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TÉCNICO EM

MINERAÇÃO
MÓDULO II

Legislação-Introdução
LEGISLAÇÃO
INTRODUÇÃO
Ficha Técnica

Elabroração - Renato Horta


Capa / Diagramação - Gabriel Araújo Galvão
Diretor Pedagógico - Edilvo de Sousa Santos
Índice
O Papel Social da Indústria Mineral..........................................................05
A Importância da Mineração no Contexto Econômico Nacional e
Internacional.....................................................................................................08
Legislação Mineral..........................................................................................09
Legislação Ambiental.....................................................................................23
Fontes..................................................................................................................34
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na rasura no couro da bola, praticamente imperceptível


1. O Papel Social da Indústria Mineral
a olho nu”, afirma. No entanto, ele complementa que a
relevância dos recursos minerais no dia-a-dia do ser-hu-
1.1. EFEITOS SOCIOECONÔMICOS DA ATIVIDADE MINE- mano é incalculável: “Para se ter uma idéia, dos 105 ele-
RADORA mentos químicos conhecidos, dos quais a grande maioria
é produzida pela mineração, só um chip de computador
Mineração é um termo que abrange os proces- tem 60 deles. Os recursos minerais estão associados a
sos, atividades e indústrias cujo objetivo é a extração de todos os eletrodomésticos, aos meios de transporte, e à
substâncias minerais a partir de depósitos ou massas mi- grande maioria dos utensílios que usamos”, afirma.
nerais. De acordo com dados do IBRAM (Instituto Brasi-
Podem incluir-se aqui a exploração de petróleo e leiro de Mineração), Minas Gerais é responsável por 35%
gás natural e até de água. Como atividade industrial, a mi- da produção mineral brasileira e a atividade representou
neração é indispensável para a manutenção do nível de 4,85% do PIB (Produto Interno Bruno) total do Estado em
vida e avanço das sociedades modernas em que vivemos. 2007. Ainda de acordo com os dados do IBRAM, em 2006,
Desde os metais às cerâmicas, dos combustíveis o setor mineral correspondeu por 35% das exportações
aos plásticos, equipamentos elétricos e eletrônicos, com- do Estado, ou seja, US$ 5,98 bilhões. Os investimentos
putadores, cosméticos, passando pelas estradas e outras previstos para o setor entre os anos de 2008 a 2012 tota-
vias de comunicação e muitos outros produtos e mate- lizavam US$ 17 bilhões somente em Minas Gerais.
riais que utilizamos ou de que desfrutamos todos os dias, Presente em todos os momentos de nossas vi-
todos eles têm origem na atividade da mineração. das, sem dúvida, a atividade mineradora é capaz de gerar
Pode-se sem qualquer tipo de dúvida dizer que grandes riquezas, como por exemplo, citamos a Anglo-
sem a mineração a civilização atual, tal como a conhe- Gold Ashanti Brasil Mineração, que, apesar da redução de
cemos, pura e simplesmente não existiria, fato do qual a 5% (cinco por cento) em sua extração de ouro em 2010,
maioria de nós ignoramos. teve, em apenas um trimestre (Abril/Junho), um lucro lí-
Superado este importantíssimo aspecto relativo quido de US$ 41 milhões (produção de 78 mil onças).
a dependência da contemporânea de nossa sociedade Contudo, a grande indagação que se faz sobre a
para com os produtos minerais, outro aspecto de relevo indústria mineradora é a sua capacidade ou não e cau-
consiste em analisar o impacto social e econômico que a sar impacto socioeconômico às localidades onde produ-
extração mineral imprime a região onde se desenvolve zem suas atividades. As grandes indústrias mineradoras
suas atividades. fixadas na América Latina são estrangeiras, tendo pouca
O conhecimento sobre a disponibilidade dos re- capacidade de articulação com demais setores da econo-
cursos minerais é escasso, assim como a exploração dos mia local, logo, pouco potencial como atividade que pro-
mesmos, se considerarmos o tamanho total da chamada pulsiona o desenvolvimento, exercendo uma atividade
litosfera, a camada do globo terrestre composta de ro- extrativa que remonta a época colonial, fato este que in-
chas. No entanto, um planejamento para a exploração é comoda o nacional.
tão necessário quanto aos diretamente relacionados à Entretanto, apesar deste desprendimento com a
hidrosfera (água) e à atmosfera (gases). Além de estarem economia local é possível captar, através do tributo, parte
relacionados ao meio ambiente como um todo, também do fluxo de renda e promover o desenvolvimento econô-
possuem uma dimensão social e econômica. mico via Estado.
Segundo o geólogo Celso Ferraz, ex-diretor do No Brasil, foi instituído por lei a Compensação Fi-
Instituto de Geociências da Universidade Estadual de nanceira por Exploração Mineral – CFEM, uma espécie de
Campinas (Unicamp), uma comparação é bastante ilus- royaltie pela exploração econômica de recursos minerais,
trativa para indicar a proporção da litosfera e da atividade e é devida aos Estados, Distrito Federal e municípios cujos
direta do homem sobre ela: “Se o planeta Terra fosse re- territórios são explorados pela atividade extrativa de mi-
duzido ao tamanho de uma bola de futebol, a mina mais nério, além de órgãos da administração da União (DNPM,
profunda já construída seria equivalente a uma peque- IBAMA e MCT). As receitas da CFEM devem ser aplicadas

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em prol da comunidade, em melhoria da infra-estrutura, no art. 20, §1º da CF/88:


saúde, educação e meio ambiente (DNPM). Dessa forma, § 1º - É assegurada, nos termos da lei, aos Esta-
pode ser visto como um instrumento de desenvolvimen- dos, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a
to através da re-apropriação de renda pelo Estado. órgãos da administração direta da União, participação no
Quando uma grande mineradora instala-se em resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de re-
um município junto com ela vêem também trabalhado- cursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e
res, fato este que incham pequenas cidades causando de outros recursos minerais no respectivo território, pla-
problemas relacionados com crescimento demográfico. taforma continental, mar territorial ou zona econômica
A atividade mineradora impacta positivamente exclusiva, ou compensação financeira por essa explora-
sobre o bem estar social das pessoas ou, de outra forma, ção.
em municípios mineradores há uma oferta maior de ser- Ao Departamento Nacional de Produção Mine-
viços providos pelo poder público, já que com a arreca- ral-DNPM compete baixar normas e exercer fiscalização
dação maior de tributos é possível oferece maior número sobre a arrecadação da CFEM (Lei Nº 8.876/94, art. 3º -
de serviços a população. inciso IX).
Por outro lado, como já dito anteriormente a ati- A Compensação Financeira é devida por quem
vidade mineradora não é propulsora de desenvolvimento exerce atividade de mineração em decorrência da explo-
econômico, vindo a contribuir negativamente para o bem ração ou extração de recursos minerais.
estar econômico da população residente nos locais onde A exploração de recursos minerais consiste na
foi instalada. retirada de substâncias minerais da jazida, mina, salina
Diante deste cenário, temos que, a indústria mi- ou outro depósito mineral, para fins de aproveitamento
neradora, em razão da sua incapacidade de articular-se econômico.
com outros setores da sociedade, pouco ou nada contri- A Compensação Financeira é calculada sobre o
buem diretamente para o desenvolvimento econômico, valor do faturamento líquido, obtido por ocasião da ven-
contribuindo, entretanto, de forma indireta com o bem da do produto mineral. Entende-se por faturamento líqui-
estar social da população residente em sua área de atua- do o valor da venda do produto mineral, deduzindo-se
ção. os tributos (ICMS, PIS, COFINS), que incidem na comer-
cialização, como também as despesas com transporte e
1.2. COMPENSAÇÃO FINANCEIRA PELA EXPLORAÇÃO DE seguro.
RECURSOS MINERAIS (CFEM) Quando não ocorre a venda, porque o produto
mineral é consumido, transformado ou utilizado pelo
Como noticiado acima, a distribuição social do próprio minerador, então considera-se como valor, para
desenvolvimento econômico gerado pelo setor mineral é efeito do cálculo da CFEM, a soma das despesas diretas e
realizado por meio de tributação. indiretas ocorridas até o momento da utilização do pro-
Além de tributos gerais pagos pela indústria ex- duto mineral.
trativista mineral, tais como ICMS, PIS e COFINS, estas As alíquotas aplicadas sobre o faturamento líqui-
também pagam CFEM. do para obtenção do valor da CFEM, variam de acordo
Este tributo tem fundamento em um princípio com a substância mineral.
norteador do Direito Ambiental que foi consagrado em Mineral Alíquota
nossa Constituição de 1988, denominado, “poluidor pa- minério de alumínio, manganês, sal-gema e 3%
gador”. Sobre este importantíssimo e basilar princípio ire- potássio
mos, futuramente, dedicar um grande espaço a ele. ferro, fertilizante, carvão e demais substân- 2%
Neste momento, restringiremos a abordagem a cias
sua localização dentro de nossa Carta Magna, sem nos ouro 1%
preocupar detidamente com sua fundamentação social, pedras preciosas, pedras coradas lapidáveis, 0,2%
econômica, política, jurídica e cultural. carbonados e metais nobres
O fato gerador do referido tributo está descrito

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O pagamento da Compensação Financeira será I - até o último dia útil do mês de janeiro, para as
realizado mensalmente, até o último dia útil do segundo autorizações de pesquisa e respectivas prorrogações de
mês subseqüente ao fato gerador, devidamente corrigi- prazo publicadas no DOU no período de 1º de julho a 31
do. de dezembro imediatamente anterior; e
O pagamento é feito por meio de boleto bancá- II - até o último dia útil do mês de julho, para as
rio, emitido no site do DNPM, na Internet, em qualquer autorizações de pesquisa e respectivas prorrogações de
agência bancária, até a data de vencimento. prazo publicadas no DOU no período de 1º de janeiro a
Os recursos da CFEM são distribuídos da seguinte 30 de junho imediatamente anterior.
forma: Ao titular da autorização da pesquisa inadim-
plente com o pagamento da TAH (não pagamento, paga-
Quem recebe %
mento fora do prazo e pagamento a menor) será aplicada
União (DNPM, IBAMA e MCT) 12%
a penalidade de multa no valor de R$1.556,57 (Hum mil,
Estado onde for extraída a 23% quinhentos e cinqüenta e seis reais e cinqüenta e sete
substância mineral centavos) conforme previsto na letra “a”, do inciso II, do
município produtor* 65% §3º, do art. 20 do Código de Mineração (CM).
Permanecendo a inadimplência, após a imposi-
* Município produtor é aquele onde ocorre a ção da multa, será declarada a nulidade ex-officio da au-
extração da substância mineral. Caso a extração abranja torização de pesquisa e ensejará providências para a ins-
mais de um município, deverá ser preenchida uma GUIA/ crição do débito na Divida Ativa, do devedor no CADIM e
CFEM para cada município, observada a proporcionalida- a cobrança judicial do débito, mediante ação de execução
de da produção efetivamente ocorrida em cada um deles. fiscal.
Estados e Municípios serão creditados com recur- O titular inadimplente não poderá obter anuên-
sos da CFEM, em suas respectivas Contas de Movimento cia prévia para a cessão/incorporação do título autoriza-
Específicas, no sexto dia útil, que sucede ao recolhimento tivo, não poderá pleitear a concessão de Guia de Utiliza-
por parte das empresas de mineração. ção, não obterá a prorrogação do prazo de validade da
Os recursos originados da CFEM não poderão ser autorização de pesquisa e nem a aprovação do relatório
aplicados em pagamento de dívida ou no quadro perma- final de pesquisa.
nente de pessoal da União, dos Estados, Distrito Federal A taxa sob análise será devida pelo titular de au-
e dos Municípios. As receitas deverão ser aplicadas em torização de pesquisa, até a entrega do relatório final dos
projetos, que direta ou indiretamente revertam em prol trabalhos ao DNPM, admitida a fixação em valores pro-
da comunidade local, na forma de melhoria da infraestru- gressivos em função da substância mineral objetivada,
tura, da qualidade ambiental, da saúde e educação. extensão e localização da área e de outras condições.

1.3. TAXA ANUAL POR HECTARE (TAH) 1.4. TRIBUTOS

A TAH é devida pelo titular da autorização de Sobre as operações relativas aos derivados de pe-
pesquisa, em decorrência da publicação no DOU do título tróleo, combustíveis e minerais do País somente podem
autorizativo de pesquisa (Alvará de Pesquisa) e destinase incidir os seguintes Impostos: ICMS, II e/ou IE.
exclusivamente ao DNPM. O ICMS tem como fato gerador a circulação de
A “taxa”, que aqui é constituída como preço pú- mercadoria sendo o valor arrecado de competência do
blico, possui fundamento no fato de que, sendo os mi- Estado.
nerais e o subsolo de propriedade da União, esta pode O II tem como fato gerador a importação de pro-
cobrar “taxa” pelo fato de conceder ao interessado auto- dutos estrangeiros, sendo o valor arrecado pela União.
rização/alvará para que realize pesquisas em tais bens. O IE tem como fato gerador a exportação, para o
O pagamento da TAH será efetuado anualmente exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados, sendo
obedecendo os seguintes prazos: o valor arrecadado pela União.

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2. A Importância da Mineração no Contexto Econômico Nacional e Internacional

Como visto no capítulo anterior, a extração não propulsiona desenvolvimento econômico, contudo, tal cons-
tatação deve ser analisada cuidadosamente, pois, restrita tão somente a localidade onde são desenvolvidas etapas
destinadas aos primeiros setores da Indústria Extrativa Mineral.
De forma bem simples, podemos dividir o setor mineral em duas grandes etapas da cadeia de produção, sendo
uma intitulada como indústria extrativa mineral e outra de indústria de transformação.

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Enquanto a indústria de extração mineral possui indústria de transformação este percentual chega a 14%
pouca articulação com outros setores da economia, o do PIB, se analisarmos a receita advinda de exportações o
mesmo não se dá com a indústria de transformação que, setor é responsável por cerca de 40% de tudo aquilo que
de maneira diversa possui grande intercambio com de- é exportado por aquele país.
mais setores econômicos, fato este que gera e faz circular A Austrália tem grande tradição como produtora
riquezas. e exportadora de bens primários e processados de ori-
Macroeconomicamente, a economia brasileira gem mineral. Este fato não se deve apenas a grande po-
sempre teve uma relação estreita com a extração mine- tencialidade geológica do país, mas também a sua grande
ral. Desde os tempos de colônia, o Brasil transformou a capacidade industrial de processamento mineral nos pri-
mineração - também responsável por parte da ocupação meiros elos da indústria de transformação mineral.
territorial - em um dos setores básicos da economia na- Em 1998, a contribuição direta da indústria ex-
cional. Atualmente, é responsável por três a cinco por trativista mineral para o PIB alcançava 4,9%, se agregar-
cento do Produto Interno Bruto. mos a indústria de transformação este percentual chega
Importante na obtenção de matérias-primas, é a 9,4% do PIB.
utilizada por indústrias metalúrgicas, siderúrgicas, fertili- O Canadá caracteriza-se por possuir quatro seto-
zantes, petroquímica e responsável pela interiorização da res minerais bem desenvolvidos, que vão desde a extra-
indústria inclusive em regiões de fronteiras. ção mineral até a completa produção do produto.
Em 2000, o setor mineral representou 8,5 % do Em 1999, estavam em operação 295 classificadas
PIB - US$ 50,5 bilhões de dólares. É um setor, portanto como de grande além de 3.000 operações englobando o
de profunda importância, pois, além do que já representa seguimento de agregados (areia e brita) e a indústria de
para a economia nacional, o subsolo brasileiro representa rochas naturais (granito, mármore e ardósia).
um importante depósito mineral.’ O valor de produção do setor mineral canadense
Entre as substâncias encontradas, destacam-se o representa cerca de 3,7% do PNB (aqui excluído dados re-
nióbio (92%), minério de ferro (20%, segundo maior pro- lativos a produção de petróleo e gás natural). A industria
dutor mundial), tantalita (22%), manganês (19%), alumí- mineral canadense cresce cerca de 3% aa, índice este so-
nio e amianto (11%), grafita (19%), magnesita (9%), cau- mente superado pela China, que atualmente, ainda não
lim (8%) e, ainda, rochas ornamentais, talco e vermiculita, possui grande destaque mundial na produção mineral.
com cerca de 5%. Os Estados Unidos, apesar de grande produtor
Deixando de lado aspectos já mencionados, não mineral, possui considerável déficit em sua balança co-
se pode esquecer que a atividade mineradora é respon- mercial, ou seja, produz bem menos do que necessita,
sável pela criação de inúmeros empregos diretos, repre- apesar de ser responsável por US$ 33 bilhões do PIB. O
sentando no ano 2000, 500.000 empregos e um saldo na déficit se deve ao fato de que as importações do setor são
balança comercial de US$ 7,7 bilhões de dólares. da ordem de UU$ 66 bilhões.
Mundialmente, África do Sul, Austrália, Canadá e Atualmente, a indústria extrativista norte ameri-
Estados Unidos da América são os principais expoente da cana é responsável por apenas 0,7% do PNB (excluído pe-
produção mineral. tróleo e gás natural), enquanto o setor mineral (indústria
O título que estas potências minerais carregam extrativista + indústria de transformação) alcança 4,7%
se deve, sobretudo, a importância econômica, social e do PNB. O índice modesto se deve a grande diversidade
política dispensada ao setor. produtiva do país e seu alto PIB.
Em 1998, a África do Sul produziu 55 bens a par-
tir da operação de 691 minas, sendo 53 de ouro, 62 de 3. Legislação Mineral
carvão mineral e 58 de diamante. Sua indústria de mine-
ração é altamente desenvolvida sendo responsável tam- No Brasil, de modo geral, a mineral está subme-
bém pela produção relevante de outros minerais. tida a um conjunto de regulamentações, onde os três ní-
‘Naquele ano, a contribuição direta da indústria extrati- veis de poder estatal possuem atribuições com relação à
vista mineral para o PIB alcançava 7%, se agregarmos a mineração e ao meio ambiente.

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Em nível federal, os órgãos que têm a responsabi- deral, pelo licenciamento e fiscalização ambiental;
lidade de definir as diretrizes e regulamentações mineral Centro de Estudos de Cavernas – CECAV/IBAMA –
e ambiental para o aproveitamento dos recursos minerais responsável pelo patrimônio espeleológico.
são os seguintes: Apresentados os principais atores no cenário
Ministério do Meio Ambiente – MMA – respon- normativo, regulamentador, fiscal egerencial da minera-
sável por formular e coordenar as políticas ambientais, ção, bem como do meio ambiente, relacionamos a seguir
assim como acompanhar e superintender sua execução; as principais legislações infraconstitucionais e infralegais
Ministério de Minas e Energia – MME – respon- que disciplinam a matéria relativa a atividade de minera-
sável por formular e coordenar as políticas dos setores ção, sendo estes:
mineral, elétrico e de petróleo/gás; Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967;
Secretaria de Minas e Metalurgia – SMM/MME – Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981;
responsável por formular e coordenar a implementação Lei nº 9.537, de 11 de dezembro de 1997;
das políticas do setor mineral; Decreto nº 97.632, de 10 de abril de 1989;
Departamento Nacional de Produção Mineral – Decreto nº 6.640, de 2008
DNPM – responsável pelo planejamento e fomento do Resolução nº 01, 02, 09, 10, 237, 303, 369 do CO-
aproveitamento dos recursos minerais, preservação e NAMA;
estudo do patrimônio paleontológico, cabendo-lhe tam- Resolução nº 16 do CNRH.
bém superintender as pesquisas geológicas e minerais, Entretanto, antes de adentramos na legislação
bem como conceder, controlar e fiscalizar o exercício das especifica, se faz necessária a fixação de alguns conteú-
atividades de mineração em todo o território nacional, de dos constitucionais que nortearam a interpretação e apli-
acordo com o Código de Mineração; cação das normas de forma geral.
Serviço Geológico do Brasil – CPRM (Companhia
de Pesquisa de Recursos Minerais) – responsável por ge- 3.1. PRINCÍPIOS
rar e difundir conhecimento geológico e hidrológico bá-
sico, além de disponibilizar informações e conhecimento Princípios são diretrizes que orientam uma ciên-
sobre o meio físico para a gestão territorial; cia.
Agência Nacional de Águas – ANA – responsável Os princípios constitucionais além fundamen-
pela execução da Política Nacional de Recursos Hídricos, tarem e justificarem a existência de legislação, também
sua principal competência é a de implementar o geren- norteia e harmoniza a interpretação de todo o ordena-
ciamento dos recursos hídricos no país. Responsável tam- mento jurídico.
bém pela outorga de água superficial e subterrânea, in- Os princípios constitucionais são aplicados a to-
clusive aquelas que são utilizadas na mineração. dos os ramos do Direito, existindo, contudo, princípios
Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONA- específicos de cada ramo do Direito, aos quais trataremos
MA – responsável por formular as políticas ambientais, oportunamente.
cujas resoluções tem poder normativo, com força de Le, Os principiais princípios constitucionais aplicados
desde que, o Poder Legislativo não tenha aprovada legis- a mineração são:
lação específica; I- Principio da legalidade: É a obrigatoriedade de
Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH obediência a lei quando existirem;
– responsável por formular as políticas de recursos hídri- II- Principio da supremacia do interesse público:
cos; promover a articulação do planejamento de recursos A proteção ambiental, antes de ser direito de todos é
hídricos; estabelecer critérios gerais para a outorga de di- uma obrigação de todos;
reitos de uso dos recursos hídricos; estabelecer critérios III- Principio da precaução ou previsão: No Brasil
gerais para a outorga de direito de uso dos recursos hídri- a EIA/RIMA (art. 225, §1o da CF), internacionalmente: Rio
cos e para a cobrança pelo seu uso. 92 “de modo a proteger o meio ambiente, o principio da
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente Recursos precaução deve ser amplamente observado pelos Esta-
Naturais Renováveis – IBAMA – responsável, em nível fe- dos, de acordo com suas necessidades. Quando houver

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ameaça de danos sérios e irreversíveis, a ausência de ab- autorização ou concessão da União, no interesse nacio-
soluta certeza cientifica não deve ser utilizada como ra- nal, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis bra-
zão para postergar medidas eficazes e economicamente sileiras e que tenha sua sede e administração no País, na
viáveis”. forma da lei, que estabelecerá as condições específicas
IV- Principio da publicidade: Os estudos de im- quando essas atividades se desenvolverem em faixa de
pacto ambiental e seus relatórios têm caráter publico por fronteira ou terras indígenas.
tratar de elementos que compõe o bem de todos. Reso- (...)
lução no 9 de 1987 do CONAMA; § 3º - A autorização de pesquisa será sempre por
V- Principio da participação: Exigência da parti- prazo determinado, e as autorizações e concessões pre-
cipação popular na elaboração as lei, políticas publicas e vistas neste artigo não poderão ser cedidas ou transferi-
controle jurisdicional. Principio 10 da Rio 92. das, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder
VI- Principio da função sócio-ambiental da pro- concedente.
priedade: Uso da propriedade só pode ser concebido se § 4º - Não dependerá de autorização ou conces-
respeitada sua função sócio-ambiental; são o aproveitamento do potencial de energia renovável
VII- Principio do poluidor-pagador: Rio 92, prin- de capacidade reduzida.
cípio 16, art. 4o PNMA, Lei de recursos hídricos e CF/88,
art. 225; O §2º do artigo em comento, seguindo o traceja-
do em outras Constituições brasileiras, estabelece a dico-
3.2. PROPRIEDADE E EXPLORAÇÃO tomia entre solo e subsolo, qual seja, a propriedade do
solo não se confunde com a propriedade do subsolo.
A Constituição Federal em seu artigo 20, estabe- § 2º É assegurada participação ao proprietário do
lece quais são os bens da União, dentre os quais: solo nos resultados da lavra, na forma e no valor que dis-
Art. 20. São bens da União: puser a lei.
IX- os recursos minerais, inclusive os do subsolo; Nos termos do trecho colacionado, ao proprietá-
X- as cavidades naturais subterrâneas e os sítios rio do solo é assegurada uma porcentagem (50%) daquilo
arqueológicos e pré-histórico; que é pago ao governo a título de tributo, como dispõe a
(...) Lei (art. 11, b, §1º do Código Tributário - CFEM).
Ainda quanto a propriedade e a exploração mine-
De tal sorte, a Constituição Federal atribui a pro- ral, é importante trazer a este o conteúdo do art. 177 da
priedade dos recursos minerais a União, contudo, a ex- CF/88, onde temos:
ploração de tais recursos pode ser transferida a outro por
meio de concessão pública, ou seja, apesar de ser pro- Art. 177. Constituem monopólio da União:
prietária do solo, a União poderá conceder ao particular I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e
o direito de explorá-la e de ser proprietário do produto da gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
lavra. II - a refinação do petróleo nacional ou estrangei-
Neste sentido é o art. 176 da CF/88: ro;
III - a importação e exportação dos produtos e
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais derivados básicos resultantes das atividades previstas
recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica nos incisos anteriores;
constituem propriedade distinta da do solo, para efeito IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de
de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, origem nacional ou de derivados básicos de petróleo pro-
garantida ao concessionário a propriedade do produto da duzidos no País, bem assim o transporte, por meio de
lavra. conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o de qualquer origem;
aproveitamento dos potenciais a que se refere o “caput” V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o repro-
deste artigo somente poderão ser efetuados mediante cessamento, a industrialização e o comércio de minérios

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e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos A autorização somente será deferida depois de
radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização ouvida a população afetada, sendo garantida a esta parti-
poderão ser autorizadas sob regime de permissão, con- cipação no resultado da lavra (art. 231, §3º da CF/88)
forme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21
desta Constituição Federal. 3.3. COMPETÊNCIA
§ 1º A União poderá contratar com empresas
estatais ou privadas a realização das atividades previstas A CF/88 estabelece diversos tipos de competên-
nos incisos I a IV deste artigo observadas as condições cias, executiva, legislativa, fiscal, tributária Compete a
estabelecidas em lei. União estabelecer as áreas e as condições para o exer-
§ 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre: cício da atividade de garimpagem, em forma associativa
I - a garantia do fornecimento dos derivados de (art. 21, XXV da CF/88).
petróleo em todo o território nacional; Compete primeiramente a União legislar sobre a
II - as condições de contratação; exploração de jazidas, minas, outros recursos minerais e
III - a estrutura e atribuições do órgão regulador metalurgia (art. 22, XV da CF/88).
do monopólio da União; Compete a todos os entes da federal (União, Es-
§ 3º A lei disporá sobre o transporte e a utilização tado, DF e Município) registrar, acompanhar e fiscalizar
de materiais radioativos no território nacional. as concessões de direitos de pesquisa e exploração de re-
cursos hídricos e minerais em seus territórios (art. 23, XI
O monopólio instituído pela Constituição visa da CF/88).
efetivar o controle sobre as matériasprimas e os deriva- Compete a União instituir imposto sobre opera-
dos do petróleo, em face da importância estratégica, es- ções de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou
sencial que eles têm, no funcionamento das sociedades valores mobiliários. O ouro, quando definido em lei como
organizadas. ativo financeiro ou instrumento cambial, se sujeita exclu-
Monopólio é a exploração de certo setor de ativi- sivamente à incidência do imposto de caráter financeiro
dade por alguém em caráter singular, único. Isto equivale a alíquota mínima de um por cento. (art. 153, V da CF/88)
a dizer que, ao Poder Público Federal concedeu-se esse Dos valores arrecadados a este título, 10% ficará para
privilégio nas matérias ligadas ao petróleo. União, sendo repassados 30% para o Estado, o Distrito
Entretanto, apesar de possuir o monopólio das Federal ou o Território, conforme a origem, e o restante,
atividades enumeradas nos incisos acima relacionados, 60% será destinado ao o Município de origem. (art. 155,
isto não significa que a União deve executar a exploração, §5º da CF/88)
podendo ser concedida a terceiros.
Todavia, o monopólio estabelece a obrigação de 3.3. Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967 – Có-
controle, atualmente exercido pela ANP (Agência Nacio- digo de Minas e Decreto 62.934, de 02 de junho de 1968
nal de Petróleo) a quem compete a aprovação de explora- O Código de Minas, foi instituído ainda no regime
ção e desenvolvimento dos poços bem sucedidos em sua ditatorial de 1967, por meio de um Decreto-Lei, sendo
prospecção. atualizado desde então.
Sobre os bens da União compete tão somente Depois de pouco mais de um ano da edição do
ao Congresso Nacional legislar sobre limites do território DL 227/67, foi promulgado o Decreto que regulamentou
nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da seus termos, o Decreto 62.934/68.
União, art. 48 V da CF/88. Apesar de anterior a Constituição Republicana de
Também compete ao Congresso Nacional autori- 1988, ambos os decretos foram recepcionados por essa,
zar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento regulando:
de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas mi- Art 3º Este Código regula:
nerais, isto porque as terras indígenas são de proprieda- I - os direitos sobre as massas individualizadas de
de da União sendo o índio apenas o usufrutuário (art. 49, substâncias minerais ou fósseis, encontradas na superfí-
XVI da CF/88). cie ou no interior da terra formando os recursos minerais

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do País; no, sais de potássio e salitre;


II - o regime de seu aproveitamento, e III - a fisca- Classe IV - jazidas de combustíveis fósseis sólidos
lização pelo Governo Federal, da pesquisa, da lavra e de - carvão, linhito, turfa e sapropelitos;
outros aspectos da indústria mineral. Classe V - jazidas de rochas betuminosas e piro-
betuminosas - rochas betuminosas e pirobetuminosas;
Entretanto, o mesmo Código estabelece algumas Classe VI - jazidas de gemas e pedras ornamen-
matérias que devem ser regulamentadas por leis especi- tais - gemas e pedras ornamentais;
ficas sendo estas: Classe VII - jazidas de minerais industriais, não
incluídas nas classes precedentes - substâncias minerais
Art. 10 Reger-se-ão por Leis especiais: industriais, não incluídas nas classes precedentes: an-
I - as jazidas de substâncias minerais que consti- fibólios, areias de fundição, argilas, argilas refratárias,
tuem monopólio estatal; andalusita, agalmatolitos, asbestos, ardósias, anidrita,
II - as substâncias minerais ou fósseis de interesse antofilita, bentonitas, barita, boratos, calcários, calcários
arqueológico; coralíneos, calcita, caulim, celestita, cianita, conchas cal-
III - os espécimes minerais ou fósseis, destinados cárias, córidon, crisotila, diatomitos, dolomitos, diaman-
a Museus, Estabelecimentos de Ensino e outros fins cien- tes industriais, dumortierita, enxôfre, estroncianita, este-
tíficos; atitos, feldspatos, filitos, fluorita, gipso, grafita, granada,
IV - as águas minerais em fase de lavra; e hidrargilita, sais de iôdo, leucita, leucofilito, magnesita,
V - as jazidas de águas subterrâneas. mármore, micas, ocres, pinguita, pirita pirofilita, quartzo,
quarzitos, silimanita, sais de bromo, salgema, saponito,
3.3.1. CONCEITOS silex, talco, tremolita, tripolito, vermiculita, wollastonita;
Classe VIII - jazidas de águas minerais.
A legislação em comento também traz o conceito Mina: é a jazida em lavra, ainda que suspensa
jurídico de alguns termos utilizados na mineração como: (art. 4º). Constituem parte integrante da mina: os edifí-
Jazida: Considera-se jazida toda massa individua- cios, construções, máquinas, aparelhos e instrumentos
lizada de substância mineral ou fóssil, aflorando à super- destinados à mineração e ao beneficiamento do produto
fície ou existente no interior da terra, e que tenha valor da lavra, desde que este seja realizado na área de con-
econômico (art. 4º do CM). cessão da mina; as servidões indispensáveis ao exercício
As jazidas são classificadas da seguinte forma da lavra; os animais e veículos empregados no serviço;
(art. 7º e 8º do DR): os materiais necessários aos trabalhos da lavra, quando
Classe I - jazidas de substâncias minerais metalí- dentro da área concedida; e, as provisões necessárias aos
feras - minérios de: alumínio, antimônio, arsênico, berilio, trabalhos da lavra, para um período de 120 (cento e vin-
bismuto, cádmio, cério, césio, cobalto, cromo, chumbo, te) dias. (art. 6º, parágrafo único).
cobre, escândio, estanho, ferro, germânio, gálio, háfnio, Lavra: é o conjunto de operações coordenadas
ítrio, irídio, índio, lítio, manganês, magnésio, mercúrio, objetivando o aproveitamento industrial da jazida, desde
molibdênio, nióbio, níquel, ouro, ósmio, prata, platina, a extração das substâncias minerais úteis que contiver,
paládio, rádio, rênio, ródio, rubídio, rutênio, selênio, tálio, até o beneficiamento das mesmas (art. 36 do CM).
tântalo, telúrio, titânio, tungstênio, vanádio, xenotíndo, Servidão: constitui o uso de propriedade alheia.
zinco, zircônio; A servidão disciplinada no Código de Minas é restrita a
Classe II - jazidas de substâncias minerais de em- pesquisa e lavra. Nas servidões de bens públicos para fins
prego imediato na construção civil - ardósias, areias, cas- de pesquisa somente é devida a indenização dos preju-
calhos, gnaisses, granitos, quartzitos e saibros, quando ízos suportados (art. 27, V do CM), porém se o solo for
utilizados “in natura” para o preparo de agregados, pedra particular, além da indenização também deve paga ao
de talhe ou argamassa, e não se destinem, como matéria- proprietário ou posseiro uma renda pela ocupação (art.
-prima, à indústria de transformação; 27 do CM)
Classe III - jazidas de fertilizantes - fosfatos, gua- Garimpagem: é o trabalho individual de quem

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utilize instrumentos rudimentares, aparelhos manuais foto-geológica e geofísica, para identificação de indícios
ou máquinas simples e portáveis, na extração de pedras de mineralização na área permissionada.
preciosas, semi-preciosas e minerais metálicos ou não A permissão do Reconhecimento Geológico po-
metálicos, valiosos, em depósitos de eluvião ou aluvião, derá ser concedida para área onde já existam pedidos de
nos álveos de cursos d’água ou nas margens reservadas, pesquisa, autorizações de pesquisa ou concessão de la-
bem como nos depósitos secundários ou chapadas (gru- vra, respeitado os direitos dos respectivos titulares.
piaras), vertentes e altos de morros (art. 70, I do CM). A permissão será concedida, em caráter precário,
Garimpos: depósitos genéricos de extração de pelo Diretor-Geral do DNPM, a quem é endereçado o pe-
pedras preciosas, semi-preciosas e minerais metálicos ou dido de reconhecimento geológico, além da permissão
não metálicos, valiosos onde são realizadas as garimpa- mencionada, se tratando de uso do espaço aéreo brasi-
gens (art. 70, I, in fine do CM). leiro também será necessário o prévio assentimento do
Faiscação: é o trabalho individual de quem utilize Conselho de Segurança Nacional, a vista de parecer do
instrumentos rudimentares, aparelhos manuais ou má- Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA).
quinas simples e portáteis, na extração de metais nobres A área a ser examinada terá limite máximo de
nativos em faisqueiras (art. 70, II do CM). doze mil quilômetros quadrados e o prazo de validade da
Faisqueiras: é o depósito genérico de metais no- permissão será de 90 (noventa) dias, contados na data da
bres nativos em depósitos de eluvião ou aluvião, fluviais publicação da autorização no DOU.
ou marinhos (art. 70, II, in fine do CM). No referido prazo o interessado estará obrigado
Cata: é o trabalho individual de quem faça, por a apresentar ao DNPM relatório dos resultados do Reco-
processos equiparáveis aos de garimpagem e faiscação, nhecimento Geológico, contendo cópia dos elementos
na parte decomposta dos afloramentos dos filões e veei- utilizados na preparação e execução das diversas fases
ros, a extração de substâncias minerais úteis, sem o em- dos trabalhos, tais como, cobertura fotográfica, mosai-
prego de explosivos, e as apure por processos rudimenta- cos, foto-interpretação, esboços geológicos; para uso do
res (art. 70, III do CM). Governo e conhecimento do público.
Garimpeiro: é o trabalhador que extrai substân- O descumprimento da obrigação de apresentar o
cias minerais úteis, por processo rudimentar e individual relatório acarretará a impossibilidade de se conceder no-
de mineração, garimpagem, faiscação ou cata (art. 71 do vas permissões para efetuar Reconhecimento Geológico
CM). em outras áreas ainda que anteriormente autorizado.
Aquele que for titular da permissão do reconhe-
3.3.2. RECONHECIMENTO GEOLÓGICO cimento geológico terá prioridade para pleitear autori-
zação de pesquisa na área permissionada, desde que re-
Antes de se aventurar em uma pesquisa de cam- querida no prazo para apresentação do relatório, e desde
po, poderá o interessado realizar pesquisa pelos métodos que a área esteja livre.
de prospecção aérea. O ato de permissão do Reconhecimento Geológi-
A prospecção, sondagem, tem como objetivo o co será transcrito no livro próprio do DNPM.
exame do terreno para descobrir o filão mineral, possuin-
do informações preliminares regionais úteis à formulação 3.3.3. PESQUISA
de requerimento de autorização de pesquisa (cap.VII do
DR). A pesquisa é a primeira fase da extração mine-
A prospecção é método prévio e não invasivos ral. O principal objetivo é conhecer o espaço, a exten-
onde são tomadas fotografias aéreas, novas, em escala são e volume da jazida, que conduzirá a uma medida
adequada ao objetivo visado; é também utilizado equi- das reservas e dos teores. A partir deste estudo será
pamento geofísico, ou de sensores remotos, adequados traçado um prognostico da exequibilidade do aprovei-
aos diversos métodos de prospecção aérea; sobre tais tamento econômico tendo como parâmetro a análise
dados são empregados interpretação por profissionais preliminar dos custos da produção, dos fretes e do
tecnicamente e legalmente habilitados para análise de mercado. (art. 14 do CM)

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3.3.3.1. Procedimento para obtenção de autorização observar, a data do protocolo realizado, ou seja, aquele
que houver requerido primeiro a autorização e tiver cum-
Para ter início à atividade, antes, será necessária prido os demais requisitos terá preferência na aquisição
a aquisição de alvará. Tal título é autorizado pelo Diretor- do alvará (art. 11 do CM).
-Geral do DNPM (art. 7º do CM), sendo o engenheiro de
minas ou o geólogo o profissional responsável pelas ativi- 3.3.3.2. Renovação da autorização
dades de pesquisa (art. 15, parágrafo único do CM).
Somente será concedido o alvará de autorização O pedido de renovação de alvará, terá preferên-
se a área pretendida estive livre (art. 11 do CM), sendo cia sobre o pedido de nova pesquisa, entretanto, ainda
considera livre aquela área que, em termos gerais, não sim é viável protocolizar pedido de alvará quando pen-
estiver vinculada a autorização de pesquisa, registro de dente conclusão do pedido de renovação, pois, sendo
licença, concessão da lavra, manifesto de mina ou per- esta indeferida, observará a regra geral do art. 11 do CM,
missão de reconhecimento geológico; ou se a área não qual seja, a do protocolo mais antigo.
for objeto de pedido anterior de autorização de pesquisa Ainda quanto a renovação da licença, esta deve
(art. 18, I e II do CM). ser requerida em até sessenta dias antes do prazo pre-
As autorizações de pesquisa ficam adstritas às se- visto para o seu término, devendo o requerimento ser
guintes áreas máximas: instruído com relatório das atividades e justificação do
Classes III, IV e V - 2.000 hectares; pedido de prosseguimento.
Classes I e VII - 1.000 hectares;
Classes VI - 500 hectares; 3.3.3.3. Obrigação de exercer a atividade
Classes II e VIII - 50 hectares, conforme Dec CM,
art. 29. A autorização valerá por 2 (dois) anos, contados
O requerimento de alvará de autorização de pes- da publicação, no Diário Oficial da União, do Alvará de
quisa deverá ser formulado por escrito e dirigido ao Dire- Pesquisa, podendo ser renovada por mais 1 (um) ano
tor-Geral do DNPM, nos termos do art. 16 do Código de (art. 25, II do DR c/c art. 22, III do CM).
Minas, sendo aberto um processo administrativo (PA). Neste período o titular da autorização estará
O requerimento deverá ser instruído com a desig- obrigado a realizar pesquisas, devendo apresentar até o
nação da substancia que deseja ser pesquisada, compro- limite de expiração da autorização o estudos geológicos e
vante do recolhimento de emolumentos (taxas), indica- tecnológicos quantificativos da jazida e demonstrativos
ção do profissional responsável pela pesquisa, o tamanho da exeqüibilidade técnico econômica da lavra, elaborado
em hectares do espaço que deseja realizar a pesquisa, sob a responsabilidade técnica de profissional legalmen-
bem como sua localização, os planos com o cronogra- te habilitado (art. 22, V do CM), a não apresentação do
ma previsto para as execuções dos trabalhos e o custo, a referido estudo implicará em multa calculada por hectare
planta da situação do local descrevendo seu estado atual. (art. 22, §1º do CM), que poderá chegar até 5 (cinco) sa-
Caso o DNPM acredite ser necessária mais alguma docu- lários mínimos, Dec CM art. 100, I.
mentação, esta deverá ser providenciada no prazo de até Apesar de obrigatória a realização dos estudos, o
sessenta dias a contar da data da publicação no DOU, não titular da autorização poderá desobrigar-se renunciando
sendo providenciado, o processo de autorização será in- ao título (art. 22, II do CM) ou cedendo (art. 22, I do CM).
deferido (art. 17 do CM). Havendo a renuncia esta somente terá efeito após o pro-
Dentro do PA, havendo indeferimentos é cabível tocolo do requerimento no DNPM, assim como a cessão,
recurso com pedido de reconsideração, prazo de 60 dias, somente terá efeito depois de averbado junto ao DNPM.
ou recurso ordinário ao Ministério das Minas e Energia Depois de concedida a autorização, o titular deve
(MME), prazo de 30 dias, (art. 19 do CM). iniciar os trabalhos em até sessenta dias, depois de inicia-
O requerimento de alvará para autorização e o do os trabalhos de pesquisa, estes não poderão ser inter-
seu protocolo são importantíssimos, pois a preferência na rompidos por mais de 120 dias (art. 29 do CM). Compete
expedição de alvará terá, dentre outros elementos, que ao titular informar ao DNPM o início das atividades, suas

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interrupções e a ocorrência de outra substancia mineral próximas, o titular ou titulares das autorizações, poderão,
útil que for encontrada no local e não tenha sido objeto a critério do DNPM, apresentar um único plano de pes-
do alvará (art. 29, parágrafo único do CM). quisa e também um só Relatório dos trabalhos executa-
O Governo poderá cooperar com o titular da au- dos, abrangendo todo o conjunto (art. 33 do CM).
torização nos trabalhos de pesquisa, devendo em todo O relatório dos estudos apresentados poderá
caso ser reembolsado das despesas, de acordo com as possuir as seguintes conclusões:
condições estipuladas no ajuste de cooperação técnica Art. 23. Os estudos referidos no inciso V do art.
celebrado entre o DNPM e o titular (art. 34 do CM). 22 concluirão pela:
I - exequibilidade técnico-econômica da lavra;
3.3.3.4. Uso do solo II - inexistência de jazida;
III - inexequibilidade técnico-econômica da lavra
Conforme exposto no item, “3.2. Propriedade e em face da presença de fatores conjunturais adversos,
exploração”, os minerais inclusive os existentes no subso- tais como:
lo são propriedade da União, contudo para que se alcan- a) inexistência de tecnologia adequada ao apro-
cem tais minerais se faz necessário a utilização do solo e veitamento econômico da substância mineral;
por vezes até mesmo a modificação deste. b) inexistência de mercado interno ou externo
Entretanto, o solo por inúmeras vezes pertence para a substância mineral.
a particulares diversos da União ou de qualquer Unidade Apresentado o relatório de estudos que poderá
Federativa ou pessoa jurídica de direito público, sendo, concluir das formas acima destacadas, o DNPM poderá
portanto propriedade privada. proferir as seguintes decisões:
A Constituição de 1988 consagra em seu art. 5º Art. 30. Realizada a pesquisa e apresentado o re-
XXII garantia a propriedade privada, porém, limita esta a latório exigido nos termos do inciso V do art. 22, o DNPM
seu fim social (art. 5º, XXIII). verificará sua exatidão e, à vista de parecer conclusivo,
Em atenção a tais garantias, o Código de Minas proferirá despacho de:
estabeleceu a obrigatoriedade do proprietário ou pos- I - aprovação do relatório, quando ficar demons-
seiro em deixar que se estabeleça em suas terras livres trada a existência de jazida;
a atividade de pesquisa, atingindo desta forma a função II - não aprovação do relatório, quando ficar
social da propriedade, cabendo ao interessado, em todo constatada insuficiência dos trabalhos de pesquisa ou de-
caso, indenização pelo dano que causar, sem prejuízo do ficiência técnica na sua elaboração;
pagamento pelo uso da propriedade, protegendo desta III - arquivamento do relatório, quando ficar de-
forma, também o direito a propriedade (art. 27 do CM). monstrada a inexistência de jazida, passando a área a ser
Caso o proprietário ou posseiro das terras impeça a livre para futuro requerimento, inclusive com acesso do
utilização do terreno ou caso o proprietário ou posseiro e o interessado ao relatório que concluiu pela referida inexis-
interessado não concilie quanto a valores, o DNPM ingressar tência de jazida;
com ação judicial para que o juiz arbitre os valores referentes IV - sobrestamento da decisão sobre o relatório,
ao pagamento pelo uso, assim como por indenizações. Todas quando ficar caracterizada a impossibilidade temporária
as despesas processuais serão arcadas pelo interessado. da exeqüibilidade técnico-econômica da lavra, conforme
Caso a propriedade do terreno onde se realize a ati- previsto no inciso III do art. 23.
vidade de pesquisa seja público, o interessado não será obri- Todas as decisões administrativas acima apresen-
gado ao pagamento pelo uso, mas tão somente pelos danos tadas terão conseqüências, como vejamos:
causados. Concordando o DNPM com o relatório que con-
clui pela existência de viabilidade econômica da explora-
3.3.3.5. Apresentação de relatório e conclusão da pesquisa ção da jazida, o titular da autorização terá o prazo de um
ano, prorrogado por igual período para requer a conces-
Havendo um conjunto de autorizações de pesqui- são de lavras (art. 31 do CM), sob pena de ser publicado
sa da mesma substância mineral em áreas contíguas, ou o edital de convocação de interessados (art. 32 do CM),

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perdendo desta forma a preferência na exploração. 38 do CM).


Se o DNPM acreditar que o relatório apresentado O requerimento de lavra irá individualizar os mi-
possua deficiência técnica ou insuficiência de estudos, de- nerais que serão explorados, cabendo ao concessionário,
verá o titular apresentar novo relatório, sob pena de multa depois de conquistada a autorização para lavra, a comu-
a ser calculada de forma proporcional ao número de hec- nicação ao DNPM e, excepcionalmente, ao CENEN (Co-
tares disponibilizados à pesquisa (art. 25, §1º do CM). missão Nacional de Energia Nuclear) dos minerais diver-
Caso o DNPM concordar com a inexistência de sos daqueles explorados e encontrados junto à jazida.
jazida, o PA será arquivado podendo futuros interessados As documentações a serem juntadas com o re-
requerer autorização para novas pesquisas, ficando estes querimento visam à individualização da pessoa que pre-
desde logo cientes de pesquisas anteriores que constata- tende explorar a área, as substâncias pretendidas e o lo-
ram inexistir jazidas no local. cal a ser explorado. Além disto, o requerimento deverá
Concluído o DNPM que existe jazida, porém ine- ser instruído com documentações que visem, a proteção
xiste exequibilidade técnicoeconômica, ou seja, ou o inte- de terras e lavras confinantes, bem como dos proprietá-
ressado não detém a tecnologia necessária para lavra ou rios dos terrenos, e ainda plano de aproveitamento eco-
o custo-benefício é desinteressante, poderão ser conce- nômico da jazida e comprovação de meios financeiros
didos novos prazos ao interessado para maiores estudos para exploração dos recursos pretendidos.
ou perderá este a prioridade, sendo publicado edital de
convocação para novos interessados. Art. 38. O requerimento de autorização de lavra
será dirigido ao Ministro das Minas e Energia, pelo titular
3.3.4. LAVRA da autorização de pesquisa, ou seu sucessor, e deverá ser
instruído com os seguintes elementos de informação e
‘A lavra é a segunda fase da extração mineral. A prova:
lavra não é constituída apenas da extração mineral, sen- I - certidão de registro, no Departamento Nacio-
do constituída por um conjunto de operações coordena- nal de Registro do Comércio, da entidade constituída;
das objetivando o aproveitamento industrial da jazida. II - designação das substâncias minerais a lavrar,
(art. 36 do CM). com indicação do Alvará de Pesquisa outorgado, e de
Verifica-se que a lavra tem como objetivo o mine- aprovação do respectivo Relatório;
ral objeto de pesquisa anterior que reconheceu as dimen- III - denominação e descrição da localização do
sões da jazida. campo pretendido para a lavra, relacionando-o, com pre-
cisão e clareza, aos vales dos rios ou córregos, constantes
3.3.4.1. Critérios mínimos para requerimento de conces- de mapas ou plantas de notória autenticidade e precisão,
são de outorga para lavra e estradas de ferro e rodovias, ou, ainda, a marcos natu-
rais ou acidentes topográficos de inconfundível determi-
Somente poderá ser concedida a outorga para lavra nação; suas confrontações com autorização de pesquisa
caso a jazida já tenha sido pesquisada (1ª fase da extração e concessões de lavra vizinhas, se as houver, e indicação
mineral) e seu relatório final aprovado pelo DNPM. Desta fo- do Distrito, Município, Comarca e Estado, e, ainda, nome
ram a área territorial da lavra não poderá ser superior a área e residência dos proprietários do solo ou posseiros;
de lavra. IV - definição gráfica da área pretendida, deli-
Será ainda necessário planejamento da adequa- mitada por figura geométrica formada, obrigatoriamen-
ção do local onde se estabelecerá a extração mineral e te, por segmentos de retas com orientação Norte-Sul e
beneficiamento. Leste-Oeste verdadeiros, com 2 (dois) de seus vértices,
ou excepcionalmente 1 (um), amarrados a ponto fixo e
3.3.4.2. Requerimento de outorga de lavra ao MME inconfundível do terreno, sendo os vetores de amarração
definidos por seus comprimentos e rumos verdadeiros, e
Somente poderão requerer a outorga de lavra o configuradas, ainda, as propriedades territoriais por ela
titular da autorização de pesquisa ou seu sucessor (art. interessadas, com os nomes dos respectivos superficiá-

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rios, além de planta de situação; Portando o requerimento, instruído com as docu-


V - servidões de que deverá gozar a mina; mentações necessárias, acima descritas, deverá ser pro-
VI - plano de aproveitamento econômico da jazi- tocolizada no DNPM, S.A.N. (Setor da Asa Norte) Quadra
da, com descrição das instalações de beneficiamento; 01 Bloco B - 70041-903 - Brasília – DF.
VII - prova de disponibilidade de fundos ou da Neste protocolo mecânico será gravado o núme-
existência de compromissos de financiamento, necessá- ro de entrada, o local onde foi protocolizado e a data e
rios para execução do plano de para o aproveitamento hora deste.
econômico e operação da mina. Com o intuito de viabilizar a análise da outorga
de lavra, o DNPM poderá exigir demais documentações,
O plano de aproveitamento econômico da jazida, podendo conceder prazo de até 60 (sessenta) dias (art.
contido no art. 38, VI do CM, será apresentado em duas 40, §2º do CM).
vias e constará de memorial explicativo e projetos ou an- Caso o empreendedor acredite não ser possível o
teprojetos. cumprimento das exigências, poderá solicitar dentro do
No memorial explicativo será apresentada a mo- prazo anteriormente concedido a ampliação deste que
tivação da estrutura a ser implantada, sendo esta justifi- poderá ser de mais 60 (sessenta dias) (art. 40, §3º do CM).
cada pela capacidade de produção, assim, somente será Se o empreendedor não cumprir as exigências dentro dos
deferido tal plano de aproveitamento caso a estrutura prazos disponíveis, a área pretendida será colocada à dis-
pretendida seja condizente com o memorial apresentado posição, sendo a partir de então considerada livre, para
(art. 40 do CM). eventuais terceiros que requeiram a outorga de lavra,
Os projetos ou anteprojetos apresentados deve- conforme edital de publicação que irá definir os requisi-
rão apresentar detalhes relacionados a estrutura inicial tos especiais.
do empreendimento, apresentando um planejamento vi- Neste último caso, terá prioridade aquele que
ável para execução das atividades. Ainda nos projetos ou apresentar, a juízo do DNPM, a melhor proposta para
anteprojetos será necessária a previsão de ampliação de atender aos interesses específicos do setor minerário.
tal estrutura prévia (art. 40 do CM). Lado outro, ainda que o empreendedor tenha
cumprido todas as determinações exigidas em lei e pelo
Art. 39. O plano de aproveitamento econômico DNPM não será assegurada a este a outorga, pois, tal ato
da jazida será apresentado em duas vias e constará de: não está vinculado ao cumprimento de tais exigências,
I - Memorial explicativo; podendo ser recusada a autorização se a lavra for consi
II - Projetos ou anteprojetos referentes; derada prejudicial ao bem público ou comprometer inte-
a) ao método de mineração a ser adotado, fazen- resses que superem a utilidade da exploração industrial,
do referência à escala de produção prevista inicialmente a juízo do Governo. (art. 41 do CM)
e à sua projeção; Caso a recusa se manifeste na forma acima, o
b) à iluminação, ventilação, transporte, sinaliza- empreendedor que realizou a pesquisa terá direito de re-
ção e segurança do trabalho, quando se tratar de lavra ceber do Governo a indenização das despesas feitas com
subterrânea; os trabalhos de pesquisa, uma vez que haja sido aprova-
c) ao transporte na superfície e ao beneficiamen- do o Relatório.
to e aglomeração do minério; Entretanto, sendo deferida a outorga, tal ato,
d) às instalações de energia, de abastecimento assinado pelo Ministro do MEE, será publicado no DOU
de água e condicionamento de ar; (Diário Oficial da União), sendo este o título, Portaria de
e) à higiene da mina e dos respectivos trabalhos; Lavra, o título necessário que atribui ao empreendedor o
f) às moradias e suas condições de habitabilidade status de concessionário.
para todos os que residem no local da mineração; A concessão concedida não dá ao concessionário
g) às instalações de captação e proteção das fon- o imediato direito a posse, que será requerida em até 90
tes, abdução, distribuição e utilização da água, para as (noventa) dias depois da publicação da referida Portaria,
jazidas da Classe VIII. mediante o pagamento de emolumentos corresponden-

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te a 5 (cinco) salários-mínimos mensal a ser recolhido ao vestimentos.


Banco do Brasil S.A., à conta do “Fundo Nacional de Mi- O grupamento mineiro também possibilita a con-
neração - Parte Disponível, conforme art. 47, I Dec. CM. centração de exploração em determinada jazida afastan-
O interessado fica obrigado a preparar o terreno do, temporariamente a exploração nas demais jazidas
e tudo quanto for necessário para que o ato de imissão reunidas, sem que isto caracterize o abandono da lavra,
de posse se realize na data fixada, cabendo-lhe confeccio- vide art. 73 e 74 do Dec CM.
nar os marcos, preferencialmente, em concreto armado, A constituição do Grupamento Mineiro ficará
que deverão conter na sua extremidade superior a sigla a critério do DNPM, e será autorizada pelo seu Diretor-
“D.N.P.M.” (art. 47, III Dec. CM). -Geral em requerimento instruído, em duplicata, com os
Tal burocracia se justifica por dois fatos relevan- seguintes elementos de informação e prova:
tes, primeiramente, como vimos anteriormente os mine- I - Qualificação do interessado;
rais em jazidas são propriedades da União, assim para uti- II - Planta onde figurem as áreas de lavra a serem
lizarse desta, ou seja, tomar-lhe a posse será necessário agrupadas, com indicação dos decretos de concessão;
requerimento solicitando. III - Plano integrado de aproveitamento econômi-
A segunda justificativa tem como intuito assegu- co das jazidas que, dentre outros, deverá conter os se-
rar a correta demarcação do espaço destinado à lavra, guintes elementos:
evitando turbação (qualquer ato ilícito que impedi ou cria a) memorial explicativo;
um obstáculo ao livre exercício da posse) aos concessio- b) método de mineração a ser adotado, com refe-
nários das minas limítrofes. rência à escala de produção prevista e à sua projeção.
Os pontos fixados como limites da lavra somente O ato de autorização de que trata o artigo ante-
poderão ser modificados por autorização do DNPM. rior será transcrito em livro próprio do DNPM e anotado
Qualquer interessado poderá questionar a de- nos processos referentes às concessões de lavra agrupa-
marcação realizada pelo DNPM, por meio de recurso ao das.
MEE, no prazo de 15 (quinze) após a imissão da posse. Constitui consórcio de mineração a entidade
Caso o recurso seja julgado procedente a imissão de pos- constituída de titulares de concessões de lavra próxima
se será anulada, caso julgado improcedente o possuidor ou vizinhas, abertas ou situadas sobre o mesmo jazimen-
continuará na posse da lavra. O recurso apresentado não to ou zona mineralizada, com o objetivo de incrementar
possui efeito suspensivo. a produtividade da extração, ou seja, as posses das lavras
pertencem a mais de um concessionário.
3.3.4.3. Grupamento mineiro e consórcio de mineração As vantagens do consórcio de mineração são as
mesmas do grupamento mineiro, quais sejam estrutura
Tanto o grupamento mineiro quanto o consórcio necessária a realização da lavra reduzindo logística e in-
de mineração foram instituídos pelo Decreto que regula- vestimentos, escolha na prioridade de extração mineral
mentou o Código de Minas, em seus artigos 69 à 80. de determinadas jazidas, além do acrescido de investi-
O objetivo das duas formas de extração é poten- mento financeiro com a soma de capital diverso.
cializar a exploração mineral e conservar o direito de uso Diferentemente do grupamento o consorcio não
e gozo das lavras autorizadas. será autorizado pelo Diretor do DNPM, mas sim pelo Pre-
Constitui grupamento mineiro a reunião, em uma sidente da República, desde que o consórcio cumpra as
só unidade de mineração, de várias concessões de lavra condições fixadas em Caderno de Encargos, a ser elabo-
da mesma substância mineral, outorgadas a um só titular, rado por Comissão designada pelo Ministro das Minas e
em área de um mesmo jazimento ou zona mineralizada, Energia e anexado ao decreto de autorização.
ou seja, a posse da lavra pertence há apenas um conces- O requerimento de consórcio será dirigido ao
sionário. MME e deverá conter:
A reunião das lavras garante ao concessionário a I - Qualificação dos interessados, com indicação
possibilidade de reunião de minas, ou seja, da estrutura dos decretos de concessão de lavra;
necessária a realização da lavra reduzindo logística e in- II - Memorial justificativo dos benefícios resultan-

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tes de sua constituição, com a indicação dos recursos 3.3.4.5. Ocorrência de minerais nucleares
econômicos e financeiros de que disporá a nova enti-
dade; Os titulares de autorização da pesquisa ou de
III - Minuta dos Estatutos do Consórcio; concessão de lavra são obrigados a comunicar à Comis-
IV - Plano de trabalhos e realizar e, se for o caso, são Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e ao DNPM qual-
enumeração das providências e favores a serem pleitea- quer descoberta de minerais nucleares, sob pena de ca-
dos do poder público. ducidade (revogação da Portaria de Lavra) da autorização
Se não for obedecida a relação documental acima ou concessão, conforme art. 92 do Dec CM.
o processo administrativo será indeferido liminarmente, Quando se verificar, em jazida em lavras a ocor-
ou seja, sem que exista qualquer análise Criado o consór- rência de minerais nucleares, a concessão somente será
cio de mineração, caso este venha a cometer alguma in- mantida se o valor da substância mineral, objeto do de-
fração ou venha a inadimplir as obrigações e condições a creto, for superior ao valor econômico ou estratégico dos
que ficará sujeito o Consórcio de Mineração, implicará na minerais nucleares que contiver.
revogação do ato autorizador de sua constituição e das Se a ocorrência de minerais nucleares predomi-
respectivas concessões. nar, a juízo do Governo ouvidos a CNEN e o DNPM., so-
O processo administrativo para revogação po- bre a substância mineral constante do título da lavra, a
derá ser estabelecida mediante denuncia ou ex officio, concessão será revogada, mediante justa indenização do
sendo processado no MME, cabendo ao Presidente da investimento efetuado pelo concessionário.
República a conclusão pela revogação ou arquivamento
do processo. 3.3.4.6. Obrigações do concessionário da lavra e sanções

3.3.4.4. Empresa de mineração O Código de Minas estabelece obrigações ao con-


cessionário sob pena de advertência, multa ou anulação
Assim como ocorre com o grupamento mineiro (caducidade) da Portaria de Lavra.
e consórcio de mineração, a constituição de empresa de A menor penalização certamente é a advertên-
mineração é regulada pelo Decreto que regulamenta o cia, que em todo caso somente será aplicada após a reali-
Código de Minas, agora nos artigos 94 a 98. zação de processo administrativo, assegurado o direito a
A empresa mineradora por firma individual so- ampla defesa e ao contraditório.
mente poderá ser constituída por brasileiros natos ou na- A penalização de advertência, apesar de não ter
turalizados, porém, se tratando de pessoa jurídica poderá efeito imediato sob o patrimônio da concessionária ser-
esta ser formada por pessoa natural ou jurídica, estran- virá como agravante para aplicação das demais penalida-
geira ou nacional. des como multa ou caducidade.
Em ambos os casos, será necessário o registro A multa poderá ser aplica independentemente
no órgão de Registro do Comércio de sua sede, bem de advertência variando conforme sua gravidade.
como de autorização outorgada por Alvará do Minis- Assim como no caso da advertência sua aplicação
tro das Minas e Energia para funcionar como empresa procede de um processo administrativo, assegurado o di-
de mineração. reito a ampla defesa e ao contraditório.
Qualquer alteração que importe alteração no O valor apurado será recolhido junto ao Banco do
registro da empresa deve ser comunicado ao MME para Brasil S/A em guia própria, à conta do Fundo Nacional de
liberação de novo alvará de autorização, sob pena de can- Mineração - Parte Disponível.
celamento da autorização, perda dos direitos anterior- Não sendo a multa paga no prazo máximo de 30
mente outorgados e multa correspondente a 25 (vinte e (trinta) dias haverá inscrição na dívida ativa e cobrança
cinco) salários mínimos, salvo reincidência específica ou judicial mediante execução de título executivo.
não, quando então a multa poderá chegar a 50 (cinqüen- O balizamento da multa a ser aplicada se dá con-
ta) salários mínimos. forme termos contidos no Código de Minas e em seu de-
creto regulamentador, da seguinte forma:

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Infrações Multa
Deixar de iniciar os trabalhos previstos no plano de lavra, dentro do
prazo de 6 (seis) meses, contados da data da publicação do Decre-
to de Concessão no Diário Oficial da União, salvo motivo de força
maior, a juízo do DNPM.;
Executar os trabalhos de mineração sem a observância das normas
regulamentares
Deixar de confiar, obrigatoriamente, a direção dos trabalhos de lavra
a técnico legalmente habilitado ao exercício da profissão
Não responder pelos danos e prejuízos a terceiros, que resultarem,
direta ou indiretamente, da lavra
Deixar de promover a segurança e a salubridade das habitações
existentes no local
Realizar o extravio das águas e drenar as que possam ocasionar
danos e prejuízos aos vizinhos
Poluir o ar, ou a água, que possa resultar dos trabalhos de mineração
Deixar de proteger e conservar as Fontes, bem como utilizar as águas
segundo os preceitos técnicos quando se tratar de lavra de jazida da
Classe VIII
Deixar de tomar as providências indicadas pela Fiscalização dos ór-
gãos Federal
Suspender os trabalhos de lavra, sem prévia comunicação ao DNPM
Deixar de manter a mina em bom estado, no caso de suspensão
temporária dos trabalhos de lavra, de modo a permitir a retomada
das operações
Deixar de apresentar ao Departamento Nacional da Produção Mine-
ral - DNPM. - até o dia 15 (quinze) de março de cada ano, relatório 10 Salários
das atividades realizadas no ano anterior.
Extrair substâncias minerais além daquelas indicadas no Decreto de 20 salários
Concessão
Deixar de comunicar imediatamente ao DNPM o descobrimento de
qualquer outra substância mineral não incluída no Decreto de Con-
cessão
Deixar de requerer a aprovação do MME das alterações que importa- 25 salários
rem em modificações no registro da empresa de mineração no órgão
de Registro do Comércio
Deixar de responder pelos danos e prejuízos causados a terceiros, 50 salários
resultantes, direta ou indiretamente, da lavra
Considera-se ambiciosa a lavra conduzida sem observância do plano
preestabelecido ou efetuada de modo a dificultar ou impossibilitar o
ulterior aproveitamento econômico de jazida

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A multa poderá ser dobrada em caso de reinci- jazida, servindo como local destinado a mina também os
dência específica ou não, parágrafo único do art. 100 do terrenos limítrofes a referida jazida.
Dec. CM. Ocorrendo tal fato, será também instituído sobre
A caducidade, que consiste no ato administrativo estas propriedades o regime de servidão, onde caberá ao
pelo qual é revogada a Portaria de Lavra, é a maior pena concessionário o pagamento pelo uso do solo, bem como
ao concessionário e somente será aplicada após a aplica- dos danos materiais que causar nos termos do art. 59 do
ção de multa e advertência. CM.
A caducidade deve ser evitada, cabendo ao A servidão poderá ocorrer para:
DNPM a tentativa de retificação de atos que importem na a) construção de oficinas, instalações, obras aces-
aplicação de tal penalidade, possuindo esta então aplica- sórias e moradias;
ção excepcional. b) abertura de vias de transporte e linhas de co-
Os casos de caducidade compreendem, nos ter- municações;
mos do art. 65 do CM: c) captação e adução de água necessária aos ser-
a) caracterização formal do abandono da jazida viços de mineração e ao pessoal;
ou mina; d) transmissão de energia elétrica;
b) não cumprimento dos prazos de início ou reiní- e) escoamento das águas da mina e do engenho
cio dos trabalhos de pesquisa ou lavra, apesar de adver- de beneficiamento;
tência e multa; f) abertura de passagem de pessoal e material,
c) prática deliberada dos trabalhos de pesquisa de conduto de ventilação e de energia elétrica;
em desacordo com as condições constantes do título de g) utilização das aguadas sem prejuízo das ativi-
autorização, apesar de advertência ou multa; dades preexistentes; e,
d) prosseguimento de lavra ambiciosa ou de ex- h) bota-fora do material desmontado e dos refu-
tração de substância não compreendida no Decreto de gos do engenho.
Lavra, apesar de advertência e multa; e, Se o proprietário do solo não concordar com os
e) não atendimento de repetidas observações da valores, o fato será decidido pelo poder judiciário, caben-
fiscalização, caracterizado pela terceira reincidência, no do ao magistrado arbitrar os valores com base em perícia
intervalo de 1 (hum) ano, de infrações com multas. oficial.
Em casos de caducidade da autorização ou con- Não poderão ser iniciados os trabalhos de pes-
cessão, salvo as hipóteses de abandono, o titular não quisa ou lavra, antes de paga a importância à indenização
perderá a propriedade dos bens que, a juízo do DNPM, e de fixada a renda pela ocupação do terreno.
possam ser retirados sem prejudicar o conjunto da mina
(art. 104 Dec CM). 3.3.4.8. Encerramento da lavra

3.3.4.7. Servidões A possibilidade de lavra se encerrará oficialmen-


te com a declaração de esgotamento mineral ou inviabi-
Como mencionado anteriormente, para que se lidade econômica desta proferida pelo DNPM, caso con-
realize a extração mineral é obvio que se faz necessária a trário, o Diretor-Geral do DNPM, por edital publicado no
construção de uma mina, que viabilizará a mineração. DOU, declarar a disponibilidade da jazida, quando:
Já sabemos que o proprietário do solo onde se I - a concessão de lavra tenha sido revogada,
encontra a jazida terá direito ao dizimo correspondente anulada ou declarada caduca e desde que, a critério do
a 50% (cinqüenta por cento) do valor pago a título de DNPM.;
CFEM, acrescido do valor indenizatório decorrente da II - os trabalhos de lavra de mina manifestada, a
ocupação do solo, sem prejuízo da reparação pelo dano critério do DNPM., tenham sido abandonados ou suspen-
material causado. sos definitivamente e desde que a jazida seja considerada
Entretanto, por vezes a instalação de uma mina é inesgotada e economicamente aproveitável;
superior ao espaço horizontalmente onde se encontra a III - embora com relatório de pesquisa aprovado,

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tenha o titular da autorização ou sucessor decaído do di- meio, para avivar a ideia de que não basta a versão estáti-
retor de requerer a lavra. ca de viver em algum lugar (meio) como também de inte-
Declarada em disponibilidade, a lavra da jazida ragir com as coisas e seres desse lugar (meio ambiente).
poderá ser requerida por terceiro interessado, desde que É o que nos ensina o professor Cleucio Santos Nunes.
satisfaça as exigências estabelecidas. “O meio ambiente é entendido de variados mo-
Ao titular da concessão de lavra ou do manifesto dos pela doutrina, ou seja, é visto por óticas diversas.
de mina, cuja jazida seja declarada em disponibilidade, Sobre a ótica do Direito, considera-se que o meio
não caberá direito à indenização. ambiente é o meio em que o homem vive, desta forma,
ele pode ser artificial, cultural e natural. O meio ambiente
4. Legislação Ambiental é considerado artificial por que é constituído por ações
humanas, como as cidades e suas constituições como
casas, prédios, pontes, estradas, entre outras. Também
4.1. DIREITO AMBIENTAL é considerado cultural porque é resultado do gênio hu-
mano; entretanto, possui significado especial, na medida
4.1.1. CONCEITO: em que representa a testemunha da história, imprescin-
dível à compreensão atual é futura do que o homem é,
É o sistema de normas e princípios que regem as ou pode ser. Neste âmbito o meio, ambiente pode ser o
relações dos seres humanos com os elementos que com- patrimônio histórico da humanidade, bem como a patri-
põem o ambiente natural. mônio artístico, paisagístico e turístico.”
É ciência que regula os direitos difusos. O meio ambiente natural representa os recursos
naturais, a natureza propriamente dita, a qual, como é
4.1.2. ASPECTOS DO MEIO AMBIENTE: inegável, é essencial a sobrevivência do homem. Mesmo
que este se negue a aceitar esta realidade e continue na
Existem três tipos de meio ambiente, sendo este: atitude irresponsável e até mesmo suicida de permane-
1- meio ambiente artificial: é o espaço construído cer de forma criminosa a degradar o meio ambiente na-
pelo homem, que por meio de sua vontade altera o espa- tural, a dizer o planeta Terra, sem o homem.
ço natural; O Direito Ambiental tutela todas as considera-
2- meio ambiente cultural: é também um meio ções possíveis do meio ambiental, mesmo que, a maior
ambiente artificial composto pelo patrimônio histórico, atenção seja dada ao meio ambiente natural.
cultural, artístico, turístico, arqueológico e paisagístico, a Já que se fala na ação humana sobre o meio am-
diferença se faz pelo valor especial que adquiriu; biente, tentar-se-á explicar melhor a idéia que se pre-
3- meio ambiente natural: é constituído pelo tende apresentar: o homem faz parte do meio ambiente
solo, água, o ar, flora e pela integração dos seres vivos e natural, é componente do mesmo, havendo uma inter-re-
seu meio ambiente. lação com a natureza e a ecologia (que é uma perspectiva
de compreender o ambiente em que se vive para explicá-
4.1.3. A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO AMBIENTAL -lo, ou seja, para torná-lo mais adaptado a sua vida. O
homem se relaciona como a natureza para dela buscar
Meio Ambiente: A expressão meio ambiente é melhoria das condições de vida).
um pouco dúbia, pois tanto a expressão ‘meio’ como a Neste sentido nos ensina José Rubens Leite e Pa-
expressão ‘ambiente’ significam lugar. Portanto, seria trick de Araújo Ayala:
mais correto dialeticamente utilizar uma ou outra expres- “Os séculos que selaram o iluminismo, etapa da
são já que apresentam a mesma ideia. história que de certa forma ainda não acabou, significa-
Acontece que, este ‘pleonasmo’, que faz a expres- ram um marco relevante no processo de apropriação e
são, pela junção dos temas é feito de forma proposital transformação da natureza pelo homem, processo este
para garantir o entendimento do que é meio ambiental. que, assenta suas bases históricas no desprendimento
Neste sentido, ambiente é uma expressão de reforço a do homem em relação a Deus, de modo que possa este,

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identificar-se como medida do universo, devendo tudo aderiram à corrente conservacionista, estabelecendo o
lhe ser subjugado, já que é um ser constituído pela distin- conceito de desenvolvimento sustentável, estabelecendo
ção da razão”. assim o primeiro principio da declaração de Estocolmo:
Com a revolução industrial, o homem desenvol-
veu sobremaneira a técnica de transformação da nature- Nº 1 - Todo homem tem o direito fundamental à liber-
za para adaptá-la ao seu bem estar. Aquela era considera- dade, à igualdade e a condições de vida satisfatórias, em
da apenas como matéria prima para a produção dos mais um meio ambiente no qual a qualidade lhe permita viver
diversos bens de consumo. na dignidade e bem estar. Ele tem o dever solene de pro-
Neste contexto, os séc. XVIII e XIX foram de es- teger e de melhorar o meio ambiente para as gerações
trema exploração dos recursos naturais, principalmente presentes e futuras. A esse respeito, políticas promoven-
nos países ocidentais, inclusive em suas colônias de ex- do ou perpetuando o apartheid, segregação racial, dis-
ploração. No século XX com suas grandes guerras, os pa- criminação, colonialismo ou outras formas de opressão
íses ficaram completamente destruídos, o que estimulou e dominação estrangeira são condenadas e devem ser
muito as indústrias para a reconstrução destes países e eliminadas.
do mercado, sempre, é claro, em detrimento de todos os Neste contexto o Brasil se posicionou oficialmen-
recursos da natureza. Bem como do aumento do acumulo te como um país em desenvolvimento e que por isto não
de lixo industrial e dos bens de consumo que em geral poderia adotar atividade preservacionistas, em detri-
não são biodegradáveis. Sendo que, nem a população, mento do desenvolvimento econômico.
nem as indústrias se preocupavam com a destinação des- A proteção ao meio ambiente foi assunto que só
tes resíduos. foi tratada pelas constituições dos países recentemente,
Os países capitalistas sempre procuravam produ- para ser mais específica, após 1970, justamente pela in-
zir e vender seus produtos, para tanto precisam de mer- fluência da Conferencia de Estocolmo.
cado consumidor e não é sempre que há este mercado No Brasil, apesar de já existirem algumas leis so-
consumidor; é preciso que haja um estimulo dos países bre o assunto, foi somente em 1981, através da Lei 6.938,
mais ricos aos países mais pobres (normalmente impor- que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente
tadores de bens de consumo). Essa cooperação se dá que foram introduzidos as primeiras definições sobre os
através de acordo e tratado para encontrarem soluções conceitos de poluição e poluidor, sendo também estabe-
multilaterais, ou seja, que favoreçam ambas as partes e lecidas as diretrizes a serem implementadas pelo Estado
neste contexto de soluções de problemas multilaterais é e pela sociedade com o escopo de minimizar os prejuízos
que a questão ambiental surgiu. da exploração predatória dos recursos naturais.
Então em 1972 foi realizada uma importante con- Em 1988, a Constituição Federal Brasileira esta-
ferência da ONU sobre a questão ambiental no mundo, beleceu princípios ambientais que irradiam por toda a le-
que foi em Estocolmo, a qual é considerada como o mais gislação infraconstitucional, estabelecendo como meta o
importante instrumento, até então, de preservação da principio consagrado na Conferencia de Estocolmo de de-
natureza, pois foi gerada nesta conferência uma declara- senvolvimento sustentável e garantia de preservação dos
ção, que apesar de não ter poderes coercitivos, se tornou recursos naturais para as atuais e futuras gerações.
um instrumento valioso de conscientização aos diversos Em 1992, no Rio de Janeiro, foi realizada a
países do mundo. ECO/92, que significou que os países desenvolvidos e em
Antes da realização da conferencia de Estocolmo, desenvolvimento deveriam fazer um planejamento am-
existiam duas correntes principais que visavam tutela do biental, estabelecendo como parâmetros:
ambiente natural, uma denominada preservacionista, I A questão do desenvolvimento sustentável;
onde determinados locais deveriam permanecer intoca- II- a declaração do Rio de Janeiro sobre meio am-
dos pelo homem, e outra corrente denominada conser- biente e desenvolvimento;
vacionista, onde o homem deveria utilizar dos recursos III- a agenda 21 e a declaração de princípios sobre
naturais sem destruir a natureza. florestas.
Com a conferência de Estocolmo, vários países Destes documentos o mais importante é a agen-

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da 21, que é um plano de ação global a ser implementa- burgo.


do até o século XXI, envolvendo os diversos governos, os O objetivo principal da Conferência seria rever as
órgãos da ONU e organização não governamentais, em metas propostas pela Agenda 21 e direcionar as realiza-
qualquer lugar onde a ação humana afete o meio am- ções às áreas que requerem um esforço adicional para
biente. sua implementação, porém, o evento tomou outro di-
As normas jurídicas têm uma capacidade de im- recionamento, voltado para debater quase que exclusi-
por sanções, ao seu descumprimento. vamente os problemas de cunho social. Houve também
Então passa a ser função do Direito, a partir das a formação de blocos de países que quiseram defender
convenções que se seguiram a de Estocolmo, regular os exclusivamente seus interesses, sob a liderança dos EUA.
limites da exploração de recursos naturais de um modo Tinha-se a expectativa de que essa nova Confe-
geral. rência Mundial levaria à definição de um plano de ação
Essas normas têm que ter uma amplitude inter- global, capaz de conciliar as necessidades legítimas de
nacional, já que os danos ao meio ambiente vão além das desenvolvimento econômico e social da humanidade,
fronteiras dos países. com a obrigação de manter oplaneta habitável para as
Os problemas ambientais brasileiros, vivenciados gerações futuras. Porém, os resultados foram frustrados,
de forma mais grave em meados do século XX até os dias principalmente, pelos poucos resultados práticos alcan-
atuais, são sobras da visão equivocada de desenvolvi- çados em Joanesburgo.
mento perpetuada pelas gerações passadas e que, talvez, A vanguarda ambientalista elencou centenas de
não dispunham de mecanismo para dimensionar a situa- propostas para os 21 objetivos da Agenda. Entre elas figu-
ção hoje suportada pelas presentes gerações. ram universalizar o saneamento básico nos próximos dez
O direito do meio ambiente na forma de instru- anos, implantar redes de metrô e trens rápidos nas gran-
mento regulamentador da atividade econômica, perten- des aglomerações, democratizar a Justiça, universalizar o
ce ao sistema de Direito positivo brasileiro, cujo conteúdo ensino em tempo integral e reestruturar o Proálcool, des-
se volta à organização e ao condicionamento da conduta vinculado dos interesses do velho setor sucroalcooleiro.
dos indivíduos, frente às vicissitudes dos diversos ecos-
sistemas presentes no espaço geopolítico sobre o qual o 4.2. PNMA (POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE)
Brasil detém soberania.
Em 1997, nova convenção foi realizada pela ONU, A PNMA visa a preservação, melhoria e recupera-
em Kyoto, Japão. ção da qualidade ambiental com fim de preservar a vida
Nesta convenção foi conferido o Protocolo de sem perder o foco do desenvolvimento socioeconômico
Kyoto que estabeleceu metas para a redução da emissão e os interesses da segurança nacional (art. 2o).
de gases poluentes que intensificam o “efeito estufa”, A lei tenta apresentar caminhos para, ao mesmo
com destaque para o CO2. tempo, preservar a natureza e garantir o desenvolvimento
A ratificação do Protocolo de Kyoto pelos países socioeconômico, merecendo destaque os seguintes (art. 2o):
do mundo esbarrou na necessidade de mudanças na sua a) Uso racional do solo, subsolo, água e ar;
matriz energética. b) Planejamento e fiscalização do uso dos recur-
Os elevados custos recairiam, principalmente, sos naturais;
sobre os países desenvolvidos, em especial os Estados c) Controle das atividades potencialmente polui-
Unidos. doras;
O presidente George W. Bush declarou que não d) Incentivo ao estudo e a pesquisa de tecnologia
iria submeter o avanço da economia norte-americana aos com o fim prevarcionista;
sacrifícios necessários para a implementação das medi- e) Recuperação das áreas degradada;
das propostas, motivo pelo qual não ratificou o protoco- f) Educação ambiental.
lo. Dez anos após a ECO-92, a ONU realizou a Conferência Sendo a Lei base do atual sistema normativo am-
das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento biental a legislação em comento traça alguns conceitos
Sustentável, a chamada Rio+10 ou conferência de Joanes- basilares tais como:

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Conceito amplo:
a) Degradação da qualidade ambiental consiste nas alterações das características do meio ambiente;
Conceito restrito:
b) Poluição é a degradação da qualidade ambiental resultante de atividade que prejudique a saúde, segurança
e o bem estar populacional; ou prejudicar as atividades sociais e econômicas; ou afetem desfavoravelmente a biota;
ou afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; ou lancem matéria ou enérgica
em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;
c) Poluidor: Pessoa física ou jurídica responsável, que direta ou indiretamente, por atividade causadora de
degradação ambiental. Verifique que o poluidor não é apenas aquele que cause prejuízo na forma do conceito de
poluição acima, sendo, portanto mais amplo sendo considerado poluidor aquele que cause degradação;
d) Recursos ambientais: atmosfera, água, solo, biosfera, fauna e flora.
Dos conceitos acima apresentados se desdobra outros necessários a sua compreensão, como:
a) Biota: conjunto de seres vivos – fauna e flora – que habitam determinado lugar;
b) Biosfera: conjunto de ecossistemas;
c) Ecossistema: conjunto de fatores bióticos e abióticos que atuam simultaneamente sobre determinada re-
gião;
d) Biótico: seres vivos (animais, plantas bactérias...);
e) Abiótico: seres inanimados (água, solo, vento...).
Superados os conceitos básicos vislumbra-se no art. 4o a determinação legal ordinária acerca da responsabili-
dade objetiva do poluidor, que deve restaurar o ambiente degradado independentemente de culpa ou dolo.
Para que se implante a PNMA é necessário um conjunto de normas e execuções destas por meio de órgãos que com-
põem o sistema nacional de meio ambiente (SISNAMA), sendo estes (art. 6o):
- Deliberativo/consultivo:
a) Órgão superior – Assessorar o presidente da República;
b) CONAMA – Deliberar sobre as normas para licenciamento de atividades efetivamente ou potencialmente
poluidoras.
c) Órgão Central – Secretaria do Meio Ambiente, vinculada ao Meio Ambiente competente para supervisionar
e controlar se as PNMA estão sendo observadas.
- Executivo
a) IBAMA – Cumprir e fazer cumprir as políticas e diretrizes do governo federal.
Instituto Chico Mendes (Lei 11516/07) órgão executor federal para Unidades de Conservação ambiental.
b) Órgãos seccionais – Órgão ou entidade estadual responsável pela execução de programas, controle e fisca-
lização ambiental.
c) Órgãos locais – Órgão ou entidade municipal responsável pela execução de controle e fiscalização ambiental.

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Para implantação das PNMA são necessários ins- sem, entretanto se tratar de uma lista fechada, pois po-
trumentos que viabilizem sua efetivação, instrumentos derá o órgão ambiental exigir o mesmo Estudo a outras
estes que a legislação consagra no art. 9o, podendo ser atividades potencialmente poluentes.
divididos instrumentos de comando e controle. * Anexo I da Res. 237/97 do CONAMA;
Há a conjugação de normas de fiscalização e apli- ATIVIDADES OU EMPREENDIMENTOS SUJEITOS AO LICEN-
cações de sanções com outras cuja finalidade reside na CIAMENTO AMBIENTAL
imposição de custos ou no oferecimento de vantagens Extração e Tratamento de Minerais
econômicas para a preservação do patrimônio ambiental, é Pesquisa mineral com guia de utilização;
como vejamos: é Lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou sem
a) estabelecimentos de padrão de qualidade: beneficiamento;
Compete ao CONOMA estabelecer normas, crité- é Lavra subterrânea com ou sem beneficiamento;
rios e padrões relativos ao controle e à manutenção da é Lavra garimpeira;
qualidade do meio ambiente. é Perfuração de poços e produção de petróleo e gás na-
Em atenção à obrigação legal o CONAMA editou tural.
a Res. 357/05 (classificação dos corpos d’água e padrões Indústria de Produtos Minerais não Metálicos
de lançamentos de efluentes), Res. 5/89 (controle da é Beneficiamento de minerais, não metálicos, não asso-
qualidade do ar), Res. 16/86 (redução das emissões de ciados à extração;
gases por veículos automotivos). é Fabricação e elaboração de produtos minerais não me-
b) Zoneamento ambiental: tálicos tais como: produção de material cerâmico, cimen-
O zoneamento ambiental uma espécie de zonea- to, gesso, amianto e vidro, entre outros.
mento que se pode subdividir em urbano, industrial, am- Indústria Metalúrgica
biental, costeiro e ecológico-econômico. é Fabricação de aço e de produtos siderúrgicos;
O Zoneamento ambiental brasileiro concebe a é Produção de fundidos de ferro e aço/ forjados / arames
possibilidade de se ter zonas ambientais onde não é per- / relaminados com ou sem
mitido qualquer tipo de intervenção humana, zonas em tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia;
que é aberta a visitação, zonas em que são permitidas é Metalurgia dos metais não-ferrosos, em formas primá-
pesquisas científicas e zonas onde são concebidas conci- rias e secundárias, inclusive ouro;
liações entre o uso e sua proteção. é Produção de laminados / ligas / artefatos de metais
c) Avaliação de Impacto Ambiental (AIA): não-ferrosos com ou sem tratamento de superfície, inclu-
É formado por um conjunto de forma Avaliativas sive galvanoplastia;
dentre as quais se destaca o EIA (Estudo de Impacto Am- é Relaminação de metais não - ferrosos, inclusive ligas;
biental), AAE (Avaliação Ambiental Estratégica), EVA (Es- é Produção de soldas e anodos;
tudo de Viabilidade Ambiental), RAP (Relatório Ambien- é Metalurgia de metais preciosos;
tal Preliminar), RCA (Relatório de Controle Ambiental). é Metalurgia do pó, inclusive peças moldadas;
A Res. 01/86 do CONAMA vinculou a AIA ao li- é Fabricação de estruturas metálicas com ou sem trata-
cenciamento ambiental de atividades ou empreendimen- mento de superfície, inclusive galvanoplastia;
tos potencialmente poluidores, que requerem a elabora- é Fabricação de artefatos de ferro / aço e de metais não-
ção de EIA e de seu respectivo relatório (Rima). -ferrosos com ou sem tratamento de superfície, inclusive
Assim verifica-se que o EIA/Rima tem abrangên- galvanoplastia;
cia restrita, sendo exigido para licenciamento de qual- é Têmpera e cementação de aço, recozimento de arames,
quer obra ou atividade que possa causar significativa de- tratamento de superfície.
gradação ao meio ambiente. Indústria Mecânica
A mesma Resolução acima digitada estabeleceu é Fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios e
quais as atividades que necessariamente precisam de EIA acessórios com ou sem tratamento térmico e/ou de su-
para sua instalação (art. 2o), sendo posteriormente am- perfície.
pliadas conforme anexo I da Res. 237/97*, do CONAMA, Indústria de Material Elétrico, Eletrônico e Comunica-

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ções nição para caça-desporto, fósforo de segurança e artigos


é Fabricação de pilhas, baterias e outros acumuladores; pirotécnicos;
é Fabricação de material elétrico, eletrônico e equipa- é Recuperação e refino de solventes, óleos minerais, ve-
mentos para telecomunicação e informática; getais e animais;
é Fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomésticos. é Fabricação de concentrados aromáticos naturais, artifi-
Indústria de Material de Transporte ciais e sintéticos;
é Fabricação e montagem de veículos rodoviários e ferro- é Fabricação de preparados para limpeza e polimento,
viários, peças e acessórios; desinfetantes, inseticidas, germicidas e fungicidas;
é Fabricação e montagem de aeronaves; é Fabricação de tintas, esmaltes, lacas, vernizes, imper-
é Fabricação e reparo de embarcação e estruturas flutu- meabilizantes, solventes e secantes;
antes. é Fabricação de fertilizantes e agroquímicos;
Indústria de Madeira é Fabricação de produtos farmacêuticos e veterinários;
é Serraria e desdobramento de madeira; é Fabricação de sabões, detergentes e velas;
é Preservação de madeira; é Fabricação de perfumarias e cosméticos;
é Fabricação de chapas, placas de madeira aglomerada, é Produção de álcool etílico, metanol e similares.
prensada e compensada; Indústria de Produtos de Matéria Plástica
é Fabricação de estruturas de madeira e de móveis. é Fabricação de laminados plásticos;
Indústria de Papel e Celulose é Fabricação de artefatos de material plástico.
é Fabricação de celulose e pasta mecânica; Indústria Têxtil, de Vestuários, Calçados e Artefatos de
é Fabricação de papel e papelão; Tecidos
é Fabricação de artefatos de papel, papelão, cartolina, é Beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de origem
cartão e fibra prensada. animal e sintéticos;
Indústria de Borracha é Fabricação e acabamento de fios e tecidos;
é Beneficiamento de borracha natural;é Fabricação de é Tingimento, estamparia e outros acabamentos em pe-
câmara de ar e fabricação erecondicionamento de pneu- ças do vestuário e artigo diversos de tecidos;
máticos; é Fabricação de calçados e componentes para calçados.
é Fabricação de laminados e fios de borracha; Indústria de Produtos Alimentares e Bebidas
é Fabricação de espuma de borracha e de artefatos de é Beneficiamento, moagem, torrefação e fabricação de
espuma de borracha, inclusive látex. produtos alimentares;
Indústria de Couros e Peles é Matadouros, abatedouros, frigoríficos, charqueadas e
é Secagem a salga de couros e peles; derivados de origem animal;
é Curtimento e outras preparações de couros e peles; é Fabricação de conservas;
é Fabricação de artefatos diversos de couros e peles; é Preparação de pescados e fabricação de conservas de
é Fabricação de cola animal. pescado;
Indústria Química é Preparação, beneficiamento e industrialização de leite
é Produção de substâncias e fabricação de produtos quí- e derivados;
micos; é Fabricação e refinação do açúcar;
é Fabricação de produtos derivados do processamento é Refino / preparação de óleo e gorduras vegetais;
de petróleo, de rochas betuminosas e da madeira; é Produção de manteiga, cacau, gorduras de origem ani-
é Fabricação de combustíveis não derivados de petróleo; mal para alimentação;
é Produção de óleos / gorduras / ceras vegetais-animais / é Fabricação de fermentos e leveduras;
óleos essenciais vegetais e outros produtos da destilação é Fabricação de rações balanceadas e de alimentos pre-
da madeira; parados para animais;
é Fabricação de resinas e de fibras e fios artificiais e sinté- é Fabricação de vinhos e vinagre;
ticos e de borracha e látex sintéticos; é Fabricação de cervejas, chopes e maltes;
é Fabricação de pólvora / explosivos / detonantes / mu- é Fabricação de bebidas não alcoólicas, bem como engar-

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rafamento e gaseificação de águas minerais; é Projeto agrícola;


é Fabricação de bebidas alcoólicas. é Criação de animais;
Indústria de Fumo é Projetos de assentamentos e de colonização.
é Fabricação de cigarros / charutos / cigarrilhas e outras Uso de Recursos Naturais é Silvicultura;
atividades de beneficiamento do fumo. é Exploração econômica da madeira ou lenha e subpro-
Indústrias Diversas dutos florestais;
é Usinas de produção de concreto; é Atividade de manejo de fauna exótica e criadouro de
é Usinas de asfalto; fauna silvestre;
é Serviços de galvanoplastia. é Utilização do patrimônio genético natural;
Obras Civis é Manejo de recursos aquáticos vivos;
é Rodovias, ferrovias, hidrovias, metropolitanos; é Introdução de espécies exóticas e/ou geneticamente
é Barragens e diques; modificadas;
é Canais para drenagem; é Uso da diversidade biológica pela biotecnologia.
é Retificação de curso de água;
é Abertura de barras, embocaduras e canais; O EIA deve ser apresentado pelo empreende-
é Transposição de bacias hidrográficas; dor, que arcará com os custos de sua realização, no
é Outras obras de arte. momento em que formalizar o requerimento da licen-
Serviços de Utilidades ça ambiental (art. 8o). A elaboração do estudo compe-
é Produção de energia term oelétrica; te a uma equipe multidisciplinar (art. 7o), composta
é Transmissão de energia elétrica; por profissionais legalmente habilitados, de diferen-
é Estações de tratamento de água; tes áreas, que, juntamente com o empregador, são
é Interceptores, emissários, estação elevatória e trata- responsáveis pelas informações oferecidas.
mento de esgoto sanitário; O Art. 5o da Res. 01/86 estabelece às diretri-
é Tratamento e destinação de resíduos industriais (líqui- zes para a elaboração do EIA, sem desprezar, obvia-
dos e sólidos); mente, os princípios e determinações legais existentes
é Tratamento / disposição de resíduos especiais tais na Lei de PNMA.
como: de agroquímicos e suas embalagens Já o Art. 6o da Resolução em comento estabe-
usadas e de serviço de saúde, entre outros; lece o que deve ser desenvolvido na atividade técnica
é Tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos, do desenvolvimento do EIA, dentre os quais, basica-
inclusive aqueles provenientes de fossas; mente podemos dividir em 3 partes, sendo elas: 1a -
é Dragagem e derrocamentos em corpos d’água; diagnóstico ambiental da área de influencia, devendo
é Recuperação de áreas contaminadas ou degradadas. ser considerados os meios físicos, biológicos, ecossis-
Transporte, Terminais e Depósitos temas naturais e socioeconômicos; 2a - prognóstico
é Transporte de cargas perigosas; acerca dos impactos do projeto e suas alternativas;
é Transporte por dutos; 3a - a definição de medidas mitigadoras dos impactos
é Marinas, portos e aeroportos; negativos, avaliando a eficiência de cada uma delas,
é Terminais de minérios, petróleo e derivados e produtos combinada com a elaboração de programas de acom-
químicos; panhamento e monitoramento dos impactos ambien-
é Depósitos de produtos químicos e produtos perigosos. tais, indicando os fatores e parâmetros a serem obser-
Turismo vados.
é Complexos turísticos e de lazer, inclusive parques temá- O EIA deve observar os objetivos globais do
ticos e autódromos. empreendimento, não limitando a trechos, partes ou
Atividades Diversas etapas.
é Parcelamento do solo; Sob pena de restar interrompida parte do empreendi-
é Distrito e pólo industrial. mento pendente de novos estudos.
Atividades Agropecuárias A Resolução, em reverencia ao princípio Cons-

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titucional da participação popular, informação e publicidade, determina a confecção de Relatório de Impacto


Ambiental (Rima) com fim de dar oportunidade ao leigo de tomar conhecimento dos empreendimentos a serem
desenvolvidos (art. 9o).
O Rima deve ser confeccionado de forma simples e objetiva contendo a conclusão do EIA para a compre-
ensão do leigo.
No Relatório deve conter os objetivos e justificativas do projeto, além dos demais elementos exigidos
por meio de diretrizes constantes no EIA.
Para alcançar o objetivo da publicidade, o EIA/Rima devem estar sempre acessíveis ao público, (art. 11)
permanecendo sua cópia à disposição dos interessados nos centros de documentação ou bibliotecas dos órgãos
ambientais competentes ou mesmo através da internet, vg, http://www.ibama.gov.br/licenciamento/.
A Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), também chamada de Avaliação de Impactos Ambientais de
Políticas, Programas e Planos (AIA de PPP), tem por
finalidade considerar os impactos decorrentes das decisões de política e planejamento, permitindo sejam con-
siderados os impactos cumulativos e sinergéticos que correrão em função das ações selecionadas.
A definição de políticas, programas e planos e a preparação e realização de projetos correspondem
a fases distintas e relativamente seqüenciais do processo de tomada de decisões, o que conduz a diferentes
abordagens de avaliação ambiental. A AAE permite, justamente, que seja realizada uma prévia, de caráter mais
global, embora bastante complexa, eis que envolve diferentes atividades e relações de causa-efeito.
A AAE surge, em muitas situações, da necessidade de assegurar ba decisão a consideração dos três ob-
jetivos da sustentabilidade, sendo eles, o crescimento econômico, a equidade social e a proteção ambiental.
d) Licenciamento ambiental
A Lei exige (art. 10) que a construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e
atividades utilizadoras de recursos naturais, capazes de causar poluição ou degradação ambiental, dependerão
de prévio licenciamento ambiental.
A Res. 237/97 do CONAMA traz alguns conceitos importantes:
Licença – é o ato administrativo final de outorga, que permite ao empreendedor a localização,
instalação e operação de empreendimentos ou atividades que gerem impactos ao ambiente natural.
Licenciamento – é um procedimento administrativo, ou seja, uma série de atos administrativos
legalmente ordenados.
A Licença ambiental, uma vez concedida, não poderá ser revogada a qualquer tempo sem motivo,
porém, o fato de seguir todos os procedimentos devidos não garante ao empreendedor a concessão ou a
renovação de prazos de licença.
Como já enumerado acima, o anexo I da Res. 327/97 apresenta quais empreendimentos necessi-
tam inexoravelmente de licença ambiental, sem excluir outras atividades a critério da autoridade.
O IBAMA é o Instituto executivo responsável pelo licenciamento ambiental em caráter federal,
sendo executado pela Diretoria de Licenciamento Ambiental; o COPAM – Conselho Estadual de Política
Ambiental, por intermédio das Câmaras Especializadas, da FEAM –Fundação Estadual do Meio Ambien-
te, no tocante às atividades industriais, minerárias e de infra-estrutura e do IEF – Instituto Estadual de
Florestas, no tocante às atividades agrícolas, pecuárias e florestais, é o órgão mineiro responsável pelo
licenciamento estadual.

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COMPETÊNCIA PARA LICENCIAR


União (IBAMA) Estado/DF (COPAM/MG) Município
Caráter supletivo (art. 4º) Caráter geral (art. 5º) Caráter local (art. 6º)
Licenciamento de empreendi- Licenciamento de empreendi- Licenciamento de empreendi-
mentos e atividades com signi- mentos e atividades: mentos e atividades:
ficativo impacto ambiental de
âmbito nacional ou regional. a) localizados ou desenvolvi- a) locais;
dos em mais deum município
a) regiões localizadas ou desen- ou em unidades de conserva- b) delegados pelos Estados,
volvidas conjuntamente no Bra- ção de domínio estadual ou por instrumento legal ou con-
sil e em pais limítrofe, no mar distrital; vênio.
territorial, na plataforma conti-
nental, na zona economicamen- b) localizados ou desenvol-
te exclusiva, em terras indígenas vidos nas florestas e demais
ou em UC; formas de vegetação natural
de preservação permanente;
b) atividades localizadas ou
desenvolvidas em dois ou mais c) cujos impactos ambientais
Estados; ultrapassem os limites terri-
toriais de um ou mais muni-
c) cujos impactos diretos ultra- cípios;
passem os limites territoriais do
país ou de mais de um Estado; d) delegados pela União aos
Estados e DF, por instrumento
d) bases ou empreendimentos legal ou convênio.
militares;

e) atividades destinados a pes-


quisa, lavrar, produzir, benefi-
ciar, transportar, armazenar e
dispor de material radioativo,
em qualquer estágio, ou que
utilizem energia nuclear em
qualquer de suas formas e apli-
cações.

• Fases do processo de licenciamento:


O processo de licenciamento ambiental possui três etapas distintas: Licenciamento Prévio, Licenciamento de
Instalação e Licenciamento de Operação.
I – Definição pelo órgão ambiental, com a participação do empreendedor, dos documentos, projetos e estudos
ambientais necessários ao inicio do processo de licenciamento EIA/Rima;
II – Formalização do requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhados dos documentos
anteriormente definidos;
III – Analise pelo órgão ambiental dos documentos e Estudos;
IV – Solicitação de esclarecimentos e complementações;
V – Audiência pública para discussão do EIA/Rima, quando couber;
VI – Solicitação de esclarecimentos e complementações decorrentes da Audiência pública;
VII – Emissão de parecer técnico conclusivo;
IX – Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, que deve ser fundamentada e publicada.

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Licença Prévia (LP) Licenças devem ouvir os Órgãos Ambientais (OEMAs) en-
A primeira licença a ser outorgada é a Licença volvidos no licenciamento e os Órgãos Federais de gestão
Prévia (LP), que aprova a localização e atesta sua viabi- do Patrimônio Histórico (IPHAN), das Comunidades Indí-
lidade ambiental. A referida licença terá prazo não supe- genas (FUNAI), de Comunidades Quilombolas (Fundação
rior há 5 (cinco) anos. Nesta etapa, quando necessário, Palmares), de controle de endemias (FUNASA), entre ou-
serão confeccionados o EIA/Rima. tros.
Nessa etapa são realizadas Audiências Públicas • Procedimento:
para que a comunidade interessada e/ou afetada pelo O empreendedor deverá primeiramente se ins-
empreendimento seja consultada. crever no órgão a quem compete expedir Licença am-
Licença de Instalação (LI) biental.
Cumprido os requisitos estabelecidos na LP, será Deverá o empreendedor preencher o formulário
concedida, mediante elaboração do Plano Básico Am- solicitando ao órgão a abertura de processo administrati-
biental, e conforme o caso (desmatamento), também a vo com vistas ao licenciamento ambiental devendo este
elaboração de Inventário Florestal, para apoiar a decisão ser entregue ao órgão competente.
sobre o deferimento da Autorização de Supressão de Ve- O IBAMA fornece formulário, que será preen-
getação, a Licença de Instalação (LI) que autoriza o início chido on-line (no caso de empreendimentos do tipo:
da obra ou instalação do empreendimento. O prazo de aproveitamento hidrelétrico, linhas de transmissão, mi-
validade dessa licença é estabelecido pelo cronograma neração, ferrovia, rodovia e dutos) pelo empreendedor,
de instalação do projeto ou atividade, não podendo ser servirá também como uma ficha de caracterização prévia
superior a 6 (seis) anos. Empreendimentos que impli- do empreendimento. Para as demais tipologias o formu-
quem desmatamento dependem, também, de “Autoriza- lário deverá ser preenchido, impresso e encaminhado à
ção de Supressão de Vegetação”. Diretoria de Licenciamento Ambiental do Ibama.
Licença de Operação (LO) • Audiência Pública:
A última Licença a ser obtida é a de Operação A Audiência Pública não é obrigatória, mas é uma
(LO) que deve ser solicitada antes de o empreendimento das etapas da avaliação do impacto ambiental e o prin-
entrar em operação, pois é essa licença que autoriza o cipal canal de participação da comunidade nas decisões
início do funcionamento da obra/empreendimento. Sua em nível local. Esse procedimento consiste em apresen-
concessão está condicionada à vistoria a fim de verificar tar aos interessados o conteúdo do estudo e do relatório
se todas as exigências e detalhes técnicos descritos no ambiental, esclarecendo dúvidas e recolhendo as críticas
projeto aprovado foram desenvolvidos e atendidos ao e sugestões sobre o empreendimento e as áreas a serem
longo de sua instalação e se estão de acordo com o pre- atingidas.
visto nas LP e LI. O empreendedor também deve elaborar As audiências públicas poderão ser realizadas por
um conjunto de relatórios descrevendo a implantação determinação do órgão ambiental competente, sempre
dos programas ambientais e medidas mitigadoras previs- que julgar necessário, ou por solicitação de entidade civil,
tas nas etapas de LP e LI. do Ministério Público ou de 50 ou mais cidadãos. O edital
O prazo de validade é estabelecido, não podendo de realização da audiência é publicado no Diário Oficial e
ser inferior a 4 (quatro) anos e superior a 10 (dez) anos. em jornal regional ou local de grande circulação, rádios e
A Licença poderá ser renovada, devendo ser re- faixas, com indicação de data, hora e local do evento.
querida 120 dias antes do término do seu prazo de vali- O local escolhido para realização da audiência
dade. Neste caso a Licença será prorrogada automatica- deve ser de fácil acesso aos interessados. Por isso, devido
mente até a manifestação definitiva do órgão ambiental. à localização geográfica das comunidades e grupos inte-
A nova Licença poderá ter seu prazo de validade ressados, poderá; haver mais de um evento sobre o mes-
aumentado ou reduzido; podendo ainda as ser alteradas mo projeto. Na Audiência Publica reúnem-se a comuni-
as condicionantes e as medidas de controle, tudo me- dade, o empreendedor, a empresa de consultoria, órgão
diante fundamentação. ambientais governamentais, sociedade civil organizada.
Os órgãos ambientais, antes da concessão das São apresentadas pelos órgãos do governo, pela

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empresa de consultoria e pelo empreendedor detalhes


do projeto, sendo posteriormente facultada a participa-
ção popular por meio de perguntas orais ou escritas.
• Cassação, Revogação, anulação e caducidade
da Licença:
Cassação – violação ou inadequação de quais-
quer condicionantes ou normas legais, omissão ou falsa
descrição de informações relevantes que subsidiaram a
expedição da licença;
Revogação – quando a licença deixa de ser conve-
niente e oportuno, cabendo indenização.
Anulação – defeito do ato constitutivo é anulado
tudo feito posteriormente a fraude.
Poderá haver indenização se o licenciado não
concorreu pela fraude.
Caducidade – quando nova Lei não admite licen-
ciamento.
• Pós-licenciamento:
Depois de conferida a Licença Ambiental é neces-
sário que as atividades licenciadas sejam monitoradas a
fim de se acompanhar o perfeito atendimento as condi-
cionantes e possíveis reações do ambiente á atividades
praticadas que não tenham eventualmente sido previstas
pelo EIA/Rima.
Há o automonitoramento realizado pelo próprio
empreendedor, que deve manter relatórios atualizados e,
quando fiscalizado, deverá demonstrar a precisão de suas
informações.
Os dados levantados através do automonitora-
mento podem conduzir a uma modificação do projeto,
contribuir para confecção de novas normas ambientais,
melhor previsão dos impactos ambientais de projeto ou
programas semelhantes.

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5. Fontes

1- Constituição Federal da República Federativa do Brasil


Atualizado até novembro de 2008.
Congresso Nacional Brasileiro
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm / dia
2- Lei 6938/81, 9605/98, 9985/00
Atualizado até novembro de 2008.
Congresso Nacional Brasileiro
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/_lei-principal.htm
3- Decreto 0227/67
Atualizado até julho de 2011
Congresso Nacional Brasileiro
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0227compilado.htm
4- Decreto 62.934/68
Atualizado até julho de 2011-07-24
Presidência
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1950-1969/D62934.htm
5- IBAMA
Ministério do Meio Ambiente
http://www.ibama.gov.br/licenciamento/ dia 23.11.2008 às 16:42
6- IGAM
SEMA
http://www.igam.mg.gov.br/ dia 23:11.2008 às 16:44
7- IEF
SEMA
http://www.ief.mg.gov.br/ dia 23:11.2008 às 16:44
8- Direito Ambiental
Ano: 2008
Márcia Dieguez Leuzinger e Sandra Cureau
Editora: Elsevier/RJ
Coleção Direito Ponto a Ponto
9- Direito Ambiental Aplicado à Mineração
Ano: 2005
William Freire
Editora: Mineira/MG
Coleção Direito Ponto a Ponto
10- Avaliação da mineração na economia nacional
Ano: 2001
Matriz insumo-produto do setor mineral
Publicação: Serviço geológico do Brasil (CPRM)
11- Mineração e o meio ambiente no Brasil
Ano: 2002
Carlos Eugênio Gomes Farias
Publicação: CGEE

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