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RELATÓRIO DA GESTÃO 2022

In memoriam: Dr. KAMIL CURI

2023
Revista do IHB
PALAVRAS DA PRESIDENTE

REVISTA HOMEOPATIA BRASILEIRA DO


INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL - JULHO 2023

 PALAVRAS DA PRESIDENTE: IN MEMORIAM DR. KAMIL CURI


Ana Teresa Dreux

 EDITORIAL
Jane Azevedo

 ARTIGO: CONCEPÇÕES DE SAÚDE-DOENÇA-CUIDADOS


Denise Espiúca, A comunicação na prática homeopática: como a racionalidade homeopática se expressa na
comunicação entre médico e paciente?
Dissertação de Mestrado, Capítulo 4 Resultados e Discussões, fragmento adaptado – Instituto de Medicina
Social UERJ, 2015

 ARTIGO: O AUMENTO DOS CASOS DE HERPES DURANTE E APÓS A PANDEMIA DA COVID 19:
CONTEXTUALIZAÇÃO E ABORDAGEM HOMEOPÁTICA
Juliana Carreiras Dias e Silvio Sandro Cornélio

 ARTIGO: OSTEODISTROFIA HIPERTRÓFICA EM CÃO E A ABORDAGEM HOMEOPÁTICA


Roselene Barzellay Ferreira da Costa

 VALE A PENA LER DE NOVO

1) SÍNDROME DO CLIMATÉRIO – 1991


Tácito Madureira Stege

2) INFECCÕES URINÁRIAS – 1990


Carlos Alberto Corrêa

3) CALCÁRIA CARBÔNICA – 1989


Luiz Rodrigues Valin

 SESSÃO POESIA

1) Poesia GLORIOSO IHB


TROVA de José Ouverney

2) Poesia INSTITUTO IHB


TROVA de Vanise Buarque
PALAVRAS DA PRESIDENTE

In memoriam: DR. KAMIL CURI

Profa. Dra. Ana Teresa Doria Dreux


Presidente do Instituto Hahnemanniano do Brasil

Prezados leitores, neste ano em que o IHB completa 164 anos


venho prestar uma homenagem a um médico que foi por muitos
anos membro da diretoria desta Instituição.
Nascido em Timburi, Estado de São Paulo, aos 10 de outubro de
1906, foi filho de José Curi e de D. Salime Curi.
Estudou as primeiras letras na sua terra natal.
Iniciou o curso secundário no Colégio Mackenzie de São Paulo e o
terminou no Liceu Rio Branco, da capital paulista. Formou-se
(1934) pela Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro onde,
também, no mesmo ano, diplomou-se em Homeopatia.
Na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, foi assistente
de Matéria Médica – 1.ª Cadeira – desde 1944; professor regente
de Terapêutica Clínica Homeopática, desde 1957, e livre-docente
de Matéria Médica – 1.ª Cadeira – por concurso para a cátedra,
realizado em 1943, tendo apresentado a tese; “Phosphorus”.
Foi Membro do Instituto Hahnemanniano do Brasil, da Sociedade
Brasileira de Pediatria e da Associação dos Professores do Estado
da Guanabara.
Especializando-se em Clínica Homeopática, exerceu a profissão
desde a formatura, tendo consultório particular no Estado da
Guanabara.
PALAVRAS DA PRESIDENTE

Casado com D. Maria Amélia Silveira Curi, Professora de Música –


nível secundário – do Estado da Guanabara, foi pai de três filhos:
Ronaldo, Roberto e Cristina.
Como consegui apenas esses registros sobre sua biografia vou me
limitar às informações pessoais que tenho dele por tê-lo
conhecido por muitos anos, primeiro como aluna na cadeira
optativa de Homeopatia na FEFIERJ (hoje UNIRIO) no ano de 1972,
depois como médico de minha família e também professor
particular.
A primeira aula que assisti do professor foi sobre Belladonna. Logo
fiquei sensibilizada pela energia de bondade que emanava de sua
pessoa. Depois vim a ter confirmação dessa bondade que fluía por
seu olhar doce e compassivo.
Aliás, eram três as características marcantes de sua
personalidade, a Bondade, a Humildade e a Sabedoria aliadas ao
vasto conhecimento que tinha tanto da matéria médica quanto do
Organon e da experiência que acumulara por dezenas de anos
dedicados à clínica.
Era de estatura mediana tipo 1.65m, cheio de corpo, cabeça
grande e nariz adunco mostrando sua origem árabe, pele clara,
olhos castanhos, e deveria ter por volta de 65 anos quando o
conheci. Na época eu tinha 27 anos e mãe de três crianças
pequenas.
Em 1977 me graduei grávida de minha filha caçula, e passei dois
anos afastada de qualquer trabalho. Quando retornei o professor
Alberto Soares de Meirelles me nomeou como professora de
Clínica Médica no Departamento de Homeopatia da atual UNIRIO
e me colocou, depois de eu ter ingressado como Membro Titular
do IHB, na chapa da eleição da diretoria e na qual ocupei o cargo
de segunda secretária, compondo com outros saudosos
professores como José Barros da Silva, Mário Pêcego e o Dr. Curi.
PALAVRAS DA PRESIDENTE

As sessões ordinárias se passavam às 19h quinzenalmente às


quarta-feira do mês. Lá ia eu assistir. O Professor Kamil sentava na
primeira fileira do Anfiteatro Saturnino Soares de Meirelles e tudo
anotava a lápis num bloquinho.
Professor Meirelles presidia a reunião assessorado pela D.
Josefina sua secretária a quem ele chamava “a Presidenta”!
Na saída eu dava carona ao Professor Curi que morava na Rua
Miguel Pereira no Humaitá e assim íamos conversando e eu
absorvendo um pouco de sua sabedoria experiência. Era profundo
estudioso do Organon de Hahnemann que gostava de comentar.
No Bulário Homeopático incluí uma fórmula que me foi passada
pelo professor para hipertensão, a famosa Cactus / Crataegus /
Passiflora TM, que tanto ajuda no controle desta afecção.
Nessa época o Professor nos dava aulas particulares
(gratuitamente) no seu consultório particular na Rua México.
Todas às quintas feiras, à tarde, lá compareciam alguns alunos,
entre eles Claudio Araújo e Carlos de Faria da família proprietária
da tradicional farmácia “De Faria e Pinho”.
O consultório era sui generis, meio soturno e parecendo aqueles
ambientes onde o saber ocupa a principal decoração sem que
nada distraia a mente com objetos supérfluos. Um quadro
mostrando um navio veleiro em meio de uma borrasca e um velho
tapete persa puído sob sua escrivaninha me chamaram a atenção.
O banheiro era ocupado por livros, antes alfarrábios, empilhados
e colocados no chão a mal deixando espaço para o uso do toalete.
Na sala de espera imperava D. Maria Amélia sua esposa que fazia
de secretária.
Dr. Curi tinha dois filhos homens casados que infelizmente
faleceram em dois anos consecutivos deixando duas noras e seis
netos a quem o Professor foi obrigado a socorrer financeiramente
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numa idade já avançada, passando a trabalhar mais horas ainda


para poder prover os familiares.
Ficou viúvo e sua filha Cristina continuou morando com ele.
Seu aniversário de 80 anos foi comemorado de maneira simples,
mas com muito afeto em sua residência por muitos colegas
homeopatas e recebeu de presente o Repertório do Ariovaldo,
recém lançado.
Dr. Curi gostava de um repertório Francês, o Broussalien, que
utilizava cartões com o nome dos medicamentos e perfurados nos
sintomas que apresentavam.
Sobrepondo esses cartões quando os furos coincidiam achava-se
o medicamento indicado.
Usava em geral um medicamento de “alta” dado semanalmente e
alternava dois para tratamento de doença aguda ou crônica,
variando a frequência de acordo com a necessidade. Suas receitas
eram o mais simples possível, mas não falhavam!
Estou convencida de quanto mais complicado o caso mais simples
e pontual deve ser a prescrição, pois foi assim que obtive os
melhores resultados.
Também ensinava que numa sequência em um tratamento
primeiro davam-se as plantas em seguida os animais e por último
os minerais.
Certa vez minha caçula de um ano estava com uma febre muito
alta e a pediatra e eu já tínhamos tentado de tudo e chegava a
39,5 Graus. Telefonei ao Professor que depois de algumas
perguntas prescreveu Baptisia tinctoria e Veratrum viride de baixa
potência, alternando a cada quinze minutos. Era um domingo à
tardinha. Eu telefonei para a casa de Carlos de Faria onde sua mãe
me atendeu e tinha os medicamentos em casa. Logo chegaram e
assim procedi como o professor dissera, mas só cheguei a dar uma
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vez cada medicamento, pois a febre logo cedeu para 37 graus e


não mais subiu.
Na asma de minha outra menina ele prescrevia Antimonium
tartaricum e Natrum sulphur em alternância com muito sucesso
nunca tendo minha filha que tomar medicamentos alopáticos
para asma ou mesmo antibióticos.
Trabalhou incansavelmente até que fraturou o fêmur numa
escada dentro de casa. Fui visitá-lo no Miguel Couto onde ainda
portava a roupa do acidente acontecido a 48h, sujo e malcuidado
esperava por uma cirurgia, com uma calma e resignação
comoventes. Um médico, ex professor da Faculdade de Medicina,
tratado com uma desconsideração que me deixou revoltada.
Afinal um cliente de posses conseguiu transferência para um
hospital particular onde foi operado. Teve uma longa recuperação
e nesse hospital um colega que foi visitá-lo encontrou-o lendo o
Nilo Cairo, o que nos impressionou, pois, essa pessoa que era uma
sumidade em homeopatia mostrava que sempre se pode
aprender em qualquer oportunidade.
Veio a falecer no dia 09 de abril de 2000 aos 93 anos.
O Instituto Hahnemanniano do Brasil homenageou o professor
Kamil Curi, dando o seu nome ao ambulatório/escola, que presta
assistência médica a pacientes de todas as idades Seu espírito
agora inspira os médicos do Ambulatório Escola.
Estas são as recordações que trago do meu querido professor e
Mestre. Foi um exemplo de resignação, de desprendimento
diante das duras provas que a vida lhe trouxe e coragem para
enfrentá-las.
PALAVRAS DA PRESIDENTE

Dr. Kamil Curi


Nasceu em 10-10-1906 e faleceu em 09-04- 2000 – 93 anos

Profa. Dra. Ana Teresa Doria Dreux


Presidente do Instituto Hahnemanniano do Brasil
EDITORIAL

REVISTA HOMEOPATIA BRASILEIRA ONLINE

Dra. Jane Azevedo


Diretora da Revista do Instituo Hahnemanniano do Brasil

Estimados leitores,

Com bom ânimo e boa vontade, envolvendo-nos de alegria e


esperanças, apresentamos a vocês, a Revista Brasileira de
Homeopatia do Instituto Hahnemanniano do Brasil nesta
comemorativa dos 164 anos, dia 02 de Julho de 2023.
Nesta edição festiva, temos as palavras da nossa Presidente Profa.
Dra. Ana Dreux e a linda biografia do Prof. Dr Kamil Curi, figura das
mais queridas do IHB.
Na sessão dos artigos, os profissionais nos presenteiam com
oportunos estudos que clareiam nosso dia a dia como profissionais
Homeopatas.
Temos o artigo da Dra Denise Espiúca, médica homeopata,
apresentando-nos discussões sobre: como a racionalidade
homeopática se expressa na comunicação entre médico e
paciente, também um artigo do Dr Sílvio Cornélio, cirurgião-
dendista Homeopata, sobre o aumento de casos de Herpes
durante e após a Pandemia da COVID 19, e a Dra Roselene
Barzellay, com a abordagem homeopática da Osteodistrofia
Hipertrófica em cão, excelentes aprendizados.
Em nossa sessão VALE A PENA LER DE NOVO, relemos com muito
carinho, os trabalhos dos anos 80 e 90, dos profissionais formados
no IHB, Dr Tácio Madureira Stege com a “Sídrome do Climatério”,
Dr Carlos Alberto Corrêa, com “Infecções Urinárias, e o Dr Luiz
EDITORIAL

Rodriguês Valin, com a “Calcaria carbonica”, vale muito a penal ler


de novo, pois somos eternos aprendizes e a leitura é super
agradável.
Para finalizar, temos a sessão POESIA, que nos dá um toque leve e
poético das almas sensíveis, apresentamos as duas poesias
vencedoras do primeiro concurso de poesias do IHB, na
modalidade trovas.
Estão todos convidados a se envolverem nestas altas vibrações,
onde a frequência se eleva a partir de nossa conexão com esta
terapeutica dinamizada, sob a égide de nosso querido Samuel
Hahnemann.
Parabéns Instituto Hahnemanniano do Brasil e toda família de
Homeopatas que ao longo desses 164 anos, se vincularam a Casa
de Homeopatia mais querida do Brasil.

Muito grata a todos!


Dra. Jane Azevedo
ARTIGO: CONCEPÇÕES DE SAÚDE-DOENÇA-CUIDADOS

ARTIGO

CONCEPÇÕES DE SAÚDE-DOENÇA-CUIDADOS

Dra. Denise Espiúca Monteiro

A comunicação na prática homeopática: como a racionalidade


homeopática se expressa na comunicação entre médico e
paciente? Dissertação de Mestrado, Capítulo 4 Resultados e
Discussões, fragmento adaptado – Instituto de Medicina Social
UERJ, 2015

Se o médico souber adaptar o que existe de


curativo nos medicamentos ao que descobriu
de indubitavelmente mórbido no doente e
adaptar ao doente o medicamento [...] e
finalmente souber reconhecer os obstáculos ao
restabelecimento em cada caso e for hábil para
removê-los de modo que este seja
permanente, terá compreendido a forma
racional de curar e será um verdadeiro médico.
Será também um conservador da saúde se
conhecer as causas que perturbam a saúde,
originando as doenças e souber afastá-las das
pessoas sadias (HAHNEMANN, 2007,
parágrafos 3 e 4, p. 1-2).

Os conceitos de saúde, doença, cuidado e cura são distintos


para a homeopatia e para biomedicina. A homeopatia entende as
enfermidades como alterações na saúde do corpo&mente
desencadeadas pelo desequilíbrio vital e expressas pelas
alterações de sensações e funções (HAHNEMANN, 2006). A
biomedicina trabalha com o conceito de saúde como ausência de
doença, centrado na relação entre normal e patológico
ARTIGO: CONCEPÇÕES DE SAÚDE-DOENÇA-CUIDADOS

¹ Este material, adaotado para publicação pela autora, é extraído de pesquisa


exploratória, predominantemente qualitativa com componente quantitativo, que
investigou as práticas comunicacionais na relação médico-paciente, apresentada como
requisito para titulação de Mestrado em Saúde Coletiva IMS/Uerj. Buscou-se ampliar a
compreensão sobre processos sociais ainda pouco explorados através da análise das
narrativas desenvolvidas na consulta homeopática, concebendo que “o material
privilegiado de comunicação na vida cotidiana é a palavra” e que “as narrativas são
estruturas cognitivas que podem dar acesso às subjetividades das experiências pessoais
dos indivíduos” (BAKHTIN, 1981, p. 36)

(CANGUILHEM, 2009), enfatizando o componente orgânico


anátomo-patológico, gerando uma organização da atuação médica
focada em sintomas, sinais e resultados de exames a serem
classificados, na produção do diagnóstico de doença/lesão, que
orienta sua terapêutica (CAMARGO JR., 2010).

A concepção de saúde-doença-cuidado adotada pela filosofia


homeopática considera uma perspectiva multicausal dos
fenômenos, compreendendo que a doença não está apartada do
indivíduo adoecido e do contexto social em que este está inserido.
Sua concepção vitalista entende a doença como um fenômeno
social total. As causas do adoecimento extrapolam o modelo
biológico, pois inscrevem o ser humano em todo contexto
vivencial, sendo sua expressão sintomática indicativa não apenas
do desequilíbrio orgânico como também das relações
estabelecidas com o meio ambiente e o agir a vida em sociedade,
com ênfase na família, trabalho, lazer e religião (MARTINS, 2003).

Representações sociais sobre doenças que atribuem


importante valor simbólico e lógico aos medicamentos são
compartilhadas pela população em geral. Se para os pacientes
atendidos pelo modelo da biomedicina estar em processo de
investigação diagnóstica através de exames e encaminhamentos a
especialistas é estar em tratamento, o que já significa a própria
terapêutica (LUZ, 1996), a sobrevalorização da técnica em
detrimento da experiência do paciente, pode conduzir a uma
contínua busca por cuidado e atenção. Observemos o que diz D.
Hortênsia que busca atendimento para “controlar” suas crises de
ARTIGO: CONCEPÇÕES DE SAÚDE-DOENÇA-CUIDADOS

ansiedade associadas aos problemas da vida, referindo que outras


tentativas de tratamento foram frustras, dando a entender que
sem a ajuda de medicamentos este controle não é possível:

- P: Eu não era assim, era controlada. Agora eu estou nervosa, não consigo me
controlar, e os problemas da vida [...].Já fui a médico, já falei e o que eles dizem é
que eu tenho que controlar isso, mas como é que eu vou controlar? Eu não consigo
sozinha controlar um troço desses, aí passam remédio, mas nenhum deu jeito. (D.
Hortênsia).

A associação dos adoecimentos a distúrbios emocionais


decorrentes de dificuldades no seio da família, trabalho e
mudanças de vida em sociedade, esteve presente de forma
explícita em sete das oito consultas analisadas, como discriminadas
abaixo:

- P: Eu não consigo dormir, muita ansiedade [...]. Isso começou no ano passado depois que
me separei. (D. Hortênsia).
- P: Essas crises de enxaqueca tenho desde que estava grávida de meu filho mais velho que
já está com 28 anos. Eu estava muito tensa, foi uma gravidez muito conturbada, eu não
esperava essa gravidez, meus pais não aceitaram muito. (D. Margarida).
- P: É uma agonia que me dá vontade de sair correndo. Eu voltei [residiu fora do país] tem
dois anos e morei lá por 18 anos. Acho que comecei a sentir isso depois da mudança já
estando lá há uns três anos. (D. Rubi).
- P: Tem as dores musculares, elas acontecem devido ao meu nervoso. Eu lembro quando
minha mãe faleceu que eu não sentia minhas pernas, quando eu sinto uma emoção muito
forte me dói os músculos, fica tudo dolorido, parece que eu corri, corri, corri. (D. Ametista).

A análise da queixa principal da consulta e dos diagnósticos


apresentados pelos pacientes por ocasião do primeiro
atendimento revela que "sintomas mal definidos", (em alguns
casos associados a queixas específicas), estão entre os principais
motivos que levaram os pacientes a buscar atendimento
homeopático. Vejamos alguns exemplos:

-P: É uma agonia, uma coisa dentro de mim. Eu determino fazer uma coisa prá mim, eu vou
começo a fazer, mas dá três dias, eu já perdi a vontade.
ARTIGO: CONCEPÇÕES DE SAÚDE-DOENÇA-CUIDADOS

-M: E quando foi que isso começou?


-P: Ah, isso começou no ano passado depois que me separei. (Dra Dália e D. Hortênsia).
-M: O que a traz aqui hoje?
-P: Estou com o sistema nervoso abalado [...]sinto falta de ar, o meu fôlego não completa,
a minha respiração fica cortada e ultimamente estou tendo insônia, um sono sem
qualidade. (Dra Safira e D. Ametista).

Nos enunciados dos pacientes desta amostragem, a


Homeopatia foi procurada com o intuito de cuidar de sofrimentos
crônicos para os quais outros recursos terapêuticos previamente
empregados foram pouco eficazes, como também para aliviar
queixas por eles nomeadas como “falta de ânimo”, “falta de
vontade para realizar as tarefas do dia-a-dia”, “não sentir o corpo
estruturado”, “não reconhecer a si mesmo”, ou para o tratamento
de distúrbios considerados “neurovegetativos” pelos profissionais
de saúde anteriormente consultados, como exemplificado pela fala
de D. Rubi:

- P: Eu fui muitas vezes a médicos, fiz exames, nunca dava nada,..., [...]. Chegaram a
conclusão que eram os nervos, distúrbios neurovegetativos, e que eu tinha que controlar
[...],fiz tratamentos e não adiantaram nada.
(D. Rubi).

O sincretismo reportado por Luz (2012), entre as


racionalidades biomédica e homeopática no cotidiano das práticas
de atenção a saúde, levando a formas híbridas de atenção, pode
ser verificado na totalidade das consultas analisadas, apontando
para a o uso terapêutico de ambas quando se trata de buscar alívio
para males e queixas crônicas.

-P: Graças a Deus há pouco tempo encontrei um médico que me pediu um exame de
sangue que diagnosticou que eu não tinha colite e nem nenhuma dessas baboseiras que
eles [outros médicos consultados] falavam, e sim uma séria alergia ao glúten e também a
lactose. [...] Estou aqui com exame para que você possa constatar. [...] Eu dei graças a Deus!
[...] Foi então que comecei um tratamento sério com uma outra médica que me
orientaram[...], que disse que eu perdesse o medo[da doença] e que me encaminhou a
uma nutricionista. Ela fez uma dieta para mim [...] mas perdi muito peso e massa muscular
e agora estou esperando ir a um cardiologista para que ele me poder me liberar para fazer
exercício e tal. [...] Esses tratamentos que tem por aí, eu não sou muito apaixonada por
medicamentos, sempre ataca alguma outra coisa, e aí eu queria que você cuidasse de mim
ARTIGO: CONCEPÇÕES DE SAÚDE-DOENÇA-CUIDADOS

nesse ponto com a Homeopatia. Cuidasse desse emagrecimento bruto que tive, tá vendo?
A carne da gente fica né,...,?! Perde muita força. (D. Esmeralda).

D. Esmeralda expressa seu desejo de ser “cuidada” pela


Homeopatia. Ser cuidada pela Homeopatia para D. Esmeralda é
não ser atacada pelos medicamentos. Mas ser cuidada é também
saber o que tem, ser diagnosticada e tratada. Ser acolhida,
atendida por médicos que a façam perder o medo – o medo da
vida e de morrer – como o médico que ao invés de lhe dizer
baboseiras, a diagnosticou, e a biomédica com quem começou um
tratamento sério, provavelmente pelo vínculo de confiança
estabelecido durante a consulta. Ela segue com melhoras depois
de procurar a nutricionista indicada pela médica, e agora procura
atendimento homeopático em busca de um medicamento que lhe
recupere (e não solape) as forças.

Como D. Esmeralda, inúmeros pacientes que procuram


atendimento homeopático, desejam evitar o uso indiscriminado de
medicamentos químicos, principalmente os antibióticos e
antidepressivos, e supõe que a Homeopatia seja desprovida de
efeitos colaterais. Devido à recorrência de doenças, optam por
tratamento que estimule e fortaleça o organismo frente às
agressões. Entendem o tratamento homeopático como alternativo
a drogas “fortes” que causam dependências ou “deixam dopadão”
como expresso pela acompanhante de uma das pacientes,
inclusive alcunhando o medicamento homeopático de
“remedinho”. A associação a um “bálsamo” sem contraindicações,
capaz de proporcionar alívio para as agruras e tensões da vida,
também foi encontrada, como conta D. Ametista:
ARTIGO: CONCEPÇÕES DE SAÚDE-DOENÇA-CUIDADOS

- M: Você já tomou remédio homeopático?


- P: Sim, numa época que meu marido esteve desempregado e eu larguei o artesanato para
fazer faxina que dava mais dinheiro e quando minha patroa me pegava chorando me dava
das bolinhas dela,...,
- M: E melhorava?
- P: Sim, um bálsamo! Dava uma certa paz “o remédio da mágoa”[SIC].
(Dra Safira e D. Ametista).

As duas racionalidades têm em comum o fato de perceber “a


experiência de estar doente” como uma situação de estresse
orgânico, onde ocorre uma luta do organismo contra “agentes que
o atacam” ou “forças que o desequilibram”, porém se para a
biomedicina doença e lesão estabelecem uma relação de
equivalência, para a homeopatia estar doente ultrapassa o
mensurável. Estar doente é também impedimento de exercer as
tarefas do dia-a-dia, pois mesmo sem que desordens orgânicas
possam ser verificadas e quantificadas, a falta de ânimo, ligada ao
afeto e a volição, frustra um salutar modo de viver. É o caso de D.
Hortênsia:

- P: Tudo que eu faço agora é por obrigação. Sem vontade, tudo o que penso em fazer é
momentâneo, aí já não tenho mais a vontade, o ânimo, o querer. Eu não era assim, bate
aquele desânimo, sei lá. Eu me pergunto o que está acontecendo comigo. (D. Hortênsia).

O ser doente é não só aquele que padece o adoecer


funcional/lesional como também aquele que ressente redução de
suas capacidades, e sofre com as dificuldades a serem enfrentadas
e as mudanças que fazem parte deste processo e que exigem do
organismo crises adaptativas.

- P: Trabalho, faculdade, perdi o gosto para tudo. Não tenho mais paciência para o trabalho.
Eu posso até fazer as coisas que tenho em mente, mas dá três dias eu paro,..., E aí eu não
realizo nada.(D. Hortênsia).
ARTIGO: CONCEPÇÕES DE SAÚDE-DOENÇA-CUIDADOS

Segundo Capazzolo (2003), de 30 a 50% da demanda do


clínico geral no atendimento primário, é de pacientes com queixas
que não se enquadram em nenhum quadro nosológico, com
sintomas puramente psíquicos ou psicogênicos, reflexo de um mal-
estar coletivo que se poderia definir como biopsíquico. É o caso de
D. Rubi que sente tantas coisas, ao mesmo tempo, que tem até
vontade de “sair correndo”.
- P: Eu sinto muitas coisas ao mesmo tempo, tem dia que estou bem, tem dia que estou
horrível [...]. Acordo na madrugada passando mal, sinto calor aqui dentro, o estômago
parece que aperta e aí vem vontade de vomitar, ir ao banheiro, as mãos geladas, tremendo,
é uma angústia que dá vontade de sair correndo prá rua. [...] Fico muito nervosa. (D. Rubi).

Se a anamnese dirigida aos sinais e sintomas da doença segue


uma agenda fragmentadora do sujeito, uma anamnese menos
diretiva valoriza o relato espontâneo criando um espaço de
(re)encontro de subjetividades na díade relacional. Quando isso
ocorre pode promover auto-observação e reflexão, numa
construção de sentido que muitas vezes provoca confissões, como
no caso de D. Rubi ilustrado abaixo:

- P: Acordo na madrugada passando mal, sinto calor aqui dentro, o estômago parece que
aperta e aí vem vontade de vomitar, de colocar tudo prá fora. Vou ao banheiro, as mãos
geladas, às vezes vomito, mas não sai nada, só uma gosma branca. [...] Fico muito nervosa.
- M: [...] Nervoso? Conta prá mim como é esse nervoso.
- P: É uma angústia É uma agonia que me dá vontade de sair correndo, muitas vezes me
deu vontade de me jogar na frente do primeiro carro.
- M: E o que passa pela sua cabeça nesse momento da agonia?
- P: Que eu vou morrer [...].Eu fico sem forças prá nada, fico assim jogada, largada. (Dr.
Jaspe e D. Rubi).
ARTIGO: CONCEPÇÕES DE SAÚDE-DOENÇA-CUIDADOS

“Largada da vida” ou largando-se da vida ao pensar em se


atirar na frente do primeiro carro para “dar fim a agonia”? A
“confissão” de D. Rubi tornou mandatório avaliar frente ao que foi
revelado, sua ideação e potencial risco suicida como componente
de um quadro depressivo e não mera e eufemisticamente “um
distúrbio dos nervos”.

Outro tema que emergiu foi o dos exames complementares.


Na totalidade das consultas foi possível observar que apropriados
do discurso científico, os pacientes buscam esclarecimento por não
compreender o porquê dos exames não revelarem seu mal estar
ou ainda (se) indagando como embora tratados adequadamente,
seus exames não apontam melhora, como no caso de D.
Esmeralda.

- P: Aqui estão os meus exames. Você está vendo aí. O que os médicos nunca entendem é
como embora eu tenha uma vida regrada, uma dieta, não gosto de doces, não sou chegada
a me empanturrar, não gosto de frituras, não uso isso, meu LDL dá picos altos. Acho que
deve ser por causa da minha agitação. Mas tá aí, não tenho pressão alta, não tenho glicose
alta, nada de diabetes ou hipertensão. Esse outro exame aqui é da parte abdominal, ele
mostra um cisto. (D. Esmeralda).

Em três das oito consultas, (inclusive na única que não havia


uma associação das queixas orgânicas a problemas da esfera
psicossocial e a patologia tinha indicação cirúrgica), os exames
ficaram guardados ou esquecidos em casa. Como explicitado
abaixo:

- P: Fiz uma USG do abdômen que mostrou a gordura no fígado,e com um cisto também,
mas já estou sendo encaminhada para cirurgia [...], o que eu quero tratar é esse problema
no fígado[...], eu estou tomando remédio., e a doutora passou dieta e um medicamento, e
estou tomando outro que comprei por minha conta. [...]Mas é de ervas e também para o
fígado não lembro o nome agora. Tomo esses dois. Eu esqueci de trazer o ultrassom [grifo
nosso]. (Dr Jaspe e D. Turmalina).
ARTIGO: CONCEPÇÕES DE SAÚDE-DOENÇA-CUIDADOS

No caso de D.Turmalina, chama a atenção o uso da


metonímia - “esqueci de trazer o ultrassom” – interpondo a
consulta, não apenas o resultado de seus exames, mas o artefato
tecnológico que os produz. Alguns pacientes conjeturam substituir
medicamentos alopáticos pelos homeopáticos, como se houvesse
uma correspondência direta entre seus efeitos. Desejam eliminar
alguns sintomas das doenças dispondo de medicamentos
homeopáticos. Ainda na consulta de D. Turmalina, podemos
observar o uso associado de medicamentos prescritos por médico
a outros oriundos da automedicação com remédios da “flora”.
Cabe ao médico homeopata conhecer sobre o grau de lesão, que é
considerado para a diagnose e terapêutica. Entretanto, como se
pode aferir, D. Turmalina, pouco sabia informar sobre a gravidade,
ou não, do seu problema no fígado, que desejava tratar. Apenas
que havia um cisto a operar.

No exemplo transcrito abaixo, o emprego de tecnologias


“armadas” estaria justificado para uma elucidação do quadro de
constipação severa (quinze dias sem evacuar!) assim como uma
melhor investigação da história familiar e biopatográfica da
paciente. Vejamos:

- M: Sente alguma dor no estômago?


- P: Sim, um pouco.
- M: Gases? E o intestino?
- P: Preso, eu vou muito pouco ao banheiro.
- M: Com que frequência?
- P: Em média de 15/15 dias, às vezes levo um mês, já fui até a médico para ver isso, ele
passou um remédio mas não adiantou,...,
- M: De 15 em 15 dias! E como são as fezes?
- D. Hortênsia: Duras.
- M: Grandes ou pequenas?
- P: Grandes.
- M: Dói para evacuar?
- P: Dói.
- M: Sai sangue?
- P: Não.
- M: Você sente vontade ou nem vontade você tem?
- P: Às vezes sinto vontade, em outras fico forçando.
(Dra Dália e D. Hortênsia).
ARTIGO: CONCEPÇÕES DE SAÚDE-DOENÇA-CUIDADOS

Na Homeopatia, a doença é entendida como desequilíbrio da


energia vital, cabendo promover reequilíbrio orgânico e não
apenas eliminar ou mascarar os sintomas nosológicos. Para o
prático homeopata deve-se evitar utilizar uma diversidade de
medicações “sintomáticas”, e sim colaborar para recuperação da
saúde em seu sentido ampliado, com o mínimo de medicamentos,
evitando induzir a agravação do processo de adoecimento e
sofrimento (HAHNEMANN, 2006).

- A: E esse “remedinho” que ele [o homeopata por ela consultado] passou para mim, é bom
mesmo? Um dia antes vai fazer efeito? Eu disse para ele que era então como a Ritalina, e
ele disse que não tinha nada a ver.
- M: Não vai te dar efeito colateral algum, mas o que pode acontecer é que como ele está
fazendo um remédio para o teu sintoma, o sintoma depois voltar, e a cura não ser muito
duradoura. [...] O objetivo é conseguir deixar a pessoa equilibrada e com um remédio só,
melhorar a imunidade.
- P: Ah é? Ad eternum?
- M: Pelo menos 2vezes/semana, depois 1vez/mês, depois a cada 6 meses. Não é ad
eternum não, depende da pessoa. A homeopatia é a medicina da pessoa, do ser humano
como um todo, então só vou medicar se houver necessidade[grifo nosso]. (Dr Jaspe e D.
Ágata).

Observamos que talvez pela primazia de uma anamnese


individualizante, prevalece o emprego de tecnologias leves em
todas as consultas. Esta “dinâmica terapêutica”, ao não se
restringir por diagnósticos nosológicos e patológicos, pode
permitir tornar o paciente um colaborador, numa relação
construtiva que avance para o incentivo à auto-observação e a
negociação compartilhada de sentidos e cuidado.

- M: A Senhora não tem muitos sintomas, a não ser aquela dor de cabeça quando come um
pouco mais de gorduras e a dor, desconforto na barriga [...] e aí vamos reajustando a
fórmula a partir da segunda consulta de acordo com o que a Senhora me contar da
evolução. A Senhora vai me dizer, olha doutor eu melhorei, a dor passou um pouquinho,
aquele sintoma que eu estava sentindo quando comia aliviou, a dor de cabeça quando eu
comia gordura melhorou,..., E aí a gente vai ajustando a fórmula de acordo como a Senhora
vai ficando.(Dr. Jaspe).

Além dos fatores supracitados, outro tema que emergiu na


“itinerância por saúde” foi a (in)disponibilidade de serviços
ARTIGO: CONCEPÇÕES DE SAÚDE-DOENÇA-CUIDADOS

públicos e acesso a seguro de saúde. Pinheiro (2001) elenca entre


as dificuldades encontradas para utilizar os serviços de saúde e
obter atenção integral, a organização do atendimento, a
disponibilidade dos profissionais e a capacidade dos serviços em
absorver as demandas e necessidades da população (PINHEIRO,
2001). Estas comprometem a formação de vínculos terapêuticos e
adesão ao tratamento no cotidiano do cuidado em prática,
independentemente da racionalidade médica escolhida.
Através dos relatos de D. Violeta, D. Margarida e D. Esmeralda nos
deparamos com alguns fatores que limitam o atendimento das
necessidades de saúde da população. Vejamos:

- P: Tratei por uma temporada na clínica médica da homeopatia só que lá eles atendiam
através de plano, e quando não tive mais cobertura, tive que parar. Desde lá nunca mais
tive um clínico geral. (D. Violeta).
- M: E você já tomou homeopatia alguma vez?
- P: Não doutora, eu cheguei a ir a outro médico,..., ele é psiquiatra, mas deixei de ir porque
de três em três meses ele pedia um eletro, e fazia uma medicação. Eu não tive condição
de continuar o tratamento, mas durante o tempo que usei o medicamento não tive a crise.
(Dra. Dália e D. Margarida).
- P: Graças a Deus há pouco tempo encontrei um médico que me pediu um exame de
sangue que diagnosticou que eu não tinha colite e nem nenhuma dessas baboseiras que
eles falavam e sim uma séria alergia ao glúten e também a lactose [...]. Foi muito Floratil
que eu tomei,...,e me tratando hem? Não só no SUS, particular também. Esse que
descobriu, eu só interrompi porque ele viajou para os EUA. (Dra. Safira e D. Esmeralda).
ARTIGO: CONCEPÇÕES DE SAÚDE-DOENÇA-CUIDADOS

D. Violeta procurara a Homeopatia para se tratar de uma


diarreia que a molestava desde a morte traumática de seus
sobrinhos, e teve que interromper o tratamento “particular”,
explicitando um dos recursos utilizados pela população para lidar
com a precarização dos serviços públicos de assistência à saúde –
o uso de clínicas populares ou credenciadas a planos/seguros de
saúde.

Entretanto, mesmo que o direito de atenção a saúde


assegurado pelo SUS seja contemplado, as idas regulares ao
médico, incluindo custos com locomoção, realização de exames e
aquisição de medicamentos, dificultam e/ou inviabilizam
continuidade terapêutica. Como relatado por D. Margarida que
não teve condições financeiras de manter os custos do tratamento
psiquiátrico bem sucedido que realizava para enxaqueca crônica.
Já D. Esmeralda, penalizada pela saída do médico do serviço, se viu
obrigada a trocar de profissional depois de ter encontrado um que
a diagnosticou e tratou adequadamente após vinte anos (!)
buscando solução para seu problema de saúde.

A superespecialização, acompanhando o progresso da


tecnologia e o fenômeno da medicalização da sociedade pode
fazer com pacientes visitem diversos profissionais para o
acompanhamento de determinado transtorno, sem elucidação
nem alívio das queixas/sintomas.

A compreensão sobre como as pessoas e os grupos sociais


interpretam, nomeiam, vivenciam e produzem respostas no
enfrentamento das situações colocadas pela doença, como
realizam escolhas e aderem ou não aos tratamentos, ou seja, como
constroem seus itinerários terapêuticos, é fundamental para
orientar as práticas em saúde.

Procurado por pacientes de todas as classes sociais, o


ambulatório Professor Kamil Curi, ou simplesmente, o Ambulatório
ARTIGO: CONCEPÇÕES DE SAÚDE-DOENÇA-CUIDADOS

do IHB recebe pacientes oriundos tanto da assistência pública


quanto da assistência privada. Seus serviços de assistência são
divulgados pelos pacientes beneficiados, pelos alunos do curso de
formação, e profissionais voluntários. A facilidade de
agendamento, a flexibilidade com que os médicos disponibilizam
marcações e os preços populares cobrados aos que possuem
condição de pagamento, contempla parte da população e colabora
para o acesso.

Atitudes e espaço de encontro intersubjetivo no exercício de


uma prática para saúde que se apóie na tecnologia, mas não se
restrinja a ela, está no interstício do discurso dos pacientes que
buscam a racionalidade homeopática.

A concepção do processo saúde-doença-cuidado na prática


homeopática fundamentada na singularidade do ser humano
enfatiza a compreensão dos sentidos do adoecimento. Os
processos de adoecer, melhorar (ou piorar), lidar (ou não
conseguir lidar) com a doença, podem ser compreendidos através
das narrativas e gerar opções de diagnóstico, e terapêuticas
individualizadas.

A doença é uma experiência significativa. Para ser


apreendida, necessita que se identifiquem como é vivenciada e
quais as expectativas que suscita sobre a atenção a ser recebida
(KLEINMAN, 1980).
A doença, sendo senão uma condição peculiar não consegue falar sua própria história,
enquanto o paciente sofrendo dela consegue sozinho dar uma consideração da sua doença
por meio de vários sinais de sua saúde desordenada, dos sofrimentos que ele sente, dos
sintomas dos quais pode se queixar, e por meio das alterações que nele são perceptíveis
aos sentidos. (HAHNEMANN, 2006, p. 682).

Da narrativa dos itinerários percorridos emerge a crítica à


atenção recebida: seletiva, fragmentada, “rotuladora”, reiterando
Caprara et al. (2001): quando o nome da doença prevalece, o
sentido atribuído pelo doente é silenciado. Se considerarmos que
ARTIGO: CONCEPÇÕES DE SAÚDE-DOENÇA-CUIDADOS

diversos problemas de saúde são desencadeados por


determinantes psicossociais, uma “itinerância” de profissional em
profissional torna o médico, ele próprio, motivo de angústia,
dúvida e inquietação.

Se muitas doenças têm início em situações difíceis, como


processos de luto, desemprego, crises conjugais, entre outras, e a
persistência dessas situações pode agravá-las, uma boa
capacidade de escuta e diálogo revela-se essencial para acolher e
estimular ao sujeito a reconhecer os reveses e obstáculos a serem
ora suportados ora superados. A melhora e/ou a recuperação da
saúde também estão inseridas num contexto de apreensão de
novas formas (menos danosas e sofridas) de lidar com as situações
traumáticas da vida.

Os pacientes chegaram para atendimento com diversos (e


frustros) tratamentos instituídos. A satisfação de pacientes
tratados ou em tratamento homeopático demonstrou ser o
principal veículo de divulgação desta terapêutica, confirmando que
a propagação “boca-a-boca” pelos pacientes motivados pelo
sucesso terapêutico e pela qualidade da atenção recebida durante
o tratamento homeopático promove sua divulgação e sustenta sua
prática. (LUZ, 2005; ROSEMBAUM, 2006).
ARTIGO: CONCEPÇÕES DE SAÚDE-DOENÇA-CUIDADOS

REFERÊNCIAS
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sociológico na ciência da linguagem. 2.ed. São Paulo: Hucitec, 1981.
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CARVALHO, M. C. V. S.; LUZ, M. T. Práticas de saúde, sentidos e significados construídos:
instrumentos teóricos para sua interpretação. Interface - Comunic., Saúde, Educ.
Botucatu, v. 13, n. 29, p. 313-326, abr./jun. 2009.
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contribuições epistemológicas para a crítica do modelo biomédico. Cienc. Saúde Coletiva.
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HAHNEMANN, S. Escritos menores. São Paulo: Organon, 2006.
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KLEINMAN, A.; EISENBERG, L.; GOOD, B. Culture, illness, and care: clinical lessons from
anthropological and cross-cultural research. Ann Intern Med, v. 88, p. 251-88, 1978.
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LUZ, M. T. Cultura contemporânea e medicinas alternativas: novos paradigmas em saúde
no fim do século XX. Physis: Rev. Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v. 15, supl., p. 145- 176,
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MARTINS, P. H. Contra a desumanização da medicina: crítica sociológica das práticas
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PINHEIRO, R. As práticas do cotidiano na relação oferta e demanda dos serviços de saúde:
um campo de estudo e construção da integralidade. In: PINHEIRO, R.; MATTOS, R. (Org.).
Os sentidos da integralidade na atenção e no cuidado à saúde. Rio de Janeiro: IMS-UERJ,
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ROSEMBAUM, P. A Entre arte e ciência: fundamentos hermenêuticos da medicina
homeopática. São Paulo: Hucitec, 2006. 277p.
ARTIGO: O AUMENTO DOS CASOS DE HERPES DURANTE E APÓS A PANDEMIA DA COVID 19:

ARTIGO

O AUMENTO DOS CASOS DE HERPES DURANTE E APÓS A


PANDEMIA DA COVID 19:

Dra. Juliana Carreiras Dias


Médica especialista em Homeopatia
Dr. Silvio Sandro Cornélio
Cirurgião-Dentista, Mestre em Fisiopatologia Clínica e
experimental. Especialista em Homeopatia e Terapia
Ortomolecular

Introdução
Durante a Pandemia da COVID 19 aumentaram os casos de Herpes
muito provavelmente associado ao acometimento imunológico da
doença. Não obstante, após a vacinação contra a COVID 19,
surgiram novos relatos sobre a reativação do vírus tanto em
indivíduos vacinados que não tiveram a doença anteriormente,
como para indivíduos vacinados que já haviam testado positivo
para a infecção do vírus.

A diferença entre as infecções está basicamente no vírus


causador. Enquanto o Herpes Zoster é causada pelo vírus varicela-
zóster (VZV), a simples é causada pelo vírus herpes simples tipo 1
(HSV-1), muito comum nos lábios; e tipo 2 (HSV-2), que se
manifesta nos genitais e é sexualmente transmissível.

Atualmente o acometimento do Herpes Zoster (HZ)


aumentou e existem publicações associando essa possível alta de
casos à vacinação contra a COVID e/ou a pacientes que tiveram
COVID. Em um trabalho sobre o aumento do número de casos de
Herpes Zoster no Brasil relacionados à pandemia de COVID-19, os
autores comparam o diagnósticos de Herpes Zoster no período
pré-pandêmico com o pandêmico, concluindo que o número de
ARTIGO: O AUMENTO DOS CASOS DE HERPES DURANTE E APÓS A PANDEMIA DA COVID 19:

novos casos de Herpes Zoster tem aumentado em todas as regiões


brasileiras. A associação entre HZ e COVID-19 é desconhecida até
o momento, mas foi observado um aumento nas infecções por HZ
durante o surto de COVID-19 (LLAMAS-VELASCO ET AL., 2020).

A infecção por COVID-19 pode causar alterações nos níveis


de leucócitos, resultando em uma diminuição na contagem de
células, principalmente de células T CD4 + , células T CD8 +, células
B e células natural killer ( TARTARI ET AL., 2020 ). A interferência do
SARS-COV-2 na desregulação do sistema imunológico associada ao
estresse físico e mental pode ser um dos fatores envolvidos na
reativação do Varicela Zoster Virus (VZV) (PONA ET AL., 2020)

Embora seja principalmente um vírus respiratório, o COVID-


19 pode causar uma variedade de manifestações mucocutâneas
em pessoas de todas as faixas etárias. A infecção por COVID-19
pode desencadear a reativação do HSV latente, regulando
positivamente a expressão de genes líticos e apoiando a
progressão anterógrada dos vírus ativados em direção aos tecidos
epiteliais. A desregulação imunológica relacionada ao COVID-19, o
estresse psicológico, a febre e os efeitos neuronais diretos
desempenham um papel na ativação de diferentes processos
celulares que resultam no aumento da expressão lítica do HSV e na
reativação do vírus. A reativação do herpes simples em pacientes
com novos sintomas respiratórios pode servir como uma nova
pista para as infecções emergentes por COVID-19.
(SHANSHAL,2021)

Em relação as manifestações clínicas da Herpes simples


labial, vários estudos têm mostrado a possibilidade de surto de
infecções oportunistas, especialmente, coinfecções fúngicas,
propícias durante a contaminação com o vírus da COVID 19.
Consequentemente, alguns fatores de risco podem desempenhar
um papel, incluindo linfocitopenia, internação em unidade de
terapia intensiva, ventilação invasiva ou não invasiva, uso de
ARTIGO: O AUMENTO DOS CASOS DE HERPES DURANTE E APÓS A PANDEMIA DA COVID 19:

corticosteroides e antibióticos de amplo espectro, idade avançada


ou condição imunocomprometida. As lesões exantemáticas podem
estar ligadas à etiologia viral, por exemplo, doença mão-pé-boca,
estomatite herpética recorrente (afetando tecido queratinizado) e
eritema multiforme (afetando tecido queratinizado e não-
queratinizado) que podem ser desencadeados por vírus direto
invasão. (ZARCH,2021)

Estatística
Em seu estudo sobre a relação entre a COVID 19 e o Herpes
Zoster, Maia, 2021 comparou os dados do Sistema Único de Saúde
(SUS) sobre o número de diagnósticos de Herpes Zoster de março
a agosto de 2017 a 2019, com o mesmo período de 2020, nas cinco
regiões brasileiras (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste).
Os dados foram extraídos do banco de dados público (DATASUS)
do Ministério da Saúde do Brasil. Os dados mostraram um
aumento no número de diagnósticos de Herpes Zoster ao longo
dos anos e o impacto negativo da doença COVID-19, revelando um
aumento médio correspondente a mais 10. 7 casos por milhão de
habitantes durante a pandemia em todas as regiões brasileiras.
Portanto, embora a associação entre HZ e COVID-19 não esteja
bem estabelecida, observamos neste estudo um aumento de casos
de HZ durante a pandemia de COVID-19, o que sugere uma
correlação entre essas doenças. (MAIA, 2021)

Fisiopatologia
Herpes zoster (HZ) é uma doença localizada que resulta da
reativação de uma infecção endógena do vírus varicela-zoster
(VZV) que persistiu de forma latente nos gânglios sensoriais após
um ataque anterior de varicela. A incidência e a gravidade do HZ e
suas complicações aumentam com o avanço da idade, e isso está
temporariamente associado a um declínio relacionado à idade na
imunidade mediada por células (CMI) ao VZV. Informações sobre o
local celular e o mecanismo de latência do VZV e sobre os eventos
que se seguem à reativação parecem explicar muitas das
ARTIGO: O AUMENTO DOS CASOS DE HERPES DURANTE E APÓS A PANDEMIA DA COVID 19:

características clínicas do HZ e fornecer uma base fisiopatológica


para a presunção de que a imunidade ao VZV desempenha um
papel crítico na limitação da frequência e das consequências de
reativação do VZV. A estreita correlação temporal entre o declínio
do CMI específico do VZV e o aumento da frequência e gravidade
do HZ e suas complicações em indivíduos mais velhos sugere que
o HZ pode realmente se desenvolver porque o CMI específico do
VZV cai abaixo de algum limite crítico. (OXMAN,1995)

O vírus herpes simplex humano é de dois tipos. O vírus herpes


simplex tipo 1 é geralmentetransmitida oralmente. A Organização
Mundial da Saúde estima que 3,7 bilhões de pessoas sob ade 50
anos estão infectados com o vírus herpes simplex tipo 1 [1]. Os
sintomas do herpes aparecem comovesículas dolorosas, bolhas e
feridas na área da infecção. Medicamentos antivirais
(aciclovir,famciclovir e valaciclovir) não fornecem uma cura
completa, mas aliviam os sintomas ereduzir as taxas de recaída. O
vírus do herpes coloniza as terminações nervosas e se integra ao
sistema genéticoaparelho de células nervosas. (VOLINSKI,2021)

Herpes pós COVID 19


A Herpes causa morbidade substancial e geralmente afeta
adultos mais velhos. Observamos inúmeros relatos de casos de HZ
em pacientes com COVID-19. A maioria desses casos de HZ ocorreu
semanas após o COVID-19 e teve uma apresentação típica. Houve
alguns casos com apresentações atípicas que são comumente
vistas em indivíduos imunocomprometidos. Considerando as
limitações na interpretação do relato de caso e com base nas
evidências atuais, não é possível determinar se a COVID-19
aumenta o risco de HZ. No entanto, existe uma possível base
biológica para um aumento no risco de HZ em pacientes com
COVID-19. Mais pesquisas na forma de estudos bem desenhados
são necessárias para avaliar essa associação. Os profissionais
devem estar cientes do possível aumento do risco de HZ durante o
ARTIGO: O AUMENTO DOS CASOS DE HERPES DURANTE E APÓS A PANDEMIA DA COVID 19:

período pandêmico e considerar medidas terapêuticas e


preventivas oportunas contra o HZ. (DIEZ DOMINGO, 2021)

Herpes pós-vacina
O Herpes Zoster não costuma aparecer após a administração
de outros tipos de vacinas. Segundo CHIU, 2021: Herpes zoster
following COVID-19 vaccine: a report of three cases, os autores
relatam que pode haver uma ligação entre a vacina COVID-19 e o
surgimento do HZ. Uma das razões é o curto atraso do início após
a vacinação. Os três pacientes estudados eram
imunocompetentes. O mecanismo é atualmente desconhecido
sobre como a vacinação COVID-19 induz HZ. A reativação do vírus
varicela zoster (VZV) é uma falha da resposta imune mediada por
células em manter o controle do vírus latente. Nos ensaios clínicos
e estudos laboratoriais anteriores, os pacientes que receberam a
vacina AZD1222 (vírus vivo), BNT162b2 (mRNA) e Moderna mRNA-
1273 não apresentaram sintomas sugestivos de imunossupressão.
É possível que a vacina cause certa imunomodulação que permite
ao VZV despertar da latência. A ativação do VZV em pacientes
vacinados com COVID-19 também pode estar relacionada ao
estresse físico, emocional e à alteração da imunidade induzida pela
vacina. Os autores discutem sobre relatos de casos crescentes
sobre o desenvolvimento de HZ após a vacina COVID-19 baseada
em mRNA, sendo o primeiro caso de HZ após a vacina baseada em
adenovírus. (CHIU,2021)

A homeopatia e o Herpes Zoster


A homeopatia está se tornando um dos principais formas
complementares de tratar problemas de saúde, especialmente
quando medicina convencional fornece apenas alívio limitado e
não resolve completamente o problema do paciente. A
intervenção homeopática demonstrou levar a uma redução
modesta, mas significativa, no uso de medicamentos comumente
usados para tratar diferentes alergias condições, mesmo quando
este emprego está associado com custos consideráveis .Em um
ARTIGO: O AUMENTO DOS CASOS DE HERPES DURANTE E APÓS A PANDEMIA DA COVID 19:

estudo, a eficácia de um medicamento homeopático complexo foi


surpreendentemente comprovado para prevenir a recorrência
incidências de herpes genital . A homeopatia, juntamente com
ervas chinesas e demais práticas integrativas, tem sido usado no
tratamento de diferentes condições de saúde, incluindo o Herpes.
(CARDINALI,2004)

Realizou-se um estudo quase-experimental, longitudinal e


prospectivo, no período de fevereiro a julho de 2017, em pacientes
atendidos no ambulatório de Dermatologia com infecção por
herpes simples oral ou genital, que constituíram o universo do
estudo. Por método aleatório simples, 62 pacientes foram
distribuídos em dois grupos de estudo: grupo A com 32 pacientes,
aos quais foi indicado o medicamento homeopático e grupo B
formado por 30 pacientes, aos quais foi indicado Aciclovir em
creme ou via oral, de acordo com a gravidade do quadro sintomas.
Obteve-se melhora total dos sintomas dolorosos e das lesões, com
menos de 72 horas de aplicação do tratamento homeopático, em
90,6% dos pacientes e o não aparecimento de recidivas em 100%
dos pacientes do grupo A nos primeiros três meses, em
comparação com o grupo B. Conclusões: Foi demonstrada a
eficácia do medicamento homeopático Natrum muriaticum 200 CH
na melhora dos sintomas e das lesões, bem como o não
aparecimento de recidivas nesta infecção. (CABRERA ,2020)

De forma geral, pelas características das lesões e pela


fisiopatologia das mesmas, Rhus Toxicodendron e Mercurius
solubilis podem fazer parte da maioria das prescrições. De forma
mais individualizada, alguns autores sugerem: Herpes labial:
Natrum muriaticum ; Herpes genital : Rhus toxicodendron, Sepia ;
Herpes zoster: Ranunculus bulbosus Herpes recidivante:
Arsernicum álbum.

Seguem ainda os seguintes medicamentos homeopáticos:


Mercurius solubilis: vesícula que evolui para supuração podendo
ARTIGO: O AUMENTO DOS CASOS DE HERPES DURANTE E APÓS A PANDEMIA DA COVID 19:

ter adenopatia satélite, herpes corneano e herpes genital.


Mercurius corrosivus: herpes corneano que evolui para ulceração.
Mezereum: erupção crostosa esbranquiçada com prurido. Sente
alívio ao coçar. Natrum muriaticum: medicamento de fundo a
escolher por suas características gerais, principalmente a língua
geográfica, alergia ao sol, necessidade de sal, agravamento a beira
mar e o caráter pouco comunicativo do paciente. Rhus
Toxicodendron: Vesícula em base eritematosa, prurido que
melhora com calor. Sepia officinalis: medicamento de fundo a
escolher por suas características gerais, principalmente as ondas
de calor, astenia matinal e o aparecimento das lesões,
especialmente as genitais, no período da menstruação. Borax:
Gengivoestomatite caracterizando a primeira infecção herpética.
Aftas muito dolorosas e que sangram com facilidade. Cantharis:
Estomatite herpética.

Vesículas brilhosas que podem confluir. Lesão de aspecto


flictenóide. Graphites: Herpes corneano. Erupção exsudativa
melicérica. Croton tiglium: Prurido intenso seguido por queimação
dolorosa. Vesículas que podem evoluir com pústulas. Herpes
genital e Zoster. Ranunculus bulbosus: Prurido intenso e
queimação, pior com contato. Vesículas que podem evoluir com
pústulas. Medicamento também usado no Zoster. Prunus spinosa:
Medicamento a escolher na nevralgia pós herpética do Zoster.
Ranunculus scleratus: Erupção vesicular, com tendência a formar
grandes vesiculas irritantes. Exsudação irritante com dor ao redor.
Rhus venerata: os sintomas cutâneos dessa espécie de Rhus são
mais graves. Vesicula e prurido que melhora com água quente.
Arsenicum album: Medicamento de fundo a escolher por suas
características gerais mas também usado para prevenção e no caso
de crises frequentes. Sempervivum tectorum: Sensação de
fisgadas. Medicamento utilizado na nevralgia pós herpética do
Zoster. (CAIRO, 1991; BOERICKE,1993; HORVILLEUR, 2003;
DEMARQUE D, 2009)
ARTIGO: O AUMENTO DOS CASOS DE HERPES DURANTE E APÓS A PANDEMIA DA COVID 19:

Suplementos nutricionais que auxiliam o tratamento da Herpes:


VITAMINA C. Baixos níveis plasmáticos de vitamina C foram
detectados em pacientes com NPH (Neuralgia pós herpética)
possivelmente devidos ao excesso de radicais livres de oxigênio
causados por uma infecção por varicela-zoster no estágio inicial. A
suplementação da vitamina C dentre outras funções, atuará no
mecanismo de compensação do organismo contra a ação deletéria
dos radicais livres. Vários observadores, incluindo Linus Pauling,
sugeriram que a vitamina C em altas dosagens é diretamente
virucida. Esta suposição foi baseada em estudos in vitro, onde
doses muito altas de vitamina C, na presença de cobre livre e/ou
ferro, tem atividade viricida, presumivelmente através da geração
de peróxido de hidrogênio e outras espécies radicais
(COLUNGA,2020; LIU,2020)

VITAMINA DO COMPLEXO B. Em vários casos de herpes oral


administração de 3 a 5 mg. a vitamina B 1 diária preveniu ou curou
as lesões, sendo a riboflavina e o ácido nicotínico inativos quando
testados em outras crises em um dos mesmos sujeitos. Resultados
igualmente bons foram obtidos em outros casos tratados com
comprimidos contendo 5 mg. vitamina B1, 5 mg. riboflavina, 25
mg. nicotinamida, 5 mg. vitamina B6e 25mg. pantotenato de d-
calciína, e nenhum sintoma desagradável ocorreu. Para profilaxia,
foram aconselhadas fontes naturais do complexo vitamínico B,
como preparações de levedura Estudos mostraram que a
administração de vitamina B12 melhorou a qualidade de vida dos
pacientes com NPH (neuralgia pós herética) com evidência de
qualidade moderada e diminuiu significativamente o número de
pacientes em uso de analgésicos. (BURKET,1942; WANG,2018).

ZINCO. Ensaios de laboratório mostraram a inativação de


isolados representativos de HSV-1 e HSV-2 por gluconato de zinco
e lactato de zinco. O isolado HSV-1 usado neste experimento foi
quase completamente inativado por 50 e 15 mM de gluconato de
zinco e lactato de zinco, mas a inativação foi de apenas 86 e 63%
ARTIGO: O AUMENTO DOS CASOS DE HERPES DURANTE E APÓS A PANDEMIA DA COVID 19:

por gluconato de zinco e lactato de zinco, respectivamente, em


uma concentração de 5 milímetros, o que comprova a efetividade
do Zinco no tratamento e controle da viremia nos casos de Herpes
Simples (ARENS,2000)

VITAMINA D. A vitamina D demonstrou ter um importante


papel imunomodulador e estar associada a várias doenças
infecciosas. Um estudo estabeleceu uma associação significativa
entre baixos níveis séricos de vitamina D e a presença de Herpes
labial recorrente. O estudo relatou níveis séricos médios de
vitamina D (25-hidroxivitamina D) de 23,8 ± 15,5 em pacientes com
Herpes Labial recorrente e 42,0 ± 26,3 no grupo controle, o que
evidencia o papel imunomodulador da vitamina D nessa virose.
(OZTEKIN,2019)

L-LISINA. Em um estudo piloto com 8 anos de seguimento,


ficou comprovado que o aminoácido L-Lisina, que não produzida
pelo corpo humano, teve um efeito significativo na redução da
incidência anual de herpes recorrente em 12 pacientes com 8 anos
de seguimento. Tal fato pode estar relacionado na interação com
cadeias dos ácidos nucleicos e demais mecanismos de defesa do
organismo, proporcionando maior defesa e resistência a exposição
ao vírus. (PEDRAZINI,2018)

VITAMINA E. Na Herpes ocorre um aumento de estresse


oxidativo, incluindo a produção de espécies reativas de oxigênio,
radicais livres e neuroinflamação. A forma mais biologicamente
ativa da vitamina E (VE) é o α -tocoferol (α -TOC). Nas membranas
celulares, α-TOC previne a peroxidação lipídica eliminando os
radicais livres e funcionando como um antioxidante. Foi
demonstrado que a suplementação com VE diminui a
imunossenescência, melhora a função imunológica e pode ser
neuroprotetora, prevenindo e tratando as dores pós herpéticas.
(SHERIDAN,2008)
ARTIGO: O AUMENTO DOS CASOS DE HERPES DURANTE E APÓS A PANDEMIA DA COVID 19:

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Homeopatia enquanto ciência não existe para excluir os
demais tratamentos instituídos pelas novas descobertas e
tampouco reprovar os protocolos vigentes para o tratamento das
doenças. Sua abordagem se insere na integração com as demais
especialidades da saúde, oferecendo mais uma opção, ou
complementação para promover e recuperar a saúde do indivíduo.

No caso do Herpes, uma gama de opções: combinadas com


outras práticas e especialidades, podem tratar direta ou
indiretamente uma série de sintomas relacionados ao vírus.
Devemos lembrar sempre que a efetividade do tratamento
homeopático não difere das demais especialidades, no sentido de
entender a necessidade de que o indivíduo tratado não deve está
cursando com carências nutricionais, e em casos necessários esta
carência poderá e deverá ser suprida com uma extensa variedade
de micro e macro nutrientes disponíveis para suplementação. No
caso do Herpes, a Homeopatia pode atuar não só de maneira
preventiva, fortalecendo o imunológico, como durante o quadro
agudo e pós-infecção, contribuindo para total recuperação desse
indivíduo. Vale lembrar que a experiência clínica do Homeopata no
tratamento do indivíduo com Herpes, como as demais patologias,
deve ser compartilhada, pois aportam informações úteis que
poderão ser utilizadas em futuros estudos multicêntricos
randomizados e controlados para tratamento com medicamentos
homeopáticos de quadros epidêmicos, podendo servir também de
modelo para novos estudos clínicos de avaliação dos benefícios do
tratamento homeopático em outras doenças ou agravos à saúde.
ARTIGO: O AUMENTO DOS CASOS DE HERPES DURANTE E APÓS A PANDEMIA DA COVID 19:

REFERÊNCIAS
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ARTIGO: OSTEODISTROFIA HIPERTRÓFICA EM CÃO E A ABORDAGEM HOMEOPÁTICA

ARTIGO

OSTEODISTROFIA HIPERTRÓFICA EM CÃO E A ABORDAGEM


HOMEOPÁTICA

Dra. Roselene Barzellay Ferreira da Costa


Médica especialista em Homeopatia

A Osteodistrofia hipertrófica é um distúrbio ósseo idiopático que


acomete cães jovens de crescimento rápido (raças grandes e
gigantes).
Os sinais costumam aparecer dos 3 aos 4 meses de idade, sendo
que é mais incidente em machos.
A etiologia, ainda desconhecida, tem como possibilidades a
suplementação de cálcio em excesso a carência de Vitamina C, uma
supernutrição e agentes infecciosos.
Os sintomas agudos, mostram tumefações metafisárias, dor
intensa, febre alta, anorexia, dificuldade de locomoção, perda de
peso e depressão.

Não há um tratamento protocolado para esta patologia.


ARTIGO: OSTEODISTROFIA HIPERTRÓFICA EM CÃO E A ABORDAGEM HOMEOPÁTICA

RELATO DE CASO
CÃO ZEUS / DÁMATA /3 MESES

ZEUS foi levado à clínica em 21/07/2016, com queixa clínica de


dores em membros, dificuldade para caminhar, febre de 41,4 °C,
respiração alterada e um diagnóstico inicial de CINOMOSE.
Foram coletados exames para confirmação da suspeita clínica do
Veterinário anterior que indicaram.

- SOROLOGIA PARA CINOMOSE NEGATIVA


- ANEMIA NORMOCÍTICA NORMOCRÔMICA
- LEUCOCITOSE COM DISCRETO DESVIO À ESQUERDA

Introduzimos a terapia com antibiótico e medicamentos


homeopáticos sintomáticos:
ARTIGO: OSTEODISTROFIA HIPERTRÓFICA EM CÃO E A ABORDAGEM HOMEOPÁTICA

- AMOXICILINA COM CLAVULANATO 125mg / BID / 15 DIAS


- HYPERICUM PERFORATUM 3 CH + CHINACEA ANGUSTIFOLIA 6CH
+ PROPOLIS 3CH 3 tabletes / TID / 15 dias

Terapêutica instituída visando combater a infecção, as dores e


aumentar a imunidade do paciente.
Neste mesmo momento, foram solicitados raios X de membros
torácicos (anteriores) e pélvicos (posteriores) pois havia um
evidente aumento da região das articulações, com extrema
sensibilidade ao toque.

RAIOS X / AGOSTO 2016


- OSTEODISTROFIA HIPERTRÓFICA

Linhas radioluscentes em metáfise distal de ambas as ulnas,


seguido de esclerose sub-condral bilateral e discreta
osteoproliferação cortical em aspecto lateral de ambas as ulnas
com edema em tecidos moles adjacentes.
Com o uso da antibioticoterapia e a prescrição homeopática inicial,
a febre, o edema local e as dores, melhoraram.
Mas a dificuldade para levantar, andar e a sensibilidade local
permaneciam.

Foram prescritos:
- CALCAREA FLUORICA 12CH
- RUTA GRAVEOLENS 6CH
- ACIDUM ASCORBICUM 3DH
ARTIGO: OSTEODISTROFIA HIPERTRÓFICA EM CÃO E A ABORDAGEM HOMEOPÁTICA

Dar 3 tabletes / BID / 30 DIAS


- PHOSPHORUS 30 CH / 1 papel / DOSE ÚNICA

Como visto na introdução deste artigo, não há tratamento


específico para a OSTEODISTROFIA HIPERTRÓFICA.

Apenas sugerem o uso de anti-inflamatórios, analgésicos,


antibióticos e Vitamina C.
A proposta deste tratamento utilizando os medicamentos:
CALCAREA FLUORICA
- "Convém às Moléstias assestadas na superfície do osso"
- "Má nutrição dos ossos" (NILO CAIRO)
RUTA GRAVEOLENS
- "E para os tendões, cápsulas sinoviais e articulações, o que é
Arnica para os músculos e partes moles".
- "Dores nos ossos, juntas e cartilagens, como se tivessem sido
esmagados" (NILO CAIRO).
Associados ao ACIDUM ASCORBICUM 3 DH (Vitamina C
dinamizada).

Tinha como objetivo utilizar duas substâncias de ação intensa no


periósteo e cartilagens com a finalidade de modelar / distribuir
cálcio e flúor nas estruturas envolvidas. O PHOSPHORUS em DU é
indicado para cães que crescem, "esticam", muito rápido.

RAIOS X / OUTUBRO / 2016


ARTIGO: OSTEODISTROFIA HIPERTRÓFICA EM CÃO E A ABORDAGEM HOMEOPÁTICA

- Intenso edema em extremidade distal do rádio e da ulna,


formando, pontos de calcificação próximo à linha de superfície
cortical da ulna, acompanhado de espessamento das extremidades
da linha de crescimento -> SÍNDROME DE MOLLER BARLOW. A
prescrição foi mantida.
O animal já consegue se levantar, caminhar com certa dificuldade,
com poucas dores.

RAIOS X / DEZEMBRO / 2016


- Discretas linhas radioluscentes, em metáfise distal de ambas as
ulnas.
- Houve considerável melhora em relação as imagens anteriores.
- PRESCRIÇÃO: CALCAREA PHOSPHORICA 12 CH

- "Moléstia dos ossos, raquitismo. Grande remédio constitucional


da infância" (NILO CAIRO).
= "Ele tem afinidade especial com lugares onde, ossos formam
suturas ou sínfises (articulações cartilaginosas). Nodosidades
artríticas". (BOERICKE)
RUTA GRAVEOLENS 12CH HYPERICUM PERFORATUM 12CH
Este tratamento foi mantido por 60 dias.
Após este período, o cão estava totalmente assintomático.
Sem dores, dificuldade de locomoção ou sensibilidade ao toque
das regiões acometidas.
ARTIGO: OSTEODISTROFIA HIPERTRÓFICA EM CÃO E A ABORDAGEM HOMEOPÁTICA

DISCUSSÃO

O animal foi trazido à clínica porque o tutor tinha experiência com


o tratamento homeopático em distúrbios neurológicos.
Acreditando se tratar de um caso de Cinomose, queria a medicação
homeopática para minimizar as possíveis sequelas da patologia.
A avaliação clínica, a solicitação dos exames citados anteriormente,
foi decisiva para a correta prescrição neste momento agudo,
diante da "quase" certeza de um diagnóstico preocupante.
O próximo passo, pesquisar trabalhos, atualizações e consultar
colegas especialistas (Ortopedista e Neurologista).
Ao fazer isso, nos deparamos com tratamentos de suplementação,
anti-inflamatórios, corticoides e antibióticos, sem conclusão
protocolar.
Ao escolhermos CALCAREA FLUORICA 12 CH, pensamos no
modelamento, na distribuição deste cálcio na superfície óssea. O
uso da dinamização média 12 CH, também foi escolhida, para que
este depósito ocorresse de forma menos ponderal.
O acompanhamento com exames de sangue e imagem. Além da
sintomatologia clínica nos mostraram que foi uma prescrição
assertiva.
A troca pela CALCAREA PHOSPHORICA 12 CH quando os raios X
demonstraram que a Osteodistrofia Hipertrófica estava em
remissão, foi feita para complementarmos a ação da DOSE ÚNICA
de PHOSPHORUS 30 CH.
ARTIGO: OSTEODISTROFIA HIPERTRÓFICA EM CÃO E A ABORDAGEM HOMEOPÁTICA

CONCLUSÃO
A prescrição homeopática se mostrou eficaz, com respostas
clínicas e de imagens satisfatórias, em um período relativamente
curto (quatro meses).
Para uma patologia de etiologia desconhecida e com tratamentos
específicos ainda não descritos, mostramos que temos no grande
arsenal terapêutico homeopático, uma possibilidade de cura
rápida e permanente.
Sem contraindicações, efeitos indesejáveis, de fácil administração
e baixo custo.
VALE A PENA LER DE NOVO

SÍNDROME DO CLIMATÉRIO
POR

Tácito Madureira Stege - 1991

(CLIQUE PARA ABRIR)

INFECCÕES URINÁRIAS
POR

Carlos Alberto Corrê – 1990

(CLIQUE PARA ABRIR)

CALCÁRIA CARBÔNICA
POR

Luiz Rodrigues Valin – 1989

(CLIQUE PARA ABRIR)


POESIA

POESIAS

Recordando: I Concurso de Poesias do Instituto Hahnemanniano


do Brasil - Homenagem e comemoração aos seus 150 Anos de
Fundação. (Ano 2009)

Vencedores na modalidade TROVAS

1º Lugar: Glorioso IHB: Autor: José Ouverney


j.ouver@gmail.com - Trovador da UBT – SP

Por 150 datas


iguais à que hoje se vê,
Deus salve os homeopatas
do glorioso I.H.B.!

2º Lugar: Instituto-IHB: Autor: Vanise - vanise.buarque@oi.com.br


Trovadora da UBT – RJ

Foi o Instituto criado


promovendo "bem estar".
O objetivo almejado:
aos pacientes ajudar.
Quer publicar na
Revista do IHB?
Para enviar seu trabalho, acesse o nosso site em
https://www.ihb.org.br

Estimados leitores,
É com muita alegria que preparamos mais uma Revista de
Homeopatia online, do Instituto Hahnemanniano do Brasil, neste
abençoado dia onde comemoramos os 164 anos do nosso querido
IHB.

Nota: Nossa proposta continua sendo de uma edição semestral,


proporcionando ao leitor, atualização e aperfeiçoamento na
especialidade em foco. Estamos sempre nos reajustando para
melhorar. Com as atividades retornando aos poucos, teremos
nossa ideia inicial em andamento, publicações dos nossos
profissionais e alunos, assim como aqueles que tiverem interesse
em enviar seus trabalhos.

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