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44984-06 – Circuitos Elétricos B

Exemplo V.17: Se a resposta ao impulso de uma rede é y (t ) = g (t ) = e − t , determinar a resposta y (t ) para uma
entrada x(t ) = 10e −2t u (t ) .

Solução:
[ ]
G (s ) = L[g (t )] = L e −t =
1
s +1
X (s ) = L[x(t )] = L[10e ] 10
− 2t
u (t ) =
s+2

Logo:
1 10 10
Y (s ) = G (s )X (s ) = =
s + 1 s + 2 (s + 1)(s + 2 )

A expansão em frações parciais é dada por:


10 K K
Y (s ) = = 1 + 2
(s + 1)(s + 2) s + 1 s + 2
 10   10  10
K1 = lim (s + 1)  = lim   = = 10
s → −1
 (s + 1)(s + 2) s → −1  s + 2  −1+ 2
 10   10  10
K 2 = lim (s + 2)  = slim  = − 2 + 1 = −10
(s + 1)(s + 2 ) → −2 
 s + 1 
s → −2
 

Assim,
10 10 10  1 1 
Y (s ) = = − = 10 − 
(s + 1)(s + 2) s + 1 s + 2  s +1 s + 2 

Cuja transformada inversa é:


( )
y (t ) = 10 e − t − e −2t u (t )

Solução alternativa: Por intermédio de simulação MATLAB/SIMULINK utilizando-se o arquivo V_17.m é


possível reproduzir os resultados obtidos anteriormente.

V.11 – Resposta em freqüência

A resposta em regime permanente a uma entrada do tipo x(t ) = X M e jωt pode ser obtida a partir da função de
transferência G (s ) , calculada para s = jω , ou seja, G ( jω ) . Assim:

Y (s ) = G (s )X (s ) = G ( jω )X (s )

XM
Para x(t ) = X M e jωt , tem-se X (s ) = . De modo semelhante, para x(t ) = X M e jωt = X M (cos ωt + j sen ωt ) ,
s − jω
ω   s + jω 
tem-se X (s ) = X M  2
s XM
+j 2 2 
= X M   = .
 s +ω s +ω   (s + jω )(s − jω )  s − jω
2

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Assim:

X (s )
6474 8
 XM  XM
Y (s ) = G (s )  = G (s )
 s − jω  s − jω

a expansão em frações parciais nos leva à:

K1
Y (s ) = + termos relacionados com os pólos de G (s )
s − jω

Sendo K1 dado por:

  X M 
K1 = lim (s − jω )G (s )  = lim [ X M G (s )] = X M G ( jω ) = X M G ( jω ) ∠G ( jω )
s → jω
  s − j ω   s → jω

Supondo que G (s ) não possua nenhum pólo no semi-plano direito do plano complexo, a resposta em regime
permanente existe e é dada por:

K1
Y (s ) =
s − jω

cuja transformada inversa é dada por:

K G ( jω )
647148 6447448
y RP (t ) = K1e jωt
= X M G ( jω )e = X M G ( jω ) e j (∠G ( jω )) e jωt = X M G ( jω ) e j (ωt +∠G ( jω ))
jωt

Generalizando, para uma função de excitação x(t ) = X M cos(ωt + φ ) , tem-se:

y RP (t ) = X M G ( jω ) cos[ωt + φ + ∠G ( jω )]

Ou seja, a amplitude da resposta estacionária é igual ao produto da amplitude do sinal de entrada X M pelo
módulo da função de transferência G ( jω ) ; o ângulo de fase da resposta estacionária é igual à soma do
ângulo de fase do sinal de entrada (ωt + φ ) com o ângulo de fase da função de transferência ∠G ( jω ) . Neste
caso, tanto o módulo da função de transferência quanto o ângulo de fase devem ser calculados para a freqüência
s = jω do sinal de entrada.

Exemplo V.18: Determinar a expressão da tensão de saída em regime permanente v s (t ) sabendo que:

Vs (s ) 1000(s + 5000 )
G (s ) = = 2
Ve (s ) s + 6000 s + 25000000
(
ve (t ) = 120 cos 5000t + 30 o V )

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Solução: Como a freqüência da fonte é 5000rad/s, deve-se calcular G (s ) para s = jω = j 5000 :


1000( j 5000 + 5000 ) 1 + j1  − j 6  6 − j 6 1 − j1 2
G ( j 5000 ) = =   = = = − 45o
( j5000) 2
+ 6000 ⋅ j 5000 + 25000000 j6  − j6  36 6 6
2
Assim, tem-se: G ( j 5000 ) = ∠G ( j 5000 ) = −45 o e
6

v s RP (t ) = 120
6
2
( ) (
cos 5000t + 30 o − 45 o = 20 2 cos 5000t − 15 o )
Solução alternativa: Por intermédio de simulação MATLAB/SIMULINK utilizando-se os arquivos V_18m.m
e V_18.mdl é possível reproduzir os resultados obtidos anteriormente, sendo a tensão de saída dada por:

Embora o ângulo de fase não seja facilmente identificado, a amplitude de 20 2 = 28,28 V pode ser verificada
no valor de pico da função senoidal.

V.11.1 – Curvas de amplitude e fase em freqüência

Como visto anteriormente, a resposta em regime de um sistema submetido a uma excitação senoidal pode ser
facilmente determinada através do conhecimento do valor da função de transferência (em módulo e ângulo de
fase), calculado para a freqüência da fonte. Deste modo, o conhecimento do comportamento do módulo e do
ângulo de fase da função de transferência de um sistema é muito útil na análise de seu comportamento em
regime permanente senoidal.

Seja uma função de transferência da forma:


K (s − z1 )(s − z 2 )L (s − z n )
G (s ) =
(s − p1 )(s − p2 )L(s − p m )
O valor do módulo e do ângulo de fase de G (s ) , para s = jω é dado por:
K ( jω − z1 )( jω − z 2 )L ( jω − z n )
G ( jω ) =
( jω − p1 )( jω − p 2 )L( jω − pm )
( )
e cada termo do tipo ( jω − z i ), i = 1,2,L, n e jω − p j , j = 1,2,L, m é um número complexo que possui

( )( ) ( )
módulo e ângulo de fase. Portanto pode-se escrever:
K Z1 θ 1 Z 2 θ 2 L Z n θ n KZ1 Z 2 L Z n
G ( jω ) =
( )( ) ( )
P1 φ1 P2 φ 2 L Pm φ m
=
P1 P2 L Pm
θ1 + θ 2 + K + θ n − φ1 − φ1 − K − φ m

ou, de modo mais compacto, tem-se:


n

∏Z i n m
G ( jω ) = K i =1
m
∠G ( jω ) = ∑θ i − ∑ φ j
∏P j =1
j
i =1 j =1

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V s ( jω )
Exemplo V.19: Determinar os gráficos de módulo e fase da função de transferência G ( jω ) = do
Ve ( jω )
circuito a seguir, para ω variando de 0 a ∞ .

R2 R1
+
v e (t ) – v s (t ) +

R2
C

Solução: No domínio da freqüência complexa, o circuito equivalente é dado por:

R2 R1
+
Ve (s ) – V s (s ) +

R2 1
sC

Aplicando divisor de tensão tem-se:


 1   2  1  
 1     −  s + 
 R  R C 1  R1C  R1C  
Vs (s ) =  Ve (s ) =  
+ Ve (s ) =  Ve (s )
sC − 2 1
 1 R2 + R2   1 2  1 
 R1 +  s+   2 s +  
 sC   R C   R1C  
1
 

 1   1 
s−  s− 
1 R1C  V (s ) 1 R1C 
Daí: Vs (s ) = −  Ve (s ) G (s ) = s =− 
2 1  Ve (s ) 2 1 
s+  s+ 
 R1C   R1C 
 1   1 
 jω −  − + jω 
1 R1C  1 R1C
Logo, para s = jω : G ( jω ) = −  =−  
2  1  2  1 
 jω +   + jω 
 R1C   R1C 
Utilizando o diagrama de pólos e zeros da função de transferência é possível construir um gráfico auxiliar para
a determinação do módulo e do ângulo de fase da função de transferência, em função da freqüência angular
jω .
Im

jω 180 o − tan −1 (ω R1C )


tan −1 (ω R1C )
x
−1 1 Re
R1C R1C

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Solução (continuação): Do gráfico anterior e da expressão de G ( jω ) , tem-se:


 2
  1 
  + ω 2
 1  1 R C 1
 G ( jω ) = =
 2  2 2
 1 
  + ω 2
  R1C 

∠G ( jω ) = 180 + 180 − tan (ωR1C ) − tan (ωR1C ) = −2 tan (ωR1C )
o o −1 −1 −1

Isto leva aos seguintes gráficos de módulo e de ângulo de fase:


1
|H(jw)|

G ( jω )

0
0 1 2 3 4 5
w

-45

∠G ( jω )
<H(jw)

-90

-135

-180
0 1 2 3 4 5
w

Solução alternativa: Por intermédio de simulação MATLAB utilizando-se os arquivos V_19.m é possível
reproduzir os resultados obtidos anteriormente.

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V.11.2 – Diagramas logaritmicos (Bode)

Quando a função de transferência for uma grandeza adimensional pode-se utilizar o diagrama de Bode como
forma alternativa para se representar a variação desta função ganho com a freqüência do sinal de entrada.

No diagrama de Bode, o módulo da função de transferência é expresso em decibéis (dB):


G ( jω ) dB = 20 log10 G ( jω )
e é utilizada uma escala linear para as ordenadas (módulo e fase) e logarítmica para as abcissas, visando
possibilitar a representação de um espectro maior de freqüências.

Historicamente, o fator 20 é devido à definição de dB como ganho de potência. Como a potência é proporcional
ao quadrado da magnitude da corrente ou da tensão,
Y ( jω ) Y ( jω )
2

10 log10 = 20 log10
X ( jω ) X ( jω )

Algumas propriedades das grandezas expressas em dB são as seguintes:


a) 10G ( jω ) dB = 20 log10 10G ( jω ) = 20 log10 [10 G ( jω ) ] = 20 log10 10 + 20 log10 G ( jω )
10G ( jω ) dB = 20 + 20 log10 G ( jω ) = 20 + G ( jω ) dB

b) 2G ( jω ) dB = 20 log10 2G ( jω ) = 20 log10 [2 G ( jω ) ] = 20 log10 2 + 20 log10 G ( jω )


2G ( jω ) dB ≅ 6 + 20 log10 G ( jω ) = 6 + G ( jω ) dB

1 1  1 
c) = 20 log10 = 20 log10   = 20 log10 1 − 20 log10 G ( jω )
G ( jω ) dB G ( jω )  G ( jω ) 
1
= − G ( jω ) dB
G ( jω ) dB

Algumas definições:
• Década – Faixa de freqüência entre ω1 = k e ω 2 = 10k . Exemplo: ω1 = 10Hz e ω 2 = 10 × 10 = 100Hz .
Sendo n o número de décadas entre ω 2 e ω1 , tem-se:
ω2 ω2
ω 2 = 10 n ω1 ⇒ 10 n = ⇒ n = log10
ω1 ω1
• Oitava – Faixa de freqüência entre ω1 = k e ω 2 = 2k . Exemplo: ω1 = 10Hz e ω 2 = 2 × 10 = 20Hz .
Sendo n o número de oitavas entre ω 2 e ω1 , tem-se:
ω2
log10
ω2 ω2 ω1
ω 2 = 2 n ω1 ⇒ 2n = ⇒ n = log 2 =
ω1 ω1 log10 2

Exemplo V.20: Traçar o diagrama de Bode (somente módulo) das seguintes funções de transferência:
K
a) G ( jω ) = K c) G ( jω ) =

K
b) G ( jω ) = jωK d) G ( jω ) =
( jω )n

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Solução:
a) G ( jω ) = K
G ( jω ) dB = 20 log10 G ( jω ) = 20 log10 K

20 log10 K
ω G ( jω ) dB
ω1 20 log10 K
2ω1 20 log10 K
10ω1 20 log10 K
1 10 100 1000 ω

b) G ( jω ) = jωK
G ( jω ) dB = 20 log10 G ( jω ) = 20 log10 jωK = 20 log10 K ω = 20 log10 K + 20 log10 ω

+ 20 dB
G ( jω ) dB década
ω
20 log10 K
ω1 20 log10 K + 20 log10 ω 1
2ω1 20 log10 K + 20 log 10 ω 1 + 6
10ω1 20 log10 K + 20 log 10 ω1 + 20
1 10 100 1000
ω

K
c) G ( jω ) =

K K
G ( jω ) dB = 20 log10 G ( jω ) = 20 log10 = 20 log10 = 20 log10 K − 20 log10 ω
jω ω

− 20 dB
ω G ( jω ) dB 20 log10 K
década

ω1 20 log 10 K − 20 log10 ω 1
2ω1 20 log10 K − 20 log 10 ω1 − 6
10ω1 20 log10 K − 20 log 10 ω 1 − 20
1 10 100 1000
ω

K
d) G ( jω ) =
( jω )n
K K
G ( jω ) dB = 20 log10 G( jω ) = 20 log10 = 20 log10 = 20 log10 K − 20 log10 ω n = 20 log10 K − 20n log10 ω
( jω ) n
ωn

− 20n dB
ω G ( jω ) dB 20 log10 K
década

ω1 20 log 10 K − 20n log10 ω 1 n


K
2ω1 20 log 10 K − 20n log 10 ω 1 − 6n
10ω1 20 log 10 K − 20n log 10 ω 1 − 20n
1 10 100 1000
ω

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Solução alternativa: Por intermédio de simulação MATLAB utilizando-se os arquivos V_20.m é possível
reproduzir os resultados obtidos anteriormente.

V.11.3 – Traçado do diagramas de Bode

Seja a função de transferência, com z i ≠ 0, ∀i = 1,2,L, n e p j ≠ 0, ∀j = 1,2,L, m :

 s  s   s 
1 + 1 +  L1 + 
G (s ) = K (s )
±N (s − z1 )(s − z 2 )L(s − z n ) = K ′(s )± N  − z1  − z 2   − z n 
(s − p1 )(s − p 2 )L(s − p m )  s  s   s 
1 + 1 +  L1 + 
 − p1  − p 2   − p m 

onde:

K′ = K
(− z1 )(− z 2 )L(− z n )
(− p1 )(− p2 )L(− p m )
Fazendo s = jω e calculando em dB, tem-se:
G ( jω ) dB = 20 log10 K ′ ± 20 N log10 jω +
ω ω ω
+ 20 log10 1 + j + 20 log10 1 + j + K + 20 log10 1 + j +
− z1 − z2 − zn
ω ω ω
− 20 log10 1 + j − 20 log10 1 + j − K − 20 log10 1 + j
− p1 − p2 − pm

Na expressão anterior, observar que cada termo pode ser calculado independentemente do outro, totalizando
quatro tipos de fatores, com as seguintes contribuições em módulo e ângulo de fase:

• Fator constante: K (ganho)


Módulo: 20 log10 K dB
 0, K >0
Fase: 
± 180 , K < 0
o

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• Fator derivativo/integrativo: Zeros (fatores derivativos) e pólos (fatores integrativos) na origem, isto é,
(s )+ N = ( jω )+ N para zeros e (s )− N = ( jω )− N para pólos.
Derivativo: jω (zero na origem):
Módulo: + 20 log10 jω = +20 log10 ω dB ⇒ + 20 dB = +6 dB
década oitava
Fase: + 90 o

1
Integrativo: (polo na origem):

Módulo: − 20 log10 jω = −20 log10 ω dB ⇒ − 20 dB = −6 dB
década oitava
Fase: − 90 o

 ω 
• Fator de primeira ordem: Zeros ou pólos simples ou múltiplos na forma 1 + j  .
 ω n 
 ω 
Zero real simples: 1 + j :
 ω n 
2
ω ω 
Módulo: + 20 log10 1 + j = +20 log10 1 +  
ωn  ωn 

ABF : ω << ω n , ≈ 20 log10 1 = 0 dB

 ω = ωn , = 20 log10 2 ≈ 3 dB
 ω
AAF : ω >> ω n , ≈ 20 log10 dB ⇒ + 20 dB
 ωn década

 ωω 
Fase: tan −1  n  = tan −1  ω 

 1  ω
   n 
ABF : ω << ω n , ≈ tan −1 (0 ) = 0

 ω = ωn , = tan −1 (1) = 45 o
AAF : ω >> ω n , ≈ tan −1 (∞ ) = 90 o

1
Pólo real simples: :
ω
1+ j
ωn
2
ω ω 
Módulo: − 20 log10 1 + j = −20 log10 1 +  
ωn  ωn 

ABF : ω << ω n , ≈ −20 log10 1 = 0 dB

 ω = ωn , = −20 log10 2 ≈ −3 dB
 ω
AAF : ω >> ω n , ≈ −20 log10 dB ⇒ − 20 dB
 ωn década
 ωω 
Fase: − tan −1  n  = − tan −1  ω 
 1  ω 
   n

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ABF : ω << ω n , ≈ − tan −1 (0) = 0



 ω = ωn , = − tan −1 (1) = −45o
AAF : ω >> ω n , ≈ − tan −1 (∞ ) = −90 o

 jω  jω  
2

• Fator quadrático: Zeros ou pólos quadráticos na forma 1 + 2ξ +    . Neste caso, z = σ + jω n


 ωn  ωn  
 
 s  2

( )
e z * = σ − jω n , portanto, (s − z ) s − z * = s 2 − 2σs + ω n2 = ω n2 

 − 2 s + 1 . Fazendo ξ = −
σ
,
 ω n  ω n  ωn
 
tem-se:
 s 2 
(
(s − z ) s − z = ω
*
) 2 

 + 2ξ
n 
s
+ 1 = s 2 + 2ξω n s + ω n2
 ω n  ωn 
 
Para s = jω ,

 jω  2 jω 
(
( jω − z ) jω − z = ω *
) 2 

 + 2ξ
n  + 1
 ω n  ωn 
 

 jω  jω  
2

Zero complexo conjugado: 1 + 2ξ +    :


 ωn  ωn  
 
2
 jω 

2
 ω 
2
  ω 
2

Módulo: 20 log10 1 + 2ξ +   = 20 log10 1 −    +  2ξ 


ω n  ω n    ω n    ω n 


ABF : ω << ω n , ≈ 20 log10 1 = 0 dB

 ω = ωn , = 20 log10 2ξ dB
 2
AAF : ω  ω
ω >> ω n , ≈ 20 log10   = 40 log10 dB ⇒ + 40 dB
 década
 ωn  ωn
 
 2ξ ω 
 ωn 
Fase: tan −1  2

 ω  
 1 −   

  ω n  
  0
ABF : ω << ω n , ≈ tan −1   = 0
 1
 −1  2ξ 
 ω = ωn , = tan   = 90 o
  0 
  ∞ 
AAF : ω >> ω n , ≈ tan −1  2 
= 180 o (Parte real negativa e >> que imaginária)
 −∞ 

1
Pólo complexo conjugado: 2
:
 jω 

1 + 2ξ +  
ω n  ω n 

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2
 jω 

2
 ω 
2
  ω 
2

Módulo: − 20 log10 1 + 2ξ +   = −20 log10 1 −    +  2ξ 


ω n  ω n    ω n    ω n 


ABF : ω << ω n , ≈ −20 log10 1 = 0 dB

 ω = ωn , = −20 log10 2ξ dB
 2
AAF : ω  ω
ω >> ω n , ≈ −20 log10   = −40 log10 dB ⇒ − 40 dB
 década
 ωn  ωn
 
 2ξ ω 
 ωn 
Fase: − tan −1  2

 ω  
 1 −   

  ω n  
 0
ABF : ω << ω n , ≈ − tan −1   = 0
 1
 −1  2ξ 
 ω = ωn , = − tan   = −90o
  0 
  ∞ 
AAF : ω >> ω n , ≈ − tan −1  2 
= −180o
 −∞ 

1000(s + 10 )(s + 100 )


Exemplo V.21: Seja a função de transferência dada por: G (s ) =
(
s (s + 1) s 2 + s + 100 )
a) Desenhar o diagrama de pólos e zeros de G (s ) .
b) Traçar as curvas assintóticas (diagrama de Bode assintótico) de módulo e de fase de G (s ) .
c) Efetuar as correções no diagrama assintótico considerando a contribuição de cada termo somente na
singularidade (ω = ω n ) .

Solução: O diagrama de pólos e zeros de G (s ) é dado pela figura a seguir.


Im
K = 1000
x j9,99

x x
-100 -10 -1 -0,5 Re

x -j9,99

E a função de transferência apresenta as seguintes singularidades:


Zeros (2): − 10; − 100
Pólos (4): 0; - 1; − 0,5 + j 9,99; − 0,5 − j 9,99
− 1 ± 1 − 4 ⋅ 1 ⋅ 100
s 2 + s + 100 = 0 ⇒ s1, 2 = = −0,5 ± j 99,75 ≈ −0,5 ± j 9,99
2 ⋅1

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44984-06 – Circuitos Elétricos B

Solução (continuação): As expressões das curvas assintóticas de módulo e de fase são dadas por:
1000(10 )(100 ) 10 6 10 4
ω << 1 ⇒ G (s ) ≈ = 2 =
s (1)(100) 10 s s
10 4
G ( jω ) dB = 20 log10 = 20 log10 10 4 − 20 log10 ω = 80 − 20 log10 ω

 10 4 
∠G ( jω ) = ∠  = 0 − 90 o = −90 o

 j ω 
1000(10 )(100 ) 10 6 10 4
1 << ω << 10 ⇒ G (s ) ≈ = 2 2 = 2
s (s )(100 ) 10 s s
10 4
G ( jω ) dB = 20 log10 = 20 log10 10 4 − 20 log10 ω 2 = 80 − 40 log10 ω
( jω ) 2

 10 4 
∠G ( jω ) = ∠  = 0 − 2 × 90 o = −180 o
2 
 ( j ω ) 
1000(s )(100 ) 10 5 s 10 5
10 << ω << 100 ⇒ G (s ) ≈ = 4 = 3
s (s ) s 2 ( )s s
10 5
G ( jω ) dB = 20 log10 = 20 log10 10 5 − 20 log10 ω 3 = 100 − 60 log10 ω
( jω ) 3

 10 5 
∠G ( jω ) = ∠  = 0 − 3 × 90 o = −270 o
3 
 ( j ω ) 
1000(s )(s ) 10 3 s 2 10 3
100 << ω ⇒ G (s ) ≈ = = 2
( )
s (s ) s 2 s4 s
10 3
G ( jω ) dB = 20 log10 = 20 log10 10 3 − 20 log10 ω 2 = 60 − 40 log10 ω
( jω ) 2

 10 3 
∠G ( jω ) = ∠  = 0 − 2 × 90 o = −180 o
2 
 ( j ω ) 
Assim, as curvas assintóticas de módulo e de fase são dadas pela figura a seguir.
− 20 dB
déc.
100 dB
80 dB − 40 dB
déc.

40 dB
− 60 dB
déc.
G ( jω ) dB
0 dB
-20 dB − 40 dB
déc.

-60 dB

–90°
∠ G ( jω )
–180°
–270°

0,1 1 10 100 1000


ω

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Solução (continuação): As correções considerando apenas a contribuição de cada termo na singularidade


(ω = ω n ) são:
Contribuição
ω Singularidade
Módulo [dB] Fase [°]
1 Polo simples –3 dB –45°
 jω  jω  
2

Polo complexo conjugado: 1 + 2ξ +  − 20 log10 2ξ


 ω n  ω n  
  − 20 log10 0,1
 2
 –90°
10 ( jω )2 + jω + 100 = 100  jω  + 1  jω  + 1
  10  10  10   +20 dB
2ξ = 0,1 ω n = 10
Zero simples +3 dB +45°
Total +23 dB –45°
100 Zero simples +3 dB +45°

− 20 dB
déc.
100 dB
80 dB
–3 dB
+23 dB
40 dB − 40 dB
déc. − 60 dB
déc.
G ( jω ) dB
0 dB +3 dB
-20 dB − 40 dB
déc.

-60 dB

–90° –45°
∠ G ( jω ) °
–180 –45°
°
–270 +45°

0,1 1 10 100 1000


ω

Solução alternativa: Por intermédio de simulação MATLAB utilizando-se os arquivos V_21.m é possível
reproduzir os resultados obtidos anteriormente.

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Vs (s )
Exemplo V.22: Para o circuito da figura, determinar a função de transferência G (s ) = , o diagrama de
Ve (s )
pólos e zeros e o diagrama de Bode.
2C 2R

+ +

RC = 50 ms
ve(t) R C vs(t)

– –

Solução: O circuito equivalente no domínio da freqüência complexa é dado por (como se deseja determinar
apenas a função de transferência, as condições iniciais não são relevantes):
1
2sC 2R

+ +

1
Ve(s) R Vs(s)
sC

– –
Substituindo o trecho em vermelho pelo seu circuito equivalente, tem-se:
1
2sC 2R Z TH (s ) 2R

+ + + +

1 1
Ve(s) R Vs(s) VTH(s) Vs(s)
sC sC

– – – –

R 2 RCs
VTH (s ) = V (s ) = Ve (s )
1 e 2 RCs + 1
R+
2 sC
1
R
R
Z TH (s ) = 2sC =
1 2 RCs + 1
R+
2sC
Aplicando a expressão do divisor de tensão no circuito equivalente, tem-se:
1
2 RCs 2R
Vs (s ) = sC × Ve (s ) = Ve (s )
1 R 2 RCs + 144 3  2 R + 1 (2 RCs + 1) + R
2R + + 1 442
sC 1 RCs
24 +31 VTH ( s ) sC 
24 
ZTH ( s )

2R × sC 2 RCs
Vs (s ) = Ve (s ) = Ve (s )
1 4(RC ) s 2 + 5RCs + 1
2
2
4 R Cs + 5Rs +
sC

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Solução (continuação): Ajustando o coeficiente do termo de maior grau do denominador (tornando seu
coeficiente unitário), chega-se a:
1
s
2 RCs
Vs (s ) = Ve (s ) = 2 RC Ve (s )
2 2 5 1  5 1
4(RC )  s +
2
s+  s + s +
4(RC )  4(RC )
2
4 RC 2 4 RC

1
s
Vs (s ) = 2 RC Ve (s )
5 1
s2 + s+
4(RC )
2
4 RC
Substituindo o valor de RC = 50 × 10 −3 s , tem-se:
10s
Vs (s ) = 2 Ve (s )
s + 25s + 100
Daí, a função de transferência é dada por
V (s ) 10s
G (s ) = s = 2
Ve (s ) s + 25s + 100
Determinando as raízes do polinômio do denominador, pode-se determinar o diagrama de pólos e zeros de
V (s )
G (s ) = s . As raízes são –5 e –20 e a função de transferência pode ser reescrita da seguinte forma:
Ve (s )

Im K = 10

x x
Vs (s ) 10s –20 –5 Re
G (s ) = =
Ve (s ) (s + 5)(s + 20)
Em função das singularidades da função de transferência, as expressões das curvas assintóticas de módulo e de
fase do diagrama de Bode são dadas por:
10s s
ω << 5 ⇒ G (s ) ≈ =
5 × 20 10

G ( jω ) dB = 20 log10 = 20 log10 ω − 20 log10 10 = 20 log10 ω − 20 dB
10
 jω 
∠G ( jω ) = ∠  = 90 − 0 = 90
o o

 10 
10 s 1
5 << ω << 20 ⇒ G (s ) ≈ =
s × 20 2
1
G ( jω ) dB = 20 log10 ≈ −6 dB
2
1
∠G ( jω ) = ∠  = 0
 2
10 s 10
ω >> 20 ⇒ G (s ) ≈ =
s×s s
10
G ( jω ) dB = 20 log10 = 20 log10 10 − 20 log10 ω = 20 − 20 log10 ω dB

 10 
∠G ( jω ) = ∠  = 0 − 90 o = −90 o
 jω 

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44984-06 – Circuitos Elétricos B

Solução (continuação): Utilizando a expressão das assíntotas, obtidas anteriormente, pode-se esboçar o
seguinte diagrama assintótico de módulo e de fase da função de transferência.
+ 20 dB − 20 dB
déc. déc.
–6 dB
G ( jω ) dB

90°
∠ G ( jω ) 0°
–90°

5 20
ω

As correções considerando apenas a contribuição de cada termo na singularidade (ω = ω n ) são:

Contribuição
ω Singularidade
Módulo [dB] Fase [°]
5 Polo simples –3 dB –45°
20 Polo simples –3 dB –45°

O diagrama de Bode corrigido é dado por:


+ 20 dB − 20 dB
déc. déc.
–6 dB
G ( jω ) dB –3 dB –3 dB

90° –45°
∠ G ( jω ) 0° –45°
–90°

5 20
ω

Solução alternativa: Por intermédio de simulação MATLAB/SIMULINK utilizando-se os arquivos V_22m.m


e V_22.mdl é possível reproduzir os resultados obtidos anteriormente.

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Exemplo V.23: Para o circuito anterior, determinar a expressão de v s (t ) , sabendo que


ve (t ) = 10u (t ) − 10u (t − 1) e que o circuito está descarregado em t = 0 .

Solução: A transformada de Laplace da função de excitação é dada por:


ve (t ) = 10u (t ) − 10u (t − 1)
10 10
Ve (s ) = L[ve (t )] = L[10u (t ) − 10u (t − 1)] = − e − s =
s s
10
s
1 − e −s ( )
Utilizando a função de transferência G (s ) , obtida anteriormente, pode-se obter a expressão da transformada de
Laplace da tensão de saída.
Vs (s ) = G (s )Ve (s ) =
(1s 4
10s 10
(
× 1 − e −s =
+ 5)(s + 20) 1
100
s 4243 (s + 5)(s + 20)
)
1 − e −s ( )
4244 3
G (s ) Ve ( s )

Para determinar a transformada inversa de Vs (s ) é necessário obter a expansão em frações parciais do seguinte
quociente:
100 K K2
= 1 +
(s + 5)(s + 20) s + 5 s + 20
sendo os coeficientes K1 e K 2 dados por:
 100   100  100 100 20
K1 = lim (s + 5)  = lim   = = =
s →−5
 (s + 5)(s + 20) s→−5  s + 20  − 5 + 20 15 3
 100   100  100 100 − 20
K 2 = lim (s + 20)  = slim  = − 20 + 5 = − 15 = 3
(s + 5 )(s + 20 ) →−5 
 s + 5 
s →−20
 

Utilizando estes coeficientes, a expressão da transformada de Laplace da tensão de saída pode ser reescrita:
 20 20 
Vs (s ) =  3 − (
3  1 − e −s
 s + 5 s + 20 
)
 
cuja transformada inversa é dada por:
 20 20   20 20 
v s (t ) =  e −5t − e −20t u (t ) −  e −5(t −1) − e −20(t −1) u (t − 1)
 3 3   3 3 

O gráfico da tensão de saída em função do tempo está mostrado a seguir:


4

1
vs(t)

-1

-2

-3

-4
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
t

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Solução alternativa: Por intermédio de simulação MATLAB/SIMULINK utilizando-se os arquivos V_23m.m


e V_23.mdl é possível reproduzir os resultados obtidos anteriormente. O gráfico da tensão de saída em função
do tempo obtido na simulação é dado por:

Na Tabela V.4 encontram-se sugestões de exercícios, referentes aos assuntos tratados neste capítulo.

Tabela V.4 – Sugestões de exercícios referentes ao Capítulo V.


Livro Capítulo Página: Exercícios
634: 15.2; 15.3; 15.4; 15.5; 15.6 635: 15.11; 15.12; 15.15
636: 15.21; 15.22; 15.24; 15.25; 15.27; 15.31; 15.34; 15.35
Alexander&Sadiku
(2003)
15 637: 15.36; 15.37; 15.38; 15.40; 15.43; 15.44; 15.45
638: 15.46; 15.48; 15.49; 15.50; 15.51; 15.53; 15.55; 15.56; 15.57
640: 15.71; 15.72; 15.77 641: 15.83; 15.84
324: 13.1
13 325: 13.2; 13.3; 13.11; 13.12; 13.16; 13.17
326: 13.22; 13.23; 13.24; 13.25; 13.26 327: 13.28; 13.31; 13.40
355: 14.4; 14.5
Nilsson&Riedel
356: 14.7; 14.8; 14.9; 14.10; 14.13; 14.15; 14.16
(1999)
357: 14.17; 14.18; 14.19; 14.20 358: 14.25; 14.26; 14.27; 14.29; 14.30
14
359: 14.31; 14.34; 14.36; 14.37; 14.38; 14.39
360: 14.40; 14.45 361: 14.47; 14.49
362: 14.55; 14.56
711: 16.1; 16.2; 16.4; 16.5; 16.8 712: 16.11; 16.12; 16.13; 16.14
16 715: 16.28; 16.29; 16.30; 16.31; 16.32; 16.35; 16.37
716: 16.51; 16.52; 16.53 717: 16.54; 16.55; 16.56
Irwin (2000) 748: 17.1; 17.3; 17.4; 17.5; 17.6; 17.7; 17.8; 17.9; 17.10; 17.11
750: 17.19; 17.20; 17.21 751: 17.22; 17.24; 17.26
17
754: 17.38; 17.39; 17.40; 17.41; 17.42; 17.43
755: 17.45; 17.46; 17.47 756: 17.55; 17.59; 17.60

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