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Universidade dos Açores – Departamento de Ciências Agrárias

Mestrado Integrado de Ciências Farmacêuticas (Preparatórios)

Determinação da
molari dade de uma
solução de HCl

Trabalho realizado por:


Andreia Pereira
Hugo Guimarães
Vânia Morais

A química analítica quantitativa, concentra-se não na identificação de substâncias


(química analítica qualitativa) mas sim na determinação de quantidades das
substâncias. Para esse efeito, uma titulação é dos métodos analíticos mais
utilizados.
Uma titulação consiste numa reacção entre o reagente titulante e o reagente
titulado. Com essa reacção, é possível determinar uma concentração desconhecida.
No caso deste trabalho laboratorial verifica-se a ocorrência de uma titulação ácido-
base, em que as concentrações que desconhecemos são a do ácido.
Numa titulação o pretendido é conhecer o ponto de equilíbrio, ou seja, o ponto
exacto em que termina a titulação, designado por ponto de equivalência. O ponto
de equivalência é assim a altura da titulação em que o titulado reagiu
completamente com o titulante. Numa reacção ácido-base, o ponto de equivalência
atinge-se quando as quantidades de ácido e base estão nas proporções
estequiométricas da reacção, evidenciadas pela respectiva equação química.
Mas na verdade o que se conhece é o ponto final, que ocorre imediatamente após
se atingir o ponto de equivalência. O ponto final é detectado pela variação de uma
propriedade física ou química da solução a ser titulada, utilizando indicadores ou
instrumentalmente. Quando se utilizam os indicadores, esta variação é facilmente
detectada, pois ocorre uma alteração de cor.
Os indicadores são substâncias que podem apresentar-se em duas formas com
cores distintas, que se transformam uma na outra, por alteração das condições do
pH do meio durante a titulação. Os indicadores são escolhidos de modo a que a
viragem de cor se dê o mais próximo possível do ponto de equivalência. Assim, em
titulações ácido-base, os indicadores são substâncias que apresentam cores
distintas em meio ácido e básico.
Numa titulação ideal, o ponto final visível coincidirá com o ponto final
estequiométricas, embora na prática o ponto final raramente coincida com o ponto
de equivalência, pois existe sempre uma pequena diferença a que se dá o nome de
erro de titulação e que corresponde a um ligeiro excesso (ou defeito) de volume do
titulante adicionado. Assim o erro de titulação não é mais que a diferença entre o
ponto de equivalência e o final.
Para titular o HCl usou-se como substancia primário o bórax, de fórmula Na 2 [B 4 O 5
(OH) 4 ]. 8H 2 O que tem a vantagem de ter alto valor da mole, se bem que tenha o
inconveniente de ser pouco solúvel em água. Quando este se dissolve em água
origina o anião tetridroxoborato é ácido ortobórico segundo a equação química (1):

Na 2 [B 4 O 5 (OH) 4 ]. 8H 2 O → 2 H 3 BO 3 + 2 [B (OH) 4 ] − + 2Na + + 3


H2 O

O [B (OH) 4 ] − é a base conjugada do H 3 BO 3 . A reacção da titulação acontece de


acordo com a sequente equação química (2):
H 3 BO 3 + H 2 O <-> [B (OH) 4 ] − + H +

Do anteriormente exposto pode-se concluir que:


1 mol Na 2 [B 4 O 5 (OH) 4 ]. 8H 2 O <> 2 mol [B(OH) 4 ] <> 2 mol H + (aq).
O Na 2 [B 4 O 5 (OH) 4 ]. 8H 2 O é usado como titulado, partindo-se para a preparação
da solução de uma amostra sólida que se pode pesar rigorosamente, sendo a
solução de HCl, o titulante.
Este valor de pH situa-se entre a zona de viragem do vermelho de metilo (4,4-6,2),
havendo uma mudança de cor de vermelho para amarelo, sendo próximo do
expoente do ponto médio respectivo. Pode-se também provar que a viragem do
referido indicador está contida na zona de variação brusca de pH verificada junto do
ponto de equivalência. O indicador referido pode portanto ser utilizado na titulação.
A fim de aumentar a nitidez da mudança de cor do vermelho de metilo, é
conveniente misturar-lhe azul de metileno, sendo a cor deste corante indiferente às
mudanças de pH. Esta mistura, que é usada em solução, muda de uma cor verde
para azul arroxeada (ou cinzento).
No fim da titulação, e depois do volume consumido durante a mesma estiver
anotado, é necessário proceder aos cálculos para verificar se algum dos valores
apresenta concordância e proceder igualmente aos cálculos que permitirão
encontrar o valor da concentração da solução de HCl.

O critério de concordância da experiência é:

4 M1 + M 2
| M1 – M2 | ≤ × inequação nº1
1000 2
A concentração média de HCl da solução é calculada através da média das
concentrações concordantes (C1 e C2), através da seguinte fórmula:

2 × mbórax × M bórax
c HCl 1 = (Fórmula 1)
V HCl
C média = C1 + C2 (Fórmula 2)
2

O cálculo do erro associado à concentração verdadeira de HCl (ΔC) obedece à


seguinte fórmula:

1
ΔC = ( ∆C1) 2 + ( ∆C 2) 2 (Fórmula 3)
2

Em que ΔC1 é o erro associado à concentração 1 de HCl e é calculado pela fórmula:

2 2
 ∆m   ∆v 
ΔC1 = C1   +  (Fórmula 4)
 m   v 

Onde m corresponde à massa de bórax utilizado no ensaio, Δm representa o erro


associado à massa, v é o volume de HCl gasto na titulação, Δv é o erro associado ao
volume e C1 é a concentração de HCl do primeiro ensaio concordante.
E ΔC2 é o erro associado à concentração 2 de HCl, calculado com base na fórmula:

2 2
 ∆m   ∆v 
ΔC2 = C2   +  (Fórmula 5)
 m   v 

Onde m corresponde à massa de bórax utilizado no ensaio, Δm representa o erro da


balança, v é o volume de HCl gasto na titulação, Δv é o erro associado ao volume e
C1 é a concentração de HCl do segundo ensaio concordante.

O cálculo do erro associado ao volume de HCl obedece à seguinte fórmula:

δ VHCl 1 = δ 2 ViHCl 1 + δ Vf2 HCl 1 (fórmula 6)

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