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Histórico da comunicação:

as corporações de ofício da
Idade Média
PROF. ME. LUCIANA UHREN
Características da Idade Média
Compreende o período do século V ao século XV;
Alta Idade Média: do século V ao X;
Baixa Idade Média: do século XI ao XV;
Durante a Idade Média a Igreja Católica centralizou o poder religioso, cultural,
político e econômico;
O sistema social era regulado pelo feudalismo, em que o senhor feudal detinha o
poder em relação aos seus vassalos;
A sociedade não apresentava qualquer mobilidade social;
A Alta Idade Média é marcada pelo início da expansão comercial com as Cruzadas
(movimento de luta contra a invasão dos mouros – árabes – na Europa).
Avanço do comércio na Idade Média
Século XI – Cruzadas;
Os comerciantes acompanhavam os cruzados que precisavam de
suprimentos nas viagens;
Estabeleciam comércio com o Oriente e criavam o interesse dos
navegadores por outros mercados;
Estabelecimento de comércio entre diferentes regiões na própria
Europa;
Os mercadores se estabeleciam nas cidades que começavam a
nascer ou se tornavam itinerantes.
Avanço do comércio na Idade Média
Século XII – desenvolvimento do comércio e crescimento das
cidades;
Fortalecimento das feiras e utilização do dinheiro como forma de
pagamento;
Pregoeiros: anunciavam notícias oficiais, pregavam a vontade da
Igreja. Com o passar do tempo, os pregoeiros foram para as feiras e
para as frentes dos comércios divulgar produtos e serviços;
O analfabetismo quase que generalizado propiciou a existência
dessa figura que anunciava oralmente o que se queria vender.
Importância da oralidade
“É no período medieval que os slogans passam a ser
usados como uma das mais interessantes
manifestações de legitimação de autoridade. Ideias
rasas, frases fáceis de memorizar e muita repetição
eram a fórmula ideal que a Igreja e os legistas
encontravam para difundir seus ideais e valores sem
que houvesse contestação.”
(PAVARINO, 2013, p. 49)
Importância da oralidade
Ai flores, ai flores do verde pino, Vós me preguntades polo voss'amigo
se sabedes novas do meu amigo? e eu bem vos digo que é san'e vivo.
Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é?

Ai flores, ai flores do verde ramo, Vós me preguntades polo voss'amado


se sabedes novas do meu amado? e eu bem vos digo que é viv'e sano.
Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo, E eu bem vos digo que é san'e vivo
aquel que mentiu do que pôs conmigo? e será vosco ant'o prazo saído.
Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado, E eu bem vos digo que é viv'e sano
aquel que mentiu do que mi há jurado? e será vosc[o] ant'o prazo passado.
Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é?
Importância da oralidade
Cantiga de amigo;
Composta por trovadores, cantada por mulheres nas festas
populares;
Relacionavam-se à vida camponesa;
Cantigas com letra repetitiva para facilitar a memorização.
Importância da imagem
Os estabelecimentos comerciais
apresentavam, em sua fachada,
símbolos que identificavam que
tipo de comércio ou serviço era
encontrado naquele local. Essa
identificação visual era muito
importante em uma sociedade em
que a maioria da população era
analfabeta.
Organização comercial e de produção
Século XII;
Criação, pelos artesãos, das
corporações de ofício;
Os pregoeiros criaram, também,
suas próprias corporações que
regulamentavam as atividades, suas
tarifas e os produtos que iriam
anunciar: mercadoria ou notícia;
As corporações de artesãos e de
pregoeiros utilizavam insígnias,
brasões e tabuletas como forma de
identificação.
O que eram as corporações de ofício
Associações que regulamentavam o processo produtivo artesanal nas
cidades;
Hierarquizadas e controladoras da técnica de produção das mercadorias;
Construtores e artesãos;
Uma pessoa só poderia praticar determinado ofício se fosse membro de uma
corporação;
Regulamentavam a entrada na profissão, controlavam a qualidade, a
quantidade e o preço dos produtos;
Evitavam a concorrência entre os praticantes do mesmo ofício.
O que eram as corporações de ofício
Hierarquia:
1. Mestre – detentor do conhecimento das técnicas de produção, da matéria-
prima e das ferramentas;
2. Oficial – aprendiz que passa a ocupar um segundo grau de importância na
hierarquia de produção;
3. Aprendiz – moravam com o mestre e não recebiam salário. O tempo de
aprendizado variava de acordo com a profissão, podendo se estender entre
um e dez anos.
O que eram as corporações de ofício
Essas corporações (ou guildas) serviam para que a
negociação de produtos e serviços fosse mais eficiente;
Protegiam contra o ataque de assaltantes e piratas por
organizarem viagens em grupos por estradas e oceanos;
Comerciantes e mestres artesãos organizados passaram a
acumular capital e deram origem a uma nova classe social: a
burguesia.
“Os artesãos da Idade Média, já usavam marcas,
símbolos e embalagens para diferenciar seus
produtos uns dos outros, num movimento precursor
ao que hoje se entende por marketing.”

(NEGRINI, 2014, p. 36)


Uso de marcas
A utilização das marcas tinha como objetivo identificar a origem e a
qualidade do produto;
Quem usava as marcas, entre os séculos XII e XVIII, não eram titulares
de uma propriedade (apenas os senhores feudais e os monarcas);
A partir do século XVIII, os direitos às marcas e às inovações nos
produtos passaram a ser dos artesãos e comerciantes (e
posteriormente das empresas envolvidas no processo de produção
com a Revolução Industrial);
Esses direitos excluíam aqueles que não pertenciam às corporações.
(MACHADO, 2015, p. 139)
Nome

Qualidade do produto

Origem do produto
“Com o passar do tempo, o que era uma garantia do artesão
passou a ser atrativo, um diferencial do produto, adicionando
um função mercadológica de ligação entre o produto e a
clientela. [...] com a crescente facilidade de comunicação e
comércio, paralelamente ao poder conquistado pelas invenções
e com a circulação de livros, torna-se ainda mais importante a
identificação dos fabricantes e dos artesãos que pertenciam às
corporações de ofício. Com o fim das limitações das atividades
empresariais, a importância dessas identificações crescia, pois
assegurava que o melhor artesão poderia vender e cobrar
mais por seu produto.”

(MACHADO, 2015, p. 140, 141)


Referências
MACHADO, A. F. O uso da marca e sua integridade. São Paulo: Book Start, 2015.
NEGRINI, V. Comunicação organizacional em entidade representativas de classe. São Paulo:
Baraúna, 2014.
PAVARINO, R. N. Panorama histórico-conceitual da publicidade. Tese. (Doutorado em
Comunicação, 164f). Universidade de Brasília. Faculdade de Comunicação. Brasília, 2013.
Disponível em:
<http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/13328/1/2013_RosanaNantesPavarino.pdf>.
Acesso em: 16 ago. 2017.
Atividade
Utilize as técnicas empregadas na Idade Média para criar uma propaganda
para os restaurantes participantes da promoção “Sabor em dobro”:
1) Textos que seriam veiculados por pregoeiros:
Frases curtas e de efeito;
Ideias fáceis de memorizar;
Rimas.
2) Criação de símbolos e imagens:
Identificar marca, origem e qualidade do produto.

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