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oaor2020 ‘Venus om dois alos (HTTPS://HEMISPHERICINSTITUTE.ORG/) A-91/9--E58AV5/VENUS-EN-DOS-ACTOS HTML) (/65/EMISFERICA-91/9-1-E5SAV5/E91-ESSAY-VENUS-EN-O0S-ACTOS HTML) Porrucues (UPTV eMISFERICA-91/9-1-ESSAYS/VENUS-EN-DOS-ACTOS HTM: comegar wer © UE NOs somos. (er/cursos.anMt) (ersmipye HTML) (HrTPy/HeM PRESS) ewisrenico (/P/EMISFERICA. HTML) (vemencenvey erainmarives HTM) (Pr/EVENTS.NTWLD encuentro /olomistoca-ainem eiirca #142 Feauaot uno anoou ho (nttp:/shemi pross/omisterioa/} ~ (/pt/e91-masthead htt (participate) S - ” AAS Pe creat rN? uo at Ui diiapeaises ; re ae treeipertss| Ryreoret tes Sees ma iste AU IUNSVEY OLAV EY OYA pres Ce aR BOWED H VOT vente MUNIN {hep Pitcncock te virginia odu/Slave'rade/eellction/inige/£0% JPG) hitps:hemisphericinsttute. orgiptlemisterca-91/9-1-essaysivenus-en-dos-actos him! an oaor2020 1s em dois alos cones //HEMISPHERICINSTITUTE.ORG/) Vénus em dois atoe Resumo: Fste ensclo exomina a presenga onipresente de VEnus no orquiva da escravidao atlantica elute contra a impossibildade de descobrir algo sobre ela que ainda nd tenha sido declarado. Figura emblematica da mulher eseravizada no) mundo atléntico, Venus evidencia a convergéncia do terror e do prarer na economia libidinal da escravidéio e, também, a intimidade da histério ndalo e o excesso de literatura. Ao escrever no limite do indizivel e do desconhecido, o ensaio imita © violencia do arquivo e tenta reparé-lo, descrevendo da mancira mais completa possivel as condigées que determinam 9 parecimento de VEnus @ que ditam seu silencio Nossa encarnagie, ela aparece no arquivo da escravidéo come uma garota morta nomeada em uma acusagéic legal contra o capitéo de um navio negroiro em julgomento pelo assassinato de duas nogras. Mas podoriamos faciimente tor encontrado nos lvros-razGo do vio, nas contas dos divicias; ou no diério de via de um captor de uma plontagdo de escravos - "Ontem & noite dormi com Dido no ‘chao; ou como uma amante com ume bolsa to elistica "que conteré a melhor coisa que um cavalheiro pode apresentar ela" na Ista do mulheres do Covent.Garden de Haris, ou como amante na narrativa de um soldade mercendrio da Suriname, ou came dono de um bordel na relato de um vigjante sobre as prostitutas de Barbados; ou como um personagem secundério em um romance a pomagréfice do século XIX”, Chamado de vérias maneiras, 8s vezes Harlet, Phibba, Sara, Joanna, Rachel, Linda e Sally, & possivel tencontrd-lo em tade © mundo atléntice. O quartel, o navio negreita, a casa da peste, o bordel, @ gaiola, o laboratérie do cirurgiéo, a pris8o, 0 conavial, a cozinho, o quarto do senhor - tornam-se exatamente o mesma luger, todos eles sto chamados de Vénus. (© que mais ha para saber? Seu destino ¢ 0 de qualquer outre Venus Negra: ninguém se lembrou de seu nome ou anotou as coisas que I la disse, ou porcebou suc recuse & menor declaracdo A histéria dele é promatura, contada por uma testemunha folhada. Séculos (a) 6 passariam antes que ele pudesse "exerci sue lingua” Ele poderia dizer, citando um filisofo famoso, que o que saberos de Venus em suas varias formas equivale @ "pouco mais do que um registro de seu encontro com 0 poder e que fornece "um exbogo precio de sua exsténcio" "Um oto de sorte ou desaste produziu uma divergéncia ov aberracdo da trojetéria esperada # usual de invisiblicade e catapultou-a do subterraneo para a superficie do iscurso, Nés tropegames nele em circunsténcias exorbitantes que née fornecem nenauma imagem da vida cotidiana, nenhum Vislumbre de seus pentamentos, nenhum vslumbre da vulnerabilidade em seu rosto, ou © que olhar para um rosto come este pode 2xigir $6 sabemes 0 que pode ser extrapolado de uma andlse do livo-ra740 ou emprestado do préprio mundo de seus captores © proprietarios, pora aplicar a ela, O exorbitante deve se tornor exemplar ou tipico, pare que sua vida nos forneca uma janela para a vide. os escravas em geral hitps:hemisphericinsttute.orgiptemisterca-91/9-1-essaysivenus-en-dos-actoshiml ane oator2020 1 em dis alos sa Lalani (images /e-risferica/91_images/91_Ig_hartman_06 jpg) Possoas oscravizadas sendo expostas para venda, fonte thttp://mww clker com/clipart-4761 ntl) No se pode perguntar. "Quem ¢ Venus?" porque seria impossivel spender a ume pergunta como essa. Existem centenas de milhares de outras meninos que compartilham suas circunsténcios, mas elas geraram poucas histérias. Eas histérias que existem ndo sdo sobre les, mos sobre a violencia, o excess0, a mentira ea lSgica que aprisionou suas vidas, transformando-as em mercadorias e corpes, © identificando-as com nomes langados em insultos @ piadas grosseiras. O arquivo 6, neste caso, uma sentenga de morte, um témulo, Luma exibigdio de um corpe estuprado, um inventdrio de bens, um tratado médice sobre gonorréia, alguns versos sobre a vide de uma prostituta, um asterisco no grande narrativa de hist6ria, Por causa disso, "é sem divica impossivel capturar [essas vidas] novamente por ‘ora do mundo e de volta Mas eu gostaria de it mais longe. Quere fazer mais do que nerrar a violencia que depositou esses vostigios no erquive. Quero contar ume histéria sobre duas meninas capazes de recuperor o que permanece latente ~ 6 validade ou reivindicago de suas vidas no presente ~ sem cometer mais violéncia em meu proprio ato de narragdo. ume historia emoldurada pela impossibilidade - ouvir o que nao se dz, ;duzir palavras mal interpretadas e refazer vidas desfiguradas - ¢ determinada c atingir um objetivo impossivel:reverter a violencia ue produz nimeros, cédigos ¢ fragmentos de fala; chegue o mais perte possivel de uma biografia dos cativos ¢ eseravos. hitps:hemisphericinsttute.orgiptemisterca-91/9-1-essaysivenus-en-dos-actoshiml an oars0r2020 Virus om dois alos HTTPS://HEMISPHERICINSTITUTE.ORG, yee cavhdioiauitcbel mRSwy, HEMISPE eee vas anor bebe Wert FEY. page nn Brand he Hither ST pm pas dita Amon abit dy ene 0 Fonpnten ht 207K = Je. ue Srey roneiey ssn Be an ane pdenac in Mi geri mngee = hNga meh pin 68a 16 he re fain pons honest esl Weber ang ri sont 2 ke Piven Mo pene) deck Renee facial pas feminkys Toa gn aay eben fbr fos np ait Ie eee tes ee ty lena (TIES, «tbe BE LT eo Manhi ft b gt v3 ls sain 3u a hs easly rts rites sn men 20 lloony rip tn tinal her aire Rein es dati prot ig ie livin omig Lb dommes Je Wi matene min emgoh pave 1A on oul eet tj 0 Ligne tte erin ot LE or ede (images/e-misferica/9:1_imagos/9 Ig_hartman_07jpg) Slave Ship Ledger Elizabeth, fonte (http //imagebase.lib.vt.edu/browse php?folio_ID=/cw/slav) Mas como recuporar essas vidas to determinadas pelas terrvels afirmagdes qus os condenaram & morte, 0s livros contabeis que os identficavars com unidades de valor, os recibos que os reclamavam como propriedade e as crénicas banals que os despojavam dos tragos humanos de quais S80 impossiveis de diferenciar? "Pode o sopre de [tals] palavras’, como escreve Foucault, “causar certo efeito v1 de beleza misturado com espanta?’ |” Pademos, como NourbeSe Philip sugere, ‘3 ‘como humanos que esté no ceme do texto?" Ese sim, quais seriam as diretrizes dessa nova narrativa? Em outras palavras, como escrever ¢ crdnica de uma morte entecipada e antecipada, ne forma de uma biografia coletiva de sujeltos mortos, como uma contra histéria de humano, como ume prética de liberdade? -onjurar [ar] algo novo da auséncia dos africanos Como @ narrative pede incorporar 0 vide om palavras @.ao mesmo tempo respeitar © que nde pedemas saber? Come escutar 0s agrunhidos e grtos, as cangées indectréveis, © barulho do fogo nos canavials, os lamentos palos mortos, 0s gritos de vitéria e depois a otribuir palavras 0 tudo iss0? € possivel construir uma histério do "lugar da fola impossivel” ou ressuscitar vidos das ruinas?beloze 00) feviver 0s mortos? pode fornecer © antidote para « desonra @ o amor ume maneira de “exumar 0 chore enterrado (Ou narrativa 6 uma dédiva prépria e um fim proprio, ou seja, tudo © que ¢ realizavel diante da impossibildade de superar o pasado & redimir a morte? E 0 que as histérios permite de qualquer manera? Uma maneira de viver no mundo apés a catastrofe #a fa) evastago? Um lar ne mundo para mutilados e estuprades? "Para quem? - Para nés ou para eles? ‘Acoscassoz de narrativas afticanas sobre cativeiro e oscravidtie exacerba a prosstio © a gravidade dessas quests. Néo existo nom rmesrne uma narrativa autobiogrética de uma mulher cativa que sobreviveu & “Passagem do Meio". Esse siléncio ne arquivo, allado & solide? do forte ou quartel nao come cela de capture ou espace de recluséo, mas como episteme, centrou a historiogratia do trafico de 1) ‘scravos principolmente ern questdes quantitativas e questdes de mercodos © comércio A perda dé lugor & saudade e, nossa circunsténcias, seria razodvel considerar as histérios uma forma de compensagdo ou mesmo de reparagSo, talver as inicas que receberemos Como um eseitor comprometido com a narrativa, tenho me exforgade para represent vida dos andnimos o esquecidos, poraidor om. pordae rxpertr os limites Go ave néo pace for conhacido, are mir, narror contro-hstoios ce escravidao sempre foi incissotiovel de exerever urna hsteria do presenta, ou se), 0 projetoincompleto de iberdade @ 0 vido precara de pessoas ontes escravizadas, condi¢do definida pela vulnerabilidade para morte premature e atos de violéncia gratuitos ‘8 Em minha opinido, ume histéra do presente se exforgo pora iuminor a intimidde de nossa experiencia oom a vido dos morte, pao exctevernosto ogo" cuando éinterrompide por exe parsad e para maginar um estado de iberdad,nGca como. tempo antes do eativeia ou da fzeraviddo, mas como. futuro antecipado deste exert, oa Esta escrita & pessoal porque a sus histério me gerou, porque “o saber do outre me marca”, pele dor vivide ne meu encontro com os pedaos do arquivo, ¢ pelo tipo de histérias que criel para uni 0 passado como presente @ para dramatizar a produgdio do nada - salos varias @ silencio @ vides reduzidas a0 desperdicio, hitps:hemisphericinsttute.orgiptemisterca-91/9-1-essaysivenus-en-dos-actoshiml ana ‘04/10/2020 ‘Venus om dois alos toaks Ae aation ici ROE NEMS TROT RS Bymances? Tragédias? Gritos gue encontrar, zou caminho na fala © ndaisica? Gus 846 08 protecolos elmites que contiguram as Hofrativas escritas como contra histérias, aspieagéo que nao ¢ profiticaleptra 05 riscos da reiteragdo de aiscursos violentos @ da reconstituigéo de rituais de tortura? ‘Como veltara essa cena de submissdo sem reprodurir @ gramatica de sua violéncia? A "beleza terrivel” que reside em tal cena é algo quia] semelhante a um remédio, como Fredy Moten parece sugerir? A.beleza tersivele 6 misica terrvel que ele percebe nos gritos de tia Hester se transformaram em cangdes da Grande Fazenda ou ne fotogratia do rosto despeciagade de Emmet Til, = a "nitide: de 8) visio" surginde de vontade de olhor para o caixéio aberto. As possibilidades superam os perigos de olhar (de novo)? S0 “ler 6 arquivo & entrar em uma funeréria; permite uma visio finale um éltimo vslumbre de pessoas prestes a desaparecer nas gar da escrovidto""'”,entonces con qué fn @s que uno abre el atad y mira la cara de la muerte? 2Por qué arriesgar la contaminacién que implica el resttuir los maldiciones, obscenidades, columnos de perdides y genoncias, medidas del valor a través del cual ls vides Ccoutives eran inscritas y extinguides? :Por qué someter a los muertos a nuewos peligros ya un segundo orden de violencia? £0 son los palabras de! mercader el puente a los muertos © las tumbas biblicas en las cuales nos esperan? Aquellas preocupaciones sobrela ética de lo representacién histérica, en parte explican los "dos actos” del titulo de este ensayo. Necesite revsitar y revisar mi propio relato previo sobre le muerte de Venus en el “Libro de los Muertos’: y as{ mismo, los dos actos anuncian el regreso inevitable de Venus, como "tantasmo"” (haint], es decir, como uno que atormenta el presente, y come vida desochabl. El relate del mereader sobre la mortalidad clara la inovitabilidad de la repeticién: Melancolia, disenteria, Idem, dem. En ver del estuer20 malgastado en tachar los términos "nia pobre"’o "nfo de la basura" el libro mayor nos presenta otra muerte en su taquigratia. ¥ nos regresa clos muertos "de la misrna forma: fen que la fueron desplazados almés allé" Elataid abierto, el escéndalo del archivo Fl escéndalo y el exceso inundn el archivo: Los nimeros crudos de las cuentas de mortaldad, la evasién estratégica yla falta de ireccién de le bitécora del capitén los cartas floridas y sentimentales enviodas desde puertcs esclavistas por mercaderes llenos de cforanza por su hogar, las historios encantadas y chocantomonte violentas acuftadas por los abolicionistos, los reportes fascinados de primora mano de soldados merconarios dispuestos a divulgar "lo que la decencia (les]impide divulger” y os rituales de tortura, los ‘20%68, chorcomientos y los mputaciones consagradas en leyes. La inversién libidinal on Ie violone'a aporece en todos los documentos, eclaraciones einstituciones que deciden nuestro conocimiento del pasado. Lo que se dijo ylo que se pusde decir sobre Venus foma por sented liso entre hecho tatona dewoy vere Pay Geer alto bad a dere Se Fu. S\ onvegh efphme Tax alle st ste we ease semi ABOELLION, fe SLAVE, TIADE:, images/e-misterica/9_images/7Ig_hartman_Oh ipa) Castigo en un barco esclavista, Publicade criginalmente en Londres, Abril, 1792, fuente (https/ hitchcock ite virginia.edu/Slavery/details.php? ‘catagorynum=S&eategoryName=Siave%e20Ships%20and%20the%420Atlantic%20Crossing%20%26Middle%20Pussage%s29&theRecord=7 Las confirmaciones sobre esto son cbundantes, Empecemos con James Barbot, el capitan del Albion Frigate, quien da testimonio sobre lacoincidencia de placeres permitidos en el espacio de la muerte. Era dificil restringir los ejercicios sexuales en ol barco esclavista, confess Borbot, por que “las vibrantes doncellas jévenes, lens de alegria y buen humor, ofrecian abundante esparcimiento"™) hitps:hemisphericinsttute.orgiptemisterca-91/9-1-essaysivenus-en-dos-actoshiml sna nxcesos: “A bordo de olgunos Negras cuyo cansentimento pudiesen conseguir. Y se {ue se han lenzad: 10" . ter nuestros compafieros han cometido estos actos de manera vergonzosa, en desgracia no solo de los Cristianos hoy en dia, pero de los hombres. Incluso he sabido que han satisfecho su pasién brutal con mujores que no llegaban a los diez afios de edad, y estas ‘abominaciones las practicaron con tal escandaloso exces, que uno de nuestro capitanes despidlé al companero y a otros por este motive" (énfasis chad) Af 20. ail MAI im pe Fre k Lhe fanny ae He se Cpl elo Ti) fe 5: Se: Fat. 22) teghe Wa Je i Ae Perec Lh. nn ts F : tO at ; 5 en. De pest Sn se EG ee ki eee - re fie no kjk at oh ABs pad eG aes Miamae Ho Ojo A gers FH 28. wi) HLL, ge eek J: 24- at Ting ges Who 3, Pb. Le Coen A atRQ Bee . hitps:memisphericinsttut.org/piemisterica-81/9-1-essaysivenus-en-dos-actos: ‘04/10/2020 \Vanus om dois alos Wroo seu eiae (HTTPS://HEMISP! ERICINSTTUTEOR Aer Pash diny ag) at) Bo AB, Lo oe ta ot Ch Lower CEL Tran t oa : a ah BD in op, Bene eh UE bho nt Comoe Ont de oe iy Documentos dol archivo Thistlewood, fuente (http://beineckejw;ibrary yale.edu/2012/03/01/thistlewood-orchive/) Esta situacién se torna més grave en la plantacién. Las violaciones en serie y castigos excrementales de Thomas Thistlewood oftecen un recuento grafico de los placeres extraides de la destruccién y degradacién de la vide y, al mismo tiempo, iluminan|a dificultad de recuperar les vidas esclavizadas de la fuerza aniquiladora de esta descripcién: “Lo azatamos regularmente, despedazéndelo bien, hice ‘ue Hector defecara en eu boca, inmediatamente le amordazamas la boca tedavia lene, y le hicimos usar este mordaza por cuatro cinco horas"), si bien el record diario de estos abusos, sin dudo, constituye una historia de la esclavitua, la tarea més dificil es exnumar las vidas enterradas bajo esta prosa, o aceptar que Phibba y Dido existen solo dentro de los confines de estas palabras, y que este esla manera en que entra en Ia historia. El suefio es librarlas de las descripciones obscenas que nos las presentaron inicialmente. &s fécil odiar a un hombre como Thitlewood: le que es mds diflel es recanacer que estas brutoles frases en latin que se derraman en las éginas de sus diarios forman parte de nuestra herencia, Alentrar en elarchivo dea esclavitud, lo inimaginabble adopta la apariencia de la practica diatia, la cual ne podlemes dejar de olvidar mientras nos quedamos boquiabiertos ante las caras kigubres y los torsos desnudos de Delia, Drana, Renty, y Jack,o retrocedemos ante el cuerpo mutilade de Anarcha, ¢ admiramos @ una Diane desnude, ton hermota que incluso "Ia ropa més esplendida no puede brindar ninguna elegancie adicional"!2). Otros aparecen bajo la presién y la intigacion del diseurso: Un flagelante y una hotentota, Una puto ‘melnumorada, Una negra muerta, Una prostitute siftce, Lenguaje inapropiado, expresiones obscenas, y érdenes peligrosas dan luz ¢ os personas que nos encontramos en el archivo. Dada la condicién en que los encontramos, la Unica certeza os que los perderemos de nuevo, que van c expiror 0 evitar nuestro asimiento, 0 colapsar bajo a presién do la investigacién. Este es el Unico dato sobre Venus del cual podemos estar seguros. Es posible entonees reiterar su nombre y contar una historia sobre la materia degradada y vido deshonrade que no encanta ttl, sine que se aventura hacio otro modo de escritura? eSlya noes suficiente revelar el escéndolo, entonces como podria ser posible gonerar un grupo diferente de descripciones de este ‘chive? zImaginar lo que podria haber sido? Imaginer un estado litre o partir de este tipo de decloraciones? Los poligros quo son parte 1 esta tarea no pueden sor puestos entre poréntesis 0 evadidas ante la inevitabilidad de la reproduccién de estos escenos de violencia, las cuales definen el estado de la negritud y la vide de las personas previarmente esclavizadas, Al contrario, estos peligros estan situados fen elcorazén de mi trabajo, tanto en las historias que he elegido contar y aquellas que he evitado. AAqul quisiora regresar o una historio que prefer’ no contor o que no pude contr en Lose Your Mother [Pierde a Tu Madre). Es une historia sobre Venus, la otra iia que murié en ol Recovery y a quien solo audi de forma pasajora, Elsegundo acto Dos nifias murieron « bordo del Recovery. El capitan, John Kimber, fue acusado de haber “golpeado y torturado a una esclave de forma malvada, con alevosia y malicia, causdndole la muerte; yfue acusado de nuevo por haber causado la muerte de otra esclava"@, £17 de Junio de 1792, el Sr. Pigot, cbogado del prsionero, bramé el nombre de Venus en su testimonio frente al ciujano Thomas Dowling, uno de los dos testigos de la tripulacién del barco que atestiguaron que habien visto al capitan John Kimber asesinar a una nifia negra De acuerdo a! testimonio del ciujano, el copitén la azoté repetidas veces con un létigo y “sucesivamente, por varios dls, ymuy sevoramente” cousdndole lo muertel25) Venus no era esa nia negra, sino otra que murié en las manos del capitén y que fue mencionada brevemente durante el uci, Pigot le pregunté al ciujano sobre ela ‘Pregunta: No habia acaso una ntia que compré del comexciante]Jackamachree, que estaba en la misma finca que la nia dela cual estamos hablando? ‘Respuesta: Nolo sé Pregunta: ¢No habia una nia con el nombre de Venus? Respuesta: Si habia"Pregunta: No estaba ella en la misma condicin? ‘Respuesta: No que yo sepa “Habla otra nia @ bordo del Recovery... quien habian llamado Venus, y ella tambin tenie fa viruela'"?7) ‘encontrd inacente en la otra aeusacién, “Come ne habia "(28 Cuando ol capitan fue absuelto del asesinato de la primera nia, también s evidencia para apoyar la segunda acusacién, como en el primer caso, el jurado tomé la decisién absolver al prsionero! Estas fueron las Unices palabras que se djeron sobre Venus durante el uicio. Escribsdos oraciones sobre Venus en el “Libro Muerto”, enmascarando mi propio silencio detrds dol de Wilberforce. Sobre él digo: “El ‘8scogié no hablar sobre Venus, Ia otra nifia muerta, El nombre de carifie daba licencia a la depravacién y la hacia sonar agradablel*) Decidi no escribir sobre Venus por razones diferentes alas que yo le atribula a él. Més bien tenia miedo de qué podria inventor, lo cual se guromente habria sido un romance. hitps:hemisphericinsttute.orgiptemisterca-91/9-1-essaysivenus-en-dos-actoshiml m2 oaor2020 ‘ere nedtita aneontce m3 9 ETETDS 4A PENH SPHERIOINEST HITE OHRG /plondo en su propia vor si clea paid aataior ios pequonos mfp cecereciea tae Nope ores ore Fesbl param prserrie Cirbuonragrero pore oe 1s em dois alos Imaginenlas: las reiquias de dos nifias, una meciendo a la otra, Inocentes explotadas; un marino que las ve y luego dice que son amigas. Dos nas sin mundo encuentran un pols en sus abrazos. Aparte de la derrota y el terror, habria esto también: el atisbo de Io belleza, ol instante de posibilidad, La perdide de historias agudiza el apetito por ellas. De esta forma es tentedorllenar los brechas y proveer un clerre donde no hay ‘inguno. Crear un espacio pare el ito donde éste esta prohibido. Fabricar un testige para una muerte que no es muy pereibido, En un estado libre, les habria sido posible alas nifos preccuparse de una amige enfrentando la muerte y lloror su perdide, pero en un borce esclaviste no se hacien concesiones pera la pena y cuando se detectabe, se usaban instrumentos de tortura para erradicarla Pero el consuelo de este visién - una vide reconacida, yllorodo en el abrazo de las dos nies ~ se topabs con Ie violencie aniquiledora el barco y con virtualmente todo lo aue yo habia escrito antes, Inicialmente pensé que queria representar las fliaciones interrumpidas y rehechos en el cascarén del borco al imaginar alas dos nifas como amigas, al darles la una ¢ la otra, Pero al inal me vi obligada o ‘admit que querio consolarme a ri mismay escapar el asidero de Ia esclavitud con una visién distinte ala de los cuerpos de los nifias poséndose en el suelo del Atlantico. Alfinal, no pude decir més sobre Venus de lo que ya habia dicho sobre su amiga: “No estoy seguta ses posible rescatar una existencio a partirde un pufiado de palabras: la supuesta muerte de una nific negra 0) No podia cambiar nade: “La nia nunee tendria uns existencia fuera del precario domicile de las palabras que permitieron que se le osesinare”l No podria haber legado a otra conclusién, As! que era mejor dejarlas come las habie encontrado, Dos nifas, solas, La repeticién Elegi no contar una historia sobre Venus por que hacerlo habia infringido los limites del archivo. La historia promete ser fel los limites, impuestos por el hecho, la evidencia y el archivo, incluso cuando esas certidumbres muertos son prodcidas través del terror, Queria escribir un romance que excediera las ficciones de la historia—los rumores, escéndalos, mentiras, evidencias inventades, confesiones fabricadas, hechos volatiles, metaforas imposibles, eventos fortuitos y fantasias que constituyen el archive y determinan lo que se puede decir sobre el pasado. Afloraba escribir une nueve historia, sin las trabas de les documentos legales, que sobrepasara la reafirmacién y las transposiciones que constitulan mi estrategia para desordenar y transgredir los protocolos dol archivo y de la autoridad de sus eclaraciones, lo cual me permitio aumentore intensificor sus ficciones. Encontrar un modo estético adecuado para representar los vidas de estas dos nifas, decidir come organizar los lineas de lo pagina, permitiendo que lalinea narrativa fuere reencauzada 6 rota por los sonidos de la memoria, loslamentos, qulldos y canciones liberados en la cubierta, y tratendo de desojustor las articulaciones del poder ol imaginar a Venus y su amiga fuera de los términos de las declaraciones yjuiclos que las expulsaron de la categoria de lo humane y doctararon sus vidas un deshocho!@5)—-todo esto excodiondo lo que se podria haber concebido dentro de los parémotros do laistoria Elromance dela resistencia que yo no narréy el evento de amor que me negué a descrbir socan a flote preguntas importantes sobre lo {que significa pensar histéricamente asuntos que estén adn en disputa en el presente y sobre la vida erradicada de los protecolos de los isciplines inteloctuales. ;Qué se requiore para imaginar un estado libre o pare contar una historia imposible? :Debe la postica do un estado libre anticipar el evente e imaginar la vida después del hombre, en vez de esperar almomento del Jubileo que esta siempre en Fetirada? ZDebe el futuro de la abolicién ser primero performado en la pagina? Al retirarme de la historia de estas dos nifas, estaba simplemente manteniendo las reglas del gremia historagrético ylas “certidumbres fabricadas” de sus asesinos, yal hacer e80, no hablo yo sellodo sus destinos?!551,No las haba también consignado al olvido? Al final, no seria mejor dejarlas como las encontré? Una historia del fracas Sino es posible deshacer la violencia que inaugura el record disperso dela vide de una nifia, ode remediar su anonimidad con un nombre, 6 traducr a rato de una mercancfa, entonces :con qué fin cuenta uno estas historias? ;Cémo y per qué escribe uno una historia de la violencia? 2Por qué revistar el evento o el no-evento de la muerte de una nifia? Elarchivo de la witud esté asentade sobre una violencia fundante, Esta violencia determina, requla y organiza los tipos de eclaraciones que se pueden hacer sobre la esclavitud y crea también sujetos y abjetos de poder*). El archive na contiene un relato ‘exhaustive dela vida de la nic, pero catologa les declaraciones que cutorizaron su muerte. Todo lo demés es una suerte de ficcién: jovon vivaz, puta malhumorada, Vonus, nia. La economia dol robo y ol podor sobre la vido, que definioron la trata osclavista,fabricé 'mercancias y cuerpos. Peto a carga, las masas inertes,y las cosas no se preston tan Fécilmente a la ropresentacién En Loose Your Mother (Piorde a Tu Madre) traté de poner en primer plano la experiencia de los esclavizodos, razando el itinerario de una esoparieién y narrande las historias que sen imposibles de contar. £1 objetivo ere revelry explotar la ineonmensurabildad entre las oxporiencias de los esclavizados y las ficciones de Ie historia, con lo cual me refioro a los requisites de la narrativa, esos asuntos de sujetos, tramas y fines 2¥ céme cuenta une historias imposibles? Historias sobre nifas que llevan nombres que las pintarrajean ylas desfiguran, sobre las Palabras intercambiadas entre compaferos de barce que nunca adquieren una presencia ante la ley y que no llegan a ser registradas on dl archivo, sobre las solicitudes, oraciones y secretes que nunea fueron expresades porque nadie estaba ahi para recibirlos? Lo ‘comunicacién furtva que debe haber pasado entre dos nfias, pero que nacie en la tripulacién habia observado o reportado reatirma ta verdad que ya conocemes: el archivo es inseparable del juego de poder que asesind o Venus, « su comparera de barco y que exoneré al copitan. ¥ este conocimiento no nos acerca més @ una comprensién de los vidas de las des ninias cautivas, 0 ¢ la violencia que las destruyé yle dionombre c la tina: Venus. Tarmpeco puede explicar por qué nosotros, a estas clturas, an queremos escribirhistorias, sobre alos. hitps:hemisphericinsttute.orgiptemisterca-91/9-1-essaysivenus-en-dos-actoshiml ane oaor2020 1s em dois alos Ciena clos os Ito BETS OF AHEM ISP HERIC INST FPIT EO RG fpoculotivos y olexplotor los eup2eidades dot subjuntivo (un estado diggnima grematical que expresa dudas, desoos y posiildadee),6l crear une norratva, quo se basa en la investigacidn archivstica,y ededyto me refisro a una lecturaeitca del archive que mita las dimensiones figurativas de fa historia, pretenal tanto contar una historia imposiole coro amplficarlaimposiplidad de su narracién. La temparalidad condicional de “To que puedo ser” de acuerdo a Lisa Lowe, "simbolza de manera opts el espacio de un tipe de pensamiento diferente, un espacio de etencién productive hacia Ia escena de le perdida, un pensor con atencién dable que busee inclu al mismo tempo los objetos positives ylos métodos de la historia y dellas ciencios sociales, y también los materias inasibles, ausentes, enredados por estos métodos"tS5] Aquila intencién no es tan milagrosa como recuperarlas vidas de los exclavizados © compensa a los muertos, sino mds bien trabajar para pintar la imagen més complete posible de los eautivos, Este doble gesto puede ser descrito came la tensién de los limites del rchive pora escribir una historia cultural dol cautivo , a mismo tiompo mostrar Ia imposibilidad do ropresontar las vidas de los, Ccoutives, procisamente a través del proceso de narracién El método que guia esta préctica puede designerse como fabulacién critica, “Fabula” denote los elementos bésicos de la historia los blogues a parti de los cusles se construye la narrativa. Una fébulo, de acuerdo @ Mieke Kel, es “una serie de eventos relacionados lbgico ¥ cronolégicamente que son eausados y experimentados por actores. Un evento es une transicién de un estado 6 otro. Los actores son, agentes que ejecutan acciones. (No son necesariamente humans) El actuar es causor 0 experimentar un evento” 4) Alreordenar y jugar con los elementos bésicos de la historia, ol -e-presentor lo secuencia de eventos en historias divergentes desde puntos de vista en disputa, he tratade de poner en jeque el estatus del evento, desplazar el relate autorizado o reeibide, @ imaginar qué hubiora pasado 0 qué podria habor sido dicho o haborse hecho. All poner “lo que ocurrié cuando" on crisis y aloxplotar la "transparencia de los fuentes" como Fieciones de [a historia, queria hacer visible la produccién de vida desechables (en elcomercio esclavista en el Atléntico y también en la discipline de la historia), describir la resistencia del abjeto”(*, al menos al imaginarlo primero, escuchando los murmullos,juramentos y llantos de la mercancia. Al eplanar los niveles del discurso narrativo y al confundir al narredor y los oradores, esperaba iluminar el carécter contravertido de lo histor’, norrativa, evento y hacho, derrocor la jerarquie del dseurso, y ‘envolver al discurse autorizado con el chaque de voces, El resultado de este métado es una "narrative recombinante”, que “entroteje las hebras" de relatos inconmensurables y que hila un presente, pasado y future al recontar a historia de la nin y al narrar el tiempo de esclavitud como nusstro presente!) Composture narrative, ol negarse a rolonor los vacios y proveer un ciorro, os un requisite de esto método, asi como es imperative ol respetar eltuido negre — los gritos, lamentos, el sin-sentido, la opacidad, que siempre exceden [a legibilided de la ley y que indican & incorporan aspiraciones que son salvajemente utépices, marginadas del capitalsmo y antitéticas al discurso ccomparante del Hombre? La intencién de este préctica no es dar vor alas personas esclavizadas, sine imaginar lo que no puede se verificado, el émbito dela ‘experiencia situade entre dos zonas de muerte ~ muerte social y corpérea ~ y lidiar con las vidas precarias que se hacen vsibles en el momento de su desoparicién. Es un escritura imposible que trata de pronunciar lo que se resiste © ser dicho (en tanto las nifas muertas no pueden hablar). Es une historia de un pasado ireecuperable; es une narrative de le que podria haber side © pude haber sido; es une historia eserita con y contra el archivo, La verdad es que mi propia eseritura no es capar de exceder los limites de lo decible dictados por el archivo, Depend de los registros legals ls ensayos de cirujanes, libros mayores, manifiestos del barco, y as bitacoras del capitan, y en este sentido fale ante e silencio del archive y reproduce sus omisiones. La violencia irreparable del comercio de personas en el Atléntico reside precisamente en todas las historias que no conocemos y que nunca podrén ser recuperadas. Este obstéculo formidable o imposibildad constitutiva define los pordmetros de mi traba. La necesidad de recontar lo muerte de Venus @s eclipsada por el fracase inevitable de cualquier intento por representarla, Creo que testo es una tensién productiva ¢ inevitable en a narracién de las vidas de Ios subalternas, los desposeides, os exclavizados, Al recontar lahistoria dee que sucedié a bordo del Recovery he enfatizado Ia inconmensurcbilldad entre los discursos prevalentes y el evento, ‘ompliicads le instobilded y diserepancia del archivo, desobedecido o la lusién realiste tradicional en la eseritura de la historia, y sgenerado una contra-histor'a que surge del encuentro entrelo fctico y lo histérico. Une contro-historia, de acuerdo a Gallagher y Greenblatt "se opone no solo alas narrativas dorninantes, sino también a los mados predominantes de pensamiento histérico y métodos de investigacién'"*, Sin embargo, la historia del proyectos contra-histéricos negros es una de fracasos, precisamente por que festos relatos nunca han sido eapaces de instalarse en la historia, y son mas bien narrativas insurgentes, diruptives que son ‘merginolizadas y desbarotadas antes de que logren asentarse. Siesta historia de Venus tiene algun valor, éste reside en su dilucidar la forma en que nuestra época esté ligada a la de ellas. Une relacién {ue otros describirian como un tine de melancola, pera que yo prefiero describir en términos de la vida posture de le propiedad, con lo ‘que me refiero al detrite de vidas alas cuales ne hemos atendide aun, un pasado que ain ene que ser hecho, y el estado de femergeneia continue en el cual la vida negra permanece en peligto Por estas razones, he elegido abordar tna serie de dilemas sobre representacién, violencia y muerte social, no a través del uso de la forma de un discurso meta-histérico, sino a través del performance los limites de escribir la historia a través del acto de la nerracién. He heche esto principelmente porque (1) mi propia narrativa no epera fuera de la economia de los sentimientos que esta somete cle crtica,y (2} porque esas existoncias relogadas lo no-histérico 0 considorodas desocho le reclaman al presente y nos exigen ol imaginor un futuro en que le vide péstuma de Io esclavitud haya terminado, La necesidad de trator de representar lo que no pademos, fen vez de guiarnos haci el pesimismo o.a la desesperacién, debe ser asumida como la imposiblidac que condiciona nuestro Cconocimiente del pasado y anima nuestro deseo por un future liberado. Miesfuerzo por reconstiir el pasodo es, también, un esfuerz0 por deseribir oblicuamente las formas de la vielencie autorizada en el presente, £3 decir, as formas de muerte libradas en el nombre dela libertad, seguridad, civiizacién y Dios/lo bueno. La narrative es central en este estuerz0 por "Io relacién que presento, explicitao implicita, entre pasado, presentes yfuturos"), El bregar con el reclamo dela nifa sobre el presente es una forma de nombrar nuestro tiempo, pensar nuestro presente y visualizar el pasado que lo cred. hitps:hemisphericinsttute.orgiptemisterca-91/9-1-essaysivenus-en-dos-actoshiml one

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