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ÍNDICE

DEFUMAÇÃO........................................02
SÃO MIGUEL.........................................03
OXALÁ...................................................07
EXÚ........................................................10
POMBA-GIRA........................................17
CIGANOS...............................................24
OGUM....................................................26
NANÃ BOROQUÊ..................................31
XANGÔ..................................................35
IANSÃ....................................................38
OBÁ ......................................................43
OXÓSSI/CABOCLO...............................46
OSSAIN .................................................58
LOGUN EDÉ..........................................62
BOIADEIRO...........................................64
BAIANOS...............................................69
OBALUAÊ/OMULÚ................................73
ALMAS ..................................................76
PRETOS VELHOS.................................77
OXUMARÊ.............................................85
MARINHEIRO........................................87
YEMANJÁ..............................................91
OXUM....................................................99
ERÊ......................................................103
SEQUÊNCIA DOS TRABALHOS........109
ABERTURA DA GIRA..........................110
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DEFUMAÇÃO Ê Pai Oxossi (maculelê)


Dai-me licença pra defumar
Defuma esta casa bem defumada (samba) Eu defumo, eu defumo
Com a cruz de Deus Essa aldeia real
Ela vai ser rezada
Eu sou rezador
Se o rei da mata é Oxossi (samba)
Sou filho de Umbanda
Rei da pedreira é Xangô
Com a cruz de Deus
Todo mal se abranda
Foi, foi Ogum quem mandou
Foi, foi Ogum quem mandou
Com as ervas da Jurema
Defuma, defumador (samba)
Eu fazer defumador
Essa casa de Nosso Senhor
Leva pras ondas do mar
O mal que aqui possa estar Estou incensadno
Estou defumando

Defuma com as ervas da Jurema (samba) A casa de


Defuma com arruda e guiné Meu Pai Oxossi

Beijoim, alecrim e alfazema Oi defumada de caboclo


Ora vamos defumar filhos de fé Que cheira guiné
Ora vamos defumar
Esses filhos de fé
Ogum eu defumo essa casa (samba)
Que Oxalá abençoou
Salve Yemanjá, Oxossi, Oxum Caboclo saiu da Macaia (samba)
Iansã, Xangô Com as ervas da Jurema na mão
Obaluaê atotô Caboclo defumou terreiro
Defumou seus filhos
A banda defumou
Estou incensando (samba) Defuma, caboclo defuma
Estou defumando Com as ervas da Jurema
A casa do Bom Jesus da Lapa Que você semeou
Nossa Senhora
Incensou a Jesus Cristo
Cheirou (samba)
Jesus Cristo incensou
Como cheira Umbanda
Aos filhos seus
Umbanda cheirou Guiné
Eu incenso, eu incenso esta casa
Na fé de Oxossi, de Ogum e Oxalá
Defuma com Jesus, Maria e José (samba)
Para os seus filhos defumar
Defuma a sua banda (samba) Oi defuma com Deus e Nossa Senhora
Defuma o seu conga Pra afastar os inimigos da porta pra fora
Defuma sua banda pequenina
Defuma Jesus Cristo no altar
Eu defumei, defumei (samba)
Corre gira Pai Ogum Oi foi com as ordens de Oxalá
Filhos quer se defumar
Umbanda tem fundamento Pra todo mal que aqui se encontra
É preciso preparar Oi leva pras ondas do mar
Com incenso e beijoim
Alecrim e alfazema
Defuma filhos de fé
Com as ervas da jurema
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SÃO MIGUEL Vem meu Jesus


Triunfante sobre o mal
Quem comanda aqui (Pai João) Todo mundo esteja alerta
Para a batalha final
Quem comanda aqui
É São Miguel Arcanjo Iê,Iê,Iá (Pai João)
Junto com São João
Com todos seus anjos
Iê, iê, iá, iê, iê, iá, é com São Miguel
É meu São Miguel Que eu agora vou estar
Pronto, sim senhor
Iê, iê, iá, iê, iê, ia, é com São Miguel
Quem comanda aqui
Que eu vou me levantar
É Jesus Cristo Redentor
Iê, iê, iá, iê, iê, ia, é com Ogum guerreiro
Ele nunca vem sozinho
Que tudo vai estremecer
Eles vêm lá do astral
Com Ogum guerreiro Iê, iê, iá, iê, iê, ia, é com Ogum guerreiro
Para acabar com todo mal Que vou me fortalecer
Então toma daime Falanges (Pai João)
Eu não estou brincando
Eu chamei ele aqui Falanges do astral do céu
Pra reprimir quem esta zombando Que brilham sem parar
Brilham, brilham, brilham
Tenha muita moral Este lindo altar
Seu danado zombeteiro
Tu aceita o meu mestre Falanges de São Miguel
E a luz deste cruzeiro Que trabalham pra daná
Trabalham, trabalham, trabalham
Batalha final (Ademir) Para nos curar
Vem São Miguel São Miguel (Agarrube)
Meu São Miguel
Arcanjo guerreiro São Miguel pega e dá peia
A justiça vai triunfar São Miguel pega e clareia
Heia, heia, heia, heia
Vem meu Jesus Heia meu São Miguel
Vem clarear O Príncipe guerreiro
Com vossa luz Arcanjo, mais forte, das falanges do céu
As muralhas vem derribar
Sai de reto Satanás
Oh Virgem Mãe Você não me satisfaz
Me perdoai Sai, sai, sai, sai, sai, sai
Quero seguir Você não entra no céu
No caminho com meu pai Aqui quem nos protege
Quem vai na frente É o Arcanjo São Miguel
É São João Chamo, chamo e vem contente
De ombro a ombro São Miguel está presente
Se perfilem meus irmãos Traz, traz, traz, traz, traz, traz
Vamos seguindo A sua espada de luz
Vamos seguindo O príncipe guerreiro
É morrer para a ilusão Arcanjo mais forte de Jesus
Para nascer neste caminho Salve São Miguel, Xô Satanás
 Salve São Miguel, Xô Satanás
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Chave da Justiça (Alex Polari) Sete Cruzes (Baixinha)


Eia vem aqui no meio São Miguel me mandou aqui
Vem aqui com relho Foi para eu trabalhar
Que eu vou chegar
Viva São Miguel que veio Ele me deu sete cruzes
Veio abrir a banca E me mandou sete luzes
Lá dos Orixás Todo dia ela se multiplica
Eia São Miguel que veio Eu sempre ganho mais uma
Com balança e espada
Veio pra avisar Eu peço ao meu São Miguel (Valdete)
Que Jesus Cristo é o dono Eu peço ao meu São Miguel
Aqui deste terreiro Para vós com a sua espada
E é pra se entregar Ajudai a dominar este povo
Eia São Miguel que veio Para seguir numa boa estrada
Balançando a tropa Para seguir numa boa estrada
Veio dominar Do mestre que nos ensina
Peia pra quem é rebelde É cumprir todos mandamentos
O fiscal que veio Contidos aqui nesta doutrina
Foi para apurar
Enxotando os malfazejos
Salve oh meu Mestre Império Aqui na linha do Tucum
Que neste cruzeiro Meus irmãos vamos prestar atenção
Bem firmado está Para que nós não sejamos um
Deu para São João na terra
A chave da justiça Isto não é um julgamento
No Santo Daime está Mas é um aviso seríssimo
Para quem quer seguir a doutrina
Da Terra ao Astral (Baixinha) E prestar bem conta do serviço
Da Terra ao Astral É prestar bem conta do serviço
Os inimigos atacar Ao nosso Mestre ensinador
Na espada de São Miguel Para ver se estamos seguindo
Todos vão se transformar Ou se somos só um zombador
As estrelas do céu Meu irmão se está zombando
Brilham pra quem tem amor Trate de se arrepender
Nas matas do meu Pai E peça seu perdão a Deus
Corre água e nasce flor Para ver se pode merecer
As curas estão abertas É se arrepender de coração
Aos bons de coração Não é só com comparação
Quem recebe merece Porque o nosso Mestre sabe
Agradece nunca esquece Se pode te dar o perdão
Meu São Miguel (Baixinha) Se se arrepender de coração
Meu São Miguel Dá para todo mundo ver
Venha nos ajudar No seu seguir a doutrina
Deus e a Virgem Mãe E nas ações que cometer
Nos proteger
É preciso ter amor
Precisa ter carinho
Para receber
Deus e a Virgem mãe
Que vai nos guiar
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Guerreia São Miguel (Baixinha) Força do Céu (Dalvina Corrente)


Guerreia, São Miguel, guerreia Pedi força do céu
Guerreia dentro desta luz Da floresta e do mar
Pedi aos meus arcanjos
Vem trazendo a cura Para vir me ajudar
A quem busca a verdade Pedi a São Miguel
Guerreia, São Miguel, guerreia Para me abençoar
Guerreia dentro desta luz Limpar a minha estrada
Vem trazendo a força Para eu poder caminhar
Vem trazendo a cura Pedi a Santa Estrela
Guerreia, São Miguel, guerreia Para me iluminar
Guerreia dentro desta luz Pedi meu papai velho
Guerreia, São Miguel, guerreia São José de Arribamar
Guerreia dentro desta luz Pedi a Virgem Mãe
Para me purificar
Vem trazendo força Eu pedi um conforto
Vem trazendo luz A minha mãe Yemanjá
Meu Beija-flor o sol raiou (Alessandra)
Guerreia, São Miguel, guerreia
Guerreia dentro desta luz Meu Beija-flor o sol raiou
Ouvi os pássaros cantar
Vem trazendo a força Anunciando o salvador
Vem trazendo cura (São Miguel) Que a terra irá voltar
Guerreia, São Miguel, guerreia
No firmamento um clarão
São Miguel (Lúcio Mórtimer) Resplandeceu em todo céu
Tocou e tornou a tocar
Eu pedi para esta luz me clarear A corneta de São Miguel
Eu pedi que eu tivesse este amor
Eu pedi para ter força de ajudar Santa Maria anunciou
Aos espíritos neste mundo sofredor Na tribo tocou um clarim
Já vem descendo das estrelas
Recebi de meu Jesus esta missão Meu guerreiro Beijamim
Fazer esforço de ajudar o precisado
Rogando a Deus com fé e convicção Tu Beijamim flor de amor
Para o pedido poder ser escutado Guerreiro do Pai Criador
Dai-nos saúde e união
Vou seguindo firme e forte a jornada Vem curar nesta sessão
Estou firmado neste meu sagrado vinho
Rogando sempre defender destas ciladas Mensageiro do fim dos tempos
Que o inimigo apresenta no caminho Rei Beijamim senhor do bem
Vem declarar o nascimento
Com São Miguel meu arcanjo protetor Da Nova Jerussalém
Eu tenho força de passar em toda prova
Vou confiando pois estou com meu Senhor Sigo na batalha do amor
Que ao vencedor prometeu a vida nova Com esperança de chegar
Agradecendo ao sol e a lua
E a rainha do mar
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Sete Cruzes de São Miguel (Isabel Barsi) Anjo na terra (Andréa Angelini)
As sete cruzes de São Miguel Eu sou um anjo aqui na terra
Estão aqui para te libertar E vim te auxiliar
São sete cruzes, são sete cruzes Me respeite, meu irmão me respeite
São sete cruzes pra te libertar Me respeite para eu te respeitar
Todos seres que me acompanham Eu sou um anjo aqui na terra
Vós queiram me respeitar E vim te acompanhar
Eu sou o chefe desta casa Me ajude meu irmão, me ajude
Estou aqui para comandar Me ajude a te ajudar
Esta é a casa de Deus Eu sou um anjo aqui na terra
Esta é a casa de Deus Que posso por meu chefe falar
Sou luz, sou luz Escuta, querido irmão escuta
Estou aqui para te libertar São Miguel está a lhe ensinar
Cristo Miguel (Pai João) Vamos, vamos, todos meus irmãos
A nosso senhor acompanhar
Meu São Miguel arcanjo Para as coisas boas cá na terra
Vossa dolorosa espada aguda Todos nós podermos partilhar
Transpassa meu coração
Quando te chamo no meio da ilusão São Miguel (Vívian)
Eu vejo que vós, arcanjo Miguel No entremeio azul
Quer ver meu pecado redimir As nuvens brancas flutuam no céu
Perdoe-me, Cristo Miguel É a Virgem Maria
E venha sempre me assistir Com seu lindo véu
Eu rogo a Deus do céu As nuvens brancas
Em nome do senhor Jesus Vem trazendo paz
E ordeno a São Miguel O azul do céu
Que me faça aceitar minha cruz É a calma do amor
Eu estou nesta batalha Chuvas de bênçãos
Vós venha me libertar Com pingos de mel
Querido São Miguel Arcanjo Trazendo força
Eu faço esforço de mudar Arcanjo São Miguel
Senhor, senhor Jesus
Encontrei nesta farda o pão
E o vinho para me encorajar
E seguir a Virgem da Conceição
Eu sofro e sofro demais
Mas sou protegida pelos céus
Eu amo e amo meu senhor
E meu grande São Miguel
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OXALÁ Quando Oxalá fundou a Umbanda (samba)


(Babacaum Oxalá!) Senhor Ogum tomou conta do Gongá
Veio Oxum, veio Yansã, veio Yemanjá
Oxalá é nosso pai (samba)
Veio a Jurema para trabalhar
Yemanjá é nossa mãe
A caboclada iluminou todo terreiro
Ora girá gire ê
E Oxalá abençoou
Ora girá girou
Oi sarava seu Sete Espadas
Senhores Mestres deste mundo Nesse terreiro ele é o protetor
E dos outros mundos também
Eu peço licença a Oxalá
Na hora de Jesus amém É lado de lá (samba)
Que vem para o lado de cá
É mensageiro do amor
O perfume que vem me perfumar (maculelê) É, é de Oxalá
Vem dos caboclos que vão se apresentar
Que tem a benção de Papai Oxalá Vem do azul infinito
Oi Saravá, Oxalá babá Onde tem o seu Reino de Paz
Vamos receber com ternura
Vou incensando o meu batalhão A mensagem que ele nos traz
Conheçam agora vosso General
É Oxalá, Papai é Oxalá
Que vem do ar que faz o vendaval
Vou caminhando (samba)

A tempestade que está a anunciar Nas estradas desta vida


Ela é da Fé, e é do Perdão E me protegem sete luzes de Orixás
Meu Cristo é o Rei que está a defumar Filhos de Umbanda
Salve os caboclos de Pai Oxalá Minha fé é o que me guia
Nos caminhos de Aruanda
Pela paz de Oxalá
Sexta-feira visto branco (samba)
Em louvor a Oxalá Oxalá é paz
Valei-me senhor do Bonfim Oxalá é o rei
Valei-me meu Orixá (Orixalá) Divino pai, divina força que me encanta
Nos caminhos de Aruanda
Orixalá Sua luz é minha lei
Venha comigo irmão
Vamos juntos louvar
O Senhor do Bonfim Oxalá é quem governa o mundo (samba)
É o nosso Pai Oxalá Só ele pode governar
Juntos vamos cantar Foi ele quem nos deu a lua
No dialeto Nagô Que clareia Umbanda
Venha vestido de branco E todos Orixás
Louvar o nosso senhor (Orixalá)
(Final)
Umbanda branca poder de luz (samba)
Oxaguiã, Oxalufã
Força divina que nos conduz
Babalaô, Orumilá aê
(manda seu povo trabalhar aê) Salve a tua bandeira
Salve nossos Orixás
Oh Deus vos salve esta casa santa (samba) Salve Ogum, salve Oxossi
Ô santa, ô santa Salve Oxum e Yemanjá
Onde Deus fez a sua morada Salve Xangô rei da justiça
Morada, morada Salve meu pai Oxalá
Onde mora o Cálice Bento
E a Hóstia Consagrada
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Oxalá meu Pai (ijexá) Aqui tem, aqui tem Orixá (samba)
Tem pena de nós tem dó Quem não pode com mandinga
A volta do mundo é grande Nem carrega patuá
Seus poderes são maior
Da magia o branco (ê ê)
Da pureza a força (ê ah)
De longe, eu vi a terra (samba) Somos filhos de Umbanda
De longe, eu vi o mar Guerreiros da vida
De longe vi uma estrela Pregando a paz
Mas era ele meu Pai Oxalá Oh meu Pai Oxalá

Aqui tem, aqui tem Orixá ...


Oxalá nas oliveiras (maculelê) Sete forças unidas (ê ê)
Pediu ao senhor do mundo Sete linhas cruzadas (ê ah)
Que plantasse e semeasse Natureza vibrando
A caridade que o Pai determinou Universo cantando na lei que se faz
Oh meu Pai Oxalá
Como é lindo Oxalá
Como é lindo Oxalá Aqui tem, aqui tem Orixá ...
Como é lindo Oxalá
Em seu gongá Salve Ogum e Xangô (ê ê)
Yansã, Yemanjá (ê ah)
Salve Oxum e Oxossi
Senzala em festa (maculelê) E todo povo de Yorimá
Umbanda em alegria Oh meu Pai Oxalá
Oxalá pai da verdade
Chegou o nosso dia Aqui tem, aqui tem Orixá ....

Nas sete Linhas de Umbanda (samba) Meu mestre mandou seu povo (samba)
Tem uma força maior Na Umbanda trabalhar
É nosso pai Oxalá Oi sarava, oi sarava
Salve o nosso protetor Sarava povo de Umbanda
Em seu reino iluminado Sarava Pai Oxalá
Existe paz e amor

Oxalá meu pai Oxalá meu Pai (samba)


Oxalá meu pai Rei do mundo inteiro
Quem tem sua proteção Olha teus filhos meu pai
Balança mais não cai Abençoa o terreiro
Oxalá meu pai
Oxalá meu pai
A sua força é maior Quem manda no mundo é ele (samba)
Filho de Umbanda não cai É o meu Pai Oxalá
A ‘bença’, meu pai a ‘bença’
Firmeza pra trabalhar
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Oxalá criou a terra (samba) Pombinha Branca (samba)


Oxalá criou o mar Que Oxalá mandou
Oxalá criou o mundo
Onde reina os Orixás Naquele pé de laranjeira
Pombinha Branca pousou
A pedra deu pra Xangô
Meu pai é rei justiceiro
As matas deu para Oxossi Oxalá meu pai (ijexá)
Caçador, grande guerreiro Somos filhos da Virgem Maria
Mar com pescaria farta
Ele deu para Yemanjá Uma estrela
Os rios deu para Oxum Nos ilumina
Os ventos para Oyá
Grandes campos de batalha Estrela é
Deu para Ogum Guerreiro A nossa Guia
Campinas Pai Oxalá
Deu para seu Boiadeiro Que os nossos anjos da guarda
Jardim com lindos gramados Sejam nossa companhia
Deus pras crianças brincar
Oxalá criou o mundo
Divino é viver no céu (samba)
Onde reina os Orixás
Divino é viver no mar
Divino é viver cantando no mundo
Oxalá criou a terra ... Hinos de Oxalá
O poço deu pra Nanã Oxalá meu Pai
A mais velha Orixá Venha nos ajudar
E o Cruzeiro Bendito Venha nos dar as forças meu Pai
Deu pras almas trabalhar E abençoe este conga
Finalmente deu as ruas
Com estrela e luar Divino é poder viver
Para Exu e Pomba gira Divino é poder cantar
Nossos caminhos guardar Divino é viver cantando no mundo
Hinos de Oxalá
Oxalá criou a terra ...
Oxalá meu Pai
Venha nos ajudar
Oni saurê aulaxé (serra acima) Venha nos dar as forças meu Pai
Oni saurê Oberioman E abençoe este Congá
Oni saurê aulaxé Babá
Oni saurê Oberioman
Oni saurê
Baba saurê aul axé
Baba saurê Oberioman
Baba saurê aul axé Babá
Baba saurê Oberioman
Baba saurê
Hã hã hã.....
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EXÚ O sino da igrejinha faz belém blem blão (samba)


(Laroyê Exu!)
Deu meia-noite o galo já cantou
Ayauasca (Ricardo Araújo) Seu Tranca Rua que é o dono da gira
Oi corre gira que Ogum mandou
Chamei o rei das flores
Ele me respondeu
Aya aya ayauasca Oh luar, oh luar, oh luar (samba)
Aya aya ayauasca Mas ele é o dono da rua, oh luar
Aya aya ayauasca E quem tiver as suas faltas
O rei Uasca Peça perdão a Tranca Rua
Ele toma Yajé
Yajé ayausca
Tava dormindo (samba)
Aya aya ayauasca Na beira do mar
Aya aya ayauasca
Quando as almas me chamou
O rei Uasca Pra trabalhar
Ele vive na floresta
Ele é filho de Inti Acorda Tranca Rua vai vigiar
E da Rainha da Floresta Que o inimigo está agindo
Na porteira do Gonga
Aya aya ayauasca
Aya aya ayauasca Oh põe a mão nas suas armas
Vai guerrear
Vivemos neste planeta
Com a vossa proteção Que o inimigo está agindo
Se balança o maracá Na porteira do Gonga
É com amor no coração
Te levanta guerreiro Quando o sol aqui não mais brilhar (samba)
Quando a lua seu clarão refletir
Te levanta guerreiro
É sinal que está na hora
Te levanta
Chegou a hora de viver É ele quem chega agora já deu meia-noite
A batalha Tranca Rua é quem chega aqui

Estou aqui Jurou amar alguém na encruzilhada


Para reunir Jurou fazer o bem de madrugada
Todos os guerreiros E hoje com fé companheiro e amigo leal
Num caminho prosseguir Quebra feitiço e também desfaz o mal
Venho das matas E toda vez que na rua eu caminhar
Com a força de Yemanjá E ouvir de longe sua voz a ecoar
Trago ordens de Juramidam Tenho certeza que agora eu não ando sozinho
Seu Tranca Rua é o dono do meu caminho
Fé, luz, paz e amor
Caminho que Jesus
Mesmo trilhou Ogum mandou louvar exu (maculelê)
Laroyê, laroyê, laroyê, laroyê (Oh)
Tu, tu, tu, tu, tu, tu
Tuturu, tu tu tu tu tu tu Ele é tata na Calunga
O martelo e a bigorna Ele é bamba na encruza
A boa ferramenta vai passar Laroyê, laroyê, laroyê, laroyê
Sua capa é preta e encarnada
Laroyê, laroyê, laroyê, laroyê
Ele é exu rei das sete encruzilhadas
Laroyê, laroyê, laroyê, laroyê
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(samba) (samba)
De capa e cartola caminha na madrugada Ele é
Andarilho da estrada sempre combatendo o mal Capitão da Encruzilhada, ele é
Seu Tranca Ruas é amigo camarada Ele é
Dando forte gargalhada me livra de todo mal Ordenança de Ogum

A laruê Exu, a Mojubá Sua bandeira


Melhor que Tranca Rua das Almas não há Quem lhe deu foi Oxalá
Sua divisa
Sete marafos coloquei na encruzilhada Quem lhe deu foi Omulu
Sete velas e charuto, também levei um padê Oi salve o céu
A meia-noite chamei por Seu Tranca Rua Salve o sol e salve a lua
Ouvi forte gargalhada, ele veio me valer Saravá seu Tranca Rua
Que é o dono da gira
A laruê Exu, a Mojubá No meio da rua (mas ele é)
Melhor que Tranca Rua das Almas não há Seu Zé Pelintra (Vívian Lee)
(maculelê)
Faço um pedido no meio da encruzilhada Seu Zé Pelintra chegou aqui no terreiro
A Tranca Rua das Almas antes do galo cantar É moço bom Ele é meu escudeiro
Se o galo canta é sinal que tá na hora
Firma a gira meu Ogan Laruê, Laruê Seu Zé
Que Tranca Rua chega agora Salve os ‘moço’ e as ‘moça’ que vier
Com sua banda vem chegando encantado
A laruê Exu, a Mojubá Ele vem sambando no seu sapateado
Melhor que Tranca Rua das almas não há
Laruê, Laruê Seu Zé
Salve os ‘moço’ e as ‘moça’ que vier
Eu tenho fé, eu tenho fé (maculelê)
Ele tira a dor e agonia
Tenho fé nesse Exu
Seu Zé Pelintra vem trazendo alegria
Que é Tranca Ruas de Embaré
Muita luz para quem enxergar
Salve a porteira, a rua e a encruzilhada
Muita luz para quem sabe amar
Salve sua gargalhada, sua coroa de Rei
Salve a vela e o punhal em sua mão
Salve a grande proteção Casa de Deus (samba)
Que nesse Exu eu encontrei Casa de Deus
Casa de Nossa Senhora
Eu tenho fé, eu tenho fé ...
Inimigo aqui não entra
Salve a noite madrugada enluarada Se entrar bota pra fora
Salve sua capa bordada, salve todo seu axé
Salve a força desse Exu trabalhador Seu doutor, seu doutor
Salve o grande protetor Bravo senhor
Que eu deposito a minha fé Foi seu Zé Pelintra que por aqui chegou

Eu tenho fé, eu tenho fé .... (samba)


Seu doutor, seu doutor (bravo senhor)
Zé Pelintra chegou (bravo senhor)
Com os poderes de Deus (bravo senhor)
Zé Pelintra sou eu (bravo senhor)

Na rua da Macaxeira
Sete ventas se fechou
Com uma fumaça contrária
Que Zé Pelintra mandou
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Mulher, mulher (samba) De terno branco na encruzilhada (samba)


Não tenha medo do seu marido De terno branco na encruzilhada

Ele é bom na faca Com sua bengala de quá quá quá


Eu sou no facão Ele dá risada
Ele é bom na reza
Eu na oração
Ele diz que sim Oi Zé quando for lá na lagoa (samba)
Eu digo que não Toma cuidado com balanço da canoa
Eu sou Zé Pelintra Oi Zé faça tudo que quiser
Ele é Lampião
Só não maltrate o ♥ dessa mulher

Zé Pelintra, Zé Pelintra (samba) Exu afirma seu ponto (samba)


Boêmio da madrugada Aqui neste terreiro
Vem na linha das almas
E também na encruzilhada Deu meia noite na lua
Deu meio dia no sol
Mas o amigo Zé Pelintra
Que nasceu lá no sertão
Enfrentou a boêmia Seu Mangueira (samba)
Com seresta e violão Ganhou uma garrafa de marafo
Hoje na lei de umbanda Oh levou na capela pro padre benzer
Acredito no senhor Encontrou com o sacristão
Pois sou seu filho de fé Na batina do padre tem dendê
Pois tem fama de doutor Tem dendê
Com magia e mironga Na batina do padre tem dendê
Dando forças ao guerreiro
Sarava seu Zé Pelintra
Bom amigo verdadeiro Neste ilê estáaaa tá tá tá taruê
Laroyê lê lê aqui e lá laroyê

Seu Zé ele mestre na Aruanda (samba) (maculelê)


Sarava a sua banda, vem chegando devagar Seu Mangueira não perdoa
Aquele que está zombando
Quando ele chega, chega sempre sorridente Então tente tomar tento
Com cigarro entre os dentes Nessa casa tem comando
De branco para amenizar oi
O desamor que existe nesta terra Com o poder das sete ervas
Sai de luz e vai pra guerra Vem do reino do cruzeiro
E sem mais quer nos levar Para ficar e arrebatar
Todo kiumba e zombeteiro
Não há demanda que possa lhe derrubar
Ele é cabeça feita tem um nome a zelar Afirma o ponto no pé da mangueira
Mas desaforo não aceita Com a ordem do rei guerreiro
Nunca se deixa levar Okê, okê, okê arô
Ele sempre ajuda quem nele tem fé Meu guardião é verdadeiro
Sarava seu Zé
É na palma da mão e cantando com fé diz aê Sai da frente mal fazejo
Sarava seu Zé Ele vem com seu chicote de cipó
Sarava seu Zé, Sarava seu Zé Se correr Taruê pega
Sarava seu Zé Se ficarTaruê não tem dó
Ele sempre ajuda quem nele tem fé
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Ainda não era meia noite (samba) (maculelê)


Quando o malvado chegou É meia-noite em ponto o galo cantou
É meia-noite em ponto o galo cantou
Vinha vestido de branco Cantou pra anunciar que Tiriri chegou
Dizendo que era doutor Cantou pra anunciar que Tiriri chegou

Mas ele é exu Ele vem da calunga de capa e cartola


Dizendo que era doutor E tridente na mão
Esse Exu de fé é quem nos traz o axé
E nos dá proteção
Exu Veludo (maculelê) Ele é Exu Ôdara que vem nos ajudar
Na porteira deu berro Com seu punhal ele fura, ele corta demanda
Arrebentou cerca de arame Ele salva, ele cura, Exu a Mojubá Laruê
Arrebentou portão de ferro
A laruê Exu, Exu a Mojubá
Eu perguntei a ele o que é Exu, ele veio me falar

Eu vi Exu dando gargalhadas (samba)


Exu é caminho, é energia é vida
Com tridente na mão, sua capa bordada
É determinação
Com tridente na mão, sua capa bordada
É cumpridor da lei, exu é esperto
(mas ele é) Exu é guardião
Ele é Exu Tiriri morador lá da calunga Exu é trabalho, é alegria, é velório
Vem firmar seu ponto aqui Exu é viver, é a magia, é o encanto
(eu vi exu)
É o fogo, é o sangue na veia vibrando
Foi um tititi diz aí, foi um tititi (samba) Exu é prazer, a Laruê
Foi um tititi quando aqui chegou Exu Tiriri
Ele é chefe na encruza A laruê Exu, Exu a Mojubá
O senhor da madrugada Traz sua falange Exu tiriri para trabalhar
Sua ordenança é de Ogum
Sua morada é na estrada Vem seu Tranca Ruas, Maria Padilha
Exu é Tiriri, Exu é Tiriri Exu Marabô, Sete encruzilhadas
Sua batalha é na encruza Seu Zé Pelintra aqui chegou
Quando chamado ele vem aqui Maria Mulambo, Maria Farrapo
Mas ele vem aqui saudar todas Sras E Dona Figueira
Elas ficam encantadas Dona Sete Saias, Pomba-gira Menina
Mas logo ele vai embora E Rosa vermelha
Sete Catacumbas, Exu Caveira
Firmou ponto aqui
Exu Tirir Lonan (samba) E o Exu Capa Preta
É morador da encruzilhada Anunciou a festa do seu Tiriri
Afirma o ponto na Calunga
No romper da madrugada É meia noite em ponto
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Ê Caveira afirma ponto (maculelê) Santo Antônio de batalha (samba)


Na folha da bananeira (Exu Caveira) Faz de mim batalhador

Quando o galo canta é madrugada Corre gira, oi corre gira


Foi Exu na encruzilhada batizado com dendê Santo Antônio
Levo uma oração em minha mente Exu do lodo, Tiriri, Marabô
Seu Caveira vai na frente defendendo ô laroiê
Eu ouço a gargalhada bem firmada *corre gira a pomba gira
No meio da encruzilhada Exu Caveira ta de pé Tranca rua e Marabô
É ele quem comanda o cemitério catacumba
Tem mistério, seu feitiço tem axé (ê Caveira) Santo Antônio de batalha
Faz de mim batalhador
Ê Caveira afirma ponto Corre gira a Pomba-gira
Na folha da bananeira (Exu Caveira) Tranca Rua e Marabô

Na calunga quando ele aparece Pisa no toco, pisa no galho (samba)


Credo em cruz eu rezo prece Galho balança Exu não cai
Pra Exu dono da rua Ô ganga
Sinto a força deste momento
E firmo meu pensamento Exu pisa no toco
Nos quatro cantos da rua De um galho só
E peço a ele que me proteja
Onde quer que eu esteja
Soltaram um pombo lá nas matas (samba)
Ao longo dessa caminhada
Oi na pedreira não pousou
Confio em sua ajuda verdadeira
Ele é Exu Caveira senhor das encruzilhadas Ele pousou na encruzilhada
(ê Caveira)
Seu Tranca Rua quem mandou
Ê Caveira afirma ponto
Na folha da bananeira (Exu Caveira)
Viva as almas (samba)
Salve a coroa e a fé
(3x)
Na porta do cemitério (samba) Viva Exu das Almas
Exu Caveira é o maior Ele é seu Tranca Rua de fé
Não tem carne ele é osso só

Oh meu Senhor das Almas (samba)


Vem de lá do cemitério (samba) Disse que eu não valho nada
Esse é um homem caminhando
Olha lá que Ele é Exu
Na ordenança de atôtô Rei das sete encruzilhadas
João Caveira vem chegando

Ê puerê, ê puerá, ê puerê, ê puerá Na sua casa não tem parede (maculelê)
Embaixo da bananeira Não tem janela, ela é destelhada
Salve João Caveira
Aonde é, aonde é que Exu mora
Exu mora é na encruzilhada
15

O arco-íris tem sete cores (maculelê) Sou Exu trabalho no canto (samba)
Sete cores tem a capa do meu pai Quando canto desmancho o quebranto
Se eu cair por sete vezes Sete cordas tem minha viola
Na oitava com Exu não caio mais Vou na gira de lenço e cartola
A viola é tridente, cigarro é charuto
Exu benzeu
Exu trabalhou Bebida é marafo
Exu me levantou Sou Sete da Lira, derrubo inimigo
Ponteiro de aço

Exu da meia-noite (samba)


Exu da madrugada (7x) Pemba preta, pemba branca (congo)
Salve o povo da Umbanda Pemba encarnada
Sem Exu não se faz nada Salve Exu e a sua banda
Salve o Sete Encruzilhadas
Exu no terreiro é rei
Na Umbanda ele é doutor
Exu vence demanda Girou, girou, girou Exu Gira Mundo (samba)
Exu é curador Girou, girou, Pomba Gira que vence demanda
Rainha da encruza, Saravá Umbanda

Oi na beirada do camino (samba) Ê ê ê, sarava Umbanda


Esse gongá tem segurança Ê ê á sarava Umbanda
Oi na porteira tem vigia
Meia noite o galo canta
Portão de ferro (samba)
Era meia noite (samba) Cadeado de madeira
Quando o cavalo chegou Exu toma conta
Corre gira, corre gira Exu presta conta
Vai chegar na madrugada Seu Exu
Salve Exu, salve Exu Fecha a nossa porteira
Das Sete Encruzilhadas

Quem não é de fé (samba)


Odara morador da encruzilhada (samba) Não vai curiar com eu
Firma seu ponto com sete facas cruzadas
(Odara) Ê ê ah tem mironga
Ê ê ah tem mironga
Filho de Umbanda pede com fé Exu vai desmanchar
Pra seu Sete Encruzilhadas
Que ele dá o que você quer (Odara)
Exu Marabô é (samba)
Marabô Mojibá
Sete vezes um caminho (samba)
Sete vezes um destino E no cemitério ele é Marabô
Sete amores são a história E na encruzilhada ele é Mojubá
Desse Exu trabalhador
Com ele do meu lado
Sempre estarei de pé
Salve Sete Encruzilhadas
O meu amigo de fé
16

Assoviou exu (samba)


Assoviou exu
Assoviou dezessete minutos
(Seu Tranca Rua assoviou)
Dezessete minutos
(Exu Veludo assoviou)
Dezessete minutos
(Seu Marabô assoviou)
Dezessete minutos
(Tatá Caveira assoviou)
Dezessete minutos

A lua clareou (samba)


Exu vai passear
Vai caçar tatu na Calunga
E tamanduá
17

POMBA GIRA Maria Padilha (samba)


(samba) Você é a flor perfeita
Eu falei que Maria Padilha é uma rosa Que vem dentro desta seita
É uma rosa que nasceu Para aqueles que tem fé
Entre os espinhos Tú és a rosa que perfuma a Umbanda
Vencedora de demanda
Eu falei que Maria Padilha é uma rosa Com amor e muito axé
Que trabalha para abrir
Nossos caminhos Maria Padilha
Não me deixe andar sozinho
Põe a rosa sem espinhos
Era uma vez lá no cais (samba) Nos caminhos onde eu passar
Uma moça bonita
Mas que bebia demais Oh Pomba gire, oh Pomba girá
Faça um tapete de rosas
O navio apitou Pra que eu possa caminhar
Lá no pé da colina
É Maria Padilha
Vem cumprir sua sina Quem viu o sol se esconder (samba)
Quem viu a lua brilhar
Quem viu o espinho da rosa
Choveu, choveu (samba) Também vai ver Maria Padilha chegar
Só lá na calunga é que não choveu (quem viu)

É que a dona Padilha Os seus olhos são verdes


Cruzeiro das almas Sua cor é mulata
Presta conta pra Deus Seus cabelos são negros
E a sandália é de prata
Exu Maria Padilha (samba) Numa mão tem perfume
Trabalha na encruzilhada Na outra tem a flor
Para a Umbanda querida
Toma conta Maria Padilha traz paz e amor
Presta conta (quem viu)
No romper da madrugada
(maculelê)
Pomba gira minha cumadre Vestida de preto e vermelho eu cheguei
Me protege noite dia Com o meu garfo de ferro na mão
Por isso que eu sou Quebro mandinga
Da sua feitiçaria Venço demandas
Por isso cuidado comigo cidadão
Eu amei alguém (samba) No campo santo do meu Pai Omulu
E esse alguém não ama ninguém Sou braço forte do senhor Ogum Megê
Neste terreiro eu baixo para trabalhar
Eu amei o sol Sou Maria Padilha muito prazer
Eu amei a lua
É na calunga
Na encruzilhada E nos Sete Cruzeiros
Eu amei Seu Tranca Rua No cemitério
Ou lá na encruzilhada
Traga pra mim sete rosas vermelhas
Era alta madrugada (samba) Anis, cigarro fino
Quando a Padilha chegou E tua estrada é bem guardada

Eu vou chamar o Exu Destranca Rua


Para dançar com a Maria Padilha
18

Maria Padilha (samba) Salve Maria Padilha (samba)


Vem chegando no terreiro Salve Maria Padilha
Maria Padilha
É mulher de feiticeiro Perambulava pelas ruas
Já sem saber o que fazer
Eu sou a Padilha da rua Procurava na noite uma solução
Eu sou feiticeira da lua Pra tanta dor, sofrimento e solidão
Eu chamos aqui meus camarada Então eu clamei ao povo da rua
Exu Caveira e seu Sete Encruzilhadas Que me enviasse no momento alguma ajuda
Eu vou chegando no terreiro Pois eu já não tinha forças pra continuar
Eu vou rodando a minha saia
Nessa magia da lua Quando me virei
Quebrando todas demandas contrárias Vi uma mulher na beira da estrada
Trazia uma rosa em sua mão
Eu sou a Padilha da Lua Um feitiço no olhar
Trabalho junto com Seu Tranca Rua Naquela bela noite de luar
Deixo aqui a minha gargalhada Vislumbrei sua dança com sua saia a rodar
E a ponta da minha saia encantada Eu me aproximei e lhe perguntei
O que ela fazia na estrada
Laruê Laruê á Ela respondeu: Moço sou rainha
Laruê Maria Padilha Vim lhe ajudar, sou Maria Padilha
Laruê é Mojibá
Ina Ina à Moça Bonita Salve Maria Padilha
Salve Maria Padilha

Rainha e soberana (maculelê) Quando precisei ô Pombo gira


Dama da noite, como é lindo o seu bailar Você veio me ajudar
Deste outro rumo a minha vida
Quando passa com sua dança encanta Hoje eu velho lhe louvar
Com sua rosa perfuma meu caminhar
Eu te entrego minha vida, meu destino
Seus olhos são o caminho Pra encruzilhada (samba)
Por onde devo passar Vou depois que o sino bate
Salve Maria Padilha, a laroiê é Mojuba Sou Maria de Seu Tranca
Maria das treze trança
Moça bonita e faceira
Pombo girê, Pombo girá Tenho minhas companheiras
Marias das encruzilhadas
Lá na porta da calunga Salve a Maria Padilha
Com sete rosas em cruz E a Maria Gargalhada
Eu acendo uma vela
Padilha é quem me conduz
Com sua taça encantada Deu meia noite (samba)
Ela bebe a nossa dor A lua se escondeu
Menina da madrugada Lá na encruzilhada
Me olhe por onde eu for Dando a sua gargalhada
A Padilha apareceu

Maria, Maria, Maria, Maria, Maria (samba) É laruê, é laruê, é laruê


Maria, Maria, Maria, Maria, Maria É mojibá, é mojibá, é mojibá
Ela dança com uma rosa na cabeça Ela é Odara
E roda a saia com magia e beleza Quem tem fé em pomba gira
É só pedir que ela vem te ajudar
19

Eu trago sete rosas vermelhas (samba) Foi em uma estrada velha (samba)
São sete rosas sem nenhum espinho Na subida de uma serra
São rosas para Maria Padilha Numa noite de luar (de luar, de luar)
Que é para ela abrir os meus caminhos Pomba gira da figueira
Moça bela e faceira
É na Calunga, é no sete cruzeiros Dava o seu gargalhar porque
Toda vestido de preto e vermelho Ela é Mojibá, ela é Mojibá
Na sua mão traz um garfo dourado Ela é Mojibááá, ela é Mojibá
Vence demanda e o inimigo é dominado

De vermelho e negro (samba)


Pomba gira é (samba)
Vestindo a noite
Mulher de sete maridos
O mistério traz
Não mexa com ela De colar de contas
Ela é um perigo Brinco dourado
A promessa faz
Se é preciso ir
Oh minha senhora (samba) Você pode ir
Abra essa janela Peça o que quiser
Cadê minha donzela
Mas cuidado amigo
Que eu quero falar com ela
Ela é bonita
Ela é mulher
Olha ela aí, olha ela aí
Mulher donzela E no canto da rua
É mulher de Tiriri Zombando, zombando, zombando está
Ela é moça bonita
Oi girando, oi girando, oi girando lá oh lê lê
Olha a Pomba Girê (samba)
Olha a Pomba Girá Oi girando laroiê
Olha a Pomba Girê Oi girando laroiê
Olha a Pomba Girê
Olha a Pomba Girá (olha a pomba girê)
Pombo gira mulher de sete saias (samba)
Pomba Gira tem sete maridos Na encruzilhada ôh
Olha a Pomba Girê Como ela trabalha
Olha a Pomba Girá
Pomba gira é mulher da rua
Pomba Gira da saia rodada
Ela é Rainha ôh
Que bebe e que fuma
Do seu Tranca Rua
Na encruza fechada
Salve pomba gira, Exu mulher
Olha a Pomba Girê (...)
Na encruzilhada só se faz
Pomba Gira Maria Mulambo O que ela quer
Maria Padilha Rainha das almas
Pomba Gira das sete encruza
Rainha do lodo, Cigana falada
Olha a Pomba Girê
20

Deu uma ventania ô ganga (samba) (samba)


No alto da serra Estou sentindo falta de um sorriso
Oi era a pombo gira ô ganga Que falta está fazendo aquele olhar
Que vinha descendo a serra São belezas de uma Pomba-gira
2ª(balançando a saia) Encantadora que tem nome de menina

Encantou luar, encantou luar Ó Pomba-gira


Moça do baton vermelho Você é a mais bela flor
Encantou luar Trazendo da sua encruzilhada
Oi quem me viu sorrir A magia que liberta o amor
Não vai me ver chorar
Moça do baton vermelho
Encantou luar Atotô meu pai ela vai chegar (samba)
Ela roda a saia enfeitando o luar
É moça bonita que ao canto das sereias dança
Olha pra mim (samba)
Pomba-gira da praia gira a saia e embalança
Vê se eu tô bonito(a)
Ela vem chegando no feitiço do luar
Mas eu vou dar uma gargalhada
E pede licença a morada de Yemanjá
Quando você passar na minha
E seu Tranca Rua a vigia a admirar
Encruzilhada Linda morena a se banhar nas ondas do mar
Olha pra mim! Seu olhar encanta seu perfume embriaga
Sua dança espante todo o mal girando a saia
Na família de Pomba gira (samba) Sua gragalhada é seu canto pra ponto firmar
Só não entra quem não quer Vence demanda feiticeira de Yemanjá

É Maria Quitéria, Maria Mulambo Ela vem cortar as trança a me rodear


Maria Padilha, Maria mulher Com seu punhal de prata de faíscas de luar
Com seu Tranca Rua ela guarda a quem sabe amar
Pomba-gira da praia vem aqui o mal limpar
Tá na talaia é de Pomba Gira (samba)
É de pomba girê para que eu caia
Um mistério de luz que na praia eu vi
Tá na talaia é de Pomba Gira
Caminhava perdido com muita aflição
É de pomba girê pra que eu não caia
E chorava por uma mulher
Oi Pomba girê, Pomba girá ôi Que deixou triste o meu coração
Oi Pomba girê, Pomba girá ôi De repente uma voz lá no mar se escutou

Oi olha Pomba girê Não chore mais


Olha a Pomba girá Por um amor
Tem mironga no fundo do mar Pomba gira rainha da praia falou oh oh
No fundo do mar
Na beira da praia eu vi (samba)
Vinha caminhando pela rua (samba)
Uma linda mulher gargalhar
Quando uma moça bonita eu vi
(Mas que disse que vinha)
Era Pomba gira da praia
Com sua sandália de prata Venha trabalhar
Sua saia dourada ela sorriu para mim

Perguntei a ela
Aonde fica a sua morada
Ela respondeu pra mim assim
Moro numa estrada sem fim (eu moro)
Moro numa estrada sem fim
(Mas eu disse que vinha)
21

Despacha todo o mal Exu Caveira (samba) Ela é a Pomba Gira das rosas (samba)
Despacha todo o mal Sêo Marabô A moça formosa
Bateu o sino na porta do cemitério Que exala o perfume no ar (perfume no ar)
Deu meia-noite Sêo Tranca Rua chegou
Já vem chegando a Pomba gira encantada Mora na Calunga pequena
Que vai levando o mal pro fundo do mar Tem sua pele morena
E os olhos da cor do luar
É a Pomba gira da praia Ela é a certeza e a bondade
Roda sua saia ao clarão do luar Que pratica sua caridade
Nos caminhos por onde passar
Ela é a verdadeira nobreza
É negra soberana e poderosa (samba) O fruto de amor e pureza
É a mais linda das rosas Que na Umbanda germinou larô
Que encanta os jardins

Lá na calunga é luz que nos dá caminho


Nasceu no cruzeiro das almas (samba)
Nunca nos deixa sozinho
Uma roseira que já deu flor (que já deu flor)
Sempre pronta pra nos ajudar
Entre elas uma rosa
É rica de energia e de beleza Que em uma linda mulher se transformou
É fonte de alegria aonde houver tristeza
Praticando sua caridade com muito amor
Sua missão é praticar a caridade
Exalando harmonia como o perfume da flor
Demonstrando lealdade
Ttrabalhando para o bem Ela é moça bonita, é faceira e formosa
Ajudando a quem precisa Pomba-gira do Cruzeiro é a mais bela das rosas
E a quem não precisa também

Mas se você não acredita (olha me)


Um dia há de acreditar Sacode o ponto (samba)
Quando passar pela calunga Que chegou Rosa Caveira
E Rosa Negra estiver lá Pombo Gira da Calunga
Vem levantando poeira
Ri quá quá quá
Ri quá quá quá Suas mandingas
É Pombo gira Rosa Negra São cercadas de mistério
Na calunga a gargalhar Sarava a Pombo gira
(2ª Ina Ina é Mojibá) Que vem lá do cemitério
(mas eu disse que é negra) Se diz que faz é melhor não duvidar
Porque a Rosa Caveira
Promete pra não faltar
Da gosto ver (samba)
Sacode o ponto (...)
Sete Saias enfeitada
Levo uma rosa quando vou ao seu axé
Com perfume e batom
Rainha da encruzilhada Falo com Rosa Caveira
Porque nela eu tenho Fé
(samba) Tudo o que peço
A noite traz um mistério saindo a aurora Nunca me deixou faltar
E a qualquer hora chega minha senhora Ela é muito formosa
Trazendo alegria e axé pro o meu terreiro Ina Ina Mojibá
A sua saia rodada tem mistério
Oi gira minha pomba gira das Sete Saias Sacode o ponto (...)
Oi gira que pomba gira traz esperança
Girando vai pomba gira das Sete Saias
Mostrando sua beleza quando ela dança
22

Era meia noite lá na Calunga (samba) Foi numa noite de luar (samba)
A Pomba gira apareceu (apareceu) Que eu encontrei na encruza
Iluminada pela lua Uma moça a trabalhar
Com sua pele nua
Me deu boa noite
Um sorriso ela deu
Disse moço não se engana
Mas ela é, ela é, ela é Eu sou Pombo gira
Pomba gira das Rosas Poucos conhecem minha fama
Misteriosa mulher (era meia noite) Muitos já tentaram
Jogaram meu nome na lama
Hoje na calunga
Mulambo foi você quem falou (samba) Conhecem Mulambo de fama
Você falou que gostava de mim Foi numa noite de luar ....
Mulambo quando você for embora Me deu boa noite
Quando você for embora Disse moço não se engana
Deixa uma rosa pra mim Eu sou Pombo gira
Poucos conhecem minha fama
Venho da calunga trabalhar na encruzilhada
Mulambo Rainha divina (samba) Beber meu marafo, fumar meu cigarro
A Deusa Encantada E dar minha gargalhada
Tem no seu cocar a segurança
Foi numa noite de luar ....
Ela tem sua estrada marcada
Caminhou num tapete de flores
E nem sequer se importou
Exu vai (foi) embora (samba)
Ela deixou os seus súditos chorando Mas não vai (foi) a pé
E foi viver no mundo da perdição Ele vai (foi) montado
Nas costas do jacaré
Ela é Rainha, ela é mulher
Ela é Rainha, ela é mulher
Pedacinho de Mulambo
Só pra quem tem fé

(samba)
Foi uma rosa que eu plantei na encruzilhada
Foi uma rosa que eu colhi no meu jardim

Maria Mulambo, Maria Mulher


Maria Mulambo rainha do Candomblé

Tata Mulambo ela mereceu ganhar (samba)


Ganhar o que ganhou
Foram sete rosas na Calunga
Sete marafos e uma saia de cetim
E como tudo isso não bastasse
Ela ganhou uma coroa de Atotô

Atotô meu pai, Atotô meu senhor


Tata Mulambo mereceu o que ganhou
23

Ê Padilha, ê Padilha (parado)


Me protege com sua banda
O inimigo tá armado
Já armou sua demanda

Ê Mulambo, ê Mulambo
Me pretege com sua ginga
O inimigo tá armado
Já armou sua mandinga

Ê Quitéria, ê Quitéria
Me mostra a sua risada
O inimigo tá armado
Já armou outra cilada

Ê rainha, ê rainha
Me leva aos seus cruzeiros
O inimigo tá armado
Já armou seus zombeteiros

Comigo ele não pode (samba)


Comigo perdeu a vez
Eu preparei meu cruzeiro
Tô trazendo minha banda
Eu sou uma pomba gira
E vou cortar sua demanda

Comigo ele não pode


Comigo perdeu a vez
Eu coloquei minha saia
Tô muito bem preparada
Eu também tenho mandinga
E corto o mal com gargalhada

Comigo ele não pode


Comigo perdeu a vez
Eu sei como trabalhar
Se precisar sei doutrinar
Preparou seus derradeiros
Foi tudo perda de tempo
E eu quebranto os zombeteiros
24

CIGANOS Oh Cigana, oh Ciganinha (samba)


(Oribabá meu povo cigano!) Da sandália de prata

Com o pandeiro na mão


Ganhei uma barraca dela (samba)
E o baralho na outra
Foi a cigana quem me deu
Ciganinha desacata
O que é meu é da Cigana
O que é dela não é meu
Cigana sua saia rodada (samba)
Ciganinha puerê, puerê, puerá Sua sandália de prata
Ciganinha puerê, puerê, puerá Traz a verdade na estrada

Oh ciganinha quando a lua clarear


Vinha caminhando a pé (samba)
Vou passear com você
Para ver se encontrava
Pra ninguém me enganar
Pomba gira Cigana de Fé

Parou e leu minha mão


E disse-me toda verdade Rosa branca (samba)
Eu só queria saber Rosa vermelha
Aonde mora a Pomba gira Cigana Rosa amarela
A cigana faladeira
Todo mundo gosta dela
Oh Ciganinha (samba)
Eu preciso de você (samba)
Quem nesse mundo nunca ouviu dizer
Vamos jogar o jogo da amarelinha E nesse mundo nunca ouviu falar
Se eu perder você me ganha
Se eu ganhar você é minha De uma Cigana
Que mora naquela estrada
Ela tem sua morada
Bem que eu ti avisei (samba) Sobre o clarão do luar
Que não fizesse isso comigo rapaz
Você jogou no valete Cigana da estrada
E eu joguei na dama Força poderosa
Me dê proteção e axé
Amigo você se engana Ciganinha formosa (quem nunca)
Ainda é Pombo gira Cigana
(samba)
Dona cigana embaixo de uma figueira
Quando ouvi pela primeira vez (samba)
Ela sambava encima de uma fogueira
Aquela gargalhada
Achei uma coisa tão linda Dona Cigana deu uma gargalhada
Senti uma força cigana E chamou todos Exus para sua encruzilhada
Olhando no meio da roda
Tava lá uma cigana formosa
Cadê meu baralho de ouro (samba)
Ela é a Cigana formosa
Para a minha cigana jogar
Cigana Rosa
No baralho lero lero lero
No baralho lero lero lá
Oh cigana, ciganinha (samba) No baralho lero lero lero
Da sandália de pau Oi deixa a cigana jogar
Quando chega no terreiro
Faz o bem e leva o mal
25

Cigana mulher fina (samba) Veja o meu destino oh Cigana (samba)


Bem faceira no andar Quero ser feliz
Por onde passas sempre semeia raiz
Trabalha pra todo mundo
E quem puder lhe ostentar Eu caminhava na estrada
Sem saber aonde ir
(samba)
Me deparei com uma moça
Eu caminhava pela alta madrugada
Que firme olhou pra mim
Muito longe eu avistei
Com seu vestido de lenço
Uma moça na calçada
E um baralho na mão
Linda morena Cigana
Me disse que era cigana
Me diga quem você é
E ia ler a minha mão
Eu sou Rainha das Rosas
Cigana do Candomblé Veja o meu destino oh Cigana (...)
Eu vou abrir seus caminhos
Acredite se quiser Ao ver as linhas cruzadas
Eu vou mudar sua vida Da palma da minha mão
Eu sou Cigana de Fé Ela mostrou-me o caminho
Me deu sua proteção
Hoje me encontro feliz
Zingayê Inabá (samba) Dentro da religião
Pomba gira morena Eu sou um filho de Umbanda
Pomba gira cigana Tenho paz no coração
De ninguém ela tem pena
E a ninguém ela engana Veja o meu destino oh Cigana (...)
Zingayê Inabá
É Rainha das trevas
Ela é das profundezas
É na banda esquerda
Que está sua fortaleza

Zingayê Inabá
Seu cabelo de trança
Quando ela balança
Ogum das Sete Lanças
É quem vem sarava

Rosa vermelha, rosa amarela (samba)


No meio de todas rosas
Eu escolhi a mais bela

São tantas rosas


Que floriu no meu jardim
Escolhi a amarela Cigana olhe por mim
Nos meus caminhos preciso de proteção
Oh Cigana Sulamita me estenda a sua mão

Rosa vermelha, rosa amarela (...)

Traz um feitiço no sorriso e no olhar


Oh Cigana Sulamita sei que vai me ajudar
Com seu baralho faz toda advinhação
Vê o destino da gente na palma da nossa mão

Rosa vermelha, rosa amarela (...)


26

OGUM Ogum já venceu (maculelê)


(Ogunhê meu Pai!) Já venceu, já venceu
Ogum vem de Aruanda
Ogum da Beira Mar (maculelê) E quem lhe manda é Deus
Seu Ogum aqui chegou
Ogum nosso guerreiro
Proteja nosso terreiro Ele jurou bandeira (maculelê)
Ele tocou clarim
Ogum das Matas
À vós eu peço Com seu exército branco
Vós venha me ajudar Ele lutou por mim
Vós venha me guardar
Na beira da praia
Ogum Sete Ondas
Ogum é rei neste terreiro (maculelê) Ogum Beira-mar
Meu pai é Ogum
Ele lutou por mim
Meu pai não tem medo Até de madrugada
Mas de jeito nenhum Sarava seu Beira-mar
Ogum é meu rei Sarava seu Matinata
Vencedor de demandas
Meu pai é meu chefe Pisa na linha de Umbanda (samba)
Aqui na Umbanda Que eu quero ver
Ogum Sete Ondas
Pisa na linha de Umbanda
Eu tenho sete espadas (maculelê) Que eu quero ver
Pra me defender Ogum Beira-mar
Eu tenho Ogum Pisa na linha de Umbanda
Na minha companhia Que eu quero ver
Ogum é meu pai Ogum Iara
Ogum é meu guia Ogum Megê
Ogum é meu pai Olha a banda aruê
Ogum é filho da Virgem Maria
Estava na beira da praia (samba)
Quando eu vi Sete Ondas passar
Ogum em seu cavalo corre (maculelê)
A sua espada reluz Abre as portas gente
Que aí vem Ogum
Ogum, Ogum Dilê Com seu cavalo marinho
Sua bandeira cobre os filhos de Jesus Ele vem sarava
Ogunhê
Laiá, laiá, laiá, lá, laiá
Bandeira linda de Ogum (maculelê)
Está içada lá no Humaitá Oh filhos de Umbanda (samba)
Representando o general de Umbanda Seu Sete Ondas vem do Humaitá
Ogum venceu demanda Que bela surpresa
Vamos todos sarava Vem de Aruanda nos abençoar
Oh bela surpresa
Nos campos do Humaitá (maculelê) Bela surpresa como vai você
Ogum guerreou e venceu Que bela surpresa
Sua divisa de general Vem de Aruanda pra nos proteger
Seu capacete Oxalá lhe deu
Auê auê comanda a gira gire
Auê auê comanda a gira girá
27

Da onde vem Ogum de ronda (samba) As quatro horas da manhã (samba)


Veio das ondas Ogum tocou alvorada
Veio das ondas do mar
Veio das ondas Acorda, acorda
Vem com a cruz de Deus na frente Acorda que aí vem seu Matinada
Veio das ondas
Vencerei ou vencerá Que cavaleiro é aquele (samba)
Veio das ondas Que vem cavalgando
Pelo céu azul
Se me pai é Ogum, Ogum (samba) É seu Ogum Rompe-mato (Matinata)
Vencedor de demanda Que vem se firmar (que vem defender)
Ele vem de Aruanda No cruzeiro do sul
Pra saldar filhos de Umbanda
Ê ê ê, ê ê á, ê ê ê seu Canjira
Ogum, Ogum, Iara Pisa na Umbanda
Ogum, Ogum, Iara
Salve os campos de batalha
Salve as sereias do mar Meu general (samba)
Ogum, Ogum, Iara Com a sua espada e sua lança
Ele deixou em seu caminho
Um Ogã de sentinela
Ogum já jurou bandeira (samba)
Seu Rompe-mato tornou a jurar Meu general
Na lei de Umbanda ele é meu pai
Mas ele tem o peito de aço Foi o senhor mesmo que disse
Venceu demanda no Humaitá Que na Umbanda
Os filhos de Ogum não cai
Quem me ensinou a guerrear (samba)
Foi meu Pai Ogum Vem beira rio, beira rio, beira mar (samba)
Vem beirando o mar O que se ganha de Ogum
Só Ogum pode tirar
Ele venceu demanda
Ele venceu batalha Senhor Ogum de Ronda
É quem vem girar
Meu Pai Ogum, venha nos salvar Que vem trazendo folha
Meu Pai Ogum, venha nos clarear Pra descarregar
Beira rio, beira rio, beira mar
Ogum, meu rei Ogum (samba) O que se ganha de Ogum
Protege os filhos seus Só Ogum pode tirar

Com seu cavalo, com sua lança


Com o poder que Deus me deu Seu Ogum Beira Mar (samba)
O que trouxe do mar
Oh salve o sol, salve a lua
Salve todo Juremá Mas ele vem beirando a areia
Na mão direita
Deus vós salve a força da Umbanda Ele traz a guia de mamãe sereia
Salve Ogum aqui neste lugar

Ogum guarda a pedreira (samba)


Se a sua espada é de ouro (samba) Mandado por Oxalá
Sua coroa é de rei Com a espada e com a lança Ogum
Ogum é tata na Umbanda Seus filhos vem ajudar
Seu Canjira na Umbanda Ogum
Ogunhê
28

Seu cavalo corre (samba) Saravá Ogum, Ogum Dilê (Ijexá)


Sua espada reluz Saravá Ogum, Ogum Megê
Sua bandeira cobre todos os filhos de Jesus Saravá Ogum, Ogum Rompe Mato
Saravá Ogum, Ogum do Laço
Seu cavalo corre
Saravá Ogum, Ogum do Mar
Sua espada reluz
Auê seu Ogum Iara Saravá Ogum, venha me ajudar
Aos pés da Santa Cruz
(samba) Eu não seria nada (samba)
Filho de pemba bebe água no rochedo Se não fosse Ogum
Filho de Ogum corre campo e não tem medo Para abrir a minha estrada
Vou pedir ao criador
Valente guerreiro aqui chegou
Que derrame seu amor
Vencedor de demanda
Aos nossos guias
Meu protetor
E ao nosso babalaô
Em sua trajetória
Meu pai luta contra o mal
Nesta casa de guerreiros - Ogum (samba) Foi nos campos de batalha
Vim de longe pra rezar - Ogum Que se tornou general
Rogo a Deus pelos doentes - Ogum (eu não seria)
Na fé de Obatalá - Ogum
Eu não seria nada (...)
Ogum salve a casa santa - Ogum
Os presentes e os ausentes - Ogum
Salve Ogum de Ronda
Salve nossas esperanças - Ogum
Salve seu Ogum Megê
Salve velhos e crianças - Ogum
Sarava Beira-Mar
Preto velho ensinou - Ogum
Ogum Iara, Ogum Dilê
Na cartilha de Aruanda - Ogum
Salve toda falange
E Ogum não esqueceu - Ogum
Do glorioso guerreiro
Como vencer a demanda - Ogum
Que corta toda demanda
A tristeza foi embora - Ogum
Aqui dentro do terreiro
Na espada de um guerreiro - Ogum
E a luz do romper da aurora - Ogum
Eu não seria nada (...)
Vai brilhar nesse terreiro - Ogum

Se o meu pai é Ogum (samba) Estrela clareia a terra (samba)


Filho de Ogum eu sou Estrela clareia o mar
Sou eu, sou eu Clareia o gongá de Beira mar, clareia
Filho de Ogum sou eu Clareia os filhos no gongá
Se o meu pai é guerreiro
Filho de Ogum eu sou
Ogum Dilê lê lê lê lê lê lê lê (samba)
Sou eu, sou eu
Ogum Dilê é táta no Arerê
Filho de Ogum sou eu
Em seu cavalo branco
Ele vem montado
Ogum nos campos de batalha (maculelê) De espada na mão ele vem armado
Aprendeu a guerrear Ogum
Ele vem armado para o Arerê
Ogum desceu lá de Aruanda Ele vem armado pra nos proteger
Veio para nos curar Ogum Ele é Ogum
É Ogum Dilê
Ogum em seu cavalo corre
Corre para nos salvar Ogum

Ogum sua espada de ouro


No meu coração está Ogum
29

Mas às quatro da manhã (samba) Na lua nova (samba)


Ogum já vem da alvorada Na Umbanda ele é Ogum
Ogunhê
Mas ele é Ogum do Sol Zambi ele é ogum
Ogum da Lua
Ele é Ogum da Rua E se Ogum está no céu (samba)
Ele é Ogum Megê Não está não
E se Ogum está na lua
Não está não
Sarava São Jorge (samba)
Ogunhê oh Lê lê lê lê lá
Sarava Ogum E se Ogum esta de ronda
Ogunhê oh No Humaitá
Lê le le le lá
Ô ô ô Ogunhê ô E se Ogum esta de ronda
Ô ô ô Ogunhê ô No seu congá
Salve Ogum Akuan
Ogunhê oh Auê auê auê (maculelê)
Salve Ogum Iara Só popologundê
Ogunhê oh Popologundê
Salve Ogum Naruê Popologundê
Ogunhê oh
E Seu Beira Mar Ogum daquela
Ogunhê oh Daquelê aô
Ogum daquela
Ô ô ô Ogunhê ô Daquelê aê
Ô ô ô Ogunhê ô Ogum daquela
Daquelê aô
Salve Ogum Dilê
Ogunhê ô Jésse jésse
Salve Ogum Nagô Ogum oh
Ogunhê ô Ifá Ogum Megê
Salve Ogum Megê Ogum Megê
Ogunhê ô Ogum Megê
Ogum Matinata
Ogunhê ô
Ogum Dilê lê lê (samba)
Ô ô ô Ogunhê ô Ogum Dilá lá lá
Ô ô ô Ogunhê ô Ogum Dilê lê lê
Nas ondas do mar é maré
Quando Ogum partiu pra guerra
Beira Mar auê Beira Mar (samba)
Oxalá deu carta branca
Beira Mar auê Beira Mar
Quando Ogum voltou da guerra
Seus filhos venceu demanda
Ogum já jurou bandeira
Nas ondas do Humaitá
Ogum já venceu demanda
Ogum vencedor de demandas (samba)
Vamos todos sarava
Ogum te chamo para me ajudar
Beira Mar auê Beira Mar
Com sua espada
Beira Mar auê Beira Mar
Guerreando os inimigos
Me defenda do perigo
A sua espada meu pai
Ogum da Mata, Ogum do Mar (Ogunhê)
Eu quero ver
A sua lança meu pai
Ogum Megê
30

Surgiu no clarão da mata (maculelê) Ogum a sua espada brilha (samba)


A ave azul do seu Matinata Ogum a sua espada reluz
De encontro ele vem chegando Ogum é mensageiro de Umbanda
Patacuri ele vem sarava Ogum é cavaleiro de Jesus

Seu Matinata que vem de lá Ogum, Ogum está de ronda


Soudado que vem de Aruanda Ogum, Ogum veio rondar
Nos campos floridos da terra Nos quatro cantos do mundo
Proteja a banda do mestre Oxalá Nas sete ondas do mar (Ogunhê)

Oiê, oiê, oiê, oiá


Guerreiro da ave azul Quem está de ronda (samba)
Guardião do Cruzeiro do Sul É São Jorge
É pra ti que eu venho cantar Deixa São Jorge
Rondar

Mandei selar meu cavalo (samba) São Jorge é guerreiro


Para Ogum viajar Que manda na terra
Vai pra terra de Nossa Senhora da Glória Que manda no mar
Ele vai, mas torna a voltar Sarava meu pai
Sarava meu pai
É madrugada bate adarrum (samba) Girar é bom
Girar é bom
Toca alvorada que aí vai Ogum
Girar é bom
Seu Ogum Sete Ondas
É bom girar
A benção meu pai
Quem é filho de Ogum
Roda, balança e não cai Oh Ogum (maculelê)
Oh Ogunhê iê iê
Oh oh Ogum
Ouvi um toque de clarim na lua (samba)
Ogum Xoroquê (iê iê)
Mas era o toque do maior do dia
Ogum foi praça de cavalaria Meu senhor das estradas Ogunhê
Hoje é ordenança da Virgem Maria Abra meus caminhos Ogunhê
Meu senhor da porteira Ogunhê
La la la la la ra Ele é meu pai Ogum Xoroquê
Lará lará lará ra ra
Lararararararara Oh Ogum, Oh Ogunhê iê iê
Oh oh Ogum Ogum Xoroquê
Ogum Megê, Ogum Megê (samba)
Ogum Iara
Se a noite é linda Ogunhê meu pai (samba)
É de luar Estou dentro de sua casa
Ogum Megê Sentindo sua força pulsando
Ogum Megê No peito de cada um dos filhos da luz
É quem vai girar Salve o rei São Jorge
Com a sua lança cristalina
Xangô rolou a pedra na pedreira (samba) Que veio dar a ordem nas fileiras
No mar se estende o manto de Yemanjá Na casa dos filhos de Juramidam
Mamãe Oxum cantou na cachoeira No azul de seu céu
Reluz a espada de Ogum a batalhar Brilha um cruzeiro abençoado
De estrela de luz incandescente
Ogum Megê vem de Aruanda Que orientam o seu batalhão
Seus filhos proteger
31

NANÃ BOROQUÊ Saluba eu (samba)


(Saluba Nanã!) Saluba eu Nanã
Saluba eu Nanã
A água do mar é verde (ijexá) Oi Nanã Boroquê
De Nanã é prateada
A água de Nanã Boroquê Nanã é uma velha (samba)
É abençoada Bem velha
Que mora no fundo do mar

É Nanã, é Nanã, é Nanã Boroquê (samba) Saluba Nanã


Na ponta da fita tem dendê Saluba Nanã
É Nanã, é Nanã, é Nanã Boroquê Saluba Nanã
Ela é mãe de Obaluaê Que mora no fundo do mar

Ela vem varrendo Oh salubá


Ela vem limpando Salubá Nanã
Com sua vassourinha Nanã é uma santa, é uma rainha
É Nanã Boroquê Mamãe Nanã mora no fundo do mar

Oh Nanã Boroquê (samba) Eu vi Nanã (eu vi) (samba)


Seus filhos lhe pedem Sentada na beira do poço
Seus filhos imploram Senhora Santana
Venha ver o terreiro Com seu manto roxo
E levar todo mal
Na sua marola Divina Nanã (oh divina Nanã)
Venha nos ajudar
Saravá Nanã auê Eu vi Nanã (eu vi)
Saravá Nanã auá Senhora Santana Boroquê
Saravá Nanã Saluba (eu vi Nanã)
Na beira do rio
E nas ondas do mar
Atraca, atraca (samba)
Que aí vem Nanã ê ê
Odi Nanã leuá (ijexá) Atraca, atraca
Leuá leuá ê Que aí vem Nanã ê á

Alobi Nanã aió locó É Nanã, é Oxum


Nanã aio É quem vem sarava ê ê
É Nanã, é Oxum
E a rainha do mar ê á
São flores Nanã (ijexá)
São flores
São flores Nanã Boroquê Oh Nas ondas do mar (samba)
São flores Nanã Eu vi Nanã
São flores Oh Nanã Boroquê
De seu filho Obaluaê

Nas horas de agonia Na coroa de Zambi (samba)


É ele quem vem nos valer Eu vi Nanã
É seu filho Nanã Auê eu vi Nanã
É meu pai
Ele é Obaluaê
32

Nas águas (samba) Lerê, lerê, lerê (samba)


De Nanã Boroque Vamos sarava Nanã Boroquê
Vou me banhar
Vou me benzer Na ponta da fita tem dendê
Vamos sarava Nanã Boroquê
Eu vou rezar
Pelos filhos de Umbanda Lerê, lerê, lerê
Pra mãe Nanã Vamos sarava Nanã Boroquê
Que é vovó lá da Aruanda
Eu vou pedir Quem corta o mal e salva você
Pelos filhos do gonga É Nanã, é Nanã Boroquê
Pra vovó de Aruanda
Vos abençoar Lerê, lerê, lerê
Vamos sarava Nanã Boroquê
Lá no seu reino
Tem luar de prata Nanã Quem é mãe de Obaluaê
Lá no seu reino É Nanã, é Nanã Boroquê
Tem raios de sol
Lerê, lerê, lerê
Tem o silêncio Vamos sarava Nanã Boroquê
Da calma da noite Nanã
E tem a luz
Do esplendor da manhã É Nanã ê (maculelê)
É Nanã ê
É Nanã ê ê
Ela é Nanã (maculelê) É Nanã ê
Ela é Nanã Boroquê É Nanã ê
É Naná
A sua saia é rocha Senhora das águas turvas
A sua cinta é de sapê Nanã é yabá

Em Olorum
Senhora Santana (maculelê) Vive Nanã Boroquê
Viajou pelo mundo Saluba linda senhora
Por onde passava Viva seu poder
Deixava uma fonte

Os anjos que vinham Tem tanta folha aqui pra varrer (samba)
Beber água nela Ai Nanã Boroquê
Que água tão pura Ifá me ajude com Opelê
Que água tão bela Ai Nanã Boroquê
Oxumaré e Obaluaê
Bença Nã Boroquê
Epá, epá, epá (maculelê)
Vou mascarada pra Queledê
Nanã aluaê Com Nanã Boroquê

Nanã kijáossi (maculelê) A chuvarada berra


Alodê A espinha da favela
Nanã kijássitó Nanã Santana varre
Alodê Eu sou a filha dela
O temporal passou
Restaram lama e lodo
Com isso é que Nanã recria o mundo todo
33

Chuva (de luz e amor) (samba) Chegou Nanã Boroquê (maculelê)


Que cai lá no roçado (é da vovó Nanã) Seus filhinhos vem ninar
Deixando o chão enlamaçado O seu manto é roxo e branco
Aonde Nanã flores vai plantar Nanã traz seu Bajará
Chuva é abençoada Seu Bajara é azul
É o néctar sagrado Ela chega de mansinho
Que Nanã ao solo faz tocar No terreiro de Babá
Chuva nesse encontro sagrado com o barro Dança bem devagarinho
Dom do nosso despertar
É patrona dos idosos
Nanã abençoe as almas Essa velha divindade
Da calunga sagrada Sua força é serena
Aonde meu Pai Omulu está Força da senilidade
(atotô, atôtô, atôtô) Vou cantar para Nanã
Saluba mãe divinal
Vou dançar com mãe Nanã
(barra vento)
Com o seu rosto coberto Nesse lindo ritual
Sua dança, seu Adê
A mais velhas das cindas Nanã, é Nanã Boroquê (samba)
É Nanã Boroquê Nas águas paradas
Auê, auê, Saluba ê Que mistério é você
Louvo a velha Nanã
A Mãe de Obaluaê Nanã que criou Oxum
Oh vovozinha É mãe das mães
Foi lindo lhe encontrar É Nanã Boroquê
Preciso de você
Venha me ajudar Nanã, é Senhora Santana
Sofro na vida É mãe de Maria
Mesmo nem sei porque Que criou Jesus
Mas eu confio em Nanã Boroquê
Peça seu filho para me ajudar
Curar minhas feridas Na lagoa de Nanã (samba)
E me descarregar Saluba Nanã Boroquê
Cacurucaia, traga seu Ibiri Que encanta os seus filhos
Olhai por mim não me deixe só aqui Saluba Nanã Boroquê
Com seu manto iluminado
Saluba Nanã Boroquê
Eu vou saudar (samba) Água e terra é seu poder
Mais velha de Umbanda Saluba Nanã Boroquê
Protetora do gongá

Saluba eu mamãe Oxumaré me deu dois barajás (ijexá)


Vem me valer Na festa de Nanã Borocô
Nas suas águas A velha deusa das águas
Sarava Nanã Boroquê Quer munguzá
Seu Ibiri enfeitado com fitas e búzios
Um ponto pra assentar
Venha me valer Nanã (samba) Mandou cantar
Vem me ajudar eu sou Êh salubá
Seu filho de Umbanda Nanã
Vem descarregar (oi Nanã) Ela vem no som da chuva
Dançando devagar seu ijexá
Senhora da Candelária, Abá
Pra toda sua nação Iorubá
34

Saluba, salubá (maculelê) Nanã já vai (samba)


Nanã Boroquê Pras águas serenas
Senhora Santana Pras águas paradas
Venha nos ajudar Pras águas morenas
Velha divindade
Das águas serenas Nanã já foi
Nos traga sua paz Pras águas serenas
Venha nos proteger Pras águas paradas
Pras águas morenas
No seu bracelete
Um lindo farol
Que tudo ilumina
Numa luz sem fim
Chegando radiosa
Senhora da paz
Com Pai Oxalá
Meu Senhor do Bonfim

Senhora Santana
Nos livre do mal
Que paira na terra
E desune os irmãos
Nos dê a proteção
Contra os inimigos
Nos ensine a viver
Dentro da união

Oh Senhora Santana
Oh Senhora da paz
Saluba, salubá
Nanã Boroquê
Velha misteriosa
Guerreira do saber
Embalados em seus braços
Queremos viver

Senhora Santana (maculelê)


Dela só emana
Muito amor e paz
Vejo ajoelhado
Seu trono dourado
Seu manto lilás
Águas que descem o rio
Regando todo esse chão
Ah eu queria dizer
Seu nome Nanã Boroquê
Jamais hei de esquecer

Êh ê ê Nanã Boroquê
Êh ê ê Nanã Boroquê
35

XANGÔ Meu pai São João Batista (samba)


(Kaô Kabecilê!) Ele é Xangô
Senhor do meu destino até o fim
Xangô kaô kaô (maculelê)
Xangô Pedra Preta Se um dia me faltar
Xangô Sete Cachoeiras A fé no meu senhor
Xangô das Pedreiras Que role essa pedreira sobre mim
Xangô Pedra Branca
Xangô das Montanhas (samba)
O caboclo da Lua Põe o joelho na pedra oh menina
Pede amor e harmonia Por cima do morro o sol clareou
Para o povo da rua
Esse trovão que roncou nas matas
É a pisada do meu pai Xangô
Xangô veio das virgens matas (maculelê)
Com seu bastão de prata
Vem pra nos salvar Kaô, kaô, Xangô (samba)
Kaô, kaô, Xangô
Xangô Kaô
Me chamou
Xangô do reino é o meu senhor
Olha o nego arriou no terreiro Kaô
Kaô Cabecile
Quem rola pedra na pedreira (samba)
Ele é meu protetor
É Xangô
Quem rola pedra na pedreira Kaô, kaô, Xangô
É meu pai Kaô, kaô, Xangô
Me chamou
Vibrou a coroa de Zambi (3x)
É Kaô Olha a linha de Quenguelê
Pai João de Aruanda
Dizem que Xangô (samba) É quem vem me valer
Mora na pedreira
Mas não é lá sua morada verdadeira Kaô, kaô, Xangô
Kaô, kaô, Xangô
Ele mora numa cidade de luz Me chamou
Onde mora Iansã, Oxumaré e Jesus
Xangô Kaô (samba)
Luz divina vem nos iluminar (samba) Mas como é lindo seu amanhecer
Meu pai Xangô abençoe este lugar
Pedreira alta, mina de água e flor Sua pedreira corre água
Pedra encantanda Suas matas nascem flor
Morada do meu pai Xangô
Pedra encantanda Kaô Kabecile (samba)
É do machado de Xangô É de munssunssun
É de munssunssun é que ele vem
Estava dormindo em pedras frias (samba) É de munssunssun é que ele vem
Quando Madalena me chamou oh oh Kaô Kabecile é como ele vem
Acorda que já é hora
Vem ouvir o lindo brado de Xangô
36

Eu vi a pedra rolar, cachoeira roncar (samba) Oh Gino olha a sua banda (samba)
De repente parou Oh Gino olha o seu gongá
Oi saravá na Umbanda, seu Alafim Agodô
Na mata onde o rouxinol cantava
É lelé Caô Na pedra onde Xangô morava
É lelé ô caô, é lelé ô caô Ele é gino da cobra coral
É lelé ô caô, é lelé ô caô Ele é gino da cobra coral
Ele é gino da cobra coral kaô
Eu vi a pedra rolar, cachoeira roncar
De repente parou
Tava olhando a pedreira (samba)
Eu vi Oxum na cachoeira Uma pedra rolou
Pai Xangô lá na pedreira Ela veio rolando
É lelé Caô Bateu em meus pés
E se fez uma flor
É lelé ô caô, é lelé ô caô
É lelé ô caô, é lelé ô caô Quem foi que disse
Que eu não sou filho de Xangô
Meu pai Xangô (samba) Ele mostra a verdade
Olhai seus filhos Se atira uma pedra
Que estes também são filhos seus Ela vira uma flor

Seu Agodô, Yemanjá salvai Quantos lírios


Yemanjá, salvai Já plantei no meu jardim
Uma pedra atirada
É um lírio pra mim
Pega no seu livro e vai lendo (samba)
Pega na pena vai escrever
Por detrás daquela serra (samba)
Xangô Caô Tem uma linda cachoeira
Sarava na Umbanda seu Alafim Mas ele é Xangô e Agodô
Seu Agodô Que arrebentou sete pedreiras

Xangô oh oh oh oh (samba) Foi na beira do cariri (samba)


Xangô oh oh oh oh Xangô estava sentado
Com Yemanjá e Oxum
Valei-me meu pai E Iansã ao seu lado
Valei-me Xangô Foi na beira do cariri
Valei-me meu pai
Valei-me Kaô
Xangô meu pai na Umbanda (samba)
Xangô mora nas pedreiras Vem de Aruanda ele é meu Orixá
Ogum lá no Humaitá Do alto de uma pedreira
Mãe Oxum na cachoeira Ele faz justiça pra seus filhos ajudar
Oh Iansã, oh Yemanjá
Xangô na sua aldeia
Xangô mora nas pedreiras Não há maldade, só o amor pode reinar
Ele manda relampear Tu me ensinaste a fazer a caridade
Kaô Kabecile Obá E pela terra a Umbanda exaltar
Xangô sarava Xangô Meu pai com sua machada
Sarava Xangô Ele não ataca é só para me guardar
E no seu livro ele escreve o meu destino
Meu pai Xangô ilumina meus caminhos
Ele é Xangô kaô kaô
Vencedor de demandas
Ele é meu protetor
37

Pedra rolou Pai Xangô (samba)


Lá da pedreira
Segura a pedra meu pai
Na cachoeira
Tenho meu corpo fechado
Xangô é meu protetor
Segura a pemba meu filho
Pai de cabeça chegou

Pedreira linda (samba)


Que Xangô tava sentado
Com livro, pena na mão
E um lindo leão do lado
Salve Iansã
Rainha do Jacutá
Sarava meu Pai Xangô
Ele é chefe de gongá

(maculelê)
Eu fui na mata buscar minha guia
Mas encontrei Pai Xangô que vinha

Zum zum zum o meu pai é kaô


Zum zum zum meu Xangô Agodô

Xangô é tata de ararauê (samba)


Xangô é tata de araraô

Ele é bom pai, ele é bom filho


É bom irmão
Você brinca com Nagô
Mas com Xangô não brinca não

Xangô já vai (foi) (samba)


Já vai (foi) pra Aruanda

A bença meu pai


Proteção pra nossa banda
38

IANSÃ Iansaderê oi ê (samba)


(Epahei Oyá!) Iansaderê
Gira no tempo
Me protegi (samba) Rainha dos ventos
No bambuzal de Iansã Que eu quero ver
Das mandingas que lançaram sobre mim
Ela é o vento que traz toda bondade Que eu quero ver ê ê
E com seu raio destrói toda maldade Que eu quero ver

Epahei oh bela oyá Gira no tempo


Senhor do tempo foi pra ela guerrear Rainha dos ventos
Epahei oyá! Que eu quero ver
Epahei oh bela oyá É de oriá oiê
Na nossa banda ela é um Orixá É de oriê
Gira na gira
Vai na fé de Mizambê
Iansã tem um leque de pena (samba)
Pra abanar dia de calor
Iansã mora na pedreira Iansã orixá de Umbanda (samba)
Eu quero ver meu pai Xangô Rainha do nosso conga
Sarava Iansã lá na Aruanda
Epahei, epahei Iansã venceu demanda
Iansã, Iansã (samba)
Segura seu arerê Iansã Iansã saravou pai Xangô
Segura seu arerê Iansã No céu trovão roncou
Oh Iansã, oh Iansã E lá na mata leão bradou
Segura seu arerê Sarava Iansã
Sarava Xangô

Ela é uma moça bonita (samba)


Mas ela dona do seu jacutá Iansã guerreira (Juliette)

Epahei, epahei, epahei Iansã senhora dos ventos (samba)


Oh mamãe de Aruanda Vem das pedreiras
Segura a banda que eu quero ver Com meu pai Xangô
Quando as nuvens
(samba) Se vestem de negro
Oh bela oyá quando vem na aldeia Vem minha mãe
Ela vem chegando é com a lua cheia De vestido vermelho

Iansã menina do cabelo louro Iansã guerreira


Iansã menina Balança Eruexim
A sua coroa é de ouro Vem de Aruanda
Vencendo demanda
E olhado por mim
Tibere bere (samba) Trovão roncou
Oh Iansã Tibereré Relampeou
Tibere bere Epahei oya
Oh Iansã Tibereré Vento passou
Levando o mal
Do meu conga
39

Oyá, óia eu oyá (samba) Ventou nas matas (maculelê)


Epahei, epahei Iansã Ventou nas pedreiras
Que vento forte nas cachoeiras
Viaja na ponta do vento
Do corisco e do trovão Não é Oxossi
Senhora da tempestade Nem é Xangô
Me dê sua proteção É Iansã com seu patacotô
Oyá, óia eu oyá (...) Deusa dos ventos
E do trovão
Vencedora de demanda Oh minha mãe quero sua proteção
Ela é Orixá guerreira
Da coroa de Xangô
Iansã é a primeira Epahei oh Iansã (maculelê)
Epahei oh bela oya
Oyá, óia eu oyá (...) Com sua espada de ouro Iansã
Venha nos ajudar (oh Iansã)

Ela é Matamba (samba) Com a sua espada risca o espaço


Ela é Oyá, ela é Iansã Senhora do mundo Iansã Iatopé
Neste jacuta Eu louvo a sua coroa oh minha mãe
Pedindo seu ayaxé oh epahei
Ela é Matamba Raio de luz, clarão no céu (maculelê)
Do cabelo loiro É ventania que vem lá
Senhora dos ventos A noite inteira
Da espada de ouro Vento vem e vai
Rodopiando a bailar
Com a espada erguida ao luar
Epahei, epahei (maculelê) Surge a guerreira
Epahei minha mãe
Epahei, epahei É Iansã varrendo os mares
Epahei Iansã É Iansã oh mãe valei-me
Rainha dos ventos Levai nesse vento
Ela vem dominar Os nossos tormentos
Levai minha dor
E quando cessar a tempestade
Eram duas ventarolas (maculelê) E eu vislumbrar novo amanhã
Eram duas ventarolas Explode em meu peito
Que ventavam em alto mar Um brado Epahei!!! Oh mãe Iansã
Uma era Iansã eparrê Oi no tacho o azeite
Outra era Iemanjá doceá Pra ferver de oyá
Põe nele o tempero desse acarajé
Odoya chamou (maculelê) Que é força e coragem
Eu fui atender Pra seguir viagem
Tava sentada Iansã Os filhos que tem fé
Na palha do dendê
Oh guerreou, guerreou Eparrê Iansã do Caindé (congo)
Relampejou Iansã do Caindé
Oh deu cálice de rocha Iansã do Caindé
Relampejou

Yepahe, Yepahe ó minha Yansã (samba)


Yepahe, Yepahe sua Dijina é Sariema
No balé, no bailar, No balé, no bailar
No balé, no bailar, ô que linda bela Oyá
40

Santa Bárbara chegou no salão (maculelê) Epahei, epahei (barra vento)


Eparrei, eparrei Iansã Epahei bela Oyá
Vento forte anuncia a chegada Iansã olha a matamba
Eparrei, eparrei Iansã Iansã olha a matamba
Raios fortes em clarões de luz
Ventos, chuvas, muitas trovoadas Oh minha santa guerreira
Cheiro forte de terra nativa Venha me valer
Numa força por Deus abençoada Pois me sinto num abismo
Não sei o que vou fazer
Vem coroada de muita luz Em meio a escuridão
Numa onda de pura magia Veio um raio clarear
O seu manto representa o símbolo Me mostrado o caminho
Da santíssima Virgem Maria Que eu possa traçar
Vem trazendo harmonia e vigor
Chega na sua força sagrada Epahei, epahei...
Dispersando energia trevosa
Com a luz da ponta da sua espada Peço que neste caminho
Bons ventos possam soprar
Afastando as nuvens negras
Sarava filho de Umbanda (maculelê) Que querem me derrubar
Olha quem vem lá Se nele encontrar espinhos
Firma o ponto no terreiro Em flores eu vou pisar
Que ela vem girar Pois sou filha de Iansã
Iansã guerreira Poderosa Yabá
Linda Orixá
Ouve a minha reza Epahei, epahei...
Vem me ajudar

Iansã ê ô Sarava Iansã (samba)


Iansã ê á Dos cabelos loiros
Senhora rainha No mar tem água
Vamos sarava Nas suas pedras tem ouro
Lerê, rêrê, lerêrê
Xangô Kaô (maculelê) Lerê rê ra
Tua rainha Iansã Sarava Iansã
Já chegou A rainha do ar

Ela vem tão linda


Ela vem do mar Iansã ela é dona do mundo (maculelê)
Iaxé de ouro Dona do fogo, da faísca e do trovão
Ela vem sarava
Iansã do ouro Epahei Iansã na Aruanda
É minha mãe Nagô Santa Bárbara com a espada na mão
Xangô da justiça
É meu salvador
Olha a nuvem (Maculelê)
Olha a nuvem
Na ponta da nuvem
Na torre da nuvem
O trovão brada
Clareia o relâmpago
De Santa Bárbara
41

Nove raios na terra baixou (barra vento) Tanto mistério guardado (samba)
Anunciando a rainha do ar No coração dessa moça
Eh Epahei Iansã, epahei É possessiva, é ciumenta
Eh Epahei Iansã é Oyá E se quer uma coisa ela briga demais
Tem a força do vento
É guerreira Iansã é Oyá É o forte temporal
As almas errantes vem para cuidar No seu corpo moreno
Eh Epahei Iansã, epahei Um jeito sensual
Eh Epahei vem pras almas cuidar Ela é guerreira e seu canto
É força contra o mal
Defendei-me, dai-me a proteção
Mamãe dos ventos, da chuva é Oyá
Filha de Oyá
Eh Epahei Iansã, epahei
Força do vento
Vem com seu leque de vento abanar
Bate o tambor
Tempestade é força de Oyá Pra viver alegria
Varrendo o mal que aqui possa chegar E nunca sofrimento
Eh Epahei Iansã, epahei
Eh Epahei aqui relampejar É moça caprichosa
É filha de Oyá
É vibrante, é faceira
Vento, que vento, que vento (samba) É filha de Oyá
Que ventania, que furacão De vermelho ou laranja
Chuva, que chuva, que chuva É filha de Oyá
Que chuvarada de raio e trovão Quando a força ali chega
Epahei Oyá
Vem dançar com os pés de Iansã
Vem cantar com a voz de Iansã Filha de Oyá ...
Iansã lava o seu coração Epahei
Iansã lava o seu coração
Epahei Guerreira (samba)
Tem o bailar de um beija-flor
Oyá cabocla de aldeia (samba) Guerreira
Ela vem girando O seu bailar me encantou (guerreira)
Quando a lua é cheia oyá
Senhora dos ventos
Ela é dona do mundo Senhora do balé
Iansã venceu guerra Epahei oh bela Oyá
Ela é dona do mundo Nessa deusa eu tenho fé
Sua força vem do tempo
Sua beleza irradia
Meu pai vem de Aruanda (maculelê) É força da natureza
E a nossa mãe é Iansã É a força que me guia
Guerreira
Ô gira deixa a gira girar
Ô gira deixa a gira girar Guerreira...

Deixa a gira girar Essa deusa tem um rei


Sarava Iansã Que em seu reino governou
É Xangô, Yemanjá iê Dividindo fortes raios
Deixa a gira, girar Esse rei é Pai Xangô
Com o poder da ventania
Oi gira deixa a gira girar Toda palha ela soprou
Oh gira deixa a gira girar No girê dos Orixás
Omulú ela curou
42

Iansã (barra vento)


‘Óia’ a menina do axé
Epahei Oyá
Santa Bárbara ela é é é é

Já trovejou, relampejou
Cadê Oyá Xangô ô ô ô

Iansã...

O cálice bento
Ela se curou
Sua espada sagrada
Ela guerreou
Epahei Oyá, epahei Oyá

Iansã...

Ventou (samba)
Lá na serra ventou
Iansã já vai embora
Que se pai já lhe chamou
43

OBÁ Clareia Obá yê (maculelê)


(Akiro Obá Yê!) Clareia Obá yê
Oh mãe da sabedoria
Ninguém falou mais alto do que ela (samba) Venha nos valer
Ninguém abafou o brado de Obá
Não há escudo melhor que uma espada Concentrou os elementos
Não há espada melhor Gerou nova energia
Do que o amor dessa Yabá Criou o conhecimento
É mãe da sabedoria
Mulher guerreira dos punhos de fogo
Seu rio caudaloso não tem fim Clareia Obá yê
Obá Xiré Obá, Xiré! Clareia Obá yê
Tenha ciúme de mim Oh mãe da sabedoria
Tenha ciúme de mim Venha nos valer

Ela é quem reveste a serra


Feminino-fogo (maculelê) Ela é quem sustenta o mar
Feminino-fogo É a rainha da terra
Feminino-fogo Que se expande pelo ar
É Obá

Até o rio pega fogo Ela traz conhecimento (maculelê)


Até o rio pega fogo Vem me iluminar
Até o rio pega fogo Clareia meu pensamento
Xiré Obá Oh minha Obá
Ela é luz da verdade
Nos braços de Xangô Vem me sustentar
Nos braços de Xangô Com sua sabedoria
Nos braços de Xangô Oh minha mãe Obá
Está Obá
Irradia o tempo todo
Sincera como o fogo Sabe ensinar
Ciumenta como o fogo Dona do conhecimento
Amorosa como o fogo Oh minha mãe Obá
É Obá

Cantei Obá (samba)


Gira no terreiro oh minha mãe Obá (samba) Pra Ana
Protege os seus filhos pra gira concentrar Na praça
Firma o seu reino aqui no meu Congá Onde as pessoas passeiam com calma
Nos dá sabedoria vem iluminar O berimbau
Quando canta invade minha alma
Com as forças da terra É um mar de alegria
Eu vou trabalhar
Me envolve em sua luz Cadê o mar rara
Oh minha mãe Obá Cadê o mar rara
Cadê o mar rara
Cadê o mar rara
44

Olha aquele passarinho (samba) É perfume de Obá (samba)


Construiu seu ninho lá no reino de Obá É perfume de Obá
Como sua mãe com muito carinho
Concentrando a terra, construiu seu lar Perfume de rosa
Hoje ele é mestre do conhecimento Obá é uma flor
E com sabedoria pode me ensinar É vento de Obá
Para que eu também É vento de Obá
Construa o meu ninho Na ventania
Nas terras sagradas Obá vem curar
De mamãe Obá
É força de Obá
É força de Obá
Guardião das matas (ijexá)
Guardião de mim É força de rio
Guardião do tempo Força de axé
Caçador em fim É mulher de Obá
Traz conhecimento É mulher de Obá
Expande o pensamento
Pai Oxossi vem me abençoar É fêmea Ibu
Guardiã da terra Na força de amor
Guardiã de mim
Guardiã do templo
Mãe guerreira enfim Oyá, Oyá, Oyá, Oyá (samba)
Traz maturidade Obá, Obá, Obá, Obá
Traz fé e coragem
Oh mãe obá vem me abençoar No céu, na terra
E no mar
Ie iee eiee Os ventos de Oyá vão limpar
Re rá rauê ra ráa Os ventos de Obá purificar

Guardião Oxossi Oyá, Oyá, Oyá, Oyá


Guardiã obá Obá, Obá, Obá, Obá
Terra e vegetal
Unidos num só par No céu Oyá a trabalhar
Com raciocínio e maturidade Na terra Obá a fecundar
Eu posso caminhar
Sobre peso e proteção Oyá, Oyá, Oyá, Oyá
De pai Oxóssi e mãe Obá Obá, Obá, Obá, Obá

Ie iee ie ie uuuu De negro está linda Oyá


Re rá rauê ra ráa As almas vem encaminhar
De laranja vem doce Obá
A verdade ela vem mostrar

Eloyá (samba)
Oyá, Oyá, Oyá, Oyá
Eloyá ô, eloyá Obá, Obá, Obá, Obá

Obá xirê, Obá xirê lojá Corre gira no salão


Eloyá ô, eloyá Corre amor no coração
Oyá vem me transmutar
Ori balé ori ô Obá vem me ajudar

Oyá, Oyá, Oyá, Oyá


Obá, Obá, Obá, Obá
45

Que luz tão linda (maculelê)


Clareou a mata
Iluminou
E estremeceu a serra

É mãe Obá
Vibrando sua espada
Semeando forças
Fecundando a terra

Mamã Obá akirô iê


Mãe do conhecimento
Mãe celeste do saber
Seiva divina que nos alimenta

Akiro Obá, akiro Obá iê


46

OXOSSI Quem manda na mata é Oxossi (samba)


(Okê arô Oxossi!) Oxossi é caçador, Oxossi é caçador

A mata estava escura (maculelê) Eu vi meu Pai assoviar


Veio o luar e clareou Ele mandou chamar
Só se ouvia a voz do Senhor Vem de Aruanda ê
Quando os caboclos de Oxossi chegou
Vem de Aruanda á
Mas ele é o rei, ele é o rei, ele é o rei Meu Pai Oxossi na Umbanda
Mas ele é o rei de Aruanda ele é o rei É de Aruanda

Oxossi é rei (maculelê) Naquela estrada de areia (samba)


Lá na Aruanda Aonde a lua clareou
Oxossi afirma Todos Caboclos paravam
O seu reinado Para ver a procissão
De São Sebastião
Vamos saudar
Quem vem chegando Oi Viva a São Sebastião
Trazendo paz Oi Viva a São Sebastião
Espalhando amor
A Virgem da Conceição Okê, okê, okê aro (samba)
Vem te abençoando Okê aro é Oxossi lá nas matas
Oxossi okê aro ele é o rei
Ele é o rei da floresta, ele é o rei
Houve um bombardeio na Jurema (samba)
Até sua choupana Okê, okê, okê aro
Oxossi quis abandonar Oxossi lá nas matas é caçador
Lerê, lerê, lerê, lerê, lê áh Oxossi okê aro ele é guerreiro
Até sua choupana Okê aro okê aro é justiceiro
Oxossi quis abandonar
(samba)
Pra quem não conhece eu vou dizer
Oxossi é caçador (samba) Oxossi, Odé é São Sebastião
Lá no Juremá Ele reina lá nas matas e nos campos
Ele é o dono da lavoura e do pão
Oxossi é pai Orirê orirê ô, Orirê orirê ô
Da mata em flor Orirê ò senhor Orirê
Balança a folha
Que lá vem Oxossi Para a sua vida melhorar
Okê aro E nunca lhe faltar o que comer
Ascenda uma vela la na mata para Oxóssi
E peça que ele vem lhe proteger
A lua quando nasce (samba) Orirê orirê ô, Orirê orirê ô
Quem vem rompendo aurora Orirê ò senhor Orirê
Clareia a mata virgem
Aonde Oxossi mora
São Sebastião glorioso (samba)
Clareou lá na aldeia Mora na beira do mar
Linda cabana Alevanta a bandeira pra cima
Aonde Oxossi mora E deixa a Umbanda trabalhar

Eu vi o sol gemer
Vi a lua suspirar
Alevanta a bandeira pra cima
E deixa a Umbanda trabalhar
47

CABOCLOS Na mata eu vi (maculelê)


(Okê caboclo!) Um arco-íris de penas
Tocando uma tambora
Tupinambá
O dia inteiro sem parar
Seu Tupinambá (samba) Era Tupinambá auê auê
Quando vem na aldeia Pai de toda Jurema
Ele traz na cinta Chamando os Caboclos de pena
Uma cobra coral Pra vir pra esse Gonga
Oi é uma cobra coral E quando a tambora ressoava
Oi é uma cobra coral
Os Caboclos preparavam
Seus trabalhos com fervor
Tupinambá é pai (samba) Enquanto a tambora ele tocava
É dono de conga Pena Verde abençoava
Vamos pedir Essa ajuda de amor
(na mata eu vi)
Vamos implorar
Que Oxalá dê força e luz
A esse Orixá Caboclo Roxo (samba)
Da cor morena
Tava na beira do rio (samba) Ele é filho da Jurema
Sem poder atravessar É neto de Tupinambá
Chamei pelo caboclo Ele jurou
Caboclo Tupinambá Tornou a jurar
Tupinambá chamei Ouvir os conselhos
Chamei tornei chamar eh ah Que a Jurema veio lhe dar

Meu passarinho azulão (samba) Caboclo Roxo (samba)


Ele voa não pousa no chão Da cor morena
Ele é Oxossi
Oh que lindo caboclo de pena
Caçador lá da Jurema
Seu Tupinambá de bodoque na mão
Ele jurou
Tornou a jurar
Tupinambá me falou (samba)
Ouvir os conselhos
Que o pai Oxalá mandou
Que a Jurema veio lhe dar
Cair uma pedra do céu
Lá na beira do mar
Afirma o ponto meu pai
Aqui nesta eira
Tupinambá me falou que essa pedra
Caboclo Roxo balaceia mas não cai
Essa pedra é quem vai nos curar
Afirma o ponto meu pai
Que o poder dessa pedra
Já está firmado
É o segredo da força de Tupinambá
Caboclo Roxo
Balanceia mas não cai
Tupinambá é ganga na macaia (samba)
Tupinambá ê ê Tupinambá Êra, êra, êra, êrá
Tupinambá guerreiro de Oxossi Êra, êra, êra, êerá
Tupinambá ê ê Tupinambá
Tupinambá não perde uma demanda
Tupinambá ê ê Tupinambá Seu Juremá floriu (samba)
Tupinambá vem defender seus filhos Minha coral piou
Tupinambá ê ê Tupinambá
Só não apanha folha da Jurema Piou, piou, piou, piou
Sem ordem suprema do pai Oxalá Piou, piou, piou, piou
48

Sete Flechas Caboclo Sete Flechas nasceu (maculelê)


No jardim das Oliveiras
Vermelho é a cor (samba)
Do sangue do meu pai Trazia amarrado em sua cinta uma coral
E verde é a cor das matas Sucuri, Jibóia na aldeia
Oh sarava seu Sete Flechas na Umbanda Sucuri, Jibóia
Oh sarava as matas onde ele mora Congo vem beirando o mar
Olha como cocorou
Lê lê rê ê (samba) A sua cobra coral
Caboclo Sete Flechas
No conga Oi segura essa cobra
Lê lê rê Não deixa ela fugir
Que o nome dessa cobra
Sarava seu Sete Flechas Ë cobra Sucuri
Ele é o rei das matas
A sua bodoque atira, oh paranga
Sua flecha mata Seu Sete Flechas ê ô (maculelê)
Seu Sete Flechas ê á
É curador, é curador
Foi numa tarde serena (samba) Ele vem cá para todos ajudar
Lá nas matas da Jurema
Onde os caboclos bradaram Aí é caboclo girador
Aí é caboclo sabido
Kiô, kiô, kiô, kiô, que era É do balanço do mar
Suas matas tão em festa Aí é bem querido
Sarava seu Sete Flechas
Ele é o rei da floresta Arranca Toco
Eu sou das matas (maculelê)
Ô gauinza, ô gauinza (samba) Eu sou caboclo
Nasceu na boca da mata eu sei Sou filho de Arranca-toco
Nasceu na boca da mata eu vi Nas minhas matas
Caboclo que vem das matas Lá na Jurema
Ele é Coquê Não se faz nada sem a lei suprema
Ele é seu Sete-Flechas no arerê

Ô gauinza, ô gauinza Seu Arranca Toco (samba)


Numa noite escura
Sentado no toco
Olhando o sol, olhando a lua
Curimbembê, curimbembá (samba)
Sete-flechas és supremo Orixá Cobra venenosa
Sucuri te envenenou
Com sete dias de nascido
Seu Arranca Toco
A Jurema o encontrou Ele é o rei dos caçador
Deitado na folha seca
Um Caboclo ela criou
Curimbembê, curimbembá (...) Antes do sol nascer (samba)
Da lua se esconder
Nasceu na mata de Oxossi A madrugada findava
Na aldeia de Juremá
Salve a estrela guia
Um Caboclo Sete-flechas
Salve todos Orixás
Iluminado por Oxalá
Salve o caboclo Arranca Toco
Curimbembê, curimbembá (...) Ele veio da aldeia
Deixando saudade no seu Juremá
49

Caboclo Arranca Toco (samba) (samba)


Ele é guerreiro Seu Pena Branca chegou aqui no terreiro
Ele é meu guia Dá seu grito e risca seu ponto
Ele é filho da sempre Virgem Maria É caboclo é caboclo girador
Foi Pena Branca quem iluminou
Ele é a luz que alumia o escuro
Filho de Umbanda no gongá está seguro Traz sua força e abençoa o Gongá
Com o seu giro ele vem descarregar
É caboclo é caboclo curador
Dois caboclo bom (samba) Foi com as ervas que ele me curou
Um ajuda o outro
Diversos
Enquanto um corta lenha
O outro Arranca Toco Oquê caboclo vem cá vem cá (samba)
Oquê caboclo vem trabalhar
Pena Branca Ouça o tambor zambiê biá
Ouça o tambor zambulê pembá
Sarava seu Pena Branca (samba)
Sarava seu ar da fé Caboclo Pena Branca é guerreiro, hei!
Tá na fé de seu bodoque Caboclo Pena Branca é do Panaiá
Pra defender filhos de fé
Oquê caboclo da mata virgem
Ele vem de Aruanda
Oquê caboclo vem saravá
Trabalhar neste Avatar
Ouça o tambor zambiê biá
Sarava seu Pena Branca
Ouça o tambor zambulê pembá
O guerreiro de Oxalá
Caboclo Sete Flechas é guerreiro, hei!
Sua flecha vai certeira
Caboclo Sete Flechas é do Panaiá
Vai pegar no feiticeiro
Se ver juras de mandingas Caboclo africano vem trabalhar
Para os filhos do terreiro Na linha de cura vem nos curar
Pega o arco, atira a flecha Ouça o tambor zambiê biá
Que esse bicho é corredor Ouça o tambor zambulê pembá
Mas ele há de ser caçado
Pena branca aqui chegou Caboclo Africano é guerreiro, hei!
Caboclo Africano é de África

Um grito na mata ecoou (samba)


Grande estrondo (samba)
Foi seu Pena Branca que chegou
Deu na aldeia
Aldeia balanceou
Com sua flecha, com seu cocar
Seu Pena Branca vem nos ajudar Foi o grande rei dos índios
Meus irmãos
Que quando nessa casa entrou
Galo cantou na serra (maculelê)
A mata estremeceu Sou caboclo índio
Caboclo seu Pena Branca Eu sou rei curador
Na cachoeira apareceu Eu vim da minha armada
Pra minha armada eu vou
Ele é caboclo guerreiro
Que mora no rochedo
Somente Cobra Coral Ai seu Pena Verde (samba)
Conhece dele o segredo Da minha pena não tenha dó
AI seu Pena Verde
Caminho de guerreiro é um caminho só
Caminho só, caminho só
Caminho de guerreiro é um caminho só
50

(maculelê) Auê, auê meus Caboclo Auê (samba)


Caboclos das matas, das cachoeiras Auê, auê meus Caboclo Auê
Das pedras e das pedreiras
E das ondas do mar Caboclo mora na mata
Caboclas guerreiras, mensageiras Na beira da Cafungaia
Da paz e da harmonia Caboclo come folha
Soldados de Oxalá Se veste de Samambaia

Vem de Aruanda vem, vem, vem Auê, auê meus Caboclo Auê
Trazendo força vem, vem, vem Auê, auê meus Caboclo Auê
Quebrando mironga vem, vem, vem
Na Umbanda sarava Salve Cabocla Jupira
Salve Cabocla Jurema
Saravá seu sete_flechas
Cana Caiana (maculelê) Saravá seu Tira_teima
Quebrou no canavial
Auê, auê meus Caboclo Auê
Lá na mata quebrou coco Auê, auê meus Caboclo Auê
Porque vem caboclo aí

Entrei na mata de dia (samba)


Estrela, oh estrela (samba) Vi um caboclo sentado na pedra fria
Clareia a Umbanda sem parar
Ele cantava, ele assoviava
Estrela clareou (...) E lá no céu uma estrela brilhava
(...) na raiz da Urucaia
Estrela clareou (...) Chamei todos os caboclos (samba)
Ê ê ê ê ê ah, oh estrela De penas do Panaiá
Que venham na Umbanda
Sarava seu Panaiá
Caboclo, caboclo (samba)
Ele é filho da guiné É o rei, é o rei, é o rei do Panaiá
É o rei, é o rei, é o rei do Panaiá
Se seu pai é rei
Ele é príncipe é
Caboclo mirim (samba)
Caboclo da mata
Vestimenta de caboclo é samambaia (samba) Vem trabalhar
É samambaia, é samambaia Vem sarava
Saia caboclo não me atrapalha Ele é pequenino
Saia do meio da samambaia Mas é companheiro
Vem afastando
Os zombeteiros
(samba)
Caboclo não tem caminho para caminhar Caboclo Mirim
Caminha por cima da folha Que mora na mata
Vem dar seu grito (uôô)
Por baixo da folha, por todo lugar
E sua girada
Okê Caboclo
51

Vem daí desce no Ijexá (maculelê) (maculelê)


Vem daí desce no Nagô Eu vou chamar o caboclo da mata
Vem daí desce na Angola Eu vou chamar meu capitão
E vai rodar no terreiro as Yaô Ele é caboclo, é capitão da mata
Venha me defender meu guardião
São Sebastião antes de se crucificado Me chamaram lá dentro da mata
Bem antes de ser flechado Eu sou guerreiro capitão
Aos Caboclos ensinou Eu trabalho é no luar de prata
A fazer flecha a pegar caça e pescado Eu vim te defender
Ele vem soltar seu brado Eu sou seu guardião
E faz rodar as Yaô
Etumbaê caboclo (maculelê)
Tupinambá chegou na cachoeira (maculelê) Tumba la e cá
Etumbaê guerreiro
Largou a sua flecha e tirou o seu cocar
Tumba la e cá
Entrou na água e abraçou a cachoeira
Etumbaê meu pai
Pedindo forças pra trabalhar Tumba la e cá
Tupinambá caboclo lá da mata Oh não me deixe só
É amigo da Iara da Cascata Tumba la e cá

Eu sou o Lua branca da cachoeira (maculelê) Força de índio, força de índio (maculelê)

Eu quero ordenança das Yabás Força de índio


Esta força está no índio
Trabalha na morada de mamãe Oxum
O vento de Yansã é sua arma de guerra Está aqui, aqui está
Nas águas de Nanã e de Yemanjá Está aqui
Tira o brilho da lua pra iluminar a terra Ela vem para curar
Esta força é de índio
Caboclo das Ondas do Mar (samba) Esta força é de índio
Vem remando na sua canoa Esta força é de índio
Vem do reino de mãe Yemanjá Esta força está no índio
O caboclo é de Umbanda
É de Umbanda da boa Tamarunté aqui chegou
Tamarunté ele é índio curador
Caboclo das Ondas do Mar
Lá no mar ele é um guerreiro
É soldado de mãe Yemanjá Ele é caboclo, ele é flecheiro (congo)
Tumba na calunga
O seu pai é calunga
É laçador de feiticeiro
É calunga verdadeiro
Tumba na calunga
Mas ele vai firmar seu ponto
Quando as mata treme (maculelê) Tumba na calunga
O meu caboclo que vem trabalhar É no gonga desse terreiro
Bradou lá na aldeia
Tumba na calunga
Pena vermelha vem me ajudar
Quando as mata fica escura Ele é caçador, ele é caçador (samba)
A lua cheia que vem clarear Ele é caçador das matas
Seu Sete-flechas é que vem chegando Ele é caçador
Trazendo a força de Tupinambá Ele é caçador, ele é caçador
Ele é caçador das águas
Salve esse Orixá Ele é caçador
Salve o meu capitão
Ele veio de Aruanda é para trabalhar
Salve a força da lua cheia Ele veio na Umbanda é para sarava
Salve a força de Pena Vermelha
52

Um caçador na beira do caminho (samba) Veio de lá das terras distantes (samba)


Saiu da porteira de Pai Oxalá
Oi não me mate essa coral na estrada Veio no vento, beirando a terra
Oi não me mate essa coral seu caçador Limpou as sujeiras e jogou no mar
É no romper na madrugada
Caçador Ê caboclo ê, caboclo ê veio trabalhar
Ê caboclo ê, caboclo ê veio trabalhar
Caboclo a sua mata é linda (samba)
É linda como a cor do mar (maculelê)
Auê caçador da Jurema A lua vai surgindo atrás das matas
Auê caçador da Jurema As matas vão ficando cor de prata
Juremá (caboclo) E os caboclos de pena
Passeiam dentro dela

Dentro do meu cristal (samba) Caboclo pena dourada (samba)


Tem um raio de sol Aonde é a sua aldeia
Ele é caçador, ele é pele vermelha A sua aldeia fica lá na cachoeira
É guerreiro Nagual Onde mora mãe Oxum
E pai Xangô lá na pedreira
Mas ele é um raio de sol
Ele é um raio de sol
Ele é caçador, ele é pele vermelha Águia dourada que vem do céu (maculelê)
Ë guerreiro Nagual Águia dourada que vem do ar
E vem dos ventos iluminando
Iluminando o oceano
Ele é filho de Umbanda (samba)
Ele vem lá do Oriente Aiê iê ô ele pousou
Salve o Caboclo da Lua Aiê iê ô e a força ele mostrou
Salve Deus onipotente E vem dos ventos e vem do ar
Salve o Caboclo da Lua E vem da terra para iluminar
Que é velho no sertão
(samba)
Salve o Caboclo da Lua Na beira do mato tem um toco rachado
Que é Oxóssi é São Sebastião Um cocar de folhas e um cotoco do lado
Passarinho cantou, passarinho cantou
Vem trazer mensagem que meu pai mandou
Eu sou Ventania de Umbanda (samba)
De Umbanda
Kiô, kiô, kiô, kiô (samba)
Eu sou filho redentor
Kiô, kiô, kiô
Mas quando eu chego de Aruanda Salve os cabolcos de Aruanda
É pra sarava com licença de Oxalá Que vem neste terreiro
Mas quando eu chego de Aruanda Sarava a nossa banda
É pra sarava com licença de Xangô Eles trazem os encantos do Juremá
Eles são como as estrelas
(samba) Na noite escura a nos guiar
A lua clareou brilhou a estrela guia
Com a licença de Oxalá Okê arô, okê arô, okê arô
Vai chegar (já chegou) seu Ventania Eu chamo aqui todos caboclos
Pra nos curar
Ele é caboclo, ele é flecheiro kiô kiô
É caçador
Ele é guerreiro da falange de Xangô
53

Oi salve o sol, salve a estrela guia (samba) (samba)


Saravá Seu Ventania Eu vi brilhar eu vi no meio da mata eu vi
Umbanda vamos saudar A pena prata do caboclo Guaraci
Oi salve a folha da macaia na Jurema O seu arco é de ouro do sol
Salve cabocla de pena filha de Tupinambá Sua flecha é o raio de lua
A lua brilha iluminando o mundo inteiro Guardião da floresta real
Clareando o terreiro para caboclo passar Sentinela da mata que é sua
Ele é filho da dona do rio
Kiô kiô oi kiô kiô kiá E se benze com a erva que queima
Salve a folha da macaia Bebe água da casca do pé de Aroeira
Umbanda vamos saudar E licor de Jurema
Firmou seu ponto na raíz da Urucaia
Kiô, kiô kiô kiô que era
Jupira e cabocla Iara vieram pra confirmar
Seu Guaraci vigia a mata
Bendito seja o nome deste caboclo
Seu Guaraci domina a fera
Sarava Arranca Toco, sarava Pai Oxalá
Caboclo Arruda quem chegou neste terreiro
Junto com o seu Flecheiro
Coquê, coquê a meu caboclo (samba)
Umbanda vamos saudar
Está em festa as matas do Juremá
Seus filhos vibram com o brado do caboclo Coquê, coquê Seu Lírio Verde
Sarava Arranca Toco, Arruda e Tupinambá Bravo guerreiro quem acabou de chegar
(coquê coquê)

Este caboclo valente


Caboclo das Sete Encruzilhadas (samba) Veio para nos abençoar
Santo Antônio ele é Trazendo para a Umbanda
Amarrador de feiticeiro A paz divina de Pai Oxalá
No cordão da sua fé
Deixou em sua macaia
Farta caça e trouxe o manacá
Pisei na terra de caboclo
Essa erva é sagrada
Eu abalei o Juremá
Foi Itanajé ou então Abioncá Um forte remédio para nos curar

Coquê, coquê a meu caboclo


Está em festa as matas do Juremá
Seu Araúna é um caboclo valente (samba) Coquê, coquê Seu Lírio Verde
Mas traz a bandeira da paz Bravo guerreiro quem acabou de chegar
Para quem quer união (coquê coquê)

Mas quem com ele mexer Peço licença a Ossãe


Seu Araúna luta sem temer Oxóssi e Nanã Boroquê
Com a sua tribo guerreira Para curar com esta erva
E seu ifá Arerê Um filho enfermo de Obaluaê
Tendo certeza da graça
Ele atira a sua flecha Okê Caboclo Meu pai eu canto em seu louvor
Ele atira pra vencer Sarava Seu Lírio Verde
Que dentro da banda nos abençoou

Coquê, coquê a meu caboclo


Está em festa as matas do Juremá
Coquê, coquê Seu Lírio Verde
Bravo guerreiro quem acabou de chegar
(coquê coquê)
54

Caboclo venceu demanda (samba) Eu sou um caboclo do mato (ijexá)


Para o povo de Umbanda Eu sou um caboclo do mato
Com a ponta da sua flecha
Quando veio de Aruanda O meu nome é esse
O meu nome é esse
Venceu, caboclo venceu Eu sou, eu sou
No fundo da mata virgem Eu sou Rompe Mato
Oxalá gritou esse filho é meu
Esse filho é meu, esse filho é meu (maculelê)
Seu Rompe Mato ele vem de Aruanda
Foi na pedreira que a pedra rolou (samba) Firma seu ponto no terreiro de Umbanda
Foi na pedreira que a pedra balanceou
Ele vem com seus capangueiros
Seu Ubiratã e o Rei Nagô ê ê Aqui neste terreiro numa noite de luar
Seu Ubiratã chegou
Ele vem para ajudar (samba)
Ô ele vem para sarava Coquê, coque, coque, coque, coque
Coquê, coque, coque, coque, coqueá
Kiô kiô sua mata em festa (samba)
Lá na mata da Jurema
Sarava Seu Sete Luas
Onde mora os caboclos
Ele é rei lá na floresta (eu vi) Onde mora o Tira-teima
Um caboclo eu vi surgir na mata virgem Sucuri piou
E a luz do sol a ele clareou
Jurema
Vinha conduzindo a sua caça
Com sua flecha certeira ele a matou A lua lá no céu brilhou (maculelê)
(mas vinha)
A mata virgem estremeceu
Kiô kiô sua mata em festa ....
Por onde andam
Ele é caboclo forte Os capangueiros da Jurema
É Cacique de aldeia Que até agora não apareceu
Reluzindo a sua luz
Os seus filhos ele clareia
Traz a paz de Aruanda Oxalá mandou (maculelê)
Os caminhos de Yemanjá Ele mandou buscar
Coroando a nossa Umbanda Os capangueiros da Jurema
Com a corôa de Oxalá Oh lá no Juremá

Kiô kiô sua mata em festa ... Pai Oxalá


Sois rei no mundo inteiro
Com a força da Jurema
Manda seus capangueiros
Meu pai é um caboclo do mato (samba) Mandai, mandai
Tem uma cabana lá no Juremá Minha cabocla Jurema
Ele usa saiote de penas Os seus guerreiros
Leva sua flechas quando vai caçar Essa ordem é suprema
Seu Orirê Seu Orirá
Arreia capangueiro (congo)
Meu pai é um caboclo girante Capangueiro da Jurema
Que vive girando lá no Juremá Arreia capangueiro
Ele gira na sua Canjira Capangueiro Juremá
Se chega no reino saravo o Endá E arriou mais um caboclo
Seu Orirê Seu Orirá
55

Eu passeava na beira do rio (samba) Entrei na mata virgem (samba)


Quando eu vi duas caboclas de penas Me deparei com uma linda cabocla
Era a cabocla Jurema
Uma cantava Uma cabocla de saiote de pena
A outra chorava Oh Jurema, oh Jurema, oh Jurema
A água vai, vai, vai Oh Jurema, oh Jurema, oh Juremá
A folha cai, cai,cai Oh Jurema, oh Jurema, oh Jurema
A minha flecha zuou, zuou Oh Jurema filha de Tupinambá
Foi assim que a cabocla cantou
Cabocla (samba)
Seu penacho é verde
Brilhou uma estrela no Oriente (samba) Seu penacho é verde
Clareou seu Juremá É da cor do mar
Jurema ê É a cor da cabocla Jurema
Jurema á É a cor da cabocla Jurema
Abre os caminhos É a cor da cabocla Jurema
Que eu quero passar Juremá

Oh Jurema, oh Jureminha (samba)


Jurema (samba) Rainha do meu conga
Oh Juremê, Juremá Oh Jurema, oh Jureminha
É uma cabocla de pena Vem reinar no meu conga
Filha de Tupinambá Com a licença do meu pai
Com sua flecha e bodoque Do nosso mestre Oxalá
Na Umbanda vem sarava Oh Jurema, Oh Jureminha
Jurema vem cá Filha de Tupinambá
Ele é uma rainha
Jurema seu capacete é dourado (samba) Ela é flor da Urucaia
Como brilha o diadema Ela é uma guerreira
Do nosso mestre Oxalá
Jurema filha de Tupinambá
Ela é uma Cabocla
Salve a cabocla Jurema (samba)
Da raiz da Urucaia
Rainha do nosso Gongá
Ela mora na floresta
Eu vi a cabocla Jurema (samba) Na aldeia de Yorubá
Sentada na beira do rio
A lua vinha surgindo
Falava com Mamãe Oxum
Clareou a mata inteira
Para me trazer este brilho
O brilho que é uma luz Eu vi a cabocla Jurema
Clareia o meu pensamento Se banhando na cachoeira
Firmando a mente em Jesus Vamos cantar pra Jurema
Que é uma luz de alento
Nossa fiel louvação
Cabocla Jurema trabalha Pedindo aos caboclos de luz
Aqui no terreiro de Deus Saúde, paz e união
Trazendo a força da floresta
E das Virgens Santas de Deus Na mata da Jurema onde eu nasci (samba)
Clareia, clareia, clareia No mar onde Yemanjá me batizou ô ô
Clareia, já vai clarear
Cabocla Jurema trabalha Jurema nos seus braços me embalou
Na força da água e do ar Ô ô Jurema diz a Umbanda que eu chorei
Jurema ê ê, Jurema e á
Jurema filha de Tupinambá
56

(samba) Oxóssi encontrou Jurema (samba)


Onde está a Jurema, a Jurema onde está Na beira do Igarapé
Está procurando os capangueiros Cobriu-a com folhas verdes
Que ainda estão na juremá Perfumou-a com guiné
Quem mandou chamar
Em nome do pai Oxalá No centro da mata virgem (maculelê)
Foi seu Oxóssi caçador Uma linda cabocla eu vi
Que já baixou no seu Gongá Com seu saiote feito de penas
Salve todo o povo da Jurema É a Jurema filha de Tupi
Salve a sua luz seu Jacutá
Jurema, Jurema, Jurema
Levai todos os males de seus filhos
Linda cabocla filha de Tupi
Deixando paz e amor na fé de Oxalá
Ela vem lá da juremá
Vem firmar seu ponto neste Gongá
Seu rei da mata Virgem (samba)
Da licença que eu venho sarava
Cabocla Jurema e seus caboclos Quem pode, pode (samba)
Da mata virgem na fé de Oxalá Com a folha da Jurema
Jurema é seu filho que te chama Que atira a flecha
Jurema salve o povo da Umbanda Muito mais além do mar
Mas ela é uma cabocla de pena
É a cabocla Iracema dona do seu jacutá
Chegou Jurema (samba)
No terreiro ela baixou
A cabocla vem sorrindo Pronto cheguei (samba)
Demostrando o seu amor Eu venho da beira do mar
(caboclinha é de Yemanjá)
A cabocla Jurema está
Atirando minha flecha auê
Protegendo este gongá
Minha tribo vai chegar
Ela veio de Aruanda
Auê auê auê auê
Pro terreiro sarava
A ordem Deus é quem dá
Jurema a sua folha cura (samba) Eu sou, eu sou a caboclinha do mar
Jurema a sua flecha mata Eu sou, eu sou a caboclinha do mar
Quem é filho da Jurema Eu sou, eu sou, sou a estrela do mar
Nunca se perde nas matas Eu sou, eu sou, sou a estrela do mar

Jurema ô Jureminha (samba) (samba)


Jurema ô Juremá Ela vem de longe, de longe sem imaginar
Nas terras de santa cruz No capacete três penas
Eu aprendi a amar No braço uma cobra coral

Na mata virgem Ela é a Jurema do meu Juremá


Os tambores falam de amores Cabocla primeira Rainha do meu Jacutá
E os caboclos se juntam para saudar
Uma cabocla toda enfeitada de flores
Na magia das cores faz a aldeia cantar (samba)
Ô Jurema O meu pai é ganga minha mãe é guinga
Eu também sou filho de Gangazumbá
Na sua aldeia tem seus caboclos (maculelê) Lerê lerê lerê lerê lerá
Na sua mata tem cachoeira O meu pai é neto filho da cobra coral
O seu saiote tem pena dourada
Seu capacete brilha na alvorada
57

Folha caiu, caiu na natureza (samba) É na boca da mata (samba)


Anunciando a chegada da Jurema É na boca da mata
Que ele mora
Oh Jurema, oh Jurema O meu caboclo
A sua folha tem força suprema Se despede e vai embora

Já trabalhou
Jurema, Jurema (samba)
Se despede e vai embora
Olha o seu Juremá
É na boca da mata
Oh lá na Jurema
É na boca da mata
Debaixo de um pé de Ingá
Que ele mora
Aonde a lua clareia caboclo
Para seu Tupi passar
Tupinambá vai (foi) embora (samba)
Lê, lê, lê, lê, lê, lê, ô (samba) Pra sua cidade
Lê, lê, lê, lê, lê, ô Lá no Juremá
Lê, lê, lê, lê, ô Abraço dos seus filhos leva
Embora com saudades
Vem chegando de Aruanda Ele vai (já) voltar (voltou)
Quebrando as demandas
A cabocla ê ô Ê ê, ê á
Vem quebrando as demandas Tupinambá vai (já) girar (girou) pra Juremá
Chegando de Aruanda
A cabocla ê ô

É guerreira de Iansã
Guerreira de Oyá
A cabocla ê á
É guerreira de Oxum
Guerreira de Yemanjá
A cabocla das águas
Lê, lê, lê, lê, lê, lê, lê

(maculelê)
Lá na aldeia quando dá a lua cheia
Sai a Jurema para a lua festejar
De mato adentro vai caçando o seu amor
E encontra paz na natureza do senhor

Lá na aldeia quando dá a lua cheia


Sai a Jurema para a lua festejar
Ela é guerreira ela é filha da mata
E o seu amor é o luar de prata

Lá na aldeia quando dá a lua cheia


Sai a Jurema para a lua festejar
Luar de prata vem Jurema vem amar
E traz a beleza essas forças encontrarem

Lá na aldeia quando dá a lua cheia


Sai a Jurema para a lua festejar
O amor sereno faz cantar e faz chorar
E lua cheia vem a mata festejar
58

OSSAIN (Jorge Miranda)


(Ewe assá Ossain!)
Sem folha (samba)
No hálito de cada folha (Adriano) Sem axé
Há uma floresta de ventos Antes de tudo
Vamos chamar os ventos A folha é
Para que nos soprem
Seus unguentos Peça licença para ver
Peça licença para ouvir
Verde vento que vive nas folhas (samba) A folhagem sacudir
Verde vento que vive no ar A folhagem sacudir
Verde vento que me respira
Verde vento venha me soprar Na cabaça de Ossayn
Na folhagem de Aroni
Verde vento que vive nas folhas Boa sorte para mim
Azul vento que vive mar Boa sorte para mim
Verde, azul que me respira
Verde azul venha me lavar Quando as coisas não vão bem
Quando as coisas não vão bem
Verde vento que vive nas folhas O verde da folha dança
Verde vento de meu pai Ossain O verde da folha dança
Verde vento que me respira E Ossayn dança também
Verde vento viva sempre em mim E Ossayn dança também

(Jorge Miranda) (Bruno Campos)

Pèrègún Ewe eô (samba) Tava perdido na mata (samba)


Pèrègún Ewe eô Sem saber aonde ir
A folhagem balançou Pisei num galho seco
Ossayn aqui chegou Oxossi me trouxe Ossaim
Ewê ô ô ô
Ewe Ewe ea Na mata de Oxossi
Ewe Ewe ea Ewê me direcionou
Levanta a folhagem Ewê ô ô ô
Pra Ossayn passar Na mata de Oxossi
Ossaim me endireitou
Ossayn, Ossainhê
Ossayn, Ossainhê Eu vi lançar uma flecha
No canto da sassanha Quando Ewê me olhou
Nos empreste o seu poder Um caboclo apareceu
A cura me acertou
Ewê ô ô ô
(Felipe Pinheiro) Na mata de Oxossi
Com as ervas me curou
Eu trago as folhas de cada um (samba) Ewê ô ô ô
E espalho no meu cantar Na mata de Oxossi
Sou Ossaim e trago a cura Ossaim me coroou
Para os filhos de Oxalá
A consciência da folha é vida
Como a cura do seu pensar
Transmitindo a sabedoria
As folhas vêm nos libertar
59

(Adriano) (samba)
Nas florestas, nas matas e arvoredos
Eu sou o broto (samba) Há mistérios e segredos
Que em ti cresce Toda folha tem poder
Sou folha Ossain reina com sabedoria
Que não se esquece Tem a força e a magia
Sou eu Ossanhe Ele é babá ewê
Sou a noite que te amanhece
É o dono do Oxé
Eu vim de longe Das ervas e do amassê
Eu vim com o tempo Traz o canto de yeyé
Eu cheguei E o encanto de Aroni
Em boa hora
No ibá guarda as folhas que encontrou
Sou eu Ossanhe Que pelos campos recolheu
A eternidade é o meu agora
Vento forte esparramou
Eu sou o broto Tudo aquilo que era seu
Que em ti cresce
Sou folha Babá ewê, ewê ô
Que não se esquece Separa folha por folha babá
Sou eu Ossanhe Ewê ô
Sou o verde que te floresce
(Adriano)

Asá je Ewe Kosi Ewé (maculelê)


Kon Xonxô o Kosi Orixá

Ewe ko mo je Não há Orixá sem folha


Ewe ko mo sa Não há, não há
Asá je Ewe
Ossaniin é Bate folha
Kon Xonxô o
Ossaniin é Caapora

Ossaniim é bate folha


Ori re Chegou, chegou agora
É um ta ba dô
Kokorô kokô
Aba do ri re Piô, piô o eyè
É um asi é
É um ara xó Kokorô kokô
Ori re Ossaniin pajé
É um ta ba dô
Girá, girou
Folha, folha voou
Pai Ossain das matas (samba)
Eu venho para louvar Oi bate Bate folha
Que Ossaiin chegou
Oi sarava o rei das ervas
Girá, girou
Filho de pai Oxalá
Verde verdejou
Ewê uêu Ossain Oi bate Bate folha
Seu canto eu quero escutar Que Ossaniin chegou
Ewê uêu Ossain
Suas ervas podem curar
60

Ewe minha mãe Ewe (maculelê) Arnica, Açafrão


Ewe quer meu pai Ewe Jequiriti, Tupixá
Ewe me deu força Caruru, Manjericão
Para poder viver Jasmim, Tamba, Tajá

Quando entrei na floresta Eu vi


Pedi licença para entrar Folha na mata eu vi (...)
Eu fui recebido
Cedro, Arruda e Guiné
Por meu pai Ossanha
Sálvia e Copal
Alecrim, Ciipá
Ewe minha mãe Ewe ...
Lavanda e Beijoim
Esse grito é tão lindo Eu vi
E faz a gente viajar Folha na mata eu vi (...)
É meu Pai Ossanha
Que aqui vai passar Samambaia, Hortelã
Tucumã, Capim limão
Ewe minha mãe Ewe ... Tabaco, Santa Maria
Romã, Coca e São João
Quando estiveres chorando
Por alguém te abandonar Eu vi
Estou aqui bem perto Folha na mata eu vi (...)
Contigo vou ficar
Sananga, Urucum
Ewe minha mãe Ewe .. Orelha de Caxinguelê
Chacrona, Mariri
Pai Peregum
(Adriano)
Babá Ewê
Eu vi
Folha na mata eu vi Eu vi
Eu vi Folha na mata eu vi (....)
Folha na mata eu vi
Eu vi
Eu vi Rei Irôco eu vi
Pai Peregum eu vi Eu vi
Eu vi Pai Ossaniin eu vi
Rei Aroni eu vi Eu vi
Folha na mata eu vi (...)
Eu vi
Folha na mata eu vi (...)
Eu vi
Seu Veste Folhas eu vi
Eu vi
E se vestia assim

Bananeira, Buriti
Copaíba, Cambará
Maracujá, Mangueira
Juurema, Baobá
Eu vi
Folha na mata eu vi (...)

61
62

LOGUN EDÉ Festa para Logun edé (samba)


(Salve a liberdade meu pai!!)
Colhe amendoim, milho e côco
Logun Edé o Orixá da formosura (ijexá) Manda preparar o Axoxô
Logum Edé ele tem o dom da cura Arco e flecha em punho a sua bravura
É o caçador que se aventura na mata Planta roça, agricultura
É toda água que despenca da cascata Iansã, Ogum, Agué e Oxalá
Brinca, ginga, corre, reza e cura
É o macho em cada fêmea (samba) Apressa o passo criatura
É a fêmea em cada macho A mãe mata, céu e ouro chama
Logun Edé em teu segredo eu me acho
Jeje, Keto e Angola vem te ver
É a união do cipó com a rainha (ijexá) Desfilar teu adedê
É a miração clareia a vida minha Ver teu lume, sol e bronze de urucum
É o caboclinho de Oxossi e de Oxum Despe o véu, derrama e avisa
Taz os remédios e vai curando de um a um Cresce, cresce por riqueza
É Logun, Logum
É o macho em cada fêmea ... (samba) Camarão, cebola, azeite e ovo
Tempero o feijão do omolocum
Ele é o sol, ele é a lua (ijexá) Lava a alma céu, mel e candura
Logun Edé em ti a vida continua Loroye, dendê, doçura
É o mistério da corrente Ajunsson, becei, souvô Yemanjá
As duas alas do bailado Nana linda flor de formosura
Logun Edé está em um e outro lado Benze, brinda com fartura
A mãe água, céu e ouro canta
É o macho em cada fêmea ... (samba) Todo encanto canta e é só beleza
Puro amor azul turquesa
Lenda de Logun edé (samba) É de sonhos caçador e pescador
Valha-me, perfuma e me arrebata
No toque do aguerê Pelas cascatas e matas
Na nação de ijexá É Logun, Logun arô
Trazendo iruquerê
Logum ê ê á Loci, loci
Ele é Logun edé Dança filho de tô bôci
É um grande orixá Olha quanta flor eu trouxe
Filho de Oxum Iné Pra embalar meu ijexá
Logun ê ê á Fará Logun
Caça filho de Otulu
Ah ê apaixá Pai maior que é Olorum
Logum ê ê ê ê Trouxe axé pro teu ofá
Ah ê apaixá
Logum ê ê á Jeje, Keto e Angola vem te ver
Desfilar teu adedê
Oxum achou por bem Ver teu lume, sol e bronze de urucum
Logun disfarçar Valha-me, perfuma e me arrebata
Pra Xangô velho monarca Pelas cascatas e matas
Poder enganar É Logun, Logun arô
Seis meses como Oxossi
Seis meses como Oxum Loci, Loci....
Vive este orixá seu filho Logun

Ah ê apaixá ...
Logum ê ê ê ê
Ah ê apaixá
Logum ê ê á
63

Esta loa, esta loa (barra vento)


Esta loa é
É pra Logun, é pra Logun
É pra Logunedé
Santo menino
Que velho respeita
É pra ti, é pra ti
Que vou entoar
Santo menino
Que velho respeita
Quem assim te chama
É minha mãe
Do Gantois
Esta loa, esta loa
Esta loa é
É pra Logun, é pra Logun
É pra Logunedé

Santo menino
Homemnino
Meu metámetá
Meu curandeiro
Feiticeiro
Venha arriar

Esta loa, esta loa


Esta loa é
É pra Logun, é pra Logun
É pra Logun edé
64

BOIADEIRO Lembra, lembra (samba)


(Jetuê seu Boiadeiro!!) Lembra do barro vermelho
(maculelê) Lembra do barro vermelho
Seu Sete flechas me deu conta pra rezar Lembra do vermelho barro
Seu Boiadeiro deu comida pra comer
E seu mineiro me deu cama pra dormir
Na estrada sou Boiadeiro Pedrinha miudinha de Aruanda ê (maculelê)
Nas campinas sou mineiro Lajedo tão grande
Nas matas sou Tira-teima Tão grande de Aruanda ê
Sou caboclo Boiadeiro
Pedrinha de um lado
Pedrinha do outro
Seu Boiadeiro (maculelê) Pedrinha de Aruanda ê
Por aqui choveu Quem sabe mais é Deus do céu
Jesus, Maria e José
Choveu que Yabá rodou
Foi tanta água que seu boi nadou
Formiguinha pequenina (samba)
Que carrega a correição
Na minha boiada me falta um boi (barra vento)
Vai buscar seu Boiadeiro
Oh me faltam dois
Que ele é um bom patrão
Oh me faltam três
Eu dei uma pancada na bananeira
(maculelê) Que a bananeira tremeu
Na estação do boideiro Seu Pedro Mineiro mandou dizer
Eu bebi água de gravatá Que a bananeira gemeu
Eu bebi água de gravatá seu Boiadeiro
No seu chapéu de couro Meu boi tá preso no curral (samba)
Quem prendeu ele há de ficar
(barra vento) Deu meia noite o galo canta
Abre a porteira moço Seu Mineiro é mojibá
Que eu quero passar
Ah Seu Mineiro é mojibá
Sou menino da porteira
Seu Mineiro é mojibá
Se você fecha a porteira
Eu não posso trabalhar
Lá na onde eu morava (samba)
Tinha um belo rio (que secou)
Quem tá lá é ele (samba)
Quem tá aqui sou eu Seu Boiadeiro mandou me dizer
Quem joga flecha é ele Que a água do rio voltou
Que joga o laço sou eu
Ai que satisfação eu sinto
No meu coração
Corda de laçar seu boi (samba) De rever seu Boiadeiro
Jetuê, jetuá Bebendo água na mão
Oi corda de seu boi laçar Ai que satisfação
jetuê, jetuá Eu sinto no meu coração
De rever seu Boiadeiro
Seu Boiadeiro (samba) Com seu chapéu na mão
O que que houve lá na serra
Que choveu tanto
Que seu boi nadou
Sua boiada é de vinte um
Chegou só vinte tá faltando um
65

Como vai seu Boiadeiro (samba) Aí vem seu Boiadeiro (samba)


Lá pras bandas do senhor Com o seu chapéu de couro
Como vai sua boiada E o seu laço na mão
Como vai nosso Senhor
Boiadeiro é
Como vai Meu amigo
Como vai Meu irmão
Como vai
Como vai Boiadeiro é um caboclo
Que nasceu lá no sertão
Boiadeiro laça o boi
Como dói, como dói (samba) Com amor no coração
Como dói seu coração
Seu Boiadeiro, sua menina Boiadeiro é
Foi embora pro sertão Meu amigo
Seu Boiadeiro não se preocupe Meu irmão
Ela diz que vai voltar
Seu Boiadeiro prende seu gado
Ela vem te visitar Menina estou aqui tão só (barra vento)
Disseram que eu era vaqueiro
Eu tenho um grande amor por ti
Mas aonde passa o boi (samba) E esse amor é verdadeiro
(passa o cavalo e o vaqueiro - 2ª vez) Eu venho lá do sertão
Passa o vaqueiro Com meu laço na mão
Olha a viola Meu Santo Antônio
No colo do violeiro Meu São Benedito
Trago comigo minha oração
Chora sanfona E não me deixe faltar coragem
No colo do sanfoneiro Nas minhas horas de aflição
Nossa Senhora é de estrela guia
Ou seja noite, ou seja dia
Lá pras bandas do seu moço (samba) Oh não esqueça do meu sertão
Seu moço quem me contou Nenhuma semente nasce no chão
Que lá tem um boiadeiro Eh sou Boiadeiro
Que Oxalá abençoou Caboclo gentil
Oh abençoe o meu Brasil (menina)
Segura o boi seu moço
Seu moço segura o boi
Segura o boi seu Campina Ê boi, ê boi, ê boi (samba)
Seu Campina olha o boi Eu vou buscar meu laço

Eu perdi minha boiada


Cadê seu Boiadeiro (samba) Na beirada do compasso
Aonde ele tá
Ele tá fechando o corpo Eu fui boiadeiro
Para trabalhar Eu fui sim senhor

Tange muito gado Mas perdi tudo que eu tinha


Cura muita gente Por causa de um grande amor
Ele é Zé Boiadeiro
Que cabra valente
66

É hora, é hora (maculelê) Êh Boiadeiro (maculelê)


É hora de rezar Êh Boiadeiro

A certeza que eu tenho Ele é caboclo


De morrer para viver Ele é guerreiro
É a certeza que na mata Laçador de gado bravo
Folha verde vai nascer Quando chega no terreiro
Boiadeiro no sertão Ali faz o seu reinado
Vence tudo que vier Vaqueiro lá do sertão
Vence a mata e o touro bravo Trabalha de noite e dia
Vence o mal se Deus quiser Chapéu de couro na mão
É o rei da valentia
É hora, é hora Com seu berrante de lobo
É hora de rezar Vai o valente vaqueiro

Manhãzinha quando surge Êh Boiadeiro


Boiadeiro já acordou Êh Boiadeiro
Já fez reza, já fez prece
E o mundo então ganhou Êh boiadeiro
Gira o tempo, gira o dia Pela estrada onde ele anda
Gira o laço pelo ar Lá pras bandas do sertão
Atacando o inimigo Seu laço vence demanda
Louvando Pai Oxalá Seu chapéu a solidão
Em cima do seu cavalo
É hora, é hora Vai tocando sua boiada
É hora de rezar Seu berrante é forte brado
Rompendo a madrugada
(maculelê) Quem é o vaqueiro cismado?
Eu venho de longe, bem longe Ele é Seu Boiadeiro
Eu venho ajuntar o meu gado
Êh Boiadeiro
Minha guiada eu trago na mão Êh Boiadeiro
Só falta meu laço do lado Êh boiadeeeiiiirrroooo
(samba)
Quem vem lá é Dois Dois de Ouro Lamento:
Quem vem lá Boiadeiro sou eu
A cancela do meio bateu Tava dormindo êh
Sou eu, Boiadeiro, sou eu Minha boiada escapou
Eu chamei meus camaradas êh
Boiadeiro, boiadeiro Camarada
Sua boiada esparramada Meu camarada chegou
Boiadeiro chama seu guia
E vai ver sua boiada Êh boi

Meu pai comprou (maculelê)


Boiadeiro ê (samba) Uma linda boiada
Boiadeiro ah Eu perdi no jogo
E fiquei sem nada
Hum, hum, hum
Ah, ah, ah Êh boi
Hum, hum, hum
Filho de gangazumbá
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Meu mandacaru floriu (samba) (barra vento)


O tempo na terra girou Eu tenho meu chapéu de couro
A lei do meu pai se cumpriu Eu tenho a minha guiada
E agora aqui estou Eu tenho meu lenço vermelho
Para tocar minha vaquejada
Eu sou laçador
Eu sou laçador
Eu sou laçador oh menina Vem boiadeiro, vem (samba)
Vim porque me chamou Gira o seu laço na mão

Seu boiadeiro
Mano meu, mano meu (samba) Toca boi, toca boiada
Aonde está que não responde De dia, de madrugada
Mano meu Ele é o rei lá do sertão
Chapéu de couro
Oh mano meu Ele toca o seu berrante
Eu nunca fiz mal a ninguém Ele faz sua zuada
Oh mano meu Nas bandas do chapadão
Ah eu só vivo é para o bem Seu Boiadeiro

(maculelê) A menina do sobrado (samba)


Oi jetuê, jetuê seu Boiadeiro Mandou me chamar
Sua boiada vai correr o campo inteiro Pra ver o criado
Oi jetuê, jetuê seu Boiadeiro Eu mandei dizer pra ela
Toca a boiada e não perde nenhum bezerro Que to vaquejando meu gado
Seu Boiadeiro ele é o meu amigo Auê Boideiro
Toca boiada e me defende do perigo Ele gosta de um samba arrastado
Seu boiadeiro ele está sempre comigo Auê Boiadeiro
Toca boiada e me defende do inimigo Ele vem com a viola do lado

Patrão por favor prenda seu gado (samba) Meu Deus que barulho é esse (samba)
Quem julga réu é jurado As matas estão se quebrando
Missa de padre é em latin Oxossi vem lá da mata
E moço estudado é letrado O que que ele é
Me mandaram pra Bahia Ele é o boiadeiro da virada
Por causa da namorada Ele é o boiadeiro da virada
Ele é o boiadeiro da virada
Quando a maré vazar (eu) O que que ele é
Vou ver Juliana Ele é o boiadeiro da virada

Êh patrão (samba)
(samba)
Mas eu também sei carrear Quem disse que eu não sou caboclo
Com ajuda de boi Preto Quem disse que eu não sou da mata
Outra ajuda de boi Tatá Eu venho rompendo a floresta
Bota a canga no boi Preto No luar da madrugada
E vou puxar canavial No alto de uma campina
Eu venho soltar o meu brado
Eu sou caboclo Boiadeiro
Oi na ponta do laço (samba) E venho ajundatar o meu gado
Oh vaqueiro
Boi vem topar
Boi vem topar
Na porteira do curral
68

Lamento: Vou me embora pro sertão (samba)


Oh viola meu bem oh viola
Um homem de chapéu de couro
Chamado de boiadeiro Sou empregado da leste
Viajava em seu cavalo Sou maquinista do trem
Com sua boiada pelo mundo inteiro Vou me embora pro sertão
Enfrentava chuva e vento Eu aqui não me dou bem
Na luta pelo seu pão Oh viola
Arriscando sua vida
Pelas estradas lá do sertão Oh viola
Oh viola
Raiuê, raiuê, raiuê, raiuê, raiuô
E por onde ele passava Oh Isaura toca viola (samba)
Deixava marca de sofrimento Toca viola Isaura toca viola
Hoje conto sua história
É um pedaço de um lamento Viola não quer que eu fique
O pandeiro não quer que eu vá embora
Raiuê, raiuê, raiuê, raiuê, raiuô

(maculelê)
Vai Boiadeiro vai (samba)
Eu vim pra quem perdeu as estribeiras Que a fazenda te chama
Pois eu sou desatador de nó
Conheço cada palmo da ladeira Chamei o carro
Na estrada de quem ficou só Eu não sei pra quê que é
Sou tempo, sou saudade de uma tarde Boiadeiro não vai de carro
Eu sou a esperança que restou Ele vai é mesmo a pé

Eu vim pra quem me chamou


De nó eu sou desatador

Eu sou menino, sou lembrança de criança


No pião que já rodou
Desato nó de vento
E pro nó do teu pensamento
Eu sou desatador
Eu vim pra quem jogou na ribanceira
Toda mágoa, todo desamor
Eu vim pra quem me chamou
De nó eu sou desatador
Eu sou futuro e sou presente
Sei de tudo quanto por aqui passou
Do grão de areia até o infinito mais bonito
Eu sou o criador
Eu sou bondade, sou vontade de amar
A quem ainda não chegou

Eu vim pra quem me chamou


De nó eu sou desatador
69

BAIANOS Eu fui a Bahia e implorei (samba)


(Salve o povo da Bahia!) Ao meu Senhor do Bonfim (eu fui)
Bota pra acender meu candeá (samba) Que ele me ajudasse
Bota pra tocar o meu tambor A seguir na Umbanda meu caminho até o fim
Bota pra correr gira de Umbanda
Meu Senhor do Bonfim me ajude
Que essa força é da Bahia
Eu preciso de paz e saúde
Do Bonfim do meu Senhor (Eu fui a Bahia)
Chegam os Baianos pra cantar
Chegam os Baianos pra benzer
Chegam com a força da Umbanda Na Bahia tem um côco (samba)
Se é feitiço ou se é demanda Esse côco tem dendê
Meu senhor vai me valer Minha nega como é que se come esse côco
Esse côco é bom de comer
Com dendê no seu balaio (samba)
Com padê no seu boná
Chegou povo da Bahia Coquim, coquim baiano (samba)
Pronto para trabalhar Coquim lá da Bahia
Coquim venceu demanda
Com a Senhora da Guia
Acorda Maria Bonita (samba)
Levanta vai fazer o café
Que o dia já vem raiando Quando eu vim lá da Bahia (samba)
E a polícia já está de pé Eu trouxe meu patuá
Terreiro que tem mironga
Pai Anú quer mirongar
Na Bahia tem (samba) Bahia ê ê ê
Vou mandar buscar Bahia ê ê ah
Lampião de vida
Oh sinhá dona
Para clarear Baiano chegou na aldeia (samba)
Na noite da lua cheia
Estremece os corações
Eu vi lá no terreiro (samba) E a fé ele semeia
Terreiro de Bom Jesus
O povo da Bahia Pisa leve, pisa manso meu rei
Louvando a Santa cruz Oh luandeia
Clareia o congá
Odoyá mamãe sereia
Oh Bahia (samba)
Bahia do Nosso Senhor do Bonfim Oh quando pisa na areia
Oh Bahia O mar já balanceia
Pede a Oxalá por mim Joga a rede pescador
Proteção mãe das Candeias
Baiana da saia rendada
Tabuleiro de acarajé
Baiana tá no terreiro Quando eu vim da Bahia (samba)
Sambando no candomblé Estrada eu não via
Cada encruza que eu passava
*
Uma vela eu acendia
Baiana da saia rendada
Seu tabuleiro tem axé
Nega trabalha na Umbanda
Pra quimbanda não vencer
70

Ê baiana (samba) Ô Baiana que vem de Alagoas (samba)


Ê ê ê baiana (baianinha) Teu bumba não zoa
De vida churiada
Baiana boa Três pancadas
Gosta do samba Do lado de fora
Gosta da roda Baiana vão borá que é de madrugada
E diz que é bamba
Olha toca a viola É um, é dois, é três
Que ela quer sambar Baiana cheguei arrepare quem vai
Ela gosta de samba Seu rapaz, o senhor não tá vendo
Ela quer rebolar (ê baiana) Baiana dizendo
Não peleje mais

Ele é baiano (samba) Ô baiana quem foi que te disse


Ele arrebenta a sapucaia Que bala de rifle não mata ninguém
A bala que mata é bala de revólver
Ê ê meu pai Chave de automóvel
Ele arrebenta a sapucaia Trombada de trem

Ele é da Bahia É um, é dois, é três ....


Esse baiano vale ouro
Ele é da Bahia Ô baiana o Hernani casou
Salve Seu Chapéu de Couro Não me convidou fez papel de safado
O calçado sapato sem meia
A noiva era feia como trem virado
Ê baiano (samba)
Baiano meu protetor É um, é dois, é três .....

Vem Nossa Senhora da Guia Ô baiana se você quiser


Com o povo da Bahia Nega (neguinha) eu faço um chalé
Saudando Nosso Senhor Só pra nós dois morar

Babado de prata
Mas olha eu Camará (samba) Bordado de ouro
Camarada meu Parece um tesouro
De Minas Gerais
Sou Severino
Que chegou aqui agora É um, é dois, é três .....
Candomblé bato no Keto
Umbanda bato na Angola
Todo baiano (samba)
Que vem lá da Bahia
Se ele é Baiano (samba) Ele traz sua alegria
Agora que eu quero ver Pra seu povo ajudar
Dançar catira
No azeite de dendê Traz a corôa
De nossa Mãe Yemanjá
Eu quero ver os baianos E traz a força
Da Aruanda De nosso Pai Oxalá
Trabalhando na Umbanda
Pra quimbanda não vencer
71

Ôoooooooooo (samba) Bela baiana (samba)


Ôoooooooooo Que chegou nesse gongá
Vem de tão longe
Ô Bahia Perto do mar
Cidade santa Levanta a saia
Terra da magia Pra na renda não pisar
Bahia do Gueto Dona Olindina
Bahia do Angola Chegou neste Jacutá
Bahia do Jeju Vem de tão longe
Que fala Nagô Lá de Aruanda
Ôoooooooooo Clareia o mundo
Ôoooooooooo Perfuma a Umbanda
Trazendo flores
Negro Batu Do Juremá
Filho de Xexé Dona Olindina vem nos ajudar
Negro do Congo
Neto da Guiné
Com meu chapéu de couro (samba)
Bahia cidade santa Por Deus abençoado
Da Virgem Maria Ao chegar peço licença
Terra da magia Para entrar neste reinado
De Nosso Senhor

Ôoooooooooo Nossa Senhora da Lapa (samba)


Ôoooooooooo Da Lapa de bom Jesus
Baiano quebra mandinga
Nos pés da Santa Cruz
Embala eu (samba)
Embala eu
Menininha do Gantois Oh meu Senhor do Bonfim (samba)
Embala pra lá pra lá Valei-me São Salvador
Embala pra lá pra cá Vamos saravar minha gente
Menininha do Gantois Que o povo da Bahia chegou

Oh daime sua benção Bahia, Bahia


Menininha do Gantois Bahia de São Salvador
Livrai-me dos inimigos Quem nunca foi a Bahia
Menininha do Gantois Peça a Deus Nosso Senhor
Daime sua proteção
Menininha do Gantois
Guiai-me os meus passos Quem não viu baiano bom (samba)
Por onde eu caminhar Corra e venha ver agora
Vire os olhos grandes
De cima de mim pras ondas do mar Ele quebra mandinga
Ele vence demanda
Ele vem de Aruanda
Bahia é terra sagrada (samba) Vamos todos sarava
Baiano é povo bom

Quebra côco de dendê


Desmancha feitiço
Que eu quero ver
72

Quando você se requebrar (samba) Baiana faz e não manda (samba)


Caia por cima de mim Nem tem medo de demanda
Caia por cima de mim
Oh Baiana Baiana feiticeira
Filha de nagô
O que é que a Baiana tem Trabalha com pó de pemba
O que é que a Baiana tem Pra ajudar Babalaô
Tem torço de seda tem
Tem brincos de ouro tem Baiana sim
Corrente de ouro tem Baiana vê
Tem pano da costa tem Quebra mandinga com dendê
Tem bata rendada tem
Pulseira de ouro tem
Tem saia engomada tem Baiano é povo bom (samba)
Sandália enfeitada tem Tem mironga no gonga
Tem graça como ninguém
O que é que a Baiana tem Mandinga ele traz
Como ela requebra bem Feitiço no samba
Samba baiano
Quando você se requebrar
Samba sinhá
Caia por cima de mim
Baiano vai embora
Caia por cima de mim
Levando todos os má
Caia por cima de mim

O que é que a Baiana tem


Oi vamos baianada (congo)
O que é que a Baiana tem
Pisar no Catimbó
Só vai no Bonfim quem tem
Amarrar os inimigos
O que é que a Baiana tem
Na pontinha do cipó
Só vai no Bonfim quem tem
O que é que a Baiana tem
Só se for agora (maculelê)
O rosário de ouro
Só se for agora
Uma bolota assim
Baiano bota inimigo
Quem não tem balangandans
Da porta pra fora
Não vai ao Bonfim

Oi não vai ao Bonfim


Oi não vai ao Bonfim

Fique tranquilo (samba)


Que aí vem Baiano
Quebrar mironga
Com azeite de dendê

Eu quero ver
Esse povo da Bahia
Firma seu ponto
Pra mandinga
Não vencer
73

OBALUAÊ / OMULU Filho vai caminhando no caminho (ijexá)


(Atotô meu pai!) Vê um velho e um cajado

Meu pai Oxalá é o rei (samba) Toma a benção e dá a mão


Venha me valer Atotô meu pai

E o velho Omulú
Atotô Obaluaê É Obaluaê ê ê (samba)
É Obaluaê (é atotô)
Atotô Obaluaê
Atotô babá Se você está sofrendo
Atotô Obaluaê Num leito frio e com dor
Atotô é Orixá Com pipoca e dendê
Muita gente ele curou
Se seu corpo está ferido
Vem chegando um velhinho (samba) E não pode mais suportar
Pra lhe abençoar Peça proteção a ele
Que ele vai lhe ajudar
É o velho Atotô Obaluaê!!
Sarava pra Oxalá
É Obaluaê ê ê
É Obaluaê (é atotô)
Salve, salve, salve (samba)
A Calunga Tem o segredo da vida
Do começo e do fim
Seu Obaluaê Oh meu senhor das palhas
Seu Obaluaê Tenha muita dó de mim
Atotô meu pai Omulu Na procissão das almas
Que partem pro infinito
Ele vai mostrando a elas
Casinha branca (samba) Outro mundo mais bonito
Casinha branca Obaluaê!!
Que eu mandei fazer
Para oferecer É Obaluaê ê ê
A meu pai Omulu (meu pai Omulu) É Obaluaê (é atotô)
Seu atotô Obaluaê

Salve minha mãe Oxum Ele é um grande Orixá (maculelê)


E salve Nanã Buruquê Ele é o chefe da Calunga
Seu atotô Obaluaê lerê lerê lê ê Ele é seu Atotô
Oh Obaluaê

Omulu, Omulu (ijexá)


Livrai-nos da sede Oh Seu Omulu (maculelê)
Da peste e da fome Ele é Orixá
Omulu, Omulu O seu tesouro é Osso
Médico dos pobres Oh carrerê
Hoje vim louvar teu nome Oh carrerá

Atotô, atotô Obaluaê


Com a sua dança
Espalha o seu poder
Atotô, atotô Obaluaê
Venha nos salvar oh!
Venha nos valer
74

Na força das almas (samba) Trocou um palácio de nobre (maculelê)


Vem vibrando Pela casa de sapê
Quando a lua cheia iluminou Meu pai é Obaluaê
Vive lá no cemitério
Iluminando a cruz maior Meu pai é rei poderoso
Que mora dentro da terra
Atotô atotô atotô Obaluaê É um Orixá milagroso
Atotô atotô na cruz maior eu adorei Que o campo santo governa
Se meu corpo esta ferido
A ele vou recorrer
Meu pai venha me ajudar (maculelê) Quando tudo está perdido
Meu pai venha me valer Ele é quem vai me valer
É um grande Orixá
Atotô Obaluaê Trocou palácio de nobre...

Vem dançando a muzenza Grande é sua riquesa


Traz na mão seu xaxará Ninguém pode calcular
Meu pai venha me valer É protetor da pobreza
Meu pai venha me ajudar A todos quer ajudar
Filá de palha santa
Meu pai venha me ajudar ... Ele é força ele é poder
Corôa são suas flores
Filho da mais velha santa Que aliviam meu sofrer
Vovó Nanã Boroquê
Peço a sua proteção Trocou palácio de nobre...
Meu Pai Obaluaê

Meu pai venha me ajudar ... O velho Omulu (ijexá)


Vem caminhando devagar
Ele é senhor da terra
É forte e protetor Apoiado em seu cajado
Com suas flores sagradas Ele vem nos ajudar
Muita gente ele curou
Omolu é dono da terra
Meu pai venha me ajudar... Atotô Obaluaê

Vamos cantar com firmeza


Para o grande Orixá Obaluaê (samba)
Atotô Obaluaê Babalorixá êh
Veio nos abençoar Babalorixá atotô
Babalorixá êh
Meu pai venha me ajudar...
Êh iê iê
Êh iê iê
Quem vê um velho (samba) Babaolorum xexé
No caminho toma bença Salerojá

Deus lhe abençoe Auê rirê rirê rê oh


Deus lhe abençoe
Deus lhe abençoe, Obaluaê Meu padrinho meu Obaluaê
Deus lhe abençoe Orixá êh
75

Perdão Obaluaê, perdão (ijexá) Nasce vive morre


Perdão a Orixalá, perdão Aiôiô Iaiôiaiá
Perdão ai meu Deus do céu, perdão Ciclo natural
Obaluaê, perdão Que a vida tem pra nos dá

Oh rei do mundo
Oh rei do mundo
Perdão Obaluaê
Ele veio do mar Obaluaê
Ele é forte, ele veio Obaluaê
Salvai

Meu Rei Omolú ú ú


Curai as doenças
Livrai das pendengas

Mamãe Iansã ã ã
Balança e venta
Ventania intensa

Meu Rei Omolú ú ú


Traz vida e morte
E o vento sacode

Mamãe Iansã ã ã
Seu vento sacode
Curando quem sofre

Piou Piou
Sarará piou na aldeia
Imbé chegou
Imburana chamô candeia

Oba obá
Omulu rodô seu manto
Urubu baixou
A morte cantou seu canto

Chora chorá
Candendê veio pra buscá
Pétalas de rosas
Seu corpo veio adornar

Véia mirongueira
No toco vem se sentá
Enxuga o pranto
Daqueles que vai ficá

Ratetê adô
Revolta vai se formar
Para ficar livre
Procura se conformar 
76

ALMAS Eu vi um clarão nas matas (samba)


Eu pensava que era o dia
Bendito louvado seja
Nosso Senhor Jesus Cristo Mas eram as almas
Para sempre seja louvada Mas eram as almas
A nossa Mãe Maria Santíssima Mas eram as almas
Do rosário de Maria
Oh minha mãe minha rainha
Tenha de nós compaixão
Para nós poder sairmos Andava perambulando (samba)
De perto deste vulcão Sem ter nada pra comer
Fui pedir as santas almas
O vulcão é o pecado Para vir me socorrer
Deste mundo de ilusão
Eu rogo a Deus do céu Foi as almas que me ajudou
Pela nossa salvação Foi as almas que me ajudou
Meu divino espírito santo
A salvação é o amor Louvo a Deus nosso senhor
Do senhor Rei Salomão
Do patriarca São José
E do Mestre Juramidam Cajueiro santo (samba)
Aonde nasceu Jesus
Oh Virgem Imaculada
Eu vou iluminar as almas Rainha da Santa Cruz
Que é para as almas me ajudar
Eu vou também pedir as almas Abre a porta do céu São Pedro
Que é para elas me ajudar Deixa as almas trabalhar
Oh (ôh) minhas almas
Venha nos ajudar
Lá no Cruzeiro Divino
Aonde as almas vão rezar
As almas choram de alegria
Quando os filhos se combinam
E de tristeza quando não quer combinar

As almas que aqui vem buscar


O amor e a luz do saber
Eu entrego a São Irineu
É ele é quem vem receber

Eu vou, eu vou , eu vou (samba)


Vou pedir ao Pai Xangô
Para iluminar as almas

Meu pai por caridade


Iluminai as almas
Com a vossa claridade

Salve, salve, salve


Salve o meu Pai Xangô
Salve o meu pai da verdade
77

PRETOS VELHOS Preta velha tem mironga (samba)


(Akeofá meus Pretos Velhos!) No barrado do saiote
Fundanga, vela e dendê
Eles vivem no meio das flores (valsa) Quebra feitiço que eu quero ver
Olhando o céu, beirando o mar
Eles são pretos velhos de Umbanda
Que vem de Aruanda Preto velho quando chega (samba)
Para saravá Pede um fumo, pede um pito
Ele é da linha sinhá
(cantado 3x - 2ª canta-se pretas véias) De São Benedito

Sarava os pretos velhos (samba)


Sarava No tempo da escravidão (samba)
Sarava os pretos velhos Quando o senhor me batia
Sarará
Eu gritava por Nossa Senhora meu Deus
Sarava os pretos velhos Como a pancada doía
Sarava os pretos velhos
Sarava os pretos velhos
Lá vem vovó (samba)
Sarará
Descendo a serra
Com sua sacola
Eles vêm beirando o rio (samba) Com sua cachimba
Eles vêm beirando o mar Com seu patuá
Ela vem de Angola
Sarava os pretos velhos de Aruanda
Eles vêm beirando o rio Eu quero ver vovó
Sarava os pretos velhos de Aruanda Eu quero ver
Eles vêm beirando o mar Eu quero ver
Se filho de pemba tem querer

Tá caindo flor (samba)


Tá caindo flor Vovó não quer (samba)
Casca de côco no terreiro
Lá do céu, cá na terra
Olé lê ta caindo flor Que lhe faz lembrar
Os tempos do cativeiro

Bahia oh! África (samba)


Vem cá, vem me ajudar Aruanda aê (samba)
Aruanda
Força baiana, força africana
Força divina vem cá, vem cá
No tempo da escravidão
Preto velho lutou, trabalhou
Preto na senzala (samba)
Eu estava na minha senzala
Bateu sua caixa
Saravava o Ogum, sarava Pai Xangô
Dou viva iaiá
Preto na senzala
Bateu sua caixa
Eu vi cantar, eu vi cantar (samba)
Dou viva ioiô
Um rouxinol
Por detrás de uma roseira
Viva iaiá
O seu cantar dizia
Viva ioiô
Queremos os pretos velhos
Viva Nossa Senhora
Em nossa companhia
O cativeiro já acabou
78

Estava passeando (samba) Quando o galo canta (samba)


Lá pras bandas de Cambinda O sol se levanta
Vi uma árvore tão linda E o mar recua
Os anjos que estão no céu
Ave Maria, Ave Maria Dizem amém
É com Ave Maria minhas almas E o pobre lavrador
É com Ave Maria Diz aleluia
Diz aleluia
Eu vou rezar, eu vou rezar (samba) Diz aleluia
Eu vou rezar uma Ave Maria Diz aleluia
Eu vou rezar, eu vou rezar Diz aleluia
Que Deus do céu seja nossa guia Diz aleluia
Ah uma Ave Maria Preto velho Pai João (Pai Joaquim)
Ah uma Ave Maria Diz aleluia

Ave Maria cheia de graça


O Senhor é convosco Lá vem o Pai João (samba)
Bendita sois Catando toco pelo ribeirão
Que entre as mulheres Mas ele é o mestre da madeira
Bendito é o fruto Sua herança é profissão
Do vosso ventre nasceu Jesus
Eu trabalhei para colher
Eu caminhei para crescer
Preto, é preto, é preto (samba) Hoje cansado de andar
Oh Sá dona Meu coração já sabe amar
Preto que preto é Sou velho sou
É velho, é velho, é velho Sou Pai João
De Cambinda Conheço bem os segredos da mão
De Umbanda Sou velho sou
De Angola Sou Pai João
E de Guiné Trago de Aruanda a minha benção

Pombinho de Zambi (samba)


Pombinho de Obatalá Pai Joaquim ê ê (samba)
Pai Joaquim ê á
Vai meu pombo branco Pai Joaquim ele vem de Angola
Na sezala de Aruanda Pai Joaquim vem de Angola Angolá
Vai buscar Pai João
Para trabalhar
Preto velho vem chegando (samba)
(maculelê)
Com amor e alegria
Pai João da Mata com sua ternura
Eu aqui afirmo o ponto
Sentado no toco
O Rosário de Maria
Ele reza as criaturas
Santa Bárbara coroou
A estrela de Oxalá
Preto Velho Pai Joaquim
O seu ponto iluminou
Com ordem de meu Jesus
Ele é Pai João da Mata
Nosso Senhor do Bonfim
É o nosso protetor
Pai Joaquim afirma o ponto
Preto velho trabalha no ar (samba) No Rosário de Maria
Ele traz em sua mão
Preto velho trabalha no chão
Vela acesa e uma guia
Preto velho trabalha na estrela
Trabalha no símbolo se São Salomão
79

Pai Joaquim quando morava (samba) É Pai Serafim


Na senzala do senhor Ele é bom jardineiro
Conheceu o cativeiro Ele vem plantar
Muito sofrimento e dor Amor e paz nesse terreiro
Hoje onde ele mora
Não é noite só é dia
Pai Joaquim é iluminado Quem tem a cabeça tão grande (samba)
Pelas luzes de Maria Quem tem esse olhar penetrante
Quem vem numa nave de prata
Ele é das almas De um mundo distante
É de São Miguel É o Pai José
Ele é das almas Que chega agora neste instante
Das almas Santas do Céu
(2ª vez)
Pai José que chega agora
Eu vi Pai Joaquim de Angola (samba)
Chega agora neste instante
Eu vi as sereias do mar
Pai Joaquim toma conta dos filhos
Tira areia do fundo do mar Quem vem de longe (samba)
É Pai Jacinto de Angola
Quem vem de longe
Veio da África (ijexá)
É Mãe Maria de Angola
Sofreu com a escravidão
A dor que marcou seu corpo
Os seus cabelos
Não marcou seu coração
Brancos encaracolados
Ele rezava na senzala em noite escura
Tem a brancura da pureza e da alegria
Pedindo a Deus do Céu
São abençoados
Para acabar com a escravatura
Pelo filho de Maria
Hoje liberto, só responde a um senhor
Oxalá Deus do universo Quem vem de longe
Pai Joaquim meu protetor É vô Juvêncio de Angola
Quem vem de longe
Meu Pai Joaquim (samba) É Mãe Luzia de Angola
Preto velho rezador
Abeçoa meus caminhos Os seus cabelos ....
Livra-me de toda dor
Quem vem de longe
Meu Pai Joaquim
É Pai João de Aruanda
Preto velho mandingueiro
Quem vem de longe
Cantamos em seu louvor
É Mãe Joana de Aruanda
Hoje em nosso terreiro
Veio da África (fim) (ijexá) Os seus cabelos...

Quem vem de longe


Quando a noite é linda (samba) É Pai Bento de Angola
E a lua é cheia Quem vem de longe
Os vagalumes É Mãe Zefa de Angola
Vem brincar junto a fogueira
Tem um velho que fica contente Os seus cabelos...
Acende um pito
E vem pitar perto da gente
É pai Serafim
É Pai Serafim
É Pai Serafim
Que vem plantar
Neste jardim 
80

Ah ah ah iê (ijexá) É o vento que balança a folha (samba)


Oiá oiê ê iê Guiné
É o vento que balança a folha
Oh monsenhor
Que nos mondou trabaiá É é é Pai Guiné
Nas terra boa de coiê É o vento que balança a folha
E de prantá

Diz monsenhor Bate tambor (samba)


Se as nossa dor vai passá Lá na Angola
E se nóis vai Bate tambor
Vê as beleza do céu e cantar
Benedito bate tambor
Ah ah ah iê Pai Joaquim bate tambor
Oiá oiê ê iê Pai José bate tambor
Pai Mané bate tambor
Oh monsenhor
Que as estrela e o sol criou Olha aí mais bate tambor
Que fez o vento Lá na Angola e bata tambor
As árvore, o céu e as frô Bate tambor
Lá na Angola
Faz briá nossa luz Bate tambor
Pra alumiar
Os coração Pai João bate tambor
Que reluta em perdoar Pai Sabino bate tambor
Pai Francisco bate tambor
Ah ah ah iê Pai Tomás bate tambor
Oiá oiê ê iê (monsenhor ô ô)
Porque é que você não bate tambor
Lá na Angola e bata tambor
Aiuê meu cativeiro (samba) Bate tambor
Olha meu cativeiro Lá na Angola
Meu cativerá Bate tambor

Preto velho tava cansado


Ia pra senzala batia o tambor Pisa na linha de Congo (samba)
Preto velho dava viva a Iaiá Meu filho, filho meu
Dava viva a sinhá Pisa na linha de Congo devagar
Dava viva ao sinhô Filho meu

Pisa na linha de Congo


Está iluminada a nossa banda (samba) Destemido filho meu
Está cheio de flor esse conga Pai Congo trabalha na Umbanda
Para lhe ajudar (olha Congo a girar)
Pai Benedito ele é tudo o que eu faço
Pai Benedito ilumine os caminhos
Por onde eu passo Com sua balança que pesa (maculelê)
O bem e o mal que o filho faz

Pai Benedito é preto (samba) Ele é Pai Miguel


Oh sá dona Ele é Pai Miguel
Ele mora no roseiral Ele é Pai Miguel
Das almas
Ele é preto e tem coroa
Sá dona Balança como pesa balança
Ele é chefe de conga Balança como pesa balança
81

Com a Pemba de Angola (samba) Pai José cadê Pai Mané (samba)
De mina Angolê Foi apanhar café
De mina Angolá Diga a ele que quando vier
Preto Velho vem na Umbanda Que suba a escada
Pra seus filhos sarava E não bata com o pé

É Pai Antonico, que vem sarava


É Pai Joaquim, que vem sarava Salve mãe Maria de Minas (samba)
Mãe Maria de Minas Gerais
Com a Pemba de Angola...
Preta Velha rezadeira
É Pai Benedito, que vem sarava Qualquer mal ela desfaz
É Pai da Angola, que vem sarava Preta Velha mirongueira
É a razão da minha paz
Com a Pemba de Angola... Na sua mucaia ela traz
Um cachimbo que vence demanda
É Pai Barnabé, que vem sarava Sete Pembas e rosas brancas
É zim Pai João, que vem sarava Um rosário de guiné
Um cruzeiro abençoado
Com a Pemba de Angola... Trabalha pra quem tem fé
Salve mãe Maria de Minas
Ele é Preto Velho (samba)
Preto sim senhor
Ele é Pai Maneco meu filho Vovó Maria (samba)
Negro rezador Com arruda e guiné
Ele tem chicote
Não pra revidar Benze seus filhos
Ele aponta uma estrela meu filho Ajuda quem tem fé
Do reino de Yemanjá

É vovó, é vovó, é vovó, é vovó (samba)


Meu pai por onde anda (samba) É vovó Cambinda, é vovó
É consolando os aflitos É vovó Cambinda, é vovó
Meu pai é de Aruanda
Seu nome é Benedito Vovó me dê, vovó me dê
Vovó me dê um bocadinho só
Meu pai é Benedito Do fumo do seu pito
Preto Velho da Umbanda Um bocadinho só
Tra a luz do infinito Do fumo do seu pito
É vencedor de demandas Um bocadinho só

Benedito de Aruanda
No terreiro vai chegar Cambinda tava dormindo (samba)
Traz luz e traz conforto Na porteira do curral
Traz força para curar Mas quem tem filho não dorme
Acorda pra vigiar
Pai José (samba) (ijexá)
É de Angola é Chegou, chegou Chegou vovó Cambinda
Chegou, chegou Chegou nas ondas do mar
Ele vem de longe
Caminhando de mansinho Cambinda das almas
Pra ajudar seus filhos Na força das águas
Que procuram seu carinho Seu ponto é firmado
Na Cruz de Caravaca
82

Cambinda mamãe êh (samba) No clarão da noite (samba)


Cambinda mamãe ah No romper do dia
Chama Pai João
Segura Cambinda Chama mãe Maria
Que eu quero ver
Se filho de pemba Pra me defender
Tem querer De feitiçaria
Sarava o Pai João
Sarava a Mãe Maria
A vovó Catarina um dia vem (samba) Sarava povo de Umbanda
A senhora é quem sabe e mais ninguém Sarava a Estrela Guia
Mais se não tem agulha pra que quer dedal
Seu ponto é seguro é no fundo do mar (samba)
Preto velho que nasceu no cativeiro
(samba) Hoje baixa no terreiro
Auê vovó segura a banda (auê vovó) De cachimo e pé no chão
Auê vovó segura a banda auê vovó
Pega na pemba
A vovó Catarina (Cambinda) Risca ponto, faz mironga
Pai João (Pai Joaquim) Sarava Maria Conga
Segura a banda Sarava meu Pai João
A vovó Catarina, Pai João
Segura a banda
Oi segura essa gira A velha Conga (samba)
Segura a gira, segura a banda (auê vovó) Preta linda da Guiné (quem é)

Quando vem de Aruanda


É perfume de flor de laranjeira (samba) Sarava Umbanda
É vovó Catarina que chegou Sarava conga
Ela gira na terra
É vovó Catarina que chegou Ela gira no mar
É vovó Catarina é puro amor Pra seus filhos abençoar (quem é)
Ela vem de Aruanda aiêiêô
Com sua sabedoria aiêiêô Dona Maria Redonda (ijexá)
Pediu pra eu cantar
Saravá pra vovó Catariana (samba) Uma chamado de cura
Que é dona da gira do meu terreiro Para que o povo aprenda
Saravá pra vovó Catariana Nem que não entenda
E pra todas as almas do cativeiro Mas fique a chamar
Pelo milagre da cura
A vovó Catarina do Congo é Da ajuda mais pura
A vovó Catarina vou mostrar Que vem da corrente
Pra vovó Catarina é que os filhos de Umbanda Olhe de frente, veja com fé
Vem sarava Deixe vazar a maré
(samba) Preto Velho só vem pra curar
Tia Catarina sentada no toco Preto Velho só quer ajudar
Pra nós é alegria Pelo amor verdadeiro que tem
Tia Catarina sentada no toco A essência da luz e do bem
Desmancha feitiçaria

É com ordem de Jesus


E de mãe Yemanjá
De todos santos seres
Do céu, da terra e do mar
83

Véia calungou na Calunga (samba) Ôh ô ô ô ô (samba)


Véia curimbou no terreiro Ôh ô ô ô ô
Ôh ô ô
Salve as mandingas da veia que sara Ôh ô ô
Salve as mirongas da veia que cura
Negro gemia na senzala de dor
Açoite por dias e dias durou
(samba) Seu lamento em noites frias ecoou
Oskindin, oskindin, oskindin ô Mujongo Com braços fortes
Olha lá o mar, olha lá o mar ô Mujongo Plantava mas não podia desfrutar
Olha Mujungo no mar Da riqueza que a terra tinha pra dar
O som das correntes
A sua terra é muito longe ninguém pode ir lá Melodias a lhe torturar
Oskindin, oskindin, oskindin ô Mujongo No céu já não percebia a lua brilhar
Olha Mujungo no mar E o mar se embalou
Ao vê-lo chorar
Pedindo a Zambi supremo
Oh Luanda (samba) Pra vir lhe salvar
Oh ô ô Luanda Oh meu senhor!
Terra da Curimba
Oh meu senhor
Do batuque do Candirê
Tenha piedade de mim por favor
Oh meu senhor
Eu vou bater tambor
Eu vou bater tambor E lá do alto
Formar o meu batuque Uma luz branca desceu
E chamar meu protetor Com luz forte fez do negro
Um milagre aconteceu
Em Aruanda tem a liberdade
Pai Joaquim veio de preto velho (samba) Que tanto pedia
De onde veio Pai Joaquim Hoje ele vem no terreiro
Pai Joaquim veio de Pai João Trabalhar com alegria
Pai João trouxe Pai Joaquim
Pai João de Aruanda
Pai João chamou Liberto da escravidão
Mãe Joana respondeu Vem abençoar nossa banda
Se tem gira no terreiro E nos dar sua proteção
No congado lá vai eu
Eu vi mãe Joana
Tava durumindo (samba)
Fazendo o que eu nunca vi
Cangoma me chamou
Ela desmanchava mamboa
Disse levanta povo
Credo em cruz eu nunca vi
Cativeiro já acabou
Eu estava na senzala
Quando Pai João falou Ialalá ialá ialá
Pai Joaquim chama Mãe Joana Ialalá ialá ialá
Que o Pai Guiné mandou Disse levanta povo
Cativeiro já acabou

Eu vi, eu vi (eu vi)


Eu vi um preto velho lindo

Soltando fumaça
Com o seu cachimbo
Afastando o mal
Livrando do perigo
84

As lágrimas de um Preto Velho (samba) Caminhou, caminhou (saravou) (samba)


Corre nos olhos Preto velho caminhou
Mas vem do coração
Lá na Aruanda maior
Cada lágrima Preto velho caminhou
É uma dor de um filho seu
E o seu pranto
É um pranto de emoção Já vai vovô já vai (samba)
Cipriano já foi moço Quando que precisar eu chamo
E já sofreu
Na fé de Zambi Zambi lhe trouxe
Libertou-se da escravidão Zambi vai lhe levar
Oh que beleza Agradeço a toalha de renda de bilro
Nossa Umbanda iluminada De pai Oxalá que ficou por lá
Sem preconceito
Da sinhá e do senhor *
Já foi vovô já foi
A nossa banda Quando eu precisar eu chamo
Cada vez fica mais linda
Com os conselhos Zambi lhe trouxe
Da vovó e do vovô Zambi já lhe levou
(final)
A nossa banda Agradeço a toalha de renda de bilro
Cada vez fica mais linda De pai Oxalá que vovô deixou
Com Cipriano, Pai Manoel Agradeço a toalha de renda de bilro
E Mãe Cambinda De pai Oxalá que ficou por lá

Vem das bandas do sol nascente (samba) Vovô já vai (foi) (samba)
Vamos salvar Pai Tomáz Já vai (foi) pra Aruanda
Vem curar corações e mentes
Esperança ele sempre traz A bença meu pai
Proteção pra nossa banda
Não fuma, não bebe e não briga
É mensageiro da paz
Vamos salvar minha gente A sineta do céu bateu (samba)
A corrente de Pai Tomáz Oxalá já diz que é hora

Eu vou, eu vou, eu vou


(samba) Ficar com Deus e Nossa Senhora
Preto velho baixou no terreiro e disse
Vo contar uma história
Nos tempos do cativeiro
Só os negro era escravo

Mas hoje tá tudo mudado


Todo mundo é escravo

Cativeiro do desejo
Morte e luta por dinheiro

Mas hoje ta tudo mudado


Todo mundo é escravo
85

OXUMARÉ O sol (samba)


(Arroboboi Oxumaré!!) Brilhou na Umbanda
Choveu, ventou
Oxumarê (ijexá) Arco-íris no céu
Lê lê malê Oxumarê
Lê lê malê aaracá Ah! Vejam só
Lê lê malê Oxumarê Que coisa linda
Oxumaré
Oxumarê No terreiro de Umbanda
Lokerê
Lokê Arê rê are rê
Lokerê Oxumaré
Arê rê are rê
Oxumaré Oxumaré
Bobejiwó
Bobejiwó
Oxumarê Oxumaré (samba)
Bobejiwó De onde ele é
Bobum aió É de ifé, é de ifé
De onde ele é

O arco-íris anunciou (samba)


Oxumaré
A renovação divina Quem ele é
Foi Pai Oxumaré Ele é a cobra e o arco-íris
Que abençoou Quem ele é
Com sua luz Ele é a morte
Colorida cristalina E é a vida
Quem ele é
São sete cores
Seres divinos Ele é o céu
Sete esplendores E é a terra
Celestes vimos Quem ele é
É primavera
E outono
Marê, marê, marê (samba) Quem ele é
Marê, marê, marê
Marê Oxumarê (marê, marê) Ele é o verão
E o inverno
Ele gira no vento Quem ele é
Ele gira no sol
Sob as cores do arco-íris Leva o vento
E a claridade do sol Leva a água
Tempo ele é cobra Traz a chuva
Tempo ele é mulher
Com a força da natureza Movimenta
Ele é Oxumaré Gira
Maré, maré Transmuta

Marê, marê, marê


Marê, marê, marê
Marê Oxumarê (marê, marê)
86

Ele é divino (maculelê) Mistério é Oxumaré (samba)


Ele é meu pai Que é um homem
Ele é Oxumaré E é uma mulher
Vem pro terreiro
Vem pro terreiro Seis meses é
Abençoar Uma cobra coral
Os seus filhos de fé Seis meses é
Um falo de cristal
Ele é divino Mistério é Oxumaré ...
Ele é meu pai
Ele é Oxumaré É água e luz
Ele segura este mundo E é o Arco-íris
Desce do céu É Trimegistro
E traz o seu axé No apocalipse
Mistério é Oxumaré ...
Irmão de Omulu, Atotô Babá (samba) Gota de Orvalho
Filho de Nanã, Saluba bá Foi assim que me ensinou
Oxumaré eu vou saudar Para sempre
Como cobra e Arco-iris Na glória do senhor
Sete forças no congá
Arroboboi Mistério é Oxumaré ...
Arroboboi
Leva as águas O mensageiro é Mercúrio
Ao palácio de Xangô (Arroboboi) E Beija-flor
Que traz notícias
Arroboboi Da verdade e do amor
Os búzios peso em ouro
Angola, Angorô
Arroboboi
O Jeje é Becei
Angola, Angorô
Homem e mulher
Arco-íris esplendor
Morde a cauda fecunda a terra
Arroboboi

(maculelê)
O arco íris tem sete cores
Sete esplendores que agente vê
É a morada de Oxumarê
Sobre as pedreiras e as cachoeiras

Em cima do arco íris


Vão sempre as preces que eu faço
E lá no meio do espaço
Se ouve sempre uma voz
Chamando Oxumarê
Que vai em nome da umbanda
Ele é o rei da aruanda
Traz beçãos pra todos nós
87

MARINHEIRO Eu viajei camarada (samba)


(Salve a Marujada!) O mar inteiro
Ah eu remei camarada
Marinheiro é hora (samba) O mundo inteiro
É hora de vir trabalhar Água salgada meu mano
Quem me criou
É pau, é chuva, é pedra Eu vim do mar camarada
Marujo nas ondas do mar Pro mar eu vou

Saltei em terra (samba) Lá fora apitou um navio (samba)


Meu navio ficou no mar Ele apitou e tornou apitar
A barra está toda tomada
De longe vejo uma faixa azul Os marinheiros de Martin Parangolá
Seu moço perguntou quem era
Sou um marujo filho de Dadá Oxum
Marujo bebe (samba)
Rema a canoa - Marinheiro (samba) Na boca do garrafão
Rema a canoa - devagar Pisa de pé em pé
Essa canoa só foi feita Pra não cair no chão
Pra Martin parangolá Marujo bebe
Na boca do garrafão
Eu não sou daqui (samba) Samba a noite inteira
Marinheiro só Com a garrafa na mão
Eu não tenho amor
Marinheiro só
Eu sou da Bahia Martim Pescador (samba)
Marinheiro só Que banda é a sua
De São Salvador Bebendo marafa
Marinheiro só Caindo na rua
Eu bebo minha marafa
Marinheiro, Marinheiro E bebo muito bem
Marinheiro só Pago com meu dinheiro
Quem te ensinou a nadar Não é da conta de ninguém
Marinheiro só
Foi o tombo do navio
Marinheiro só Navio negreiro no fundo do mar (ijexá)
Ou foi o balanço do mar Correntes pesadas na areia arrastar
Marinheiro só A negra escrava
Se pôs a cantar
Lá vem, lá vem
Marinheiro só Sarava
Ele vem faceiro Minha mãe Yemanjá
Marinheiro só Virou a caçamba
Todo de branco De fundo pro mar
Marinheiro só
Com seu bonezinho E quem me salvou
Marinheiro só Foi mãe Yemanjá
Sarava
Minha mãe Yemanjá
88

Vem marinheiro (samba) Eu sou um marujo velho (samba)


Dá licença de passar (de passar) Na terra sou pensador
Seu navio entrou no porto
Ele vem de alto mar O mar é que me balança
As ondas que me criou
Já cruzei a onda grande
Mar revolto eu enfrentei
Vou chamar pela pesqueira Quem sou eu nem sei (samba)
Para ver se ela vem Quem eu sou sei lá
Quando eu pisar em terra
Vou falar com minha velha Sou Martim Pescador
Meu navio foi no balanço Sou Martim Parangolá
É no balanço é que ele vai
Venho de longe (samba)
Minha jangada remar
Marinheiro oyá (samba) Há muito tempo eu sou remador
Oyá oyá oyá A lua nova clareia em alto mar
Marinheiro Oyá Sou marinheiro
Ele é de Jauá Sou Martim Parangolá

Sei, sei, sei (samba) Jangadeiro vai (samba)


Sei quem sou eu Sopra o vento vai
O jangadeiro vai
Sou das águas sagradas Do seu rumo não sai
De mamãe Yemanjá
Sou Martim pescador O céu azul tão lindo, transparente
Do fundo do mar Convida o jangadeiro pra viajar
Quando chega lá no mar a coisa muda
O vento vai soprando
Artilharia (samba) Sem parar
Já salvei
Lá na ribeira Vem jangadeiro
Deu sinal Que o tempo mudou
Volta jangadeiro
Seu marinheiro Que a sereia cantou
Aguenta o leme
Não deixa O jangadeiro vai (3x)
O barco virar

Na marinha é marinheiro (samba)


Seu marinheiro (samba) No barco é remador
Da barca de ouro
Sua morada é em alto mar Na canoa é canoeiro
A sua casa é as ondas sagradas Salve Martim Pescador
O seu reinado é o mar de Yemanjá

Eu sou um marinheiro
Oh Seu Martim (samba) Marinheiro eu sou, marinheiro
Cadê as ondas do mar
Venho de lá do alto mar
Não sei Trazendo as preces de Yemanjá
Deixei muito longe Venho de lá do alto mar
Pisei na Umbanda Com os peixinhos
E vim trabalhar Do fundo de Odoyá
89

Seu pescador (maculelê) O pescador me contou (samba)


Seu pescador Que numa noite de lua
Veio nas ondas do mar Viu uma sereia cantar
Eu vi o balanço do navio
Eu vi o remanso do mar Quando ele saiu para pescar
Eu vi o clarão da lua Viu e ouviu
Eu vi mamãe Yemanjá Um canto lindo de Yemanjá
Dizendo assim
Ôôôôôôôôôôôôôô
A onda me trouxe (maculelê) Pescador
O vento me leva
Quando a onda passar
Eu me sento na pedra Marinheiro, marinheiro (samba)
Dá licença eu quero passar

A barquinha virou (samba) Acalma as águas do mar


Virou nas ondas do mar Para eu poder navegar
A barquinha virou
Marinheiro não soube remar Eu vou, eu vou
Eu vou buscar

Foi pelo canto da sereia (samba) Eu vou buscar as flores de Yemanjá


Que o marinheiro se encantou com o mar Para enfeitar nosso lindo gongá
Conheceu Nossa Senhora
Hoje ele é filho de mãe Yemanjá
Seu marinheiro (samba)
Vem nesse terreiro Sua morada é o mar
Os marinheiros vem nos ajudar Eu vou, eu vou remando
Vem trazendo a força Remando para o mar
E a magia que só tem no mar
Seu marinheiro
Que balanço é esse
Abre as águas, abre as águas (samba) É seu barquinho que vai para o mar
Deixa o meu navio passar Levando flores belas pra mãe Yemanjá
Sou marinheiro das águas
Eu venho do alto mar
Seu Martim pescador (samba)
Ah eu tenho fé em Deus Sarava nossa Umbanda
E também Nossa Senhora
Todo mal que aqui estiver Oh salve, salve as ondas do mar
Por favor saia pra fora Oh salve, salve seu Martim sarava
Lua clara, lua clara
Onde é que tu estás
Vem ver seus filhos de fé Eu sou um pescador a navegar (valsa)
Que estão a te chamar E jogo minha tarrafa no mar
Vem ver seus filhos de fé Sereia canta nas ondas do mar
Que estão a precisar E os peixes na ondas vão a bailar

No céu brilha a estrela do mar


Minha jangada vai sair pro mar (samba) Ilumina o canto de Yemanjá
Pra trabalhar meu bem querer Sereia seu canto me conforta
Se Deus quiser quando eu voltar do mar E os marujos choram ao te ouvir cantar
Um peixe bom eu vou trazer, hei de trazer
Meus companheiros também vão voltar
E a Deus do céu vamos agradecer
90

Joga a tarrafa no mar (samba)


Joga a tarrafa no mar pescador
Dim dim dim dim dim
Dim dim dim dim dim
Dim dim dim dim dim
É mamãe Yemanjá
Eu sou pescador
Eu sou buscador oh Rainha
Busco nas suas águas
Busco nas suas águas
Busco nas suas águas
Estrelas
São presentes de mamãe
São presentes de mamãe
São presentes de mamãe
Pro seu coração
91

YEMANJÁ Yemanjá (ijexá)


(Odociaba Mamãe) Mamãe do mar
Leva pras ondas
Yemanjá, sai do mar (ijexá)
O mal que está
Vem buscar o seu ai aô
Vem limpar
Oh santa de azul
Odoiá mamãe (3x)
Oh santa do mar
Vem ver seus filhos
Yemanjá Rainha do mar (parado)
Yemanjá
Odô, odô, odô, odô odôiá
Oiá, oiá Saindo da terra
Indo pro mar
Yemanjá ela é rainha do mar (samba) Doce rainha
E o povo d’água Doce rainha do mar
É linha de força maior
Rainha, rainha do mar
Eu vou pedir Abençoa quem aqui está
A minha mãe Yemanjá
E o povo da linha grande
Que venha nos ajudar Yemanjá, Yemanjá (ijexá)
Vem despertar os vossos filhos despertar

No fundo do mar tem uma concha (samba) No mar vou mergulhando


Debaixo da concha tem uma pedra Para encontrar com Iaiá, no mar
Debaixo da pedra tem areia Me diluindo para me purificar
A Rainha do mar é sereia Me transformar
A Rainha do mar é sereia
A Rainha do mar é sereia Eu vou chamar, eu vou chamar
A estrela d’água
Para vir iluminar
Chô, chô, chô (samba)
Lá no meio do mar
Na terra os vossos filhos
No reino das sereias Agradecem com amor
Mamãe Yemanjá Mãe soberana
As vossas preces
Ajudai-nos Rainha do mar Seu manto azul
Ajudai-nos Rainha do mar
Quem manda na terra
Quem manda no mar Eu estava na beira da praia (samba)
Vendo o balanço do mar
Yemanjá ê (ijexá) Quando eu vi uma linda sereia
Oh minha mãe Yemanjá E eu comecei a cantar
Olhai seus filhos aqui na terra Oh Janaína vem ver
Oh minha mãe Oh Janaína vem cá
E vem nos ajudar Receber as flores
Que eu vou lhe ofertar
92

Eu tava na beira do mar (parado) Hoje é dia de Nossa Senhora (samba)


E pedi ao grande poder universal De nossa Mãe Yemanjá
Para livrar meu coração Calunga ê ê ê ê ê ê
De toda mágoa, ingratidão Calunga ah ah ah ah ah ah
E me livrar de todo mal
Brilham as estrelas no céu
Eu me banhei nas verdes águas Brilham os peixinhos no mar
Espumas brancas do mar Calunga ê ê ê ê ê ê
O céu azul de brancas nuvens Calunga ah ah ah ah ah ah
A mesma luz que brilha lá
Ela também brilha no mar
Olha o mar (ijexá)
Meu coração se encantou Olha o mar
Yemanjá se apresentou Odoyá minha rainha
Iê iê iê Yemanjá Que lindo teu reino
E salve a Rainha do Mar De encantar

Olha as ondas
Um barco no mar navega (samba) Olha as ondas
Em noite de lua cheia Que belo teu bailado
Desliza nas águas fundas No seu vai e vem
Vai de encontro a Mamãe Sereia Chuá, chuá

Não há como se perder Olha o poder do mar (valsa)


Se você seguir as estrelas Olha o poder do mar
Mas se o céu escurecer Linda sereia
Cante bem alto para vê-la Linda sereia
Odoyá
Maria, Maria
Maria Mamãe Sereia
Mariei, mariei Eu entrei por terra (samba)
Senhora das Candeias Saí no fundo do mar

Trago flores para Yara Lá tem pedrinha, tem conchinha


Perfumes a Macunã Tem conchinha, tem pedrinha
Janaína e Inaê O seu canto impera
São as estrelas da manhã É mamãe Yemanjá
Maria, Maria... Com sua concha espelhada
Baila no fundo do mar
Sua conchinha espelhada
Retira a jangada do mar (samba) Brilha no fundo do mar
Mãe d’água mandou avisar
Que hoje não pode pescar
Pois hoje tem festa no mar Quando as águas do rio (samba)
Encontrarem as ondas do mar
Ê ê ê ê ê ê Yemanjá Eu farei um pedido
Ela é, ela é a Rainha do Mar Pra cabocla na areia firmar

Traz pente, traz espelho A lua no céu clareou


Oh oh oh oh Os filhos de Yemanjá
Pra ela se enfeitar Salve a mãe sereia
Oh oh oh oh Sarava a cabocla do mar
Traz flores, traz perfume
Enfeita todo mar
93

(samba) Mãe d’água Rainha das ondas (samba)


Eu vou mergulhar no colo da sereia Sereia do mar
Eu vou mergulhar no colo de Yemanjá Mãe d’água seu canto é bonito
Quando faz luar
Eu vou navegar
lá no fundo do mar Yê Yemanjá, Yê Yemanjá
Com mamãe Yemanjá Rainha das ondas sereia do mar
Linda sereia encantada É bonito o canto de Yemanjá
Sempre Faz o pescador chorar
Eu vou mergulhar no colo da sereia Quem escuta a mãe d’água cantar
Eu vou mergulhar no colo de Yemanjá Vai com ela pro fundo do mar
Nesta lua prateada eu vou megulhar Rainha das ondas, sereia do mar
Nas ondas desse mar
Neste céu tão estrelado
Seu canto suave Eu vou jogar flores pro céu (samba)
Êh eu vou jogar flores no mar, eu vou lá
Vem me confortar
Eu vou jogar flores, eu vou jogar flores
Eu vou mergulhar no colo da sereia Eu vou jogar flores pra Yemanjá
Eu vou mergulhar no colo de Yemanjá E quando ela chegar beijando areia
Trazendo seus encantos
Vem quebrando suas ondas
De mamãe sereia
Ogum beira-mar
Eu rodo a minha saia
Ele vem cavalgando
Na luz da lua cheia
Nas ondas desse mar Na força da maré
Vem quebrando suas ondas No canto que candeia
Ogum beira-mar E quando ela chegar beijando areia
Ele vem cavalgando com Seu Ogum Yara Trazendo seus encantos
De mamãe sereia
Eu vou mergulhar no colo da sereia
Eu molho a minha saia
Eu vou mergulhar no colo de Yemanjá
Na espuma que clareia
O tambor batuqueia
(ijexá) O canto que candeia
As ondas do mar sagrado enrolando na areia
Esse cacho de ondinas encanta as sereias
Muitos perfumes e flores ali vou levar Yemanjá Sobá (ijexá)
Pra Jandiara bonita cabocla do mar Sobá minerê
Sobá minerê Odoyá
Ó Jandiara bonita (samba) Sobá minerê ô
Que a luz do sol vem beijar
Até as aves do céu
Em teu louvor vem cantar (maculelê)
Tu és a estrela que brilha Yemanjá é a rainha do mar
E tudo vem clarear
Dentro do reino encantado Eu chamar, eu vou chamar
Eu vou chamar é a rainha do mar
Da deusa mãe Yemanjá
Yemanjá é a rainha do mar
Eu vou louvar, eu vou louvar
Eu vou louvar é a rainha do mar
94

Yemanjá (Léo Artese) Dandaluanda (Shami Gur)


Luar se fez Dandaluanda, Dandaluanda
Um raio prateado Nas margens do rio Obá
Iluminando o céu Na Aruanda, na Aruanda
E as espumas do mar É a Mãe suprema Odociabá
Lindo clarão A padroeira de amor e compaixão
A beira mar Que traz a luz de Olorum nesse Gongá
Vejo mamãe Yemanjá Yemanjá, Yemanjá
Lá vem, lá vem A princesa do Arocá
Junto com suas sereias Linda sereia Mucuná
Nos abençoar Que manda neste Jacutá
Rainha Yemanjá Me dê fé Mãe para eu poder mais amar
E este barco nas ondas eu navegar
Dona das águas
Tu és mãe Nossa Senhora das Candeias
Oh! Janaína odoiá A Virgem Pura Maria
Olhai seus filhos Odoiá
Iluminai E protegei a união
Minhas profundas águas Em nome de Jesus desperte o perdão
Para eu decifrar E a caridade, Mãe, no nosso coração
Mistérios de meu mar
Lava, Lava, Yemanjá (Pai João)
Desse meu mar
De emoções Lava, lava, Yemanjá
Rainha vem iluminar Leva, leva, rainha do mar
Todo mal que aqui está
Yemanjá
Princípio gerador Ajuda, ajuda, Ogum Beira-Mar
Amor fundamental Atua, atua, rei das matas
Tão puro e maternal Todo mal vós vai levar

Yemanjá Doutrina, doutrina para clarear


Vem confortar Ensina, ensina para viajar
Oh Janaína odoiá Com amor todos vão te escutar

É a rainha do mar (Pai João) Oh! Micaiá (Shami Gur)

Eu sinto uma presença no ar Oh! Micaiá, me dê força Mãe das águas


É ela que está chegando Oh! Micaiá me dê fé Mãe sereia
É a rainha do mar Oh! Maria, mar beirando a areia
Girou, girando e vai girar Yemanjá
Eu sinto a brisa do mar
É ela que está soprando As ondas do oceano vêm rolando
É a rainha que vai me ajudar O mar sagrado vai se balançar
Oh! Janaína seus filhos de santo
Eu sinto o mar balançar Vos implorando pra acalmar nosso Gongá
É ela que está no vento
É a rainha Yemanjá Limpai o nosso coração das culpas
Iluminai as trevas pra livrar
A alma que navega o barquinho
Nas tempestades da jornada pra apurar
Salve a Rainha que sempre nos guia
Salve a Estrela que brilha no mar
E sarava a conchinha cor de prata
É Arué, é Araruá, Odociabá
95

Linda flor (Mad. Conceição) Yemanjá (Maria Cecília - valsa)


Iê Yemanjá, Yemanjá Sobá Yemanjá, Yemanjá
Iê Iê Yemanjá, Yemanjá Sobá Leva pras ondas do mar
Todo mal que aqui está
Vem chegando do espaço Leva pras ondas do mar
Do astral superior
A embarcação divina As ondas são as princesas
No comando criador Que acompanham a rainha do mar
Os portais logo se abrem São forças da natureza
Aparece linda flor Treme a terra e geme o mar
Iê Yemanjá. Yemanjá Sobá O sol com vosso brilho
Iê Iê Yemanjá, Yemanjá Sobá Ilumina todos vossos filhos
A lua, oh mãe divina
Ela surge tão mimosa Nos firme nesta doutrina
Pousando por sobre o mar
Flutuando nas espumas Corredeiras (Baixinha)
Das águas de Yemanjá
E chegou mais uma estrela As nuvens brancas passeiam
Uma cabocla do mar No azul celeste do céu

Iê Yemanjá. Yemanjá Sobá As águas clara que correm


Iê Iê Yemanjá, Yemanjá Sobá Nas cachoeiras
Formando as corredeiras
Salve 2 de fevereiro, o dia de Yemanjá Levando Oxum
Veio na força dos astros Pras ondas do mar
Que vieram se alinhar
Formando a mais bela estrela Yepondá, Yepondá, Yepondá
De Davi para saudar É a rainha das ondas do mar

Iê Yemanjá. Yemanjá Sobá Rainha das flores (Vívian)


Iê Iê Yemanjá, Yemanjá Sobá
Ela é Rainha do mar
Vem enriquecer os laços Ela é Rainha das flores
Do amor dentro do lar Yemanjá e Nossa Senhora
A chegada da princesa É quem nos traz estes primores
Vamos todos festejar
Ela é mais uma guerreira Ela é Rainha das Águas
Filha das águas do mar Puras e Cristalinas
Mamãe Oxum é quem nos dá
Iê Yemanjá. Yemanjá Sobá As quedas d’águas que nos fascina
Iê Iê Yemanjá, Yemanjá Sobá
O lindo verde da floresta
Minha Rainha do Mar (Pai João) O azul do céu que temos hoje
Devemos conservar
Minha rainha do mar Papai do céu foi quem nos trouxe
Querida mãe das águas
Estou apaixonado por vós Sol, lua, estrela
Minha Yemanjá A Terra, o vento e o mar
Tudo isso é extraordinário
Minha querida rainha Mas está a se acabar
Vós é tudo pra mim
Eu estou te chamando Gravem bem esta mensagem
Vós vem bem assim Minhas irmãs e meus irmãos
O Planeta é de todos nós
Vós vem bem assim E está em nossas mãos
Dançando nas ondas do mar
Com este azul celeste
Vós vem me ajudar
96

A Mãe de tudo que está (Shami Gur) Lá vem, lá vem


É Jesus Cristo Redentor
Yemanjá Lá vem, lá vem
Rainha dos pescadores Com seu reino de amor
Levanta a maré dê força e fé
Aos pobres e sofredores Amor, amor
É a rainha do mar
Mamãe das ondas do mar Lá vem, lá vem
Mamãe que venta no ar É o tesouro de Oxalá
Mamãe das águas claras
E das cachoeiras Hei de vencer (Mad. Conceição)
Nos furacões Hei de vencer
No fogo, na ventania Hei de vencer
Oyá lá no céu Iansã epahei Eu sou filho do meu pai
Paixão gere e alegria Eu sou filho do grande poder
Hei de vencer
Mamãe das ondas do mar
Mamãe que venta no ar Cantando como um rouxinol
Mamãe das águas claras Voando como um beija-flor
E das cachoeiras Vou vivendo aqui na terra
Cultivando a paz com todo amor
Linda Oxum
Com todo amor
Senhora de toda fortuna
Ora ai ieieu saúde nos dê Tucum me leva para o mar
Bendita é a mãe da cura Da rainha Yemanjá
Nas ondas do mar sagrado
Mamãe das ondas do mar
Vou me balançando para me curar
Mamãe que venta no ar
Vou balançar
Mamãe das águas claras
E das cachoeiras Reino de Cristal (Míriam)
Mãe natureza Eu sei, eu sei
Gaia ou Patcha Mama Eu sei, eu sei eu vou dizer
A Virgem Mãe pura a Shekhina Eu sei, eu vou falar
A mesma divina ternura Ela é a Rainha do Mar
Louvada seja a Deusa Ela é Rainha, é Mãe
A Mãe de tudo que está Vem trazendo a sua falange
Santa Guerreira Suas princesas, suas sereias
De amor e compaixão Elas vem aqui nos ajudar
Lá vem, lá vem (Juras de Midam) O seu reino é encantado
Ele é um reino dourado
Lá vem, lá vem
Tem cristal, tem cristal
É a Rainha Yemanjá
E também tem a Estrela do Mar
Lá vem, lá vem
Com as princesas do mar O cristal traz a cura
E a água purificar
Lá vem, lá vem
Yemanjá ela é rainha
Carretel de ouro e prata
E a todos ela vem curar
Dou-lhe uma, dou-lhe duas
Dou-lhe três ele é o rei dos reis
Lá vem, lá vem
Beirando a terra, beirando o mar
Lá vem, lá vem
É a rainha Yemanjá 
97

Rainha das águas (Matheus Melo) Minha Mãe Maria


Inspirai-me o vosso pranto
Iê Iê Yemanjá Pra eu lavar
É a rainha das águas do mar Todas essas almas em agonia
Iê Iê Yemanjá
Rainha mãe profundezas do mar Lavai, lavai
Oh! Minha Mãe Maria
Iê Yemanjá Yepondá Confortai-nos
Iê Yemanjá Yepondá Com vosso divino manto
Iê Iê Yepondá Minha Mãe Maria
Desagua os rios nas aguas do mar Mais uma conta eu vou contar
Iê Iê Yepondá Do meu rosário
Das águas doces com as aguas do mar Que aqui venho apresentar
Iê Yepondá Yemanjá Por caridade
Iê Yepondá Yemanjá Minha mãe eu vou rogar
Iê Yemanjá Yepondá Mamãe Oxum
São rainhas do império celestial Águas celestes a lavar
Iê Yepondá Yemanjá
Real beleza natureza divinal Cristal de Luz (Janaína)
Yemanjá tu sois um cristal de luz
Iê Yemanjá Yepondá Que ilumina no coração de Jesus
Iê Yepondá Yemanjá
As sereias põe-se a cantar
Iê Iê Yemanjá Aqui na terra salve mamãe Yemanjá
Reina nas aguás salgadas do mar
Iê Iê Yepondá No mar com espumas perfumosas
Renia o encontro dos rios com o mar As sereias cantam e dançam
Tão formosas
Oxum Yepondá Yemanjá
Oxum Yepondá Yemanjá Com a luz do luar de amor
O cristal irradia o seu valor
Santas rainhas, santas rainhas
Santas rainhas criadoras da vida Nossa Senhora da Glória (Pai João)

Minha Mãe Maria (Maria Alice) Nossa Senhora da Glória


Querida rainha do mar
Minha Mãe Maria Pela lei da Umbanda
Vós venha me abençoar Nossa Senhora Yemanjá
Para eu passar
Por mais esta provação A estrela na terra brilhou
Chegou do mar
Pro vosso amor Vem dançando
Eternamente eu consagrar Vem me ajudar
Fortificai
A minha servidão Oh Virgem Santa Maria
Oxum da Glória
Minha Mãe Maria Baixai, baixai
Vós que sois Mamãe Oxum Imaculada Conceição baixai
Purificai
O meu coração Rainha de todas rainhas
É quem vem nos salvar
Poli, poli Virgem da Conceição
Todos estes cristais Tirai a perturbação
Pra eu consagrar
O vosso amor nesta missão  
98

Querida Mamãe Oxum Mãe da Maré (Shami Gur)


Sou filho das ondas do mar
Foi uma concha linda que achei na praia
Dulcíssimo amor Nela ouvi o som da imensidão da Mãe
Celeste harmonia Contando uma lenda sobre a sereia
Tesouro dos pobres Que tem força vital para poder nos dar
Riqueza dos bons
Maria e seus dons Adjé ô, a voz falou
Da terra e do céu E a maré com seu Axé ela baixou
Abençoa a todos Seguindo a lua que brilhou
Neste quartel Voltou Adjé Xalúga e a levantou
Janaína das águas (Juliete) Pedi a boa sorte da Santa das águas
A minha mãe é do mar ê â Firmando na espuma branca lá no mar
A minha mãe vesti ondas Olodumaré deu ventura e fortuna
Salve a Sereia das águas À irmã caçula da Rainha Yemanjá
Yemanjá
Onda subiu, onda desceu
Ao som do canto marinho A divindade sempre vem pra atender
Não me sinto sozinho A quem rogou e mereceu
Janaína me guia Prosperidade e conforto recebeu
Me protege do mal oyá
Venha Adjé para morar na nossa casa
Ela trabalha noite e dia E habitai os canto do meu coração
Lavando a cegueira da alma A fé em Deus é o começo da riqueza
Odoyá minha Rainha Não deixei a pobreza conosco ficar
Odoyá minha Mamãezinha
Adjé ô, Adjé ô
Caminho junto a sua luz Acenda a luz onde a treva dominou
Me envolve no teu manto Mãe da Maré, louvores dou
Presente de flores lhe dou Abençoai-nos com saúde e vigor
Provando o meu amor
Por cada gota de mim Rainha das águas (Daniel Charbel)
Que deságua em ti O sol se põe no horizonte
Lá no meio do mar
Minha alma é feita Aonde cantam as sereias
Da maresia senhora Numa noite estrelada
Meu coração pulsa como ondas
Meu sopro é de brisa A lua clara prateada
Meu abraço é da areia Resplandece a brilhar
Que sustenta o mar Iluminando as ondas
Que batem na beira da praia
Limpa e abençoa seus filhos
Que acreditam na verdade As águas calmas se agitam
Das águas do teu olhar Para servir e louvar
Que refletem nos meus A dona de todos mistérios
Odoyá Das profundezas que há
Salve minha Rainha Yemanjá Rainha das águas salgadas
Eu peço para vós me guiar
Eu sou um marinheiro
No barquinho do amor eu vou navegar
Todos os seres se aproximam
Para vos receber Odoiá
Dou viva a beleza da força
Da minha mãe Yemanjá
99

OXUM Eu vi Mamãe Oxum na cachoeira (ijexá)


(Ora ieieu mamãe Oxum!) Sentada na beira do rio
Oromimá (parado) Colhendo lírio, lírio ê
Oromimaió Colhendo lírios, lírios á
Oromimaió Colhendo lírios pra enfeitar
Abadô aiê iê oh Vosso conga
Ala de Oxum
Oxum mirê oh Ouvi um brado de mamãe Oxum (maculelê)
No alto da cachoeira
Ela chorava tanto
Moromimá (samba) Esperando Ogum
Moromimaió Para jurar bandeira
Moromimaió
Abadô aiê iê oh
Ora ieieu, ora ieieu (maculelê)
Ala de Oxum Ora ieieu Mamãe Oxum, Oxum, Oxum
Oxum mirerê ô Ora ieieu Mamãe das águas
Ela é mina nicarodô Ora ieieu Mamãe Oxum
Ela é mina nicarodô
Ora iê iêu na cachoeira
Com suas águas a lavar, lavar, lavar
A dor de toda humanidade
Minha mãe, minha Senhora (ijexá)
A correnteza transformar
Rainha da cachoeira
Pra louvar teu santo nome
Aqui estou a vida inteira Água da cachoeira (ijexá)
Doce e pura
Ah ieieu minha mãe de Aruanda
Ah ieieu mamãe Oxum Lá vem Mamãe Oxum
Segure a banda Oxum, Oxum
Ora ieieu Mamãe
Ah ieieu (ijexá)
Ah ieieu Mamãe Oxum
Mamãe Oxum chegou (samba)
Ah ieieu Mamãe Oxum Na gira dos Orixás
Ah ieieu Oxum Maré E traz das águas do rio
Sua mensagem de paz

Mamãe Oxum
Foi na beira do rio (ijexá)
Aonde Oxum chorou Valei-me mamãe Oxum
Olhai pros seus filhos da gira
Ora ieieu oh mãe Na fé de meu pai Oxalá
Oxum que saravou
Oi gira, gira gira gira
Oi gira e torna a girar
(samba) Pra chamar povo de pemba
As águas que rolam nas cachoeiras Na gira dos Orixás
Zoou, zoou no meu tambor
Oh ô Oxum mareou (samba)
Ora ieieu mãe, ora ieieu mãe Mareou, mareou, mareou
Ora ieieu mãe, ora ieieu mãe Oh ô Oxum mareou
Iará ari arô Oxum mareou
Iarô ari ará Oxum mareou
100

(samba) Olha eu, olha eu mamãe Oxum (samba)


Quem manda na cachoeira é Oxum Olha eu, olha eu Oxum Maré
Quem tem tantos filhos pode ter mais um
Mamãe Oxum rainha da cachoeira
Firma ponto filho de fé Deusa suprema da pedreira
Bate cabeça no gonga As suas águas pulsam nas águas do mar
Sarava mamãe Oxum E no sussurro do vento
E o nosso Orixalá É que vem o seu cantar
Olha eu (...)
Ora ieieu minha mãe Oxum (samba) Vou levar presente pra mãe santa do oriente
É na cachoeira Pra que ela tão formosa
É dona dos rios minha mãe Oxum Venha enfeitar o luar
É na cachoeira E com seu olhar
É das águas correntes minha mãe Oxum Iluminar meu caminhar
É na cachoeira Olha eu (...)
É na cachoeira minha mãe Oxum
É na cachoeira
Que eu vou lhe encontrar minha mãe Oxum Lá na cachoeira eu vi, eu vi (samba)
É na cachoeira Banhando a cabeleira eu vi, eu vi
Seus colares dourados minha mãe Oxum Mamãe Oxum abençoando seus filhos
É na cachoeira Lá na cachoeira
E uma rosa de ouro eu vou lhe entregar
É na cachoeira Canto lá Oxum
Que eu vou lhe encontrar minha mãe Oxum Meu camutuê
É na cachoeira Sarava Oxum e o seu ilê

Mariô ê ê ê Mariô ê
Mariô ê minha mãe Oxum Eu sou da mina (samba)
É na cachoeira Eu sou da mina de ouro
Onde mora mamãe Oxum
Guardiã do meu tesouro
No céu a estrela vem brilhando (maculelê)
Mamãe Oxum Rainha cheia de luz
Nas águas o amor refletindo
Cubra-nos com vosso manto
Ah ieieu Oxum
Rogai por nós a Jesus
De alegria estou sorrindo

Também na cachoeira
Tem a força da Oxum Já chegou, já chegou (samba)
Oxum é minha mãe Já chegou no meu gonga
E meu pai é Ogum Já chegou mamãe Oxum
Ah ieieu Rainha dos Orixás

Mamãe Oxum é um grande Orixá


Rainha da cachoeira
Se minha mãe é Oxum (samba) Da coroa de Oxalá
Na Umbanda e no Candomblé
Aieieu, aieieu, aieieu
Aieieu minha mãe Oxum Maré As águas claras (ijexá)
Que correm nas cachoeiras
Ela vem beirando o rio São as águas de mamãe Oxum Maré
Colhendo lírios pra nos ofertar
Mamãe Oxum, aieieu mamãe Oxum Que linda é ah ê, que linda é ah ê
Orixá desce e venha nos abençoar Que linda é ah ê, Oxum Maré
101

A minha mãe Oxum Ora ieieu (samba) Linda ela é (samba)


Rainha da cachoeira Tem seus encantos e muito axé
A deusa da beleza é minha mãe Oxum É mamãe Oxum
Orixá da natureza Para seus filhos que são de fé
Deusa da beleza
Aí vem mãe Oxum passeando Com a natureza tem a missão
Passeando no clarão da lua Ela é rainha senhora da conceição
Da conceição
Ai com é linda, ai como é linda Invoco a grande deusa
Mamãe Oxum passeando no clarão da lua
Dai-me sua proteção
Ah ieieu
Aiê iêu Oxum
É dona do ouro
No alto da cachoeira
Nuvem de poeira d’água (maculelê) É onde guarda seu tesouro
Que sai da cascata da Deusa Oxum
Beleza pura, linda e cristalina
Essa deusa menina com o perfume da flor Ô ôô ôô ôô (maculelê)
Ôô ôô
Encanto doce da natureza
Me inspira riqueza, vaidade e amor (ô ô..) Oxum aiê iê ô
Oxum aiê iê ô
Nuvem de poeira d’água... Aiê iê ô Oxum
Quando se banha na beira do rio Oxum aiê iê ô
O sol lhe irradia energia e calor Brilhou a estrela matutina
Dona do ouro deusa poderosa Rolaram pedras de Xangô
Pedra preciosa cheia de esplendor (ô ô..) Quem será essa menina que a lua iluminou
Canta no clarão da lua dança no calor do sol
Nuvem de poeira d’água... Todo ouro se ilumina
Pra saudar Oxum menina
Pois Oxum é mãe maior
(samba)
Mas como é lindo ver as águas cristalinas Saravá Oxum menina
Deslizando na pedreira do glorioso Xangô Oxum é mãe maior (ora iê iê ô)
Vem de uma fonte que tranborda a pureza
É a força da natureza Fonte de água cristalina (Ana Carolina)
É a cachoeira da Oxum
Fonte de água cristalina
Aiê iêu ó minha mãe deixa rolar É mamãe Oxum
Na força das suas águas É mamãe Oxum
O amor pra esse Gongá É mamãe Oxum
Fonte de água cristalina
Oxum iê ieu ori oxum iá omi (ijexá) Que brota nas pedras
Oxum iê ieu encanto doce que nasceu Presente de Deus
(Oxum iê ieu)
É pura magia
A deusa da natureza filha de pai Oxalá
Água bendita que purifica
A rainha da beleza é a dona do ifá
Renova teu ser
Até a lua se envaidece vendo seu lindo bailar
Transforma tua alma
Água doce e cristalina da rainha do Ijexá
E te realiza
Oxum iê ieu ori oxum iá omi
Oxum iê ieu ora iê ieu ora iê ieu
102
103

ERÊS Meu pai me traz um balão (samba)


(Onibejada!) Com todas crianças que vem lá do céu
A casa é esta (maculelê) Tem doce papai, tem doce papai
A casa é esta Tem doce nesse jardim
Esta é a casa
Da nossa festa
Fui no jardim colher as rosas (samba)
Quem quiser ver E a vovozinha deu-me as rosas mais formosas
Venha pra cá
Cosme e Damião
Mas venha pronto
Oi Doum
Para dançar
Crispim e Crispiniano
Aqui se canta São os filhos de Ogum
Aqui se dança
Mas é preciso
Cosme e Damião (samba)
Se trabalhar
A sua casa cheira

Cheguei no salão (maculelê) Cravos e rosas


Do nosso Pai criador E flor de laranjeira
Tava uma grande festa (Cheira cravo e rosas
Dando viva e louvor E flor de laranjeira)

Casou Francisco (maculelê)


Casou João, casou Maria Lá em cima do telhado tem um tostão
Todos dentro do reinado Eu vou chamar Doum, São Cosme e Damião
Da sempre Virgem Maria Aonde vai garoto com o carrinho na mão
Eu vou chamar Doum, São Cosme e Damião
Com tudo isso Aonde vai garota com a boneca na mão
A festa continuou Eu vou chamar Doum, São Cosme e Damião
Todos dentro do salã
Do nosso Pai criador
Oh Jureminha (samba)
Dançava pai, dançava mãe Oh Juremá
Dançava filho Sua folhinha caiu serena oh Jurema
Todos dentro do salão Dentro desse gongá
Da sempre Virgem Maria
Eu sou tão pequenininho
Com tudo isso Mas posso te ajudar
A festa continuou Só quero ganhar depois
Todos dentro do salã Bala, doce e guaraná
Do nosso Pai criador
Oh Jureminha
Oh Juremá
Cacheado venha cá (maculelê) Sua folhinha caiu serena oh Jurema
Carracácarracacá Dentro desse gongá
Carracácarracacá
Carracácarracacá Sua folhinha caiu serena oh Jurema
Dentro desse gongá
Eu chamo os caboclinhos da Jurema
A lua vem brinca de dia (maculelê) Para sarava
Oh de dia

É hora de criança Mariazinha da beira da praia (samba)


É hora de alegria Como é que balança a saia

É assim, é assim, é assim


É assim que balança a saia
104

Rosinha é uma menina (samba) Erê que vem de Aruanda (maculelê)


Sereia do mar Maninho tá chamando
Sem Erê não se faz nada
É no balanço do mar que ela vem Maninho tá chamando
É no balanço do mar que ela vai Erê correndo na estrada
Maninho tá chamando
Para salvar filho de Umbanda
Eu sou bem pequenininha (maculelê) Maninho tá chamando
Moro num morro de areia
A minha rede balanceia
Eu sou pequenininha de mamãe É festa na rua (maculelê)
Moro num morro de areia E no coração
Criança correndo
Com bala na mão
Eu quero doce (maculelê)
Eu quero bala É dia de graça
Eu quero mel E devoção
Pra passar na sua cara É festa de Cosme e São Damião

Eu sou Jurarazinho (samba) Doum, Doum (samba)


Lá do poço de beber Vai buscar os seus maninhos
Doum, Doum
Ah eu vejo gente Vem buscar os seus docinhos
Gente não me vê Doum, Doum
Vem brincando no caminho
(samba) Doum, Doum
Caranguejinho tá andando, tá andando Toma bença o padrinho
Caranguejinho tá andando, tá andando
A maré tá cheia é tempo de lua
Caranguejinho tá andando, tá andando Voa, voa andorinha (samba)
Voa, voa bem ligeiro
Traga Pedrinho e Cosminho
A danada da preguiça (samba) Para brincar no terreiro
Pode ser uma doencinha
Que pega nos adultos Passando na cachoeira
E também nas criancinhas Me traga linda Rosinha
Dá uma moleza Passando lá pela praia
Só querendo espreguiçar Me traga Mariazinha
E só de falar dela
Dá vontade de deitar Voa, voa andorinha
Sai preguiça Voa, voa e vai buscar
Vai te catar As crianças para a Umbanda
Sai preguiça A festa vai começar
Aqui não tem lugar
Sai preguiça Voa, voa andorinha
Comigo não tem vez Voa, voa bem ligeiro
Sai preguiça Traga Pedrinho e Cosminho
Vai pegar outro freguês Para brincar no terreiro
Tique, tique, tique, tique
Tique, tique tá Tem bolo, bola e cocada
Sai preguiça Tem sodinha e guaraná
Eu preciso trabalhar Hoje é um grande dia
Vamos todos festejar
105

Menininho de Angola (samba) (Mas) Ele é pequenininho (samba)


Como brinca Mora no fundo do mar
Vem brincar Sua madrinha é sereia
Seu padrinho é Beira-Mar
Ele brinca de bola
Ele brinca de pique No fundo do mar
Vem brincar Tem areia
Seu padrinho é Beira-Mar
Menininho de Angola ... Sua madrinha é sereia

Ele brinca de corda


Ele brinca de roda Ibejada está de ronda (samba)
Vem brincar São Jorge de prontidão
Salve o povo de Aruanda
Menininho de Angola ... Salve Cosme e Damião

Ele brinca com o carro


Ele brinca de barco Mariazinha nasceu (samba)
Vem brincar Na beira do rio
Na beira do rio
Menininho de Angola Lá no Juremá

Aonde a lua brilha


Tem bala de côco e peteca (samba) Clareia a campina
Deixa a beijada brincar Clareia a mata
Pra beijada brincar
Hoje é dia de festa
Beijada vem sarava
São três meninas (samba)
Na sua aldeia
Lá nas matas tem (samba)
São três meninas
Cachorro do mato
Caxinguelê oh Uma é Jussara, Jaçanã
Outra é Jupira
Chamei minhas crianças
Para vir me defender Mostrando a sua aldeia
Onde tem perfume
Saruê lê lê
Saruê lá lá Jupirinha de Umbanda
Na fé das minhas crianças Ela tem ciúme
Sarava Pai Oxalá
Se eu pedir (samba)
Dandá, dandá (samba) Você me dá
Dandá na areia dandá Um brinquedinho papai
Dandá no mar Pra eu brincar

É no areial
É no areial São Cosme, São Damião (samba)
É no areial Oi Damião cadê Doum
Aonde as crianças brincam Está apanhando rosa
Na roseira de Ogum

Oi bate palma
Camaradinha chegou
106

Erê trabalha sentado (samba) Estava sentada


Erê trabalha sorrindo Coçando o meu cabelo
A bendita desta pulga
Erê divide seus doces Já mordeu meu cotovelo
Pra quem é seus amiguinhos
Quá, quá, quá
Qui, qui, qui
Beijinho, beijinho como vem (samba) Como é bom estar aqui
Beirando o mar
Estava sentada
Ah como vem beirando o mar Junto a um chafariz
Mas como vem beirando o mar A bendita desta pulga
Beijinho, beijinho como vem Já mordeu o meu nariz
Beirando o mar
Quá, quá, quá ....

Pula criança vem cá (samba) Estava sentada


Sarava neste conga Tomando um bom café
A bendita desta pulga
Salve Onibeijada Já mordeu até meu pé
Salve todos Orixás
Salve todas as crianças Quá, quá, quá...
Que vem sarava neste conga

Oh Erê, oh Erê (maculelê)


Salve a linha de Zambi (maculelê) Onde está o Erê
Salve o Pai Oxalá Oh Erê, oh Erê
São Cosme e Damião Onde está o Erê
Santos do meu endar
Salve, salve a beijada Onde está a Rosinha
Vamos comemorar Tá na cachoeira
São Cosme e Damião Onde está o trovão
Venham nos ajudar Mora na pedreira
Onde está o Folhinhas
Salve os Erês (ijexá) Tá na mata a caçar
Na linha de Umbanda, os Erês Onde está o Pedrinho
Que vem de Aruanda, os Erês Que eu não vejo chegar
Com a minha mãe Yemanjá
Salve os Erês Oh Erê, oh Erê...
Mensageiros da paz e do amor
Portadores da luz do senhor Onde está o Lazinho
Nosso Pai Oxalá Com o vovô a rezar
Onde está o Paulinho
Foi conchinhas catar
Vamos chamar Doum (samba) Onde está a Aninha
São Cosme e São Damião No campo a passear
Pra vim comer rapadura de côco Onde está Mariazinha
Junto com Pai João Que eu não vejo chegar

(maculelê) Oh Erê, oh Erê...


Caboclinho (a) se perdeu lá na mata
A Jurema apanhou Onde estão os Erês
E ajudou a criar Que eu não vejo chegar
Onde estão os Erês
Rê, rê, rê, rê, rê, rê Venham logo brincar
Rê, rê, rê, rá
Ele (a) é filho (a) da Jurema Tira, tira, tira o pé do chão
Neto (a) da cobra coral Tira, tira, tira o pé do chãããão
107

Só quem acredita vê (samba) Eu sou pequenininho (maculelê)


Que essa vida é um doce Mas trago os meus ensinos
Mesmo se não fosse Eu canto é bem baixinho
Eu seria assim Em roda dos meninos
Um menino brincalhão
Que encontrei a chance Canta, canta os meninos
Bem ao meu alcance Para todos se alegrar
E agarrei pra mim Que nós todos somos filhos
E é preciso nós rezar
Eu dou um É de grande a pequeno
Viva a Cosme e Damião Doum É para todos dar valor
Eu dou um Que nós estamos na doutrina
Viva Cosme e Damião Do nosso pai criador
O que importa
É que gente miúda Daime é alegria (maculelê)
Me deu sempre ajuda Nasce dentro da floresta
Quando eu precisei E quem acreditar
O que prego nas minhas andanças Participa desta festa
Que só as crianças me ditam a lei
E assim me sinto protegido, hungido Quem for bom caboclo
Com a viscosidade da fé Entre dentro do cordão
Sua bença é presença imensa Para vir festejar
E vence na crença quem tem seu axé A São Cosme e Damião

Eu dou um... Doum em seu cavalo


Me ensinou essa canção
Na vida tão amargurada Para sempre ela vibrar
Essa gurizada me fez renascer Dentro do meu coração
Hoje sou cobra criada
Agradeço Ibejada (maculelê)
Falange de Erê Eu peço a Santa Estrela que nos guia
Vinte e sete de setembro Força para as crianças trabalhar
Eu sempre me lembro Abençoa a todos pequeninos
Não esqueço de dar Os meninos e as meninas do astral
Cocada, paçoca, suspiro, pipoca
Bolo, bala, bola, cuscus e manjar São João, o santo justiceiro
Te dê coragem, te dê força e te dê fé
Eu dou um... Para quando tu crescer ser um guerreiro
Do nosso mestre Jesus de Nazaré

Passarinho amarelinho (maculelê) São João te dê a espada da paz


Que só voa sozinho São José o capacete da esperança
Eu peço a Virgem Santa Mãe
Eu tenho companhia Que abençoe a todas as crianças
É de noite é de dia
Tenho o sol e as estrelas
E o menino Jesus
O menino Jesus
Vive no meu coração
Brilha no ar que eu respiro
Reluz nesta imensidão
108

Veio do Reino de Deus (maculelê)


Jesus nos mandou esta linda menina
Ela vem trazendo paz, paz, paz
Pra esta Nova Era
És filha das Águas Claras
Da lua com as estrelas
O arco-íris pega água na cachoeira
Conforme Deus quiser
Dando viva
Á Rainha do mar
Viva todo ser divino
Viva esta linda menina

Acabou a brincadeira (maculelê)


O papai já te chamou
Vamo simbora criancinha
A sua hora já chegou

O balão subiu
O barquinho partiu
Passarinho avoou
109

SEQUÊNCIAS
DOS TRABALHOS DE
QUINTA-FEIRA

1ª SEQUÊNCIA 3ª SEQUÊNCIA

Abertura: Abertura:
 São Miguel  São Miguel
 Ogum
1ª parte – Exu  Exu
(saudação: Laroyê Exu – resposta: Laroyê)
Ogum 1ª parte – Oxalá
(saudação: Ogunhê Meu Pai – resposta: Ogunhê) (saudação: Babacaum Oxalá – resposta: Babacaum)
Iansã Nanã Boroquê
(saudação: Epahei Oyá – resposta: Epahei) (saudação: Saluba Nanã – resposta: Saluba)
Obá Obaluaê
(saudação: Salve nossa mãe Obá! - resposta: (saudação: Atotô meu Pai – resposta: Atotô)
Akiro Obá yê)
Almas
2ª parte – Xangô
(saudação: Kaô Kabecile Xangô – resposta: Kaô)
2ª parte – Preto Velho
(saudação: Akeofá meus Pretos Velhos – resposta:
Marinheiro Akeofá)
(saudação: Salve a Marujada! - resposta: Salve)
Erê
Yemanjá (saudação: Onibeijada – resposta: Eremi)
(saudação: Odociaba mamãe – resposta: Odociaba)

2ª SEQUÊNCIA SEQUÊNCIA RESERVA

Abertura:
 São Miguel 1ª parte – São Miguel
 Ogum (saudação: Salve São Miguel – resposta: Salve)
 Exu Ogum
(saudação: Ogunhê Meu Pai – resposta: Ogunhê)
Oxossi
1ª parte – Oxossi (saudação: Okê Arô Oxossi – resposta: Okê Arô)
(saudação: Okê Arô Oxossi – resposta: Okê Arô)
Caboclo
Caboclo (saudação: Okê Caboclo – resposta: Okê)
(saudação: Okê Caboclo – resposta: Okê)
Logunedé
(saudação: Logun Edé, salve a liberdade meu pai
resposta: Salve)
2ª parte – Exu
(saudação: Laroyê Exu – resposta: Laroyê)
Boiadeiro
(saudação: Jetuê Seu Boiadeiro – resposta: Jetuê)
Yemanjá
(saudação: Odociaba mamãe – resposta: Odociaba)
Ossain
(saudação: Ewe assa Ossain – resposta: Ewe assa)
Erê
(saudação: Onibeijada – resposta: Eremi)

2ª parte – Baiano
(saudação: Salve o povo da Bahia – resposta: Salve)
Oxumaré
(saudação: Arroboboi Oxumaré – resposta: Arroboboi)
Oxum
(saudação: Oraieieu Mamãe Oxum – resposta: Oraieieu)
110

ABERTURA DA GIRA Só o puxador:

Orações de abertura: Eu vou pedir licença a Deus


É para abrir meu jacutá
Pai Nosso Com a licença de Iansã
Ave Maria Eu vou abrir meu jacutá
Chave de harmonia Epahei oyá

Ajoelhado de frente para o altar: (3x) Todos:


Epahei (batendo palmas)
Eu abro a nossa gira Com a licença de Iansã
Com Deus e Nossa Senhora Eu vou abrir meu jacutá
Eu abro a nossa gira
Samborê pemba de Angola Só o puxador:

Só o puxador: Eu vou pedir licença a Deus


É para abrir meu jacutá
Eu vou pedir licença a Deus Com a licença de Xangô
É para abrir meu jacutá Eu vou abrir meu jacutá
Com a licença de Oxalá Kaô kabecilê
Eu vou abrir meu jacutá
Babacaum Oxalá Todos:
Kaô (batendo palmas)
Todos: Com a licença de Xangô
Babacaum (batendo palmas) Eu vou abrir meu jacutá
Com a licença de Oxalá
Eu vou abrir meu jacutá Só o puxador:

Só o puxador: Eu vou pedir licença a Deus


É para abrir meu jacutá
Eu vou pedir licença a Deus Com a licença de Oxum
É para abrir meu jacutá Eu vou abrir meu jacutá
Com a licença de Yemanjá Oraieieu Mamãe Oxum
Eu vou abrir meu jacutá
Odociaba mamãe Todos:
Oraieieu (batendo palmas)
Todos: Com a licença de Oxum
Odociaba (batendo palmas) Eu vou abrir meu jacutá
Com a licença de Yemanjá
Eu vou abrir meu jacutá Só o puxador:

Só o puxador: Eu vou pedir licença a Deus


É para abrir meu jacutá
Eu vou pedir licença a Deus Com a licença de Oxossi
É para abrir meu jacutá Eu vou abrir meu jacutá
Com a licença de Ogum Okê aro Oxossi
Eu vou abrir meu jacutá
Ogunhê meu pai Todos:
Okê arô (batendo palmas)
Todos: Com a licença de Oxossi
Ogunhê (batendo palmas) Eu vou abrir meu jacutá
Com a licença de Ogum
Eu vou abrir meu jacutá
111

Só o puxador: Hino Umbanda

Eu vou pedir licença a Deus Refletiu a luz divina


É para abrir meu jacutá Com todo seu resplendor
Com a licença de Nanã Luz que veio de Oxalá
Eu vou abrir meu jacutá Aonde há paz e amor
Saluba Nanã Luz que refletiu na terra
Luz que refletiu no mar
Todos: Luz que veio de Aruanda
Saluba (batendo palmas) Para tudo iluminar
Com a licença de Nanã Umbanda é paz e amor
Eu vou abrir meu jacutá É um mundo cheio de luz
É a força que nos dá vida
Ponto para Tranca Rua E a grandeza nos conduz
Avante filhos de fé
O sino da igrejinha Com a nossa lei não há
Faz belém blem blão Levando ao mundo inteiro
A bandeira de Oxalá
Deu meia-noite o galo já cantou
Seu Tranca Rua que é o dono da gira
Oi corre gira que Ogum mandou Que gira linda (samba)
Que gira de luz
FECHAMENTO DA GIRA Abençoando a gira
Nosso Mestre Jesus
Ajoelhado: (2x) Uma gira de fé
Uma gira de amor
Eu fecho a nossa gira Olhando por nós
Com Deus e Nossa Senhora O nosso Senhor
Eu fecho a nossa gira Nosso canto de paz
Samborê pemba de Angola Por um mundo de luz
Com a benção do pai
Já fechei está fechado E o amor de Jesus
Com a chave do sagrado
Já fechei está fechado
Sem a chave ninguém abre Tambor você fica aí
Tambor eu vou me arretirar

Fechou o terreiro Adeus Umbanda


Com a licença de Oxalá Adeus Umbanda
Adeus Umbanda
Quem tem guia Babalaô de Orixá
Bota fora
Filho de Umbanda (samba)
Vai embora Benditas essas mãos sobre atabaque
Oh ganga Louvando os Orixás com tanto amor
Elas sangram mas não param de tocar
E nos dão força com o som desse tambor

Graças a ela Umbanda fica mais bonita


Vozes se juntam pra cantar e agradecer
E pra quem ainda não acredita
A nossa fé faz um milagre acontecer

Abençoada essas mãos


Ontem, hoje e amanhã
Salve na Umbanda a coroa do Ogan
112

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