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Autor: Prof.

Jaime Paba Martínez

Título. Integração do metabolismo

Objetivo.
Espera-se que o aluno no final das atividades seja capaz de responder de maneira
simples, porém não superficial, perguntas básicas sobre o uso de combustíveis pelas
células, usando como ferramenta de apoio um mapa metabólico resumido.

Estratégia geral.
Os alunos construirão, usando consulta bibliográfica, um mapa metabólico. A partir
deste tentarão responder uma série de questões relacionadas ao destino de
carboidratos, lipídeos, e aminoácidos no nosso organismo, assim como perguntas
gerais como Porquê engordamos? Podemos viver consumindo unicamente lipídeos
como fonte de energia? Porque preciso de minerais para viver? etc. A ideia é que sem
precisar usar o nome de metabólitos e enzimas eles consigam solucionar as questões
desenhando e aperfeiçoando o mapa metabólico original.

1. Desenhe um mapa metabólico que inclua os seguintes processos: a glicólise, a


oxidação de ácidos graxos, o ciclo da uréia, o ciclo de Krebs, a gliconeogênese, a
síntese de ácidos graxos e a cadeia de transporte de elétrons.
• O mapa deve ter o mínimo possível de nomes de intermediários e que mesmo
assim permita explicar de forma geral o destino de todos os esqueletos de
carbono na célula: carboidratos, lipídios, proteínas.
• Crie o mapa usando uma ferramenta eletrônica, de preferência. (Goconqr,
cmaptools; padlet, etc.
• Faça conexões entre as vias metabólicas sempre que possível.

* Podemos começar com um mapa simples e ir adicionando informações a medida


que avançamos no trabalho.
Autor: Prof. Jaime Paba Martínez

A seguir responda cada uma das seguintes questões e faça adições ao mapa
quando necessário.

2. Descreva, usando o mapa, o caminho metabólico das moléculas a seguir até CO2,
água e energia: (i) uma molécula de monoacilglicerol; (ii) glucose e (iii) um
aminoacido
3. Porque expiramos CO2 e água durante a respiração?
Na geração de energia são rompidas as ligações covalentes C-C dos combustíveis.
Assim observamos a produção de CO2 em alguns deles como na formação de acetil
CoA a partir de piruvato e no ciclo de Krebs.. Agua é gerada na CTE quando o
oxigênio age como aceptor final dos elétrons.
4. Por que a ausência de oxigênio leva finalmente à morte celular?
• Sendo o oxigênio o aceptor final dos elétrons na CTE esta fica estagnada;
• Isso leva ao acúmulo dos substratos não usados (NADH, FADH2) e gerados
nas outras vias metabólicas;
• Estes vão agir como inibidores alostéricos da glicólise, Krebs e beta oxidação
5. Podemos então dizer que não há nenhuma geração de energia na célula na
ausência de oxigênio?
Falso. Geramos energia na glicólise anaeróbia, porém é tão pequena comparada ao
metabolismo oxidativo que em pouco tempo a célula entra em balanço energético
negativo, consome mais do que gera.
6. E a quanto corresponde essa energia quando comparada com o metabolismo
oxidativo da glicose?
Checando o número de ATPs e o valor energético das coenzimas reduzidas geradas
podemos dizer que é ao redor de 15 vezes menor.
Glicólise: 2 ATPs + 2 NADH (5 ATPs) = 7 ATPs
Piruvato em acetil-CoA (1 NADH) x2 = 5 ATPs
Ciclo Krebs [3 NADH (7,5 ATPs);1 FADH2(1,5 ATP) + 1 GTP] x 2= 20 ATPs
Total ganho = 32 ATPs
Já no metabolismo anaeróbio, temos unicamente a conversão de glicose em
piruvato e deste em lactato:
• Glicólise = 2 ATPs + 2 NADH
• Piruvato em lactato = -2NADH
Total ganho = 2 ATPs

7. Tendo respondido a questão anterior continuaríamos a afirmar que o lactato é um


vilão no metabolismo?
Não, porque sua geração permite a via glicolítica continuar a acontecer permitindo a
regeneração de NAD+ no citosol.
8. Por que engordamos comendo excesso de carboidratos?
Autor: Prof. Jaime Paba Martínez

O seu catabolismo gera excesso de acetil CoA que é redirecionado para a síntese de
ácidos graxos e colesterol
9. Posso engordar comendo só proteína?
Sim. pois os alfacetoacidos resultantes geram acetil CoA que em excesso são usados
como substrato para a síntese de lipídeos. Porém o gasto energético na
detoxificação da amônia e entrada tardia dos alfacetoacidos nas vias metabólicas
(TCA) diminuem o teor energético neles contido.
10. É estritamente necessária a presença de colesterol e ácidos graxos na nossa dieta?
Não. Fazemos síntese endógena de ambos a partir de outros esqueletos de
carbono provenientes de carboidratos e proteínas através do acetil CoA que é o
ponto de partida para essa síntese. Porém não fazemos síntese endógena de
alguns ácidos graxos insaturados (linoleico e linolênico), tidos então como
essenciais e assim devem estar na dieta.
11. Posso gerar endogenamente todas as biomoléculas necessárias com uma dieta
contendo unicamente lipídios, vitaminas e minerais?
Não. Pois (i) não conseguimos sintetizar carboidratos a partir de lipídeos, exceto
pelo glicerol dos TAGs; (ii) nem conseguimos sintetizar aminoácidos devido a
ausência de N
12. Posso gerar endogenamente todas as biomoléculas necessárias com uma dieta
contendo unicamente carboidratos, vitaminas e minerais?
Não, pois embora consigamos sintetizar colesterol e ácidos graxos a partir destes,
não é possível sintetizar aminoácidos devido à carência de N na estrutura dos
sacarídeos.

13. Posso gerar endogenamente todas as biomoléculas necessárias com uma dieta
contendo unicamente proteínas, vitaminas e minerais?
Sim, pois a partir de aminoácidos podemos sintetizar todas as outras biomoléculas.,
exceto claro os ácidos graxos essenciais.
14. Posso emagrecer comendo só proteína? Ou só carboidrato? Ou só lipídios?
Sim. Basta que a ingesta (oferta de energia) seja menor que a demanda energética.

15. Por que afirmamos que os minerais são necessários para o metabolismo?
Basta indicar no mapa metabólico algumas enzimas que usam cofatores como
algumas enzimas da glicólise (íons Mg+2), e o uso de cobre e ferro em
componentes da CTE como citocromos e proteínas ferro-enxofre
16. Por que afirmamos que as vitaminas são essenciais para o metabolismo?
Basta indicar algumas das reações que usam NAD ou FAD, derivados das vitaminas
niacina e riboflavina respectivamente. Ou simplesmente a geração de acetil-CoA
pela piruvato desidrogenase, que usa niacina, flavina, tiamina, acido pantotênico.
17. Obtenho mais energia de 1 grama de carboidrato; gordura ou proteína?
Autor: Prof. Jaime Paba Martínez

• Para o cálculo usaremos glicose (carboidratos); acido graxo de 16C (lipídio) e


alanina (proteína)
• Usando o mapa metabólico calculamos o ganho energético de cada uma. No
caso da alanina levamos em consideração o gasto energético da detoxificação
da amônia no ciclo da ureia.
• A seguir usando a massa molar de cada molécula, glucose (180g/mol); alanina
(89,09g/mol) ácido palmítico, 16C (256,4 g/mol); calculamos o numero de mols
em 1 g de amostra.
• Tendo o número de mols em uma grama de amostra, multiplicamos pelo
número de Avogadro (6,02exp23) resultado assim o número total de moléculas
de cada substância.
• Finalmente multiplicamos o (No. de molec.) X ATPs gerado
Exemplo: glicose
• 1 molécula convertida até CO2 e água gera 32 ATPs
• #mols em 1 grama= 1g/180g = 0,00555 mols
• Se 1 mol contêm 6,02exp23 moléculas; então 0,00555 mols contém 3,3exp21
molec.
• Se 1 molécula gera 32 ATPs então 3,34exp21 molec. produzirão 1,06exp23 ATPs.

* Depois dos grupos terem trabalhado cada questão podemos colocar no quadro
negro o nosso mapa metabólico simples como ponto de partida. Os mestrandos a
seguir irão adicionando informações (sempre as mínimas necessárias), pois não
queremos chegar no final do trabalho com um mapa metabólico complexo.

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