabilitação e ampliação dos existentes, só podem rizados se não constituírem ou contiverem elementos que funcio-
ser autorizadas quando os mesmos sejam necessários ao nem como obstáculo à livre circulação das águas.
funcionamento das zonas de recreio balnear ou de apoio
à náutica de recreio; IX — Instalações militares
No caso de albufeiras de águas públicas com plano de
Espaços não construídos, designadamente heliportos,
ordenamento eficaz, a abertura de novos acessos, viários
e pedonais, bem como a reabilitação e ampliação dos exis- parques de estacionamento em pavimento permeável ou
tentes, só podem ser autorizadas quando previstas nesse semipermeável, espaços verdes, sem prejuízo da necessá-
instrumento de gestão territorial; ria limitação das áreas impermeabilizadas e das alterações
No caso de albufeiras de águas públicas com plano de ao relevo, assegurando uma correcta integração paisagís-
ordenamento eficaz, a pretensão tem que estar expressa- tica.
mente prevista nesse plano.
X — Infra-estruturas de saneamento básico

c) Estruturas flutuantes de apoio à actividade e à náu- Todas as infra-estruturas de saneamento básico, inclu-
tica de recreio, em zonas fluviais. — Apenas podem ser indo ETAR. — A pretensão pode ser autorizada desde que
autorizadas quando previstas em plano de ordenamento cumpra cumulativamente os seguintes requisitos:
de albufeira de águas públicas.
d) Equipamentos e apoios de praia costeira, bem como Não exista alternativa de localização económica e tec-
infra-estruturas de apoio à utilização das praias. — A pre- nicamente viável em áreas não integradas na REN;
tensão pode ser autorizada desde que cumpra cumulati- Seja justificada a necessidade de execução das infra-
vamente os seguintes requisitos: -estruturas.

Os equipamentos, apoios de praia costeira e infra- Notas


-estruturas de apoio à utilização das praias estejam pre- Nas zonas ameaçadas pelas cheias só podem ser autorizadas se
vistos em plano de ordenamento da orla costeira (POOC) não constituírem ou contiverem elementos que funcionem como
eficaz; obstáculo à livre circulação das águas.
A abertura de novos acessos, viários e pedonais, bem Na faixa de protecção a albufeiras (npa-50 m) só são admiti-
das infra-estruturas de abastecimento público de água e redes de
como a reabilitação e ampliação dos existentes estejam esgotos.
previstos em plano de praia que integre um POOC. Nas zonas costeiras só são admitidas redes de abastecimento
público de água e de esgotos.
Nos leitos dos cursos de água não são autorizadas estruturas e
VIII — Recreio e lazer
edificações de apoio.
a) Espaços verdes equipados de utilização colectiva. — A
pretensão pode ser autorizada desde que cumpra cumula- XI — Beneficiação de vias rodoviárias e ferroviárias
tivamente os seguintes requisitos: e de caminhos municipais existentes

As edificações de apoio utilizem materiais perecíveis ou a) Pequenas beneficiações de vias, designadamente tra-
amovíveis, não envolvendo movimentações de terras sig- balhos de saneamento ou reperfilamento de taludes e
nificativas; correcções de traçado em que a plataforma da nova via
Seja adaptada à topografia do local, não podendo im- não extravase, no seu todo, a plataforma actual.
plicar movimentos de terras significativos;
Não haja lugar a impermeabilização do solo; Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias não podem consti-
tuir ou conter elementos que funcionem como obstáculo à livre
Garanta a preservação da vegetação existente, em par- circulação das águas.
ticular a ripícola;
Assegure a recolha de resíduos. b) Alargamento de plataformas e pequenas correc-
ções de traçado existente. — A pretensão só pode ser
Notas autorizada se cumprir cumulativamente os seguintes re-
Nas zonas ameaçadas pelas cheias só podem ser autorizados se quisitos:
não constituírem ou contiverem elementos que funcionem como
obstáculo à livre circulação das águas. Seja justificada e demonstrada a necessidade de bene-
Na faixa de protecção às albufeiras (npa-50 m) só são admiti- ficiação das infra-estruturas;
das as acções previstas em plano de ordenamento de albufeira de Sejam adaptadas à topografia do terreno;
águas públicas.
Respeite a drenagem natural dos terrenos, garantindo
b) Abertura de trilhos e caminhos pedonais/cicláveis a minimização da contaminação dos solos e da água.
destinados à educação e interpretação ambiental e de Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias só podem ser auto-
descoberta da natureza, incluindo pequenas infra-estru- rizados se não constituírem ou contiverem elementos que fun-
turas de apoio. — A pretensão pode ser autorizada des- cionem como obstáculo à livre circulação das águas.
Diário da República, 1.a série — N.o 172 — 6 de Setembro de 2006 6577

c) Construção de restabelecimentos para supressão de Fica proibida a comercialização das areias resultantes
passagens de nível. — A pretensão só pode ser autoriza- dos movimentos de terras.
da se cumprir cumulativamente os seguintes requisitos:
Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias e nos leitos dos
Seja justificada e demonstrada a necessidade de bene- cursos de água só podem ser autorizadas se não constituírem ou
ficiação das infra-estruturas; contiverem elementos que funcionem como obstáculo à livre cir-
Seja adaptada à topografia do terreno; culação das águas.
Respeite a drenagem natural dos terrenos, garantindo
a minimização da contaminação dos solos e da água. XVI — Redes subterrâneas eléctricas e de telecomunicações
e condutas de gás
Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias só podem ser auto-
rizados se não constituírem ou contiverem elementos que funcio-
A pretensão pode ser autorizada desde que cumpra
nem como obstáculo à livre circulação das águas. cumulativamente os seguintes requisitos:
Reposição das camadas de solo de acordo com o per-
d) Construção de subestações de tracção para reforço
fil preexistente;
da alimentação em linhas electrificadas existentes. — A
Protecção da camada arável por vegetação que atenue
pretensão só pode ser autorizada se cumprir cumulativa-
mente os seguintes requisitos: eventuais riscos erosivos, deslizamentos e outros, como
contaminação resultante de fugas.
Seja justificada e demonstrada a necessidade de bene-
ficiação da infra-estrutura; Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias, nos leitos dos cur-
As intervenções a efectuar sejam adaptadas às condi- sos de água e nas zonas costeiras não são autorizadas estruturas e
ções topográficas do terreno, de modo a minimizar as edificações de apoio.
intervenções, não devendo implicar volumes significativos
de movimentação de terras; XVII — Vedações e muros de suporte de terras
Respeite a drenagem natural dos terrenos; a) Vedação em sebe viva ou postes de madeira e fia-
Seja demonstrada a não afectação das áreas integra- das de arame ou rede e muros de pedra seca.
das na REN e dos valores naturais, bem como avaliado o
seu enquadramento ambiental e paisagístico, aspectos Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias só podem ser auto-
que devem ser contemplados em projecto a apresentar rizados se não constituírem ou contiverem elementos que funcio-
nem como obstáculo à livre circulação das águas.
para o efeito.

XII — Beneficiação de infra-estruturas portuárias existentes


b) Muros de suporte de terras desde que apenas ao
limite da cota do terreno, ou até mais 0,20 m acima deste
Beneficiação de infra-estruturas portuárias já existen- desde que em pedra seca com enrocamento em terra e sem
tes e acessibilidades marítimas. — A pretensão só pode vedação.
ser autorizada se cumprir cumulativamente os seguintes
requisitos: Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias só podem ser auto-
rizados se não constituírem ou contiverem elementos que funcio-
Seja justificada e demonstrada a necessidade de bene- nem como obstáculo à livre circulação das águas.
ficiação das infra-estruturas;
Seja adaptada às condições hidrotopográficas, de XVIII — Pequenas pontes, pontões e obras hidráulicas
modo a minimizar as intervenções.
A pretensão pode ser autorizada desde que cumpra
XIII — Produção de electricidade a partir de fontes cumulativamente os seguintes requisitos:
de energia renováveis
Seja justificada a necessidade da obra;
Produção de electricidade a partir de fontes de energia Seja adaptada à topografia do terreno.
renováveis. — Podem ser autorizadas as acções de pro-
dução de electricidade a partir de fontes de energia reno- Nota. — Nas zonas ameaçadas pelas cheias e nos leitos dos
váveis nos termos do despacho conjunto n.º 51/2004, de cursos de água só podem ser autorizadas se não constituírem ou
31 de Janeiro, dos Ministros da Economia e das Cidades, contiverem elementos que funcionem como obstáculo à livre cir-
culação das águas.
Ordenamento do Território e Ambiente.
Notas XIX — Ampliação de outras edificações existentes
Nas zonas ameaçadas pelas cheias só podem ser autorizadas se
não constituírem ou contiverem elementos que funcionem como Ampliação de edificações existentes destinadas a ha-
obstáculo à livre circulação das águas. bitação e outras não abrangidas pelos números anterio-
Nos leitos dos cursos de água só são admitidas mini-hídricas. res nomeadamente empreendimentos turísticos, hotéis ru-
rais, equipamentos de utilização colectiva, etc. — A
XIV — Acções de preservação e valorização dos ecossistemas pretensão pode ser autorizada desde que cumpra cumula-
Desassoreamento, estabilização de taludes e de áreas tivamente os seguintes requisitos:
com risco de erosão, nomeadamente muros de suporte e
A edificação existente esteja licenciada, nos termos
obras de correcção torrencial. — A pretensão pode ser
legalmente exigidos;
autorizada desde que cumpra cumulativamente os seguin-
Esteja prevista e regulamentada em plano municipal de
tes requisitos:
ordenamento do território;
Seja justificada a necessidade da obra; Seja justificada por razões de necessidade decorrentes
Seja adaptada à topografia do terreno. do uso existente;
6578 Diário da República, 1.a série — N.o 172 — 6 de Setembro de 2006

A área a ampliar não exceda 20 % da área de implanta- vidades abrangidas pelo Decreto-Lei n.o 242/2001, de
ção existente; 31 de Agosto, e executadas em instalações registadas
No caso de edificações destinadas à habitação, quan- ou autorizadas ao abrigo do referido diploma.
do da aplicação do requisito anterior não resulte uma área É ainda necessário e conveniente proceder à revo-
total de implantação (soma das áreas de implantação exis- gação do n.o 5 do artigo 21.o do Decreto-Lei
tente e a ampliar) superior a 250 m2, pode ser autorizada n.o 242/2001, de 31 de Agosto, norma que regula matéria
uma ampliação até àquele valor. respeitante à competência dos tribunais sem a compe-
tente autorização legislativa e, para mais, de sentido
A autorização da pretensão de ampliação determina a contrário ao da recente reforma da legislação do con-
interdição de nova ampliação nos 10 anos subsequentes. tencioso administrativo, que teve por escopo remeter
estas matérias para a sede própria, as leis que delimitam
Nota. — Na faixa de protecção a albufeiras (> 50 m) só po- de forma genérica a competência material dos tribunais,
dem ser autorizadas desde que previstas e regulamentadas em pla- como ficou bem expresso na alteração do artigo 45.o
no de ordenamento de albufeira de águas públicas. da Lei de Bases do Ambiente levada a cabo pelo
( 1) Entende-se por apoio de praia o núcleo básico de funções artigo 6.o da Lei n.o 13/2002, de 19 de Fevereiro.
e serviços, infra-estruturado, que integra sanitários (com acesso Foram ouvidos os órgãos de governo próprios das
independente e exterior), posto de socorros, comunicação de Regiões Autónomas.
emergência, informação, vigilância e assistência a banhistas, lim-
peza de praia e recolha de lixo, bem como outras funções e ser-
Assim:
viços, nomeadamente comerciais. Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da
( 2 ) Entende-se por zona de apoio balnear a frente de praia Constituição, o Governo decreta o seguinte:
constituída pela faixa de terreno e plano de água adjacente.

Artigo 1.o
Decreto-Lei n.o 181/2006 Objecto

de 6 de Setembro 1 — O presente decreto-lei limita o teor total de com-


postos orgânicos voláteis (COV) nos produtos identi-
A prevenção e o controlo da poluição atmosférica ficados no anexo I do presente decreto-lei, do qual faz
constituem vertentes fundamentais da política do parte integrante, tendo em vista prevenir ou reduzir a
ambiente, visando assegurar um nível elevado de pro- poluição atmosférica devida à formação de ozono tro-
tecção da saúde das populações e do ambiente em geral. posférico resultante das emissões dos COV.
Tendo em vista a prossecução deste objectivo, têm 2 — O presente decreto-lei não prejudica a aplicação
sido fixados valores limite para a emissão de determi- da legislação relativa a rotulagem com vista à protecção
nados poluentes atmosféricos cujos efeitos se conside- da saúde dos consumidores e dos trabalhadores nos seus
ram particularmente nocivos, como se reconhece ser o locais de trabalho.
caso da poluição provocada pelos compostos orgânicos 3 — O presente decreto-lei transpõe para a ordem
voláteis (COV), dada a sua significativa contribuição jurídica interna a Directiva n.o 2004/42/CE, do Parla-
para a formação do ozono troposférico. mento Europeu e do Conselho, de 21 de Abril.
Neste sentido, a Directiva n.o 1999/13/CE, do Con-
selho, de 11 de Março, transposta para a ordem jurídica
interna pelo Decreto-Lei n.o 242/2001, de 31 de Agosto, Artigo 2.o
procedeu à definição de medidas que visam reduzir os
Definições
efeitos directos e indirectos das emissões de COV para
o ambiente resultantes da aplicação de solventes orgâ- Para efeitos do presente decreto-lei, entende-se por:
nicos em certas actividades e instalações.
Entretanto, a Directiva n.o 2004/42/CE, do Parla- a) «Colocação no mercado» a disponibilização de pro-
mento Europeu e do Conselho, de 21 de Abril, que dutos a terceiros, a título oneroso ou gratuito, incluindo
ora se transpõe, veio limitar o teor total de COV que a importação para o território nacional;
pode ser utilizado em determinadas tintas e vernizes b) «Composto orgânico» qualquer composto que con-
e em produtos de retoque de veículos. tenha, pelo menos, o elemento carbono e um ou mais
Procura-se assim reduzir o conteúdo de COV destas do seguintes elementos: hidrogénio, oxigénio, enxofre,
categorias de produtos, estabelecendo-se um prazo para fósforo, silício, azoto ou halogénio, com excepção dos
a adaptação ao novo regime legal no que respeita à óxidos de carbono e dos carbonatos e bicarbonatos
comercialização de produtos que, apesar de se encon- inorgânicos;
trarem abrangidos pelo presente decreto-lei, tenham c) «Composto orgânico volátil (COV)» um composto
sido produzidos antes da sua entrada em vigor. orgânico cujo ponto de ebulição inicial, à pressão normal
De referir ainda que, nos casos especiais de produtos de 101,3 kPa, seja inferior ou igual a 250oC;
que se destinam ao restauro e manutenção de imóveis d) «Película» uma camada contínua resultante da apli-
ou de veículos de colecção, poderá, excepcionalmente, cação de uma ou mais camadas de revestimento a um
ser concedida autorização para a colocação no mercado, substrato;
em quantidades rigorosamente limitadas, de produtos e) «Preparação» a mistura ou solução composta por
que não respeitem os valores limite de COV impostos duas ou mais substâncias;
pelo presente diploma. f) «Produto de revestimento» uma preparação,
É de notar que o presente decreto-lei não se aplica incluindo os solventes orgânicos ou as preparações que
a produtos vendidos para utilização exclusiva em acti- contenham os solventes orgânicos necessários à sua apli-

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