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TEMPERATURA E CALOR

Tanto em um dia escaldante quanto em uma noite fria, seu corpo precisa manter uma temperatura aproximadamente
constante. Ele possui mecanismos de controle de temperatura eficientes, mas, algumas vezes, precisa de ajuda. Em
um dia quente, você usa menos roupa para melhorar a troca de calor entre seu corpo e o ar ambiente, e para melhorar
o resfriamento produzido pela evaporação do suor. Em um dia frio, você pode se sentar próximo a uma lareira para
absorver a energia produzida por ela. Os conceitos deste capítulo auxiliarão você a entender os processos físicos
básicos para preservar o calor ou o frio. Os termos "temperatura" e "calor" costumam ser usados como sinônimos na 1

linguagem cotidiana. Em física, contudo, esses dois termos têm significados bastante diferentes. Neste capítulo,
definiremos temperatura em termos de sua medição, e veremos como sua variação afeta as dimensões dos objetos.
Veremos que calor se refere à transferência de energia provocada apenas pelas diferenças de temperatura, e
aprenderemos a calcular e controlar essas transferências de energia.
TEMPERATURA E EQUILÍBRIO TÉRMICO
O conceito de temperatura tem origem nas ideias qualitativas baseadas em nosso sentido de tato. Um corpo que
parece estar "quente" normalmente está em uma temperatura mais elevada que um corpo análogo que parece estar
"frio". Isso é um pouco vago, e os sentidos podem ser enganosos.
A temperatura é uma das sete grandezas fundamentais do SI. Os físicos medem a temperatura na escala Kelvin, cuja
unidade é o kelvin (K). Embora não exista um limite superior para a temperatura de um corpo, existe um limite inferior;
essa temperatura limite é tomada como o zero da escala Kelvin de temperatura.
Dois sistemas estão em equilíbrio térmico se, e somente se eles possuírem a mesma temperatura. (A Lei Zero
da Termodinâmica)
AS ESCALAS CELSIUS, KELVINS E FAHRENHEIT
Se 𝑇𝐶 representa uma temperatura em graus Celsius, T a mesma temperatura em kelvins e 𝑇𝐹 a mesma temperatura
em graus Fahrenheit tem-se:

𝑇𝐶 𝑇𝐹 − 32° 𝑇 − 273
= =
5 9 5
EXPANSÃO TÉRMICA
Dilatação Linear
Se a temperatura de uma barra metálica de comprimento L aumenta de um valor ΔT, o comprimento aumenta de um
valor
∆𝐿 = 𝐿0 𝛼∆𝑇
em que α é uma constante chamada coeficiente de dilatação linear. A unidade do coeficiente α é o ºC-1 ou K-1.

Física II – LGM2M
Prof. TCampos
Dilatação Volumétrica
Se todas as dimensões de um sólido aumentam com a temperatura, é evidente que o volume do sólido também
aumenta. No caso dos líquidos, a dilatação volumétrica é a única que faz sentido. Se a temperatura de um sólido ou de
um líquido cujo volume é V aumenta de um valor ΔT, o aumento de volume correspondente é
∆𝑉 = 𝑉0 𝛽∆𝑇
em que β é o coeficiente de dilatação volumétrica do sólido ou do líquido. Os coeficientes de dilatação volumétrica e
de dilatação linear de um sólido estão relacionados pela equação 2

𝛽 = 3𝛼
QUANTIDADE DE CALOR
Quando você coloca uma colher fria em uma xícara de café quente, a colher esquenta e o café esfria, e eles tendem a
atingir equilíbrio térmico. A interação que produz essas variações de temperatura é basicamente uma transferência de
energia entre uma substância e a outra. A transferência de energia produzida apenas por uma diferença de
temperatura denomina-se transferência de calor ou fluxo de calor, e a energia transferida desse modo denomina-se
calor e simbolizada pela letra Q.
Unidades. Em 1948, a comunidade científica decidiu que, uma vez que o calor (como o trabalho) é energia transferida,
a unidade de calor do SI deveria ser a mesma da energia, ou seja, o joule.
A capacidade térmica C de um objeto é a constante de proporcionalidade entre o calor Q recebido ou cedido pelo
objeto e a variação de temperatura ΔT do objeto, ou seja,
𝑄 = 𝐶∆𝑇 = 𝐶(𝑇𝑓 − 𝑇𝑖 )
em que 𝑇𝑖 𝑒 𝑇𝑓 , são as temperaturas inicial e final do objeto, respectivamente. A capacidade térmica C é medida em
unidades de energia por grau ou energia por kelvin.
Calor Específico
Dois objetos feitos do mesmo material (mármore, digamos) têm uma capacidade térmica que é proporcional à massa.
Assim, é conveniente definir a “capacidade térmica por unidade de massa”, ou calor específico c, que se refere, não a
um objeto, mas a uma massa unitária do material de que é feito o objeto. Nesse caso,
𝑄 = 𝑚𝑐(𝑇𝑓 − 𝑇𝑖 )
O calor específico da água é
𝐶𝐻2 𝑂 = 1 𝑐𝑎𝑙/𝑔℃ = 4186,8 𝐽/𝑘𝑔 ∙ 𝐾
Calor Específico Molar
Quando a quantidade de uma substância é expressa em mols, o calor específico deve ser expresso na forma de
quantidade de calor por mol (e não por unidade de massa); nesse caso, é chamado de calor específico molar.

𝐶 = 𝑀𝑐 → 𝑄 = 𝑛𝐶∆𝑇

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CALORIMETRIA E TRANSIÇÃO DE FASE.
Calorimetria significa "medida de calor". Já discutimos a transferência de energia (calor) envolvida nas variações de
temperatura. Ocorre também transferência de calor nas transições de fase, como a liquefação do gelo ou a ebulição da
água. Compreendendo essas relações de calor adicionais, podemos analisar diversos problemas envolvendo
quantidade de calor.
Utilizamos a palavra fase para designar qualquer estado específico da matéria, como o de um sólido, um líquido ou um
gás. O composto H2O existe na fase sólida como gelo, na fase líquida como água e na fase gasosa como vapor d'água. 3

A transição de uma fase para a outra é chamada de transição de fase ou mudança de fase. Em uma dada pressão, a
transição de fase ocorre em uma temperatura definida, sendo geralmente acompanhada por uma emissão ou absorção
de calor e por uma variação de volume e de densidade.
A quantidade de energia por unidade de massa que deve ser transferida na forma de calor para que uma amostra
mude totalmente de fase é chamada de calor de transformação e representada pela letra L.
Assim, quando uma amostra de massa m sofre uma mudança de fase, a energia total transferida é
𝑄 = ±𝐿𝑚

Quando a mudança é da fase líquida para a fase gasosa (caso em que a amostra absorve calor) ou da fase gasosa
para a fase líquida (caso em que a amostra libera calor), o calor de transformação é chamado de calor de
vaporização e representado pelo símbolo 𝐿𝑉 . Para a água à temperatura normal de vaporização ou condensação,
𝐿𝑉 = 539 𝑐𝑎𝑙⁄𝑔 = 40,7 𝑘𝐽⁄𝑚𝑜𝑙 = 2256 𝑘𝐽⁄𝑘𝑔
Quando a mudança é da fase sólida para a fase líquida (caso em que a amostra absorve calor) ou da fase líquida para
a fase sólida (caso em que a amostra libera calor), o calor de transformação é chamado de calor de fusão e
representado pelo símbolo 𝐿𝐹 . Para a água à temperatura normal de solidificação ou de fusão,
𝐿𝐹 = 79,5 𝑐𝑎𝑙⁄𝑔 = 6,01 𝑘𝐽⁄𝑚𝑜𝑙 = 333 𝑘𝐽⁄𝑘𝑔

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Em uma escala linear de temperatura X, a água congela a −125,0°X e evapora a 375,0°X. Em uma escala linear
de temperatura Y, a água congela a −70,0°Y e evapora a −30,0°Y. Uma temperatura de 50,0°Y corresponde a
que temperatura na escala X?
2. Quando a temperatura de um cilindro de metal é aumentada de 0,0℃ 𝑝𝑎𝑟𝑎 100,0℃, seu comprimento aumenta
∆𝜌
0,23%. Determine: (a) A variação percentual da massa específica ( 𝜌 ). (b) O coeficiente de dilatação linear do

metal.
3. Uma substância tem uma massa por mole de 50,0 g/mol. Quando 314 J são adicionados em forma de calor a uma
amostra de 30,0 g, a temperatura da amostra sobe de 25,0 ℃ para 45,0℃. Determine: (a) O calor específico da
substância; (b) O calor específico molar da substância; (c) A quantidade de substâncias presente na amostra.
4. Que massa de água permanece no estado liquido depois que 50,2 kJ são transferidos na forma de calor a partir de
260 g de água inicialmente no ponto de congelamento.
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5. Qual é o calor total necessário para converter 18,0 g de gelo a -10,0 ºC em vapor d'água a 100,0 ºC? Dê a resposta
em joules, calorias e Btu.
6. Calcule a menor quantidade de energia em joules, necessária para fundir 130 g de prata inicialmente a 15,0℃.
7. Um pequeno aquecedor elétrico de imersão é usado para esquentar 100 g de água. Trata-se de um aquecedor de
200 W, calcule o tempo necessário para aquecer a água de 23,0 ℃ para 100,0℃, desprezando as perdas de
calor.
8. Que massa de manteiga que possui um valor calórico de 6000 cal/g, equivale a variação de energia potencial 4

gravitacional de um homem de 73, 0 kg que sobe do nível do mar para o alto monte Evereste, a 8,84 km de altura?
9. Que massa de vapor a 100,0℃ deve ser misturada com 150 g de gelo no ponto de fusão, em um recipiente isolado
termicamente, para produzir água a 50,0℃.
10. Quanto tempo um aquecedor de água de 59 kW leva para elevar a temperatura de 150 litros de água de
21,0 ℃ para 38,0℃.
11. Que quantidade de calor deve absorver uma amostra de gelo de massa 720 g a −10,0℃ para passar ao estado
líquido a 15,0℃
12. Um recipiente isolado de massa desprezível contém 0,250 kg de água a uma temperatura de 75,0 ºC. Quantos
quilogramas de gelo a uma temperatura de –20,0 ºC devem ser colocados na água para que a temperatura final do
sistema seja igual a 40,0 ºC?
13. Uma garrafa térmica contém 130 cm3 de café a 80,0℃. Um cubo de gelo de 12,0 g a temperatura de fusão é usado
para esfriar o café. Quantos graus o café esfria depois que todo o gelo derrete e o equilíbrio térmico é atingido?
(trate o café como se fosse agua pura, as trocas de energia com o ambiente são desprezíveis)
14. O calor específico de uma substancia varia coma temperatura de acordo com a equação 𝑐 = 0,20 + 0,14𝑇 +
0,023𝑇 2 com T em ℃ e c em cal/g ∙ K, determine a energia necessária para aumentar a temperatura de 2,0 g
desta substancia de 5,0℃ para 15℃.

CALORES ESPECÍFICOS A TEMPERATURA AMBIENTE, PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO DE ALGUMAS


SUBSTÂNCIAS
Calor específico Fusão Ebulição
Substâncias
cal/g ∙ K J/kg ∙ K Ponto (K) LF (kJ/kg) Ponto (K) LV (kJ/kg)
Chumbo 0,0305 128 601 23,2 2017 858
Prata 0,564 236 1235 105 2323 2336
Cobre 0,0923 386 1356 207 2868 4730
Alumínio 0,215 900
Gelo (−10℃) 0.530 2220
Água doce 1,00 4190 273 333 373 2256
Mercúrio 0,033 140 234 11,4 630 296

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