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Curso: Ciências Contábeis - Disciplina: Direito do Trabalho - Profª Rebeca Garcia

Questionário – Data 04/09/2008

Critérios para avaliação

1. Seminário com valor de 2,0 pontos.


2. Demonstrar inteligibilidade e lógica nas respostas – completas e por extenso.

Solução

1 – Qual é a diferença conceitual existente entre direito do trabalho coletivo e


direito do trabalho individual?
Resposta – O que difere o direito de trabalho coletivo do direito do trabalho individual
é o tipo de relação jurídica e o objeto discutido entre as partes.
Em se tratando de direito do trabalho individual o objeto discutido entre as partes
consiste na relação individual de trabalho existente entre o empregado e o empregador.
Em se tratando de direito do trabalho coletivo o objeto discutido entre as partes consiste
no interesse da categoria. Também, é denominado direito Sindical, tendo em vista que o
órgão representativo da categoria é o sindicato e o que se discute são os interesses de
toda categoria e não somente de um ou outro empregado.
Mesmo quando dois empregados ajuízam reclamação trabalhista em face de um mesmo
empregador, tratar-se- á de direito do trabalho individual, pois esta sendo discutido os
direitos de um e de outro empregado e não de todos os empregados da categoria.

2 – Quais são os requisitos necessários para configurar a relação de emprego?


Explique cada um deles.
Resposta – Para existência da relação de emprego é necessário descrever as
características tanto do contrato de trabalho bem como aquelas atribuídas ao empregado.
Em primeiro lugar, temos que a existência do contrato de trabalho não dependente de
solenidade (formalidade), bastando que esteja presente as características que tornam o
executor do serviço empregado.
Da mesma forma, cumpre assinalar que o registro em CTPS não é requisito sine qua
non para configuração da relação empregatícia.
Para configurar a relação de emprego é necessário que o empregado apresente cinco
requisitos, quais sejam: (a) habitualidade; (b) subordinação; (c) continuidade; (d) seja
pessoa física e (e) onerosidade.
A habitualidade pressupõe a prestação de serviço regular e periódica, ao contrário da
prestação de serviços eventual. A jurisprudência entende que o “chapa”, a “diarista” e o
“bóia fria” são exemplos de trabalhadores eventuais.
A subordinação pressupõe à submissão do empregado ao poder de direção e organização
pertencente ao empregador. Isso não significa que a liberdade na execução das tarefas, a
permissão concedida ao empregado para tomar decisões descaracterize a subordinação.
Isso não descaracteriza, já que mesmo o empregado que apresente liberdade na
execução de suas tarefas esta sujeito às diretrizes organizacionais estabelecidas pelo
empregado.
A continuidade significa que, em regra, o contrato de trabalho possui prazo
determinado. A própria CLT e demais leis trazem exceções à esta regra. É em virtude
disso que a rescisão do contrato de trabalho por culpa do empregador enseja o
pagamento das verbas rescisórias.
O empregado deve ser pessoa física. O serviço prestado por pessoa jurídica, mesmo que
presente habitualidade e subordinação descaracteriza a relação de emprego.
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Questionário – Data 04/09/2008
O contrato de trabalho é oneroso. Onerosidade significa que em troca do serviço
executado, o empregador deve ao empregado contra-prestação. Desse modo, não há que
se falar em onerosidade quando a prestação de serviço é voluntária.

3 – A responsabilidade pelo pagamento das verbas trabalhistas decorre


exclusivamente do vínculo empregatício direto mantido com o empregador?
Explique.
Resposta – A obrigação pelo pagamento das verbas trabalhistas, em principio, pertence
ao empregador ao qual esta diretamente vinculado o empregado. No entanto, em se
tratando de terceirização, empresas de trabalho temporário e grupo empresarial, temos
que em caso de não pagamento as normas trabalhistas responsabilizam, também, a
tomadora de serviço e, no caso de grupo econômico, todas as empresas integrantes do
grupo.
Isso porque a tomadora de serviço possui o dever de vigilância em relação à prestadora
de serviço que contratou. O dever de vigilância pressupõe que a tomadora de serviço,
em tese, deve verificar a regularidade do pagamento das verbas trabalhistas aos
empregados da prestadora de serviço. Assim, aquelas que assim não fizerem também
serão responsáveis pelo pagamento das verbas, já que a terceirização não pode se prestar
a consistir em forma de se esquivar quanto a responsabilidade trabalhista em relação a
serviço que enriqueceu à tomadora de serviço. A responsabilidade trabalhista da
tomadora de serviço, nesse caso, é subsidiária em relação à prestadora de serviço (ou
seja, há benefício de ordem, de modo que o credor do crédito trabalhista deve executar,
primeiro, a prestadora de serviços e, comprovada a impossibilidade de receber os
valores desta primeira, passa a executar a tomadora de serviços).
No caso de grupo econômico a responsabilidade de todas empresas do grupo é solidária
(sem beneficio de ordem – o credor pode executar qualquer empresa do grupo,
independente de executar, primeiro, a empregadora)

4 – Estabeleça as diferenças existentes entre empregado contratado por prazo


determinado e empregado temporário.
Resposta – O empregado contratado por prazo determinado possui vinculo direto com
seu empregador e, por conseqüência, a responsabilidade trabalhista esta diretamente
atrelada ao empregador que lhe contratou.
Em contrapartida, o empregado temporário possui vínculo com empresa de trabalho
temporário que disponibiliza à outra empresa, em caso de aumento excessivo de
serviço, seus empregados para lhe prestarem serviços. Dessa forma, é a empresa de
trabalho temporário que vincula o empregado e, por conseqüência possui
responsabilidade trabalhista direta. A tomadora de serviços, no caso, responde somente
subsidiariamente em relação à empresa de trabalho temporário.

5 – Qual é a denominação técnica atribuída ao “bóia-fria” e à “diarista”. Explique.


Resposta – O bóia fria e a diarista são típicos exemplos de trabalhadores eventuais, isto
é, não são considerados empregados, já que não apresentam habitualidade na prestação
de serviço. Tanto o serviço executado pelo bóia fria bem como o serviço executado pela
diarista, em regra, são prestados sem regularidade e, mesmo que esta esteja configurada,
sabe-se que tanto o bóia fria como a diarista possuem maior disponibilidade para alterar
o dia da prestação de serviço.

6 – Aponte os requisitos jurídicos que caracterizam o empregado doméstico.


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Resposta – A prestação de serviço no âmbito residencial/familiar, sem fim de


lucratividade caracteriza o emprego doméstico. Isso significa que mesmo que uma
empregada, registrada como doméstica, que preste serviço em residência familiar venha
a auxiliar sua patroa a confeccionar doces para vender a terceiros não poderá ser
considerada, nos termos da lei, empregada doméstica. Isto porque, o trabalho prestado
pela dita “empregada domestica” apresenta lucratividade.

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