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PAULO
Assignaturas : Anno — 20$000; Extrangeiro — 25$000
Numero avulso — 1$800.
Castigo LACERDA P I N T O .
Bibliographia B R E N N O FERRAZ . . .
CARICATURAS DO MEZ
se?:
5 6 7 unesp
DESENVOLVIDOS, FORTIFICADOS e AFORMOSEADOS, com
A PASTA RUSSA do Doutor G. Ricabal.
O único REMEDIO que em menos de dois mezes assegura o
DESENVOLVIMENTO e a FIRMEZA dos SEIOS sem causar
damno algum a saúde da MULHER. — "Vide os attestados e
prospectos que acompanham cada Caixa.
K n o o n t r n - a e A v e n d a nu» p r i n . i p m » P H A R M A C I A S , » R O G A R I A S e
CASAS ])1i r m u a M A I l I A M d o Ilrnuil.
AVISO — Preço de u m a Caixa 8$000, pelo Correio mais
2$000. Pedidos ao Agente Geral,
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»nço, S u f f o e n ç f i e » , é u m M e d i c a m e n t o d e v a l o r , c o m p o s t o e x c l u s i -
v a m e n t e de v e e e l n e » , nflo é xarope, n e m c o n t é m lodúreto», hem
nioriihlnu e oulrii» a u b a t n n c l a a n o c i v a « á a a n d e doa A a t l i m n t l e o a .
"Vide os a t t e s t a d o s e p r o s p e c t o s quo a c o m p a n h a m cada frasco".
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D I R E C T O R : MONTEIRO LOBATO
N.° 6 0 D E Z E M B R O , 1920
NATUREZA DO SONHO
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certas maneiras de agir que não nos podem enganar. Nos cães o
phenomeno se passa com a maior nitidez e a physionomia do ani-
mal, quando sonha que se alimenta, não é a mesma que quando
sonha estar deante de uma scena que o aterrorisa, ou que o enche
de pavôr. As senhoras que se dedicam aos cães de luxo sabem per-
feitamente quando estes felizes animaesinhos se engolfam em so-
nhos agradaveis ou se agitam em meio de pesadelos, deixando-os
dormir no primeiro caso e acordando-os si pensamentos negros
lhes percorrem o cerebro.
Os tratadores de cavallos de corridas interpretam, pelos movi-
mentos physionomicos do animal, o que no sonho se está passando.
No homem a maneira de sonhar é diversa conforme a idade; a
criança não sonha como adulto, nem o adulto como velho.
As crianças começam geralmente a sonhar depois dos quatro
annos e os seus sonhos são tanto mais expressivos quanto mais
desenvolvida lhes fôr a intelligencia. Os debeis de espirito, os
idiotas,iniciam os sonhos em idade mais tardia; os seus sonhos
são simples, destituídos de vivacidade; ao contrario os sonhos
de meninos de talento, que se apresentam mais complicados, es-
tereotipando-lhes a evolução mental. Na infancia a lembrança do
sonho varia com o gráo de emotividade de cada individuo: nuns
o phenomeno passa como sombra, que fugiu para não mais vol-
tar ; noutros deixa traços, signaes que perduram por muito tempo.
No que se refere aos adultos, tem-se estudado, com afinco, a re-
lação existente entre a profundidade do dormir e a riqueza do so-
nhar.
De Sanctis, no seu excellente livro "Estudo clinico sobre os so-
nhos", refere que as mulheres dormem muito mais superficialmen-
te do que os homens, porém, que sonham mais do que elles, ten-
do os sonhos mais variados e imaginativos.
Isso pode ter uma explicação: os homens, pela sua actividade,
cançam-se mais e, quando se deitam, dormem mais intensamente.
Metade dos homens sonha pouco, quarenta por cento frequente-
mente e os dez por cento restantes desconhecem a satisfação ou
o desprazer do sonhar.
Na velhice, como é natural, quando quasi todas as funcções en-
tram no crepusculo, as faculdades oníricas baixam- ao mesmo tem-
po que se enfraquece a memoria dos sonhos. Os velhos sonham
com o seu passado, com os feitos brilhantes da sua mocidade,
com os dias faustosos de sua juventude, com aquelles que lhes
semearam a estrada da vida de rosas ou que, agora, dormem sob os
goivos tristonhos dos cemiterios. Na velhice viver é recordar e os
que já trilharam o caminho tempestuoso da existencia pódem, nos
momentos de tranquillidade, quando quizerem esquecer o pre-
sente e recordar os bellos tempos que se foram, recitar baixinho
estes versos do nosso José Bonifacio;
SONHO E SUPERSTIÇÃO
VALOR CLINICO DO S O N H O
CONCLUSÃO
S E G U N D O Q U A D R O
NA BETHANIA
Na casa de Lazaro.
Uma sala singela, com uma grande mesa ao
centro, rodeada dc cadeiras negras de alto encosto.
Sobre a mesa, um vaso com flores, entre diversas
atnphoras de fôrmas delicadas.
Ao lado, um severo canapé dc couro, onde, ao
erguer-se o panno, Magdalena está preguiçosa-
mente sentada.
Pelas jancllas abertas, frescas ramas dc vide se
enroscam e verdes galhos dc arbustos se insinuam,
como braços amigos. Entrevê-se um pedaço de
pomar, cheio de viço.
No fundo, a porta principal, aberta para a aldeia.
A' direita, outra porta, dando para os comparti-
mentos interiores.
Faz sol lá fóra. Mas a tarde não vem longe.
SCENA I
(Volta a sentar-se)
S C E N A II
JESUS
(Aos discípulos)
JESUS
Descança, Magdalena
A casa deve ser egual ao morador,
E ê grande si ha logar para um pouco de amor.
Eu, em vez de um castello, onde o orgulho farfalha,
Prefiro adormecer sob um tecto de palha,
De noite — acompanhando a voz de um rouxinol,
De manhã — recebendo a visita do sol.
MAGDALENA (chamando)
JESUS
Deixal-a trabalhar.
MAGDALENA
SCENA III
MARTHA
MAGDALENA
JESUS
I
Eu amo os infelizes.
JESUS
Si soubesses amar!
Quem ama como eu sei, nada pede ou deseja:
Dá tudo o que possue, e tudo lhe sobeja:
No proprio coração tem tudo quanto quer.
MAGDALENA
JESUS
Coração de mulher!
Mas eu te explicarei o amor que nunca mente.
MAGDALENA (aparte)
JESUS
MAGDALENA (beijando-lhe os p é s )
(Lavando-os)
JESUS
MAGDALENA ( m o d e s t a )
PEDRO
JUDAS
PEDRO
E para que?
JUDAS
Vender
Destinando o produeto a um mendigo qualquer.
S C E N A IV
JESUS
LAZARO
MARTIIA
JESUS
SCENA V
MAGDALENA (a JeSUS)
JESUS
LAZARO
JESUS
JESUS
O POVO
UM CEGO
JESUS ( e s f r e g a n d o - l h e as palpebras)
o CEGO
U M A MULHER
JESUS
A MULHER
UM VELHO
Fala!
O MUDO
E fala mesmo!
Poder assim nunca foi visto!
E' o nosso Christo! E' o nosso Christo!
SCENA VI
(MAGDALENA, DEPOIS J E S U S )
MAGDALENA (pensativa)
MAGDALENA
JESUS
MAGDALENA
Não!
Não depende de mim. Não basta uma palavra
Para acalmar a dor que no peito me lavra!
Bem sabes o que fui no lodo mundanal:
A flôr do vicio, a flôr da morte, a flôr do mal!
O teu perdão, porém, levantou-me da cova,
E eu pude renascer para uma vida nova.
De prompto abandonei o templo dos judeus,
Anciosa por seguir todos os passos teus.
Magoei na disciplina o corpo que peccara
E o cilicio arroxeou a minha pelle clara.
Puz na minha consciência um zelo pertinaz,
Afim de não volver os olhos para traz.
Desortiei-me de anneis e queimei os vestidos,
Fechando ciosamente os meus cinco sentidos
A tudo quanto viesse — impura tentação —
Reaccender em meu peito a dormida paixão.
Tu falavas, porém, como agora, Senhor,
Mil vezes repetindo: amor! amor! amor!
E desde que te vi, comquanto me desprezes,
Mil vezes te chamei, suspirando mil vezes!
JESUS
MAGDALENA
(Approximando-se de Jesus)
JESUS (severo)
Afasta-te, mulher!
MAGDALENA
JESUS
Cala-te!
JESUS (reprehensivo)
Magdalena!
MAGDALENA (com vehemencia)
JESUS
MAGDALENA (queixosa) .
(Ajoelha-se, soluçando)
JESUS (levantando-a)
JESUS
Mas...
MAGDALENA
JESUS
(Cai o panno)
( Continua )
LUIZ GAMA
POR
J. CANDIDO FREIRE
I
E r a o anno e 1838.
Na modesta Matriz do Sacramento, em Itaparica, na Bahia,
entre diversos baptisados naturalmente, apresentou-se naquelle
dia um com que, de certo, deu bôas risadas o virtuoso Vigário.
E r a um menino de côr com 8 annos de idade que se levava á
pia baptismal.
Deram-lhe o nome de Luiz. Sua mãe chamava-se Luiza, natu-
ral de Costa da Mina, da nação de Nago, em Africa.
— V á ! Chame-se Luiz, — disse talvez o padrinho. Luiz fica-
lhe bem.
E o reverendo baptisou-o com o nome de Luiz.
O pretinho, acompanhado dos padrinhos, saiu radiante de ale-
gria, christão como os melhores fidalgos da c ô r t e . . .
II
III
IV
VI
Quem, após alguns dias desta scena entre pae e filho, occorrida
no patacho Saraiva, passasse, no Rio, pela rua do Sabão, esquina
da Candelaria, e ahi entrasse na loja de velas do Vieira, veria
ali um pretinho de dez annos, muito vivo, mettido numa camisa
e numa saia de chita da filha mais nova do vendeiro.
E r a o pequeno Luiz.
Elie, como outros escravos que tinham vindo da Bahia no
mesmo patacho, aguardava naquella casa de commissões o pri-
meiro comprador.
Luiz, logo á chegada áquella casa, fizera-se affeiçoar de toda
a familia, a qual se compunha do casal, duas mocinhas bondosas e
um menino que frequentava o collegio.
E m poucos dias o pequenino escravo sentiu-se são satisfeito
e tão bem como na casa de seu proprio pae, da qual, entretanto,
se recordava com infinita saudade naquelle meio completamente
extranho.
Amiúde ficava pensativo, parecendo dizer de si para si:
— Bom seria se ninguém me viesse levar do seio desta gente
bondosa!
Mas ponderava logo o absurdo. Casa de commissões, elle e os
demais escravos ali jaziam em deposito, como mercadoria no balcão
do negociante.
VII
IX
X
Iniciado nas primeiras letras, dotado de uma vontade inven-
cível, desejoso de cooperar para a libertação da sua raça, come-
çou a estudar, a estudar com afinco, para recuperar os annos
perdidos.
E r a um verdadeiro talento. Tudo quanto queria aprender,
aprendia logo, aprendia com facilidade. Depois, trabalhador,
amante dos livros, tendo em si que sua raça reclamava os ser-
viços de todos os filhos livres em prol de sua emancipação, com
mais devotamento estudava.
E assim, passados alguns annos, fez-se Luiz orador eloquente,
poeta, jornalista dos mais distinctos, advogado dos mais respei-
tados.
Levava todos os adversarios de vencida, quer pelo seu fino
espirito satyrico, quer pelos seus profundos conhecimentos de
jurisprudência. Vencia sempre, cantava sempre a victoria em
todas as causas, esmagando pelo lado do ridículo, quando não
o podia fazer de outro modo, seus mais valentes e tenazes con-
tendores.
Apagou-se, então, no scenario da vida, a figura do pobre bahia-
ninho para surgir a daquelle ser desconhecido^ numa auréola
de luz, cercada de fama e de respeito, de consideração e estima,
na alta roda dos mais finos intellectuaes daquelle tempo; uma
personagem extraordinaria, apostolo fervoroso e abnegado da
liberdade, defensor acérrimo dos opprimidos, combatente audaz
e valoroso em prol dessa causa justa, nobre e divina: a extincção
do captiveiro.
Dessa criança obscura e repudiada, desse Luiz pobrezinho,
duas vezes vendido, surgia, abençoado de toda uma raça, o im-
mortal Luiz Gama.
XI
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A terra era vasta e ubérrima e todos poderiam ter o seu quinhão,
n:as não era bastante ser possuidor da terra. Havia mister de bra-
ços para cultival-a.
A principio os indios os auxiliaram, quase expontaneamente.
Os colonos, porém, não contentes com o pouco trabalho dos sel-
vagens, acostumados a viver na ociosidade, numa vida errante
de lutas e aventuras, quizeram subjugal-os, escravizando-os.
Começou o tremendo embate entre colonos e selvagens. Os
caçadores de homens, esses tigres ferozes e perversos, batiam as
florestas em que, fugindo, se embrenhavam os infelizes selvi-
colas, aprisionando-os e matando-os quando resistiam, o que
era commum. Os indios não se submettiam facilmente.
Dahi, dessa oppressão terrível exercida pelos rudes portugue-
ses, nasceu um odio mortal e as villas que se formavam viam-se
quotidianamente amaeçadas pelo furor dos selvagens movidos em
represalia.
Aos donatarios assegurou-se o direito de escravizar. Logo,
abusivamente, todos os colonos quizeram exercel-o e o exerceram
de facto, clandestinamente.
Nobre era a acção dos Jesuítas que defendiam os indios con-
tra a tyrannia dos colonos
Não fossem esses missionários do bem, da caridade e do amôr,
e mais facilmente os aventureiros teriam subjugado todos os indios
do Brasil Manuel da Nóbrega. José Anchieta e Antonio Vieira,
comquanto não pudessem dominar totalmente a ganancia dos
invasores dos nossos sertões, limitaram-na, até que, bem mais
tarde, apoiados pela Côrte, conseguissem extinguil-a.
O proprio João Ramalho é accusado de explorar a venda de
selvagens brasileiros.
O celebre governador das esmeraldas, Fernão Dias Paes Leme,
só de uma feita, astucioso como era, conseguiu trazer para São
Paulo 5.000 goianazes, que naturalmente escravisou e vendeu.
Mais tarde foi permittida a escravização dos selviculas mas só
quando anthropophagos. Essa resolução em nada prejudicou
os interesses dos aventureiros, porque elles aprisionavam os indí-
genas, qualquer que fosse a tribu, e os accusavam de antropo-
phagia. E ninguém provava o contrario.
XII
XIII
XIV
XV
XVI
XVIII
XX
XXII
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Organizou o "Grupo dos Caiphazes", sociedade secreta que se
propunha a combater a escravidão por todos os meios possíveis,
legaes ou illegaes. Antonio Bento pregava abertamente a revolta,
instigava os escravos á fuga, ao abandono immediato do traba-
lho. Sua voz era ouvida, e a lavoura escravocrata resentiu-se logo
dessa forma efficientissima de propaganda.
Sua casa transformou-se em couto de escravos fugidos.
Seu jornal era o látego que jamais deixou de chicotear a cara
dos oppressores.
E, idolo da raça opprimida, tornou-se logo o pesadelo do gover-
no e dos fazendeiros truculentos.
XXIII
XXIV
LACERDA PINTO
A minha infelicidade
Nasceu da minha ventura,
Porque só quem teve gostos
Pôde medir a amargura...
BIBLIOGRAPHIA
F O N T E S PARA UM E S T U D O CRITICO
(Patrono da cadeira
12. Nasceu na cidade do
Rio ' de Janeiro a 19 dt
Abril de 1838 e falie ce*
em Minas (Caldas, a 27
de Setembro de 1890).
BIBLIOGRAPHIA
F O N T E S PARA O E S T U D O CRITICO
URBANO DUARTE
(Fundador da cadeira
n. 12. Nasceu em Lençóes,
Estados da Bahia, a 31 de
Dezembro de 1855 e falle-
ceu no Rio de Janeiro, o
10 de Novembro de 1902).
BIBLIOGRAPHIA
F O N T E S PARA O E S T U D O CRITICO
SUMMARIO P A R A UM E S T U D O COMPLETO
ARTHUR MOTTA.
POR
BRENNO FERRAZ
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tas, acaba de dar a publico a ver- do interesse e da utilidade so-
são franceza de — La, P e t i t e o cial, coisa r a r a e n t r e nós. E '
lo Grand, p h a n t a s i a theatral, que o distincto medico é um f e r -
que apparece em luxuosa edição, voroso crente no poder d a scien-
o r n a d a de illustrações. cia e n a educação social a que se
vem dedicando incansavelmente.
CORAÇÃO E DEVEIS—Jorge Bah- Depois de nos ter dado vários
lis — Rio Grande do Sul — estudos de eugenia, o d r . Kehl
1920. offerece ao publico nacional es-
clarecidas notas de medicina so-
Eis aqui m a i s u m a m o s t r a do cial e hygiene, além das de eu-
q u a n t o as letras vão interessan- genia propriamente.
do os nossos meios regionaes. O Trata-se de vulgarisação scien-
sr. J o r g e Bahlis, sem duvida um tifica, genero pouco cultivado
novo brasileiro dos muitos com e n t r e nós e porisso mesmo ainda
que a nossa população extrangei- mais i m p o r t a n t e e digno da a t -
r a nos vae enriquecendo, envia- tenção do leitor.
nos do Rio Grande do Sul a pe-
ça Coração o dever, d r a m a em PORTUGUÊS P R Á T I C O — M a r -
tres actos, d e s u a composição. ques da Cruz — Weiszflog Irmão
— Paulo — 1920.
T E R R A A' VISTA—Eugênio de
Ha muito que se assignalam
Castro — Typ. do "Jornal do
no Brasil os estudos do p o r t u -
Commcrcio" — Rio — 1920.
guez, em que n a d a temos que
pedir á a n t i g a metropole. Nesse
O sr. Eugênio de Castro t r a z
balanço entre o que fazemos e o
a publico, em bem afeiçoado
que nos m a n d a m feito, não h a
volume, f a r t a collectanea de ar-
d u v i d a que, se não se equili-
tigos e chronicas, nos quaes se
bram as partes, será p o r q u e é
nota louvável orientação nacio-
nossa a m e l h o r . . . Precisaremos
nal.
r e c o r d a r os m o n u m e n t a e s t r a b a -
lhos do Codigo Civil, com s u a
EUGENIA E MEDICINA SO-
redacção, réplica e tréplica ? So-
CIAL. — Renato Kehl — Livra-
mos o melhor mercado da livra-
ria Alves — 1920.
ria clássica. As preciosidades d a
« bibliotheca vernacula — d e n u n -
E n t r e os livros que nos che- ciam escriptores portuguezes —
gam ás centenas em tal p r o f u - emigram p a r a este lado «do Atlân-
são q u e nos t o r n a penoso o tico.
mister simples do bibliographo,
E ' n a t u r a l . Lingua de emprés-
salienta-se este do dr. R e n a t o
timo, estudamos a nossa p a r a
Kehl. Collecção d e artigos pu-
que bem possamos chamal-a as-
blicados n a imprensa de São
sim. Cumpre-nos aprendel-a, re-
Paulo e da capital do paiz, tra-
fundil-a, f o r j a l - a em bons mol-
zem todos o cunho inconfundível
des para que um d i a não nos per- se em cada particularidade, fi-
camos em inextricável vasconso. gura todos os casos, m o s t r a to-
E, se tão bem o estudamos, d a s as hypotheses e, exemplos
como o ensinamos ? Melhor, de- sobre exemplos, esclarece as du-
certo. Neste capitulo, corollario vidas que occorram ao mais sus-
daquelle, os nossos progressos picaz dos estudantes. Todos os
são extraordinários. P a r a o cal- absurdos são previstos, p a r a a
cular, supponha-se esta hypothe- competente lição. Coim tudo isso
se: — que seria d e nossa lingua, o sr. Marques d a Cruz revela um
se as nossas escolas se restringis- p r o f u n d o conhecimento da gen-
sem a grammaticas, l e i t u r a s e te que estuda e u m a g r a n d e ca-
compêndios g e n u i n a m e n t e por- pacidade p a r a lhes t r a n s m i t t i r
tuguiezes ? . . . por escripto o ensino.
Seu livro, que não se destina
O que ha de mais racional,
ás escolas, compõe-se, e n t r e ou-
methodico, pedagogico, emíim, é
tros capítulos, dos seguintes: —
obra nossa e muito nossa. P r o v a
"Vícios da linguagem", "Collo-
disso é que, tendo aperfeiçoado
c a ç ã 0 de pronomes", " C r a s e " e
os nossos t r a b a l h o s p u r a m e n t e
"Como s e escrevem c a r t a s " —
grammaticaes, j á passamos a
os quaes lhe g a r a n t e m a mais
u m a phase mais a d i a n t a d a , con-
larga procura.
cebendo-os com certa largueza
philosophica, a b e r t a p a r a o cam-
po experimental, á f o r r a do ve- ELEMENTOS DE PHILOSO-
lho espirito livresco. A's excel- PHIA SCIENTIFICA — Pierre
lentes grammaticas nacionaes F. Pécatit — Ed. Garnier — Rio.
juntam-se, dia a dia, estudos O sr. Benedicto Costa t r a d u -
práticos, de incontestável valor. ziu o compendio " E l e m e n t o s de
Este, d a auctoria do sr. Mar- philosophia »cientifica de P i e r r e
ques da Cruz é um delles. Não F. Péeaut. Obra didactica, a nos-
se p r o c u r e m , aqui, eruditíssimas so ver peoca pela base. Se se
excavações, investigações sapien- destina a e s t u d a n t e s de m a t h e -
tissimae e d o u t a s dissertações. maticas e philosophia, que j á
" P o r t u g u ê s P r a t i c o " — como diz devem ter consideravell desen-
o titulo — limita-se a vulgari- volvimento intellectual, ficam
sar, p a r a o uso quotidiano da estas lições muito aquém de sua
massa, as noções elementares do força e muito mais valeria subs-
bom f a l a r vernáculo. Mas de que tituil-a logo por u m a das obras
maneira o faz ! Dotado de um mestras. Senão, em caso de es-
g r a n d e senso pedagogico, o sr. t u d a n t e s menos capazes, t e r á a
Marques d a Cruz tem no livro o virtude única de afugental-os de
que se quer em classe: — pa- u m a vez para s e m p r e de toda co-
ciência, vagar, methodo, meticu- gitação philosophica.
losidade. Professor assim é raro. E ' mesmo graças a taes com-
Auctor assim, raríssimo. Detem- pêndios que a philosophia gosa
de tão má t a m a em rodas esco- cambaria. E m s u a anoia de t u d o
l a r e s . . . O quê ! Philosophia ! exprimir com verdade, eequecer-
AqueMa coisa arida, subtil, pa- se-ia, talvez, de que nem sempre
lavrosa ? . . . Adeus, m e u caro ! a a r t e está em dizer, mas, ao con-
Pois não h a v e r á meio de ensi- t r a r i o , em não dizer a seu tempo.
nar isso i n t e r e s s a n t e m e n t e ? Ha, Ha um espirito immanente,
decerto. Encontral-o-ia um espi- f ó r a da obra de arte, que 6 pre-
rito menos fradesco e mais philo- ciso respeitar e salientar, assim
sophico. como na própria linguagem n u a
A traducção, em si, deixa a e crua urge estacar a n t e a vul-
desejar. Obscura, imprópria, mui- garidade, ao entestar ella com-
tas vezes, não é de se d a r p a r a - nosco, mirando-nos com seu olhar
béns aos que tenham de dele- idiota.
treal-a. O sr. José Sizenando beirou o
abysmo e, se não cahiu nelle,
A VIDA E' ASSIM. . . — José Si- força é reconhecer que, ás vezes,
zcnando — Ed. Leite Ribeiro <5* foi um pouco além do permlttido.
Maurillo — Rio — 1920. A g u a r d a m o s p a r a breve o«
seus novos trabalhos.
O sr. José Sizenando, em u m a
serie de contos e chronicas, que TUMULTO DA VIDA — Adelino
acaba de dar a lume sob o titulo Magalhães — Typ. "Revista dos
de —«• A vida é a s s i m . . . revela- Tribunaes" — Rio — 1920.
se um espirito original e forte,
de que muito temos que esperar. Se o sr. Adelino de Magalh&e»
Capaz de pensar por ei mesmo, soubesse escrever. . . teria feito
de i m a g i n a r e de crear, deu-nos um bello livro. Talento não lhe
um livrinho m a r c a d o de indivi- falta. Originalidade tem sobeja.
dualidade. Sendo apenas um en- Sabe observar, com u m a visão
saio, como estréa que é, paten- pessoal, própria. Escreve, entre-
teia qualidades não vulgares, tanto, lastimavelmente. Dirá ellle
que o hão d e fazer um perfeito que não sabe g r a m m a t i c a e que
contista. despreza tal c o i s a . . . Mas o seu
J á na pagina de a b e r t u r a , de caso não ó de simples g r a m m a -
pura analyse interior, o escriptor tica. E ' o de se fazer entendido.
se m o s t r a em toda a sua capaci- Pena, g r a n d e pena, porque,
dade de percepção, sensibilidade com tudo o que tem de m a u as-
e coordenação, reunindo impres- sim, tem qualidades que lhe da-
sões vivas e fortes com o seu ca- riam nada menos que a temper»
racter espontâneo, a s u a crueza de um estylista.
real. Esta é a feição do livro. Fizesse-se entender, tivesse
Em tudo, a nudez das coisas ordem e clareza e seria, talves,
dietas sem rebuços s u r p r e h e n - um g r a n d e escriptor. Sobretudo;
dendo-nos a cada m o m e n t o . . . fosse menos pulha nos assum-
Mais um passo e o a r t i s t a des- ptos . . .
TIGIT.JAS. — Mario de Azevedo embalado ao r y t h m o dos bons
IVeiszflog Irmãos. — S. Paulo. — clássicos latinos, nunca alli des-
1920. denhados, surge um poeta, um
bello poeta e o seu livro é todo
A alma das raças não morre.
um hymno a 0 velho mar, que
Não a desgastam séculos. Antes,
um d i a escachoou nas praias
retemperam-na os millennios.
brasílicas ao peso da civillsação
Quanto mais avançamos no tem-
de nossos primeiros avós.
po, certos d e q u e nos despela-
Foi a visão súbita do oceano
mos do passado, mais o passado
que impressionou Mario de Aze-
pm nós se faz sentir.
vedo? Ou foi o r e d e s p e r t a r da
Neste século XX, que de qui-
a l m a da raça, simples e incoher-
nhentista existe no Brasil ? Nada
civelmente, em toda hypothese ?
«ue nos f i r a a attenção. Apro-
Não duvidamos que sim.
funde-se, porém, a analyse e que
de curiosas revelações não nos Em Minas central ou n a orla
>erfio feitas ! marítima, o caso psychologico
O nosso f a l a r provinciano é o seria o mesmo. O grande Vicente
doe colonos de Martim Affonso. de Carvalho, pôde, d e s a j u d a d o
P a l a v r a s e expressões corren- do contraste, ser o emerito can-
tes, multas que empregamos ho- tor praiano. Não a d m i r a que,
je, «em nitida consciência, são com o contraste, alguém lhe siga
remanescentes da éra das nave- a pista. .
gações. A observação é uma das E segue. Eis, de Mario de Aze-
mais interessantes e valiosas, vedo, o Velho m a r :
que vêm no Dialecto Caipira, de
Vi-o, um dia, gemer como um demente
Amadeu Amaral.
de encontro ás rochas e aos parceis do
Essa p r o f u n d a caracterisação [porto;
da língua não subsistiria sem a parecia um gigante semi-morto,
do espirito- Temos ainda a men- estertorando num bramido ingente.
te impressa de reminiscências
Eu contemplava aquelle quadro, absorto,
medievaes e antigas. O mar ain-
á débil luz crepuscular do poente,
da nos impressiona f o r t e m e n t e vendo gemer o mar como um dementa
como ao luso e- ao phenicio. de encontro ás rochas e aos parceis do
Celtiberos, godos e arabes re- [porto...
2 3 4 5 6 7 unesp % 10 11 12 13 14 15
E merece-o g r a n d e m e n t e . Galvez salvação. Acabou no hospital.
é um verdadeiro romancista, do- Sempre á margem d a vida, re-
tado de todos os requisitos para a pellido pela sociedade dinheiros»,
construcção de u m a obra grandio- a e n g r e n a g e m p o r t e n h a esma-
sa como o fez em F r a n c a Zola- A gou-o . . .
A r g e n t i n a actual, t a n t o d a pro- E m torno desta vida de tortu-
víncia como de Buenos-Aires, es- ras gyram os demais personagen»
pelham-se em seus romances do romance, rapazes novos victi-
n ' u m relevo de impressionar. "La mas t a m b é m do mal metaphysico,
l l a e s t r a N o r m a l " , "O mal me- mas hábeis em accommodar os
taphysico" e "Nacha R e g u l e s " impulsos do senso esthetico com
constituem um tríptico de primei- as realidades crüas da vida — e
r a ordem onde cada personagem porisso victoriosos. A r r u m a v a m -
ó um typo desenvolvido logica- se, ao passo que Riga, pela sua In-
mente no decurso da fabulação, transigência organica, cada vez
de modo a accentuar caracteres mais se despenhava no precipício.
que se nos gravam na imagina- Estes personagens constituem
tiva indelevelmente. Sua maneira u m a g a m m a inteira de literatos
de compor é singela e sóbria, sem dos mais variados matizes, refle-
lacunas nem excesso, g u a r d a n d o ctindo-se em cada um úma escola,
sempre a j u s t a medida de que uma tendencia esthetica, tal como
resulta a impressão do "vivido". as temos aqui. E isto impressiona
Seu estylo ó o estylo clássico dos o leitor brasileiro. E ' extraordina-
grandes n a r r a d o r e s — estylo que ria a semelhança do ambiente
se não preoccupa consigo proprio portenho com o da capital pau-
e procura unicamente pintar. Nes- lista, cousa lógica, aliás, dada a
te romance o estudo versa sobre semelhança de formação ethnlea
o meio literário argentino. Cardos das duas capitaes.
Riga, um poeta puro, d e generoso Quem conhecer o nosso meio
coração e nobilíssimas qualidades literário poderá e n c a r n a r em I t u r -
moraes, nasceu deslocado do am- bide, Orloff, Viel, Salvatierra etc.,
biente carthaginez das g r a n d e s typos muito nossos conhecidos,
metropoles do Novo Mundo. E ' de modo a t r a n s f o r m a r o romance
mm I n a d a p t a d o por força da von- argentino em um romance perfei-
tade anêmica. Soffre do " m a l t a m e n t e paulistano. Ao proprio
metaphysico, o mal dos sonhado- Riga tivemol-o aqui no maravi-
res incuráveis, a doença d a bel- lhoso poeta que tempos a t r á s poi
leza, da contemplação". Visceral- termo á s u a vida t o r t u r a d a .
mente artista, sincero a t é ao ab- P e r f u m a m o romance, como
surdo, incapaz de accomodar sua flôr em sala, dois vultos de mu-
penna ás exigencias do meio, teve lher, Zita, a menina da alta so-
a vida t o r t u r a d a , por mil padeci- ciedade mas rica de coração e
mentos moraes, vegetou na misé- Nacha Regules, essa dolorosa flor
ria e pediu ao veneno alcoolico a do vicio t ã o bem descripta no ml-
timo romance de Galvez a que es- rem-se " v e r d a d e i r o s " romancis-
sa heroina d á o titulo. tas. E n t r e nós, quantos! Galvez,
porem, é um romancista comple-
Zita, i r m ã de E d u a r d o I t u r -
to. Sabe ver com verdade e sabe
blde, foi a g r a n d e paixão de Riga.
compôr com h a r m o n i a . Seus li-
O poeta amou-a como a m a m poe-
vros alliain o documento d u m a
tas, e foi isso a sua desgraça.
época e o documento psycologico
Ella nos píncaros sociaes, elle na
á g r a n d e a r t e da ficção. Empolga
s a r j e t a , separava-os a .muralha
assim o leitor á primeira pagina
tremenda das convenções que só
e condul-o irresistivelmente ao
admittem no dinheiro um cam-
fim. Essa qualidade ó a g r a n d e
po do igualdade. A scena em que
qualidade do romancista. Chega
Zita p a r t e para a E u r o p a a bordo
a ser, mesmo, a qualidade primor-
do "Cap Ortegal" ó p r o f u n d a m e n -
dial. Sem ella, t e n h a o estylo que
te emotiva, e a final, em que Zita,
tiver, a p r o f u n d e z a que tiver, a
já noiva de outro, tem noticia da
a r t e que tiver, não conseguirá
agonia do poeta num hospital, e
nunca a V i c t o r i a d a s victorias: ser
comprehende a causa da sua per-
lido.
dição — um amor secreto — é
magistral de simplicidade e finu- Outra cousa interessante deste
ra psycologica. livro é o decalque de typos que
vivem ou viveram em- carne e
Foi, pois, u m a iniciativa feliz osso na capital portenha.
a do sr. Braz L a u r i a publicando o Adivinha-se isso. Aquelle Es-
"Mal Metaphysico" e dando en- cribanos, não é Ingenieros? E Ze-
sejo a que o nosso publico trave ballos não está alli? E Lugones,
relações com um verdadeiro ro- e t a n t o s outros? Isto nos faz
mancista sul-americano. P o r q u e i m a g i n a r o sabor que t e r á o livro
lia escriptores que escrevem ro- para os conhecedores do ambien-
mances, e escrevem-nos a capri- te a r g e n t i n o . . .
cho — sem conseguir demonstra- M. L.
CARTA PAULISTA gocio levar os trilhos até Campi-
n a s , c e n t r o do p a t r i c i a d o p a u l i s t a -
Que a Companhia Paulista es- no. U m a lei p r o v i n c i a l , n ã o o b s t a n -
tá muito prospera, faz serviço t e , c o n c e d e u a g a r a n t i a de 7 % e
impeocavel, descortina longínquos ainda outros favores ponderosos,
horizontes, ninguém põe em du- porém o inglez, então mais intra-
vida, por isso passarei levemente t á v e l do q u e h o j e , c o t o u c u r t o —
sobre estes pontos para revelar "com tal g a r a n t i a nem entrava
d e s d e Já a o s l e i t o r e s do " C o r r e i o " e m d i s c u s s ã o " . E' o f f i c i a l .
a sua historia Interessantíssima e F o r a m baldados os esforços do
c h e i a de e n s i n a m e n t o s á g e r a ç ã o eminente financistas — Visconde
de hoje. Nasceu a hoje poderosa de M a u á — p r i m i t i v o c o n c e s s a r i o
Companhia Paulista de Estradas d e e s t r a d a d e f e r r o d e S a n t o s a S.
de F e r r o (o v u l g o c h a m a - l h e a
P a u l o . A s I n f l u e n c i a s p a u l i s t a s In-
Paulista "tout court") pequenina . tervieram; porém esforço vão. Foi
débil, m i n g u a d a , como tudo que n e s s a e o n j u n e t u r a que. g o v e r n a n -
tem existencia organlea: começou do a p r o v í n c i a d e S. P a u l o , o g r a n -
pela cellula e cresceu pelo desdo- de S a l d a n h a Marinho t o m o u a pei-
bramento desta. H a annos passa- to levar a l o c o m o t i v a — p r e g o e i r a
d o s , a l i á s Já n u m e r o s o s , conheci do p r o g r e s s o , s e g u n d o e n t ã o s e d i -
bastante intimamente um dos seus z i a — a t é a c i d a d e de C a m p i n a s ,
fundadores, o conselheiro Bernar- soccorrendo-se dos capitaes e
do G a v i ã o Peixoto, a n t i g a I n f l u e n - energias puramente paulistas. O
c i a do p a r t i d o l i b e r a l , p r e s i d e n t e
i n g l e z deu de h o m b r o s c o m d e s p r e -
de muito descortino da província zível desdém. Saldanha Marinho,
d o R i o de J a n e i r o e p a r l a m e n t a r a t a r e f a d o c o m a r e m e s s a de v o -
t e m i d o dos s e u s adversariios. Con- l u n t á r i o s ( v o l u n t á r i o s ã força, di-
versador ameno, quanto chistoso, zem ainda as m á s linguas) para a
era u m encanto ouvil-o discorrer chacina do Paraguay, enfren-
s o b r e a s c o i s a s do i m p é r i o , d i z e n d o
tando uma opposlção destemida,
"desta Republica" tudo quanto f e z appello ao brio dos g r a n d e s de
M a f o m a d i s s e r a do t o u c i n h o e o u - S. P a u l o , e p r o p o z - l h e s t r e g o a s p a r a
tras coisas mais que lhe não pas- as luetas politicas, concitando-os á
saram pela mente. o b r a d e d e s a f r o n t a do a m o r p r o p r i o
Contou-me o conselheiro Ce o • n a c i o n a l m e l i n d r a d o . O c o n s e l h e i r o
historiador fielmente o confirma) Gavião relatou-me o desdém com
que F o x e outras m a g n a t a s dele-
que, chegada a Estrada de Ferro
g a d o s do c a p i t a l i s m o britânico re-
I n g l e z a a J u n d i a h y , n ã o o u s o u ir
c e b e r a m os brasileiros que se per-
avante, achando que seria máo ne-
mitiram fazer-lhes proposta de ne- des autores da prosperidade cam-
gocio. O proprlo conselheiro Joa- pineira — os escravos.
quim Saldanha Marinho, em o seu Vale a pena ouvir e que u m a
relatorio á A s s e m b l e a provimclal, a testemunha do grande aconteci-
2 d e f e v e r e i r o d e 1868, a s s i m s e e x - m e n t o — Quirino dos Santos —
prime, deixando adivinhar velada- disse então pelas columnas da
m e n t e o que se passara a proposi- "Gazeta de Campinas":
to da projectada v i a - f e r r e a de J u n - "Contavam-se tres horas e meia,
diahy a Campinas. Diz o saudoso e quando um estremecimento estra-
grande brasileiro: "Estacar ante nho veio electrlsar em todos os
taes difficuldades, dando sem mais sentidos aquella reunião enorme.
estudo como impossível presente- O que se p a s s o u n a q u e l l e i n s t a n t e
m e n t e a obra, seria u m a f a l t a g r a - não se descreve — sonha-se, vê-se.
ve, que eu c o m m e t t e r i a com o f f e n - Espectáculo maravilhoso! En-
sa dos mais vitaes interesses da thuslasmo assim não se prepara,
m e s m a província. Fiz o que me n a s c e de si m e s m o c o m o a l a v a
cumpria. Appellei para os paulis- no selo dos vulcões para sobragear
tas. a face das montanhas e derramar
o calor e o brilho pela a t m o s p h e r a
incendiada.
Está, pois, f o r m a d a a Companhia Duas locomotivas galhardamente
Paulista, que s6 depende da legall- enfeitadas com flores, fitas, laços
s a ç ã o da s u a e x i s t e n c i a , e d i s t o e bandeiras, abriram caminho pu-
trato eu com esmero, f o l g a n d o em x a n d o 19 v a g õ e s e m q u e v i n h a m
c o m m u n i c a r - v o s que considero tal o s d o i s g r a n d e s v u l t o s do d i a —
legalisação como facto consumado. Saldanha Marinho e Falcão Filho
E' a primeira Companhia Brasilei- — o Iniciador e o e x e c u t o r do pen-
ra que, e m p o n t o tão e l e v a d o , a b s - s a m e n t o concretlsado na Compa-
t r a e de c a p i t a e s e s t r a n h o s e s e l i - nhia Paulista".
b e r t a do j u g o c o m m e r c i a l e s t r a n - Não f o r a m baldados os esforços
geiro. E m a i s nobre ainda é que, i n d e f e s o s de Saldanha Marinho e
n o m e i o de u m a l u c t a p o l i t i c a , i n - dos demais creadores benemeritos
glória e caprichosa, unanime trans- <la p r i m e i r a e ú n i c a v i a - f e r r e a n a s -
parece um único sentimento — ac- cida e realizada em toda a Ameri-
cordo para o bem geral. Todos sem c a do S u l c o m c a p i t a e s e d i r e c ç ã o
excepção lembraram-se só dos exclusivamente particulares, em
v e r d a d e i r o s interesses da P r o v í n - epooha tão remota, em que a s na-
cia. ções deste continente começavam
apenas a ensaiar os seus primeiros
Honra, portanto, aos paulistas!
p a s s o s no c o n c e r t o dos p o v o s c i v l -
E m 1872, â s 3 h o r a s e t r i n t a m i -
Hsados.
n u t o s da tarde c e l e b r a v a - s e na ci-
d a d e de C a m p i n a s o e v e n t o mais
memorável da orgulhosa urbe
p a u l i s t a : f e s t e j a v a - s e a c h e g a d a do
primeiro comboio ferro-viario den- Jofto PnuliKtn.
tro dos s e u s l i m i t e s urbanos. Os
("Correio do Povo").
g r a n d e s do I m p é r i o , a primeira
autoridade politlco-adminlstrativa
da província, o 1-nreodo conse- AS CONSEQUÊNCIAS DO
l h e i r o d a c o r ô a J o a q u i m de S a l d a - URBANISMO
n h a Marinho, o povo em transbor-
d a m e n t o de e n t h u s l a s i m o e c u r i o s i - U m a das causas, senão uma das
dade, durante tres dias seguidos principaes, que mais influem na
viveram horas festivas, de que Capital da R e p u b l i c a , p a r a t o r n a r
p a r t i c i p a r a m t a m b é m por delibe-
a vida cada vez m a i s difflcil, c a r a
ração dos seus senhores, os humil-
'e c h e i a d e n e c e s s i d a d e s , é, não
existe a menor duvida — o Urba- Preferem, porém, ser miseráveis
nismo, vicioso e improductivo, ac- n a c i d a d e do q u e f e l i z e s n o c a m p o .
e u m u l a n d o h o s t e s e n o r m í s s i m a s na Alas n e s s e f o j ã o s e a p o p u l a ç ã o
cidade em detrimento dos cen- c r e s c e e se a v o l u m a dia a d i a
tros ruraes que vivem ao abando- uiin m i l h ã o e q u i n h e n t o s m i l hf
no. tantes, como se estima, as s u a s
N i n g u é m faz idêa desse acoumu- necessidades a u g m e n t a m em pro-
porções demasiadas, constituindo
10 de g e n t e s o b r e g e n t e n o s e u
o e x e r c i t o de c o n s u m i d o r e s q u e a h i
infecundo viver, adquirindo tudo,
se v ê a pleitearem os m e i o s de v
occasionando a carência geral dos
da u r b a n o s e m u m a e x t e n s ã o d a s
mantimentos e encarecendo a of-
mais trabalhosas e mortificantes,
f e r t a dia a dia.
engrossando a caudalosa vaga
N ã o pôde r e a l m e n t e h a v e r m a i o r grande massa improductiva.
desastre economico no equilíbrio
â a 3 f o r c a s p r o d u c t o r a s de u m p a l z , N ã o s ô m e n t e do e x t e r i o r , c o m
do q u e e s s e q u e se dá e n t r e nós, d o n o r t e , s u l e c e n t r o do p a i z a s
Quando o g r o s s o , o e s c ô l da s u a l e v a s de f a m í l i a s que a q u i a p o r -
tam, se deslumbram ante o Urba-
população encontra-se nas cidades,
nismo carioca e aqui f i c a m & cata
«.gglomerada, sem nada absoluta-
de u m a o c c u p a ç ã o ou f u n c ç ã o q u e
m e n t e p r o d u z i r e d e b a t e n d o - s e na
s ô m e n t e não seja rural.
a n g u s t i o s a vida das g r a n d e s po-
pulações industrlaes, commerciaes Os campos se encontram em
o burocráticas. a b a n d o n o c o m p l e t o e n o R i o de
Janeiro ha carência das cousas
B a s t a comiprehender-se perfun-
mais comesinhas ã nossa variada
o t o r i a m e n t e , que s e m o f l o r e s c i -
alimentação.
m e n t o da l a v o u r a , s e m a i n t e n s i -
d a d e do t r a b a l h o rural, n ã o pôde O R i o de J a n e i r o é u m v a s t o
baver industria fecunda, nem hosipital de t u b e r c u l o s o s , c o n s u m -
eommercio prospero — porque i ptivos, fatigados, emmagrecldos,
producção agrícola é o alicerce, é pallidos, deprimidos e estiolados
p e l o m e l o u r b a n o . E' a E s t a t í s t i c a
11 b a s e q u e m a n t ê m t o d a s a s o u -
Demographo-Sanitaria Official que
tras organizações sociaes em equi-
o affirma com os seus algarismos
líbrio e s t á v e l .
eloquentes:
D á - s e depois o f a c t o que o Ur- Tomemos á mão o Annuario De-
banismo carioca é um dos mais m o g r a p h o - S a n i t a r i o de 1915 que
d e s o l a d o r e s do m u n d o : a q u i n i n - a c c u s a u m o b i t u á r i o de 4.500 p e s -
g u é m q u a s i p r o d u z e se n ó s n o s s o a s fallecidas de tysica, equiva-
« . b s t i v e r m o s de s o n d a r a z o n a p r o - l e n t e a 375 p o r m e z , 93 por s e m a -
priamente urbana e visitarmos a na e a 13 por d i a ( ! ) d e v e n d o c o n -
« u b u r b a n a e a r u r a l , t u d o é da s i d e r a r - s e q u e é i s s o s ô m e n t e na
mesma fôrma lastimavel. zona urbana e suburbana e o que
Ninguém planta e nem cria cou- s e dá á S a ú d e P u b l i c a c o m o c a s o s
«Isslma a l g u m a , m e s m o na zona notificados, que m u i t o s são s o n e -
rural, a s h o r t a s s ã o r a r í s s i m a s e g a d o s a f i m de e v i t a r o c o n s t r a n -
a c r i a ç ã o n ã o p a s s a , q u a n d o se f a z gimento das famílias e o expurgo
de m e i a d ú z i a de g a l l l n h a s c h e i a s sanitario.
ae vermes e piolhos, para o con- I s s o é o Índice f l a g r a n t e do d e -
iiimo domestico, encerradas em um p a u p e r a m e n t o de u m p o v o p e l a s
gallinheiro sem hygiene alguma. fadigas extenuantes e consumpti-
A p o p u l a ç ã o da c i d a d e s e a g g l o - . v a s do U r b a n i s m o .
m e r a e m c a s a s de c o m m o d o s a b - N i n g u é m pôde a f f i r m a r q u e n ã o
j e c t í s s i m a s , em b a r r a c õ e s , e m p o - existe essa plethora urbana, au-
rões, em apartamentos escuros, gmentando desproporcionalmente,
t e m a m e n o r s o m b r a de c o n f o r t o e porque a própria Estatística De-
p a s s a n d o a "brisa". m o g r a p h o - S a n i t a r i a O f f i c i a l &CCU-
2 3 4 5 6 7 unesp 10 11 12 13 14 15
sa q u e s õ m e n t e n o m o v i m e n t o da minense tem a impressão terrível
p o p u l a ç ã o d e f e v e r e i r o de 1920 h o u - dessa desolação.
ve u m e x c e s s o de 5.166 e n t r a d a s s o - Não é possível que e s s a inversão
bre a s s a h i d a s p o r v i a m a r i t i m a e fatídica continue; precisamos de
terrestre. Isis que p o n h a m termo a este es-
Segundo a mesma estatística, a t a d o de c o u s a s , q u e p r o h i b a m e s t a
p o p u l a ç ã o do R i o de J a n e i r o ( D i s - perniciosíssima agglomeração de
t r l c t o F e d e r a l ) e m 31 de d e z e m - s s r e s á g u i z a de l a g a r t a s .
bro d e 1918 e r a d e 886.453 h a b i t a n -
R u m o a o s c a m p o s , ao t r a b a l h o ,
tes.
á r i q u e z a e li s a ú d e . P r o p a g u e m o s
N a s c e r a m e m 1919 30.455 c r i a n - por t o d o s o s m e i o s n a c i d a d e o
ças. anathema contra o urbanismo"
H o u v e u m e x c e s s o de e n t r a d a s fallido e e s t e n u a n t e que a empol-
sobre s a h i d a s por v i a m a r i t i m a e g a . Bebaimios a s l i ç õ e s d o s p o v o s
t e r r e s t r e de 93.936 p e s s o a s p e r f a - civlllsados e m o d e r n o s que o pro-
z e n d o u m t o t a l de 950.844. fligam e o execram.
A deduzir: P r e c i n d i n d o de f a l a r na E u r o p a ,
Total dos obitos occorrldos nas que t e m c o m b a t i d o por t o d a s a s
•onas urbanas e suburbanas em formaB o urbanismo, queremos só-
1819, 24.300. m e n t e nos referir ã America do
P o p u l a ç ã o do Districto Federal Norte, onde se procura combater
e m 31 de d e z e m b r o de 1919 926.544. ipor t o d a s a s f ô r m a s o u r b a n i s m o ,
o r g a n i z a n d o p e q u e n a s l a v o u r a s ou
A n n o de 1920: "Basse-Cours", mesmo nos centros
Janeiro — População em urbanos.
J1 de d e z e m b r o de 1919 926.544 Em Nova York são Innumeras as
Nascimentos 3.122 hortas dependentes das escolas
Hxcesso de entradas . 790 primarias especialmente adaptaveis
á s a r e a s c o n g e s t i o n a d a s da g r a n d e
Somma 930.456 c i d a d e onde o s t e r r e n o s s ã o e s c a s -
sos.
A deduzir:
E' tão acanhada a terra em al-
Obitos 1.962
g u n s l o c a e s que se n ã o p ô d e o f f e -
População urbana . . . 928.494
recer as crianças áreas superiores
Fevereiro—População em
a 10 ou 12 p é s q u a d r a d o s .
31 de J a n e i r o de 1920 . 928.494
Nascimentos 2.652 S ã o m u i t o l i m i t a d a s c o m o s e v6
Excesso de entradas . . 5.156 taes áreas m a s servem para de-
m o n s t r a r a s p o s s i b i l i d a d e s da h o r -
SoTOima 936.302 t i c u l t u r a de u m a m a n e i r a a d e q u a -
da, d a n d o g o z o e p r a z e r á s c r i a n -
A deduzir:
ças que adquirem m a g n í f i c o s co-
Obitos 1.782 n h e c i m e n t o s do t r a b a l h o s e x p e r i -
População 934.520 m e n t a e s ruraes.
Experienclas que se têm feito
E a progressão continua em
de 1|8 de á r e a de t e r r e n o h o r t a l i -
março e abril com maior intensi-
ç a s no v a l o r d e 50 ou 100 d o l l a r s
dade, t a n t o m a i s e m s i t u a ç ã o a l a r -
annuaes.
mante quanto nós olhamos para a
t o n a r u r a l do D i s t r i c t o e v e m o l - a Calculando sómente a terça par-
clamorosamente deshabltada e sem te d a s c r i a n ç a s d o s E s t a d o s U n i d o s
•ulturas, porque o urbanismo ab- ellas produziram 300.000.000 dç
«orye todos os braços validos e d o l l a r s a n n u a e s na "urbs".
flospovôa os campos. A c r i a ç ã o de a v e s e p r o d u c ç ã o de
Quem sahe da zona urbana e pe- ovos ê uma occupação extraordiná-
n e t r a e m q u a l q u e r p a r t e da z o n a ria e r e n d o s i s s l m a p a r a s e n h o r i -
« u b u r b a n a e r u r a l e mesimo f l u - t a s e d o n a s de c a s a da c i d a d e .
A s aulas de cozinha são frequen- c h e i a de e n c a n t o s e a t t r a c t i v o s na.-
tadissimas pelo escõl das senhori- turaes.
tas cidadôas. S i g a m o s os a n t i g o s preceitos e a s
A t é 1913 d o s 203 c o l l e g i o s q u e lições valiosas dos nossos antepas-
conferiam grãos de bacharel, ne- s a d o s n o s s á b i o s a p h o r l s m o s , que
nhum exigia a "arte-domestlca", n o s legaram,:
como o assumpto obrlgatorlo para
a admissão. Semeia, cultiva e cria
H o j e 79 d e s s a s i n s t i t u i ç õ e s i n - Que dia e n o i t e t e r á s a l e g r i a .
cluíram essa disciplina como obri-
g a t ó r i a e h a m a i s 10 q u e p r o c u - Planta flôres, cultiva a horta
ram incluil-a, se já não o fizeram. Dinheiro e fartura terás á porta.
N a s a u l a s de c o z i n h a d a c i d a d e
Da saúde queres o segredo.
as alumnas aprendem a classificar
o s a l i m e n t o s , a camiprar n o s m e r - Dirige a agua, planta o arvoredo.
cados mantimentos a preparal-os 1'uNchoal de Moraes.
em casa a servir as refeições e em ( " J o r n a l do B r a s i l " ) .
curso complementar aprendem a
preparar e fabricar os a r t i g o s ali- CAÇADORAS D E MARIDOS
m e n t í c i o s e c o n s e r v a s de l e g u m e s
e fructas. Chegou a ser u m l o g a r c o m m u m
f a l l a r do r e t r o c e s s o g e r a l e e s p a n -
Os c l u b s de c o n s e r v a s s e e n c o n -
t o s o da c i v i l i z a ç ã o m a s p a r a p r o -
t r a m por t o d a a p a r t e c o m u m a
v a r e s s a p r o p o s i ç ã o c o r r e n t e , re-
frequência extraordinaria, as dire-
correm os seus adeptos a exem-
c t o r a s s e i n c u m b e m d e m a n d a r Ins-
plos materlaes, taes como: as de-
truir as famílias ensinando-lhes a
fabricação domestica dos produ- vastações da guerra, a devastação
ictos b e m c o m o o s e u a c o n d i c i o n a - de cidades illustres, logares consa-
mento em latas, frascos e caixi- grados de u m a a u g u s t a e a n t i g a
nhas, fornecendo-lhes a preços mo- c u l t u r a , o i n c ê n d i o de b i b l i o t h e c a s
dlcos os a p p a r e l h a m e n t o s n e c e s s á - e museus com os seus thesouros
r i o s ao t r a b a l h o . insubstituíveis, a transformação de
palzes florescentes em desertos si-
Os m e s m o s d i r e c t o r e s encarre-
g a m - s e e g u a l m e n t e de v e n d e r n o n i s t r o s , a a b o l i ç ã o da l i b e r d a d e de
m e r c a d o e s s e s p r o d u c t o s de f a b r i - v i a j a r e de r e s i d i r o n d e s e q u i z e r ,
cação domestica, depois de minu- a desordem nos transportes terres-
ciosamente fiscalizados. tres e marítimos e das communi-
cações postaes, telegraphlcas e te-
E o s c l u b s de Milho, d e F r u c t a s , lephonicas, a escassez e falta total
de F l o r e s — o c c u p a m u m a m u l t i -
das coisas indispensáveis para a
d ã o de a s s o c i a d o s , procurando-se
vida, dos alimentos mais c o m m u n s
d e toda f ô r m a t r a n s f o r m a r o urba-
e dos medicamentos mais usados,
n i s m o vicioso em occupações utili-
d a r o u p a , do p a p e l , do s a b ã o , d o s
tárias e operosas, desurbanlsando
instrumentos scientiflcos; o rebai-
no e n e r v a n t e e dissoluto.
x a m e n t o da m o r a l , o a u g m e n t o g e -
Mas a organização que combate ral d o s c r i m e s , o d e s a p p a r e c i m e n t o
m a i s o U r b a n i s m o é o Club de T r a - d e t o d o o exeimplo, de t o d a a c o n -
balhos Agrícolas, onde existem sciência profissional no grand"
m a i s de 1 5 0 . 0 0 0 m o ç o s e m o ç a s e m m é d i o ou p e q u e n o c o m m e r c l o ; a
verdadeira actividade e nenhum s e l v a g e m d u r e z a da g a n a n c l a , o
r a p a z ou r a p a r i g a ali h o j e t r o c a - f u r o r da e s p e c u l a ç ã o l e v a d a at
ria o s e u p a l m i n h o de t e r r a r u r a l ao banditismo, a degradação dos
pelas grandes riquezas e opulên- c o s t u m e s e da a c ç ã o s o c i a l , a g r o s -
c i a s da c i d a d e . s e r i a d o s m o d o s , a b r u t a l i d a d e da
E e s s a é q u e é a s a b e d o r i a do l i n g u a g e m e d a s a c ç õ e s , a f a l t a de
bom senso pratico. Sõmente a vida toda a consideração nas relações
dos c a m p o s é v e n t u r o s a e viril, entre h o m e n s e entre os s e x o s •
todos esses sentimentos saltam á a s u a decadenicia e m s y s t e m a » a
vista. -proclamava como u m a superiori-
M a s ha o u t r o aspeicto da v i d a , o dade, empregando para o seu de-
aspecto intellectual, e nesse ê ha- s a f i o a u d a z o bom s e n t i d o d a t e r -
b i t o e s q u e c e r de notar, de a s s i g n a - m i n o l o g i a i m p r e s s i o n a n t e da s c i e n -
lar a quéda a gráos inferiores e a cia philosophica. Desthronar a ra-
qual deve incluir-se no n u m e r o das zão, p r é g a r o d e s p e r d í c i o d o i n -
d e v a s t a ç õ e s da g u e r r a . tellecto, collocar deliberadamente
Sob o p o n t o de v i s t a a n t r o p o l o - a i n t u i ç ã o a c i m a do p e n s a m e n t o
gico, a evolução dos h o m e n s defi- c l a r o , q u e é, s e n ã o p r e c o n i z a r a
n e - s e c o m o u m a a s c e n ç ã o do e s t a - e x c e l l e n c i a do i m p u l s o s o b r e o r e -
do instinctlvo ao estado racional. g u l a d o r , do i n s t i n c t o sobre o p e n -
O animal segue os seus instinctos s a m e n t o , do i r r a c i o n a l s o b r e o h o -
orgânicos hereditários, e o homem m e m , ou, p a r a f a l a r a l i n g u a g e m
o b e d e c e á s o r d e n s ou c o n s e l h o s ti biologica, dos centros gangliona-
s u a razão. N ã o d e i x a de t e r i m - rios, m e d u l a r e s , s y m p a t h l c o s c e n -
pulsos instinctivos, mas aprendea sorlos medulares, sympathlcos ce-
a dominal-os, a sujeital-os á sua r e b r a e s , s o b r e a m a s s a c i n z e n t a de
õ n t e l l i g e n c i a . O g r á o de c i v i l i z a - c e r e b r o ? A t é que p o n t o e s t a l a -
ç ã o de u m i n d i v i d u o e de u m p o v o , mentável perversão haja tomado
m e d e - s e por u m t e r m o m é d i o e n - p o s s e d o s e s p í r i t o s q u e se c h a m a m
tre a forca desses dois e l e m e n t o s m a i s cultos, pode-se comprovar
de toda a acção h u m a n a ; quanto mui recentemente. E m Paris tri-
m a i s inhibido, modificado, dirigi- u m p h o u na s c e n a e a n t e a c r i t i c a
do, s u j e i t o p e l o p e n s a m e n t o e s t á u m a n o v a p e ç a do sr. Curei, Inti-
o reflexo automatlco tanto mais t u l a d a "A a l m a e m c i ú m e s " . E'
a d e a n t a d o s e s t ã o o h o m e m e a ci- representada ante platéas replo-
vilização; quanto mais o lnstlncto t a s de u m p u b l i c o q u e n ã o s e p ô d e
cégo usurpa a preponderância nos c o n t e r de e n t h u s i a s m o , p r o c l a m a n -
a c t o s da v i d a e s e s u b t r a i a á In- do q u e é u m a o b r a p r i m a . B a t e
f l u e n c i a da r a z ã o , t a n t o m a i s o p a l m a s a " R e v u e de P a r i s " , p u b l i -
s e r h u m a n o d e s c e d a s a l t u r a s da
cando o drama, e assim, aquelles
c i v i l i z a ç ã o ao n i v e l da a n i m a l i d a -
que n ã o t i v e r a m o o c a s i ã o de v e l - o
de, q u e foi o p o n t o de p a r t i d a chi
representar puderam lel-o.
s u a c a r r e i r a a s c e n d e n t e . P o i s bem
o q u e v e m o s a g o r a é a V i c t o r i a ti Q u e é " a l m a em. c i ú m e " ? E' a
i n s t i n c t o s o b r e a r a z ã o e, port c o m p r o v a ç ã o de que no f u n d o do
to, u m r e g r e s s o d a c i v i l i z a ç ã o á a m o r ha o d e s e j o s e x u a l , diga-
animalidade. mol-o, com a brutalidade, ante o
q u a l n ã o r e t r o c e d e u o p r ó p r i o sr.
A guerra não creou esta corren- Curei: "estar enamorado é estar
te retrograda mas reforçou-a, c o m c i ú m e " , o m e s m o que na e s -
accelerou-a, generalizou-a singu- t a ç ã o do c i o põe o bóde a b e r r a r
larmente. Por uma singular Iro- a t r á s da oabra e o f a z t r a v a r p a r a
nia, o m o v i m e n t o c o m e ç o u n a m a i s apossar-se delia combates terríveis.
alta esphera alcançada pelo des- Prodigiosa revelação! Descober-
envolvimento humano—na philoso- ta sublime! Era preciso e v i d e n t e -
p h l a . O bom ê x i t o do s y s t e m a do m e n t e , s e r u m g r a n d e p o e t a e ao
sr. B e r g s o n é s y m p t o m a t i c o n e s t e m e s m o tempo um profundo pensa-
s e n t i d o . O sr. B e r g s o n p o u d e c h e - dor p a r a e n c o n t r a r i s t o : que a e s -
g a r a s e r o p h i l o s o p h o da m o d a ; é s e n c l a i n t i m a , e l e m e n t a r da p a i -
p o r q u e ha um publico prompto x ã o que a r r e b a t a o s s e r e s , que l a n -
p a r a r e p e l l i r a I m p o s i ç ã o s ã da ga o h o m e m a o s p é s da m u l h e r e
r a z ã o , para e n t r e g a r - s e a o s s e u s que precipita a mulher nos braços
instinctos e l e m e n t a r e s e que na- do h o m e m é o a p p e t i t e g e n e s i c o . . .
turalmente acclamou o ponto su- J á se s a b i a d i s s o , a n t e s do sr.
p e r f i c i a l ao h o m e m que a r v o r a v a Ourei e da " A l m a e m c i ú m e " , m a s
a c r e d i t a v a - s e que, no c u r s o da i m p r e v i s t a s , n a s m o d a s femittina«,
evolução, o desejo bestial se ha- isto para não citar outras.
via educado, sublimado, ennobrecl- A g u e r r a m a t o u na E u r o p a s e t e
do, que se t i v e s s e a s s o c i a d o c o m a s m i l h õ e s de j o v e n s , n a s u a m a i o r
mais altas funcções intellectuaes, p a r t e s o l t e i r o s , q u a s l .todos m a r i -
que h o u v e s s e posto em acção, como d o s f u t u r o s da s u a g e r a ç ã o . J á a n -
força motora, os m a i s subtis ins- t e s da g u e r r a , o n u m e r o d a s j o -
t r u m e n t o s do o r g a n i s m o humano, vens casadeiras ascendia em todo
que h o u v e s s e f e i t o s o a r t o d a s a s o v e l h o c o n t i n e n t e ao d o s p r e t e n -
c o r d a s da a l m a , h a b i t u a l m e n t e s i - dentes possíveis; agora a despro-
l e n c i o s a s , e q u e do i n s t i n c t o i n - porção chegou a ser enorme. Bas-
c o n s c i e n t e de c o n s e r v a ç ã o t i v e s s e tará um só e x e m p l o para f i x a r
chegado a ser a m a n i f e s t a ç ã o mais idéas. N a Inglaterra, as e s t a t í s t i -
Intensa, mais completa de todas as cas indicavam como excedente de
forças, cujo conjuncto constitue o mulheres solteiras sobre homens
c a r a c t e r i n t e g r a l da p e s s o a . I m a - solteiros u m milhão, numero re-
g i n a v a - s e que a t r a n s f o r m a ç ã o do dondo; agora, essa proporção esta
macho que solicita a f e m e a violen- calculada em dois milhões. Ahi es-
tamente, em Romeu e Julieta, em t ã o d o i s m i l h õ e s de m o ç a s , q u e
Raphael pintando a Fornarina, em possuem quanto é mister para se-
Miguel Angelo cantando a princeza rem felizes e o fazerem a t a n t o s
Colonna, em Petrarcha dirigindo os outros; que têm direito á felicidade
s e u s h y m n o s a Laura, constituía e que aspiram a ella m a s vêem,
um progresso; que o enamorado, aterrorizadas, que as cifras impla-
idealizando a sua adorada, esti- cáveis as condemnam a renunciar
m u l a d o por e l l a p a r a e s f o r ç a r - s e á vida integral, ao amor, á ma-
em suas actividades intellectuaes, ternidade, finalmente. Naturalmen-
a r t í s t i c a s , c r e a d o r a s , c a p a z de t o - t e n ã o se r e s i g n a m ; r e p e l l e m t a m -
dos os esforços, r e p r e s e n t a v a u m b é m a a l t e r n a t i v a de a p r o c u r a r
typo mais avançado que o gorilla, n a s s a t i s f a ç õ e s q u e se l h e s d e v e m ,
f a z e n d o a s u a cOrte de p r o p o s l t o l i b e r t a n d o - s o d a s r e g r a s da m o -
não dissimulado á femea. Pois bem: ral c o r r e n t e e b u r l a n d o a s e x i g e n -
todos estavamos enganados. O e i a s da b o a s o c i e d a d e .
c i ú m e é s u p e r i o r ao e x t a s e p o é t i -
co; ha que conquistar a compa- E m tal caso, ante tal situação,
n h e i r a ou o c o m p a n h e i r o ã m a n e i - e s f o r ç a m - s e ardorosamente em pro-
ra d o s a n i m a e s da s e l v a , p o r q u e curar esse raro phenomeno, essa
t u d o o m a i s "é p u r a l i t e r a t u r a " . phenix, o marido.
P a r a a c a ç a ao m a r i d o , q u e o
O "Alma em ciúme" é a doutrina e s t a d o a c t u a l do m u n d o t o r n a Im-
da i n t e n ç ã o , i s t o é, do i n s t i n c t o , periosa, a joven emprega o pro-
traduzida em acção dramatica. O cesso que lhe s u g g e r e o instincto
sr. Curei f e z b e r g s o n i s m o s e m o o r g â n i c o , p r i m i t i v o , que a p h i l o -
s o p h i a da i n t e n ç ã o c o n s a g r a e q u e
querer fazer, talvez s e m o saber.
a "Alma em ciúme" celebra. U s a m
E n s i n o u a seu modo com os s e u s
t o i l e t t e s que descobrem os seus
r e c u r s o s de p o e t a o r e g r e s s o d a
e n c a n t o s a t é onde é p o s s í v e l , e n -
c i v i l i z a ç ã o ao e s t a d o p r i m i t i v o , ao
t r e g a m - s e a bailes que as lançam
h o m e m d a c a v e r n a , ã Idade d a p e -
n o s b r a ç o s de u m h o m e m .
dra lascada.
I s t o é que e s t ã no a r q u e s e Com q u e s a t i s f a ç ã o o sr. C u r e i
respira. O escriptor s e g u i u a cor- deve contemplar um baile publico
rente, deixou-se levar. E esta ten- ou p a r t i c u l a r ! O que v ê n o s b a i l e s
d e n c i a da é p o c a , á r e n e g a ç â o s y s - são j o v e n s quasl n u a s a t é ã cintu-
t e m a t l c a da c i v i l i z a ç ã o , ao c u l t o ra, que m o s t r a m a s p e r n a s a t é a o s
do i n s t i n c t o á c u s t a d a r a z ã o , ao j o e l h o s ou m a i s a i n d a , que t o c a m
d e s p r e z o p u e r i l do i n t e l l e c t o , e n - c o m a s u a p e l l e a do c o m p a n h e i -
contramol-a sob as fôrmas mais ro e q u e se a g i t a m e m m o v i m e n t o «
2 3 4 5 6 7 unesp'^ 10 11 12 13 14 15
enérgicos mais ou m e n o s r y t h m i - v e n s que projectam associar as
cos, t o m a n d o a t t l t u d e s p r o v o c a t i - s u a s v i d a s , m a s a o a m o r se Jun-
v a s e a d o p t a n d o p o s t u r a s de l a n - t a m elementos que são subminis-
g u i d e z e x c i t a n t e e de a t a q u e a u - trados, não pelo instincto, m a s s i m
daz; pulando, brincando e manten- pela razão, e esta não se rende tão
do a s s i m c o n s t a n t e m e n t e d e s p e r t a - facilmente aos processos emprega-
d a a a t t e n ç ã o do h o m e m e s e u s d o s a g o r a p e l a s j o v e n s que b u s c a m
n e r v o s em t e n s ã o . A c a s o a f e m e a marido.
de um animal enciumado poderá O que o esposo quer encontrar
p r o c e d e r de o u t r o m o d o ? não é uma bacchante nua; é um
Evidentemente, o seu instincto é s e r modesto, decente, contido, é
infalllvel; consegue Inspirar a um u m a joven bem educada, reserva-
c o m p a n h e i r o de b a i l e d e s e j o s v i o - da, com cultura, que pense, que
l e n t o s . E' p r e c i s o t e r - s e s i d o a b a n - tenha o espirito aberto aos inte-
donado pela natureza para resis- resses superiores, que seja labo-
tir a s e d u c ç ã o de u m c o r p o j o v e m , riosa, séria, capaz de a b n e g a ç ã o e
d e s n u d a d o , p e r f u m a d o , que s e a g i t a que inspire confiança. N e m a toa-
em contorsões s u g g e s t i v a s . Se vi- 'lette, nem. o t a n g o , nem- o " f o x -
v ê s s e m o s sob o r e g i m e n da Arca- trot" garantem essas qualidades.
dia clássica, onde as driadas e as Teriam mais êxitos matrimo-
bemadriadas bailavam aos sons da niaes, as jovens, se b a i x a s s e m mais
f l a u t a de u m E g i p a n a l e g r e , e n a a s s a l a s e s u b i s s e m m a i s os deco-
s e l v a , o n d e o v e l h o s á b i o da p e ç a tes, d a n s a s s e m m e n o s o tango e
d o sr. Curei o b s e r v o u t ã o u t i l m e n - m e n e a s s e m m e n o s os quadris. Ani-
te os costumes candidamente rea- m a r i a m m e n o s os s e u s c o m p a n h e i -
listas dos cervos e das cervas, nin- r o s de s a r a u s e " t e e s " d a n s a n t e s ,
g u e m d u v i d a r i a de q u e a s j o v e n s mas attrahlriam e reteriam mais
a l c a n ç a s s e m p l e n a m e n t e o seu ob- os h o m e n s r e c o m m e n d a v e i s . Por
jectivo. O diabo ê que não v i v e m o s m a i s degradada que esteja hoje em
nem na selva virgem, nem na Ar- dia a c i v i l i z a ç ã o , o s c o s t u m e s d o s
cadla antiga, e por isso o ins- homens das cavernas têm pouca
tincto das jovens falha completa- p r o b a b i l i d a d e de v o l t a r . A s j o v e n s
mente. q u e s o n h a m c o m a c o n q u i s t a do
O m a t r i m o n i o não é u m acto re- marido bom, obrarão prudentemen-
flexo, não é resposta immediata a t e não se fiando no Instincto e con-
s u l t a n d o , c o m c r i t é r i o , a razão. I s -
u m a excitação; é um acto social
so dará resultados mais s a l u t a r e s
d e g r a n d e alcance que se determi-
do que caçar maridos que c o m e m a
na por outras considerações, que
i s c a e f o g e m da a r m a d i l h a .
não apenas os appetites carnaes.
Certamente, não convém que o
amor falte na alliança de dois jo- H n VOIIIÍAU.
CARICATURAS DO MEZ
BANQUETE NO T R I A N O N — P E I X E A' CAVOUR
— E este " zinho" mais novo, também vae ser bacharel, d. Maricota ?
— Este, quando crescer, diz que será aviador; e já prometteu concluir o
' r a i d " a Buenos Aires. Jefferson (O Jorital).
S O R P R E S A S DA M O D A
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