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Colégio Sala Ordem

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Novembro/2018

GRUPO IBMEC EDUCACIONAL


Vestibular 2019.1
Administração, Ciências Econômicas e
Ciências Contábeis
Nome do Candidato No de Inscrição No do Caderno
Caderno de Prova ’ADI’, Tipo 001 MODELO TIPO−001

ASSINATURA DO CANDIDATO
No do Documento
0000000000000000

GRUPO A
OBJETIVA e REDAÇÃO

INSTRUÇÕES

- Verifique se este caderno:


- corresponde a sua opção de cargo.
- contém 50 questões, numeradas de 1 a 50.
- contém a proposta e o espaço para o rascunho da Redação.
Caso contrário, solicite imediatamente ao fiscal da sala a substituição do caderno.
Não serão aceitas reclamações posteriores.
- Para cada questão existe apenas UMA resposta certa.
- Leia cuidadosamente cada uma das questões e escolha a resposta certa.
- Essa resposta deve ser marcada na FOLHA DE RESPOSTAS que você recebeu.

VOCÊ DEVE
- Procurar, na FOLHA DE RESPOSTAS, o número da questão que você está respondendo.
- Verificar no caderno de prova qual a letra (A,B,C,D,E) da resposta que você escolheu.
- Marcar essa letra na FOLHA DE RESPOSTAS, conforme o exemplo: A C D E
- Ler o que se pede na Redação e utilizar, se necessário, o espaço para rascunho.

ATENÇÃO
- Marque as respostas com caneta esferográfica de material transparente de tinta preta ou azul. Não será permitida a utilização de
lápis, lapiseira, marca-texto, borracha ou líquido corretor de texto durante a realização da prova.
- Marque apenas uma letra para cada questão. Será anulada a questão em que mais de uma letra estiver assinalada.
- Responda a todas as questões.
- Não será permitida qualquer espécie de consulta ou comunicação entre os candidatos, nem a utilização de livros, códigos,
manuais, impressos ou quaisquer anotações, nem a utilização de máquina calculadora, relógios de qualquer espécie, agendas
eletrônicas, telefone celular ou qualquer outro equipamento eletrônico, bem como a permanência de candidatos com gorros, bonés
ou chapéus.
- Em hipótese alguma o rascunho da Redação será corrigido.
- Você deverá transcrever sua Redação, a tinta, na folha apropriada.
- A duração da prova é de 4 horas e 30 minutos para responder a todas as questões objetivas, preencher a Folha de Respostas e
fazer a Redação (rascunho e transcrição) na folha correspondente.
- Ao término da prova, chame o fiscal da sala e devolva todo o material recebido.
- É proibida a divulgação ou impressão parcial ou total da presente prova. Direitos Reservados.
Caderno de Prova ’ADI’, Tipo 001

Língua Portuguesa

Atenção: Para responder às questões de números 1 a 5, leia detidamente o texto abaixo.

A tríplice ilusão

O tempo decanta o passado. O que hoje está patente, ontem mal se entrevia. O mundo moderno nasceu e evoluiu embalado
por três ilusões poderosas: a de que o pensamento científico permitiria gradualmente banir o mistério do mundo e assim elucidar a
condição humana e o sentido da vida; a de que o projeto de explorar e submeter a natureza ao controle da tecnologia poderia
prosseguir indefinidamente sem atiçar o seu contrário – a ameaça de um terrível descontrole das bases naturais da vida; e a de que o
avanço do processo civilizatório promoveria o aprimoramento ético e intelectual da humanidade, tornando nossas vidas mais felizes,
plenas e dignas de serem vividas.
Se é verdade que uma era termina quando suas ilusões fundadoras estão exauridas, então o veredicto é claro: a era moderna
caducou. Crítica ou resignação? E nós, brasileiros, recalcitrantemente “condenados à civilização”, o que temos com isso? Estaremos
um dia à altura de ter algo a dizer e propor diante da crise civilizatória?
(GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 21)

o
1. A afirmação de que a era moderna caducou (2 parágrafo) encontra sua justificativa
(A) no fato de que o tempo da civilização, decantando o passado, evolui em ciclos que implicam seguidos avanços e recuos.
(B) na hipótese de que a crítica e a resignação, como atitudes constitutivas da modernidade, entravam o progresso e o conheci-
mento.
(C) no malogro das apostas da modernidade, projetadas na ciência, na tecnologia e no aperfeiçoamento do ser humano.
(D) no fato de que os brasileiros não se sentem devidamente comprometidos com as ilusões que alimentaram a modernidade.
(E) na hipótese de que nossa condição de condenados pelo processo civilizatório continua a adiar nossa emancipação como povo.

o
2. Considerando as três ilusões poderosas de que fala o 1 parágrafo do texto, o autor
(A) admite que há uma razão central para que todas tenham falhado: o fato de o homem não ter evoluído ética e moralmente.
(B) conta, ainda, com a possibilidade de que o avanço da ciência esteja nos aproximando da resolução dos mistérios humanos.
(C) lamenta que as preocupações ecológicas em nada estejam influindo na melhoria das condições de vida do planeta.
(D) manifesta a convicção de que o fracasso da modernidade seja reversível, uma vez que o tempo venha a decantar o passado.
(E) conclui que essas ilusões projetaram-se como expectativas de progresso cuja frustração nos trouxe a um tempo de crise.

3. Considerando-se o contexto, a substituição do elemento sublinhado pelo indicado entre parênteses altera essencialmente o sen-
tido deste segmento:
(A) O mundo moderno nasceu e evoluiu embalado por três ilusões poderosas (acondicionado).
(B) O que hoje está patente, ontem mal se entrevia (divisava).
(C) o pensamento científico permitiria gradualmente banir o mistério do mundo (progressivamente).
(D) quando suas ilusões fundadoras estão exauridas (esgotadas).
(E) E nós, brasileiros, recalcitrantemente “condenados à civilização” (obstinadamente).

4. Se é verdade que uma era termina quando suas ilusões fundadoras estão exauridas, então o veredicto é claro: [...]
No contexto da frase acima, estabelece-se a seguinte relação lógica entre os dois elementos sublinhados:
(A) uma possibilidade e seu desmentido.
(B) um fato improvável e sua consequência.
(C) uma probabilidade e sua confirmação.
(D) uma hipótese e sua decorrência.
(E) um argumento e sua contraposição.

5. O tempo decanta o passado. O que hoje está patente, ontem mal se entrevia.
Numa paráfrase adequada, formulada num período único, mantêm-se a clareza e a correção das frases acima em:
(A) Uma vez que hoje está assegurado, o tempo que ontem mal se entrevia é onde agora se decanta.
(B) O passado se decanta com o tempo, e o que ontem pouco se entrevia ganha hoje plena evidência.
(C) Ao se decantar o passado, o tempo deixa hoje entrever o que ontem nem sequer era patente.
(D) O mau entrevisto ainda ontem, hoje está patente e faz com que o tempo decante o passado.
(E) Desde que se decante o passado, o tempo de hoje patenteia o mal que ontem ninguém entrevia.
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Caderno de Prova ’ADI’, Tipo 001
Atenção: Para responder às questões de números 6 a 10, leia detidamente o texto abaixo.

[Vanguarda artística, ontem e hoje]

As escolas de vanguarda artística depois dos anos 1960 não se empenhavam mais em revolucionar a arte, mas em decretar
sua falência. Vem daí o curioso retorno à arte conceitual e ao dadaísmo*. Nas versões originais de 1914 e depois, não eram formas
de revolucionar a arte e sim de aboli-la, ou ao menos decretar sua irrelevância, por exemplo, pintando um bigode na Mona Lisa e
tratando uma roda de bicicleta como “obra de arte”, como fez Marcel Duchamp. Quando o público não entendeu, ele expôs seu urinol
com uma inventada assinatura de artista. Duchamp teve a sorte de fazer isso em Nova York, onde se tornou um grande artista, e não
em Paris, onde não passava de um brilhante piadista intelectual entre muitos.
Dadá era sério mesmo em suas piadas mais desesperadas: não tinha nada de calmo, irônico e indiferente. Queria destruir a
arte junto com a burguesia, como parte do mundo que havia produzido a Grande Guerra. Dadá não aceitava o mundo. Quando o
pintor dadaísta alemão George Grosz se mudou para os Estados Unidos e descobriu um mundo que não abominava, perdeu sua
força como artista.
*Dadaísmo ou Dadá: movimento artístico de cunho niilista, nascido durante a Primeira Guerra Mundial e que durou de 1916 a 1922.

(Adaptado de: HOBSBAWM, Eric. Tempos fraturados. Trad. de Berilo Vargas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 291-292)

6. Deve-se entender que o movimento artístico conhecido como dadaísmo, ou dadá,

(A) retomou ideias da vanguarda do começo do século passado para adaptá-las às tendências da arte manifestas por volta de
1960.

(B) agrupando artistas que simulavam apatia e distanciamento em relação aos dramas mundiais, provocava fortes reações em
seu público.

(C) exerceu influência, décadas depois de seu surgimento, sobre artistas de 1960 que também passaram a negar a relevância
da arte.

(D) possibilitou que artistas renomados como o alemão George Grosz fossem considerados mestres do humor em Nova York.

(E) inspirou artistas como Duchamp, que recriou a Mona Lisa como uma forma de protesto contra a Grande Guerra então em
curso.

7. É plenamente coerente com o sentido do texto afirmar que

(A) a relevância mesma do sentido da arte foi readmitida pela vanguarda de 1960, em sua reação ao movimento dadaísta de
1914.

(B) a intervenção na pintura de Mona Lisa, feita por Duchamp, retoma a seu modo a rejeição da arte tradicional, que o
dadaísmo já manifestara.

(C) a experiência de George Grosz como artista dadaísta nos Estados Unidos acentuou suas impressões acerca de um mundo
que o rejeitava.

(D) a atitude destrutiva dos artistas dadaístas acabou por se converter numa estética afirmativa da arte de vanguarda em
meados do século passado.

(E) a arte dadá e os artistas por ela influenciados provocaram, tanto na Europa como nos Estados Unidos, reação de
indiferença na maior parte do público.

8. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:


o
(A) não se empenhavam mais em revolucionar a arte (1 parágrafo) = não mais atinavam com o espírito da arte revolucio-
nária.
o
(B) decretar sua falência (1 parágrafo) = destituir sua inoperância.
o
(C) brilhante piadista intelectual (1 parágrafo) = notório humorista conceitual.
o
(D) em suas piadas mais desesperadas (2 parágrafo) = em seu mais jocoso repertório cômico.
o
(E) um mundo que não abominava (2 parágrafo) = uma realidade que não lhe era detestável.
IBMEC-Proc.Seletivo-2019.1-Grupo-A 3
Caderno de Prova ’ADI’, Tipo 001
9. Todas as flexões verbais atendem às normas de concordância na frase:
(A) Nas considerações de Hobsbawm atestam-se a importância que o historiador atribui aos legados dos dadaístas à
vanguarda de 1960.
(B) Efetivou-se junto ao público de Nova York reações em tudo diversas das que ocorreram com a arte de Duchamp em Paris.
(C) Às alterações que promoveu na tela de Mona Lisa seguiram-se a rejeição de muitas pessoas, a quem Duchamp respondeu
com novas provocações.
(D) Não haveria de ser por conta de seus lances agressivos que a arte dos dadaístas deixaria de provocar em muitos reações
bem-humoradas.
(E) Não se cogitaram de revolucionar positivamente as artes quando se cultivou, no interior dos manifestos estéticos, a repulsa
pela sociedade burguesa.

10. Na frase George Grosz se mudou para os Estados Unidos e descobriu um mundo que não abominava, a sintaxe de regência
permanecerá correta caso se substituam os elementos sublinhados, respectivamente, por
(A) radicou-se nos − pelo qual não tinha repulsa
(B) transferiu-se aos − de cujo não desgostava
(C) deslocou-se junto aos − do qual não detestava
(D) se fixou aos − a cujo não recusava
(E) instalou-se pelos − de que não alimentava censura

Atenção: Para responder às questões de números 11 a 15, leia detidamente o texto abaixo.

Ventilação

São pequeninos mistérios, que não deveriam ocupar nosso tempo num mundo cheio de mistérios grandes. Mas eu me deparo
a cada instante com calças jeans estrategicamente rasgadas ou cortadas, deixando ver nacos de coxa, joelhos, canelas – em estilo
vagamente franciscano* exposto com certo ar de moda elegante. Será um protesto dos jovens contra os conservadores dominantes
que insistem em vestir retóricas roupas inteiriças? Será uma senha de novos trapistas anunciando o fim do capitalismo? Será “tipo
assim” um simples ingresso num bem formado grupo de “parças”? Ou se trata de uma simples estratégia de ventilação, bem-vinda
em nossa terra tropical?
Aí me lembro que na minha remota juventude a gente primeiro esfregava bastante a novíssima e caríssima calça jeans, que
vinha dos States, pra logo ficar desbotada, e tempos depois passava a comprar a peso de ouro calças jeans feitas no país com
desbotamento já industrial. Ah, esse mercado, ah, essas modas...
Moral da história: não faça pouco hoje do que você praticou ontem, no consumo, no comportamento, na política.

* franciscano: relativo a são Francisco de Assis, humilde.


(Alceu Villar, inédito)

o
11. Na construção de boa parte do 1 parágrafo do texto, o autor valeu-se sobretudo do recurso de
(A) enumerar hipóteses atinentes à razão de ser de um mesmo fato, dado como misterioso.
(B) justapor em caráter conclusivo constatações a respeito de diferentes fatos observados.
(C) alternar opiniões e juízos de valor acerca da observação de um fenômeno isolado, flagrado no cotidiano.
(D) sumariar as razões que justificam inequivocamente a prática de um certo hábito da juventude.
(E) imaginar os efeitos que decorrem de uma insistente e disseminada preocupação dos jovens com a moda.

12. No frase Ah, esse mercado, ah, essas modas, o emprego repetido da interjeição Ah faz ver, no contexto, que o autor está

(A) lamentando a precariedade econômica e a efemeridade dos fenômenos ligados à moda.


(B) estabelecendo uma relação de causa e efeito entre a qualidade do mercado e a qualidade da moda.
(C) constatando, como em desabafo, a sujeição das pessoas ao oportunismo do mercado e ao da moda.
(D) acusando a moda de determinar, de uma vez por todas, as leis que devem vigorar no mercado.
(E) exclamando sua frustração pelo fato de a moda e mercado não conciliarem seus respectivos interesses.

13. No contexto dado, é paradoxal ou contraditória a relação estabelecida entre os seguintes elementos:
(A) pequeninos mistérios / não deveriam ocupar nosso tempo.
(B) estilo vagamente franciscano / certo ar de moda elegante.
(C) conservadores dominantes / retóricas roupas inteiriças.
(D) simples estratégia de ventilação / nossa terra tropical.
(E) Aí me lembro / na minha remota juventude.

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14. Na redação da Moral da história, último parágrafo do texto,

(A) a expressão não faça pouco tem sentido equivalente ao da expressão não superestime.
a
(B) a conversão da construção não faça pouco para a 2 pessoa do plural terá como resultado não fazei pouco.

(C) o verbo praticar está sendo empregado como um verbo intransitivo.

(D) a expressão moral da história ressalta o caráter instrutiva do texto.

(E) ontem e hoje estão empregados em sentido rigorosamente denotativo.

15. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se de modo a concordar com o elemento sublinhado na frase:

(A) A que, afinal, (servir) essa obsessão pelas calças cortadas ou rasgadas que os jovens cultuam?

(B) É como se um trapista moderno, com reminiscências fidalgas, se (submeter) a essas estranhas tendências da moda.

(C) Nos anos de minha remota juventude hábitos (haver) entre nós que se assemelhavam aos de hoje.

(D) Não se (levar) em conta os valores que a moda de cada dia promove como se fossem eternos.

(E) (Caber) aos jovens a submissão a tudo o que os ditadores da moda costumam impor?

Literatura

16. A narração de Dom Casmurro, de Machado de Assis, ocorre na primeira pessoa. A partir dessa perspectiva evidencia-se, nesse
romance,

(A) a criação de ambiguidades que podem marcar um relato memorialístico, envolvido que está o narrador, de modo
especialmente interessado, na interpretação definitiva dos fatos essenciais e problemáticos de sua adolescência e
juventude.

(B) a onisciência de quem recupera sua própria história, num tom que mistura galhofa e melancolia, por meio do qual o leitor
se vê envolvido com um narrador que dissolve o drama no tom zombeteiro que marca seu modo naturalista de narrar.

(C) o sentimentalismo característico do autor, que aqui se volta para sua biografia, na qual pretende explorar emotivamente as
razões que o fizeram perder, já na adolescência, o amor de uma mulher que o cativou pelo espírito desarmado e pela
sinceridade mais ingênua.

(D) a elegia poética que o narrador consagra à amada de sua juventude, com a qual aprendeu a desvencilhar-se dos
interesses puramente materiais e a dedicar-se à simplicidade da vida despojada de quem renunciou à sua antiga posição
social de superioridade.

(E) no sarcasmo exercido por um burguês ressentido, que tirou partido de sua condição de herdeiro e proprietário para
amesquinhar o convívio que teve com uma moça humilde, por quem se dizia apaixonado mas com quem não compartilhou
seu poder e sua fortuna.

17. Tenciono contar a minha história. Difícil. Talvez deixe de mencionar particularidades úteis, que me pareçam acessórias e
dispensáveis. Também pode ser que, habituado a tratar com matutos, não confie suficientemente na compreensão dos leitores e
repita passagens insignificantes. De resto isto vai arranjado sem nenhuma ordem, como se vê. Não importa. Na opinião dos
caboclos que me servem, todo caminho dá na venda.

Nesse trecho do romance São Bernardo, de Graciliano Ramos, o narrador e protagonista Paulo Honório

(A) prefere dar à sua biografia um toque de refinamento literário, para encobrir sua condição original de caboclo e matuto,
convocando, para isso, os serviços de seus amigos letrados.

(B) justifica a rudeza de seu modo de narrar, pelo qual o agora poderoso fazendeiro remonta à sua condição original de
pobreza e ao tenso convívio com sua desventurada mulher.

(C) define-se como um escritor naturalista, interessado em investigar os falares do povo e em documentar a vida e a
linguagem dos sertanejos com quem passa a conviver.

(D) satiriza os maus escritores da época, que justificavam seus tropeços de estilo alegando a naturalidade e a espontaneidade
da linguagem que julgavam condizente com seu público.

(E) dispõe-se a registrar sua vida de muitas violências, entre as quais a de integrar um grupo de jagunços, a quem ensinava
as poucas letras que trazia de sua formação de pequeno proprietário.

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Caderno de Prova ’ADI’, Tipo 001
18. Num poema do livro Sentimento do mundo, de Carlos Drummond de Andrade, leem-se estes versos:

Não serei o poeta de um mundo caduco. (...)

O presente é tão grande, não nos afastemos.

Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Em outro poema do mesmo livro, pode-se ler:

Alguns anos vivi em Itabira.

Principalmente nasci em Itabira.

Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.

Esses dois conjuntos de versos dizem bastante do livro a que pertencem, representando ambos, em sua relação,

(A) a sólida preocupação do poeta com sua inserção política no mundo.

(B) uma inclinação pessoal desse momento para as lamentações dramáticas.

(C) o confronto entre o canto da condição individual e o do compromisso social.

(D) a impossibilidade de a formação da personalidade refletir-se na luta política.

(E) o embate entre as duas razões do poeta para se sentir à margem da História.

19. Os contos “Amor”, “Feliz aniversário” e “Os laços de família”, incluídos no livro Laços de família, de Clarice Lispector, são
representativos da fixação que tem a escritora pela representação

(A) de momentos tensos e aprofundados em que a mulher se vê às voltas com as paixões e os limites que lhe impõem suas
experiências e sua condição.

(B) das dificuldades que encontra o narrador moderno ao montar as narrativas em que deseja manifestar sua insatisfação com
a ordem política do mundo.

(C) do modo de vida de personagens rústicas, cuja vida interior foi abolida pela brutalidade das duras experiências cotidianas
a que foram condenadas.

(D) do caráter exploratório dos gêneros ficcionais contemporâneos, nos quais já não se distinguem as fronteiras entre o poema
lírico e a narrativa realista.

(E) das experiências pessoais pelas quais passou, a partir do momento em que decidiu militar nas lutas feministas, engajando
nelas sua ficção provocadora.

20. O trecho abaixo pertence à novela Campo geral (ou Miguilim), de João Guimarães Rosa:

E Miguilim olhou para todos, com tanta força. Saiu lá fora. Olhou os matos escuros de cima do morro, a cerca de feijão-bravo e

são-caetano; o céu, o quintal, o curral; os olhos redondos e os vidros altos da manhã. Olhou, mais longe, o gado pastando per-

to do brejo, florido de são-josés, como um algodão. O verde dos buritis, na primeira vereda. O Mutum era bonito! Agora ele

sabia.

Essa ação de olhar, em que o protagonista se sente subitamente apto a melhor ver todas as coisas, surge como

(A) uma revelação do mundo ao mesmo tempo em que Miguilim o transfigura – o que é também uma operação do autor diante
do mundo e da linguagem.

(B) uma fuga, empreitada pela imaginação de Miguilim, de tudo o que o atormentava em suas experiências de uma infância
infeliz.

(C) uma reação típica de Miguilim, espécie de menino-profeta dotado de poderes sobrenaturais que lhe advieram de suas
obsessões religiosas.

(D) um renascimento provocado sobretudo pela morte do Dito, depois da qual Miguilim passou a incorporar o talento do irmão
como contador de histórias.

(E) um retorno de Miguilim aos tempos mais felizes de sua infância, quando idealizava a paisagem em volta, atribuindo-lhe
propriedades mágicas.

6 IBMEC-Proc.Seletivo-2019.1-Grupo-A
Caderno de Prova ’ADI’, Tipo 001

Matemática e Raciocínio Lógico

21. Em um colégio de São Paulo há 112 alunos participando de uma oficina de música. Destes alunos, 42 estudam violão, enquanto
35 estudam flauta. Sabendo que 18 deles estudam violão e flauta, o número de alunos que participam da oficina, mas não
estudam violão e nem flauta, é
(A) 94

(B) 17

(C) 35

(D) 53

(E) 67

22. Considere a seguinte sentença:

“Se Teobaldo estudou toda a matéria da prova, e se ele não estiver doente, então ele fará uma boa prova”.

Assim, sabendo que Teobaldo foi mal na prova, conclui-se que


(A) ele ficou doente no dia da prova.

(B) ele não estudou toda a matéria da prova.

(C) ele não estudou toda a matéria da prova, ou ele estava doente.

(D) ele estudou apenas uma parte da matéria da prova.

(E) ele ficou doente e, por isso, não conseguiu estudar toda a matéria da prova.

23. Uma progressão aritmética crescente de cinco termos é tal que a soma de seus termos é igual a 45, e a soma dos dois últimos
termos é 24. Neste caso, a razão desta progressão aritmética é

(A) 1

(B) 3

(C) 2

(D) 4

(E) 5

24. O número de soluções reais da equação exponencial 4x = 2x + 1 − 1 é

(A) 0

(B) 1

(C) 2

(D) 3

(E) 4

25. Dois dados (de seis faces cada) são lançados simultaneamente. A quantidade de resultados possíveis, em que o produto dos
dois números obtidos no lançamento é ímpar, é igual a

(A) 9

(B) 6

(C) 10

(D) 12

(E) 15

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Caderno de Prova ’ADI’, Tipo 001
26. Considere três polinômios f(x), g(x) e h(x). Sabe-se que f(x) e g(x) são ambos divisíveis por h(x), que o quociente da divisão de
f(x) por h(x) é q1(x) = 2x3 − x2 + x + 1 e que o quociente da divisão de g(x) por h(x) é q2(x) = x2 + 3x − 1. Assim, sendo q(x) o
quociente da divisão do polinômio (f + g) (x) por h(x), segue que o valor de q(1) é

(A) 3

(B) 6

(C) 0

(D) 1

(E) −2

27. O conjunto dos pontos (x, y) ∈ R2 que satisfazem a equação x2 + y2 − 2x + 4y = − 4 constitui uma

(A) elipse.

(B) circunferência.

(C) hipérbole.

(D) parábola.

(E) reta.

28. Considere duas funções reais f(x) e g(x) tais que (f ο g) (x) = 4x − 1. Se f(x) = 2x + 1, então g(x) é

(A) 2x + 1

(B) 2x − 3

(C) 2x − 2

(D) −2x + 2

(E) 2x − 1

29. Antônio e Bernardo estão disputando uma partida de “par ou ímpar”. Sabendo que Antônio escolheu par (e que eles sempre
escolhem os números de zero a cinco, que podem ser representados pelos dedos de uma única mão), então a probabilidade de
Bernardo ter escolhido o número quatro, dado que ele ganhou a partida, é

(A) 10%

(B) 33,33%

(C) 50%

(D) 20%

(E) 16,67%

x _1
30. O conjunto das soluções reais da inequação ≥0 é
x 2 _ 5x + 6

(A) S = {x ∈ R: 1 ≤ x < 2 ou x > 3}

(B) S = {x ∈ R: 1 ≤ x < 2 e x > 3}

(C) S = {x ∈ R: 2 ≤ x ≤ 3}

(D) S = {x ∈ R: x ≥ 1}

(E) S = {x ∈ R: 1 ≤ x ≤ 2 ou x ≥ 3}

8 IBMEC-Proc.Seletivo-2019.1-Grupo-A
Caderno de Prova ’ADI’, Tipo 001
31. Uma indústria petroquímica produz dois tipos de combustível: etanol e gasolina. Para essa produção são necessários dois tipos
de aditivos denominados A e B. Para produzir um barril de etanol são necessários 1 litro do aditivo A e 3 litros do aditivo B. Por
outro lado, para produzir um barril de gasolina, são utilizados 2 litros do aditivo A e 1 litro do aditivo B. Num certo dia de
produção, foram utilizados 160 litros do aditivo A e 180 litros do aditivo B. Assim, a quantidade total de barris de combustível
produzido neste dia (contando os dois tipos de combustível que a indústria produz) é:

(A) 120

(B) 80

(C) 100

(D) 92

(E) 136

32. Teobaldo vende sorvetes na praia para complementar sua renda. Por experiência, ele sabe que, ao cobrar um preço unitário de
R$ 4,00 por sorvete, ele consegue vender, em média, 120 sorvetes num dia de trabalho. No entanto, ao aumentar o preço do
sorvete para R$ 6,00 cada, ele conseguiu vender apenas 80 sorvetes num dia de trabalho. Assim, considerando que a demanda
por seus sorvetes (isto é, a quantidade vendida) é linear em relação ao preço, então o preço que Teobaldo deve cobrar por seus
sorvetes, a fim de maximizar o faturamento de suas vendas (quantidade vendida multiplicada pelo preço unitário), é

(A) R$ 4,50

(B) R$ 5,00

(C) R$ 5,50

(D) R$ 5,80

(E) R$ 4,20

33. Para dobrar o valor de um capital, investido em um regime de capitalização com juros simples à taxa de 4% ao mês, são
necessários:

(A) 60 meses

(B) 36 meses

(C) 18 meses

(D) 48 meses

(E) 25 meses

34. Considere a equação logarítmica (log2 x)2 − 4 = 0. É correto afirmar que a soma das possíveis soluções reais desta equação é

(A) 4,25

(B) 4

(C) 2

(D) 1,25

(E) 2,75

35. A uma certa hora da tarde, o sol incide sobre um edifício de modo que sua sombra (sobre o chão) mede 45 m de comprimento.
Sabe-se também que a altura do edifício é 45 m e que, na região em que se localiza o edifício nesta época do ano, o sol nasce
às 6:00 e se põe às 18:00. Deste modo, conclui-se que o relógio de um homem que se encontra dentro do edifício deve marcar

(A) 14:00

(B) 15:00

(C) 16:00

(D) 14:30

(E) 16:30
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Caderno de Prova ’ADI’, Tipo 001

História

36. A expansão do Islã ocorreu, no período correspondente à Idade Média, com

(A) a decisão do Império Persa em assumir o Islã como religião oficial em todos os seus domínios.

(B) o reconhecimento da cidade sagrada de Meca como a capital religiosa do Estado Islâmico.

(C) a publicação do Corão, livro que trazia as pregações divinas que teriam sido reveladas diretamente a Moisés.

(D) as pregações monoteístas de Maomé e a disseminação dessa crença a partir da Península Arábica.
(E) a vitória dos califas muçulmanos sobre os califas judeus, na guerra que polarizou dois projetos distintos de Estados
religiosos na Síria.

37. Sobre a história da escravidão no Brasil, é correto afirmar que o sistema escravista
(A) impactou pouco os grupos étnicos existentes no continente africano, uma vez que incidiu exclusivamente sobre os Bantos.

(B) foi um regime em larga escala praticado milenarmente pelos próprios africanos, portanto pouco diferente do sistema
implementado pelos portugueses.

(C) perdurou ao longo de séculos, sendo o Brasil um dos últimos países das Américas, ao lado de Cuba, a abolir a escravidão.

(D) enfrentou diversos obstáculos, uma vez que os portugueses consideraram os povos africanos, comparáveis aos indígenas
da América do Sul, inaptos ao trabalho braçal.

(E) foi desintegrado no momento da Lei Áurea, uma vez que a severidade das leis e do controle governamental impediu a
sobrevivência do trabalho escravo após 1888.

38. A Revolução Francesa teve grande repercussão internacional e influenciou, no século em que ocorreu, outras revoluções mundo
afora, bem como revoltas em território brasileiro, como foram os casos, respectivamente, da
(A) Revolução Americana e da Revolução Pernambucana.
(B) Independência das Província Unidas do Rio da Prata e da Inconfidência Mineira.
(C) Revolução Liberal do Porto e da Revolução Farroupilha.
(D) Revolução Haitiana e da Conjuração Baiana.
(E) Revolução Inglesa e da Confederação do Equador.

39. O processo de Independência do Brasil, entre 1820 e 1822, foi marcado por uma sequência de eventos políticos que ocorreram
na seguinte ordem:
(A) a Revolução Liberal em Portugal, a participação brasileira nas Cortes lisboetas, a volta de D. João VI a Portugal e a
ruptura entre o Príncipe Regente D. Pedro e as Cortes.

(B) a ocupação napoleônica em Portugal, a fuga da Família Real portuguesa para o Brasil, a criação do Reino Unido e a
revolta de D. Pedro contra seu pai, D. João VI.

(C) a convocação da Assembleia Constituinte em Lisboa e no Rio de Janeiro, a conspiração republicana contra a Família Real
portuguesa no Brasil, a invasão de tropas anglo-portuguesas na Bahia e a coroação de D. Pedro como Imperador do Reino
Unido do Brasil, Portugal e Algarves.

(D) a derrubada da monarquia em Portugal pela Revolução do Porto, a volta de D. João VI à Metrópole, a criação do Partido
Português no Brasil e a tentativa de implantação da monarquia absoluta no Brasil pelo Príncipe Regente.
(E) a Revolução liberal no Brasil, a Convocação de uma Assembleia Constituinte no Rio de Janeiro, a expulsão da Família
Real portuguesa do Brasil e a instauração do Império do Brasil com apoio das Cortes portuguesas.

40. Durante o governo João Goulart (1961-1964) foram propostas várias medidas para a combinação de desenvolvimento
econômico e distribuição de renda, conhecidas como Reformas de Base, cujos eixos prioritários eram a Reforma
(A) Fiscal, visando a taxação da renda dos mais ricos e da classe média, e a Reforma da Previdência, visando combater os
privilégios dos funcionários públicos.

(B) Militar, visando proibir a politização das Forças Armadas, e a Reforma Trabalhista, visando modernizar a CLT.

(C) Estudantil, visando implantar o ensino pago para os mais ricos, e a Reforma Urbana, visando confiscar imóveis deso-
cupados e promover a ocupação destes por famílias sem-teto.

(D) Partidária, visando acabar com o excesso de partidos políticos e o sistema federativo, e a Reforma Bancária, visando
confiscar o dinheiro dos bancos privados em prol dos bancos estatais.

(E) Agrária, visando a distribuição de terras improdutivas aos camponeses, e a Reforma Política, sobretudo a inclusão dos
analfabetos como eleitores.
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Caderno de Prova ’ADI’, Tipo 001

Geografia

41. Considere as seguintes afirmações acerca dos "fiordes".

I. São estreitos e profundos corredores, cavados por erosão fluvial desde a era Mesozoica; são comuns em regiões
temperadas e subtropicais.

II. Com vales de origem glacial, paredes abruptas e leito em forma de “U”, aparecem, entre outros locais, no sul do Chile e
na Islândia.

III. São ambientes propícios à navegação, com profundidades médias que ultrapassam centenas de metros, explicadas pela
diferença altimétrica à época da escavação dos vales.

Está correto o que se afirma APENAS em:

(A) II e III.

(B) I e II.

(C) I.

(D) II.

(E) I e III.

42. Em relação à distribuição da população brasileira, em 2017, é correto afirmar que a região

(A) Norte tem a menor população e o maior território, com densidade demográfica inferior a 3 hab./km2.

(B) Nordeste tem a quarta maior população e o segundo maior território, com densidade demográfica menor que
30 hab./km2.

(C) Centro-Oeste tem a segunda menor população e o maior território, com densidade demográfica inferior a
5 hab./km2.

(D) Sul tem a segunda maior população e o menor território, com densidade demográfica acima de 70 hab./km2.

(E) Sudeste tem a maior população e o segundo menor território, com densidade demográfica acima dos 90 hab./km2.

43. As afirmações a seguir referem-se a diferentes aspectos do processo de urbanização no Brasil.

I. Até meados da década de 1970, houve uma tendência à metropolização devido à elevada concentração geográfica das
indústrias.

II. No final do século XX e início do século XXI, as grandes metrópoles substituíram gradativamente as atividades do setor
secundário pelas do setor terciário da economia, processo conhecido como terciarização da economia.

III. A desconcentração geográfica de empresas e indústrias estimulou o crescimento de pequenas e médias cidades que,
planejadas, oferecem saneamento básico a todos seus moradores, embora os serviços de saúde e transporte ainda
estejam em defasagem.

Está correto o que se afirma APENAS em

(A) I e II.

(B) II.

(C) III.

(D) I e III.

(E) II e III.
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44. Leia o quadro abaixo, elaborado a partir de resultados preliminares do Censo Agropecuário 2017 realizado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE):
Número de Área total
Grupos de área total
estabelecimentos (ha)
menos de 1 ha 606.823 277.534
de 1 a menos de 10 ha 1.935.834 7.711.580
de 10 a menos de 50 ha 1.585.966 36.854.205
de 50 a menos de 100 ha 393.949 26.929.140
de 100 a menos de 500 ha 365.453 74.164.629
de 500 a menos de 10.000 ha 103.148 152.492.821
de 10.000 ha e mais 2.400 51.823.420
Brasil 5.072.152 350.253.329
(Elaborado a partir de: biblioteca.ibge.gov.br)

A análise dos dados e os conhecimentos sobre a estrutura fundiária brasileira permitem afirmar que o quadro
(A) mostra que a maior parte dos estabelecimentos, assim como a maior parte das terras, está na faixa de até menos 100 hec-
tares, embora a produção de alimentos básicos seja garantida pelas propriedades com pelo menos 500 hectares.
(B) revela alterações na estrutura fundiária brasileira quanto ao histórico, considerando a desconcentração da terra como
marca de uma nova sociedade, tendo em vista que mais de 60% dos estabelecimentos têm entre 1 e 50 hectares.
(C) mostra um reduzido número de propriedades com mais de 100 hectares e detentoras da maior parte das terras destinadas
à agropecuária, indicando que a expansão da fronteira agrícola nas últimas décadas tem conservado elementos
fundamentais da estrutura fundiária no país.
(D) revela que a situação fundiária brasileira tem acompanhado convenções internacionais a despeito do uso social da terra,
tendo em vista o reduzido número de propriedades com 10.000 hectares ou mais, mostrando tendência na redução de
latifúndios.
(E) confirma mudanças estruturais que o país vem sofrendo desde a redemocratização, com aumento expressivo do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) impulsionado por uma nova política fundiária de caráter social.

45. A imagem abaixo foi produzida pelo uruguaio Joaquim Torres-García em 1943 e recebeu o título de "América Invertida". Analise-
a com atenção:

(Disponível em: repositorio.unesp.br)

"Por isso agora colocamos o mapa ao contrário, e então já temos uma justa ideia de nossa posição, e não como querem no
resto do mundo. A ponta da América, desde já, prolongando-se, aponta insistentemente para o Sul, nosso norte", argumentou o
autor a respeito da obra acima.
Considerando os conhecimentos de cartografia e geopolítica, é correto afirmar que
(A) a obra questiona heranças dos processos de colonização na América Latina ao colocar o "Sul" em cima e o "norte"
embaixo, alterando com isso o elemento até então norteador, embora pelos aspectos geodésicos e cartográficos cometa
um erro conceitual com tal inversão.
(B) a obra critica o processo de homogeneização cultural originado nos Estados Unidos com seu way of life e defende uma
cultura própria do mundo ao sul da Linha do Equador que rompa com as heranças de épocas coloniais.
(C) o autor, ao inverter a América, num contexto de Segunda Guerra mundial, denuncia a influência da expansão do capita-
lismo via Estados Unidos e antecede a defesa do socialismo na América Latina ao nomear a nova referência de "Polo S" o
até então usual "Polo Sul".
(D) a obra critica a influência eurocêntrica e sua representação do "norte" em cima e o "Sul" embaixo, considerando que se
trata de uma escolha cartográfica e não de uma compreensão conceitual preexistente, invertendo assim o elemento até
então norteador.
(E) o autor, ao inverter a América, contesta as bases eurocêntricas da cartografia, mas se equivoca ao chamar de "Sul" o que
na verdade seria o novo "norte" de seu mapa e de toda América Latina, valendo-se da arte para criticar a ciência moderna.

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Língua Inglesa

Atenção: Para responder às questões de números 46 a 48, considere o texto abaixo.

The Economic Situation


September 1, 2018
Bruce Yandle

With September’s arrival, those seeking to decipher US economic trends are challenged by three daunting puzzles. The Trump

administration’s tariff policy is first and chief among them. Will tariffs be extended to European automobiles? One week yes; the next

week no. To additional Chinese products? And will there be retaliation? The second is Fed policy: how many interest rate increases

and when? The third is foreign and immigration policy. Although these two policy areas may not normally be thought to be central to

economic policy, they affect the flow of people and oil. On top of all this, there is uncertainty regarding treaties and alliances that can

have a long-term impact on the performance of the US economy. Mix and stir these ingredients with rocky relations with North Korea

and Russia, and Economic Policy Uncertainty Indices hike up. It may be important to remember that higher policy uncertainty

correlates with lower growth in US employment. This may be another way of saying that continued high uncertainty can lead, all else

equal, to slower GDP growth. I the uncertainty, recent US GDP growth has been moving at a fast clip. When the Commerce

Department’s advanced estimate for second-quarter growth arrived showing 4.1 percent, the highest quarterly growth in nearly four

years, two things stood out. There was (1) a surge in exports generated by firms getting ahead of pending tariffs and (2) a large

increase in consumer spending that compensated for the first quarter’s weakness. But when adjustments are made for these

irregularities, there is still strong 3.0 percent growth.

On the trade problem, tariff announcements, threats, and revisions seem to be popping up daily. Understandably, Washington

is headquarters for firms and industries seeking protection from foreign competition, appealing for relief from tariffs proposed or already

in place or petitioning for relief from markets lost from foreign retaliation. For example, the US auto industry, singing in unison, opposed

the imposition of tariffs on foreign-produced vehicles and parts. Some 21,000 US firms sought exemptions from the newly imposed

steel and aluminum tariffs. Some firms, such as Whirlpool, that thought they would gain when tariffs were placed on Korean washing

machines found that the steel and aluminum tariffs erased those gains. Other calls for mercy came from the previously strong US

agriculture sector, now reeling from revenue-crippling Chinese restrictions imposed on soybeans, beef, and other commodities. In this

case, the Trump administration responded by implementing a $14 billion government program for supporting the prices of affected

agriculture commodities. The Trump response is a textbook example of how one government intervention in the economy

− tariffs − leads to more interventions: subsidies.

46. A expressão que preenche corretamente a lacuna I é

(A) Athough

(B) Because of

(C) In spite of

(D) However

(E) Therefore

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Caderno de Prova ’ADI’, Tipo 001
47. Segundo o texto,

(A) o crescimento do segundo trimestre foi motivado por irregularidades que demandam ajustes imediatos.

(B) o crescimento de 4,1% no segundo trimestre deveu-se, em parte, a um considerável aumento dos gastos do consumidor.

(C) uma das principais causas da incerteza econômica nos Estados Unidos é a difícil relação entre esse país e a China.

(D) a incerteza quanto à política econômica a ser adotada pelos Estados Unidos tem aumentado o índice de desemprego no
país.

(E) a política de imigração é uma das que pode ter um forte impacto no longo prazo sobre a economia do país.

48. De acordo com o texto,

(A) o setor agrícola americano está se recuperando, após conseguir que a China cancelasse suas restrições sobre a soja e a
carne americanas.

(B) tarifas impostas a lavadoras produzidas na Coreia geraram considerável lucro às empresas americanas que fabricam
esses produtos.

(C) 21.000 empresas americanas foram isentadas das novas tarifas sobre o aço e o alumínio.

(D) várias empresas perderam mercados estrangeiros devido a retaliações.

(E) a política econômica adotada pelo governo Trump está perfeitamente de acordo com o que é preconizado pelos manuais
de economia.

Atenção: Para responder às questões de números 49 e 50, considere o texto abaixo.

Brazil GDP Forecast


October 9, 2018

While Brazil’s economy has finally returned to growth after the worst recession in modern history, the recovery is I . A less

supportive global backdrop will likely keep growth moderate, while structural issues to improve competitiveness still need to be

addressed. Our analysts see the economy growing 1.5% in 2018, which is down 0.1 percentage points from last month’s forecast.

In 2019, the recovery is seen gaining speed and GDP should increase 2.3%, down 0.2 percentage points from last months’

forecast.
(Disponível em: www.focus-economics.com/)

49. Considerando-se o contexto, preenche corretamente a lacuna I:

(A) fragile.

(B) speedy.

(C) amazing.

(D) unexpected.

(E) faster.

50. Segundo o texto,

(A) a recuperação da economia brasileira está cada vez mais rápida, apesar de previsões negativas anteriores.

(B) o cenário internacional está favorável à rápida recuperação econômica do Brasil.

(C) a economia brasileira vai crescer 1.5% em 2018, o que representa uma queda de 0.1% em relação ao ano anterior.

(D) a previsão é de que o PNB cresça 2.1% em 2019.

(E) questões estruturais para melhorar a competitividade ainda precisarão ser abordadas.

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