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p Estratégia Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) CNU (Bloco 4 - Trabalho e Satide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos - Eixo Tematico 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pés-Edital) Autor: Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa 24 de Janeiro de 2024 Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mar Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) 1) Terceirizagao Trabalhista ss . . . 2) Trabalho Temporétio .... se soe a 3) Questes Comentadas - Terceirizagao - Cebraspe 4) Questoes Comentadas - Terceirizagao - Cesgranrio. 5) Lista de Questées - Terceirizacdo - Cebraspe 6) Lista de Questdes - Terceirizagdo - Cesgranrio oo sommeiae GB cnv Bl0c0 4 -Trabatho e Saiide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos - Eixo Tematico wine estrateglaconcursos.com.br “opie Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mar Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) INTRODUGAO Oi amigos (as), Sejam bem-vindos (as) a mais uma aula do nosso curso. Nesta aula veremos os temas Terceirizagao e, com mais detalhes, Trabalho Temporério. Ambos sofreram mudangas significativas com a aprovagao da Lei 13.429, de 31 de marco de 2017. A “Terceirizacao” sofreu nova alteracao por meio da reforma trabalhista (Lei 13.467/2017). O que a Lei 13.429/2017 fez foi inserir as regras sobre a terceirizagao dentro da Lei 6.019/1974, que, até entdo, tratava somente do trabalho temporario. Além disso, a nova lei alterou alguns aspectos do trabalho temporério. Portanto, tanto “trabalho temporrio” quanto a “terceirizacio” (em sentido estrito) encontram-se regulados pela Lei 6.019. As alteragées promovidas pela nova lei exigirdio o cancelamento ou a revisio da Simula no 331 do TST. Até entdo, esta stimula era a principal diretriz que tinhamos a respeito do assunto, jé que, em todos estes anos de terceirizacdo no Brasil, o assunto ainda ndo havia sido regulamentado por lei. Nesta aula, vamos comecar falando da "terceirizacéo” e na sequéncia abordamos o “trabalho temporario”. g Vamos ao trabalho! GB cnv (Bloc0 4 -Trabatho e Saiide do Trabathador) Conhecimentos Especiticos -Eixo Tematico 5 - wunw.estrateglaconcursos.com.br Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mar Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) TERCEIRIZAGAO NO DIREITO DO TRABALI Estudamos até o momento os casos em que hé vinculo empregaticio (relacdo bilateral, nas figuras de empregado e empregador) e, também, casos em que existe a relacdo de trabalho /ato sensu (relagdo entre prestador de servicos e tomador de servigos). Na terceirizaco, por sua vez, estaremos diante de relacio trilateral, onde terdo lugar: ¥ Empregado ¥_ Empregador (empresa prestadora de servigos - EPS) ¥ Empresa contratante de servicos Neste contexto, haveré contrato_de trabalho entre a empresa prestadora de servicos e 0 empregado, e, entre as empresas prestadora e contratante, um contrato de natureza civil. Exemplo: © Supermercado Alfa contrata a empresa de limpeza Limpatudo para realizar a manutengao de suas instalacdes. Entre 0 Supermercado Alfa e a Limpatudo haverd um contrato de direito civil; entre a Limpatudo fe seus empregados haveré, naturalmente, um contrato de trabalho e teremos, assim, a terceirizagao das atividades de limpeza e conservagio tendo a Limpatudo como prestadora de servicos e o Supermercado Alfa como contratante dos servicos. Até a publicagao da Lei 13.429/2017 (que alterou a Lei 6019/1974), o tema exigia o conhecimento da Suimula 331 do TST: RVICOS. LEGAI E S 1- A contratacio de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vinculo diretamente com o tomador dos servigos, salvo no caso de trabalho tempordrio (Lei n® 6.019, de 03.01.1974). II A contratacao irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, n5o gera vinculo de emprego com os érgaos da Administracao Publica direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988). Ill - No forma vinculo de emprego com 0 tomador a contratagao de servicos de igilancia (Lei n° 7.102, de 20.06.1983) e de conservacao e limpeza, bem como a de servicos especializados ligados & atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinagio direta NU (Bloco 4 - Trabalho e Saiide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos - Eixo Tematico 5-Dirpit6do 4 ho-20 \www.estrategiaconcursos.com.br 92 <3 Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mi Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) EIV - O inadimplemento das obrigacées trabalhistas, por parte do empregador, ! implica a responsabilidade subsididria do tomador dos servicos quanto aquelas. obrigacées, desde que haja participado da relagao processual e conste também do titulo executivo judicial. V - Os entes integrantes da Administragao Publica direta e indireta respondem ubsidiariamente, nas mesmas condigdes do item IV, caso evidenciada a sua onduta culposa no cumprimento das obrigagées da Lei n.° 8.666, de 21.06.1993, | especialmente na fiscaliza¢o do cumprimento das obrigagdes contratuais legais ! da prestadora de servigo como empregadora. A aludida responsabilidade no decorre de mero inadimplemento das obrigacées trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada VI - A responsabilidade subsidigria do tomador de servigos abrange todas as eras decorrentes da condenacio referentes ao periodo da prestacao laboral. Com a alterago promovida pela Lei 13.429/2017, a redacao da simula perdeu grande parte de sua relevancia. Vamos agora passar a tratar das novas regras da terceirizagSo. Alei define “empresa prestadora de servicos” como sendo' Lei 8 a transferéncia .019, art. 42-0. Considera-se prestagao de servicos a tercei feita pela contratante da execugio de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, & pessoa juridica de direito privado prestadora de servicos que possua capacidade econémica compativel com a sua execucao. Pela parte final do caput acima, percebemos que a contratante dos servicos nao poderia contratar uma empresa prestadora de servicos (EPS) qualquer, ele deve ter “capacidade econémica” compativel, com, por exemplo, patriménio e capital de giro suficiente para o contrato celebrado. Apés a reforma trabalhista, foi excluida a necessidade de que os servicos terceirizados fossem “‘determinados e especificos”. Veja como era a redacao anterior: " Aqui uma dica! Para diferenciar, na nova redago da Lei 6.019, a “terceirizagao” (em sentido estrito) do “trabalho temporario", fique atento a terminologia dada a empresa contratada para prestar os servigos: em geral, se falar em “empresa prestadora de servigos" (EPS), sera caso de terceirizagao; se falar em “empresa de trabalho temporério” (ETT), caso de trabalho temporério. NU (Bloco 4 - Trabalho e Saiide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos -Eixo Temético 5-Direit6do 5 ho-20 www.estrategiaconcursos.com.br 92 Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mi Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) Lei de direito privado destinada a prestar 4 contratante servicos determinados ¢ if 019, art. 4°-A. Empresa prestadora de servicos a terceiros é a pessoa juridica Esta modificagao foi cobrada na questo abaixo, incorreta: ‘CC/TRT-RN — Analista Judiciério-Area Judiciéria - 2017 (adaptada) ‘empresa contratante € subsidiariamente responsavel pelas obrigagées trabalhistas dos mpregados da contratada, desde que os servigos terceirizados sejam determinados e especificos Aqui um paréntese antes de avangarmos. Muito embora no mais se exija expressamente que os servicos contratados sejam “determinados e especificos”, como alerta Raphael Miziara’, eles devem ser especificados no contrato de prestagao de servicos’, além do que é vedada‘ a utilizago dos terceirizados em atividades distintas daquelas contratadas (desvio de funcio). Explorando essa sutileza e a exigéncia da “especificaco do servico a ser prestado”, trago a questo abaixo, incorreta: CC/TST ~ Analista Judiciério—Area Judiciéria - 2017 (adaptada) licita a celebracao de contrato geral de prestagio de servigos entre a tomadora e a empresa restadora de servicos, néo sendo exigido que no termo esteja determinado expressa e sspecificamente os servicos a serem desempenhados. Seguindo adiante, a Lei 6.019 destaca também que o trabalhador terceirizado (diferentemente do trabalhador temporario) nao se subordina diretamente & contratante: Lei 6.019/1974, art. 4°-A, § 1° A empresa prestadora de servicos contrata, emunera e dirige 0 trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata utras empresas para realizado desses servicos. Portanto, na terceirizacao, é a EPS quem dirige a prestago laboral (como jé dizia a SUM-331 do TST, item Ill, parte final) ® MIZIARA, Raphael. PINHEIRO, lus. A Requlamentaco da Terceirizago @ @ Novo Regime do Trabalho Temporatio. LTr, 2017. p. 54 > Lei 6.019/1974, art. 5°-B. O contrato de prestagio de servigos conterd: (Il - especificagio do servigo a ser prestado “Lei Art. SEA, § 1° E vedada a contratante a utiizagao dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do contrato com a empresa prestadora de servigos. NU (Bloco 4 - Trabalho e Saiide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos -Eixo Temético 5-Direitdo 6 ho-20 www.estrategiaconcursos.com.br 2 Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mi Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) Outra observagio a respeito do §1° acima, 6 a possibilidade de a empresa prestadora (EPS) de servicos subcontratar outras empresas (chamada, por alguns, de “terceirizacéo em cadeia”® ou, por outros, "quarteirizacao"*). Exemplo: o Supermercado Alfa contrata a empresa de limpeza Limpatudo para realizar a manutengdo de suas instalagdes. A Limpatudo, por sua vez, subcontrata estes servicos da empresa FazdeTudo, cujos trabalhadores irao efetivamente realizar a tarefa Na sequéncia, a Lei deixa claro que, sendo caso de terceirizagao licita’, ndo haver formagao de vinculo de emprego dos trabalhadores terceiros (ou sécios das EPS) com a empresa contratante dos servigos: Lei 6.019/1974, art. 4°-A, § 2° Nao se configura vinculo empregaticio entre os rabalhadores, ou sécios das empresas prestadoras de servigos, qualquer que seja © seu ramo, e a empresa contratante Existe uma disposigSo muito semelhante em relaco ao trabalho temporsrio* Empresa prestadora de servigos (EPS) Como ja vimos, a empresa prestadora de servigos deve ser uma pessoa juridica de direito privado com capacidade econémica para o contrato. Nesse sentido, a lei da terceirizagao prevé alguns requisitos para funcionamento desta empresa, em especial exigéncias do capital social da empresa: Lei 6019/1974, art. 4°-B. Sao requisitos para o funcionamento da empresa de prestag3o de servicos a terceiros: - prova de inscrigéo no Cadastro Nacional da Pessoa Juridica (CNPJ); I - registro na Junta Comercial; 5 MIZIARA, Raphael. PINHEIRO, lur A Requlamentacio da Terceirizac3o @ 0 Novo Regime do Trabalho Temporstio. LTr, 2017. p. 59.66, AIR - 1818-52.2012.5.12.0019. Data de Julgamento: 3/12/2014, Data de PublicagSo: DEST 5/12/2014 * Aproveitando-se o teor da SUM-331, | * Lei 6.019/1974, art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de servigos, nao existe vinculo de emprego entre ela e 8 trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporério, NU (Bloco 4 - Trabalho e Saiide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos -Eixo Temético 5-Direit6do 7 ho-20 www.estrategiaconcursos.com.br 2 Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mar Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) Ill - capital social compativel com o nimero de empregados, observando-se os seguintes parametros: a) empresas com até dez empregados - capital minimo de R$ 10.000,00 (dez mi reais); b) empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital minimo de R$ 25,000,00 (vinte e cinco mil reais); c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados - capital minimo de R$ 45,000,00 (quarenta e cinco mil reais); d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados - capital minimo de R$ 100.000,00 (cem mil reais); e ¢) empresas com mais de cem empregados - capital minimo de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). Compilando o inciso Ill acima, temos Cree eee coke) Até 10 10.000,00 de 11 até 20 25.000,00 de 21 até 50 45.000,00 de 51 até 100 100.000,00 mais de 100 250.000,00 Contratante dos servicgos Alei define como: <3 Lei 6.019, art. 5°-A. Contratante é a pessoa fisica ou juridica que celebra contrato com empresa de prestagdo de servicos relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal. NU (Bloco 4 - Trabalho e Saiide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos - Eixo Tematico 5- www.estrategiaconcursos.com.br Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mi Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) Portanto, a lei facultou que até mesmo pessoas fisicas (isto é, naturais) terceirizem servicos’ E para preservar o contrato de prestacao de servicos: Lei 6.019/1974, art. 50-A, § 1° E vedada a contratante a utilizagao dos rabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do contrato com restadora de servicos. empresa Os servigos terceirizados poderao ser prestados em qualquer local, desde que seja de comum acordo entre EPS e contratante: s servigos contratados poderao ser executados has instalagSes fisicas da empresa contratante ou em outro local, de comum acordo entre as parte: Agora, importante conhecer as obrigagdes da contratante em uma terceirizagao. Por meio do art. 5°-A, §3°, 0 legislador afirma que é a contratante é obrigada a garantir um ambiente de trabalho seguro: Lei 6.019/1974, art. 50-A, § 30€ responsabilidade da contratante garantir as ondigées de seguranga, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o rabalho for realizado em suas dependéncias ou local previamente convencionado em_contrato. FUNBo! gy A par da previsio legal transcrita acima, a doutrina"® entende que tal disposicgo nao afasta a responsabilidade da EPS, a qual seria solidariamente responsavel (juntamente com a contratante), conforme se extrai do enunciado da 1° Jornada de Direito do Trabalho: ° A nova lei no deixou claro se a AdministragSo Pablica poderia ou no se escorar em tal definigSo para terceirizar amplamente suas atividades. De toda forma, a ampliagSo investita da terceirizagio pelo Estado esbarra no mandamento de concurso pitblico (CF, art. 37, W. " MIZIARA, Raphael. PINHEIRO, luri, A Regulamentacao da Terceirizagao @ 0 Novo Regime do Trabalho Temporaio, LTr, 2017. p. 97-9, NU (Bloco 4 - Trabalho e Saiide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos -Eixo Temético 5-Direit6do 9 ho-20 www.estrategiaconcursos.com.br 2 Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mi Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) SOLIDARIEDADE. Em caso de terceirizagdo de servigos, 0 tomador e o prestador respondem solidariamente pelos danos causados & satide dos trabalhadores. Inteligéncia dos artigos 932, Ill, 933 e 942, paragrafo Unico, do Cédigo Civil e da Norma Regulamentadora 4 (Portaria 3.214/77 do Ministério do Trabalho e Emprego). NowipaDe! > Como regra geral, a Lei faculta (nao torna obrigatéria) a extensao aos trabalhadores terceirizados das facilidades médicas e de refeicao dos préprios empregados da contratante: ‘empresa de prestacdo de servicos © mesmo atendimento médico, ambulatorial ¢ de refeigéo destinado aos seus empregados, existente nas dependéncias da contratante, ou local por ela designado. Entretanto, caso os servicos sejam prestados nas dependéncias da tomadora dos servigos, torna- se obrigatério 4 contratante estender tais facilidades aos terceirizados: Lei 6.019, art. 4o-C. Sao asseguradas aos empregados da empresa prestadora de servicos a que se refere o art. 40-A desta Lei, quando e enquanto os servicos, que podem ser de qualquer uma das atividades da contratante, forem executados nas dependéncias da tomadora, as mesmas condiges relativas a: a) alimentaggo garantida aos empregados da contratante, quando oferecida em refeitérios; b) direito de utilizar os servicos de transporte; ©) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependéncias da contratante ou local por ela designado; d) treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o exigir. ‘do 10 ho-20 2 NU (Bloco 4 - Trabalho e Saiide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos - Eixo Tematico www.estrategiaconcursos.com.br <3 Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mi Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) I - sanitérias, de medidas de protecao & salide e de seguranca no trabalho e de ! Exemplo 1: a empresa tomadora dos servigos possui refeitério para seus empregados e contrata prestacéo de servicos terceirizados em suas dependéncias: deveré facultar também aos terceirizados a mesma condigio. Exemplo 2: a empresa tomadora dos servigos possui refeitério para seus empregados, mas a prestacao de servicos terceirizados ocorre fora das suas dependéncias: poderé facultar também aos terceirizados a mesma condigéo. © mesmo vale para transporte, atendimento médico e ambulatorial, treinamento, condigdes sanitarias e de SST. Embora parte da doutrina tenha entendido inicialmente que o art. 4%C (inserido pela Lei 13.467/2017) revogou tacitamente o art. 5°-A, § 42(inserido pela Lei 13.429/2017), as Bancas tam entendido pela coexisténcia das duas regras, de modo que uma seria excecdo a regra da outra. Este detalhe foi cobrado na questo abaixo, incorreta, | que ndo se mencionou que a prestaco ocorria nas dependéncias da contratante: CC/TST ~ Anal contratante deverd estender ao trabalhador da empresa de prestacao de servigos 0 mesmo / atendimento médico, ambulatorial e de refeico destinado aos seus empregados, existente nas lependéncias da contratante, ou local por ela designado ta Judi jo-Area Ju ja - 2017 (adaptada) Por outro lado, a questao abaixo foi considerada correta: CC/TST — Analista Judicidrio-Area Administrativa ~ 2017 (adaptada) josto Bom Ltda., industria alimenticia, terceirizou os servigos do setor de embalagens dos seus rodutos e, para tanto, contratou a empresa Pacote Forte Embalagens Ltda., de propriedade de seu antigo gerente industrial, que pediu demissdo exatamente para fundar esta empresa. Esse é primeiro contrato de prestacao de servigos firmado pela Pacote Forte Embalagens Ltda., quatro meses depois de iniciar suas atividades. No contrato de prestacdo de servicos pactuado restou revisto que os empregados da contratada fardo jus a salério equivalente ao pago aos mpregados da contratante. Os servicos contratados sdo executados nas dependéncias da fomadora. Considerando as regras legais sobre terc izagdo de servigos, julgue: NU (Bloco 4 - Trabalho e Saiide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos -Eixo Temético 5-Direitdo 11 ho-20 www.estrategiaconcursos.com.br 92 Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mar Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) ) os empregados da Pacote Forte Embalagens Ltda. que prestam servigos & Gosto Bom Ltda. ! -am asseguradas as mesmas condigées relativas a atendimento médico ou ambulatorial existente ‘as dependéncias da contratante ou local por ela designado. Perec reer) e de Antevendo esta situacdo, o legislador autorizou que os “servicos de alimentaga “atendimento ambulatorial” fossem fornecidos aos terceirizados em outro local, nas hipdteses em 0% do ago de Lei 6.019, art. 40-C, § 20 Nos contratos que impliquem mol empregados da contratada em ntimero igual ou superior a 20% (vinte por cento) dos empregados da contratante, esta podera disponibilizar aos empregados da ontratada os servigos de alimentagao e atendimento ambulatorial em outros locais apropriados e com igual padrao de atendimento, com vistas a manter 0 eno funcionamento dos servicos existentes. Réparem, portanto, que, em se tratando de ambiente de trabalho, ha equivaléncia de direitos entre o terceirizado e o empregado préprio do tomador, nas situagdes em que a prestaco ocorrer dentro das dependéncias da tomadora. Todavia, em se tratando de salério, veremos mais a frente que no existe tal equivalénci Por fim, a lei deixa clara a responsabilidade subsididria da contratante pelas obrigagées trabalhistas em uma terceirizaco licita"’ Lei 6019/1974, art. 50-A, § 5°A empresa contratante é subsidiariamente esponsével pelas obrigacées trabalhistas referentes ao periodo em que ocorrer a prestagdo de servicos, e 0 recolhimento das contribuigées previdencidrias observard o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 199112 " Aproveitando-se o teor da SUM-331,itens le IV. Lei 8212/1991, art. 31. A empresa contratante de servigos executados mediante cessio de mao de obra, inclusive em regime de trabalho temporario, devera reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestagao de servigos © NU (Bloco 4 - Trabalho e Saiide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos -Eixo Temético 5-Direitdo 12 ho-20 www.estrategiaconcursos.com.br 2 Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mi Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) & & ESQUEMATIZANDO Responsabilidade subsidiaria pelas obrigagées trabalhistas (regra) Responsavel por gerar ambiente de trabalho seguro aos terceirizados Tegra: podera dar o mesmo atendimento tratamento dado aos médico, empregados préprios Se terceirizados ambulatorial & = = forem 20% ou mais de refeiggo aos excecao: servicos prestados dos empregados nas dependéncias da epriow outros contratante locais com mesmo padrao Atividades que podem ser terceirizadas D SNE Tas Antes da publicagao da Lei, permitia-se (por meio da SUM-331 do TST) somente a terceirizacao de servicos especializados ligados a atividade-meio do contratante, atividades de limpeza e conservagao e de vigilancia. A nova lei, por sua vez, nao faz qualquer restricdo nesse sentido, possibilitando expressamente a terceirizagdo das atividades principais da empresa contratante. Ou seja, segundo dispée a Lei 6.019, com redagao dada pela Lei 13.467, de julho de 2017, quaisquer atividades podem ser objeto de terceirizacdo, seja atividade-meio ou atividade-fim. Na sequéncia, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu'? que é licita a terceirizacdo em todas as etapas do processo produtivo, seja meio ou fim, tendo fixado a seguinte tese recolher, em nome da empresa cedente da mao de obra, a importéncia retida até o dia 20 (vinte) do més subsequente ao da emissio da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia ttl imediatamente anterior se ne houver expediente bancétio naquele dia, observado o disposto no § 5° do art. 33 desta Lei "8 Arguigdo de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 324 e o Recurso Extraordinario (RE) 958252, com repercussio geral reconhecida, Julgamento em 30/8/2018. NU (Bloco 4 - Trabalho e Saiide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos - Eixo Tematico 5 ‘do 13 ho-20 www.estrategiaconcursos.com.br 92 Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mi Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) ita a terceirizagao ou qualquer outra forma de divisao do trabalho entre pessoas juridicas distintas, independentemente do objeto social das empresas wolvidas, mantida a responsabilidade subsidiaria da empresa contratante Contrato de prestagao de servicos art. 5°-B da Lei 6.019 elenca alguns requisitos do contrato de prestacao de servicos: Lei 6.019/1974, art. 5°-B. O contrato de prestacao de servicos contera: - qualificacao das partes; I - especificaco do servico a ser prestado; Il - prazo para realizagao do servigo, quando for © caso; IV - valor. Quarentena para terceirizagao rs Objetivando minimizar as chances de que as empresas dispensem seus empregados préprios para terceirizarem, com os mesmos trabalhadores, as atividades por eles exercidas, criou-se uma quarentena de 18 meses. Exemplo: Francisco é empregado da empresa QueBrada Ltda. Se Francisco é dispensado, ele somente poder prestar servicos, enquanto trabalhador terceirizado, aquela empresa apés o decurso de 18 meses (seja como empregado da empresa prestadora de servicos, seja como sécio da prestadora). A ideia é evitar que os empregados sejam demitidos e forcades a constituirem empresas préprias (pejotizagao) para prestarem servicos ao antigo empregador, no intuito de burlar a legislagio trabalhista "4 Aproveito para destacar que a Lei 6.019 nao se aplica 4 terceirizacio dos servicos cle vigilincia e transporte de valores, os quais, continuam sendo regicios por lei propria (Lei n® 7.102/1983). NU (Bloco 4 - Trabalho e Saiide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos -Eixo Temético 5-Direitdo 14 ho-20 www.estrategiaconcursos.com.br 2 Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mi Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) A dnica excegdo refere-se ao empregado que se aposenta. Neste caso, no ha que se falar em quarentena de 18 meses: Lei 6.019, art. 5°-C. Nao pode figurar como contratada, nos termos do art. 4°-A desta Lei, a pessoa juridica cujos titulares ou sécios tenham, nos tltimos dezoito meses, prestado servicos 3 contratante na qualidade de empregado ou , 7 f . 7 forem aposentados. Lei 6.019, art. 5°-D. O empregado que for demitido ndo poder prestar servigos para esta mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de Nao obrigatoriedade de salario equivalente aos terceirizados ES OTST vinha entendendo que os trabalhadores terceirizados tinham direito a isonomia salarial com © empregado préprio do tomador dos servigos, em especial nas situacées de terceirizagao ilicita, conforme se depreende da OJ 383 da SDI-1"*. Todavia, a Lei nao exige isonomia entre os terceirizados e os empregados préprios do tomador. Isto porque, por meio da Lei 13.467, que alterou a Lei 6.019/1974, ficou estabelecido que nao ha obrigatoriedade de equivaléncia salarial entre o empregado préprio do tomador dos servicos ¢ o trabalhador terceirizado: Lei 6.019, art. 40-C, § 10 Contratante e contratada poderao estabelecer, se assim ‘entenderem, que os empregados da contratada fardo jus a salério equivalente ao pago aos empregados da contratante, além de outros direitos nao previstos neste rtigo. Em outras palavras, até pode ser estabelecida a equivaléncia salarial, no 2mbito do contrato de prestacdo de servicos, mas esta ndo é uma obrigac4o das empresas. '© 383, TERCEIRIZAGAO. EMPREGADOS DA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIGOS E DA TOMADORA. ISONOMIA. ART. 12, “A”, DA LEl 1N® 6.019, DE 03.01.1974. A contratacao irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, nao gera vinculo de emprego com ente da Administracao Publica, nao afastando, contudo, pelo principio da isonomia, 0 direito dos empregados terceirizados as mesmas verbas trabalhistas legais © normativas asseguradas aqueles contratados pelo tomadar dos servigas, desde que presente a igualdade de funcSes. Aplicagdo analdgica do art. 12, "a", da Lein® 6,019, de 03.01.1974. NU (Bloco 4 - Trabalho e Saiide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos -Eixo Temético 5-Direitdo 15 ho-20 www.estrategiaconcursos.com.br 2 Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mi Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) Sintetizando, temos o seguinte salério dos terceirizados pode OU NAO ser equivalente 20 dos empregades proprios (art. 49-C, §1°) 5 servgoe preside Terceirizacao nas dependéncios da conatante contratante OBRIGADA a estender ‘eames fclidades aos terceizados atendimento médico, ambulatorial e de (art. 4°-C, caput) refeicao Drestados em outro local | contratante PODERA ou nio etender aos tercirzacos (ar. 52-4, 640), se terosrizados forem 20% ou mais dos ‘empregades prépros: pode disponibilzar alimentagao e atend, ambulatorial em outros locas Nesse sentido, destaco que a equivaléncia salarial ficou mantida apenas para o trabalhador temporario — Lei 6.019, art. 12, ‘a’. Para encerrar este tépico, trago as criticas do Ministro Godinho em relagdo & mudanca promovida’* ‘Asegunda mudanca muito impactante promovida pela Lei n. 13.467/2017 consiste na consagragio da ideia da discriminacao salarial entre os trabalhadores terceirizados e os empregados da empresa contratante (art. 4°-C, §1°, Lei 6.019/1974). Ou melhor: a possibilidade de escolha contratual, pelas empresas, entre se_adotar uma prética discriminatéria_ou ndo quanto aos salarios dos: trabalhadores terceirizados. Terceirizagao na Administragao Publica CEES A terceirizacéo no ambito piblico em geral é realizada por meio de contratos administrativos de prestaco de servicos, celebrados entre o ente puiblico e o prestador privado " DELGADO, Mauricio Godinho, DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasit com os comentarios & Lei n. 13.467/2017. 1" ed, So Paulo: Tr, 2017. P. 209 GB cnv Bl0c0 4 -Trabatho e Saiide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos - Eixo Tematico one 16 ho-20 ha 92 \www.estrategiaconcursos.com.br Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mi Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) A regra geral, de sede constitucional, 6 de que tais contratos sejam resultantes de um procedimento licitatério. E, uma vez celebrado o contrato, como vocés sabem, a Lei 14.133/2021 atribuiu a Administragao Publica o dever de fiscalizar os contratos administrativos que vier a celebrar: Fart. 117. A execugao do contrato devera ser acompanhada e fiscalizada por 1 (um) ou mais fiscais do contrato, representantes da Administrago especialmente designados conforme requisites estabelecidos no art. 7° desta Lei, ou pelos espectivos substitutos, permitida a contratagdo de terceiros para assisti-los e ubsidié-los com informacées pertinentes a essa atribuicSo. Esta atribuigdo é desempenha por um servidor, muitas vezes chamado de “fiscal de contrato” ou "gestor de contrato”. Considerando esta atribuico, o TST vinha entendendo que, caso esta fiscalizagao no fosse realizada de forma adequada, a Administragao Publica poderia ser chamada a responder pelos créditos trabalhistas ndo pages aos terceirizados. Exemplo: a empresa XYZ foi contratada pelo Tribunal 234 para prestar servicos de vigilancia. Pois bem, a empresa decretou sua faléncia e deixou de pagar uma série de direitos aos seus empregados que prestavam services aquele Tribunal. Nesse cenério, o TST vinha entendendo que, caso o Tribunal nao houvesse fiscalizado de forma adequada a prestagio dos servigos, o préprio Tribunal 234 poderia ser chamado a responder pelos direitos dos empregados da empresa XYZ. Neste aspecto convém mencionar as culpas in eligendlo e in vigilando. O coneeito de culpa in eligendo decorre do tomador de servicos ter elegido mal seu prestador de servicos, que nao cumpriu suas obrigagées perante os empregados. A culpa in vigilando se relaciona a fiscalizacao deficiente da tomadora, que permitiu a pratica de irregularidades trabalhistas por parte da prestadora, 0 que implica em sua responsabilidade subsidiaria Para que o tomador de servicos seja responsabilizado subsidiariamente me face de obrigacdes trabalhista oriundas da terceirizagao, este deve ter participado da relago processual e deve constar também do titulo executivo judi ial, Tendo em vista evolucao jurisprudencial com relagao & responsabilizacao da Administragao Publica em terceirizagées, em 2011 0 TST inseriu o item V na Simula 331, que trata especificamente da responsabilidade subsidiaria de érgao e entidades piblicos: NU (Bloco 4 - Trabalho e Saiide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos -Eixo Tematico 5-Direitodo 17 www.estrategiaconcursos.com.br 92 ho-20 Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mar Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) SUM-331, V - Os entes integrantes da Admi ‘espondem subsidiariamente, nas mesmas condicdes do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigacdes da Lei n.° 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalizagdo do cumprimento das obrigacées ontratuais e legais da prestadora de servico como empregadora. A aludida esponsabilidade n&o decorre de mero inadimplemento das obrigagdes rabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. Esta alteragao decorreu de aca judicial (Acao Declaratéria de Constitucionalidade - ADC) envolvendo a revogada Lei 8.666/93, que em seu artigo 71 dispunha: Além disso, a NLL estabelece que a Administragao contratante fiscalizara a execucao do contrato © 0 cumprimento das obrigacées contratuais da empresa contratada. Deste modo, o item V deixa claro que a responsabilizacao do ente piiblico “nao decorre de mero inadimplemento das obrigagées trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada”, mas ter lugar quando se verifique que o ente pubblico contratante aja de forma culposa no cumprimento (descumprimento, no caso) de sua obrigago de fiscalizar 0 contato ~ configurar-se- o, neste caso, as culpas in eligendd e in vigilando. Em outro giro, no julgamento do RE n° 760.931/DF, com repercusso geral reconhecida, o STF firmou a tese de que © inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do contratado ndo ransfere automaticamente ao Poder Publico contratante a responsabilidade pelo eu pagamento, seja em caréter solidario ou subsididrio, nos termos do art. 71, § > esl age Isto porque o STF entendeu que a responsabilizagao do ente piblico apenas esté autorizada quando comprovada a auséncia de fiscalizagéo quanto ao cumprimento das obrigagdes trabalhistas pela prestadora. E quem detém o énus de comprovar a realizacao da fiscalizago? Ou de provar a inexisténcia de fiscalizagao sistematica? \www.estrategiaconcursos.com.br 2 NU (Bloco 4 - Trabalho e Saiide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos - Eixo Tematico “pe do Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mi Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) Até pouco tempo atras, vinha se entendendo que a definigio do énus da prova caberia ao TST, diante de sua natureza eminentemente infraconstitucional. E, nesse sentido, vinha defendendo o TST” que a Administragao Publica é quem detinha o énus de provar que fiscalizou diligentemente 0s contratos por ela firmados. Nao havendo tal comprovagio, 0 poder piiblico seria chamado a responder em cardter subsidiério. Na prética, tal entendimento acabava apequenando o entendimento do STF no sentido de que a Administracao no responderia automaticamente. Isto porgue, caso néo houvesse provas de fiscalizagéo adequada, haveria a responsabilizacio subsididria do poder piblico "automaticamente”. Ocorre que, a partir de setembro de 2020, interpretando-se julgados do STF", o TST curvou-se & tese de que é do empregado (e nao da Administracao Piiblica) o 6nus de se comprovar a culpa in vigilando da Administragao: _O Supremo Tribunal Federal, a0 revisitar o tema especifico da responsabilidade : subsidiaria, apés o reconhecimento da constitucionalidade do art. 71, § 1°, da Lei 8.666/93, que exime a administragdo ptblica nos casos de terceirizacio de ervigos (ADC 16, Rel. Min. Cezar Peluso, DJe de 08/09/11), reafirmou o entendimento anterior, que veda a responsabilizacao automatica da administragao pUiblica, sé cabendo sua condenacdo se houver prova inequivoca de sua conduta omissiva ou comissiva na fiscalizacio dos contratos (RE 760.931, Red. Min. Luiz Fux, julgado em 30/03/17, leading case do Tema 246 de Repercussao Geral do STF). Nesse sentido, apenas nas hipéteses em que fique claro na decisio regional que foi comprovada pelo reclamante a culpa in eligendo ou in vigilando da administragao publica é que se poderia condené-la subsidiariamente. As hipdteses de culpa presumida ou decorrente de inversao do 6nus da prova, como também de atribuiggo da responsabilidade por mero inadimplemento das obrigagdes rabalhistas por parte do prestador de servicos, foram descartadas pelo Pretério Excelso nesse ultimo julgamento. 2. Sobreleva notar que a tese da Relatora origindria do RE 760.931 (Min. Rosa Weber), de que o énus da prova era da Administraco Publica, restou vencida, € a deciséo do TST, caleada na culpa in vigilando do ente publico, por nao ter provado que fiscalizou o cumprimento das obrigagées trabalhistas, foi reformada. Assim, 0s embargos declaratérios foram rejeitados ao fundamento de que a decisdo no carecia de maiores esclarecimentos (RE 760.931-ED, Red. Min. Edson Fachin, DJe de 06/09/19). Ou seja, nem se adotou a tese, a contrario sensu, do 6nus da prova do reclamante nos embargos declaratérios, nem se afirmou ser tal ! 17 & exemplo do TST-E-RR-925-07.2016.5.05.0281, SBDI-I, rel. Min. Cléudio Mascarenhas Brandao, 12.12.2019. Informativo TST 214 18 Em especial o RE 760.931 (tema de repercussao geral 246) NU (Bloco 4 - Trabalho e Satide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos -Eixo Temético 5-Direitdo 19 ho-20 www.estrategiaconcursos.com.br 92 Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mi Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) | matéria infraconstitucional, j4 que, repita-se, ficou vencida a tese do énus da prova ! da administracao publica no julgamento origindrio do Supremo, com cassago da decisdo do TST que se firmava nessa tese especifica (Rel. Min. Freire Pimenta). 3. Ademais, ambas as Turmas do STF, apreciando reclamagées contra decisées do TST, vencidos os Min. Marco Aurélio e Rosa Webrer, deixaram claro que, de acorde com o figurino dos precedentes vinculantes do STF quanto ao Tema 246, (cfr. AgRg-ED-Rcl 36.836-MA, 1° Turma, Red. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 14/2/2020; AgRg-Rcl 37.035-MA, 2* Turma, Rel. Min. Carmen Lucia, julgado em 19/12/2019). 4. Assim, a regra & a no responsabilizagdo da administrac3o publica pelos créditos judiciais trabalhistas de empregados terceirizados, e a contemporizagao do STF, abrindo excecdo a regra, fica limitada e balizada pelas decisées da propria Suprema Corte, que, portanto, nao comportam elastecimento por parte da Justica do Trabalho. TST-RR-83- 97.2018.5.20.0003, 4* Turma, rel. Min. Ives Gandra Martins Filho, julgado em 29/9/2020. Informative TST 226. Para finalizar a Sumula 331 vamos reler o item VI: VI — A responsabilidade subsididria do tomador de servigos abrange todas a: bas d da condenagio ref di 40 laboral Este item também foi inserido em 2011, para deixar claro que a responsabilidade subsidiaria na terceirizago ndo se refere apenas ao salério, mas também as demais verbas trabalhistas remuneratérias e indenizatérias. Como ja ressaltamos anteriormente, a simula comentada acima nao foi objeto de cancelamento ou reforma pelo TST, mesmo apés a publicacao da nova lei de terceirizagio (Lei 13.429/2017). As alteracdes promovidas pela nova lei exigiréo o cancelamento ou a reviséo da Sumula no 331 do TST, pois, até entao, esta simula era a principal diretriz que tinhamos a respeito do assunto, ja que, em todos estes anos de terceirizacao no Brasil, o assunto ainda nao havia sido regulamentado por lei Com a alteracao promovida pela Lei 13.429/2017, a redagao da stimula, no geral, perdeu parte de sua relevancia GB cnv (loco 4 -Trabatho e Saiide do Trabathador) Conhecimentos Especificos -Eixo Tematico 5 -Direit6do 20 ho-20 wunw.estrateglaconcursos.com.br Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mi Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) Todavia, no que diz respeito @ responsabilidade do tomador, a regra continua sendo a responsabilidade subsidiéria de quem contrata a prestacio dos servicos. Nesse sentido, a lei da terceirizagao reforca a responsabilidade subsididria da contratante pelas obrigagées trabalhistas em uma terceirizacao licita”: Lei 6019/1974, art. 5A, § 5*A empresa contratante é subsidiariamente responsavel pelas obrigagées trabalhistas referentes ao periodo em que ocorrer a prestagdo de servigos, @ 0 recolhimento das contribuigées previdenciarias bs di Por fim, ressalte-se que, em junho de 2020, ao apreciar a constitucionalidade da alteracao promovida pela Lei 13.429/2017, o STF" confirmou sua constitucionalidade, inclusive quanto & possibilidade de terceirizacao no ambito da Administragao Publica Aspectos especificos na “nova lei de licitages” A nova lei de licitagSes prevé que somente o contratado sera responsdvel pelos encargos trabalhistas, previdencidrios, fiscais e comerciais resultantes da execucdo do contrato, consoante prevé o caput do art. 121 da nova lei. Portanto, 0 pagamento dos salérios dos empregados vinculados ao contrato, o pagamento de tributos, inclusive de natureza previdenciéria, e obrigacées de natureza comercial relacionadas ao contrato estao a cargo do contratado, somente, como regra geral. Mas a Lei 14.133 prevé também o que ocorreré se 0 contratado deixa de cumprir tais encargos, isto 6, se 0 contratado estiver em situagdo de inadimpléncia em relagdo a estes encargos: FArt. 121, § 1° inadimpléncia do contratado em relagio aos encargos trabalhistas, iscais e comerciais nao transferiré & Administracdo a responsabilidad pelo seu pagamento e ndo poderé onerar o objeto do contrato nem restringir a ‘egularizaco e o uso das obras e das edificagées, inclusive perante o registro de iméveis, ressalvada a hipotese prevista no § 2° deste artigo. (..) " Aproveitando-se o teor da SUM-331, itens |e IV. ® Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de servicos exacutados mediante cessio de mo de obra, inclusive em regime de trabalho temporsrio, devera reter 11% (onze por conto) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestacao de servicos © recolher, em nome da empresa cadente da mao de obra, a import&ncia retida até o dia 20 (vinte) do més subsequente ao da ‘emissio da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia ttl imediatamente anterior se niio houver expediente bancétio naquele dia, observado o disposto no § 5° do art. 33 desta Lei 21 ADIs 5.735, 5.695, 5.685, 5.686 e 5.687 NU (Bloco 4 - Trabalho e Saiide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos -Eixo Temético 5-Direitdo 21 ho -20 www.estrategiaconcursos.com.br 92 Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mi Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) § 2° Exclusivamente nas contratagdes de servigos continuos com regime de dedicagio exclusiva de mao de obra, a Administracdo responderé solidariamente pelos encargos previdenciarios e subsidiariamente pelos encargos trabalhistas se comprovada falha na fiscalizagao do cumprimento das obrigagdes do contratado. ESCLARECENDO! Reparem que, segundo a lei, para os encargos trabalhistas, fiscais e comerciais, a inadimpléncia do contratado nao transfere 4 Administragdo Pablica a responsabilidade por seu pagamento (art. 121, §1°). A inadimpléncia quanto a estes encargos também n&o poderé onerar o objeto do contrato, ou seja, ndo poderd impor énus, como impedimento & regularizagao ou & obtencao de alvara de funcionamento ao edificio. No que se refere aos encargos previdenciarios e trabalhistas, teremos uma excegao envolvendo 0 contratos de “‘servicos continuos com regime de dedicagio exclusiva de mao de obra" Nestes contratos, a inadimpléncia do contratado pode fazer com que a Administragio responde de maneira solidéria pelos encargos previdenciérios e subsididria pelos encargos trabalhistas (art. 121, §2°). Além disso, teremos outra peculiaridade envolvendo os encargos trabalhistas e os contratos de servigos continuados. A nova lei de licitagGes - seguindo entendimento do STF” — estabeleceu que a responsabilidade da Administraco nao é automética, pois depende de a Administragao ter sido negligente quanto ao seu dever de fiscalizar o contrato (art. 121, §2°, parte final). (PF rcxouncanoo Imaginem o seguinte exemplo: o Banco Central contrata a empresa Fogo Total para Ihe prestar servicos de vigilancia. Durante os 5 anos do contrato, os servicos eram 2 Art. 6°, XVI - servicos continuos com regime de dedicacdo exclusiva de mao de obra: aqueles cujo modelo de execucdo contratual exige, entre outros requisites, que: a) 0s empregados do contratado fiquem & disposic8o nas dependéncias do contratante para a prestagio dos servicos; b) 0 contratado ndo compartilhe os recursos humanos e materials disponivels de uma contratacao para execucio simult&nea de outros contratos; ) © contratado possibilite a fiscalizacao pelo contratante quanto & distribulcao, controle e supervisao dos recursos humanos alocados aos seus contratos; 23 A exemplo do Recurso Extraordinério (RE) 760931. GB cnv Bl0c0 4 -Trabatho e Saiide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos - Eixo Tematico one 2 \www.estrategiaconcursos.com.br 92 ho-20 Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mar Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) prestados pelos vigilantes Lucas, Jodo, Mateus e Marcos (terceirizados da empresa Fogo Total). Se a empresa deixar de pagar os encargos trabalhistas destes empregados, o Banco Central nao poderd ser chamado a pagar tais encargos, como regra geral. No entanto, se a autarquia deixou de fiscalizar a execugdo daquele contrato (ndo verificando os pagamentos dos salarios dos terceirizados, ndo checando a concesséo de férias, recolhimento de FGTS etc), considera-se que houve negligéncia do seu dever de fiscalizar (chamada culpa in vigilando). Nesta situac&o, excepcionalmente, o Banco Central passaré a responder de maneira subsidiaria (e nao solidaria). A responsabilidade subsidiaria significa que hd uma ordem de preferéncia para cobranga dos valores, devendo-se primeiramente tentar cobrar da propria empresa contratada e, somente em segundo lugar, do ente publico. A titulo de aprofundamento, destaco que, em relaco aos contratos com dedicacao exclusiva de mao de obra, o legislador previu outras medidas para redugdo do risco trabalhista da Administracao: rt. 121, § 3° Nas contratagées de servigos continuos com regime de dedicagao ‘exclusiva de mao de obra, para assegurar o cumprimento de obrigagdes rabalhistas pelo contratado, a Administrag3o, mediante disposig3o em edital ou ‘em contrato, poder, entre outras medidas: - exigir caugdo, fianga bancéria ou contratagéio de seguro-garantia com cobertura para verbas rescis6rias inadimplidas; ll - condicionar 0 pagamento @ comprovacao de quitagéo das obrigacdes rabalhistas vencidas relativas ao contrato; [uma espécie de retengdo dos pagamentos, condicionada & comprovagao de pagamento dos terceirizados] Il - efetuar o depésito de valores em conta vinculada [art. 142]; \V - em caso de inadimplemento, efetuar diretamente 0 pagamento das verbas rabalhistas, que sero deduzidas do pagamento devido ao contratado; [aqui o poder piiblico pagaria diretamente aos terceirizados] V - estabelecer que os valores destinados a férias, a décimo terceiro salario, a | auséncias legais e @ verbas rescis6rias dos empregados do contratado que | NU (Bloco 4 - Trabalho e Saiide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos -Eixo Temético 5-Direitdo 23 ho -20 www.estrategiaconcursos.com.br 92 Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mi Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) participarem da execugao dos servigos contratados serao pagos pelo contratante ao contratado somente na ocorréncia do fato gerador [art. 142]. § 4° Os valores depositados na conta vinculada a que se refere 0 inciso III do § 3° de 0 absolt ir horavei: S ESQUEMATIZANDO Administragao responde (regra) corey Ta Seer aie ; 1 Administragao ano néo responde red confines ei se houver falha responde dedicacao na fiscalizacao |} subsidiariamen te exclusiva de M/O Administracdo responde solidariamente Por fim, lembro que, mesmo quando a empresa contratada subcontratar parte do objeto, ela continuaré responsavel pelas obrigagées legais ou contratuais inicialmente assumidas (art. 122). GB cnv Bl0c0 4 -Trabatho e Saiide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos - Eixo Tematico one 24 ho-20 \www.estrategiaconcursos.com.br 2 Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mar Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) RABALHO TEMPORARIO Em relagdo ao trabalho temporario, considero importante frisar que o trabalhador tempordrio ndo se confunde com o empregado contratado a prazo determinado (art. 443 da CLT). No trabalho temporério regido pela Lei 6.019/74 temos uma relacao juridica trilateral, com a empresa de trabalho tempordrio (ETT), empresa tomadora de servicos € 0 trabalhador, vinculado a primeira. No contrato a prazo determinado, conforme delineado pelo art. 443 da CLT, no existe empresa de trabalho temporario; é a prdpria empresa interessada que ira contratar o empregado a prazo determinado nas hipoteses previstas, quais sejam: a) de servico cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminaco do prazo; b) de atividades empresariais de carater transitério; c) de contrato de experiéncia. Acerca da similitude das hipéteses autorizativa das contratagées em ambos os casos, Mauricio Godinho Delgado* explica que "O exame dessas duas hipéteses de pactuaco temporaria evidencia que no se diferenciam substantivamente das hipéteses celetistas de pactuacdo de contrato ‘empregaticio por tempo determinado (art. 443, CLT). De fato, sob a dtica socioeconémica, ‘as mesmas necessidades empresariais atendidas pelos trabalhadores temporarios (Lei n. 6.019) sempre puderam (e podem) ser preenchidas por empregados submetidos a contratos celetistas por tempo determinado (art. 443, CLT).” Voltando ao trabalho temporario, regido pela Lei 6.019/74, pode-se defini-lo como: Lei 6.019/74, art. 2° - Trabalho tempordrio é aquele prestado por pessoa fisica contratada por uma empresa de trabalho temporario que a coloca a disposic3o de uma empresa tomadora de servicos, para atender necessidade de substituicdo transitéria de pessoal permanente ou a demanda complementar de servicos. Antes da Lei 13.429/2017, a definicao era a seguinte: * DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit, p. 463. . 2 \www.estrategiaconcursos.com.br NU (Bloco 4 - Trabalho e Satide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos - Eixo Temético “pe do 25 ho-2 Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mi Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) Lei 6.019/74, art. 22 - Trabalho temporario é aquele prestado por pessoa fisica a uma ‘empresa, para atender a necessidade transitéria de substituico de seu pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinario de servicos, Enesta mesma lei onde consta a definico de empresa de trabalho tempor Lei 6.019/74, art. 42 - Empresa de trabalho tempordrio é a pessoa juridica, devidamente registrada no Ministério do Trabalho, responsavel pela colocacdo de trabalhadores & disposicao de outras empresas temporariamente. A defini¢So anterior era a seguinte: Lei 6.019/74, art. 42 - Compreende-se como empresa de trabalho tempordrio a pessoa fisica ou juridica urbana, cuja atividade consiste em colocar @ disposicio de outras ‘empresas, temporariamente, trabalhadores, devidamente qualificados, por elas remunerados e assist Como a empresa de trabalho temporério (ETT) nao é contratada para realizar servigos, mas sim intermediar méo de obra, percebam que este é um caso em que o trabalhador da empresa prestadora ser alocado na dinmica industrial da tomadora, ou seja, realizar suas atividades de forma subordinada a tomadora. Segue abaixo um esquema envolvendo o trabalho tempordrio: Ce eee Contrato de naturezaciil =, Ue (intermediago de mao de obra) Pau) TL de trabaiho Secrest) Hipdteses do trabalho temporario GN Car © trabalho tempordrio se destina 2 permitir que a empresa de trabalho temporério (ETT) fornesa trabalhadores a outras empresas, sendo relacio excepcional que s6 é admitida nas estritas hipéteses do art. 22 da Lei 6.019/74, a saber: BB wv sioco 4 -Trabaino e Saide do Trabathacor) Conhecimentos Especificos -Eixo Tematico §-Dipeit6Go 26 o-20 wunw.estrateglaconcursos.com.br 92 Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mi Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) * necessidade de substituigao transitéria de pessoal permanente? © demanda complementar de servicos? Acerca desta ultima hipstese, a prépria lei dispds da seguinte forma: Lei 6.019/74, art. 22, § 22 Considera-se complementar a demanda de servicos que seja oriunda de fatores imprevisiveis ou, quando decorrente de fatores previsiveis, tenha natureza intermitente, periddica ou sazonal. Resumindo, sera complementar a demanda decorrente de fatores: ¥_ imprevisiveis ou Y previsiveis, com natureza © periédica © intermitente © sazonal Por outro lado, o Decreto 10.854/2021 deixa claro que: Art, 43, Pardgrafo dnico. Nao se considera demanda complementar de servicos: |-as demandas continuas ou permanentes; ou Il-as demandas decorrentes da abertura de Além das hipéteses, é importante se atentar para duas novidades trazidas com a Lei 13.429/2017: ‘* atualmente apenas pessoa juridica pode ser empresa de trabalho temporario* © poderd existir trabalho tempordrio também no meio rural? A lei autoriza, excepcionalmente, a utilizago do trabalho temporario para substituir grevistas em algumas raras situacées°, como no caso de greve considerada abusiva: “crt SAE 145 V's snes ac anaeide pansoel posse -itamsiehoio Kabalasioy ersnhstvalit ‘empresa tomadora de servigos ou cliente afa bi férias, icencas e outros afastamentos previstos em le 3 Que Substituiu a hipétese anterior de sesdecimoentrocniniriodererigos “/ definig0 anterior dav margem 2 que pessoas fisicas também 0 fossem. 5 & definicso anterior restringiao trabalho temporétio a0 meio urbano. * Let 7.783, art. 7 Durante a greve, o sindicato ou 2 comiss3o de negociacao, mediante acordo com a entidade patronal ou diretamente com © empregador, manterd em atividade equipes de empregados com o propésito de assegurar os servigos cuja paralisagio resultem em prejuizo irrepardvel, pela deterioraco ireversivel de bens, méquinas e equipamentos, bem como a manutengao daqueles essenciais & retomada das atividades da empresa quando da cessagao do movimento. Parégrafo ‘nico, Nia havendo acardo, é assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve, o direito de contratar diretamente os servigos necessérios a que se refere este artigo. GB cnv Bloco 4 -Trabatho e Saiide do Trabathador) Conhecimentos Especificos -Eixo Tematico 5 -Dieit6do 27 ho-20 wunw.estrateglaconcursos.com.br 92 Antonio Daud, Mara Quelroga Camisassa de Assis, Equipe Mi Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF) Lei 6.019/74, art. 28, § 12€ proibida a contratagéo de trabalho tempordrio para a substituigao de trabalhadores em greve, salvo nos casos previstos em lei’. Portanto, vejam que, regra geral, no se pode ul indiscriminadamente. ar do trabalho tempordrio para substi: grevistas ‘A adoco do trabalho tempordrio, na situacio de greve, se dé apenas em casos especificos, previstos na Lei de Greve. Por fim, a lei esclarece que o trabalho temporario pode se dar em atividades-meio ou atividades-fim da tomadora dos servicos: Lei 6.019/74, art. 9°, § 320 contrato de trabalho tempordrio pode versar sobre o desenvolvimento de atividades-meio e atividades-fim a serem executadas na empresa tomadora de servicos. Esta regra no traz novidades quanto ao trabalho temporério, eis que este jd era o entendimento vigente com a SUM-331 (apenas a “terceirizagao” é que ndo era admitida em atividades-fim). Prazo do trabalho temporari ST Em regra, o atual® prazo do trabalho temporario, considerando 0 mesmo trabalhador e o mesmo tomador, 6 de 180 dias (ainda que n3o consecutivos): Lei 6.019, art. 10, § 12 © contrato de trabalho temporério, com relacio 20 mesmo empregador, nao poderd exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou nao. Todavia, a lei prevé uma possi ensejaram a contratacao: lidade de prorrogacao por mais 90 dias, caso mantidas as condigées que Lei 6.019, art. 10, § 2° O contrato poderd ser prorrogado por até noventa dias, Consecutivos ou no, além do prazo estabelecido no § 12 deste artigo, quando comprovada a manutencao das condi¢des que o ensejaram. Portanto: Prazo de 180 Tees Meee Ait. 14 Constitul abuso do direito de greve a inobseivancia das normas contidas na presente Lei, bem como a manutencie da paralisagio apés a celebrago de acordo, convengio ou decisio da Justica do Trabalho. ” Estes casos encontram-se previstos nos arts, 9° € 14 da Lei de Greve. * Antes da Lei 13.429, 0 prazo do contrato de trabalho temporario era de até 112s meses, salvo autorizago do Ministério do Trabalho. GB cnv Bl0c0 4 -Trabatho e Saiide do Trabalhador) Conhecimentos Especificos - Eixo Tematico one 28 ho-20 \www.estrategiaconcursos.com.br 92

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