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Mídias escritas – jornal

PROF.ª ME LUCIANA UHREN


Primeiro jornal impresso no Brasil – A
Gazeta, Rio de Janeiro, 10 set. 1808
Características
A Gazeta era editada sob censura prévia da Coroa Portuguesa;
Possuía quatro páginas, a publicação passou de semanal para
tri-semanal;
As notícias que o jornal veiculava eram de interesse direto da
corte;
Objetivo: moldar a opinião pública a favor da realeza;
Precursora do Diário Oficial da União;
Deixou de ser publicada em 1822 com a Independência do
Brasil.
Conteúdo
“O jornal noticiou, em suas primeiras edições, por exemplo, a situação
política europeia durante a expansão francesa de Napoleão
Bonaparte, sempre tratando-o como tirano e emitindo julgamentos
em favor da Inglaterra. No âmbito local, que não inexistia em suas
páginas, o impresso abordava tanto temas que ajudavam a sustentar a
monarquia portuguesa quanto meras contendas entre comerciantes –
o lado comercial da folha, aliás, a levou a publicar o que seria o
primeiro anúncio publicitário da imprensa brasileira, em sua edição nº
2, de 17 de setembro de 1808: a oferta de Anna Joaquina da Silva por
“uma morada de casas de sobrado com frente para Santa Rita”.”
Jornal do Brazil, Rio de Janeiro, abr. 1891
Características
Composto por oito páginas com o texto disposto em seis colunas;
Distribuído em carroças – alcance mais rápido do público;
Publicava semanalmente resenhas e críticas literárias;
Em 1898 inicia a publicação de caricaturas;
Em 1914 passa a ser o primeiro a ter cores em suas publicações;
Chegou a alcançar a tiragem de 60 mil exemplares no início do
século XX.
Pacotilha, São Luís do Maranhão, 1880
Características
Jornal de quatro páginas;
Primeiro jornal diário do Maranhão;
Era vendido nas ruas por meninos e, em um segundo momento, por
meio de assinaturas;
Em 1881 o jornal alcançou a distribuição de 1.500 exemplares diários;
Trazia uma seção chamada “Os jornais” em que comentava as notícias de
outros periódicos;
Publicava folhetins, críticas teatrais e anúncios de comércio;
Era declaradamente contra o clero da Igreja Católica.
Divulgação do romance “O Mulato”
“D. Antonieta escreve a D. Julia uma interessante carta, dizendo as
impressões que recebeu com a leitura de O Mulato, romance de
nosso amigo Aluísio Azevedo. D. Antonieta faz a apologia dos livros
realistas e condena a leitura dos romances amorosos cheios de
paixão e desordem, nos quais o vício tem um caráter simpático e
atraente. Somos inteiramente da opinião de D. Antonieta e desde
já pedimos licença para agradecer em nome de Aluísio Azevedo as
palavras generosas que S. Exc. escreveu a respeito de O Mulato.”
(Pacotilha, 07/06/1881).
Situação econômica do Brasil
“O estado financeiro de nosso país tão novo e tão rico é lastimavelmente
vergonhoso só encontramos comparações que lhe sirvam em velhas cortes
esfalfadas e decrépitas, que ruminam sua miséria em véspera de uma grande
revolução [...]. Se entendêssemos de política não duvidaríamos em afiançar que o
Brasil é um grande boêmio, cheio de dívidas e que não faz presentemente outra
coisa além de procurar um meio de enganar os credores. [...]. Daí a pouco
aumentam-se novamente os impostos e o operário, o paria, o miserável, atira
desesperado a ferramenta para o canto da pocilga e toma um bacamarte para
guerrear o grande monstro que lhe rói as vísceras – O governo! [...]. Por
conseguinte, damos um conselho aos brasileiros – vão se preparando, cuide cada
um de si, porque a onda cresce e aquele que não estiver prevenido com uma
jangada ficará submergido.” (03/06/1881).
Caricaturas
A Sagrada Família
AZEVEDO, O Mequetrefe, 25/04/1877
O Povo Brasileiro
AZEVEDO, O Mequetrefe, 10/04/1877
As três idades do Brasil
AZEVEDO, O Mequetrefe, 19/03/1877
Referências
BARROS, C. V. B.; SPANNENBERG, A. C. M. Do impresso ao digital: a história do jornal no Brasil.
ALCAR 2015 – 10º Encontro Nacional de História da Mídia. UFRGS, Porto Alegre, RS, 3 a 5 jun.
2015. Disponível em: <file:///C:/Users/Isaias/Downloads/GTJORN_BARROS-
%20Cindhi_%20SPANNENBERG-%20Ana%20Cristina%20Menegotto.pdf>. Acesso em 13 set.
2017.
BRUNO, B. Gazeta do Rio de Janeiro. Biblioteca Nacional Digital. Disponível em:
<https://bndigital.bn.gov.br/artigos/gazeta-do-rio-de-janeiro-2/>. Acesso em: 13 set. 2017.
Espaço da Língua Portuguesa
Regência (uso de crase)
Crase - definição

Crase: (do grego) fusão de duas vogais idênticas marcada pelo


acento grave (`). Na língua portuguesa a crase ocorre na fusão entre
a preposição a e o artigo a.
Regra geral
Ocorrerá crase sempre que houver um termo que
exija a preposição a e outro termo que aceite
o artigo a.

a + a (artigo definido)
(preposição) a (pronome demonstrativo) = à
aquele / aquela / aquilo
Exemplos
1. Assistimos a a cena. → Assistimos à cena.
(prep) (art)

2. Refiro-me a a garota nova. → Refiro-me à garota nova.


(prep) (art)

3. Conheço a garota nova.


(art)
Verbo transitivo direto não há necessidade de preposição.
Dicas para encontrar o uso da crase
a) Substituir palavra feminina por masculina correspondente.
Se aparecer ao(s) diante de palavras masculinas, então, no
feminino ocorre a crase.

Temos amor à arte. / Temos amor ao estudo.

Respondi às perguntas. / Respondi aos questionários.


b) Substituir o a por para a. Se aparecer para a então
ocorrerá a crase:

Contarei uma história a você. / Contarei uma história para


você.

Fui à Holanda. / Fui para a Holanda.


c) Substituir o verbo ir pelo verbo voltar. Se aparecer
a expressão voltar da ocorrerá a crase:

Iremos a Curitiba. / Voltaremos de Curitiba.

Foram à Curitiba dos pinheirais. / Voltaram da Curitiba dos pinheirais.

Iremos à Bahia. / Voltaremos da Bahia.


Se vou a, volto da - crase há!
Se vou a, volto de - crase pra quê?
Não ocorre crase
a) Antes de verbo:

Começou a chover de repente.

Voltamos a contemplar.
b) Antes de palavras masculinas:

Gosto muito de andar a pé. / Passeamos a cavalo.

Exceção quando a expressão à moda de estiver subtendida:

Fez um gol à Messi.


c) Antes de pronomes em geral:

Não vou a qualquer lugar. / Fiz alusão a esta aluna.


Encaminhamos o documento a Vossa Excelência.
Casos especiais
Os casais da...à e de...a:
- De...a são duas preposições e não há presença de artigo, nesse caso, ao há crase. Exemplos:
• A loja abre de terça a domingo.
• Trabalho de quarta a sexta.
• A farmácia faz entregas de segunda a sábado.

- Da...à, além de apresentar a preposição de, também há presença do artigo a (de + a = da), por
isso, nesse par, usa-se a crase. Exemplos:
• Trabalho das 10h às 22h.
• O expediente é de segunda a sexta, das 8h às 18h30.
• Li da página 12 à página 20.
Horas: A marcação do tempo é algo constante em nossas vidas, então, fique
atento:
• Meu expediente começa às 8 horas.
• Estou ao telefone desde as 2 horas.
• Trabalho das 8h às 12h.

Como saber quando a crase será usada de maneira correta? Use um truque
simples: substitua a hora por meio dia. Se, com a substituição aparecer a palavra
ao use a crase, caso contrário, esqueça a crase. Assim:

• Meu expediente começa ao meio dia. / Meu expediente começa às 8h.


• Estou ao telefone desde o meio dia. / Estou ao telefone desde as 2 horas.
• Trabalho das 8h ao meio dia. / Trabalho das 8h às 12 horas.
Distância: O uso da palavra distância pedirá a crase somente
quando a palavra vier seguida de algo que a especifique. Se ela
aparecer sozinha, não haverá o uso da crase. Por isso mesmo, você
faz um curso a distância, e não à distância. Veja mais exemplos:
• A USP oferece cursos a distância.
• Vi Maria à distância de 100 metros do ponto de ônibus.
• Os sem-terra marcharam à distância de um quilômetro dos
policiais.
Exercícios
1. Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas das frases:
“_______ situações insustentáveis do lixo na capital. Esse problema chega ____
autoridades que deverão tomar _____ providências cabíveis”.
a) As / as / as
b) Há / às / as
c) Há / as / às
d) Às / as / às
e) As / hás / as
Exercícios
2. Avalie as duas frases que seguem:

I. Ela cheirava à flor de romã.


II. Ela cheirava a flor de romã.

Considerando o uso da crase, é correto afirmar:


1) As duas frases estão escritas adequadamente, dependendo de um contexto.
2) As duas frases são ambíguas em qualquer contexto.
4) A primeira frase significa que alguém exalava o perfume da flor de romã.
8) A segunda frase significa que alguém tem o perfume da flor de romã.
16) O “a” da segunda frase deveria conter o acento indicativo da crase.
Exercícios
3.
I - Refiro-me àquilo e não a isto.
II - Sairemos bem cedo, para chegar à tempo de assistir a cerimônia.
III - Dirigiram-se à Sua Excelência e declararam que estão dispostos à cumprir o seu dever e a não
permitir a violação da lei.

Quanto ao emprego da crase, assinale:


a) se todas as afirmações estão incorretas.
b) se todas estão corretas.
c) se apenas I está correta.
d) se apenas III está correta.
e) se apenas II está correta.

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