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Estrutura da NR-01

Para ficar um pouco mais claro e dar uma real noção das alterações e
da sua relevância para o dia a dia da SST, é interessante comentar e
analisar pontualmente a NR-01. Que é composta de nove subitens e
dois anexos, sendo eles:

1.1 Objetivo;

1.2 Campo de aplicação;

1.3 Competências e estrutura;

1.4 Direitos e deveres;

1.5 Gerenciamento de riscos ocupacionais;

1.6 Da prestação de informação digital e digitalização de documentos;

1.7 Capacitação e treinamento em Segurança e Saúde no Trabalho;

1.8 Tratamento diferenciado ao Microempreendedor Individual –


MEI, à Microempresa – ME e à Empresa de Pequeno Porte – EPP;

1.9 Disposições finais;

Anexo I – Termos e definições;

Anexo II – Diretrizes e requisitos mínimos para utilização da


modalidade de ensino a distância e semipresencial.

Os termos e definições estão constantes no Anexo I.

Nele você encontra a explicação de alguns termos identificados não


apenas na NR-01, mas em outras normas como por exemplo a
definição de agente biológico, agente físico, agente químico para
entendimento da NR-09, os conceitos de canteiro de obra, frente de
trabalho e obra para aplicação na NR-18 e NR-05, neste último caso,
para o dimensionamento da Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes (CIPA) em conformidade ao anexo I da NR-05 que trata
CIPA na indústria da construção civil.

Alguns termos podem ser aplicados a própria NR-01, por exemplo a


definição de empregado, empregador, estabelecimento, evento
perigoso, ordem de serviço, organização, prevenção, trabalhador, entre
outras.

Está na dúvida de algum termo ou definição em qualquer norma,


consulte a NR-01, antes mesmo do “Dr. Google”. Assim você terá
certeza da referência adequada.

Outro ponto que merece atenção para consulta a NR-01 é quanto a


abrangência e campo de aplicação das Normas.

Abrangência e campo de aplicação


Fica claro que as NR obrigam, nos termos da lei, empregadores e
empregados, urbanos e rurais e são de observância obrigatória pelas
organizações e pelos órgãos públicos da administração direta e
indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo, Judiciário e
Ministério Público, que possuam empregados regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e nos termos previstos em
lei, aplica-se o disposto nas NR a outras relações jurídicas.

E que atender as NR não desobriga as organizações do cumprimento


de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em
códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou
Municípios, bem como daquelas oriundas de convenções e acordos
coletivos de trabalho.

Por exemplo na questão relacionadas a alojamento e áreas de vivência


para atendimento a NR-24, no item 24.9.7.1 estabelece a pé direito
mínimo na ausência de código de obra local. Outro exemplo, é que
convenções e acordos coletivos de trabalho podem ser mais restritivos
que as normas e estabelecerem parâmetros ainda não definidos e
regulamentados. Ou seja, conhecer apenas as NR não bastam, você
precisa ir além.
Outra dúvida tirada pela NR-01 é sobre o papel dos órgãos
competentes. As informações relacionadas ao campo de competências
e estrutura, estabelece as competências da Subsecretaria de Inspeção
do Trabalho – SIT e aos órgãos regionais.

História da NR-01

No caso da SIT por exemplo, formular e propor as diretrizes, as


normas de atuação e supervisionar as atividades da área de segurança
e saúde do trabalhador, promover a Campanha Nacional de Prevenção
de Acidentes do Trabalho – CANPAT e coordenar e fiscalizar o
Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT. Já a autoridade
regional competente em matéria de trabalho cabe impor as
penalidades cabíveis por descumprimento dos preceitos legais e
regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho.

Como o objetivo deste artigo não é trazer a cópia integral da NR-01,


mas fazer uma análise e apontamento dos principais tópicos, as
competências atribuídas a SIT não serão aqui transcritas. Por tanto
fica como sugestão a leitura do subitem 1.3 da NR-01.

Um ponto já existente no texto antigo e que merece total atenção além


do Gerenciamento de Risco Ocupacionais – GRO na NR-01, é o
subitem que trata sobre direitos e deveres do empregador e
empregado.

Direitos e deveres (profissional SST,


empregador e empregado)
É fundamental que o profissional de SST entenda e faça a relação das
suas atribuições principalmente com o que cabe o empregador,
descrito na NR-01.

Você técnico, tecnólogo ou engenheiro pegue agora, a lista de


atribuições e competências legais, incluindo o disposto na NR-04
SESMT e compare com as alíneas do subitem 1.3.1 da NR-01.

Perceba que cumprir e fazer cumprir as disposições legais e


regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho, informar aos
trabalhadores (entre outras coisas riscos ocupacionais e medidas de
prevenção), elaborar ordem de serviço e implementar medidas de
prevenção, ouvidos os trabalhadores, seguindo uma ordem de
prioridade é RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR e não sua.

Então quando você informa que determinado trabalhador precisa


passar por um treinamento de NR-35, que é necessário a instalação de
proteção de correias ou polias e/ou que é necessário a instalação de
linha de vida para alguma atividade e a gerência e/ou supervisão direta
não permite ou não dá a devida atenção, cabe a você, fazer chover no
molhado e demostrar que essa decisão é uma responsabilidade direta
dele. Mas quando um técnico, tecnólogo e/ou engenheiro se omite em
informar, orientar e instruir o empregador de forma específica e
objetiva está descumprindo seu papel.

Percebeu como esse item 1.3 é importante? Não deixa de ler.

Então já falamos do SESMT, do empregador, e o empregado, não tem


nada? Tem sim.

O subitem 1.3.2 estabelece que cabem ao trabalhador quatro


responsabilidades, e como não vai pesar nada, é possível colocar todas
aqui. São elas:

a. cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança


e saúde no trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas
pelo empregador;
b. submeter-se aos exames médicos previstos nas NR;
c. colaborar com a organização na aplicação das NR; e
d. usar o equipamento de proteção individual fornecido pelo
empregador.
Mas se o trabalhador se recusar a cumprir algum desses itens? A NR-
01 é clara. Constitui ato faltoso a recusa injustificada o cumprimento
dessas responsabilidades.

Mas entre todas essas responsabilidades uma merece mais destaque,


principalmente porque existindo na NR-01, ganha maior abrangência.

Sabe que direito é esse? Não??? É o direito de recusa.

Direito de recusa
A NR-01 especifica que o trabalhador poderá interromper suas
atividades quando constatar uma situação de trabalho onde, a seu ver,
envolva um risco grave e iminente para a sua vida e saúde,
informando imediatamente ao seu superior hierárquico. E caso
comprovada pelo empregador a situação de grave e iminente risco,
não poderá ser exigida a volta dos trabalhadores à atividade enquanto
não sejam tomadas as medidas corretivas.

E será que isso vai ocorrer na prática? Um problema de cada vez


prevencionista. O mais importante neste momento é saber que o
trabalhador tem “o poder” de identificar situações de risco grave e
iminente e a organização tem a responsabilidade de fazer alguma coisa
a respeito. Parece óbvio, mas para empresas que querem saber onde
está escrito, faz total diferença.
NR-01 Direito de recusa

Achando que acabaram os deveres e direitos é? Nada disso….

Os treinamentos admissionais que eram específicos para algumas


normas, como a NR-18 e NR-22, por exemplo passou ser obrigatório a
todas as empresas, haja vista que de acordo com a NR-01 todo
trabalhador, ao ser admitido ou quando mudar de função que implique
em alteração de risco, deve receber informações sobre:

a. os riscos ocupacionais que existam ou possam originar-se nos


locais de trabalho;
b. os meios para prevenir e controlar tais riscos;
c. as medidas adotadas pela organização;
d. os procedimentos a serem adotados em situação de emergência;
e
e. os procedimentos a serem adotados para cumprimento ao direito
de recusa.

É importante ressaltar que essas informações não precisam ser


transmitidas apenas durante os treinamentos, mas também por meio de
diálogos de segurança, documento físico ou eletrônico.

E aí, o que achou desse artigo, até agora? Se está curtiu até esse
momento. Aguarda o que te espera. A melhor parte ficou para final.
Vamos lá??? Vamos falar sobre o Gerenciamento de riscos
ocupacionais – GRO.

Gerenciamento de riscos
ocupacionais
O disposto neste item deve ser utilizado para fins de prevenção e
gerenciamento dos riscos ocupacionais e não para caracterização de
atividades ou operações insalubres ou perigosas. Para isso devem ser
aplicadas as NR-15 (Atividades e operações insalubres) e NR-16
(Atividades e operações perigosas), respectivamente.

GRO/PGR não é laudo de NR-15, NR-16 ou de


aposentadoria especial
Lembrando que esses documentos, diferente do Programa de
Gerenciamento de Risco – PGR, só podem ser elaborados por Médico
do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do Trabalho e que a
caracterização desses adicionais é diferente da caracterização da
aposentadoria especial, realizada pelo Laudo Técnico das Condições
Ambientais de Trabalho – LTCAT. Confuso? Vamos tentar tornar
mais visual.

FINALIDADE DOCUMENTO LEGISLAÇÃO QUEM ELABORA

Gestão de Segurança e Saúde GRO/PGR NR-01 Designado pelo empregado

Médico do Trabalho ou Eng


Identificar condição insalubre Laudo NR-15
de Segurança

Médico do Trabalho ou Eng


Identificar condição perigosa Laudo NR-16
de Segurança

Identificar condição para Médico do Trabalho ou Eng


Laudo Decreto 3048
aposentadoria especial de Segurança
(NR-01) PGR Não é laudo

Como mencionado no quadro acima a NR-01 estabelece que os


documentos integrantes do PGR devem ser elaborados sob a
responsabilidade da organização, respeitado o disposto nas demais
Normas Regulamentadoras, datados e assinados.

Ficou ou não ficou mais claro?? Mas vamos esquecer os laudos e


focar no GRO e no PGR.

Diferença entre GRO e PGR


Primeiro é importante fazer a relação do GRO e PGR. Um não existe
sem o outro. Afinal a NR-01 é clara. O Gerenciamento de Riscos
Ocupacionais deve constituir um Programa de Gerenciamento de
Riscos, a norma identifica este programa dentro do subitem 1.5.7 –
Documentação. Ou seja, o PGR é uma das formas de materializar o
GRO.

O GRO é processo e o PGR é o papel. E bem “simples” por sinal,


porque é composto no mínimo pelo inventário de riscos e plano de
ação.

Leia também esse post: Diferença entre GRO e PGR

Inventário de perigos e riscos


O Inventário de riscos ocupacionais é a composição dos dados da
identificação dos perigos e das avaliações dos riscos e devem ser
consolidados em um inventário de riscos ocupacionais, devendo
contemplar, no mínimo, as seguintes informações:

a. caracterização dos processos e ambientes de trabalho;


b. caracterização das atividades;
c. descrição de perigos e de possíveis lesões ou agravos à saúde
dos trabalhadores, com a identificação das fontes ou
circunstâncias, descrição de riscos gerados pelos perigos, com a
indicação dos grupos de trabalhadores sujeitos a esses riscos, e
descrição de medidas de prevenção implementadas;
d. dados da análise preliminar ou do monitoramento das
exposições a agentes físicos, químicos e biológicos e os
resultados da avaliação de ergonomia nos termos da NR-17.
e. avaliação dos riscos, incluindo a classificação para fins de
elaboração do plano de ação; e
f. critérios adotados para avaliação dos riscos e tomada de decisão.

NR-01 – Inventário de perigos e riscos ocupacionais

O inventário de riscos ocupacionais deve ser mantido atualizado e o


histórico das atualizações deve ser mantido por um período mínimo de
20 (vinte) anos ou pelo período estabelecido em normatização
específica.

PGR pode ser atendido por sistema de gestão


O PGR diferente do PPRA que era realizado por estabelecimento e
por critério da organização, pode ser implementado por unidade
operacional, setor ou atividade.

Outra grande novidade é que o PGR pode ser atendido por sistemas de
gestão, desde que estes cumpram as exigências previstas na NR-01 e
em dispositivos legais de segurança e saúde no trabalho. E se a norma
fala sobre trazer os conceitos de gestão, ela não poderia deixar de
abordar a melhoria contínua, embutindo em seu texto um tópico
específico sobre a adoção de medidas necessárias para melhorar o
desempenho em SST. E é essa é a grande sacada da NR-01. Obriga ao
empregador e profissionais da área buscarem sair da inércia.
Estabelecerem onde estão e para onde vão.

Observe que a norma não fala necessariamente em certificação, mas


atendimento por sistemas de gestão.

A NR-01 só menciona certificações em sistema de gestão de SST, no


caso de revisão do programa, o prazo poderá ser de até 3 (três) anos
para organizações certificadas. As demais são a cada dois anos ou
quando da ocorrência das situações específicas especificadas lá na
norma, por exemplo, na ocorrência de acidentes ou doenças
relacionadas ao trabalho.

Análise de acidentes de trabalho


Isso mesmo, cada acidente ou doença relacionadas ao trabalho, precisa
reavaliar as medidas de controle e por consequência o PGR. E essa
validação será baseada na análise de acidentes de trabalho, que deverá
ser documentada e:

a. considerar as situações geradoras dos eventos, levando em conta


as atividades efetivamente desenvolvidas, ambiente de trabalho,
materiais e organização da produção e do trabalho;
b. identificar os fatores relacionados com o evento; e
c. fornecer evidências para subsidiar e revisar as medidas de
prevenção existentes.

Preparação para emergências


Falando em acidentes, um ponto que merece destaque é inclusão para
preparação para emergências. Mesmo tendo um foco preventivo a NR-
01, não deixa de dar atenção a situações ligadas quando as coisas não
ocorrem como deveriam.
NR-01 – Preparação para emergências

Mas voltando ao PGR, propriamente dito.

PGR e outras NRs


O PGR deve contemplar ou estar integrado com planos, programas e
outros documentos previstos na legislação de SST e considerar as
condições de trabalho, nos termos da NR-17. Logo a Análise
Ergonômica Preliminar – AEP e Análise Ergonômica do Trabalho –
AET irão se integrar ao gerenciamento de riscos da organização.

Além disso durante elaboração e a fase de implantação do programa a


organização deve adotar mecanismos para:

a. consultar os trabalhadores quanto à percepção de riscos


ocupacionais, podendo para este fim ser adotadas as
manifestações da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes –
CIPA, quando houver; e
b. comunicar aos trabalhadores sobre os riscos consolidados no
inventário de riscos e as medidas de prevenção do plano de ação
do PGR.
Mesmo com tantas novidades, o processo de elaboração deste
programa é bem semelhante ao estabelecido pela NR-09.

As fases do PGR
Você se recorda das fases do PPRA? Antecipação, Reconhecimento,
Avaliação, Monitoramento, Registro e Divulgação dos Dados.

E hoje como se faz?

A organização precisa evitar os riscos ocupacionais que possam ser


originados no trabalho (antecipação). Após a eliminação de riscos nas
fases de projeto e planejamento, ela precisa identificar os perigos e
possíveis lesões ou agravos à saúde, avaliar os riscos ocupacionais
indicando o nível de risco e classificar os riscos ocupacionais para
determinar a necessidade de adoção de medidas de prevenção
(reconhecimento e avaliação), o próximo passo é implementar
medidas de prevenção, de acordo com a classificação de risco e na
ordem de prioridade estabelecida na alínea “g” do subitem 1.4.1.
Lembra qual é? Não?

Dica de ouro!!!

Como não há como guardar tudo na memória, escolha tópicos para


entender e guardar seus conceitos e jamais esquecer. E conhecer a
ordem de prioridades das medidas de prevenção estabelecidas pela
NR-01 é uma das coisas que precisa estar no seu sangue. São elas:

I. eliminação dos fatores de risco;


II. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de
medidas de proteção coletiva;
III. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de
medidas administrativas ou de organização do trabalho; e
IV. adoção de medidas de proteção individual.

Anotou?? Então repete. Anota de novo. E repete sem olhar.

E por fim e não menos importante acompanhar o controle dos riscos


ocupacionais (monitoramento).
Fase de monitoramento
Mas se o processo de elaboração é bem semelhante, o que
efetivamente há de tão novo?

O detalhamento de como fazer esse processo.

Antes da nova NR-01, todo esse processo era empírico. Isso mesmo,
empírico. Dá um “Google”!

Brincadeiras à parte, fazer um PPRA era baseado na experiência e na


observação, de alguém que tinha feito. Não existia uma referência
legal, uma receita de bolo. E agora tudo está detalhado.

O Processo de identificação de perigos e avaliação de riscos


ocupacionais mencionado no subitem 1.5.4 da NR-01, desenrola da
seguinte maneira:

 1.5.4.2 Levantamento preliminar de perigos (pode estar


contemplada na etapa de identificação de perigos).
 1.5.4.3 Identificação de perigos
 1.5.4.4 Avaliação de riscos ocupacionais

É importante que a identificação dos perigos deve abordar os perigos


externos previsíveis relacionados ao trabalho que possam afetar a
saúde e segurança no trabalho. Já a avaliação de riscos ocupacionais
precisa ser realizada, através de ferramentas e técnicas adequadas ao
risco ou circunstância em avaliação.

Avaliação de riscos ocupacionais


Deve-se para cada risco ser indicado um nível, determinado pela
combinação da severidade das possíveis lesões ou agravos à saúde
com a probabilidade ou chance de sua ocorrência.

Achando complexo? Vai piorar!!!! Mas calma, tudo vai dar certo…

Dica de ouro: quer poupar tempo e ir para os modelos de PGR


prontos? Conheça o Pendrive PGR na Prática
Trocando em miúdos. Você precisa estimar sobre cada risco sua
capacidade de matar e/ou causar lesão com incapacidade total/parcial
permanente e/ou temporária e quais as chances desse cenário
acontecer.

A gradação da severidade das lesões ou agravos à saúde deve levar em


conta a magnitude da consequência (levar em conta a ocorrência de
acidentes ampliados) e o número de trabalhadores possivelmente
afetados.

Todos esses conceitos e como fazer podem ser lidos com mais
detalhes, na NR-01, conforme já exposto, não é nosso objetivo ficar
dando Ctrl C e Ctrl V da norma aqui.

Baseada nessa avaliação você fará a classificação e irá elaborar o


plano de ação. Nele será especificado os controles de riscos
introduzidos, aprimorados ou mantidos e estabelecerá as formas de
acompanhamento e aferição de resultados e para isso é necessário dar
uma atenção especial subitem 1.5.5 da NR-01, sendo eles:

 1.5.5.1. Medidas de prevenção


 1.5.5.2. Planos de ação
 1.5.5.3 Implementação e acompanhamento das medidas de
prevenção
 1.5.5.4 Acompanhamento da saúde ocupacional dos
trabalhadores
 1.5.5.5. Análise de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho

Lembrando a organização deve adotar medidas de prevenção para


eliminar, reduzir ou controlar os riscos sempre que:

a. exigências previstas em Normas Regulamentadoras e nos


dispositivos legais determinarem (por exemplo proteção de
partes móveis em conformidade a NR-12);
b. a classificação dos riscos ocupacionais (risco intolerável que
requer medida emergencial)
c. houver evidências de associação, por meio do controle médico
da saúde, entre as lesões e os agravos à saúde dos trabalhadores
com os riscos e as situações de trabalho identificados
(dispositivos ergonômicos em atividades que é identificada
sobrecarga musculoesquelética).
Já em caso de inviabilidade técnica comprovada (requer estudo e
análise) para adoção de medidas de proteção coletiva, ou quando estas
não forem suficientes ou encontrarem-se em fase de estudo,
planejamento ou implantação ou, ainda, em caráter complementar ou
emergencial, deverão ser adotadas outras medidas, obedecendo-se a
seguinte hierarquia:

a. medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho


(rodízio e/ou redução de equipe para diminuir quantidade de
trabalhadores expostos);
b. utilização de equipamento de proteção individual – EPI.

Interrelação entre PGR e PCMSO


Outro ponto que merece destaque também é o acompanhamento da
saúde ocupacional dos trabalhadores. Já que os indicadores médicos
podem sugerir que algum controle não está sendo eficiente.

Por exemplo, se existe o risco de ruído, é realizado um


enclausuramento, é reduzida a exposição, é fornecido protetor auditivo
e mesmo assim é identificado problema na audiometria, é necessário
reavaliar essa proteção.

Esse controle deve ser um processo preventivo planejado, sistemático


e continuado, de acordo com a classificação de riscos ocupacionais e
nos termos da NR-07 PCMSO.

Empresas terceirizadas
Mas caso a empresa que eu trabalhe tenha outras empresas prestando
serviço, ou caso ao contrário, eu seja prestador de serviço em diversos
locais de trabalho. Muda alguma coisa?

Na relação contratada e contratante, sempre que várias organizações


realizarem, simultaneamente, atividades no mesmo local de trabalho
devem executar ações integradas para aplicar as medidas de
prevenção, visando à proteção de todos os trabalhadores expostos aos
riscos ocupacionais.
O PGR da empresa contratante poderá incluir as medidas de
prevenção para as empresas contratadas para prestação de serviços ou
referenciar os programas das contratadas. Já neste caso as contratantes
devem fornecer às informações sobre os riscos ocupacionais sob sua
gestão e que possam impactar nas atividades das contratadas e o
Inventário de Riscos Ocupacionais específicos de suas atividades que
são realizadas nas dependências da contratante ou local previamente
convencionado em contrato.

Dica: Quais os documentos exigidos para prestadores de serviço


segurança do trabalho?

Ufa!!! Cansou?? Mas ainda não acabou…. Vai achando que a única
grande novidade é o GRO e o PGR.

Educação à distância (EAD)


A nova NR-01 se adequou as tendências de mercado e acompanhando
as novas relações de mercado e a tecnologia dedicou parte a esclarecer
sobre a forma de prestação informação digital e digitalização de
documentos, capacitação e treinamento em SST à distância (por meio
da Educação à Distância – EAD) e híbrido (semipresencial) e
tratamento diferenciado ao Microempreendedor Individual – MEI, à
Microempresa – ME e à Empresa de Pequeno Porte – EPP.
NR-01 Ensino a distância

No que tange a parte sobre capacitação dos trabalhadores é importante


destacar além da possibilidade do uso do EAD em alguns
treinamentos a permissão para aproveitamento de conteúdos de
treinamentos ministrados, seja na mesma organização entre
organizações.

Já sobre o EAD, foram delimitadas diretrizes e requisitos mínimos


para utilização, sendo assim tanto seu uso, quando na formatação
semipresencial, são necessários atender os requisitos operacionais,
administrativos, tecnológicos e de estruturação pedagógica previstos
no Anexo II.

Para entender melhor sugere-se ler com calma e atenção o subitem 1.7
da NR-01.

Digitalização de informação de SST


Na pegada da digitalização da informação a NR-01 já estabelece que
as organizações devem prestar informações de segurança e saúde no
trabalho em formato digital. Sendo assim esses documentos previstos
nas NR podem ser emitidos e armazenados em meio digital com
certificado digital emitido no âmbito da Infraestrutura de Chaves
Públicas Brasileira (ICP-Brasil), normatizada por lei específica.

Os documentos físicos, assinados manualmente, inclusive os


anteriores à vigência desta NR, podem ser arquivados em meio digital,
pelo período correspondente exigido pela legislação própria, mediante
processo de digitalização conforme disposto em Lei.

Mas não é somente fazer o documento de forma eletrônica ou


digitaliza-lo, o empregador deve garantir a preservação de todos os
documentos nato digitais ou digitalizados por meio de procedimentos
e tecnologias que permitam verificar, a qualquer tempo, sua validade
jurídica em todo território nacional, garantindo permanentemente sua
autenticidade, integridade, disponibilidade, rastreabilidade,
irretratabilidade, privacidade e interoperabilidade.

SESMT e Tecnologia da informação precisam estar alinhados e


estabelecer como será a elaboração, guarda e conservação dos
documentos.

Leia também: Tudo sobre SESMT e NR-04

Mas uma coisa não muda! O empregador deve garantir à Inspeção do


Trabalho amplo e irrestrito acesso a todos os documentos digitalizados
ou nato digitais e para os documentos que devem estar à disposição
dos trabalhadores ou dos seus representantes, a organização deverá
prover meios de acesso destes às informações, de modo a atender os
objetivos da norma específica.

3 tipos de treinamentos segundo a


NR-01
Como mencionado já anteriormente a NR-01 “oficializa” a
necessidade do treinamento admissional e/ou integração para as
empresas. Muitas empresas já o faziam como uma forma de atender
outros requisitos legais, já na respectiva norma, como disponibilizar as
informações a cerca do risco, medidas de controle e entre outras
informações, mas essa obrigação estava em normas específicas.
O que era chamado de treinamento admissional e/ou integração, a NR-
01 chamou de inicial. E o que era chamado de reciclagem, ganhou o
nome de periódico ou eventual.

Antes a maioria dos certificados tinham conteúdo programático, carga


horária, data, local de realização do treinamento, nome e qualificação
dos instrutores e assinatura. Agora é necessário também assinatura do
trabalhador (muitos já faziam dessa forma) e a assinatura do
responsável técnico do treinamento, não necessariamente o instrutor.

É importante destacar que existe diferença entre o treinamento


periódico e o eventual. O treinamento periódico deve ocorrer de
acordo com periodicidade estabelecida nas NR ou, quando não
estabelecido, em prazo determinado pelo empregador.

Dica de ouro!!!!

Na dúvida de qual prazo estabelcer para o treinamento que não está


prevista na norma. Como por exemplo a NR-11? Segue as demais! Se
você observar a NR-35, por exemplo o prazo são de dois anos.

Já o treinamento eventual deve ocorrer:

a. quando houver mudança nos procedimentos, condições ou


operações de trabalho, que impliquem em alteração dos riscos
ocupacionais;
b. na ocorrência de acidente grave ou fatal, que indique a
necessidade de novo treinamento; ou
c. após retorno de afastamento ao trabalho por período superior a
180 (cento e oitenta) dias.

Tratamento diferenciado para MEI,


ME e EPP
E por fim e não menos importante. Merece um destaque ao item que
fala sobre o tratamento diferenciado ao Microempreendedor
Individual – MEI, à Microempresa – ME e à Empresa de Pequeno
Porte – EPP.
A NR-01 dispensa o Microempreendedor Individual – MEI de
elaborar o PGR, porém não abre mão do contratante do MEI incluí-lo
nas suas ações de prevenção e no seu PGR, quando este atuar em suas
dependências ou local previamente convencionado em contrato.

Logo as empresas que contratarem MEI, terão que considerar suas


atividades e riscos no PGR.

Outro ponto importante para o MEI é que serão expedidas pela


Secretaria Especial de Previdência e Trabalho – SEPRT fichas com
orientações sobre as medidas de prevenção a serem adotadas pelo
MEI.

As FICHAS MEI têm o objetivo de relacionar os principais perigos e


riscos comumente presentes nas atividades do microempreendedor
individual (MEI), bem como as medidas de prevenção e proteção a
serem adotadas para resguardar sua saúde e integridade física e de seu
empregado, quando houver.

Trata-se de lista exemplificativa, devendo cada profissional avaliar


riscos adicionais e/ou relacionados à sua situação específica. No caso
de trabalho em estabelecimentos de terceiros, a contratante deverá
fornecer as informações sobre os riscos que possam afetar o MEI e
incluí-lo nas suas ações de prevenção.

A observância destas fichas não dispensa o cumprimento das


disposições legais e regulamentares aplicáveis, especialmente as
Normas Regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho (NR),
conforme o caso.

Para acessar as fichas basta clicar em FICHA MEI.

Além da MEI, as microempresas e empresas de pequeno porte que não


forem obrigadas a constituir SESMT, podem optar por usar uma
ferramenta de avaliação de risco a serem disponibilizada pela SEPRT,
não sendo obrigada a elaborar um PGR seguindo os requisitos do
subitem 1.5 da NR-01. Neste caso o PGR será relatório produzido por
esta ferramenta e o plano de ação.

Esta ferramenta está disponibilizada no


link: https://pgr.trabalho.gov.br/#!/
As ME e EPP, graus de risco 1 e 2 (consulte o Anexo I da NR-04 para
saber o grau de risco da empresa), que no levantamento preliminar de
perigos não identificarem exposições ocupacionais a agentes físicos,
químicos e biológicos, em conformidade com a NR9, e declararem as
informações digitais na forma do subitem 1.6.1, ficam dispensadas da
elaboração do PGR. Caso além dos riscos ambientais, também não
tiverem riscos relacionados a fatores ergonômicos, ficam dispensadas
de elaboração do Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional – PCMSO.

Leia também: Declaração de Inexistência de Riscos

Aha! Não esquece que a dispensa do PCMSO não desobriga a


empresa da realização dos exames médicos e emissão do Atestado de
Saúde Ocupacional – ASO e que a quanto à obrigação de elaboração
do PGR não afasta a obrigação de cumprimento por parte do MEI, ME
e EPP das demais disposições previstas em NR.

Ou seja, não ter PGR, não desobriga ter que atender a NR-10, 11 e 12
por exemplo. E o PGR sem gestão não estabelece um GRO.

Fato que diante de tantas mudanças, muitas oportunidades de melhorar


o ambiente de trabalho, prevenir doença e acidentes e até de negócios
podem surgir para os profissionais de segurança e saúde do trabalho e
o sucesso da NR-01 e do GRO e do PGR depende muito da postura
proativa e compromissada de todos.

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