o Resp... Irm ...
Antonio de Freitas
Silva, da Loja "Comércio e Artes", do
Oro.. do Rio de Janeiro (RJ) e da ju-
risdição do Grande Oriente do Estado
do Rio de Janeiro, federado ao Grande
Oriente do Brasil, apresenta as seguin-
tes questões, referentes ao Rito Es-
cocês Antigo e Aceito:
1 . "Corno deve ser o avental do
Mestre Maçom e do Mestre Instalado,
em relação à cor"?
2 . "Como devem ser o colar e os
punhos do Ven ... M... , bem corno os
colares dos demais membros da Admi-
nistração"?
3 . "Qual deve ser a disposição das
velas no Altar, onde fica o Livro da
Lei"?
4 . "A Espada Flamejante, em cima
do Altar do Ven ... , deve ficar com a
ponta voltada para onde"?
5 . "'É proibido, ao Ven ... M , fa-
zer urna prece ao G... A. .. D U... ,
antes da abertura dos trabalhos da Lo-
ja"?
6. "Na Palavra a bem da Ordem, to-
dos os IIrm.·. que estão no Oriente
têm o direito de falar sentados"?
7 . "É proibido escrever, no Ritual, a
Palavra Sagrada por extenso, com a fi-
nalidade de facilitar a leitura daqueles
IIrm. '. que têm dificuldade de inter-
pretá-Ia somente pela primeira letra"?
RESPOSTAS
] . A cor principal do Rito Escocês é
a VERMELHA Portanto, os para-
mentos devem ter, predominantemen-
te, essa cor. O avental do Mestre é or-
Iado e forrado de encarnado, tendo
bordadas as letras M e B, também na
mesma cor (essas letras ficam no corpo
do avental - ou na algibeira, dos antigos
aventais - e não na abeta). O avental do
Ven. '. M.·. (ou de um M.·. I.'.)
tamhém tem orla e forro encarnado,
além de duas fitas, da mesma cor, que
partem de sob a abeta, à esquerda e à
direita, terminando em franja dourada
(ao invés das correntes e sete bolinhas
de prata. que são do Rito de York). Pa-
ra maiores detalhes. envio o prezado
Irm... ao meu trabalho "as Cores do
Rito Escocês", apresentado em Encon-
tro de Correspondentes da Loja "Bra-
sil" de Pesquisas Maçônicas e publica-
do em meu livro "Curso Básico de Li-
turgia e Ritualística".
2 . O colar do Ven ... M.· é azul, or-
lado de escarlate (a cor predominante
do Rito é a vermelha), tendo, no vérti-
ce peitoral, a figura de um Delta ra-
diante, com o nome hehraico de Deus,
formado pelo tetragrama 16D, HÉ,
VAV c HÉ, da direita para a esquerda,
que é o sentido da escrita hebraica. Nas
partes laterias, pode haver, de um lado,
um ramo de acacía e, do outro, um de
oliveira. A acácia, árvore sagrada dos
egípcios. é o símbolo da imortalidade e
da pureza, enquanto que a oliveira é
um antigo símbolo da paz, Os punhos
são azuis, com orla escarlate, tendo, na
parte dianteira, a figura de um Esqua-
dro, com um ramo de acácia envolven-
do-o. A<;faixas são azuis, orladas de es-
carlate, usadas transversalmente, da es-
querda para a direita e tendo, suspcnsa,
a jóia do cargo (ou a do Grau - um es-
quadro e um compasso, na posição do
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 Grau - para os Mestres sem cargo).
3 . No Rito Escocês, rigorosamente,
não existem velas em torno do chama-
do altar dos juramentos, que é uma ex-
tensão do Altar, o único (hoje chama-
do de "Altar do Venerável") onde, des-
de os prirnórdios da Maçonaria, eram
tomadas as promessas dos Obreiros, já
que, ah é a parte mais Intima e res-
peitável do Templo, correspondente ao
Santo dos Santos do Templo de Jerusa-
lém (e ao altar-mó r das Igrejas). Se. to-
davia. forem colocadas velas, elas de-
verão já estar acesas antes da entrada
dos Obreiros, pois não há, no Rito Es-
cocês, Cerimônia de acendimento de
velas, a não ser em Altos Graus. Elas
serão em número de três, os três ãngu-
los de um triângulo, como no Rito
Schroeder (só que, neste. elas ficam em
torno do Tapete, no centro do Templo,
nos ângulos nordeste, noroeste e su-
doeste).
4 . A Espada Flamejante, nesse caso,
não tem a ponta voltada para lugar ne-
nhum, pela simples e boa razão de que
ela não fica exposta, mas, sim, guardada
em seu escrínío, só sendo apresentada,
ao Ven.·. M.·., pelo Porta-Espada,
por ocasião de alguma sagração. Quan-
do da apresentação dela, no recipiente
conduzido pelo Porta-Espada, o que podem permitir o ingresso de um
Ven ... toma-a, utiliza-a e a devolve ao
estojo, que é, novamente, guardado pe-
lo oficial referido. Isso ocorre, porque a
Espada Flamejante, sím bolo do poder
do primeiro mandatário da Oficina, só
pode ser empunhada por ele, ou por
outro Mestre Instalado, exclusivamente
para as sagraçõcs previstas nos Rituais.
5 . Proibido não é, mas é uma dis-
torção do Rito, já que a invocação do
auxílio do G ... A. .. D ... U ... só é fei-
ta no momento que precede a abertura
do Livro da Lei Sagrada. Algumas Lo-
jas escocesas constumam, também, fa-
zer um momento de recolhimento, de-
pois de formado o cortejo de entrada,
no átrio do Templo, o que é prática
mais própria do Rito Adonhiramita,
sendo errada no Escocês. E errada, é,
também, a prática da meditação, feita a
meia luz, dentro do Templo, antes de
abrir os trabalhos: isso é imitação de
Lojas Mistas e invenção dos ocultistas
que pululam a Maçonaria, querendo
impor suas idéias, ao arrepio das corre-
tas normas Ritualísticas,
6. Não só na Palavra a Bem da Or-
dem, mas, também, em qualquer dis-
cussão - do baladstre, ou de propostas
inseridas na Ordem do Dia - todos os
obreiros que se encontram no Oriente
têm o direito de falar sentados, já que o
Oriente é reservado às autoridades
Maçônicas - Delegados, Conselheiros,
Deputados, Juízes, Secretários, Ve-
neráveis e ex- Venerãveis.. além do
Grão-Mestre e de seu Adjunto - e aos
Mestres que ocupam cargos (o acesso
ao Oriente é vedado aos Aprendizes e
Companheiros). Se algum Obreiro, to-
davia, resolver falar em pé (é o que, ge-
ralmente, acontece, em Sessões Mag-
nas), ele deverá ficar à Ordem, só des-
fazendo o sinal com a autorização do
Venerável, pois, todas as vezes em que
o Maçom estiver em pé e parado, ele
DEVERÁ COMPOR O SINAL DE
ORDEM.
7 . Não há uma proibição formal de
colocar as palavras por extenso. Consi-
derando-se, todavia, a possibilidade dos
Riluais impressos cafrem em mãos pro-
fanas, é importante, como medida cau-
telar, ou preventiva, abreviar as pala-
vras referentes aos segredos Maçônicos
- e segredos Maçônicos SÃO SÓ OS
SINAIS, TOQUES E PALAVRAS,
profano no Templo - para que elas não
possam ser decifradas pelos não Inicia-
dos. Agora, cá entre nós: um Maçom
que tem dificuldade para interpretar a
Palavra Sagrada DE SEU GRAU,
quando ela está abreviada, merece mais
é ser colocado na rua, com todas as
"honras" de praxe, ou ser posto no can-
to da sala, de castigo.