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Histórico preliminar

Situada na região das montanhas de Guarapari, a localidade de Buenos Aires é uma


típica comunidade rural de origem italiana que divide espaço com a única comunidade
quilombola reconhecida no município1, a de Alto Iguape, conhecida popularmente
como Goiabas. Ambas fazem parte de uma região ainda repleta de recursos naturais,
com muita mata atlântica nativa, onde se encontram variadas espécies tanto animais
quanto vegetais, além de grandes mananciais que abastecem a maior parte de cidade.
Ficam situadas ao pé do morro do Cruzeiro, ponto culminante do litoral de Guarapari,
com cerca de 800 metros de altura e a montanha litorânea mais alta do Espírito Santo.
No decorrer da história recebeu diversos nomes como Serra da Boa Vista, Serra
Perocão e Serra de Guarapari como pode ser comprovado em documentos e cartas
geográficas.

(vista aérea da comunidade de Buenos Aires)

A comunidade de Alto Iguape, ou Goiabas, teve sua origem em um dos diversos


quilombos que se formaram ao longo da serra litorânea entre Guarapari e Cariacica.
Teve início após a morte do Arcediago Antônio de Siqueira Quental, que era possuidor
de duas grandes fazendas em Guarapari: a fazenda do Campo e a fazenda do Engenho
Velho. Após a morte do seu proprietário, o padre Quental, a escravaria de ambas as
propriedades teria se juntado e se rebelado, criando o que é descrito por Maximiliano
de Neuwied de República Negra:

1
Processo: 01420.002060/2012-21 – Portaria de certificação: 85/2012 – DOU: 18/05/2012
2
https://www.facebook.com/buenosairesguaraparies/photos/a.1588799051191035.1073741827.15887
95721191368/1588799034524370/?type=3&theater
"... os escravos se revoltaram e cessaram o trabalho...
armaram-se e formaram nessas florestas uma república
negra, que não foi fácil submeter... os rebeldes negros das
duas fazendas acima referidas recebem os forasteiros de
maneira amigável, e nesse particular são muito diferentes
dos escravos negros fugidos de Minas Gerais e outros
lugares, que são chamados, devido às suas aldeias nas
florestas, quilombos, gaiambolos."3

De acordo com o historiador capixaba, José Amaral F. Filho, que durante anos estudou
a região de Guarapari e Anchieta, nesse período:

A capitania do Espírito Santo passava por um período de


relativo abandono tendo a maior parte da mão de obra
escrava em quilombos que se espalharam em grande
quantidade por toda extensão da serra litorânea. No
entanto as propriedades de Quental continuavam ativas e
com sua escravaria trabalhando na lavoura e na produção
de açúcar. Existe a possibilidade também de ter sido um
grande comerciante de escravos, uma vez que havia falta
de mão de obra e de escravos para abastecer a outras
capitanias. Durante o final do século XVIII os comerciantes
da Bahia exportavam os seus escravos para Assunção e
Buenos Aires o que fez com que aumentasse o preço dos
escravos no Espírito Santo.

Com a morte do arcediago Antônio de Siqueira Quental


em 1769, teve início uma longa batalha jurídica pela
herança que acabou sendo incorporada pelo Fisco Real à
Fazenda de Sua Majestade. A primeira a reclamar a
herança foi sua filha que vivia recluso na Congregação de
Santa Anna na vila de Santarém, no reino. Esse processo
se arrastou pelo menos até a segunda década do século
XIX. Provavelmente, aproveitando a falta de controle na
administração das fazendas assim que faleceu o seu
senhor, a escravaria das duas fazendas se libertou, mas,
ao contrário dos demais escravos que se refugiaram em
quilombos pela serra, eles continuaram ocupando as

3
NEUWIED, Maximiliano de. Viagem ao Brasil. Companhia Editora Nacional, 1940. pag. 136.
áreas das fazendas e estabeleceram uma relação
comercial ativa com a vila. 4

(Quilombo de Alto Iguape, também conhecido como Goiabas)

Este primeiro núcleo de habitação teria se formado na região de Buenos Aires ainda no
século XVIII e permaneceu recluso ali até ter a segurança de não voltarem ao cativeiro
e serem mandados, como punição, para outras regiões do Espírito Santo como o Vale
do rio Doce, destino de muitos dos recapturados após o confisco pela Coroa
Portuguesa das fazendas. Provavelmente o bairro de Jabaraí, localizado entre a
fazenda do Campo e a aldeia de Perocão tenha tido sua formação após a Lei Áurea
atribuída a fixação de ex moradores do Quilombo das Goiabas, que, por questão de
facilidade, desceram a serra e se instalaram às margens do rio Perocão na grande
baixada que forma o bairro.

A partir de 1876 a região passou a integrar o território colonial de Santa Izabel


recebendo os primeiros colonos vindos da Itália e que ocuparam a região serrana de
Guarapari, que anteriormente além dos indígenas e negros já estabelecidos desde o
período colonial, também recebeu, antes dos italianos, colonos alemães que se

4
Fernandes Filho, José Amaral. O Espírito Santo e a aldeia de Guarapari. Março de 2010. Pag. 57, 58. In:
https://culturamaratimba.blogspot.com.br/2018/02/o-espirito-santo-e-aldeia-de-guarapari.html
5
https://www.portal27.com.br/wp-
content/uploads/2013/10/1011176_390275391091729_2019438225_n.jpg
instalaram nas comunidades que hoje formam o distrito de Rio Calçado, vinho a
Buenos Aires.

Segundo a tradição, a localidade teria sido descrita com esse nome após as famílias
pioneiras terem desembarcado no porto de Benevente, atual Anchieta, quando o

(Detalhe do mapa de 1878 onde está localizada a Colônia de Santa Isabel (1847). Limitava-se a o norte
com Santa Leopoldina e ao sul com os loteamentos do Quinto Território da Colônia de Rio Novo, junto
aos afluentes dos rios Benevente e Jucu)

6
FRANCESCHETTO, Cilmar. F815i Imigrantes Espírito Santo: base de dados da imigração estrangeira no
Espírito Santo nos séculos XIX e XX. / Cilmar Franceschetto. — Organizado por Agostino Lazzaro. Vitória:
Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, 2014. Pag. 50.
O destino das famílias era a cidade argentina de Buenos Aires onde já estavam alguns
parentes. Existem outras versões para a origem do nome, mas essa provavelmente
seja a que encontra mais fundamentação histórica.

A comunidade já está na sexta geração de descendentes dos pioneiros e que tem


como ocupação principal a agricultura familiar, a agropecuária de pequeno porte e
agroindústria de produtos caseiros como bolos, biscoitos, pães e outras massas que
são comercializadas por uma associação de mulheres das famílias da região.

Segundo José Maria Arpini, as primeiras famílias a se


instalarem na região foram Marchesi, Pavesi, Brambati,

7
“Costa do Sprito Santo ao Cabo d: S: Thome”, de João Teixeira Albernas, in: Oliveira, José Teixeira de.
História do Estado do Espírito Santo / José Teixeira de Oliveira. – 3 ed. - Vitória: Arquivo Público do
Estado do Espírito Santo: Secretaria de Estado da Cultura, 2008. Pag. 183
Servenini, Tartaglia, Dada, Nossa, Zani, Scalfoni,
Parmagnani, Pessali, Ignes e Maioli.

Desembarcaram em 13 de novembro de 1876 no porto de


Piúma/Benevente, colônia de Rio Novo, hoje atual cidade
de Anchieta (ES) com destino a uma fazenda no distrito de
Quinto Território. Dias depois partiram de Benevente em
caravana, a pé para um lugar chamado Jabaquara, onde
pernoitaram. No dia seguinte continuaram a caminhada
para Jacutinga, distrito de Alfredo Chaves e finalmente
até Caco de Pote, também distrito de Alfredo Chaves. Na
luta para não deixar apagar aquela chama de fé e
esperança, construíram a igreja na localidade de
Figueiras, próxima a Caco de Pote. Supomos que foi a
primeira igreja construída pelos imigrantes nesta
localidade por não ter dados que informe sobre esta
construção. Mas até a presente data, podemos verificar
as ruínas existentes.

A partir de Caco de Pote, a caravana se dividiu. Algumas


famílias ficaram nesta localidade e outras foram para
Sagrada Família, Quinto Território, Todos os Santos e
Independência, todas no município de Alfredo Chaves. A
família de Agostinho Arpini e Domênica Beccalli,
permaneceram em Caco de Pote, não seguindo mais o
destino determinado por motivo que desconhecemos. Por
esse motivo foi em Caco de Pote que começou a geração
de nossa família.8

Os moradores da comunidade ainda mantém vivas várias tradições que vão desde
modos fazer, de cultivar a terra, até as festividades tradicionais na comunidade tanto
de cunho religioso quanto profano. Numa demonstração de manutenção da fé
católica, todos os anos, ao primeiro domingo do mês de maio é realizada uma missa no
Cruzeiro, o ponto mais alto do litoral de Guarapari, com cerca de 800m acima do nível
do mar.

O turismo tem sido um potencial que ao mesmo tempo em que pode alavancar novos
negócios para a população local, causa alguns transtornos como a especulação
imobiliária, a descaracterização da paisagem e a interferência na identidade local, o

8
ARPINI, Jose Maria. FAMÍLIA ARPINI - 1876 – 2005: 129 anos de imigração uma história de fé,
esperança e lutas. Vila velha – ES. 2005. pag. 03, 04.
que vem mobilizando a toda comunidade, dos mais velhos aos mais novos em defesa
de suas tradições, identidade e modos de fazer e interagir com a terra.

9
Idem, pag. 05.
10

(sexta geração da família Arpini em Buenos Aires)

11

(quarta e quinta gerações das famílias Arpini e Brambati em Buenos Aires)

10
Idem, pag. 02
11
Acervo pessoal Everaldo Arpini
12

(sexta geração das famílias Arpini e Brambati em Buenos Aires)

Um dos traços herdados dos antepassados é sem via de dúvidas a organização da


comunidade diante adversidades. No início da colonização, a colônia de Santa Izabel a
qual pertencia, a região de Buenos Aires fora abandonada pelo governo, causando
grandes transtornos aos italianos que nas palavras de Renzo Grosseli:

“...evidenciava-se também uma forte determinação de


concluir aquela história e uma séria capacidade de
organização. Alguém recolhia o dinheiro de uma
espontânea auto taxação, outro fazia a contabilidade,
outros iam ao Rio de Janeiro para recorrer ao Cônsul
Austríaco.”13

Um dos pioneiros na região foi Antônio Giovanni Battista Brambati que antes de se
fixar em Buenos Aires passou por Alfredo Chaves, mais precisamente no Quinto
Território onde junto com alguns outros colonos criaram no ano de 1878 um
movimento de reação aos descasos cometidos pelo administrador do território,
Deolindo Maciel, que cobrava pelo fornecimento de alimentos. Como medida punitiva
tomada pelo diretor geral da colônia, Joaquim Adolpho Pinto Pacca, “ameaçou prender
os que considerou líderes da rebelião: Andrea Morosini, Battista Brambati e Giovanni
Piva. A ameaça surtiu efeito e os colonos voltaram aos trabalhos de medição dos lotes
e abertura de trilhas”.14 Porém esse fato pode ter sido superestimado por Joaquim

12
Idem.
13
GROSSELLI, Renzo M., 1952 - Colônias imperiais na terra do café: camponeses trentinos (vênetos e
lombardos) nas florestas brasileiras, Espírito Santo, 1874-1900 / Renzo M. Grosselli ; [tradução Márcia
Sarcinelli]. - Vitória : Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, 2008. Pag. 288.
14
Pessali, Hesio. Alfredo Chaves: uma visão histórica e política / Hesio Pessali. Alfredo Chaves, ES, 2010.
Pag. 20.
Adolpho Pinto Pacca numa tentativa de implementar uma medida autoritária que
visava inibir o surgimento de novas insurreições, mesmo diante dos desmandos
cometidos pelos funcionários da diretoria de colonização e da exploração que sofriam
os colonos por parte dos comerciantes locais. Ainda segundo Grosselli:

Quanto à revolta do V Território em janeiro, o relatório


revelava que eram 10 os colonos presos, e confirmava que
tratara-se acima de tudo de uma lição que Pacca desejara
ensinar àquela gente. Os colonos presos não haviam sido
transferidos ao Rio de Janeiro, uma vez que,
amedrontados pela ameaça de tal medida,
arrependeram-se e a partir daquele momento não
criaram mais problemas.15

A perseguição de Pinto Pacca aos colonos que se rebelaram contra seu autoritarismo
no Quinto Território pode ter levado os que foram considerados os cabeças do
movimento a se mudarem para outras regiões e nesse movimento Antônio Giovanni
Battista Brambati teria se fixado em Buenos Aires, se livrando dos desmandos, uma vez
que esta região estava ligada a Colônia de Santa Izabel e não a do Rio Novo como
acontecia com as terras de Alfredo Chaves.

Portanto, a história da comunidade de Buenos Aires está ligada a resistência ao


autoritarismo de governantes que deveriam zelar pelo bem estar da população, mas
que por interesses pessoais acabam se opondo a essa e abraçando causas que lhes
tragam lucros pessoais e poder político. Situação tão embaraçosa vem acontecendo
agora, dessa vez ameaçada por um projeto econômico desenvolvido pelo prefeito de
Guarapari, Edson Figueiredo Magalhães, que visa a total descaracterização de toda a
região e, principalmente, da identidade local. Trata-se do projeto “Nova Buenos Aires”,
que entre outras coisas busca até mesmo a mudança do nome do lugar.

15
GROSSELLI, Renzo M., 1952 - Colônias imperiais na terra do café: camponeses trentinos (vênetos e
lombardos) nas florestas brasileiras, Espírito Santo, 1874-1900 / Renzo M. Grosselli ; [tradução Márcia
Sarcinelli]. - Vitória : Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, 2008. Pag. 434.
16

(Registro de entrada de Battista Brambati)

Por ser cercada por belíssimas paisagens naturais, como a Pedra do Elefante, o Morro
do Cruzeiro, várias cachoeiras e mirantes dos quais é possível o avistamento até
mesmo de outros municípios, a região tem sido um dos novos focos de especulação
imobiliária, sofrendo com o desrespeito ao parcelamento do solo e tendo recebido a
inclusão de condomínios fechados voltados para imóveis de lazer de final de semana e
feriados. O novo estudo realizado para a atualização do Plano Diretor Municipal prevê
para os locais mais aprazíveis do interior de Guarapari o zoneamento como ZEIT – zona
especial de interesse turístico – criando “ilhas urbanas” nas quais mudam-se todas as
regras de parcelamento e uso do solo. É valendo-se dessa nova legislação que a
municipalidade tenta implantar o projeto “Nova Buenos Aires” a revelia da
comunidade tradicional local, desrespeitando todas as origens históricas, sociais,
econômicas, paisagísticas, ambientais e naturais, sob a alegação da geração de
emprego e renda. O que é ignorado é que, esse desenvolvimento econômico proposto

16
http://imigrantes.es.gov.br/Imigra.aspx
acarretará em irreversível prejuízo sócio ambiental para toda a cidade e não apenas
para a região, uma vez que o mesmo compromete os mananciais que abastecem a
cidade, causarão grande migração para a cidade devido a compra de propriedades
familiares por empresários e investidores, aumentarão a insegurança no interior que já
sofre com os reflexos da violência, transformará em áreas de lazer terras utilizadas
para a produção de alimentos, encarecendo os preços, proporcionará a degradação
das matas nativas e da paisagem natural e transformará em empregados os
verdadeiros donos da terra cujos antepassados lutaram contra todas as adversidades
para se manterem e fazerem dessa região próspera.

17

O projeto proposto pela Prefeitura de Guarapari não considera também a RESOLUÇÃO


Nº 03/91 que aprova o Tombamento da Mata Atlântica e seus Ecossistemas
Associados no Estado do Espírito Santo que em seu memorial descritivo considera
como integrantes “Todos os penedos, pães de açúcar e demais afloramentos rochosos
naturais notáveis no Estado, com uma faixa de proteção de 500 (quinhentos) metros de
largura”18, o que inclui além do Morro do Cruzeiro a pedra do Elefante, restringindo
assim uma série de atividades incompatíveis com os tipos de uso garantidos pelo
tombamento.

17
http://www.ijsn.es.gov.br/ConteudoDigital/20160816_aj07627_morrodocruzeiro_guarapari.pdf
18
RESOLUÇÃO Nº 03/91 Aprova o Tombamento da Mata Atlântica e seus Ecossistemas Associados no
Estado do Espírito Santo.
19

(Pedra do Elefante. Aos fundos a cidade de Guarapari)

20

(Cachoeira do Nasser. Uma das mais frequentadas da região)

A comunidade de Buenos Aires é também uma referencia no esporte local. Sedia uma
série de competições que envolvem várias modalidades esportivas como futebol e

19
https://www.facebook.com/buenosairesguaraparies/photos/a.1588798814524392.1073741826.1588
795721191368/1588802921190648/?type=3&theater
20
https://www.facebook.com/buenosairesguaraparies/photos/pcb.1588827314521542/1588827197854
887/?type=3&theater
esportes radicais. É também um famoso circuito local para os amantes das
caminhadas, escaladas e pedaladas de lazer. Seu campo de futebol, mantido pela
Associação de Moradores e Pequenos Produtores de Buenos Aires – AMPROBA é uma
referencia no município em torneios amadores como o Campeonato Argentino de
Futebol Amador onde todos os times participantes usam nomes e uniformes de clubes
da Argentina atraindo um grande público para o evento, o Torneio de Futebol de
Famílias, campeonato Rural de futebol amador de Guarapari, torneio feminino de
futebol amador. Na modalidade de esportes radicais destaca-se o Encontro
Guarapariense de Trilheiros, o Duathlon Insanity Moutain Buenos Aires, o Buenos Aires
Trail Run, além dos roteiros de Motain Bike, escaladas e a tradicional Caminhada
Ecológica.

(Duathlon Insanity Montain, etapa Buenos Aires)

(caminhada ecológica de Buenos Aires)


A comunidade também é destaque em suas festas tanto religiosas quanto populares,
além de possuir bares que aos finais de semana promovem eventos como Modas de
Viola, atraindo grande público que além da música aprecia também a culinária local,
com destaque para a galinha, feita de várias formas e servida sempre acompanhada de
polenta, aipim ou outra iguaria. Dentre as festividades destacam-se a Festa de Santo
Antônio, padroeiro local que é realizada desde a inauguração da igreja construída em
sua honra em 1908, a Festa do Cruzeiro com mais de 75 anos de tradição, a Festa da
Amizade já em sua 17ª edição e Festa da Cultura Italiana que terá em 2018 sua
primeira edição com a participação da comunidade Quilombola das Goiabas,
mostrando como essas duas etnias se integraram no decorrer da história local.

A organização social se dá através de associações com grande representatividade


comunitária tanto dos moradores quanto dos pequenos produtores rurais que tem
como principais a Associação de Moradores e Pequenos Produtores de Buenos Aires –
AMPROBA, o Grupo de Mulheres de Buenos Aires que tem como principal objetivo a
produção e comercialização de produtos típicos da roça, e o Grupo de Fibra de
Bananeira que utiliza a fibra extraída da planta que seria descartada na produção de
artesanato.21

Meio ambiente

A região é ainda em sua grande coberta pela Mata Atlântica que possui grande
diversidade tanto de flora quanto de fauna. É também vertente de duas micro bacias
hidrográficas regionais, a do rio Conceição e a do rio Perocão, sendo responsável pela
produção de grande parte da água que abastece a cidade de Guarapari, além de ser
tributária da Bacia Hidrográfica do Rio Benevente.

22

(Mapa de Buenos Aires com seus recursos naturais e hídricos)

21
INCAPER - Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural – PROATER - 2011 - 2013
22
https://www2.geobases.es.gov.br/publico/AcessoNavegador.aspx?id=142&nome=NAVEGADOR_GEOB
ASES
(Missa realizada no topo do Morro do Cruzeiro com cerca de 800m de altitude)

A produção agrícola, por ser de base familiar, se dá de forma sustentada e ao longo


dos anos, com as novas gerações e a conscientização na adoção de novas formas de
cultivo e manejo do solo vem se otimizando, tendo como destaque a produção de
banana, hortaliças, mandioca, pecuária de corte e leite, piscicultura e fruticultura. A
maior parte da produção é destinada ao abastecimento da própria região de Guarapari
e comercializada nas feiras livres do município. A produção da indústria caseira
também é comercializada nas vendas locais e em pontos específicos pelo Grupo de
Mulheres de Buenos Aires.
1º Buenos Aires Trail Run

Duathlon marcando Tempo


Caminha ecológica da AMPROBA
11º encontro de Trilheiros de Guarapari realizado em Buenos Aires
Festa de Santo Antônio realizada desde 1920
Festa da Amizade onde são valorizadas as tradições italianas

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