Você está na página 1de 3

BLOCO 4 – ATIVIDADE 3

Controle rápido da pressão arterial: Retroalimentação negativa nos mecanismos neuro-


hormonais

Autoria:
Masako Oya Masuda (UFRJ)
Fabíola da Silva Albuquerque (UFPB)

Roteiro para o professor

A pressão arterial (PA) é a força propulsora que garante o permanente fluxo de sangue arterial
para todos os tecidos do corpo. Quando a PA diminui (abaixo da faixa normal – hipotensão) o
fluxo de sangue (débito cardíaco) diminui podendo, em casos graves, interromper a perfusão
de alguns órgãos. Caso isso ocorra em órgãos vitais como o coração ou o cérebro pode colocar
em risco a própria vida. Por outro lado, pressão arterial mantida acima da faixa normal
(hipertensão) causa danos progressivos ao coração e aos vasos sanguíneos podendo também,
no limite, colocar em risco a vida como ocorre em casos de acidente vascular cerebral, infarto
do miocárdio ou insuficiência cardíaca. Sendo a pressão arterial um parâmetro tão fundamental
para a manutenção da vida vem a pergunta: que mecanismos regulam a pressão arterial de
forma rápida e precisa ao longo de toda a vida, mantendo-a dentro da faixa adequada? A
atividade a seguir visa descobrir como funciona um destes mecanismos.
João sofreu um acidente e teve uma hemorragia perdendo rapidamente
cerca de meio litro de sangue. Felizmente a hemorragia foi contida em
pouco tempo. Monitorando a pressão arterial a partir do exato momento
da ocorrência da hemorragia verifica- se, como seria de se esperar, uma
diminuição imediata e importante da pressão arterial, mas logo a seguir,
sem nenhuma ação externa verifica-se restabelecimento da PA para
valores próximos à faixa normal. De alguma forma o corpo “percebe” e
“corrige” a pressão arterial muito rapidamente com consequente
diminuição do risco à vida.

Pergunta: Como ocorre esta recuperação inicial rápida da PA?

ORIENTAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE PARA O DOCENTE RESPONSÁVEL

Essa atividade foi idealizada em três momentos. O primeiro breve (15 a 20 min.), quando a turma
estaria em grupo e cada grupo tentaria construir hipóteses para a pergunta – com algum auxílio
do docente (ver adiante). O segundo, constituindo momento de busca por confrontar a
hipótese com os conhecimentos sistematizados. O terceiro, a comunicação final dos grupos,
sintetizando os achados.
Apesar de a atividade ter sido idealizada para o momento presencial, os materiais
disponibilizados no pré-encontro, que serviram para o diálogo a respeito da atividade de
experimento, também ofereciam as informações necessárias para encaminhar hipóteses e
conclusões dessa atividade, a saber: conceito de meio interno, com a localização dos
compartimentos líquidos do organismo e a relação de trocas entre eles (líquido intracelular e
líquido extracelular - líquido intersticial; liquido intravascular – plasma), bem como a
organização geral do Sistema Circulatório e os principais parâmetros relacionados a ele: volemia,
capacitância venosa (CV), retorno venoso (RV), débito cardíaco (DC), volume sistólico/débito
sistólico (VS), frequência cardíaca (FC), pressão arterial (PA) e resistência periférica (RP), com as
consequentes relações entre eles, no equilíbrio: DC=RV; DC=VSXFC; DC=PA/RP.

Primeiro momento
Levantamento de hipóteses como as abaixo e outras. Discutir com base no conhecimento prévio
do grupo as hipóteses apresentadas para chegar p. ex. às três abaixo, se necessário induzindo
pelo menos a 2 e a 3 caso elas não surjam espontaneamente e eliminando outras que não
tiverem fundamento. Pode-se orientar o raciocínio com a questão: o que ocorre assim que surge
a hemorragia, em relação às diferentes partes do corpo? Então, a partir dessa localização,
pensem o que poderia gerar a recomposição da PA, quais os sinais envolvidos.
1. Diminuição da perfusão nos tecidos (ex. baixo pO2, baixa glicose, alta
pCO2) aciona mecanismo recuperação da PA?
2. Diminuição da volemia aciona mecanismos de recuperação da volemia e
consequentemente a PA?
3. Diminuição da pressão arterial aciona mecanismos de recuperação da PA?

Segundo momento
Teste das hipóteses: busca bibliográfica. Os grupos deverão buscar avaliar suas hipóteses,
visando:
1. Verificar a existência do sensor.

2. Identificar: sensor(s), via(s) aferente(s), centro de integração, via(s) eferente(s);


efetuadores.
3. O mecanismo funciona como regulador (tanto para diminuição quanto para aumento
da PA)?
4. Esse mecanismo assegura a resposta na condição e velocidade observadas na
situação problema em questão (diminuição da volemia e concomitante queda e
recuperação parcial e rápida da PA)?

Terceiro momento
Apresentação e discussão do resultado do segundo momento e elaboração do circuito
predominante para o caso específico (hemorragia) e fazer o esquema do circuito de “feedback”
negativo apropriado, analisando também a resposta para o caso de aumento súbito da PA.
Fechamento com as conclusões. Além de corroborar a conclusão do grupo, trazer a informação
sobre a questão da adaptação dos barorreceptores (é possível que o professor precise trazer
este aspecto) e remeter para os mecanismos de regulação a longo prazo, envolvendo a
recuperação do volume do líquido corporal, especificamente do compartimento extracelular e
por consequência da volemia. Eventualmente pode surgir perguntas do tipo se barorreflexo não
funciona nos hipertensos?... ai novamente o docente pode responder que o barorreflexo
continua funcionando para correção rápida da PA e buscar hipóteses para explicar como isso é
possível, através da análise da forma de funcionamento do barorreflexo reflexo, concluindo que
há mudança no nível de referência da PA (setting point do sistema).

Você também pode gostar