Você está na página 1de 21
Filomena Limao o de Historia de Arte (IHA) / Universidade Nova de Lisboa (FCSH-UNL) msglimao@hotmailcom A.D. nun who undertook a long journey from her homeland, the roman province East, Her itinerary, which described the segment between Mount Sinai and ed the enthusiasm which graced her original decision to embark on the journey, and the ch she faced every stage. out her journey. Probably, it constitutes one of the first known Travel Diaries. Her and the splendor of the Christian cult sites. Her text affectionately dedicated the West of the Empire, keeping their uniting bond strong. all references to visited sites in Egéria’ text, as the information contained therein eriptor of their locations, spatial organization and environment. Egéria visits unique, ill influence her writing style. She is, infact, a pilgrim toa recently created historical site, lived during a fundamental historical and artistic Framework, that of the architectural ithe First Christianity. Her words can be translated into images, as 2 patitions script, a ambiences, and a testimonial of places that no longer exist. Gria’s written work, the images she observed, for her words are images. We expect a composed by Architecture and journey written from a powerful ridas nos dias de hoje. Variando desde a saida de o, a viagem de trabalho e negécio, a mobi idade das pessoas éintensa tornou-se, pelo menos, numa primeira visio nao muito aprofundada, ado, Pode antecipar-se o que se vai vista pela Internet, planar sobre os itos utilizando softwares como © Google Earth comprar manuais dotados 1 bre 0s interesses culturais,histricos,artisticos, gastron6- i ccias de viagens de bons e econdmicos conselhos e ee informados, interessados e interessantes em grat da a conquista actual sobre 0 nosso mundo, este 6, ainda hoje, uma le ficia, nao nasceremos nem morreremos segredos. Com alguma arguciiy 240 Filomena Limao noo mesmo local sem nos apercebermos do contexto em volta. ee . 4 gue is tamos, os Diérios de Viagem tio populares, ou desenhar o mundo q e _ ae i Diitios Graficos tio atraetes, tornou-se um habito que se feta ene 1 PN. Em todo o lado se escreve sobre a viagem, os seus prazeres, as suas dest'usoc algumas vores, a verdadeira viagem, a interior.” Com nomes diferentes e intuitos distintos do: ao longo dos tempos e da Histdria. A maior viagem de Tegresso e de memoria, a Odisseia, permanece hoje como dimento como uma viagem sentida o é realmente. Foi um ; meio de riscos imensos e mortiferos. Uma viagem é sempre perigosa, Buide a narrativa oral passada as geracoes vindouras, a redac¢ao por Homero, a pintura intenss Nos vasos gregos, a composiga0 no mosaico romano. No século IV, hé uma mulher a percorrer um I num didlogo conservado em letra! a ‘eOinianialda GaillaecialatewlTerralSaita. A novidade é imensa, quer pelo género feminino de sua autora que deixa marcas indeléveis na escrita, quer pela extensao e lonjura do percurso, ‘ou seja, viajar de um extremo ao outro do Mediterraneo por motivos religiosos e interiores Viajar e escrever 0 percurso com 0 intuito de passar 4s suas companheiras monjas os sinais da religiao cristd recentemente tolerada em todo o Império Romano pelo imperador Cons tantino. A propria nogao de Terra Santa é uma originalidade. Trata-se de uma viagem intros pectiva e histérica. Egéria leva consigo os textos sagrados da Biblia e comprova-os nos locais que visita, Atesta a veracidade da letra no vestigio, diriamos, arqueol6gico. O objectivo do estudo a que nos propomos é acompanhar o escrito de Egéria na su, viagem a Terra Santa procura dos locais e descrigdes que ela testemunhou do primeiro cristianismo tolerado. Uma investigacao de Historia da Arte que pretende ver nas pala vras de Egéria, as imagens que ela tem 4 frente dos seus olhos. E das observagdes que ela tece, compreender a arquitectura e a decoracao das primeiras construcdes especificamente criadas para 0 culto do Cristianismo e, muito especificamente, para honrar os seus herdis mortos, os mértires, nas persegui¢Oes romanas pagas. Este trabalho atravessa 0 texto escrito de Egéria, Itinerarium Egeriae, salientando nele um estilo que traduzimos por viajar no feminino e que se tornou numa marca indelével da sensibilidade de Egeria. Seguidamente, procurar-se-4 compor a arquitectura dos espacos que Egéria testemunhou sobretudo na cidade de Jerusalém e dos quais quase nada resta nos nossos dias. Atender-se-a 4 viagem interior de Egéria e até que ponto a sua visio e escrit2 relataram os pormenores visiveis ou se, sendo realmente tio reflexiva a sua viagem, nos deixou, sobretudo, o puro encantamento de ver o que lera e pelo qual tanto tanto ans 5 nossos actualmente, sempre se viajou todos os tempos, uma viagem de singnimo de um grande empreen. hhomem apercorré- por mar, no ainda hoje. Ficou del: 1, De referir a novidade, em Portugal, da obra de Alain 4 , le Botton, nos seus livros The Art of Tra A vweck atthe Airport ~ A Heathrow Diary (htp://wwwalaindebotton corn /tewvel.s Pyiscrks este aut sug, a que nos perguntemos anés propos ‘onde nos di" eapésestedigndstico e ells viol ajar roferinine: As imagens das pleas Peregrinacas deg do de Egéria a Terra Santa noséculo IV 241 aviagem de Egéria este estudo das i Be teres ee de Bgéria & o livro da autoria de id Loca Sancta) 2 ‘géria — Viagem do Ocidente d Terra Santa, no Beda Uiiesiiaae, ae da Dissertagao de Mestrado apresentada & Re Bi sboa por Alexandra Mariano, A revisio do texto 3 re say Peas) o sio da Tesponsabilidade de Aires Nascimento Sane Eh, ee do Itinerarium de Egéria é 0 de um tinico “aa i cis Aretini 450, descoberto em 1883, na Biblio- ee \ atribuigao de um titulo e de uma autoria a este evelaram tarefas faceis, culminando as decisdes em Itinerarium Egeriae nento 1998: 72). A carta de Valério de Bierzo, eremita da Gallaecia do se fundamental na descoberta do nome da autora do Itinerarium, pois 5 © nome da monja peregrina, a Egéria revelada (Ibid.: 17). e tu filha, por motivos religiosos te impuseste o extremo esforgo de ‘monja Egéria que se faz acompanhar pelos seus escritos é um percurso The o principio e o seu culminar, o que o transforma num itinerdrio que jeito de regresso sem seficar a saber se tudo terminou da melhor forma. ‘narrativa é 0 dia 16 Dezembro de 383 encontrando-se Egéria no Monte ‘Maio e Junho de 384, em Constantinopla (Fig. 1). Ao longo da sua sa entender que possuia um percurso pensado, planeado e guiado: ‘0 nosso itinerario, que primeiro subissemos ao monte de deus [...] (112.3) e se chega aeste ugar tl como a eu tempo nos avert aquees santos guias o[..] (412) ais a frente: ae im, avangarmos pelo meio do vale que se estende 20 com- Fe isc nde e inham estabelecido os ilhos de israel, enquanto ey «ge Bier que se repartem em duas familias compilam cinco Bari eo Bie HERIA, HETERIA, ETHERIA. A opcio pela Bij estadioos deve se 20 facto deserexseo nome qu sarge nas duas fami- Fig. 1. Percurso geal da viagem de regress de Egéra entre o Monte Sina, 16 de Dezembro de 383 e Constan- tinopla, Maio/Junho de 384 (Mapa de fundo: Google Earth) Moisés subira ao monte de Dens e descera, assim, pois, i medida que avangivamos 20 longo de todo aquele vale, 08 santos nao cessavam de nos ir dando a conhecer aqueles lugares. (parte, 5.1) Pela narrativa do Itinerarium, sabe-se que a viagem, no seu total, teria tido a duragio de trés anos, compreendidos entre 381 e 384. E a propria Egéria que vai referindo que js passara por um determinado lugar ou outro dando-nos conta desse percurso de ida, de um conhecimento jé adquirido e mesmo de alguma satisfagao por esse facto: : Evidentemente, embora eu ja conhecessea terra de Jessen (ist por onde fora 20 Egipto pela primeira vez) [...} (47.1) oP Visjar no feminino: As imagens das palavras -Peregrinacao de Egéria Terra Santa no século IV 243 A viagem é longa, morosa e Perigosa. Exi a i a “Fag . Exige um esforco fisico consideravel apenas superado pelo animo inquebrantivel de que Egéria se mune ou que nasce naturalmente dentro dela, pela missdo da sua viagem: All pois, (Monte Sinai) ficdmos &noite e dali, as, ‘primeiras horas de domingo, com este presbi- tero e os monges, que ali residiam, comesamos a subir aos montes, um por um. Estes montes sobem-se com imenso esforgo, porque nio se sobe a pouco e pouco andando em volta, em caracol como dizemos, mas sobe-se tudo a direito, como /por uma parede, e é necessdrio descer estes montes um por um [... .(1,3.1) Eainda: Assim, pois, por vontade de Cristo, nosso Deus, ajudada pelas preces dos santos que me acompanhavam e com um grande esforco, porque era preciso subir a pé, pois nao se podia de todo subir em sela, a verdade é que este esforco nao se sentia, por aquela parte; de facto, nao a © esforgo porque o desejo que eu tinha via-o realizar se, por vontade de Deus |... | O perigo ¢ atestado por Egéria quando vai de Clisma 8 cidade da Arabia: His, pois de Clisma, isto é, do mar Vermelho até cidade da Arabia quatro etapas pelo deserto; contudo pelo deserto em cada etapa existem postos de soldados e oficiais que nos escoltavam sempre de um forte a outro forte. (1,7.2) A seguranga regressa quando o seu caminho se faz da Arabia para Jerusalém e reencontra a via publica romana: Ora, a partir dali nds dispensimos os soldados que nos haviam prestado ajuda em nome da autoridade romana, durante o tempo em que tinhamos andado por regides pouco seguras; agora, porém, como era a via piblica do Egipto que atravessava a cidade de Ardbia isto 6, aquela que vai da Tebaida a Peliisio, a verdade é que jé nio era necessario incomodar os sol- dados. (1,9.3) A distancia é um factor de peso no risco e valor da viagem. Egéria dirige-se do Oci- dente para o Oriente, cruza a extensdo maior entre o fim do mundo e o mundo conhecido. As palavras com que é recebida pelo Bispo de Edessa atestam bem a apreciagao por quem, de tao longe, se aventura por fé. Porque vejo que tu filha, por motivos religiosos te impuseste 0 extremo esforo de vir das extremidades da terra a estes lugares (...] (119.5) Egéria vem das “extremidades da terra” e é esta expressao tao significativa que leva 05 estudiosos a determinarem a origem de Egéria na provincia romana da Gallaecia, uma das cinco provincias da terra de Hispania em cuja reorganizacao se destacou o imperador vio Minho (Fabia ao rio Eufrates (20 Viajar no feminino: As imagens das pala alavras ~Peregrinasao de Egéria Terma S erinagdo de Egéria& Terra Santa, no séculolV 24S toma como oficial. O equilibrio de forcas com finda. Com oimperador Constantino trve ry © paganismo conhece uma mudanga pro- mami iccesticio fora, inicio uma ac¢io construtiva de locais de cultos Miersibaiise acta Pois, 0 Cristianismo, na sociedade romana dos prime sécul pos a morte de Cristo, fora mai olmpério Romano. Nesse Fees: ee en um entre os muitos credos que eer “pha , século IV, o Cristianismo vi completo, 0 seu estatuto. A vivéncia crsti na sociedad fei Gato Ser Rrmialehe cde calc accitas le romana durante trezentos anos ne sai fess) fe Ita¢ao e outros de persecusao feroz entre as quais eitiies rate = a, a cabo pelo Imperador Diocleciano, muito pouco Sieitiiacdscee, a tornar o Cristianismo religiao tolerada na socie- : ai Rican re em condi¢des propicias para uma peregrinacio oe pans ate cn ae es Para o Cristianismo em que se pode constatar Ace oats aia 2 a i Soe na sua cidade nova, Constantinopla, em Romae stina, a . O conceito de Terra Santa é uma nogio nova que nasce com o imperador Constantino e sua mae, Helena. £ uma concepcao histori i locais onde se dera a anunciagao d is Zs Rosie eco ie ae lo nascimento de Cristo, o seu nascimento e morte como locais ue i¢40 de grandes basilicas e onde se torna necessirio ir em peregrinacio Li conhecer, testemunhar e orar. De certa forma, Egéria torna-se na percursora da ideia peregrinagio, testemunha ocular do cariz histérico que o Cristianismo reclama para si desde 0 inicio e que contrapde com veeméncia aos cultos pagios. (POF essa Fazao, Egéria viajacom a Biblia na mo percorrendo os mesmos trilhos, comprovando a veracidade dos escritos, numa tarefa historico-arqueologica muito inovadors Assim, pois, foram visitados todos os lugares santos, que desejmos e também todos os lugares ‘que os filhos de Israel tinham percorrido [..]. (1.11) [...]igtiarsme por todos os lugares, que eu procurava ver sempre seguindo as Sagradas Escri turas(...J. (15.12) 3.2. Os locais religiosos, desde 0 Monte Sinai a Constantinopla Egéria, no seu périplo desde 0 Monte Sinai até Constantinopla, refere os sitios reli- giosos que vai visitando. Segue-se uma compilagao desses locais e das pessoas com quem Egéria contacta: Mosteiros (monasteria); Igreja (ecclesia); Presbitero (presbytero); Asceta (ascits); Clétigos (clerici); Bispo (episcopus); Piilpito (pulpitus); Léculo (locus); Memoriae (ex memoriam sancti Iob); Grades (cancellis); Martyrium (exemplo: S. Tomé-Edessa); Igreja e martyrium de S, Tomé (ad ecclesiam et ad martyrivin sancti Thomae). tente historica como narra- «9 Cristianismo aposta na sua forte vert festamento (Marrow 1979: . i Marrou, arlene rma, fora j predito pelo Antigo T tiva do que tinha que acontecer e que, de certa fo 66-73). 246 Filomena Limao ; ey nvolvimento da hhierarquia religiosa do Cristia- Beat Ee de ncaa preslere 2 tos Por oto alo atesta-se o crescimento do movimento monacal e eremita no Proximo Orient a sana dha arguitectura do primeiro Cistianismo, pode vrificar se pete tenieis amnsteli’, meno rige, marttio e igrejas. As principais primeiras construgées do Cristianismo po presentes: os mosteiros ligados ao monaquismo; 05 memoriae e martyria que sao e CA 1005 a SIGLO XH Fi gota, segundo Richard Krautheimer (2009) ig 4. Planta da Basilica e Rotunda da Anistase no Gélgota, segun +4. Planta da Bas Fig. 5. Gravura da Rotunda da Andstase como era em 1609. (Richard Krautheimer 2009) creve Egéria, porque se trata de um hipogen acolhendo o corpo num nivel subterrineo. defunto é um miértir que morreu pela fé. Neste caso, Cristo, no local onde foi sepultado e de onde ressuscitou, 0 Santo Sepulcro envolto por colunas e coberto por uma cuipula. A Anistase é um martyrium,"* porque € 0 local de oragao e venera¢ao do martir, neste caso e, mais uma vez, Cristo. Esta construcao, bem com outras do primeiro Cristianismo, tem as suas raizes, como veremos, na arquitectura funerdria romana dos grandes mausoléus impe riais (Krautheimer 2009: 87). Igreja maior que é martyrium € a Basflica com a planta de cinco naves. Na nave central desenvolve-se uma abside." A designacao de planta de cinco en Por naves longitudinais geralmente em numero de 12. Krautheimer (1965: 39-42) refere que a basilica era Estes martyria fundem um corpo de planta central citcular com 13, Para Krautheimer: o hemisféioligado Basilica pode de Cristo: a verdadeira cruz (Krautheimer 1965: 41) chamada martyrium pelos contemporineos tum corpo basilical; (basileus, rei em grego) teremergido com o 3° testemunho da Paixio Fig.6. Reconstrusio isomeétrica da Basilica do Golgota, segundo Krautheimer (1965 ¢ 2009) tres coma central mais larga. Adaptava-se naturalmenteareceber um grande numero de pes- soas. Por essa razao também, a sua adaptacao como planta privilegiada para a igreja crista se fezlogicamente, Constantino preferiu as plantas com cinco naves que marcam uma fase bas- tante opulenta da arquitectura crista, A esta basilica atribui-se o nome de ‘martyrium como bem explicita Egéria porque se encontra proxima do local onde Cristo sofreu 0 seu Cal- Vario, ou seja a Cruz do Gélgota. Egéria prefere indubitavelmente a designagio de ecclesia a este local pois, na realidade, ele ¢ 0 local de reuniao dos fieis o que é mais importante do que anomeagao de basilica que remete para a sua planta em naves. Muito poucas vezes se refere Bgétia a designacao de basilica mas quando o faz, numa primeira vez (124.8), menciona a basilica perto da Andstase ou seja, certamente a igreja maior; numa outra vez, menos clara- mente (II,24.10), alude a iluminagao da Andstase que faria a basilica da Anéstase iluminar-se Por completo, Este pormenor poder levar-nos a considerar paraalém da exsténcia de uma igreja maior, a de uma igreja menor, talvez a propria Andstase. Egéria prefere, sobretudo, a ecclesia e nao parece preocupada em referir basilica quando se trata especificamente deuma planta basilical, a planta poderia ser outra."" * Finalmente, a Cruz do Calvario, junto & igreja maior. Todo este conjunto, rotunda da Andstase, Cruz e igreja maior - martyrium - constituem partes integrantes do ciclo de ae 14, Talver por isso, Garcia y Bellido considere na sua planta reprodurica na Fg. 2, no igreja mas igrejas Sepulcro e da Ressureigio. no, a reuniio cionam iso- alegria tao caracteristica num viajante nato: a graca de regressar: Viajar no feminino: As imagens das palavras -Peregrinaci de Extria a Terra Santa, no século IV 287 vontade de partir, o gosto de percorrer e a Assim, pois, no dia seguinte atravessando o mar cheguei a Constantinopla, dando gracas a Cristo nosso Deus, porque se dignou, a mim que sou indigna e nao merego, conceder-me uma tio grande graca, isto é nao somente a vontade de partir, mas também a possibilidade de percorrer todos os lngares que desejavae de regressar de novo « Constantinopla,(11,23.8) Mais importante do que o regresso definitivo, que se desconhece, ¢ a meméria que deve perdurar e essa est garantida pelo didrio da viagem de Egéria: (Ora, se depois disto estiver ainda no meu corpo ese puderconhecer outros lugares conté-lo-ei em presenca a Vossa Caridade, se Deus se dignar conceder-mo; ou, pelo menos, se um outro Projecto me vier ao espirito, informar-vos-ei por escrito. Vs, senhoras minha luz, dignai-vos 20 menos lembrar-vos de mim, esteja eu no meu corpo ou jé fora do meu corpo, (11,23.10) A escrita de Egéria é verdadeiramente feminina, sensfvel ao impacto visual dos sen- tidos. Deixa transparecer uma curiosidade inata e espontinea, um afecto quase maternal pelas suas companheiras. O deslumbramento pelo que visita, domina-a e ultrapassa a sua humilde capacidade de escrita. Egéria regista esse encanto divino e esta limitagao humana, uma conjugacao fortemente crista: Ora, 0 que o que era a decoracao da igreja neste dia, seja na Andstase, ou na Cruz, ou em Belém, teria sido acima das minhas forcas descrevé-lo. (II,25.8) Ficha Técnica Titulo: Organizadores; Edicao: Distribuigéo eVenda Tiragem: © Design da capa: Execucao grafica: Depésito Legal: ISBN: 789 Narrativas do Poder Feminino Maria José Ferreira Lopes . Ana Paula Pinto . Anténio Melo Armanda Goncalves . Jodo Amadeu Silva . Miguel Goncalves ALETHEIA - Associacao Cientifica e Cultural Faculdade de Filosofia Universidade Catélica Portuguesa Praga da Faculdade de Filosofia, 1 4710-297 BRAGA Tel. 253 208 080 / Fax 253 213 940 www.publicacoesfacfil.pt 250 exemplares Dezembro 2012 Todos os direitos reservados Whatdesign, Lda. - Braga Graficamares, Lda. R. Parque Industrial Monte Rabadas, 10 4720-608 Prozelo - Amares 978-972-697-205-1 MU 726"972051 352547/12 a onsabilidade 40s 2" O contedido dos artigos, bem ‘como a norma ortografica usada, é da resp

Você também pode gostar