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NOVO CÓDIGO FLORESTAL

LEI 12.651/2012
LEI Nº 12.651/2012 – NOVO CÓDIGO FLORESTAL
Lei nº 4.771/1965:
“Art. 1º. – As florestas existentes no território nacional e as demais formas de
vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de
interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de
propriedade, com as limitações que a legislação em geral e especialmente
esta lei estabelecem.”

Lei nº 12.651/2012:
“Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31
de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de
dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e
7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de
agosto de 2001; e dá outras providências.”

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PRINCIPAIS TÓPICOS

1. Área de Preservação Permanente – APP


2. Reserva Legal
3. Cadastro Ambiental Rural – CAR
4. Penalizações
5. Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADINs)

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1. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - APP

“Área protegida, coberta ou não por vegetação


nativa, com a função ambiental de preservar os
recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo
gênico de fauna e flora, proteger o solo e
assegurar o bem-estar das populações
humanas” (Art.3º, Inciso II).

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O que mudou:
 A medição da área de proteção
leva em consideração o leito do
rio em períodos regulares e não
mais nas cheias (Art. 4º, Inciso I).

• As encostas ou partes destas com


declividade superior a 45°,
equivalente a 100% na linha de
maior declive (Art. 4º, Inciso V).

Fonte da ilustração: Estadão, nov/2011.


1. PLANTAÇÕES EM APPS DE ENCOSTAS E TOPOS DE MORRO
Como era:
Lei de 1965: Ao proibir plantações
em encostas e topos de morro, o
antigo Código Florestal tornou
Como ficou:
irregular diversas propriedades.  Em áreas de inclinação entre 25° e
45°, serão permitidos o manejo
florestal sustentável, atividades
agrossilvipastoris, sendo vedada a
conversão de novas áreas, excetuadas
as hipóteses de utilidade pública e
interesse social (Art. 11).

 As áreas com altitude superior a


1.800 metros, as encostas e topos de
morros, continuam como de
preservação permanente, mas
poderão ser utilizadas para atividades
florestais, para pastoreio extensivo e
para culturas lenhosas, perenes ou de
ciclo longo (Art. 63).

Fonte das ilustrações: Agência Brasil, 2011.


1. APPS DE ENCOSTAS E TOPOS DE MORRO
1. APPS DE ENCOSTAS E TOPOS DE MORRO

Fonte : Florestec Engenharia e Soluções Ambientais, 2011.


1. APPS DE CURSOS D´AGUA
RIOS MENOS QUE 10 M 30 m
RIOS ENTRE 10 M E 50 M 50 m
RIOS ENTRE 50 M E 200 M 100 m
RIOS ENTRE 200 M E 600 M 200 m
RIOS COM LARGURA IGUAL OU MAIOR QUE 600 M 500 m
NASCENTES E OLHOS D´AGUA Raio de 50 m

LAGOAS E LAGOS NATURAIS EM ZONA URBANA 30 m

100 m, exceto para corpos d´agua com até 20 ha,


LAGOAS E LAGOS NATURAIS EM ZONA RURAL
cujas faixas serão de 50 m

Faixa definida na Licença do empreendimento,


RESERVATÓRIOS ARTIFICIAIS exceto em casos que não decorram de barramento
ou represamento

MANGUEZAIS Protegidos em toda a sua extensão


RESTINGAS Protegidas
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1. ÁREAS RURAIS CONSOLIDADAS* EM APPS
* A recomposição de matas ciliares não irá variar de acordo com a largura do
rio, mas sim de acordo com o tamanho da propriedade.

RECUPERAÇÃO OBRIGATÓRIA DA APP


APP Limite de
Área do imóvel APP
independente da APP Recomposição (% de
Rural (em módulos Lagos e Lagoas APP Veredas
Largura do Corpo Nascentes APP nos Imóveis
fiscais) Naturais
d‘água Rurais)
≥1 5m 5m 5m 30 m 10%

1≥2 8m 8m 8m 30 m 10%

2≥4 15 m 15 m 15 m 30 m 20%

de 20 a 100 m,
>4 30 m 30 m 50 m Não há limites
conforme PRA

Área Rural Consolidada: Área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008, com
edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio.
1. RECUPERAÇÃO OBRIGATÓRIA DA APP
1. RECUPERAÇÃO OBRIGATÓRIA DA APP
2. RESERVA LEGAL
De acordo com a Lei de 1965 – O que mudou:
Percentual mínimo obrigatório de Propriedades pequenas, até quatro
Mata Nativa que permaneceu com a módulos fiscais (5 a 400 hectares):
nova lei: Isentas de recompor área desmatada. Sem
obrigatoriedade de cumprir percentual
Amazônia 80% Cerrado 35% mínimo de preservação.
Será válida para o cálculo a quantidade de
vegetação nativa existente até julho de
2008.

O Novo Código também autoriza a recomposição em áreas fora


da propriedade, desde que no mesmo bioma.
Outros biomas 20%

Nas propriedades maiores, o cálculo da R.L. será feito com base na parte do terreno que exceder quatro módulos fiscais.

Fonte : Agência Brasil, 2011.


2. RESERVA LEGAL
Como era: Como ficou:
O cálculo da área da R.L. não incluía as Cálculo da área de R.L. admite soma com
APPs. as APPs, desde que estejam preservadas
ou em recomposição.
As áreas
poderão ser
somadas desde
que não
implique em
conversão das
áreas para o
uso alternativo
do solo .

Fonte: R7, de maio de 2012.


2. RESERVA LEGAL - AGRICULTURA FAMILIAR
Como ficou:
Aos imóveis de agricultura familiar, permite-se
incluir como R.L. áreas com árvores frutíferas e
Como era: ornamentais, ou seja, trocar a mata nativa por
Não mencionava regras exclusivas de uma plantação. Além disso, este manejo não
propriedades com até 20 hectares. precisa de autorização de órgãos ambientais se
for para uso próprio, embora apresente um
limite anual.

Como fiscalizar a retirada anual de 2 m³ por hectare de material lenhoso para consumo próprio da
Reserva Legal? (Capítulo XII – Da Agricultura Familiar – Art. 56, § 1º).

Fonte: R7, de maio de 2012.


3. CADASTRO E REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL
 O novo código cria o Cadastro Ambiental Rural (CAR), obrigatório para
todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações
ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados
para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e
combate ao desmatamento. (Art. 29);

 Acaba com a exigência de averbação da Reserva Legal em cartório


(Capítulo IV – Seção II – Art. 18, § 4º);

 A União, os estados e o Distrito Federal terão até dois anos de prazo,


contados da publicação da futura lei, para implantar o Programa de
Regularização Ambiental (PRA) (Art. 59);

 A inscrição no CAR é condição obrigatória para adesão ao PRA (Art. 59, §


3º);
3. CADASTRO E REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL
 É obrigatório o prévio cadastramento no Cadastro Ambiental Rural – CAR
para a obtenção da autorização para supressão da vegetação nativa (Art.
26);

 Proprietários de áreas que tenham R.L. que ultrapasse o mínimo exigido


pela lei, poderão utilizar a área excedente para fins de emissão de Cotas
de Reserva Ambiental (CRA), que são títulos nominativos representativos
de área com vegetação nativa (Art. 35); e

 O proprietário ou possuidor de imóvel rural que detinha, em 22 de julho


de 2008, área de Reserva Legal em extensão inferior ao estabelecido
anteriormente poderá regularizar sua situação, independentemente da
adesão ao PRA, adotando as seguintes alternativas, isolada ou
conjuntamente:
I - Recompor a Reserva Legal;
II - Permitir a regeneração natural da vegetação na área de Reserva Legal; e
III - Compensar a Reserva Legal (Art. 66).
4. PUNIÇÃO PARA DESMATAMENTO IRREGULAR

 As infrações ambientais cometidas até 22 de julho de 2008 serão


suspensas desde a publicação da lei e enquanto o proprietário que aderiu
ao PRA estiver cumprindo o termo de compromisso ajustado (Art. 59,
§4º).

 Destruir ou danificar floresta considerada de Preservação Permanente,


mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de
proteção (Art. 38);

 Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas


de vegetação (Art. 48);

 Extingue-se a punibilidade com a efetiva regularização do imóvel


(Art. 60).
4. PUNIÇÃO PARA DESMATAMENTO IRREGULAR

Como era: Como ficou:


Pena de três meses a um ano de Isenta os proprietários rurais das multas
prisão simples e multa de um a cem e demais sanções previstas na lei em
vezes o salário mínimo. vigor. Produtor que se inscrever no CRA e
aderir ao PRA terá suspensa sanções
administrativas.

Fonte: R7, de maio de 2012.


1. RESERVA LEGAL
Definição:

“área localizada no interior de uma propriedade


ou posse rural, [...], com a função de assegurar o
uso econômico de modo sustentável dos recursos
naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a
reabilitação dos processos ecológicos e promover a
conservação da biodiversidade, bem como o
abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora
nativa”
1. RESERVA LEGAL
Extensão da Reserva Legal: 20% a 80% da
área total do imóvel, dependendo da
localização do imóvel no país
• Área de Floresta na Amazônia Legal: 80%
• Área de Cerrado na Amazônia Legal: 35%
• Demais regiões: 20%

– Amazônia Legal: é composta de 8 estados (Acre,


Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia,
Roraima e Tocantins) mais parte do Maranhão, e
corresponde a 59% do total do território brasileiro
(5 milhões de km2)
1. RESERVA LEGAL
Possibilidade de redução da Reserva Legal
de 80% para 50%:
• em área de Floresta na Amazônia Legal
• em estados com mais de 65% das suas áreas
em unidades de conservação de domínio
público, com Zoneamento Econômico-
Ecológico aprovado
• em Municípios com mais de 50% da área
ocupada por unidade de conservação de
domínio público e terras indígenas
homologadas
Continuação

Regularização: possível, conforme as


seguintes medidas:

• Recomposição da vegetação
• Regeneração Natural e/ou
• Compensação em outra área
equivalente
Compensação: alternativas

• Aquisição de créditos (título de mercado “Cota de


Reserva Ambiental – CRA”)
• Arrendamento de área sob regime de servidão
ambiental
• Doação ao poder público de área localizada no
interior de unidade de conservação de domínio
público, pendente de regularização fundiária
• Cadastramento de outra área equivalente e
excedente à Reserva Legal, em imóvel de mesma
titularidade ou adquirida em imóvel de terceiro, com
vegetação nativa estabelecida, em regeneração ou
recomposição, desde que localizada no mesmo
bioma
2. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
Definição: áreas com funções ambientais especiais (ex.,
margens de rios, topos de morro, nascentes,
reservatórios)
Margens de rio: faixas de qualquer curso d´água natural,
com largura mínima de:
• 30m, para os cursos d´água de menos de 10m de largura
• 50m, para os cursos d´água que tenham de 10 a 50m de largura
• 100m, para os cursos d´água que tenham de 50 a 200m de
largura
• 200m, para os cursos d´água que tenham de 200 a 600 m de
largura
• 500m, para os cursos d´água que tenham largura superior a 600m
CONTINUAÇÃO
– Regra: manutenção de vegetação nativa (ou
exótica, quando autorizado em plano de
recomposição)

– Usos Autorizados: sujeito a licenciamento prévio

• Utilidade Pública
• Interesse Social
• Baixo Impacto
• *Áreas Consolidadas*
3. RESERVA LEGAL VS. APP
É possível considerar APP no cálculo da
Reserva Legal
Condições:
• que o benefício não implique a conversão de
novas áreas para o uso alternativo do solo
• que a APP a ser considerada no cálculo esteja
devidamente preservada ou sob processo de
recuperação
• que o imóvel esteja cadastrado junto ao
Cadastro Ambiental Rural – CAR
4. ÁREAS CONSOLIDADAS
Definição: “Área de imóvel rural com
ocupação antrópica preexistente a 22 de
julho de 2008, com edificações, benfeitorias
ou atividades agrossilvipastoris".
O Novo Código Florestal:
• isenta áreas consolidadas do pagamento de
multas e da aplicação de penalidades
criminais
• autoriza a continuidade de certas atividades
(agrossilvipastoris, ecoturismo) em APPs
consolidadas
5. IMPACTOS PARA O EMPREENDEDOR
Isenção de Penalidades:

• Perdão de multas aplicadas até julho de 2008,


mediante cadastramento em programa de
regularização ambiental da área degradada
• Penalidades administrativas poderão ser
convertidas em serviços de recuperação
ambiental
• Penalidades aplicadas após essa data
permanecerão em vigor
CONTINUAÇÃO

O Novo Código Florestal autoriza o Poder


Executivo Federal a instituir programa de
apoio e incentivo à conservação do meio
ambiente, oferecendo:
I. pagamento ou incentivo a serviços ambientais
II. compensação pelas medidas de conservação
ambiental
III. incentivos para pesquisa e desenvolvimento de
técnicas de recuperação e conservação e uso
sustentável das florestas
5. IMPACTOS PARA O EMPREENDEDOR
Cadastro Ambiental Rural – CAR: Registro público
eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos
os imóveis rurais.
• Finalidade: integrar as informações ambientais para
formar uma base de dados para controle,
monitoramento, planejamento ambiental e econômico e
combate ao desmatamento.
• A inscrição deverá ser feita junto ao órgão ambiental
municipal, estadual ou federal, mediante submissão de
informações técnicas
• Prazo para inscrição: um ano contado da sua
implantação(pendente)
1. DISPOSIÇÕES GERAIS
O art. 59 prevê que os entes federativos, com exceção
do Município (sic) deverão, no prazo de um ano,
contado a partir da data da publicação da Lei
12.651/12, prorrogável por uma única vez, por igual
período, por ato do Chefe do poder Executivo,
implantar Programas de Regularização Ambiental -
PRAs, de posses e propriedades Rurais.

Na regulamentação dos PRAs, a União estabelecerá


em até 180 dias a partir da data da publicação da Lei
12.651/12 (em 25/05 houve a publicação - 6 meses =
25/10/2013), sem prejuízo do prazo definido no
caput, normas de caráter geral
1. DISPOSIÇÕES GERAIS
Outra condição para a regularização, é a inscrição
do imóvel no CAR, que é obrigatória para a adesão
ao PRA, devendo a adesão ser requerida no prazo
de um ano, contado a partir do prazo referido no
caput. (§2º).

O requerimento de adesão será dirigido ao órgão


competente (da União, do Estado, do D.F.), que
convocará o interessado para assinar termo de
compromisso, que constituirá título executivo
extrajudicial. (§3º).
1. DISPOSIÇÕES GERAIS
No período entre a publicação da Lei e a
implantação do PRA em cada Estado e no
D.F., após a adesão do interessado e
enquanto estiver sendo cumprido o termo
de compromisso, o interessado não poderá
ser autuado por infração cometida antes de
22 de julho de 2008 (Sic), relativas à
supressão irregular de vegetação em Áreas
de Preservação Permanente, de Reserva
Legal e de Uso Restrito. (§4º).
2. DAS ÁREAS CONSOLIDADAS EM APP
O art. 60 dispõe que o Termo de Compromisso para
regularização de imóvel ou posse rural perante o
órgão ambiental competente, mencionado no art. 59,
suspenderá a possibilidade de crimes previstos nos
arts. 38, 39 e 48 da Lei nº 9.605, de 12.02.1998,
enquanto o termo estiver sendo cumprido.

O art. 61 autoriza, exclusivamente, a continuidade


das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de
turismo rural em áreas rurais consolidadas até 22 de
julho de 2008.
3. DAS ÁREAS CONSOLIDADAS EM ÁREA
DE RESERVA LEGAL
O art. 66 abre esta seção dispondo que o
proprietário ou possuidor de imóvel rural
que detinha, em 22 de junho de 2008 área
de Reserva Legal em extensão inferior ao
estabelecido no artigo 12, poderá
regularizar sua situação,
independentemente da adesão ao PRA,
adotando as seguintes alternativas, isolada
ou conjuntamente:
CONTINUAÇÃO

I - recompor a Reserva Legal;


II - permitir a regeneração natural
da vegetação na área de RL;
III - compensar a RL.

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3. DAS ÁREAS CONSOLIDADAS EM ÁREA DE
RESERVA LEGAL

O §2º reza: "A recomposição de que trata o


inciso I do caput deverá atender os critérios
estipulados pelo órgão competente e ser
concluída em até 20 anos, abrangendo, a
cada 2 anos, no mínimo, 1/10 da área total
necessária à sua complementação.“
CONTINUAÇÃO
O §3º completa o anterior, dispondo que a
recomposição de que trata o inciso I do caput
poderá ser feita mediante o plantio intercalado de
espécies nativas com exóticas ou frutíferas, em
sistema agroflorestal, observados os seguintes
parâmetros:
I - o plantio de espécies exóticas deverá ser
combinado com as espécies nativas de
ocorrência regional;
II - a área recomposta com espécies exóticas
não poderá ultrapassar 50% da área total a
ser recuperada.

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Lei 11.516/2007

Sistema Nacional de Unidades


de Conservação (SNUC)
Lei 9.985/2000
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade é uma
autarquia em regime especial. Criado dia 28 de agosto de 2007,
pela Lei 11.516, o ICMBio é vinculado ao Ministério do Meio
Ambiente e integra o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama).
Cabe ao Instituto executar as ações do Sistema Nacional de
Unidades de Conservação, podendo propor, implantar, gerir,
proteger, fiscalizar e monitorar as UCs instituídas pela União.
Cabe a ele ainda fomentar e executar programas de pesquisa,
proteção, preservação e conservação da biodiversidade e exercer o
poder de polícia ambiental para a proteção das Unidades de
Conservação federais.

http://www.icmbio.gov.br/portal/
Unidades de Conservação

Unidade de conservação é um termo


utilizado no Brasil para definir as áreas
instituídas pelo Poder Público para a
proteção da fauna, flora, microorganismos,
corpos d´água, solo, clima, paisagens, e todos
os processos ecológicos pertinentes aos
ecossistemas naturais.
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE
PROTEÇÃO INTEGRAL
São aquelas que têm como objetivo básico preservar a natureza,
livrando-a, o quanto possível, da interferência humana; nelas,
como regra, só se admite o uso indireto dos recursos naturais,
isto é, aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou
destruição, com exceção dos casos previstos na Lei do Sistema
Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Compreendem
as seguintes categorias: Estação Ecológica (ESEC), Reserva
Biológica (REBIO), Parque Nacional (PARNA), Monumento
Natural (MN) e Refúgio de Vida Silvestre (REVIS). O Instituto
Chico Mendes gerencia 126 Unidades de Conservação de
Proteção Integral. Confira a relação de todas.
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE USO
SUSTENTÁVEL
São aquelas cujo objetivo básico é compatibilizar a conservação da
natureza com o uso sustentável de parcela de seus recursos naturais.
Elas visam a conciliar a exploração do ambiente com a garantia de
perenidade dos recursos naturais renováveis considerando os
processos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente
viável. Constituem este grupo as seguintes categorias: Área de
Proteção Ambiental (APA), Área de Relevante Interesse Ecológico
(ARIE), Floresta Nacional (FLONA), Reserva Extrativista (RESEX),
Reserva de Fauna (REFAU), Reserva de Desenvolvimento Sustentável
(RDS) e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). Ao todo o
Instituto Chico Mendes faz gestão de 166 Unidades de Conservação de
Uso Sustentável.
Área de Proteção Ambiental

Área em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, com


atributos bióticos, abióticos, estéticos ou culturais importantes para
a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas. As
APAs tem como objetivo proteger a diversidade biológica,
disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade
do uso dos recursos naturais. Cabe ao Instituto Chico Mendes
estabelecer as condições para pesquisa e visitação pelo público.
Área de Relevante Interesse Ecológico

Área em geral de pequena extensão, com pouca ou


nenhuma ocupação humana, com características
naturais singulares ou mesmo que abrigam exemplares
raros da biota regional. Sua criação visa a manter
esses ecossistemas naturais de importância regional ou
local, bem como regular o uso admissível destas áreas,
compatibilizando-o com os objetivos da conservação da
natureza.
Floresta Nacional

Área com cobertura florestal de espécies predominantemente


nativas, criadas com o objetivo básico de uso múltiplo sustentável
dos recursos florestais e pesquisa científica, voltada para a
descoberta de métodos de exploração sustentável destas florestas
nativas. É permitida a permanência de populações tradicionais que
habitam a área, quando de sua criação, conforme determinar o
plano de manejo da unidade. A visitação pública é permitida, mas
condicionada às normas especificadas no plano de manejo. A
pesquisa é permitida e incentivada, sujeitando-se à prévia
autorização do Instituto Chico Mendes.
Reserva Extrativista
Área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja
subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na
agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno
porte. Sua criação visa a proteger os meios de vida e a cultura
dessas populações, assegurando o uso sustentável dos recursos
naturais da unidade. As populações que vivem nessas unidades
possuem contrato de concessão de direito real de uso, tendo em
vista que a área é de domínio público. A visitação pública é
permitida, desde que compatível com os interesses locais e com o
disposto no plano de manejo da unidade. A pesquisa é permitida e
incentivada, desde que haja prévia autorização do Instituto Chico
Mendes.
Reserva de Fauna
Área natural com populações de animais de espécies nativas,
terrestres e aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para
estudos técnico-científicos sobe o manejo econômico sustentável dos
recursos faunísticos. A visitação pública é permitida, desde que
compatível com o manejo da unidade. É proibida na área a prática da
caça amadorística ou profissional. Mas pode haver comercialização
dos produtos e subprodutos resultantes das pesquisas, desde que
obedeçam o disposto na legislação brasileira sobre fauna.
Reserva de Desenvolvimento Sustentável

Área natural que abriga populações tradicionais, que vivem


basicamente em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos
naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às
condições ecológicas locais. Esta categoria desempenha papel
fundamental na proteção da natureza, bem como na manutenção da
diversidade biológica. Tal uso é regido, como nas Reservas
Extrativistas, por contrato de concessão de direito real de uso, uma vez
que a área da RDS é de domínio público.
Reserva Particular do Patrimônio Natural
São unidades de conservação instituídas em áreas provadas,
gravadas com perpetuidade, com o objetivo de conservar a
diversidade biológica ali existente. Com isso, tem-se o
engajamento do cidadão na proteção dos ecossistemas
brasileiros, dando-lhe incentivo à sua criação, como isenção de
impostos. O SNUC especifica que é compatível a conservação da
natureza nessas áreas, com o uso sustentável de parcela de seus
recursos ambientais renováveis, bem como dos processos
ecológicos essenciais, mantendo a biodiversidade e atributos
ecológicos. Uso sustentável aqui subentende-se a realização de
pesquisa científica e visitação pública com finalidade turística,
recreativa e educacional.
Estação Ecológica
Área que tem como objetivos a preservação da natureza e a
realização de pesquisa científica. Só é permitido o uso
indireto dos recursos naturais, ou seja, apenas aquele que
não envolva consumo, coleta, dano ou destruição. É proibida
a visitação pública, exceto se com objetivo educacional,
conforme definir o Plano de Manejo ou regulamento
específico desta categoria. A pesquisa depende de
autorização prévia do Instituto Chico Mendes e está sujeita
às condições e restrições por ele estabelecidas. A alteração
desses ecossistemas só é permitida nos casos de sua
recomposição quando porventura modificados; manejo de
espécies com a finalidade de preservação da biodiversidade
biológica; coleta de amostras dos ecossistemas com
finalidade científica e realização de pesquisa científica.
Reserva Biológica
Esta categoria de unidade de conservação visa à
preservação integral da biota e demais atributos naturais
sem interferência humana direta ou modificações
ambientais. A exceção fica por conta de medidas de
recuperação de seus ecossistemas alterados e de ações
de manejo necessárias para recuperar e preservar o
equilíbrio natural, a diversidade biológica e seus
processos ecológicos naturais. A visitação pública é
proibida, exceto a de caráter educacional, segundo o
definido em Plano de Manejo da unidade. A pesquisa
depende de autorização prévia do Instituto Chico
Mendes e também está sujeita às condições e restrições
por ele estabelecidas.
Parque Nacional
Os parques nacionais são a mais popular e antiga
categoria de unidades de conservação. Seu objetivo,
segundo a legislação brasileira, é preservar
ecossistemas de grande relevância ecológica e beleza
cênica, possibilitando a realização de pesquisa
científica, de atividades educacionais e de interpretação
ambiental, recreação e turismo ecológico, por meio do
contato com a natureza. O regime de visitação pública é
definido no Plano de Manejo da respectiva unidade.
Monumento Natural
Categoria de unidade de conservação que tem como
objetivo básico preservar sítios naturais raros,
singulares e/ou de grande beleza cênica. Pode ser
constituído por propriedades particulares, desde que
haja compatibilidade entre a utilização da terra e a
preservação (ou conservação?) dos recursos naturais
por parte dos proprietários. Se não houver
compatibilidade, a área é desaproriada. É permitida a
visitação aos monumentos naturais, já a pesquisa
depende de prévia autorização do Instituto Chico
Mendes.
Refúgio de Vida Silvestre

Esta categoria objetiva proteger ambientes naturais


onde se asseguram condições para a existência ou
reprodução de espécies ou comunidades da flora
local e da fauna residente ou migratória. Assim como
os monumentos naturais, os refúgios podem ser
constituídos por áreas particulares, seguindo as
mesmas exigências legais.

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