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A primeira geração dos computadores é marcada pela utilização das

válvulas, as quais eram tubos de vidro parecido com uma lâmpada fechada
sem ar em seu interior, ou seja, um ambiente fechado a vácuo e continha
eletrodos, cuja finalidade era controlar o fluxo de elétrons.
Elas representavam grande avanço tecnológico, o problema é que
esquentavam demais, consumindo muita eletricidade, fazendo com que
queimassem com facilidade e atingindo poucos megaHertz. Esses tubos é uma
característica chave dos equipamentos utilizados na primeira geração, os quais
depois foram substituídos.
Eram fáceis usá-las em rádios, que usavam poucas, mas construir um
computador que usava milhares delas era extremamente complicado e caro;
além de serem importantes para o desenvolvimento da televisão e gravação de
sons.
O computador mais famoso daquela época foi o ENIAC (Electronic
Numerical Integrator Analyzerand Computer), o primeiro computador eletrônico
e digital automático por Mauchly e Eckert impulsionados pela II Guerra Mundial
para auxiliar nos cálculos de balística, sendo lançado dia 14 de fevereiro de
1946.
O ENIAC contia 17.468 tubos de vácuo, 6.000 interruptores, 10.000
condensadores, 1.500 relés, 70.000 resistências,realizaram 4.500 cálculos por
segundo,pesando 30 toneladas com um tamanho surpreendente que ocupava
um galpão imenso consumindo 200.000 watts,gerando muito calor precisando
de um ar para arrefecimento.
Comparado ao processamento dos computadores atuais, o
processamento do ENIAC é ridículo, sendo suficiente apenas, para processar
apenas 5.000 adições, 357 multiplicações e 38 divisões por segundo, bem
menos até do que uma calculadora de bolso atual das mais simples.
Contia uma arquitetura básica de um computador com a memória
principal e a auxiliar; CPU (Unidades Centrais de processamento), contendo
também dispositivos de entrada e saída.
Depois da criação do ENIAC, surgiram evoluções posteriores como em
1949 o EDSAC com a propriedade de armazenamento de programas,ainda
com válvulas eletrônicas, porém com uma velocidade de 714 informações por
segundo, com a notação binária, o que resultou na invenção da ULA (Unidade
Aritmética e Lógica).
Além do EDSAC, surgiram outros nomes para o mesmo invento, como
EDVAC, ILLIAC, FLAC, MIDAC, ORDVAC, OARAC, MANIAC, ODABAC, pelo
fato de cada universidade dos Estados Unidos terem “criado” um computador
desses.
A partir da década de 50, as válvulas foram rapidamente substituídas
pelos transístores, possibilitando uma velocidade maior que a da primeira
geração. Mais tarde introduzidos circuitos integrados e atualmente microchips
de alta velocidade. Em 1951 criou-se o UNIVAC, o primeiro computador
moderno, marcando o fim da primeira geração de computadores.
O primeiro computador eletrônico digital foi resultado dos trabalhos de
um professor de Física da Universidade de Iowa, EUA, John Vincent Atanasoff,
que na busca de um meio para resolver equações lineares, teve a idéia de
combinar simultaneamente um circuito eletrônico, com uma memória de
varredura mecânica usando capacitores. Em sua concepção básica o
dispositivo consistia de uma memória composta de cilindros rotativos provido
com contatos elétricos, na forma de pequenos pinos de latão, interligados com
capacitores de papel, cuja variação de carga durante a operação era
monitorado e ajustado por um circuito elétrico. Por sua vez a lógica do sistema
era feito com 255 válvulas tipo duplo triodo.
No início da segunda guerra mundial os computadores eletromecânicos
disponíveis, como o “ASCC” - Automatic Sequence Controlled Calculator -
desenvolvido pela IBM, EUA, já não eram tão rápidos para resolver os
complicados cálculos balísticos exigidos pelos armamentos usados no novo
tipo de guerra aérea, de forma que o aparelho de Atanasoff por ter uma
concepção diferente, não mais usando de multi vibradores biestáveis ou flip-
flop, porém de um conceito eletrônico foi à origem do emprego da válvula na
incipiente ciência da computação. Assim, em 5 de junho de 1943, o governo
americano assina um contrato com a universidade da Pensilvânia para
desenvolver o projeto do “ENIAC”, ou - Electronic Numerical Integrator and
Computer - o qual entrou em operação três anos mais tarde iniciando a era da
computação digital. Pronto, o computador era um complexo gigantesco que
empregava 18.000 válvulas montadas em bastidores pesando no total cerca de
30 toneladas, que ocupava uma sala com 250 m², tendo um consumo elétrico
médio de 150 kW. Operando com uma frequência de relógio de 100 kHz podia
executar operações de adição e multiplicação em cerca de 0,2 ms e 2,8 ms
respectivamente.

No lugar de notação binária o sistema “ENIAC” usava notação decimal,


podendo operar até cerca de 10 dígitos através de contadores em década que
funcionavam como acumuladores para o armazenamento de números no
aparelho. O sistema “ENIAC", foi usado pela primeira vez em trabalhos práticos
na resolução de problemas para famoso "Projeto Manhattan", responsável pela
fabricação da primeira bomba atômica em 1945.
Mas, apesar da sua avançada tecnologia, o sistema de computação "ENIAC",
tinha ainda algumas deficiências, pois a sua programação era feita através de
uma central de comutação, semelhante ao uma mesa telefônica, tornando sua
alteração uma operação muito lenta. Desta maneira, para aumentar a
velocidade de programação, era necessário que ela pudesse ser feita
eletronicamente, da mesma forma que os dados eram armazenados na
memória.
Na aurora da computação, a memória controlava a arquitetura do projeto, de
forma que naquela altura, os engenheiros dispunham apenas de uma técnica
muito dispendiosa para armazenamento de dados que consistia no emprego do
circuito flip-flop à válvula.
Em 1946, a mesma entidade que havia construído o sistema "ENIAC", "The
University of Pennsilvania’s Moore School of Electrical Egineering", inicia os
estudos para um novo tipo de computador, o sistema "EDVAC", ou "Electronic
Discrete Variable Computer". Este sistema usava de uma nova técnica de
armazenamento de dados advinda das pesquisas com o "Radar" devido à
guerra, conhecida como "linha de retardo do mercúrio". Na realidade, os
pesquisadores verificaram que se um sinal propagado ou retardado através do
mercúrio fosse amplificado e re-circulado, a informação poderia ser mantida na
linha indefinidamente, bem como acessada cada vez que fosse necessário.
Paralelamente na Europa, estavam também sendo feitas pesquisas sobre uma
calculadora digital pois em 1943, pressionados pelo esforço de guerra, os
ingleses desenvolvem um computador especializado em análises
criptográficas, denominado de "Colossus", um sistema composto com cerca de
1.500 válvulas termiônicas que foi a origem da engenharia de computação
britânica. No "National Mathematical Laboratory" criado em 1945, são
desenvolvidos o "tubo de Williams", considerado como a primeira memória
totalmente eletrônica, bem como um novo tipo de sistema de computação o
"EDSAC", ou "Electronic Delay Storage Automatic Computer". No final da
década de 1940 surge o amplificador valvulado operacional em corrente
contínua comercial, um sistema eletrônico que devido ao seu alto ganho com
baixo desvio prenunciava a era do computador analógico de concepção
totalmente eletrônico. Entretanto, apesar do grande avanço da termiônica, as
válvulas disponíveis na época eram originalmente para fabricação de radio
receptores, não possuindo o desempenho necessário exigido para operação
nos circuitos lógicos dos primeiros computadores. Pesquisas feitas nos EUA,
por companhias como a Sylvania, desenvolvem as primeiras válvulas pentodo,
projetadas especificamente para atuar como elemento de lógica digital onde se
tem, por exemplo o tipo 7AK7, Fig. 357. Como visto, o período 1940-1950, foi
pródigo em desenvolvimentos no campo da engenharia da computação que
viria assim, influenciar sobremaneira as novas gerações de computadores.

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