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O KANDA
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-oian|OAa bjsia ap ojuod o lUBiáapAud anb sosoipnjsa sojjno ojiu;.j aprpurau
-quiEd b BJBd apEpuBauijiJiBui Bp ‘Bisiuoian|OAa ojuauiiAjOAuasap ap opptJUJ
mesmos excedentes. (IJOg) Deste modo, os principais titulares foram-se pro
gressivamente apropriando de parte dos direitos sobre os recursos das linha
gens locais. (IJm)
Embora os titulares das áreas rurais tivessem acesso a bens de luxo, o
fascínio por tudo o que Mbanza Kongo e os outros aglomerados populacionais
de elevada densidade demográfica representavam, a sua vida religiosa, as
possibilidades de instrução e a proximidade da influente corte, sempre cons
tituiram um forte pólo de atracção para os nkuluntu e para outras autoridades
muxikongo das áreas rurais. Estas autoridades, ao oferecerem mulheres aos
principais titulares, e ao aumentarem o número de membros do seu próprio
kanda. através de mecanismos de integração de indivíduos estranhos aos seus
próprios kanda, nomeadamente os escravos, pretendiam ganhar a estima e a
solidariedade das estruturas hierárquicas superiores das mbanza.
Os interesses dos diversos grupos de influência, indivíduos, associações
ou linhagens, eram naturalmente recíprocos. Num contexto de extrema com
petitividade por influências, a aliança com um kanda politicamente superior
proporcionava, às linhagens menos poderosas c mais dependentes, uma opor
tunidade de aumentarem o seu prestígio através de uma participação mais
activa nas esferas de decisão, elevando para os seus membros as expectativas
de uma compensação no futuro. Para o kanda hierarquicamente superior,
adquirir mulheres de outras linhagens era, em contrapartida, uma forma
efectiva de materializar alianças, o que lhes permitia aumentar o número dos
seus dependentes, e consequentemente o seu poder. (,JH)
Um dos meios que os titulares dispuseram para aumentar o número de
súbditos, constituiu na integração dos escravos comprados nos mercados
limítrofes, ou de ref ugiados, os "escravos fugidos", as suas jurisdições, (IJI2)
permitindo que os descendentes de uma escrava, pudessem ser dispensados de
“casar” dentro do próprio kanda, possibilitando-os, por um lado, alargar a sua
influência ( ,,IJ) e estabelecerem laços exteriores ao kanda que os integrava,
e por outro serem integrados nos grupos de descendência, nos kanda, atingin
do muitas vezes posições políticas superiores. A linhagem Mpanzu, assegu
rou. entre 1588 e 1622. a sucessão da posição ntotela. através de ocupantes
nascidos de mulheres escravas, o que foi feito com a participação da popu
lação escrava. Uma das mais importantes insígnias do poder, «a manilha de
braço», assim como «a toga coberta de unhas de leopardo», era investida no
chefe pelo escravo mais antigo. Entre os Pende, as insígnias do poder podiam
ser atribuídas por um escravo. (I2U)
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0 KILOMBO
O vocábulo kilombo tem uma dupla conotação: uma toponím ica e outra,
ideológica. Eram assim designados os arraiais militares mais ou m enos p er
manentes. e também as feiras e mercados de Kasanji. C21’) de M pungo-a-
-Ndongo. (I216) da Matamba t 1217) e do Kongo. ( ,21*)
A conotação ideológica da palavra kilombo, que em kim bunbu significa
junta, união, (l211') está relacionada com uma das mais im portantes instituições
políticas do século XVII, em toda a região entre os rios Zaire, K w ango e
Kuvo. A sua importância foi especialmente significativa nos antigos estados
do Kongo, Matamba, Ndongo c nos estados Ovim bundu do actual Planalto
Central angolano, onde provavelmente teve a sua origem . ( ,22D)
Segundo Childs, que assinalou a semelhança entre alguns costum es
Ovimbundu e os dos “Jaga" C221). kilombo é sinônimo de Kakonda ou Cilom-
bo, nome de um dos principais grupos Ovimbundu. ( ,222) O m esm o autor diz-
-nos ainda que Cilombo era a designação da “m ulher" do hcrói-civilizador
mítico Kakonda. fundador do estado com o m esm o nome. ( I22J) De origem
Ovimbundu ou não. esta instituição foi assimilada por muitas forças políticas
e militares da África Central ocidental, entre as quais os "Jaga"/M bangala e
os titulares Ngola-a-Kilwanji, tomando-se para a rainha Jinga e tam bém para
os Portugueses e para os “Jaga", num instrumento político e de organização
militar decisivo. ( I224)
A importância do kilombo como forma de organização militar, transpa
rece na legenda histórica sobre a origem dos "Jaga” e das suas instituições.
Segundo a tradição histórica oral recolhida por Cavazzi. ( ,22J) Tem ba Ndum-
ba, heroína-civilizadora, resolveu um dia restaurar as antigas leis do “pai" e
dos “antepassados", convencida que a rigorosa observância das m esmas tor
naria o seu nome glorioso e temido. ( 1’2f’) Para assegurar o sucesso na guerra.
Temba Ndumba impôs a kijila, que em kimbundu quer dizer "proibição" ( 1227)
e que consistiu num conjunto de leis proibitivas, ( ,22*) que implicavam certos
tabus, como por exemplo a abstinência das carnes dc porco, dc elefante e de
serpente. Segundo as leis kijila, os membros do kilombo eram tam bém obri
gados ao comprimento de certos rituais dc guerra, C22’') assim com o a obser-
vâncias dc cariz religioso, estas a cargo do xinguila. especialista adivi
nho. (I2V))
Um dos rituais do kilombo. obrigava ao sacrifício de uma enança que
devia ser pisada no pilão e reduzida a uma «massa informe», à qual se juntava
ervas, raízes e uns pós. A massa de carne humana, depois dc fervida e atingir
a consistência desejada, era chamada maji-a-osamba, a «pomada milagrosa»,
com que os homens se deviam untar antes dc partirem para a guerra. Ca i )
Acreditava sc que os rituais, cm conjunto com a aplicação da nmji-a-osamba,
conferiam uma invulnerabilidade mágica aos iniciados, que de outra forma
estariam expostos às susceptibilidades das forças naturais. (,íM)
Uma outra lei kijila, que rcflectc o cariz de especialização militar do
kilomho. consistia na interdição de se criarem crianças dentro dos limites do
acampamento, estipulando que os gêmeos, que por razões de crença religiosa
eram associados ao infortúnio e ao mau presságio, c os diminuídos físicos,
fossem, por norma, sacrificados logo após a nascença. (Il,,j
A renovação do grupo era feita através da socialização de jovens prisio
neiros que. ao unirem-se com as mulheres do kilomho, sc tomavam membros
de pleno direito. ( IÍM)
O kilombo, como ideologia política, oferecia duas vantagens que, em
muitos casos, foram decisivas para que fosse adoptado: (,J")
1. F.ra uma estrutura social em que os seus membros nào sc relacionavam
segundo normas prescritas de parentesco consanguínco gozando, por essa
razão, de uma maior mobilidade social c de uma relativa equidade de estatuto
c de oportunidades de promoção. Por essa razão, o kilomho tomou-se numa
instituição supra-tribal, capaz de unir c aglomerar indivíduos de diversas
origens étnicas. ( Iív>)
2. O kilomho cru também uma fomia de organização militar rígida,
apoiada num código moral vocacionado para criar guerreiros, conferindo, aos
grupos que o adoptavam, um comportamento que muitas vezes sc traduziu
numa capacidade bélica superior. (IJ,7I
A adopção do kilomho esteve ligada a grupos fraccionários, como foi o
caso dos Kinguri. ou a chefes ambiciosos com projectos hegemônicos que, por
insuficiente numero de seguidores, não reuniam as condições objeclivas para
a realização dos seus projectos. Este foi o caso de Ngola-a Mbandi, da rainha
Jinga c dos Portugueses. (IJl*) Também os Kinguri, que aparentemente deixa
ram a lundu sob pressão política e militar dos l.uha. adoptarant as leis ktjila
do kilomho. (IJW) como uma solução para os problemas de desintegração c
divisão que emergiram quando ainda estavam submetidos à ideologia inerente
ao título Ktngun A sul do rio Kwanza surgiram alguns grupos de guerreiros
chefiados por titulares kilomho. que incluíam títulos subordinados l.unda.
Kmgun c Makota, denominados Mbangala, "Jaga"/Mhangala ou somente por
"Jaga". (IN0)
Um chefe em apuros, ou movido pela ambição, (,í4‘) podia adoptar a
organização do kilomho. ( i:4;) ou/e reivindicar legitimidade à posse de um
titulo que descendesse de um chefe kilomho. (Ií4,>
Cerca de 1626-1627 a rainha Jmga. quando cercada pelas exércitos de
Ngola-a-An c dos seus aliados Portugueses, t 1144) estabeleceu umu aliança
com Kaza Ka Ngola, Cí4,> que detinha posiçóes kilomho f 24*) "Casando'
com "ele", a rainha Jinga adquiriu um título kilomho. tem han/a. "pnmeira
mulher", (IM7) que lhe conferiu a legitimidade que porventura lhe laltava para
preparar o muji-a osambu A apropriarão desta posição kilomho po» parte dc
Jinga. poderá explicar a fone influência que ela parece ter exercido ocasio
nalmente sobre alguns titulurcs, nomeadamente os "Jaga" Kalandula c
kabuku Ka Ndonga, entre 1640 c 1650. í 124*) lim a passagem da carta que a
rainha Jinga escreveu ao governador Português Sousa Chichom i. datada de
13 de Dezembro de 1655. é bastante elucidativa quanto à cirvunstaiK ialidade
da adopçáo das leis kijila:
...«dou a minha palavra que, tanto que chegarem os reverendos padres
com minha Irmã, tratarei logo dc deixar parir e criar as mulheres seus filhos,
cousa que até agora não consenti por ser estilo de quilombo, que anda em
campo, o que não haverá, havendo puz firme e perpétua, e em poucos anos
sc tomarão minhas terras a povoar como dantes, porque até agora me nào
sirvo senão com gente dc outras províncias c nações que tenho conquistado,
c me obedecem como sua senhora nutural com muito amor. e outros por
temor». (,ao)
OS «JACA •
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dc opinião, que os Kinguri poderão ser originários da região a oeste do rio
Kwango e que a "história” «da sua migração do leste deve ser encarada com
suspeita de ser uma fantasia mítica (mythical fabrication)». (I257)
Se as opiniões quanto à origem dos “Jaga" são imprecisas e contra
ditórias. o mesmo não se passa em relação a certas descrições dos seus
costumes, considerados unanimamente como sanguinários, belicosos e
bárbaros. (I2M) e o seu viver a modo de kilombo. A maioria das fontes realça
sobretudo o seu modo de vida nômada, (l25<>) os seus hábitos an
tropófagos. o infanticídio (l261) e a adopção de crianças do sexo mascu
lino aos vencidos de guerra. (I2A2) Porém, as opiniões divergem substancial
mente de novo no que diz respeito à sua organização e estrutura social.
Para Cavazzi. os “Jaga” constituíam «povos», (,2M) não um povo, eram
um «bando» f 2M) uma «gente» ou ainda «pessoas» que, conforme as circuns
tâncias. podiam ou não «ocultar» «serem» “Jaga". C2*5) O Capuchinho italia
no nunca mencionou os “Jaga" como uma identidade étnica ou cultural par
ticular. enquanto que Castillon considerou que no seu conjunto, os “Jaga” não
constituíam de forma alguma uma sociedade (l2A6) opinião que parece ter sido
unânime na época pois para Gioia. os “Jaga" também não formavam um grupo
étnico definido, mas grupos de indivíduos de diversas origens etnocultu-
rais. í 12*’7)
Cerca de 300 anos depois, Henrique de Carvalho referiu-se aos “Jaga”
como um grupo que derivava o seu nome de um título concedido pelos
Portugueses aos seus aliados Africanos, na circunstância os Kinguri/Lun-
da. f 2'1*) Mais rccentemenle, Albuquerque Felner (1933) formulou a hipótese
dos “Jaga" não terem formado um grupo de descendência específico, uma
«família» como o autor escreveu, mas uma designação, um título, relacionado
com uma comunidade de indivíduos étnica e culturalmente diferenciados,
ligados por solidariedades circunstanciais, de carácter vocacionadamente
guerreiras. (I2W)
Cavazzi, Castillon, Carvalho c Felner lançavam deste modo as bases,
nunca até hoje satisfatoriamente refutadas, do que viria a ser um princípio dc
abordagem ao estudo dc tão importante problemática.
Durante os anos de 1960 c 1969. gerou-se um intenso debate em que não
só foi posta em causa a identidade dos “Jaga", como se adiantou a possibi
lidade, porventura prevalecente entre os historiadores, mas nem sempre evi
dente. da sua relação com os Mbangala. As dificuldades cm se estabelecer
uma relação entre os “Jaga" e os Mbangala são ainda maiores se levarmos em
conta que os Mbangala constituem uma referência histórica, muito mais
assumida do que dcfinitivamcnie explicada.
David Birmingham publicou um artigo, em 1965, ( l27°) em que conside
rou os Mbangala "refugiados” originários da Lunda, (l271) que sairam do seu
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país após a invasão Luba, (l272) formando um grupo étnico culturalmente
distinto e diferenciado dos "Jaga", um «povo errante». ( ,2T>) opinião que não
era de forma alguma original na medida em que Birmingham se inspirou
muito provavelmente em trabalhos anteriores, como o de H. C. Dedet ( irM)
e o de Baumann. (,275) Num outro trabalho, editado no mesmo ano. Birmin-
gham retomou, em parte, a ideia central de Henrique de Carvalho e de Al
buquerque Felner ao considerar, desta vez. que o designativo "Jaga" se iden
tificava com o «o nome pelo qual os Portugueses chamavam habitualmente
aos chefes Mbangala». (I276) Alguns anos mais tarde, o mesmo autor admitia
de novo a especificidade étnica dos “Jaga”, conjecturando que provavelmente
teriam emergido (erupted) «directamente da turbulenta área dos estados Luba.
e que viajaram (sic) (travelled) para a costa atlântica do Kongo. enquanto que
os Mbangala foram indirectamente «postos em movimento» pelas mesmas
mudanças quando atingiram (hit) Luanda». (I277)
Jan Vansina, num artigo publicado um ano depois, ( l27*) expressou a
opinião que os “Jaga" eram originários da Lunda, ou mais provavelmente do
país Luba, (,779) neste caso nada tendo a ver com as etnias homônimas mas
somente com a referência toponímica. (I2*°) Na opinião de Vansina. os "Jaga”.
que tinham «incorporado sempre os outros povos», estavam, no princípio do
século XVII, «divagando um pouco por toda a parte» na região do Alto-
-Kwango. chamando-se a si próprios Mbangala ou Mbongola. sendo, mais
tarde, incorporados pelos Kinguri/Lunda que, por sua vez. «rapidamente
estabeleceram a reputação de serem os genuínos Jaga». ( I2*2) Apesar do
argumento ser muito compacto, julgamos ter correctamente compreendido
que, para Vansina, os “Jaga" e os Kinguri formavam, em princípio, dois
grupos étnicos distintos. O autor conclui posteriormente, que os “Jaga" se
chamaram a si mesmo Mbangala, um grupo étnico culturalmcnte diferencia
do dos Kinguri, que os incorporaram e se apropriaram do seu nome. ( I2t')
Em 1972, num artigo de Joseph Miller, ( ,2M) o designativo “Jaga" apa
rece, pela primeira vez entre aspas, o que a nosso ver é elucidativo do signi
ficado subjectivo que tinha para o autor. Segundo Miller, o termo "Jaga" era
o nome pelo qual os Mbangala, o mesmo que dizer os descendentes dos
Lunda/Kinguri, que tinham invadido a região norte do país Mbundu. ( ,2*’)
eram equivocamentc conhecidos. (,2V’)
Ao fazermos a triagem verificamos que, por um lado, Birmingham e
Miller consideram os Kinguri e os Mbangala como tendo a mesma identidade
étnica. Por outro lado, registamos que, para Birmingham, os "Jaga" não pas
savam dc um «povo errante», uma identidade culturalmente diferenciada dos
Mbangala. embora tenha admitido, num outro estudo. <12*7) tal como Miller.
que a palavra “Jaga" não era mais que um «nome». Porém, neste ultimo as
157
pecto. a convergência dc opiniões enirc os dois autores é apenas aparente.
Enquanto que para Birmmgham. "Jaga" era o «nome» que os Portugueses
cham avam aos «chefes Mhangala». para Millcr os Jaga" eram os "Jago’', um
«nome», pelo qual «equivocamentc» sc chamava aos Mhangala cm geral.
A controversa discussão, embora menos divergente do que se possa even
tualm ente pensar, sobre a identificação dos “Jaga"/Mbangula/Kinguri. conti
nuou a ser abordada de forma particularmenie profícua numa sucessão de
trabalhos cujos títulos são. por si só. bastante sugestivos.
Joseph M illcr escreveu um extenso c lapidar artigo em 1973. (,IM)
R equtem fo r the “J a g a " . com a deliberada intenção de banir, de uma v e/ para
sem pre a noção de "Jaga" da historiografia da região com o sinônimo dc uma
entidade etno-cultural definida. Este artigo foi entusiasticamente interpretado
por John Thom ton. ( ,ÍW) que num outro trabalho. A Resurrection fo r lhe Jaga,
em itiu a opinião, talvez injusta, que Miller tcria ido «um pouco longe demais
em rem over os “Jaga" da história do Kongo», (l-'gn) artigo que mereceu uma
resposta de M iller no m esm o número da revista que significativamcntc se
intitulou Thanatopsis, ( ,NI) encerrando-se o debate com um outro artigo,
tam bém na m esm a revista, que saiu dois anos depois e que. subscrito por Bon-
tinck. se intitulou Un Mau.solée pour les Jaga.
Segundo M iller. os “Jaga". que «provavelmente nunca existiram da forma
co m o tènt sido descritos». ( ,N') não passaram dc um mito criado pela iniu-
ginação dos Europeus, esclavagistas. m issionários e oficiais que. com a cum
plicidade de algum as autoridades Africanas, engendraram o mito para justi
ficarem as suas actividadcs m enos legais na região. ( Ií*4) Por essa razão, diz
o autor, os "Jaga" não deviam dc forma alguma ser confundidos com os
M hangala. que formaram , por sua vez. um subgrupo dos Pende, grupo que
V ansina considera ser oriundo da margem direita do Alto-KwangO, ( IW) c
que no parecer de M illcr resultaram da fragmentação da etnia Mhundu que,
ainda segundo o m esm o autor, constituía, em si mesma, uma vaga e hetero
gênea entidade clnolinguística. ( IN6)
A esta proposição teórica inflexível, mas m etodologicamcnte inovadora
e engenhosam ente argum entada, opôs-se energicam ente Thom ton. <'-^ l que
sem ler compa*endido os propósitos, aliás c laros de Millcr dc banir a ideia de
“Jaga" enquanto grupo cinicam ente hom ogêneo c não evidentemente os
próprios grupos sociais assim designados, propôs a ressurreição do que
considerou um precipitado c prem aturo réquiem.
No entender de Thom ton. a palavra "Jaga". c curiosamente o autor segue
no texto o exem plo de M iller escrevendo a palavra entre aspas, devia ser
entendida m ais com o um conceito identificando um m odo dc vida. do que a
designação dc um grupo étnico particular. ( ,N*) ideia que estando longe de ser
i5 fi
original, foi posteriormente corroborada por Bontinck ('•"” >c por Hilton. ( ,,nn)
Contrariamente ao que parece ter pretendido. Thom ton nào se afastou funda-
mentalmentc de Millcr, ( IM” ) ao considerar que o vocábulo "Jaga" nào deve
ser conotado com qualquer grupo étnico específico, mas sim com um conjunto
de formações sociais clno-culturalmcntc heterogêneas que. em determ inados
momentos da História, adoplaram circunstancialm cntc certas instituições ki-
lombo. í'*02)
Do debate, cm que as divergências dc opim ào nunca ofuscaram o espírito
ecumênico entre os investigadores da história da região, é neccssáno fazermos
uma segunda triagem. Com este exercício, não pretendem os, dc form a algu
ma. afirmar resultados definitivos, mas apresentar ccrias propostas teóricas
para a definição do conceito "Jaga":
1. O temio "Jaga" parece estar relacionado com um título dado pelos
Portugueses a certos grupos, com os quais estabeleceram , por vezes, alianças
c, outras vezes, combateram. (,v") Esses grupos não formavam obrigatoria
mente um grupo étnico ou/e cultural distinto, mas um conjunto de guerreiros
que assimilaram ou adoplaram circunstancialmente um certo tipo dc institui
ções inequivocamente vocacionadas para fazer face a situações dc guer
ra. ('*“ ) Este foi, por exemplo, o caso de alguns grupos M bundu. t " 04) de
Wamhu Kalunga e de outras autoridades "Jaga" do Wambu c do Bailun-
du. C *5)
2. Algumas dessas instituições, nomeadamente o kilombo, foram adopta-
das por autoridades que necessitavam de recrutar o maior núm ero possível dc
indivíduos para as fileiras dos seus exércitos. Tal foi o caso da rainha Jinga.
dc Kabuku Ka Ndonga, ( IW7) dos Kinguri, ( |,n*) e de outras autoridades. í ' ” *)
3. Os Mhangala do século XVII formaram provavelm ente grupos
político-militares agregados cm tomo do título Kinguri, que ao longo dos anos
se fragmentaram repetidas vezes. Durante esses anos absorveram indivíduos
e instituições de etnias variadas, com as quais entraram em contacto, sendo
também por sua vez assimilados a outros grupos. ( mo) Os grupos Mhangala
de origem Kinguri. ou qualquer outro grupo que adoptasse o kilombo. eram
genericamente chamados pelos Europeus dc "Jaga". ( " " ) Alguns desses gru
pos. também designados por "Jaga"/M bangala. C " 2) intervieram no com ércio
c na guerra por conta própria, ou uliados a outras autoridades.
4. O conceito “Jaga", embora nào esteja automaticamente associado a um
grupo étnico específico, poderia, cm certos lugares e m omentos, referir-se a
uma formação social cino-culturalmcntc distinta, que tivesse, circunstancial-
mente, adoptado um certo tipo de instituições, nomedamente o kilombo. (,,,%)
5. À medida cm que os grupos “Jaga" se sedentarizavam, ahandonavum
gradualmente a maneira dc viver c certas manifestações rituais típicas do
kilombo. com aconteceu com Kabuku Ka Ndonga. em 1661. ( ,,M)
159
AS OfS'F.UOtilAS P F RPfiVAS
(h Mhundu
Ifil
(9f
164
proclamou um dos seus titulares “rei" do Ndongo, «a despeito de Jinga. ver
dadeira e legítima soberana». (I,5T)
— (X* Kanika-Kilwanji descendeu a genealogia Ngola-Kanini, titulares
do sobado de Mbaka.
— Dc Mwenga-Kilwanji descendeu a linhagem com o mesmo nome de
uma outra, Mwanga-Kilwanji, «cujos» titulares e-am as principais autoridades
dc uma região situada a «duas jornadas de Mbaka». ( ,M*)
— Ndambi-a-Ngola. “soberano" déspota e “filho" mais querido de Ngola
Kilwanji Kiasamba. foi o "seu” sucessor. Matou touos os seus "irmãos", com
a cxccpção de dois. “Um" refugiou-se no Líbolo, e o “outro” numa «região
afastada da Matamba». As cerimônias fúnebres que se seguiram à “sua morte”
foram acompanhadas de numerosos sacrifícios humanos.
— O “seu” sucessor foi Ngola-Kilwanji, rei militar que «correu as mar
gens do Dande, do Zenza, do Lukala e do Kwanza. tingindo de sangue os nos
e os campos. Chegou até 8 léguas de Luanda, onde. como troféu das suas con
quistas. plantou uma árvore» na ilha da Ensandeira, no rio Kwanza. O “seu”
poder era sagrado, provindo daí o «costume de uma certa seita de xinguiila
dc o venerar ainda hoje como ídolo, com o poder de fazer cair chuva ou de
afastar a chuva». (,w ) Morreu sem deixar filhos.
— O novo titular a-ngola foi Jinga-Ngola-Kilombo-Kikascnda. "filho" de
Ngola-Kilwanji-Kindambi, “bisneto” de Ngola-a-Kilwanji-Kiasamba. Subme
teu a região do Aire. (I5é0) As cerimônias fúnebres do "corpo” foram acompa
nhadas também de sacrifícios humanos.
— Sucedeu-lhe seu “filho" único Mbandi-a-Ngola-Kilwanji que gover
nou como um déspota. Para fazer face aos "Jaga" e aos súbditos descontentes,
pediu ajuda ao ntotela que lhe enviou um exército que integrava alguns Por
tugueses, sob o comando de Paulo Dias de Novais. C*61) "Morreu" assassina
do por membros do seu exército, nas margens do Lukala. Deixou cinco
“filhos". O primeiro era “filho" de uma “mulher adúltera", e os restantes
quatro, Ngola-Mbandi, Jinga, Funji e Kambo, (,JM) “nasceram" da sua união
com uma escrava. Guenguela-Kakombe, natural de Ndambi-a-Ebo. Ngola-
Mbandi "sucedeu" a Mbandi-a-Ngola-Kilwanji. Teve muitos “filhos", um
dos quais, o "sucessor", foi entregue ao chefe “Jaga" Kaza, pouco antes da
sua “morte". (I34J)
— Jinga “sucedeu" a seu “irmão" Ngola-Mbandi como ocupante do título
Ngola-a-Kilwanji, embora a sua soberania fosse exercida, mais tarde, no
estado vizinho da Matamba. (I1M)
O historiador Joseph Miller ensaiou uma interpretação da legenda
histórica de Ngola-Musuri, (l3M). em que. pela primeira vez. chama a atenção
para alguns aspectos da estrutura social e política dos Mbundu. Segundo
165
Miller. Ngola-Musuri, «equivalente» a Ngola-lnene, ( IWA) representava o
«princípio abstracto de organização política baseado no ngola», a «genealogia
ctiologica básica Mbundu», ("'*7) sendo de opinião, que Ngola-lncne não era
«mais do que uma referência distorcida de um outro qualquer título honorífico
pertencente a Musuri». ( |IM)
Miller diz ainda que Zunda-dia-Ngola era o nome de um antepassado
lendário das linhagens Mbundu do norte, ("*') que viviam no Médio-Luka-
la. (n7n) acrescentando que Tunda-dia-Ngola não representava mais do que
um antepassado etiológico dos povos Lcnge do Baixo-Lukala, (” 71) as linha
gens Mbundu do “centro" (sic).
Embora reconhecendo que a afirmação de Miller é insuficiente para nos
esclarecer sobre os fundamentos das suas próprias conclusões, de que parece
estar seguro, nós também admitimos como provável que as personagens
poderão ser forjadas pela própria narrativa, o que, longe de resolver qualquer
problema, nos coloca irredutivclmentc perante outro.
O que é que nos leva a acreditar (os “casamentos” nestas genealogias
significam a reivindicação de um título por uma linhagem ou por um grupo
de linhagem), que «o casamento de Tumba a Ngola com Ngola a Kilwanji,
c a sua eventual vitória sobre os Mbundu do norte do Lukala, descreve as
batalhas nas quais os Mbundu do sul usurparam (wrested) o poder de Kilwanji
Kya Samba e formaram um novo centro de poder político baseado no Baixo-
Lukala»? Será que Kilwanji Kya Samba lerá realmente existido, ou
trata-se de uma figura etiológica forjada pelo mito?
Parece-nos que Miller terá de certo modo passado ao lado do próprio
texto, ao mesmo tempo que não questionou a validade de certas fontes, entre
as quais a sofismática documentação do cartório do colégio da Companhia de
Jesus em Luanda. Por outro lado. o autor parece confundir os Mbundu com
a genealogia política a-ngola, pois não eram os Mbundu que tinham «a técnica
de indigitar novas posições perpétuas atribuindo o título "filho/a”» às novas
linhagens que integravam, mas sim os titulares a-ngola. que de forma alguma
eram a única genealogia política Mbundu!
A «técnica» de que Miller nos fala era aliás corrente entre todas as prin
cipais genealogias políticas da África Central ocidental. Miller tem contudo
toda a razão quando nos diz que a terminologia a que nos referimos revelava
obviamente uma relação política, e não biológica, (M7‘*) ou seja ela era de
natureza metafórica. Veremos como este aspecto é fundamental para a
compreensão das questões que se colocarão a propósito da rainha Jinga.
O ngola. designação do principal titular do Ndongo. era considerado
ommpotcnte. o mais poderoso e o único senhor a quem os seus súbditos
deviam obedecer. ( ,,w) estando, em princípio, todas as outras posições subor-
166
dinadas à sua autoridade. (M7‘) Um indivíduo não integrado num grupo de
descendência da genealogia a-ngola não podia naturalm ente reivindicar
qualquer afinidade, mesmo que remota, com qualquer linhagem . ( |,TT) e n
quanto que do ponto de vista dos grupos de descendência, todo o indivíduo
sem estatuto, ou seja sem linhagem, era considerado escravo. C 57*)
O facto do escravo estar na narrativa histórica da fundação do estado
Ndongo intimamente associado ao herói-civilizador, portador de um a nova
ideologia, de uma ordem social e de uma tecnologia revolucionária, assinala
a estreita relação entre a realeza e os escravos, grupo de “ inferior" estatuto,
aparentemente sem qualquer relação com a instituição do poder. O próprio
estatuto de “vice-rei", eminentemente transitório, é tam bém significativo da
importância que ele próprio assume no período de transição entre a “m orte"
do soberano e a “sucessão" de um outro, em que ele é o garante da m anu
tenção da ordem e dos valores essenciais que permitem operar a transição. Se
o estatuto d e “vice-rei" reflecte o reconhecimento do papel fundamental que
o escravo desempenha no mito, o carácter efêm ero da sua representação é sim
bolicamente expresso na alusão à sua “morte" repentina, e cuja explicação se
encontra no próprio contexto de medição em que a personagem se sublima,
uma vez restaurada a ordem e assegurada a continuidade. ( I57,>
Enquanto que o discurso sobre o poder nos revela o profundo significado
do escravo na estrutura sociocosmogónica do mito de fundação da genealogia
a-ngola. fora do plano ideológico das representações sim bólicas a sua im por
tância é igualmcnte inequívoca.
Os escravos tinham uma importância decisiva em contextos socio-
políticos em que o poder efcctivo dependia, cm larga medida, do núm ero de
indivíduos que uma linhagem podia assimilar. O recrutam ento de escravos era
feito através da compra directa, C’*0) através de m ecanismos políticos de
integração situados fora das normas-padrão dos grupos de descendência,
como foi o caso do sistema classificatório de parentesco. ( IWI)
Provavelmente com a intenção de pôr cm relevo a com plem entaridade
entre os grupos de descendência (“rei", poder) e as alianças extragrupos de
descendência (escravos, estrangeiros), o papel do escravo na legenda histórica
de Ngola-Musuri, tal como num mito conguês da formação do estado. ( ,WJ)
é ultradimensionado. Porém, se a relação "rci”/“vicc-rci", claramente expres
sa no discurso, conoia a dicotomia, (1'*') ela sublinha também, de forma trans
parente. a complementaridade entre os seus termos.
167
REFERÊNCIAS
I6H
Motino-Bcne (Nlinu Wcnw). fundador lendário do Kongo (História do Reino do Congo. 43 e n(
3/ C ava//i I. 230).
Tola' significa aproximadamente o mesmo que o verbo unirem português, enquanto que os
vocábulos antecedidos da partícula "nc". conotam. por sua v e/, tflulos políticos (Barroso, in
BSGL. 1X89/ Areia 1983. 45/ BSGL. n.° 3 c 4. 8 • sr. 55/ BSGL. n " 9 . 32.* sr. 309. 325) Brásio
informa-nos que Mhan/a Kongo, era conhecida pelos Muxikongo pelo nome dc Mhan/a Kongo
dia nlotcla, ou seja. o mesmo que Cidade do Rei do Kongo. (Brásio in História do Reino do Congo.
61 nt I ). Neste trabalho, optámos, também, pela utíli/açâo do vocábulo ittolela (Gonçalves 1980.
53. 55. 60. 64. 67. 68. 69. 8 5 /Gonçalves 1985. 47. 50. 61 nt 13. 122-123. 125-126. 228/ Maia
1963, 567/ BSGL. n." 9. 32.* sr. 309). como sinônimo dc "nianicongo". "rei" e "chefe supremo"
Fm ve/ do vocábulo mani usamos a expressáo "primeiro titular". Assim, por exemplo, o título
manisoio será por nós designado pela expressão primeiro titular do Nsoyo.
,("” ) Vansma 1963a. 37
<"’•> Vansina 1963a. 330.
(" " ) Htlton 1983. 194
<"•) Hilton 1983. 194.
<"") Htlton 1983. 192/Gonçalves 1980. 6 / Gonçalves 1985. 19.
(" ” ) Hilton 1983, 193
<"*') Hilton 1983. 193. 199-200
(" " (v e r Vansina 1966a. 2 6 /Fox 107-110.
("**) Balandier 1965. 95/ Vansina 1963a, 35.
("**) Hilton 1983. 2 0 4 /Gonçalves. 159.
(""(H ilton 1983. 194-195/ Thomlon 1983.48.
C"*)Millcr 1976.43/Vansina 1966a. 2 6 /Fox. 31/G odclicr 1972, 141/G onçalvcs 1980. 14.
(" “ ) Hilton 1983. 194
(""(H ilton 1983. 194.
(""(H ilton 1985. 20.
<"’•'( Brásio I. 535.
(""(H ilton 1983. 194
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(""> Hilton 1983. 195.
(" " ) Hilton 1983. 195.
<"") Vansina 1966, 28. 32.
<"") ver Thomton 1983. 15-16.
(" ” >Thomlon 1983. 16.
( '" ’) Thomton 1983. 17-18. 36/C avaz/i 1.91.
C-”*) Jadtn II. 1153.
('*■’) Thomton 1983. 17. 59.
('* ’) Thomlon 1983.57
('•'"( Jadin II. 1153/ Thomton 1983, 58.
(,3n'( Thomton 1983.67.
C '™') Thomton 198.3.67
C5’’) Thomlon 1983. 107.
Thomton 1983. 107
<'•'’*) Thomton 1983. 17. 19-20. 22-2.3. 25. 28. 31. 34. 38/ Ibom lon 1986. 325-326
('•'“ ) ver Ciodclicr 1972. 146
(■'"> Hilton 1983. 198.
Hilton 1983. 46
<,;**) Htlton 1983. 195-196/ Thomlon 1986. 328-329/Gonçalves 1980. 844
(’•'“ ) Hilton 1983. 199/Gonçalves 1980. 21/ Hilton 1983. 198/ Areia 1983. 33 nt 20/ M iller
1977. 218/ Comunicação pessoal do Professor Jan Vansina.
( " ') Cadomcga II. 298/ BSGL 6* sdne n.® 3. 137/Childs 1960, 275.
I'”*) Jadin III. 1558
C"’) Cadomcga II. 325. 354. 358.
C”*) Jadin I. 406
< :,,l Maia. 1X93
C,lnl Millcr 1976. 151. 161. 167. 258-259. 279.
<‘” ')Childs 1960. 275-276.
('“ iChilds 1949. 168
('"'iC h tld s 1949. I7X
( ’•'•'*) Miller 19X2. 27.
C**) Cava/zi I. 173-176
O1*) Cava/zi I. 177
Ucgn/zano in Cava/zi I. 179 nt 6.
Cavaz/i I. 179/ Miller 1976. 162-167.
<■” *>Cavaz/i I. 179.
( v) Cava/zi I. 1X0. 18.3. 185. 204 217.
C!") Cava/zi I. 178
('•’”) Miller 1976. 165.
I'"(C av a/zi I. 1X2. 185.
l ’!ul Cavaz/i I. IXI
C'") Miller 1962. 161-162. 170
C!“ | Miller 1972. 566/ Miller 1976. 198/ Miller 1977. 211.
<""> Cadomcga III. 215/ Miller 1972. 565-566.
<■'“ ) Heinl/c 19X5. 162/Miller 1976. 165, 226
("• (M ille r 1976. 158-159. 198.
C’*") Miller 1972. 562. 567/ Miller 1976. 161. 226. 228. 231.
('•■“ I Miller 1976. 167 168
<'” •') Miller 1976. 170
("*') ver Kcnl. 1975
('•'**) Miller 1976. 168
C1**) Cava/zi I. 259/Cadomcga I. 130-135, 146, 148, 152. 154-174/ 1-cgu/z.ano in Cavaz/i
II. 77 nl 155/ver lambém Miller. 1976. 152-153 nl 6.
C:») Heinl/e 19X5. 256
('•'*’) Cavaz/i I. 1X9/ Cava/zi II. 70-71.
(I!“ | Cava//i I. 182/ Miller 1975, 209/ Miller 1976. 220/ Cava/zi II. 198-199
(’•") Miller 1976. 220
(''•") mCavazzi II. 331/ AHU 1-40/ AHU. 1-105/AHU. 2-79/ AHU. 2 -1 0 4 /Jadin I. 159.
346/ Jadin II. 716, 9.39/ Aragâo 17.
C” 1) Vansina 1966, 421/ Lcgu//ano in Cava/.zi I. 243 nl 50/ Miller 1973. 121/ Delgado I.
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Pigafella. 11.
(•**•» I. 174-175
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Cadomega I. 11/ Delgado. J M in Cadomcga III. 222 nt 12/ Jadin I. 346.
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/Cava/zi I. 175-177/Cava/zi 11.203/ Bràvio XII. 197/C adom cga I. 1 4 /Jadin I. 159.
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170
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21. 28/ Cava/zi II. 198/ Heintze 1982. 417
('•■*') Ravcnstein 32/ Brásio XII. 197.
C7*7) Ravcnsicm 3 2 /Cavaz/i I. 180-220/Cadomcga III. 224-229
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Cavaz/i I. 174
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( '“ *) Hcinl/e 1972.417
<"•"> Cadomcga III. 211. 215
("**) Childs 1964. 370-2
171
Miller 1976. 204 6
('**) Miller 1076. 191-2. I9K.
I *"» Cadomcga I. 192/Cadomcga II. 95. 108.
Millrr 1976. 89-175/ Millcr 1978. 231.
( " " 1 Vlillcr 1976. 198
("'••) Heint/c 1972. 417
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Millcr 1976. 205.
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Vansina 1963. 37 ni 24.
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de 27 de Agosto de 1695. depositado na Biblioteca da Sociedade de G eografia de Lis
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Hcinl/e 1972. 408
<"*1 Millcr 1976. 46
( ” ’i Miller 1976, 45-46/ Godelicr 1972. 150. 160/ Bisson. 345-347.
<",:í Millcr 1976. 46
( " :'í Bauman/Wcstcrmann. 1 9 4 8 /Redinha. 39.
I,,M) Redinha. 33.
("•'l Redinha 1*462. 5.
<"*l Redinha 1962. 5.
Redinha 1962. 7.
( ’••) Miller 1976. 38. 40/ Childs 1964. 376 nt I. 368.
t '’1") Miller 1976. 42
(" " ) ver Hcint/c 1984. 11.
!'•"íM iller 1976. 46/H ilton 1983. 190.
( " ,,l Millcr 1976. 43/ Hillon 1983. 1 9 0 /H eint/e 1984. II
Miller 1976.44
C"4) Este modelo é baseado nos dados fornecidos pela tradirão oral recolhida por Miller i «m
anos I960s entre os Mbundu do leste, e não deverá ser g en crali/ad o a outras regtrtcs
Mhundu. a não ser com extrema reserva. C om o Bcatrix H cin l/e nos com unicou pes-
soalmenle não existe, infeli/mente. inform arão detalhada sobre este assunto nas fo< es
escritas da época, o que veio aliás a corroborar a nossa opinião.
( '’•’) Miller 1975. 202.
( " “ (Thomton 1986. 327/ Thomton 1983, 3 7 /Cicxlclicr 1972. 168.
(•••’» Millcr 1976. 53.
Millet 1976. 46-47/ Millcr 1977. 208 210.
("*•) Miller 1976. 48/ BSGL n.“ 7. série 4. 341/ Areia 1983. 42 e nt 4 2 / Areia 1985. 33. 59.
74. 109 111/Sousa 1971. 28. .30. .32/Tum cr 1 9 8 1 .7 0 , 74. 185-187.
("*) Miller 1976. 48/C adom cga III, 65-66/ Redinha 326- 3 2 7 /ver De M unck 1960. in Areia
1983. 32 nt 16/ C ava//i I. 115.
(“") Areia 1985. .353. 363. 394.
('••-, Areia 1985. 395-396
( '“ ') Miller 1976, 49
(''**) Bisson 1986. 344.
(""(C av az/i I. 40.
("*>C ava//i I. 40/ llist (ién. des Voyagcs 3 8 1 -3 8 '/ n m m to n 1986. 327 nt 9.
(,M'»vcr a propósito a discussão sobre este conceito m l.évi Strauss 1981. 23 67 -6 8 / Lévi-
-Strauss 1985. 42-43/ Heusch 1982. capítulo V I. especialm cnte pp. 238-243/ Silva.
1 C. G. 1980. 15.
172
('***) ver C avaz/i I, 229-230.
('“•) Vansina. Oral Tradition. 1966/ The ave n f Ethnographtc D m j as S o u rtrv h jr H n a a ry m
Ranger. 1968/Culturcs Through Tim e in Narrol-Cohen. 1970/ O n ce uprm a Tm ae O r a l
Tradition as History in África 1971. entre outro* trabalho*
<"*) Vansina 1978. 322/ ver Hcusch 1982. 354-363 e Vansina 19*3. 340-343
("*') Lívi-Strauss 1985.* 4 4 / ver tam bém Gonçalves 1985. 1 7 /H e im /z. 1987
( ,,,:) Cavazzi I. 253.
( " ” ) Cavazzi I. 254.
C "4) Cavazzi I. 254.
Cavazzi I. 254.
( '”•) Cavazzi I. 254.
Cavazzi I. 254-255.
( '”•) Cavazzi I. 256.
C***) Cavazzi I. 256
("*") Cavazzi I, 256.
("»') Cavazzi I. 257.
(" “ ) Cavazzi I. 256/ ver l>eguzzano tn C avazzi I. 257 nt 81.
(" « ) Cavazzi I. 258.
C ’*4) Cavazzi I. 258.
("•») Cavazzi I. 259.
( " “ ) M iller 1976.
(" -^ M illc r 1976. 75. 85.
<"•*> M iller 1976. 74.
( ' “*) M iller 1976. 75.
( ” *) M iller 1976, 79.
<” '•) M iller 1976. 76.
M iller 1976. 76.
M iller 1976. 79.
('"*) M iller 1976. 76.
llrásio III. 129-142. especialm ente 1.34. 198-207. 320
( " ’*) Hilton 1985. II
C ” ) Brdsto III. 266.
<•”*» M iller 1977. 205-211.
<'"*) Entre diversos povos dc África os escravos ocupam pnsiçxVs-ctMve na «xlexJade. de
sempenhando funçAes im portantes nos ntuais. com o por exem plo no Rs» anda i Magoes
1954. 117). e mais rxem plarm ente. entre os N ium i. guc elegem um escravo exano rex.
no período de transição entre a morte do soberano e a eieiçfto de outro (M arklut. 1984».
219
<"*> M iller 1976. 48. 53. 59-63. 67. 128/ Milton 1985. 67. 78. 85. 103/ ver O Kanda
('* •) Miller 1975. 204/ ver O Kanda
(" “ ) Heusch 1972. 130.
í ”**» Areia 1983. 27-28 nt I