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Resumos Integracao Da Ue
Resumos Integracao Da Ue
Resumos: Integração da UE
A união monetária não implica a existência de uma moeda única, mas no caso
europeu vai acompanhada da criação do euro como moeda única cuja emissão
é da responsabilidade do Banco Central Europeu.
Uma união monetária implica que os Estados deixam de utilizar expedientes
monetários competitivos, nomeadamente, o recurso à desvalorização cambial
da sua moeda para obter ganhos nas relações de concorrência. Significa
câmbios fixos e convertibilidade obrigatória das moedas nacionais.
Com este passo, os Estados membros perdem a faculdade de alterarem,
unilateralmente, o valor das respetivas moedas, não podendo mais influenciar
as condições de troca dos bens, tornando as exportações mais baratas por força
de desvalorizações competitivas.
A realização da União Monetária conheceu 3 fases:
1) (até finais de 1993) com a garantia da livre circulação de capitais. Para
além das disposições iniciais do Tratado de Roma, esta liberdade
fundamental ficou consagrada com a Diretiva n.º 88/361, de 24 de junho
de 1988.
2) (1994-1998) foi criado o Instituto Monetário Europeu através do
cumprimento dos critérios de convergência nominal. Tais critérios visam
garantir:
a) Estabilidade monetária – impondo que a taxa de inflação não deve
exceder;
b) Disciplina das Finanças Públicas – evitando défices orçamentais
excessivos;
c) Estabilidade cambial – exigindo-se que a moeda de um Estados
membros não tivesse sofrido uma desvalorização relativamente à
moeda de qualquer outros Estados membros.
3) (inicio em 1999) com a adoção de uma moeda única, o Euro, por 11 dos
15 Estados membros. O Instituto Monetário Europeu foi substituído pelo
Banco Central Europeu que forma hoje, o Sistema Europeu dos Bancos
Centrais (SEBC) cujo principal objetivo é a manutenção da estabilidade
dos preços.
Até finais do ano de 2001, o Euro foi apenas utilizado nas transações bancárias,
na qualidade de moeda escritural, começando a circular sob a forma de moeda
metálica e de papel-moeda a partir de 01 de Janeiro de 2002.
Tratado de Amesterdão
Foi assinado em 02 de Outubro de 1997 e entrou em vigor em 01 de Maio de
1999, uma vez concluídos os processos de ratificação nos Estados membros.
i. Paz
ii. Valores universais do art. 2º do TUE
iii. Bem-estar dos seus povos
Podemos resumir a 5 os principais objetivos da UE:
Promoção da paz, dos valores da União e do bem-estar dos seus povos -
Art. 3º, n.º 1 do TUE
Proporcionar aos seus cidadãos um espaço de liberdade, de segurança e
de justiça – Art. 3º, n.º 2 do TUE
Estabelecer o mercado interno, o objetivo é assegurar o desenvolvimento
sustentável da Europa; combater a exclusão social e as discriminações;
promover a coesão económica, social e territorial e a solidariedade entre
os Estados membros; respeito pela diversidade cultural e linguística e
velando pela salvaguarda e pelo desenvolvimento do património cultural
europeu – Art. 3º, n.º 3 do TUE
Estabelecimento de uma união económica e monetária cuja moeda é o
euro – Art. 3º, n.º 4 do TUE
Afirmação da UE no plano internacional – Art. 3º, n.º 5 do TUE
Símbolos da UE
A UE adotou os seus próprios símbolos, nomeadamente, a bandeira e o hino.
A bandeira é o símbolo da unidade e identidade da Europa, é constituída por 12
estrelas douradas dispostas em círculo sobre o fundo azul, que simbolizam os
ideais de unidade, solidariedade e harmonia entre os povos da Europa. O
número de estrelas significa a perfeição, a plenitude. O círculo é um símbolo de
unidade. A actual bandeira europeia teve origem na bandeira adotada (1955)
pelo Conselho da Europa, tendo-se tornado emblema oficial da Comunidade
Europeia apenas em 1986.
A UE tem o seu próprio hino, a Ode à Alegria, que é o prelúdio ao hino da alegria.
O Hino Europeu foi adotado pelo Conselho da Europa, em janeiro de 1972. O
hino utiliza a linguagem universal da música para exaltar os ideais europeus da
liberdade, paz e solidariedade.
A UE tem o seu dia, o dia da Europa que é o 9 de Maio, em que se comemora a
paz e a unidade na Europa. Esta data assinala o aniversário da histórica
Declaração Schuman.
Personalidade jurídica da UE
O TUE, na versão originária de Maastricht e nas versões revistas de Amesterdão e
de Nice, não faz qualquer referência expressa à personalidade jurídica da UE.
A justificação para isso deve-se à circunstância de a UE ter sido criada com base
nas Comunidades que são mantidas pelo Tratado instituidor como primeiro pilar
da União então criada.
Existe a afirmação da continuidade da personalidade jurídica da Comunidade
Europeia que serve de base à própria UE e apesar de ter sido colocado o
problema no âmbito dos trabalhos preparatórios do Tratado de Amesterdão, foi
mantida a opção de não fazer nenhuma referência expressa à personalidade
jurídica da União acabada de criar.
Não há margem para qualquer dúvida razoável quanto à personalidade jurídica
da UE, posto que o Tratado atribuía capacidade jurídica à UE para celebrar
acordos internacionais.
Só tem capacidade jurídica, o ente que goza de personalidade jurídica. A
suscetibilidade de ser titular de direitos e obrigações é o pressuposto da
capacidade jurídica. E a capacidade jurídica das pessoas coletivas é uma
capacidade demarcada e limitada em razão do princípio da especialidade.
Mas, o Tratado de Lisboa afirmou expressamente que “A União Europeia tem
personalidade jurídica”.
Art. 47º do TUE
A revisão dos Tratados e a Constituição europeia
O processo de construção europeia passou pelas seguintes inovações:
a) Assinatura do Ato Único Europeu (1987)
b) Assinatura do Tratado da União Europeia (1992, Maastricht)
c) Assinatura do Tratado de Amesterdão (1997)
d) Assinatura do Tratado de Nice (2001)
e) Assinatura do Tratado que estabelecia uma Constituição para a Europa
pelos 25 Chefes de Estado e de Governo (29 de Outubro de 2004)
Resulta assim o projeto da “Constituição europeia”, foi concebido como o
prolongamento do processo de reformas institucionais iniciado pelo Tratado de
Nice.
O “tratado constitucional” está dividido em 4 partes principais, começa com o
Preâmbulo de caráter constitucional, que recorda a história, as heranças da
Europa e a vontade de ultrapassar as suas divisões, a que se segue um texto
normativo dividido em 4 partes distintas:
1) Parte I – 9 títulos, é consagrada aos princípios, objetivos e disposições
institucionais que regem a nova UE
Começou por fazer a interpretação das regras constantes dos Tratados, mas foi
mais além, declarando um conjunto de princípios gerais (princípio do primado e
o princípio do efeito imediato ou mesmo desenvolvendo outros princípios, em
especial, o da aplicabilidade direta ao direito europeu)
A primeira fase foi assente no reenvio a título prejudicial o Tribunal da Justiça
promoveu o que tem sido designado de “constitucionalização” do Tratado de
Roma, sendo que numa segunda fase e nessa tendência para criar direito
europeu acabou por violar o princípios das competências de atribuição,
acabando por desvirtuar este princípio, ao transformar determinadas
competências concorrentes em competências exclusivas da UE.
O art. 5º do TUE veio colocar um travão a esta jurisprudência do Tribunal de
Justiça.
Princípio da atribuição – a União atua unicamente dentro dos limites das
competências que os Estados membros lhe tenham atribuído nos Tratados,
sendo que as competências que não sejam atribuídas à União nos Tratados
pertencem aos Estados membros.
Princípio da subsidiariedade – nos domínios que não sejam da sua competência
exclusiva, a União intervém apenas se e na medida em que os objetivos da
ação considerada não possam ser suficientemente alcançados pelos Estados
membros.
A afirmação pelo Tratado de que em mateira de responsabilidade extracontratual,
a União deve indemnizar os danos causados pelas suas instituições ou pelos
seus agentes no exercício das suas funções permite que o Tribunal de Justiça
recorra frequentemente à utilização dos princípios gerais de direito.
Baseando-se nesses, o Tribunal de Justiça tem vindo a afirmar um conjunto de
princípios que se impõe às instâncias nacionais e às instituições da UE quando
estas são chamadas a aplicar o direito europeu.
4 Princípios gerais:
i. Princípio da segurança jurídica – o Tribunal de Justiça tem sustentado a
existência de duas situações diversas, mas que constituem verdadeiros
corolários da segurança jurídica:
1. Princípio da estabilidade das situações jurídicas
2. Princípio da confiança legítima dos cidadãos na atividade da
administração
Estes dois corolários têm sido invocados pelo Tribunal por via de uma
análise em que são ponderadas as implicações jurídicas incontornáveis
que acabam por estar sempre presentes quando é chamado a pronunciar-
Os princípios e valores da UE
O processo de integração foi orientado para a prossecução de fins políticos:
i. Paz duradoura
ii. Criação de uma solidariedade de fato entre os Estados europeus
No início do processo optou-se por um modelo de integração funcional, o que
resultou na prioridade dada aos objetivos económicos, nomeadamente através
da criação de um mercado comum, logo evoluindo para uma união económica e
monetária.
Com o Tratado de Nice resulta a vontade de criar “uma união cada vez mais
estreita entre os povos da Europa”.
Com o Tratado de Lisboa, os objetivos da UE ficaram assinalados, como sendo a
construção de uma União assente nos valores universais que são os direitos
invioláveis e inalienáveis da pessoa humana.
Art. 2º do TUE
O Tratado de Lisboa define como principais objetivos a alcançar os previstos no
art. 3º do TUE.
Conclui-se que a UE assenta num conjunto de princípios fundamentais que em
boa parte são princípios estruturantes do seu ordenamento jurídico, podendo
mesmo afirmar-se que tais princípios integram a chamada “constituição
material” da União.
Os tratados consagram um conjunto de princípios que dão vida aos valores
universais proclamados pela UE e se afirmam como fundamento e bússola
orientadora de todo o processo de integração.
São princípios fundamentais no sentido em que dão vida aos valores que a UE
adotou como base de legitimação do seu funcionamento e de orientação
superior de todas as suas decisões.
Esses princípios e valores ocupam o lugar cimeiro na hierarquia das fontes do
Direito da UE, alguns deles são princípios gerais de direito.
O Tratado de Lisboa afirmou expressamente esse conjunto de princípios como
valores em que se funda a UE.
Art. 2º do TUE
A importância desses princípios é vital para a UE enquanto produto histórico com
um património cultural e humanista e assumem uma natureza imperativa para
os Estados membros, pelo que qualquer violação grave e reiterada pode
resultar em sanção para o Estado membro. – Art. 7º do TUE
O princípio da identidade nacional
Sempre ficou claro um aspeto, o qual diz respeito à aceitação por parte de todos
os Estados membros de que, independentemente da natureza e especificidade
dos interesses nacionais existe o interessa da União que se sobrepõe aos
interesses de cada Estado enquanto interesse geral ou comum.
Esta solidariedade resulta da convicção de que os sacrifícios que cada Estado
membro tenha de suportar acabam claramente compensados pelas vantagens
resultantes da realização do interesse geral ou comum. Existe um interesse
geral, autónomo, cuja prossecução constitui o objetivo prioritário da UE.
É com base neste princípio que os Estados membros assumem o dever de
prosseguir o interesse geral, de convergir e cooperar entre si e de nada fazer
que possa prejudicar o interesse da União.
É desde logo uma solidariedade política entre Estados, numa espécie de
“contrato social” entre povos, na realização do objetivo comum da coesão
económica, social e territorial.
Art. 3º, n.º 3, 3º § do TUE
Solidariedade significa entreajuda, cooperação leal e convergência
O princípio da subsidiariedade
Este princípio disciplina o exercício das atribuições não exclusivas da UE,
segundo o qual a União só deve intervir quando se mostre necessária a sua
ação.
É um princípio de descentralização, na medida em que atribui aos Estados a
preferência no exercício das competências não exclusivas da União.
Sempre que se justifique a adoção de uma medida em domínios não reservados
em exclusivo à União, ou seja, em matérias em que existem competências
concorrentes ou partilhadas entre a UE e os Estados membros, então a medida
deve ser adotada de acordo com os ditames do princípio da subsidiariedade.
De acordo com o princípio, a intervenção dos Estados é a regra, no sentido em
que a decisão deve ser tomada ao nível mais próximo dos cidadãos.
Art. 1º, 2º § do TUE
A intervenção da UE, para além de necessária tem de justificar-se pela
insuficiência ou menor eficácia da ação do Estado em face da dimensão e
alcance dos objetivos a realizar com a ação ou a medida considerada.
Art. 49º do TUE – o pedido do Estado candidato para se tornar membro da União
é dirigido ao Conselho, que se pronuncia por unanimidade, após ter consultado
a Comissão e após parecer favorável do Parlamento Europeu, que se pronuncia
por maioria absoluta dos membros que o compõem. As condições de admissão
e as adaptações dos Tratados em que se funde a União serão objetivo de acordo
entre os Estados membros e o Estado peticionário. Esse acordo será submetido
à ratificação de todos os Estados Contratantes, de acordo com as respectivas
normas constitucionais.
No domínio da proteção dos direitos fundamentais ao introduzir a alteração
constante do novo artigo 7º do TUE.
O Conselho pode decidir a aplicação da sanção de suspensão de alguns direitos
decorrentes do Tratado a um Estado membro que incorra na violação grave de
algum dos princípios enunciados no n.º 1 do art. 6º.
O Tratado estabelece o procedimento a adotar mas situações em que se
verifique a ocorrência de violações graves dos direitos fundamentais e de outros
princípios de que depende o respeito pelos direitos fundamentais, como são os
princípios da liberdade, da democracia e do Estado de Direito.
Antes de proceder à conclusão do processo de verificação da existência de uma
situação de violação grave de direitos fundamentais, o Conselho deve ouvir o
Estado membro em questão e pode inclusive pedir a personalidades
independentes que lhe apresentem um relatório sobre a situação nesse Estado
membro.
Se se verificar a existência da violação grave e persistente dos direitos
fundamentais, o Conselho pode decidir suspender alguns dos direitos
decorrentes da aplicação do presente Tratado ao Estado membro em causa,
incluindo o direito de voto do representante do Governo desse Estado membro
no Conselho. Ao fazê-lo, o Conselho terá em conta as eventuais consequências
dessa suspensão nos direitos e obrigações das pessoas singulares e coletivas.
O Estado membro em questão continua, de qualquer modo, vinculado às
obrigações que lhe incumbem por força do Tratado da União.
Obriga os Estados membros mas somente quando estes aplicam o direito da UE.
As autoridades públicas dos Estados-membros só são obrigadas a respeitar a
Carta quando aplicam o direito da UE. Sob orientação do Tribunal de Justiça, os
juízes dos Estados-membros só tem competência para assegurar que a Carta
seja respeitada pelos Estados-membros quando aplicam o direito da União.
Art. 51º, n.º 1 e 53º da CDFUE
Competências
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