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Processo: 01420.002060/2012-21 – Portaria de certificação: 85/2012 – DOU: 18/05/2012
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https://www.facebook.com/buenosairesguaraparies/photos/a.1588799051191035.1073741827.15887
95721191368/1588799034524370/?type=3&theater
"... os escravos se revoltaram e cessaram o trabalho...
armaram-se e formaram nessas florestas uma república
negra, que não foi fácil submeter... os rebeldes negros das
duas fazendas acima referidas recebem os forasteiros de
maneira amigável, e nesse particular são muito diferentes
dos escravos negros fugidos de Minas Gerais e outros
lugares, que são chamados, devido às suas aldeias nas
florestas, quilombos, gaiambolos."3
De acordo com o historiador capixaba, José Amaral F. Filho, que durante anos estudou
a região de Guarapari e Anchieta, nesse período:
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NEUWIED, Maximiliano de. Viagem ao Brasil. Companhia Editora Nacional, 1940. pag. 136.
áreas das fazendas e estabeleceram uma relação
comercial ativa com a vila. 4
Este primeiro núcleo de habitação teria se formado na região de Buenos Aires ainda no
século XVIII e permaneceu recluso ali até ter a segurança de não voltarem ao cativeiro
e serem mandados, como punição, para outras regiões do Espírito Santo como o Vale
do rio Doce, destino de muitos dos recapturados após o confisco pela Coroa
Portuguesa das fazendas. Provavelmente o bairro de Jabaraí, localizado entre a
fazenda do Campo e a aldeia de Perocão tenha tido sua formação após a Lei Áurea
atribuída a fixação de ex moradores do Quilombo das Goiabas, que, por questão de
facilidade, desceram a serra e se instalaram às margens do rio Perocão na grande
baixada que forma o bairro.
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Fernandes Filho, José Amaral. O Espírito Santo e a aldeia de Guarapari. Março de 2010. Pag. 57, 58. In:
https://culturamaratimba.blogspot.com.br/2018/02/o-espirito-santo-e-aldeia-de-guarapari.html
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https://www.portal27.com.br/wp-
content/uploads/2013/10/1011176_390275391091729_2019438225_n.jpg
instalaram nas comunidades que hoje formam o distrito de Rio Calçado, vinho a
Buenos Aires.
Segundo a tradição, a localidade teria sido descrita com esse nome após as famílias
pioneiras terem desembarcado no porto de Benevente, atual Anchieta, quando o
(Detalhe do mapa de 1878 onde está localizada a Colônia de Santa Isabel (1847). Limitava-se a o norte
com Santa Leopoldina e ao sul com os loteamentos do Quinto Território da Colônia de Rio Novo, junto
aos afluentes dos rios Benevente e Jucu)
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FRANCESCHETTO, Cilmar. F815i Imigrantes Espírito Santo: base de dados da imigração estrangeira no
Espírito Santo nos séculos XIX e XX. / Cilmar Franceschetto. — Organizado por Agostino Lazzaro. Vitória:
Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, 2014. Pag. 50.
O destino das famílias era a cidade argentina de Buenos Aires onde já estavam alguns
parentes. Existem outras versões para a origem do nome, mas essa provavelmente
seja a que encontra mais fundamentação histórica.
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“Costa do Sprito Santo ao Cabo d: S: Thome”, de João Teixeira Albernas, in: Oliveira, José Teixeira de.
História do Estado do Espírito Santo / José Teixeira de Oliveira. – 3 ed. - Vitória: Arquivo Público do
Estado do Espírito Santo: Secretaria de Estado da Cultura, 2008. Pag. 183
Servenini, Tartaglia, Dada, Nossa, Zani, Scalfoni,
Parmagnani, Pessali, Ignes e Maioli.
Os moradores da comunidade ainda mantém vivas várias tradições que vão desde
modos fazer, de cultivar a terra, até as festividades tradicionais na comunidade tanto
de cunho religioso quanto profano. Numa demonstração de manutenção da fé
católica, todos os anos, ao primeiro domingo do mês de maio é realizada uma missa no
Cruzeiro, o ponto mais alto do litoral de Guarapari, com cerca de 800m acima do nível
do mar.
O turismo tem sido um potencial que ao mesmo tempo em que pode alavancar novos
negócios para a população local, causa alguns transtornos como a especulação
imobiliária, a descaracterização da paisagem e a interferência na identidade local, o
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ARPINI, Jose Maria. FAMÍLIA ARPINI - 1876 – 2005: 129 anos de imigração uma história de fé,
esperança e lutas. Vila velha – ES. 2005. pag. 03, 04.
que vem mobilizando a toda comunidade, dos mais velhos aos mais novos em defesa
de suas tradições, identidade e modos de fazer e interagir com a terra.
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Idem, pag. 05.
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Idem, pag. 02
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Acervo pessoal Everaldo Arpini
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Um dos pioneiros na região foi Antônio Giovanni Battista Brambati que antes de se
fixar em Buenos Aires passou por Alfredo Chaves, mais precisamente no Quinto
Território onde junto com alguns outros colonos criaram no ano de 1878 um
movimento de reação aos descasos cometidos pelo administrador do território,
Deolindo Maciel, que cobrava pelo fornecimento de alimentos. Como medida punitiva
tomada pelo diretor geral da colônia, Joaquim Adolpho Pinto Pacca, “ameaçou prender
os que considerou líderes da rebelião: Andrea Morosini, Battista Brambati e Giovanni
Piva. A ameaça surtiu efeito e os colonos voltaram aos trabalhos de medição dos lotes
e abertura de trilhas”.14 Porém esse fato pode ter sido superestimado por Joaquim
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Idem.
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GROSSELLI, Renzo M., 1952 - Colônias imperiais na terra do café: camponeses trentinos (vênetos e
lombardos) nas florestas brasileiras, Espírito Santo, 1874-1900 / Renzo M. Grosselli ; [tradução Márcia
Sarcinelli]. - Vitória : Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, 2008. Pag. 288.
14
Pessali, Hesio. Alfredo Chaves: uma visão histórica e política / Hesio Pessali. Alfredo Chaves, ES, 2010.
Pag. 20.
Adolpho Pinto Pacca numa tentativa de implementar uma medida autoritária que
visava inibir o surgimento de novas insurreições, mesmo diante dos desmandos
cometidos pelos funcionários da diretoria de colonização e da exploração que sofriam
os colonos por parte dos comerciantes locais. Ainda segundo Grosselli:
A perseguição de Pinto Pacca aos colonos que se rebelaram contra seu autoritarismo
no Quinto Território pode ter levado os que foram considerados os cabeças do
movimento a se mudarem para outras regiões e nesse movimento Antônio Giovanni
Battista Brambati teria se fixado em Buenos Aires, se livrando dos desmandos, uma vez
que esta região estava ligada a Colônia de Santa Izabel e não a do Rio Novo como
acontecia com as terras de Alfredo Chaves.
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GROSSELLI, Renzo M., 1952 - Colônias imperiais na terra do café: camponeses trentinos (vênetos e
lombardos) nas florestas brasileiras, Espírito Santo, 1874-1900 / Renzo M. Grosselli ; [tradução Márcia
Sarcinelli]. - Vitória : Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, 2008. Pag. 434.
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Por ser cercada por belíssimas paisagens naturais, como a Pedra do Elefante, o Morro
do Cruzeiro, várias cachoeiras e mirantes dos quais é possível o avistamento até
mesmo de outros municípios, a região tem sido um dos novos focos de especulação
imobiliária, sofrendo com o desrespeito ao parcelamento do solo e tendo recebido a
inclusão de condomínios fechados voltados para imóveis de lazer de final de semana e
feriados. O novo estudo realizado para a atualização do Plano Diretor Municipal prevê
para os locais mais aprazíveis do interior de Guarapari o zoneamento como ZEIT – zona
especial de interesse turístico – criando “ilhas urbanas” nas quais mudam-se todas as
regras de parcelamento e uso do solo. É valendo-se dessa nova legislação que a
municipalidade tenta implantar o projeto “Nova Buenos Aires” a revelia da
comunidade tradicional local, desrespeitando todas as origens históricas, sociais,
econômicas, paisagísticas, ambientais e naturais, sob a alegação da geração de
emprego e renda. O que é ignorado é que, esse desenvolvimento econômico proposto
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http://imigrantes.es.gov.br/Imigra.aspx
acarretará em irreversível prejuízo sócio ambiental para toda a cidade e não apenas
para a região, uma vez que o mesmo compromete os mananciais que abastecem a
cidade, causarão grande migração para a cidade devido a compra de propriedades
familiares por empresários e investidores, aumentarão a insegurança no interior que já
sofre com os reflexos da violência, transformará em áreas de lazer terras utilizadas
para a produção de alimentos, encarecendo os preços, proporcionará a degradação
das matas nativas e da paisagem natural e transformará em empregados os
verdadeiros donos da terra cujos antepassados lutaram contra todas as adversidades
para se manterem e fazerem dessa região próspera.
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http://www.ijsn.es.gov.br/ConteudoDigital/20160816_aj07627_morrodocruzeiro_guarapari.pdf
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RESOLUÇÃO Nº 03/91 Aprova o Tombamento da Mata Atlântica e seus Ecossistemas Associados no
Estado do Espírito Santo.
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A comunidade de Buenos Aires é também uma referencia no esporte local. Sedia uma
série de competições que envolvem várias modalidades esportivas como futebol e
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https://www.facebook.com/buenosairesguaraparies/photos/a.1588798814524392.1073741826.1588
795721191368/1588802921190648/?type=3&theater
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https://www.facebook.com/buenosairesguaraparies/photos/pcb.1588827314521542/1588827197854
887/?type=3&theater
esportes radicais. É também um famoso circuito local para os amantes das
caminhadas, escaladas e pedaladas de lazer. Seu campo de futebol, mantido pela
Associação de Moradores e Pequenos Produtores de Buenos Aires – AMPROBA é uma
referencia no município em torneios amadores como o Campeonato Argentino de
Futebol Amador onde todos os times participantes usam nomes e uniformes de clubes
da Argentina atraindo um grande público para o evento, o Torneio de Futebol de
Famílias, campeonato Rural de futebol amador de Guarapari, torneio feminino de
futebol amador. Na modalidade de esportes radicais destaca-se o Encontro
Guarapariense de Trilheiros, o Duathlon Insanity Moutain Buenos Aires, o Buenos Aires
Trail Run, além dos roteiros de Motain Bike, escaladas e a tradicional Caminhada
Ecológica.
Meio ambiente
A região é ainda em sua grande coberta pela Mata Atlântica que possui grande
diversidade tanto de flora quanto de fauna. É também vertente de duas micro bacias
hidrográficas regionais, a do rio Conceição e a do rio Perocão, sendo responsável pela
produção de grande parte da água que abastece a cidade de Guarapari, além de ser
tributária da Bacia Hidrográfica do Rio Benevente.
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INCAPER - Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural – PROATER - 2011 - 2013
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https://www2.geobases.es.gov.br/publico/AcessoNavegador.aspx?id=142&nome=NAVEGADOR_GEOB
ASES
(Missa realizada no topo do Morro do Cruzeiro com cerca de 800m de altitude)