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Tis ips gn econ pcs eps Se ee ees ‘Ambie..fetal.] .~ Sto Paulo. cto nuh Sr ea i da Silva Alves, Irene F. Almeida de Sé Leme. an 281 04504 cop. Tes para clog ste: 1 Avg pcloia 190287 Amprst no Bell ex 10 (2) Capitulo 5 Validacie e precisdo de testes psicolagicos Gisele Aparecids da Sis Aes ‘Mayra Silva de Sou Makin Munes 8 Introducgéo ‘Todos os psicdlogos j4 ouviram falar dos conceitos validade e preciséo, mesmo que nunca tenham sentido a necessidade de se aprofundar neles, Um estudo realizado por Vendramini ¢ Lopes (2008), com trinta psicélogos de diversas éreas de atuagéoe trinta estudantes concluintes do curso de Psicologia, revelou que mais de 50% dos participantes ndo conseguem ler as informagbes sobre cevidencias de validade e precisio, apesar de quase 30% dos profis- sionais considerarem a leitura desses aspectos importante para se manterem atualizados e aproximadamente 40% dos estudantes avaliarem que esse dado é dicil para a uilizago segura dos testes corre que esses dois conceitos em questio si imprescindiveis na praticn do psicélogo que faz uso de testes psicalbgicos; anuitns ‘vezes, entretanto, no so abordados ndequadamente no curso de graduagio em Psicalogla. Varios autores questionam a formagio do psieélog apontam falhas nesse percurso (Bettoi & Simin, 2000; Dias, 2001; Francisco & 1992; Pereita & Carellas, 1995). D crfticas mais no Brasil e voltada para a pratica em sional de psicologia a lidar com cemancias diversificadas (Moura, 1999). Sobre a formagao espectficn em avaliagto psicaligica, outros peequisedores expdem dificuldades como as abordagens geral € redurida do contetido, incompativeis com a demanda prética da vento de testes ¢ na ica partic firea, teoria e técnica precérias no ensi confecgao de relatérios, assim como a mvio reciclagem de profes- sores ea precatiedade de material que estes utilizam (Llutz & Bandeira, 2003; Jacquemin, 1995; Noronha & Alehierl, 2004 Pereira & Carellos, 1995; Shardelini, 1991; Simbes, 1999; Weeksler & Guzzo, 1999). Os conceitas de validade ¢ preciso popularizaram-se no meio profissional com 0 movimento do Conselho Federal de Pste (CEP), em 2001, que se preocupou com a melhora da qualidade dos testes, que até enttio estavam sendo utilizados na préica igho psicolsgica. Essa agfio foi profissional do psicdlogo, em a teflexo da crise do uso de testes, na déeada de 1960, va que nio cumpriam deixaram de ser utilizados porque se acre os abjetivos a que se propunham (Hutz & Bandeita, 2003; Urbina, 10 Um exemplo de teste muito utilizado na prtica do psicdlogo, € que gerou muita polémica pelo questionamento da sua valicadle, & oteste de Wartegg. Teata-se de uma técnica grit da personalidade segundo a teo! sio apresentadlos est hos q) mente, o respondente deve contin ssenho. Estudos realizados com o teste em questdo (como o de S; & Vasconcellos, 200 ento, com vabjetive de b ladle, bem como com o ologica: qua de consulta para estudanteseprosionas de psicologia Validade A validade de um teste, basicamente, diz respeito ao cumpri- mento da tarefa de medir 0 que este se destinou a medit, ou seja, € a comprovagao que o teste mede aquilo a que ele se propée. B comum também encontrar a definigio de validade como o nivel fem que 0 teste mede a caracterfstica que quer medit. Em muitos testes, encontram-se evidéncias de validade, porém a pergunta que se faz & Sera que essas evidéncias sio suficientes para essa avaliagdo? Por isso validade se refere aos questionamentos: "O teste avalia o que ele anteriormente se propés a avaliar?”, e “Quéo bbem ele faz isso?" (Anastasi & Urbina, 2000; Cronbach, 1996; Hogan, 2006). © termo “validade” remete a um conceito unitério, como da possibilidade de um teste ser vélido ou néo, porém as coisas néo funcionam dessa forma, num ponto de vista do tudo ou nada (Hogan, 2006; Urbina, 2007). Dessa maneira, passou-se a consi- derar que um teste pode possuir “evidéncias de validade”, pois se buscam saber as suas qualidades diante de um propésito ou uma -agSo particular. Portanco, um mesmo teste pode servir 10 de avi obj Jo e nilo servir a outro diferente. Esses obje- tivos diferentes podem ser, por exemplo, populagées diferentes (estudantes, pacientes psiquidtrices, populagéo geral, etc.) ou 12 Valdade preciso de testes psicolgicos contextos divers: I, eednsito ete.). Imagine-se um teste de personalidade usado para propésitos diferentes: a) numa clinica, onde © psicélogo vai explorar as caracteristicas de perso- nalidade do paciente, com a finalidade de trabalhar esses aspectos ‘em psicoterapia, eb) no transito, no qual serdo avaliados aspectos da personalidade do candidato carteira de habil sendo aprovados aqueles considerados aptos, com vistas a diminuir os acidentes no transito. Na realidad alidacle; sfo as incerpretagbes fer trados numa pesquisa com 0 tes fato de que as caracter(sticas psicol6gicas avaliadas nao sio dire- tamente observadas; exemplificando, tem-se 2 possibilidade de avaliar a altura de uma pessoa com uma fita métrica, mas, nos estudos de validade de testes psicoldgicos, far-se 0 uso de ntmeros, de andlises estat{sticas, porém sempre se tem de atribuir um sigt ficado para os néimeros encontrados, uma interpretagio (AERA, APA & NCME, 1999). Foi pensando assim que a definigao de concebida como “o grau no qual as interpret dados empiticos do teste enconeram sustentagio em base cien- uifica sélida” Urbina (2007). Tal autor propés ainda que sejam consideradas as evidéncias encontradas de forma acumuladas, de maneira que o grau dessas evidéncias concorde com os result do teste para os objetivos propostos. ‘Uma ver que a conceituagio de validade foi concluida, deve-se pensat em como se buscam evidéncias de validade. Numa abor- dagem cléssica, a validade foi dividida em trés tipos (Anastasi & Urbina, 2000), a saber: 113 ‘svalacdo pscologica: quia de consulta para estudantes eprofssionars de pscologia a) Validade de contetido: Responde & pergunta “os itens do tes- te representam adequadamente a caracteristica que se quer avaliar™, b) Validade de critério: Responde & pergunta “os itens do tes- te conseguem fazer uma previsio de uma varifvel externa 20 teste no futuro ou no presente vocacional € utilizado com 0 propésito de aval dividuo tem aptiddes necessérias para exercer determinada profissio, e, se evidéncias so encontradas nesse sentido, diz-se de uma evidéncia de validade de critério; ¢) Validade de construto: Responde & pergunta “quanto os itens do teste realmente medem uma determinada carscteris- tica?”, Pensando na evolugao do conceito, esse tipo engloba ‘0 conceito atual de validade, pois todos os escudos nesse senticlo buscam responder a essa questéo. Por exemplo, um teste ir se 0 ine ade de Anastasi e Urb nada e ay Exta definigio de wa de defined tripartite, for que sterinrmente. Achou-se importante, mesmo assim, apresenté-la neste capftulo para dar ao leitor uma visio histérica das definigdes de validade e também porque esta definigao ainda ¢ utilizada nos manuais anteriores novas nomenclaturas e em outras discus- ses sobre validade feitas pela comunidade cientifica. Um dos autores que contribuiu significativamence para a reformulagdo da definigéo tripartite foi Messick (1989), quem, em um dos ques- tionamentos feitos a esta definigfo, argumentou que tanto a validade de conteddo quanto a de critério também apresentam informagées sobre 0 construto, de modo que quase toda a infor- magio sobre o teste contribuird para sua validade de construto, 14 Validade eprecisso de testes psicologicas de formas diversas. Dessa maneira, validade de construto passou a ser entendida como um conceito ebrangente em que se incluem outras formas de validade (Primi, Muniz & Nunes, 2009) Assim, contemporaneamente sfo utilizadas outras nomen- clacuras, que foram reformuladas pela AERA, APA & NCME (1999), e distinguem-se, nav em tipos, mas em fontes pelas qual encontrar evidéncias dle validade, a saber: a) Bvidéncias de validade baseadas no contetido: Nessa fonte, busca-se uma relagdo entre o contetido do teste (0 que seus itens abordam) e 0 domfnio que se quer avaliar, Para se ter uma evidéncia de validade baseada no contetido, € necessério que os itens do teste estejam representando de forma adequada a carac- teristica psicoldgica que se quer avaliar Por exemplo, um teste para avaliagao de depressio precisa conter itens que descrevam a depressio. Pensando no conceito de depressio pelo DSM- -IV-TR (APA, 2002), 0 transtorno depressivo maior envolve sincomas centrais que s40 0 humor deprimido e a anedonia, e outros sintomas sométicos, como alteragées de apetite, de sono, dificuldade de concentragio, pessimismo, sentimentos de culpa, ideias de morte, dentre outros. Dessa forma, um teste que avalia depressio precisa conter tanto os sintomas centrais, como os ‘outros sintomas, pois é a jungao deles (e mais outros critérios, no caso) que vai poder configurar ou nfo um transtome depressive. Para avaliar se o contetido dos itens do teste & adequado ou nao, geralmente sio chamados especialistas na érea (chamados jutzes), que vao avaliar se a descrigao do conteddo foi feita de maneira cuidadosa, desmembrando seus componentes principais, e julgar a relagdo entre 0 que o teste traz em seu contetido e 0 que deveria trazer, de acordo com a literatura. Essa fonte equivale ao tipo de lade de contetido. a pa asiudaries 2 prefasonas ce pscologa b) Bvidéncias de validade baseadas nas relagdes com outras waridveis: Nessa fonte, si ds ences. As outras vaniveis podem ser sexo, wade, desempenho académico, c entre os dois (pontuages ca € sucesso escolar, por exemplo), basesda na relagdo com outras variaveis, critérios externos. A. relag3o entre essas duas caracteris crada na Figura La sej aS, que S40 as mesmas, estd iguras 2¢ 3 ilustram as relagSes lacionadas e caracteristicas di medindo caracteristicas ates. A partir dessas relacdes, portanto, € possivel inferir evidéncias de validade que convergem (mesma caracteristica ou caracte- as relacionadas) ou divergem (caracteristicas diferentes). ‘Quanto as evidéncias de validade que divergem, ilustradas pela Figura 3, pode-se citar um estudo que relaciona dois instru- mentos: um avaliando inteligencia e outro, personalidade. Assim, esperam-se relagées muito baixas entre esses testes, jé que avaliam caracteristicas (construtos) diferentes. Se as relages encontradas forem de fato baixas, pode-se interpretar que foi constatada evidéncia de validade divergence. 6 t Vaidade e presto ds Figura Figura 3 Com essa fonte de validade, também & possivel obter dados sobre a capacidade do teste de predigéo. Um exemplo € um teste utilizado na selegio de pessoal para uma vaga de emprege numa empresa, capaz de predizer © sucesso do individuo avaliado no cargo pretendido. Em uma avaliagio para cargos hierérquicos ‘ais altos, por exemplo, uma das habilidades a serem avaliadas & a da lideranga, que pode predizer 0 desempenho desses candidatos quando ocuparem 0 cargo que requer esse tipo de habilidade. Essa fonce equivale a validade de eritério. ©) Bvidéncias de validade baseadas na estrutura intemia: Como 0 proprio nome j4 sugere, essa fonte de evidéncia de validade busca relagdo entre o teste € seus itens. Com o uso de andlises estatisticas, € possivel saber a contnibuigio de cada item no resultado total do teste (correlactona-se um item a0 resul- tado total do teste, ¢, se essa relago for significativa, supse-se que o item contribui para o reste no geral, na representagao da catacteristica que se pretende medi); assim os itens podem ou svalacee pacoldgice: ou de iderados adequados para avaliagto do domnio que 0 de evidéncia & nfo ser c se quer medi, Qutra forma de se avaliar esse verificando 0 agcupamento de itens em fatores ja previstos teorica- mente. A Bateria Fatorial de Personalidade (BFP), por exemplo, 6 um instrumento psicolégico construfdo para a avaliagao da perso- nalidade a partir do modelo dos Cinco Grandes Fatores (CGF), que foram confirmados pelo procedimento estatistico de anélise facorial, apresentando os fatores: Extroversio, Socializagio, Real Neuroticismo e Abertura para novas experiéncias (Nunes, Hutz & Nunes, 2010) 4) Buidencias de validade baseadas no processo de resposta: Fornecem dados sobre processos mentais presentes na execugao das tarefas propostas pelo teste, atribuindo-se significado psicol6- gico para a realizag&o correta do icem a partir das relagées entre seus componentes cognitivos. Baseando-se sempre na teoria referéncia da caracteristica avaliada pelo teste, so criados modelos expli- cativos do processamienco mental que ocorre durante a execugso das tarefas propostas nos itens do teste € previsdes dos compor- tamentos de acerto, tempo de reagao, etc. As observacdes dos padres de resposta sao comparadas ao modelo te6rico, e, quanto ‘mais préximas, maior a confianga no modelo teérico de base para a interpretago do que o teste avalia. Outra maneira de estudar essa fonte de validade é analisar as respostas do individuo, quando questionado sobre suas estratégias para responder aos itens do teste (Primi, Muniz & Nunes, 2009). Cunha e Santos (2009) realizaram uum estudo que objetivava a busca por essa evidéncia de validade, por meio da anélise das respostas de criangas ao teste Cloze, em que seriam exploradas diferengas qualitativas nos erros apresen- tados. A partir dessa andlise das respostas, foi possivel verificar 8 Validadee precisho de tests ps que as criangas com médias mais altas cometeram mais erros lexi- cais, ¢ as com médias mais baixas, erros seménticos. Os resultados encontrados demonstraram 0 que era conceitualmente esperado, portanto, foram encontradas evidéncias de validade baseadas no processo de resposta para 0 Clove. @) Bvidéncias de validade baseadas nas consequéncias da testagem: Essa fonte avalia as consequéncias sociais do uso do teste para verificar se as implicagées de sua utilizago coincidem com 0s resultados desejados de acordo com a finalidade para a qual foi criado. A expectativa € a de que o teste contribua de maneira inicos € escolares, em seleco de pessval, ete. Poréim, para que se obtenha 0 resultado desejado do uso do teste, nao basta apenas que este seja validado, pois existem outras varidveis que podem interfer, de maneira a comprometer as inter- pretagées resultantes da sua utilizagéo. Buscar por essa fonte de evidencia de validade implica ter uma visio ampliada da situacio, benéfica em contextos e nfo somente do teste, na medida em que esto envol los, além do psic6logo responsével pela avaliacfo, os outros agentes (profis- sionais de outras areas, governos, dentre outros) que fazem uso desses dados finais para tomada de decisbes, e podem utilizar essa informacao de maneita equivocada, enviesada, de modo a preju- dicar individuos e sociedade, de maneira geral. Uma critica a essa fonte de validade é que ela se esquiva das propriedades de controle na pesquisa e na construgio de testes; por outro lado, ampliar a situagio da testagem e av. consequéncias pode ser visto como le ética (Pri Muniz & Nunes, 2009). Como exemplo, um instrumento diag- néstico € aplicado num individuo e, se conseguir detectar precocemente uma doenga e indicar uma intervengao adequada ug ‘alias psicologica: quia de con pare de psicologa 20 aso, € sinal de que o efeito produzido foi benético, como dese- jado, e este resultado agrega evidéncia de validade consequencial a0 teste utilizado; em contraposigao, se essa avaliagio provocar um diagnéstico equivocado ou indicacdes desfavordveis de inter- ‘vengao, inicia-se um questionamento sobre a validade daquele teste para avaliagio naquele contexto. Preciséo Ibém conhecida como confiabilidade ou, ainda, ide do teste, de maneira que, nas pontui ide) refere-se & estal ‘mais préximas fi ss obtidas por métodos ‘ou em situagdes diferentes, maior seré a (Anastasi & Urbina 2000; Cronbach, 199 pessoa sendo submetida a um teste que aval sisténcia do teste Imagine-se uma s6 tragos de personali- dade, realizado em dois lugares diferentes, por pessoas diferentes. Como se trata de uma s6 pessoa que est sendo avaliada, € como esté sendo avaliada nos dois lugares pelo mesmo teste (que avalia ‘a mesma coisa), espera-se que os resultados sejam muito proximos. Se assim ocorrer, como esperado, pode-se conferix precisio aos resultados do teste, e, no caso de dois resultados diferentes, desconfia-se de um erro de medida, (© conceito de preciso opde-se ao de erro de medida, de maneira que, quanto mais preciso for considerado um teste, signi- fica que mais livre de erros ele se encontra. Dessa forma, a preciso de um teste é determinada pelo nivel com que suas pontuagdes sto livres de erros. E necessério considerar qual fendmeno esté sendo estudado, avaliar suas particularidades, pois fendmenos 120 Valdade e precséo de test psicoldgicos diferentes possuem caracteristicas distintas ¢ sofrem influéncia de diferentes fatores (Anastasi & Urbina 2000; Cron- bach, 1996) Nenhuma medida esta livre de erro, e os erros que interferer no resultado de um teste podem vir de vérias fontes, dentre as quais se destacam as relacionadas ao contexto da testagem (incluindo 0 aplicador, 0 avaliador, 0 ambiente de testagem ¢ 0s motivos da aplicaggo do teste), ao testando € ao teste em si. Essas fontes de erro incluem condigdes emocionais, como disposicio, ansiedade, fadiga, ou acertos ao acaso em determinadas situagées, familiari- dade com o conteiido, subjerividade, ambiente barulhento, dentre outras. Se 0s devides cuidados forem tomados no desenvol ‘mento, na selego, na aplicagéo e na corregdo dos testes, parte dos erros provindos dessas trés fontes pode ser anulada ou minimizada. Em contraposigéo, em situagées nas quais otestando néo responde ‘As questes ou tenta falsear respostas que pensa ser desejaveis, ndo € possivel manipular o erro, porém pode ser possivel detecté-lo. Por isso é importante saber das préticas adequadas e dos proce- dimentos padronizados no uso dos testes, porque so formas de reduzir os erros na testagem (Urbina, 2007). Existem diferentes métodos utilizados para se estimarem os coeficientes de preciso, e cada um deles tem suas fontes de erro principais (Anastasi & Urbina 2000, Uzbina, 2007), Nao se trata de eliminar os erros, mas, sim, de identificar suas fontes ¢ estimar a extensfio da sua influéncia, de modo que, se 0 erro for muito grande, o teste perde sua utilidade. A seguir sao apresentados os métodos ¢ suas fontes de erro centrats: 1 saa pseu de conta ua esuaresepofiona de pcslaga Spree . are 3) Método das formas alternadas: © mesmo individuo pode ado com duas ou mais formas do teste (formas pa- rno mesmo dia ou em dias diferentes. No caso da aplicagao das formas alternadas no mesmo dia (imediato), a principal fonte de erro esté ligada ao contetido. Cabe pen- na forma sar em duas formas de um teste matemético. Em do teste, 0 item 1 € a resolugio da operacdo 2 + 2, e, em outra forma (paralela) do teste, o item 1 6 a resolugao da operagio 3 + 3. Sabe-se de um dito popular que diz: "Mais certo do que dois mais dois séo quatro”. Pessoas que co- rnhecem esse ditado podem responder certamente ao item 1 da primeira forma do teste pela familiaridade do resultado dessa operagio, endo pela resolugo matemética da soma dos dois niimeros, ¢ so, portanto, favorecidas nesse item. Um individuo pode, por exemple, errar o item 1 da segunda forma porque tem dificuldade em operagio matemética de soma. Concluindo, se uma das formas do teste esté mais ridade dos respondentes do que a outra, as pontuagées nas duas formas podem ser diferentes, ge- rando erro e diminuindo 0 coeficiente de preciso. Quando se trata de formas alternadas aplicadas em dias diferentes, além do erro ligado a0 contetido, essa avaliagdio pode so- frer influéncias do tempo. Ao se avaliar personalidade, por exemplo, distinguem-se 0s tragos, que so caracteristicas relativamente duradouras, e os estados, que sic caracte- risticas temporérias. Nesse caso, a aplicagao das formas do teste em dias diferentes no mesmo individuo pode provocar respostas diferentes, pois seu estado pode estar diferente de tempos em tempos. Valdade e preciso de testes psicolbgros b) Método de tes do mesmo teste a0 respondente, mas em ocasides tes. Aqui, a principal fonce de erro 6 relacionada ao tempo, JA que sao feitas duas aplicagdes do teste em momentos distintos. A preciséo € obtida por meio de um coeficiente resultante de uma anélise de correlagéo entre pontuagies do teste obtidas em duas estimagées diferentes. Quanto mais correlacionadas essas pontuagées estiverem (coefi- reteste: Consiste na aplicagéo e reay ciente mais préximo de 1), maior a preciso encontrada, e quanto menos correlacionadas (coeficiente mais préximo de 0), menor preciso da medida (Anastasi & Urbina 2000; Cronbach, 1996; Urbina, 2007) ©) Modelo das metades (Split-half): Consiste na divis4o do tes- te em duas partes homogéneas ou equivalentes, porém ele € aplicado uma Gnica vez ao testando. Essa diviséo pode cocorrer de modo que sejam separados com relaco aos itens pares e fmpares, ov, ainda, a primeira e segunda metade do teste, etc, Fatores relacionados ao contetido dos itens cons- tituem as principais fontes de erro. d) Método de coeficientes de Kuder-Richardson e alfa de Cronbach: Consiste na aplicagao do teste uma Gnica ver € no estabelecimento de uma relagio entre respostas indivi- duais nos itens com o escore total do teste. A fonte de erro principal esté relacionada ao contetido dos itens. Pode ha- ver varia¢ao na homogeneidade do teste, e, quanto mais hhomogéneo ele for, com itens homogéneos, maior serd 0 co- eficience de precisao calculado por esse método. ©) Método de precisao entre avaliadores: Consiste em solicitar a avaliacdo de dois ou mais avaliadores diferentes ao mesmo 123, wal iad consulta para estudanteseprofisionas de psicologa o métado respondido pelo mesmo individuo, estabelecendo- * 1 ® 49° pf Mw Oo parte do julgamento do avaliador, como é 0 caso das técni- 4g) BE PrDetivan oF resultados para © mesmo teste aplicado gor gab | mameams pesos poem ser diferentes, pois nessa av esté emburida a subjetividade e a interpretago pessoal do avaliador. . © *. “ = Consideragées finais Pode-se pensar numa relagho entre os dois conceitos abor- um coeficiente baixo de preciso revela seguramente uma perda nna qualidade psicométrica, validade de um teste, mas 0 contrétio indo necessariamente acontece, ou seja, um teste sem evidéncias de validade pode ter bom desempenho na precisio, apesar de ser pouco provavel (Hogan, 2006; Urbina, 2007). Como apontado nos t6picos anteriores sobre validade e preci- ho, considera-se que esses conceitos nao so pura e simplesmente restritos ao proceso de construgio e estudos, validagfo e pre- cisio dos instrumentos. A operacionalizagao dos dois conceitos 124 Validade e recso0 de testes pseoldgnos abordados depende também do uso adequado do teste, desde sua aplicagéo até sua corregao, € dos cuidados na interpretagio dos ento da caracreristica que seus resultados. E necessSrio 0 co! se est avaliando, além dos alcances € para que possa agregar um valor significati liagdo, além do que processo de avaliagao considerado como muito maior e amplo do que somente a testagem psicol6gica. no proceso de ava- Questées 1) Um teste pode ser considerado aprovado ou reprovado pa- ra sempre pelo Conselho Federal de Psicologia? Explique. 2) Qual o perfodo maximo de tempo estipulado pelo Conse- tho Federal de Psicologia que deve existir entre os estudos de validade e precisao de um instrument lidade? 3) Qual a definigdo contemporanea de 4) Cite e explique a definigao tripartite (classica) de validade. 5) Cite € explique as fontes de evidencias de validade, segun- do AERA, APA e NCME (1999). 6) Qual a def 1) Cite e explique os métodos ut coeficientes de preciséo. io de precisio? dos para se estimarem 0s 8) Qual a relacio existente entre validade e preciséo? Avaliagdo pscologica guia de consulta para estudantese prfissionass de psicologia, Referéncias Educational Research Association, American Psy of Mental Association. tic Association. (2002). Diagnostic and Statistical Manual ders ron, DC: American Psychologi Anastasi, A., & Urbina, S. (2000). Volidade: Conceitos Basicos. In A. Anastast &S. Urbina, Testagem Picolégica (pp. 107-127). Porto Alegre: Artmed, Bettoi, WW, & Simao, L. M. (2000). 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