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ESTÁGIO BÁSICO - CURSO PSICOLOGIA - HT

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO

ESTÁGIO BÁSICO: II

ALUNO: Caio Henrique da Luz Silva


RA: 055841

ALUNO: Stefane Cristine Barros Rodrigues


RA: 007119

Hortolândia
2021
ESTÁGIO BÁSICO - CURSO PSICOLOGIA - HT

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO

Relatório de Estágio Curricular apresentado ao


Centro Universitário Adventista de São Paulo -
Hortolândia - como requisito parcial do curso de
Psicologia, necessário para aprovação na disciplina
Estágio Básico: II

Orientador do Estágio: Edna Rosa Correia Neves

Hortolândia
2021
ESTÁGIO BÁSICO - CURSO PSICOLOGIA - HT

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO


ESTÁGIO BÁSICO: II

Dados do Local de Estágio


Instituição: Centro Universa Adventista de São Paulo
Supervisor de Campo: Edineicy Stabenow Wayand

Dados do (s) Estagiário (s)

Nome: Caio Henrique da Luz Silva


RA: 055841
Curso e Período: Psicologia / Noturno

________________________________
Assinatura aluno

Nome: Stefane Cristine Barros Rodrigues


RA: 007119
Curso e Período: Psicologia / Noturno

________________________________
Assinatura aluno

Dados do orientador (professor UNASP-HT)

Orientador UNASP-HT: Edna Rosa Correia Neves


Nº Registro Conselho de classe: 06/49932-3

________________________________
Assinatura orientador

Período de Estágio
Início: 04/08/2021 Término: 10/11/2021
Total de horas: 20
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RESUMO

Contextualização: O presente estudo refere-se ao estágio de observação do curso


de Psicologia realizado em uma instituição adventista da região metropolitana de
Campinas-SP. O estágio foi realizado na sala de aula com adolescentes de
aproximadamente 13 a 15 anos. Objetivo(s): Observar de modo amplo o
desenvolvimento biopsicossocial de adolescentes, embasado na literatura estudada
no curso de Psicologia (desenvolvimento humano) com a seguinte questão
norteadora: “a adolescência e a influência da escola na formação da identidade”.
Tem-se como pressuposto teórico que identidade implica definir quem a pessoa é,
quais são seus valores e quais direções deseja seguir pela vida. Uma concepção
bem-organizada do ego, composta de valores, crenças e metas com os quais o
indivíduo está comprometido. Desenvolvimento: Durante o estágio observou-se o
desenvolvimento físico, cognitivo e biológico e analisamos se o desenvolvimento
biopsicossocial estava de acordo com os teóricos da psicologia do desenvolvimento:
adolescência. A análise das observações realizadas no campo do estágio parece se
ancorar com o referencial teórico da área, ou seja: a identidade é formada
culturalmente, ela não é fixa, pode se moldar em várias situações diferentes no
cotidiano do adolescente; e finalmente, o ambiente escolar é essencial para essa
formação de identidade. Considerações finais: Espera-se oferecer subsídios para
novas investigações na área, bem como facilitar a compreensão do desenvolvimento
socioemocional na adolescência.

Palavras-chave: Estágio; Psicologia; Adolescência


ESTÁGIO BÁSICO - CURSO PSICOLOGIA - HT

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO TEÓRICA 12
2. AMBIENTE DE ESTÁGIO 14
2.1. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO 14
2.2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO CAMPO DE ESTÁGIO 16
4. ANÁLISE DA DEMANDA OBSERVADA 17
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 20
REFERÊNCIAS 22
ANEXOS 24
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1. INTRODUÇÃO TEÓRICA

O objetivo desse estagio foi: observar o comportamento psicossocial e como


os alunos tentavam expressar sua identidade. Os alunos estavam no 8° ano escolar,
em uma instituição Adventista, localizada no interior de São Paulo. A observação foi
realizada nos dias 14 e 21 de agosto de 2021, das 15:30 às 18:00 horas.
Realizar este estágio permite compreender as teorias que capacitam a
análise crítica da realidade. Observamos de modo amplo o desenvolvimento
biopsicossocial embasado na literatura estudada anteriormente, o estágio seguiu a
seguinte questão norteadora: “Crise de identidade na adolescência e a influência da
escola na formação da identidade”.

A formação da identidade

Ao falarmos de identidade, precisamos primeiramente saber que esse


conceito é complexo, pois entra em várias áreas do conhecimento, assim nos diz
Moraes (2009) a Psicologia, a Sociologia, a Antropologia e a Filosofia, além disso a
identidade não é definida biologicamente e sim historicamente. De acordo com
Ferreira, Farias, Silvares (2010, p. 326):

Construir uma identidade, para Erikson (1972), implica definir quem a pessoa é, quais
são seus valores e quais direções deseja seguir pela vida. Ele entende que
identidade é uma concepção bem organizada do ego, composta de valores, crenças e
metas com os quais o indivíduo está solidamente comprometido.

A estrutura da identidade dentro da idade observada

Os adolescentes passam por muitas mudanças, psicológicas, físicas e


sociais, segundo Aberastury e Knobel (1981) essas mudanças fazem emergir uma
nova relação com os pais e com o mundo, pois nesse momento o adolescente entra
em luto por seu corpo infantil e por sua identidade infantil, contribuindo assim para
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uma nova formação de identidade. De acordo com Sarriera et al. (2001) a
necessidade de o jovem assumir compromissos e colocar-se frente à vida adulta
significa uma profunda mudança de seu papel no mundo, levando-o a
questionamentos, dúvidas e incertezas. Dentro da escola o adolescente terá todo
um ambiente que lhe proporcionará escolhas e comprometimento, é a partir daí
então que ele terá um suporte para a estruturação da identidade.

Identidade dentro do âmbito escolar

Devido as diversas interações, com alunos de diversas idades, os


adolescentes ao observarem o seu redor, farão uma autoanálise, de valores,
atitudes, preconceitos, e assim, irão se politizando, se moldando ao ambiente. E isso
vai contribuir para a construção da sua personalidade, da sua identidade, do seu
autoconhecimento (o indivíduo vai identificar se ele se encaixa e pertence aquele
ambiente).
Como cita Moraes (2011) ao citar Polônia (2005) cita que a escola se constitui
como um microssistema da sociedade, que possui contexto diversificado de
desenvolvimento e aprendizagem, ou seja, um lugar que reúne conhecimento,
atividades, regras, valores, que é permeado por problemas, conflitos interpessoais e
diferenças sociais. É a partir deste espaço físico, psicológico, social e cultural que os
indivíduos processam seu desenvolvimento global. O sistema escolar possibilita
inúmeras e complexas interações sociais por envolver um grande número de alunos
em diferentes estágios de desenvolvimento.

Crise dos papeis sociais

Hall argumenta que “o sujeito, previamente vivido como tendo uma identidade
unificada e estável, está se tornando fragmentado; composto não de uma única
identidade, mas de várias identidades” (HALL, 2006, p.12). Nossa personalidade e
nossa identidade vão se ajustando, vai sendo moldada pelo nosso biológico, e
também, por fatores ambientais, pelos agentes socializadores (primários,
secundários e assim por diante).
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Assim como Hall (2006), Erikson (1976) vai dizer que, o adolescente vai causar, em
si, uma confusão de identidade ao procurar se “encaixar” num papel social. O
adolescente vai experimentar diversos papeis sociais (sujeito fragmentado, não está
fixo a um papel social) que vão moldando e influenciando na identidade,
principalmente por ser uma fase onde a opinião do social importa muito, fazendo
com que sua atitude mude constantemente. É neste momento que se adquire uma
identidade psicossocial: o adolescente precisa entender o seu papel no mundo e ter
consciência da sua singularidade.
O indivíduo nessa fase, vai vivenciar uma continuidade do que já vivenciou no
passado, com sua infância; e, experimentará também, o que promete converter-se
no futuro; entre aquilo que quer ser, aquilo que os outros vem nele e aquilo em que
esperam dele.
A seguir, será apresentado o ambiente de estagio, as atividades
desenvolvidas no campo de estágio, a análise da demanda observada e as
considerações finais da dupla e individuais.

2. AMBIENTE DE ESTÁGIO

2.1. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

O estágio foi realizado em uma das maiores Instituições de ensino adventista,


no estado de São Paulo. A instituição foi fundada em 19 de setembro de 1949.
Fundada pelo Pr. Germano Hitter, essa Instituição tem como alvo principal a
Educação Adventista, o que faz com que a maioria de seus alunos e funcionários,
sejam adventistas do sétimo dia. Um ano depois, em 1950, a Instituição já começava
suas primeiras aulas, com alunos do 1º e 2º ano do ensino médio. Hoje, a Instituição
já apresenta um amplo ensino, vindo desde a educação infantil, incluindo o maternal,
o jardim, o pré-escolar, o ensino fundamental I, o ensino fundamental II e o ensino
médio, que foi presenteado há pouco tempo pela Griggs International Academy, uma
oportunidade dos nossos alunos terem um ensino americano, no qual o projeto foi
denominado de High School.
O colégio oferece muitas oportunidades aos seus alunos. A instituição hoje
além de contar com o ensino básico e superior, tem em seu Campus, o Internato
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(residencial masculino e feminino). Busca-se sempre atender as necessidades dos
alunos, com quartos mobilhados, banheiros, e uma estrutura segura e confortável.
Os alunos residentes contam também com todo o apoio pastoral que a Instituição
oferece.
Assim como os alunos que moram no colégio, alunos externos também podem ter a
oportunidade de fazer aulas a parte, de musicalização, instrumentos, esportes. Para
isso temos a escola de artes, que fica no campus, onde há aulas de instrumentos,
aulas de canto, musicalização. Além disso, os esportes também são um grande forte
na Instituição, a escola de esportes, conta com aulas de natação; vôlei; basquete;
ginástica; hidroginástica; academia para todos os públicos. Tem-se atualmente 9
cursos de graduação, sendo eles: administração, ciências contábeis, comunicação
social – publicidade e propaganda, direito, educação física (bacharelado e
licenciatura), engenharia da computação, pedagogia, psicologia e sistemas de
informação
As observações do estágio foram feitas presencialmente, com alunos do
ensino fundamental 2 (8°ano), porém, devido a pandemia do Covid-19 que nos aflige
atualmente, os alunos estão tendo aula num modelo hibrido de ensino, ou seja, não
há muitos alunos em sala de aula.
Sem dúvidas, há grandes diferenças quando comparamos o ensino
presencial, e o ensino EAD, principalmente quando falamos de adolescentes. No
entanto, a escola disponibilizou, uma plataforma digital, atividades e livros online,
tudo isso para não haver defasagem por causa da pandemia.
A Instituição, se reinventou, inovou seus métodos, trouxe soluções. Tudo isso
para que seus alunos não perdessem a qualidade do ensino e continuassem a ter o
mesmo rendimento que tinham de maneira presencial.
O Ensino Fundamental II inclui os anos da segunda fase de estudos
regulamentados, indo do sexto ao nono ano. Além do ensino de qualidade, as aulas
e atividades nessa faixa incluem incentivo ao convívio com diferentes grupos, alto
índice de informatização dos recursos, incentivo ao livre uso da biblioteca e estrutura
de esportes, bem como uma série de atividades extraclasse de integração
interpessoal e familiar.
A instituição tem como objetivo desenvolver a capacidade de aprender
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da criança, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do
cálculo. Promovendo a compreensão do ambiente natural e social, o sistema
político, a tecnologia, as artes e os valores em que se fundamenta a sociedade.
Buscando aprimorar a capacidade de aprendizagem, tendo em vista a
aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores. Além
disso, fortalecer os vínculos familiares, os laços de solidariedade humana e de
tolerância recíproca em que se assenta a vida social através da escola.

2.2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO CAMPO DE ESTÁGIO

Articular a produção de conhecimentos adquiridos do desenvolvimento dos


aspectos físicos, cognitivos e psicossociais com as observações de adolescentes de
10 a 17 anos. Além disso, observamos a forma como os alunos do 8° ano se
relacionavam dentro e fora da sala de aula (interação com os grupos); e, a forma
como os alunos tentavam expressar sua identidade.

Descrição detalhada da atividade

No dia 14/10, eu e minha dupla observamos a turma do 8° ano. Era 15:30, os


alunos estavam saindo para o intervalo, muitos deles estavam com alguns adereços
no corpo, roupas que faziam parte dos seus estilos (não esquecendo que, por ser
uma instituição privada faz uso obrigatório de uniformes), tornando-os mais fáceis de
serem percebidos dentre os demais que não usavam nenhum adereço ou roupas
diferentes dos uniformes. Vimos três pessoas com os cabelos pintados de cores
“exóticas”, duas pessoas com sutis alterações nos uniformes. Fora percebido
também que, meninos brincavam mais, se mexiam mais. Enquanto, as meninas
preferiam ficar sentadas, conversando.
Após o intervalo, iniciou a aula de português. Os adolescentes não estavam
tão agitados durante a aula, a maioria fazia questão de participar da interação que a
professora fazia com os alunos (apenas dois alunos não quiseram participar, durante
a aula inteira). A professora incentivava-os a exporem suas dúvidas, fazia questão
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de que todos teriam seu espaço e seriam respeitados, mesmo se a dúvida fosse
fútil.
Notamos que a sala era muito unida e não tinha uma divisão muito grande,
com grupos formados. Existia, sim, pessoas com mais afinidades com uns do que
com outros, mas no geral, todos conversavam entre si. Durante esse dia de
observação, reparamos que apenas no intervalo, havia a separação de meninos
brincando com meninos e meninas brincando/ conversando com meninas;
entretanto, meninos e meninas também interagiam entre si no período do intervalo.
Na última aula do dia, a matéria era matemática. No início da aula a força da
escola acabou, com a alegria de não ter mais aula, os alunos ficaram conversando,
mexendo no celular, lendo.
Já no dia 21/10 fora observado a interação dos alunos e a formação desses
grupos, neste dia a sala estava com mais alunos.
Percebemos que os alunos eram influenciados por seus amigos a interagirem
de maneira espontânea e leve (um levava o outro a participar das perguntas da
professora). Notamos também, alguns alunos não interagiam tanto, se isolavam. Na
hora do intervalo um desses alunos chegou a ficar em um canto da escola, sozinho,
não tinha absolutamente ninguém.
Ao fazer a troca de sala para outra disciplina, duas alunas chegaram até nós
perguntando como era a faculdade, o curso de psicologia e se era interessante a
atividade que estávamos fazendo. Os alunos também demonstraram grande
interesse quando a professora de português chegou a contar da sua trajetória como
professora, os concursos que fez (os alunos faziam breve perguntas).

4. ANÁLISE DA DEMANDA OBSERVADA

Os seres humanos não têm o processo de socialização como sendo algo


inato, mas, sim, algo aprendido. Por não sermos seres que sobreviveríamos
sozinhos durante nossa primeira fase de desenvolvimento, somos influenciados
pelos primeiros agentes socializadores, a família, quem irá atender nossas
necessidades básicas. Após isso, somos influenciados por outros agentes, como a
escola (o segundo agente socializador mais importante depois da família). Então,
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nossa personalidade e nossa identidade vão se ajustando, vão sendo moldadas pelo
nosso biológico, e também, por fatores ambientais, pelos agentes socializadores.
Hall (2006) explora três concepções de identidade: o sujeito do Iluminismo, o
sujeito sociológico e o sujeito pós-moderno.
A concepção de sujeito do Iluminismo seria a pessoa unificada e repleta de
razão, consciência e ação, que surgia desde o nascimento e assim se desenvolvia,
continuando “idêntico” no decorrer da sua vida. A concepção do sujeito sociológico
refere-se a um sujeito formado pela interação entre o eu e a sociedade, esta quem
ditará seus valores, sentidos, cultura.
Hall argumenta que “o sujeito, previamente vivido como tendo uma identidade
unificada e estável, está se tornando fragmentado; composto não de uma única
identidade, mas de várias identidades” (Hall, 2006, p.12). O sujeito produzido agora
é o pós-moderno, que não possui uma identidade fixa ou permanente. A
transitoriedade e a efemeridade são características da contemporaneidade e há uma
gama muito grande para a construção da identidade dentro desse contexto, ao qual
podemos nos identificar temporariamente.
Na teoria psicossocial de Erikson, ele aborda o crescimento humano do ponto
de vista dos conflitos (internos e externos) que a personalidade vital suporta,
ressurgindo de cada crise com um sentimento maior de unidade interior. No quinto
estagio de sua teoria, a identidade versus confusão de identidade, o adolescente ao
procurar um papel social provoca uma confusão de identidade, principalmente por
ser uma fase onde a opinião do social importa muito, fazendo com que sua atitude
mude constantemente. É neste estágio que se adquire uma identidade psicossocial:
o adolescente precisa entender o seu papel no mundo e ter consciência da sua
singularidade.
O adolescente passará por essa crise (quinto estagio psicossocial de Erikson)
se identificando com os colegas da mesma idade e com quem eles admiram, alguém
fora da família (ERIKSON, 1976). A cultura se torna um fator impar na estruturação
do ego do adolescente, há uma valorização do contexto biológico na qual o
adolescente está inserido. É importante o indivíduo estabelecer um sentido para a
identidade pessoal.
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Essas teorias condizem com nossas observações, os adolescentes têm um
“ser” para cada área de suas vidas, “ser estudante”, “ser filho”, “ser irmão”, dentre
outras possibilidades de papeis sociais que eles adquirirão ao longo de suas vidas,
mas, principalmente nesta fase de grandes flutuações na identidade.
Outra parte referente a nossas observações, é a admiração e valorização do
contexto externo desse adolescente. Os adolescentes prestavam muita atenção
quando a professora disse sobre sua trajetória acadêmica, fora que, os adolescentes
tiveram grandes interesses sobre como era ser universitário, como era ser
estagiário.

Assim, a adolescência é uma fase em que o indivíduo está muito mais


próximo do dia histórico do que nas fases mais primitivas do
desenvolvimento infantil. Enquanto que os antecedentes infantis da
identidade são mais inconscientes e mudam muito lentamente, quando
mudam, o próprio problema da identidade transforma-se com o período
histórico; de fato, essa a sua tarefa (ERIKSON, 1987, p. 26).

É importante ressaltar que adolescência não é igual em todas as sociedades:


as vezes tem um tempo maior ou menor, as vezes varia a intensidade das emoções,
das crises; entretanto, a ideia de não encontrar, de não formar a sua identidade,
torna este momento algo muito sofrido, muito doloroso, que poderá contribuir para
desencadear sérios problemas psicológicos.
Na adolescência existe uma flutuação na forca do ego que é causada por
diversos conflitos, referente a isto, Erick diz ser uma crise normativa. A pessoa que
vivência a adolescência é vítima de uma consciência de identidade que seria base
da autoconsciência da juventude. Nessa fase, é importante o indivíduo estabelecer
um sentido para a identidade pessoal.
Por ser o segundo agente socializador, a escola exerce grande influência, é
relevante lembrarmos que ela não existe para substituir o primeiro agente
socializador, mas para complementar no desenvolvimento cognitivo, nas
experiências, nas aprendizagens, nas vidas sociais dos indivíduos. A escola prepara
o indivíduo para funções sociais, contribui e influencia para formação de um cidadão.
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Dá-se na escola diferentes formas de aprendizagem e de vínculos sociais.
Relações de amizade entre os colegas, relação aluno e professor, relação com os
demais funcionários da escola, como os monitores, orientadores, dentre outros.
As nossas observações confirmaram isso, a amizade e afinidade que os
alunos tinham com seus colegas, com seus professores, com os demais
funcionários. Os alunos obedeciam aos valores, as crenças da escola; eles
utilizavam os uniformes, não utilizavam acessórios proibidos, não estavam de
esmaltes fortes nas unhas.
Moraes (2011) ao citar DAYRELL (1996) comenta que devemos conceber o
espaço escolar enquanto espaço sociocultural onde as pessoas envolvidas, como os
alunos e professores, são construtores da sua própria experiência, sendo capazes
de elaborar uma cultura própria que possibilita nomear a escola enquanto local
polissêmico e dinâmico. Acreditamos que a escola possa ser um local que possibilite
a ampla formação do aluno, que valorize o processo de humanização, destacando
as habilidades e os aspectos que tornem cada um ser humano. Todas as
experiências culturais, o conhecimento socializado, os vínculos sociais contribuem
no desenvolvimento de cada adolescente enquanto sujeito sociocultural.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos correspondem com a teoria, percebemos os papeis


sociais que os indivíduos criam e recriam com o passar dos anos; os sujeitos vão
experimentando, vão passando por crises para conseguirem se encontrar e se
definir, pelo menos naquele momento, até surgir uma nova crise, e assim, ser
superada ou não. Estava congruente com o que observamos também, o interesse e
admiração dos alunos por pessoas externas ao ambiente familiar.
Aplicar os conhecimentos aprendidos nos proporciona ancoragens
cognitivas para que, ao exercitar o olhar investigativo articulemos a produção de
conhecimentos adquiridos sobre o desenvolvimento psicomotor, cognitivo e
psicossocial de crianças em suas respectivas fases de desenvolvimento,
transformando-nos em profissionais reflexivos, críticos e capazes de relacionar
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teoria e prática na elaboração de propostas significativas para a promoção da saúde
e bem estar em sala de aula, contribuindo com o desenvolvimento integral do
educando e de suas faculdades, o habilitando a almejar e alcançar novos objetivos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS INDIVIDUAIS: Caio Henrique da Luz Silva

Realizar este estágio nos permitiu compreender as teorias que nos


capacitam, a identificar as dificuldades enfrentadas pelos adolescentes, já que, a
identidade deles não é fixa. Este estágio nos permitiu entender o campo de atuação
profissional do psicólogo, seus desafios atuais e suas tendências futuras.

CONSIDERAÇÕES FINAIS INDIVIDUAIS: Stefane Cristine Barros Rodrigues

A observação em sala de aula é uma ótima forma de aprender e colocar em


prática o que a gente aprendeu com nossas aulas na universidade, é muito bom
estar em campo observando e relacionando com a teoria, tive muito proveito. Ainda
é um pouco difícil relacionar o que vimos com o que lemos, mas eu acredito que
com esses estágios básicos tenho evoluído nessa questão. Sobre a questão
norteadora que eu e minha dupla escolhemos, aprendi muito e relembrei alguns
pontos estudado anteriormente na matéria de desenvolvimento humano e processos
básicos. Nunca tinha observado a identidade em adolescentes, isso me deu uma
visão diferente do que pensava, por exemplo, eu sempre achei que a identidade
fosse única e concreta, o estágio me trouxe novos horizontes e me permitiu observar
como eu estava enganada do que pensava.
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REFERÊNCIAS

ABERASTURY, Arminda; KNOBEL, Maurício. ADOLESCÊNCIA NORMAL: Um


enfoque psicanalítico. Porto Alegre: Arimed, 1981. 92 p. v. 1. ISBN 857307238-6.

DAYRELL, Juarez. A escola como espaço sociocultural. In: DAYRELL, Juarez


(Org.). Múltiplos olhares sobre educação e cultura. Belo Horizonte: Editora
UFMG, 1996.

ERIKSON, E.H. Identidade: Juventude e Crise. Trad: Álvaro Cabral. Rio de Janeiro:
Editora Guanabara S.A., 1987.

FERREIRA, T. H. S.; FARIAS, M. A.; SILVARES, E. F. M. Desenvolvimento da


identidade em adolescentes estudantes do ensino médio. Universidade Federal do
Rio Grande Do Sul, Psicologia: Reflexão e Crítica, 9 fev. 2010. DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-79722009000300002. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/prc/a/79tPzJPS8XyZj3wkGCnyncK/?lang=pt. Acesso em: 8
nov. 2021.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11. ed. Rio de Janeiro:


DP&A, 2006.
ESTÁGIO BÁSICO - CURSO PSICOLOGIA - HT
MORAES, Luciene Aparecida. Identidade do adolescente na contemporaneidade:
contribuições da escola. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais,
Periódicos eletrônicos em psicologia, v. 2, n. 1, 2009. Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/. Acesso em: 31 out. 2021.

MORAES, Luciene Aparecida Souza Silva. PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA


IDENTIDADE DO ADOLESCENTE NA CONTEMPORANEIDADE:
CONTRIBUIÇÕES DA ESCOLA. 2011. 89 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Psicologia, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerai, Belo Horizonte, 2011.

SARRIERA, Jorge Castellá; SILVA, Marli Appel; KABBAS, Cristina Pigatto; LÓPES,
Vanessa Beckencamp. Formação da identidade ocupacional em adolescentes.
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, estudos de psicologia, p. 27-
32, 2001.
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ANEXOS
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Caio Henrique da Luz Silva - Relatórios Semanais; Ficha de Avaliação do


Supervisor; Ficha de controle de frequência do estágio curricular obrigatório.

 Relatórios Semanais

RELATÓRIO SEMANAL DE ESTÁGIO

CURSO PSICOLOGIA
Estágio Básico II
1. Instituição: Centro Universitário Adventista De São Paulo
2. Data: 14/10/2021
3. Estagiário (a): Caio Henrique da Luz Silva
4. Atividade realizada: observação do comportamento biopsicossocial; observação do desenvolvimento
cognitivo, e psicossocial.

5. Objetivo proposto: observar o comportamento psicossocial dos alunos do 8° ano, a forma como se
relacionam dentro e fora da sala de aula (interação com os grupos) e a forma como os alunos tentam
expressar sua identidade.

6. Descrição detalhada da atividade: no dia 14/10, eu e minha dupla observamos a turma do 8° ano.
Era 15:30, os alunos estavam saindo para o intervalo, muitos deles estavam com alguns adereços no
corpo, roupas que faziam parte dos seus estilos (não esquecendo que, por ser uma instituição privada
faz uso obrigatório de uniformes), tornando-os mais fáceis de serem percebidos dentre os demais que
não usavam nenhum adereço ou roupas diferentes dos uniformes. Vimos três pessoas com os cabelos
pintados de cores “exóticas”, duas pessoas com sutis alterações nos uniformes. Fora percebido
também que, meninos brincavam mais, se mexiam mais. Enquanto, as meninas preferiam ficar
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sentadas, conversando.

Após o intervalo, iniciou a aula de português. Os adolescentes não estavam tão agitados durante a
aula, a maioria fazia questão de participar da interação que a professora fazia com os alunos (apenas
dois alunos não quiseram participar, durante a aula inteira). A professora incentivava-os a exporem
suas dúvidas, fazia questão de que todos teriam seu espaço e seriam respeitados, mesmo se a dúvida
fosse fútil.

Notamos que a sala era muito unida e não tinha uma divisão muito grande, com grupos formados.
Existia, sim, pessoas com mais afinidades com uns do que com outros, mas no geral, todos
conversavam entre si. Durante esse dia de observação, reparamos que apenas no intervalo, havia a
separação de meninos brincando com meninos e meninas brincando/ conversando com meninas;
entretanto, meninos e meninas também interagiam entre si no período do intervalo.

Na última aula do dia, a matéria era matemática. No início da aula a força da escola acabou, com a
alegria de não ter mais aula, os alunos ficaram conversando, mexendo no celular, lendo.

7. Analise da Atividade: os seres humanos não têm o processo de socialização como sendo algo inato,
mas, sim, algo aprendido. Por não sermos seres que sobreviveríamos sozinhos durante nossa
primeira fase de desenvolvimento, somos influenciados pelos primeiros agentes socializadores, a
família, quem irá atender nossas necessidades básicas. Após isso, somos influenciados por outros
agentes, como a escola (o segundo agente socializador mais importante depois da família). Então,
nossa personalidade e nossa identidade vai se ajustando, vai ser moldada pelo nosso biológico, e
também, por fatores ambientais, pelos agentes socializadores.

Hall (2006) explora três concepções de identidade: o sujeito do Iluminismo, o sujeito sociológico e o
sujeito pós-moderno.

A concepção de sujeito do Iluminismo seria a pessoa unificada e repleta de razão, consciência e ação,
que surgia desde o nascimento e assim se desenvolvia, continuando “idêntico” no decorrer da sua
vida. A concepção do sujeito sociológico refere-se a um sujeito formado pela interação entre o eu e a
sociedade, esta quem ditará seus valores, sentidos, cultura.

Hall argumenta que “o sujeito, previamente vivido como tendo uma identidade unificada e estável, está
se tornando fragmentado; composto não de uma única identidade, mas de várias identidades” (Hall,
2006, p.12). O sujeito produzido atualmente, oriundo desse processo de identificação, é o sujeito pós-
moderno, que não possui uma identidade fixa ou permanente. A transitoriedade e a efemeridade são
características da contemporaneidade e há uma gama muito grande para a construção da identidade
dentro desse contexto, ao qual podemos nos identificar temporariamente.

Na teoria psicossocial de Erikson, ele aborda o crescimento humano do ponto de vista dos conflitos
(internos e externos) que a personalidade vital suporta, ressurgindo de cada crise com um sentimento
maior de unidade interior. No quinto estagio de sua teoria, a identidade versus confusão de identidade,
o adolescente ao procurar um papel social provoca uma confusão de identidade, principalmente por
ser uma fase onde a opinião do social importa muito, fazendo com que sua atitude mude
constantemente. É neste estágio que se adquire uma identidade psicossocial: o adolescente precisa
entender o seu papel no mundo e ter consciência da sua singularidade
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Sobre a identidade do adolescente, Erikson (1976) diz:

A pessoa jovem, a fim de sentir a globalidade, deve experimentar uma continuidade progressiva entre
aquilo que foi durante os longos anos da infância e aquilo em que promete converter-se, no futuro
previsto; entre aquilo que ela se concebe ser e aquilo que ela percebe os outros verem nela e
esperarem dela. Individualmente falando, a identidade inclui (mas é mais que) a soma de todas as
identificações sucessivas desses primeiros anos, quando a criança queria ser como as pessoas de
que dependia – e frequentemente era forçada a sê-lo. A identidade é um produto singular que
enfrenta agora uma crise a ser exclusivamente resolvida em novas identificações com os
companheiros da mesma idade e com figuras líderes fora da família.

8. Referências

Erikson, E. Identidade, Juventude e Crise. Rio de Janeiro: Zahar editores,1976.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

MORAES, Luciene Aparecida Souza Silva. Identidade do adolescente na contemporaneidade:


contribuições da escola. 2009. 1 v. Dissertação (Mestrado) - Curso de Psicologia, Universidade
Católica de Minas Gerais, Minas Gerais, 2009.

RELATÓRIO SEMANAL DE ESTÁGIO

CURSO PSICOLOGIA
Estágio Básico II
9. Instituição: Centro Universitário Adventista de São Paulo
10. Data: 21/10/2021
11. Estagiário (a): Caio Henrique da Luz Silva
12. Atividade realizada: articular a produção de conhecimentos adquiridos do desenvolvimento dos
aspectos físicos, cognitivos e psicossociais com as observações de adolescentes de 10 a 17 anos.

13. Objetivo proposto: observação do comportamento biopsicossocial; observação do desenvolvimento


cognitivo, e psicossocial.
ESTÁGIO BÁSICO - CURSO PSICOLOGIA - HT

14. Descrição detalhada da atividade:


No dia 21/10 fora observado a interação dos alunos e a formação desses grupos, neste dia a sala estava
com mais alunos.

Percebemos que os alunos eram influenciados por seus amigos a interagirem de maneira espontânea e
leve (um levava o outro a participar das perguntas da professora). Notamos também, alguns alunos não
interagiam tanto, se isolavam. Na hora do intervalo um desses alunos chegou a ficar em um canto da
escola, sozinho, não tinha absolutamente ninguém.

Na troca de aula, duas alunas chegaram até nós perguntando como era a faculdade, o curso de
psicologia e se era interessante a atividade que estávamos fazendo. Os alunos também demonstraram
grande interesse quando a professora de português chegou a contar da sua trajetória como professora, os
concursos que fez (os alunos faziam breve perguntas).

15. Analise da Atividade:

É importante ressaltar que adolescência não é igual em todas as sociedades: as vezes tem um tempo
maior ou menor, as vezes varia a intensidade das emoções, das crises; entretanto, a ideia de não
encontrar, de não formar a sua identidade, torna este momento algo muito sofrido, muito doloroso, que
poderá contribuir para desencadear sérios problemas psicológicos.

Nesta fase o jovem é caracterizado por não se fixar em um compromisso, a ideologias; tudo na cabeça
dele é efêmero e provisório.

Na adolescência existe uma flutuação na forca do ego que é causada por diversos conflitos, referente a
isto, Erick diz ser uma crise normativa. A pessoa que vivência a adolescência é vítima de uma consciência
de identidade que seria base da autoconsciência da juventude. Nessa fase, é importante o indivíduo
estabelecer um sentido para a identidade pessoal.

Nesta etapa, Erik Erikson (1976) ressalta:

Os jovens devem tornar-se pessoas inteiras por direito próprio e isto durante uma fase do
desenvolvimento caracterizada por uma diversidade de mudanças no crescimento físico, no
amadurecimento genital e na consciência social.
ESTÁGIO BÁSICO - CURSO PSICOLOGIA - HT

Ao estabelecer uma identidade espera-se que o indivíduo aprenda a utilizar as crises anteriores (do
desenvolvimento psicossocial) para ter um autoconhecimento, saber quem é, o que quer ser. No entanto,
quando o indivíduo foca demais na busca pela identidade, quando o adolescente fracassa na busca pela
sua identidade, ele poderá apresentar as seguintes características e comportamentos: insegurança, ficar
preso a uma preocupação constante ou numa atividade autodestrutiva, tendência a preocupar-se em
demasia com as opiniões de outros ou cair no polo oposto, não se importar em absoluto com o que os
outros pensam, confusão e pensamento perturbado, impulsividade, conflito com os pais e com outras
figuras de autoridade e força do ego reduzida.

A difusão de papeis é considerado uma psicopatologia segundo Erick Erikson, uma vez que, o adolescente
não consegue cumprir a tarefa desenvolvimental do estágio devido a inúmeros problemas enfrentados
pelo jovem, o que o dificulta a assumir compromissos sólidos e acaba num ciclo vicioso, em que, então, a
falta de comprometimento agrava seus problemas, e estes dificultam a escolha de compromissos.

A formação da identidade recebe a influência de fatores intrapessoais (as capacidades inatas do


indivíduo e as características adquiridas da personalidade), de fatores interpessoais (identificações
com outras pessoas) e de fatores culturais (valores sociais a que uma pessoa está exposta, tanto
globais quanto comunitários), (Schoen-Ferreira, 2003, p. 108).

Com isso, a influência ou pressão dos pares pode ser um dos problemas na adolescência. Os pares
podem até exercer uma influência, mas são os próprios sujeitos que vão escolher suas amizades;
escolherão amigos que são bem parecidos, tanto em questão de valores quanto em questão de atitudes e
de comportamentos.

É salientado por Schoen-Ferreira (2003), referente as áreas que nos influenciam, o seguinte:

Num mundo globalizado, em que os meios de comunicação e a facilidade dos meios de transporte
ampliam nossa visão, trazendo valores os mais diversos, torna-se necessário educar procurando
valores comuns, universais e propor uma educação que considere a dignidade humana. Nesse
processo, a escola tem papel fundamental, pois junto com seus conteúdos programáticos, pode
permitir a exploração nos diversos domínios, favorecendo ao indivíduo procurar compromissos firmes,
sobre os quais paute a sua vida, e que o ajude a ser útil à sociedade (Schoen-Ferreira, 2003, p. 114).

Compreende-se a importância da área interpessoal no desenvolvimento da identidade. Observamos


que na prática, pouco valor se dá a ela, deixando-se as pessoas se desenvolverem sozinhas nesta
área, com pouca orientação, se compararmos com as atitudes ideológicas ou ocupacionais. É preciso
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que as escolas comecem a se preocupar mais com os relacionamentos, não só com o conteúdo.

Observa-se uma falta de valores em nossa sociedade que está afetando nossos jovens. Os valores
das gerações passadas estão sendo desconsiderados, sem se colocar nenhum outro no lugar
(Schoen-Ferreira, 2003, p. 114).

16. Referências
Erikson, E. Identidade, Juventude e Crise. Rio de Janeiro: Zahar editores,1976.

SCHOEN-FERREIRA, Teresa Helena. A construção da identidade em adolescentes: um estudo


exploratório. 2003. 115 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Psicologia, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, São Paulo, 2003. Cap. 8.

 Ficha de controle de frequência do estágio curricular obrigatório


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***

Stefane Cristine Barros Rodrigues - Relatórios Semanais; Ficha de


Avaliação do Supervisor; Ficha de controle de frequência do estágio curricular
obrigatório.

 Relatórios semanais

RELATÓRIO SEMANAL DE ESTÁGIO

CURSO PSICOLOGIA
Estágio Básico II
17. Instituição: UNASP
18. Data: 14/10/2021
19. Estagiário(a): Stefane Cristine Barros Rodrigues
20. Atividade realizada: Observação feita em sala de aula de adolescentes de 13-14 anos.

21. Objetivo proposto: Observação do desenvolvimento biopsicossocial dos adolescentes em sala de


aula e a formação da identidade.

22. Descrição detalhada da atividade:


Começamos a observação as 15:00, os alunos estavam no intervalo, as garotas sentam-se em
grupinhos separados pelo refeitório, os alunos se separam, alguns vão jogar bola, outros vão para
outro lugar, um aluno em especifico ficou isolado dos amigos, mexendo no notebook durante o
intervalo.
Todos os alunos estavam com o uniforme, a maior parte deles tinha algum adereço que
chamava a atenção, uma garota com os cabelos cor de rosa, outro garoto com cabelo comprido, um
garoto andava com um fantoche de rato na mão, ele não tirava nem mesmo para comer seu lanche.
Depois do intervalo fomos para a aula de português, o ensino era hibrido, e a professora
descreveu que grande parte estava online, os meninos sentam perto um do outro e as meninas
sentam em grupinhos com outras meninas, a professora recapitula a matéria que passou na aula
anterior e pergunta se os alunos fizeram a lição, a maioria não fez, no momento de fazer a atividade
uma das alunas se oferece para entregar as folhas da atividade, em toda a aula ela respondia as
perguntas da professora, os alunos do zoom quase não participavam da aula.
Após a aula de português, fomos para a aula de matemática, nessa sala a professora esta
gravida e por isso dá aula de sua casa, na sala de aula fica apenas uma auxiliar da professora, para
monitorar os alunos, nessa aula a energia da escola vai embora e os alunos ficam sem assistir a
aula, eles começam a comentar sobre o acontecido e comemoram por não precisar estudar
matemática, a aluna que estava ajudando a professora de português na aula anterior se levanta e vai
conversar com a monitora, elas duas e mais outras alunas ficam conversando sobre o que irão dar
ESTÁGIO BÁSICO - CURSO PSICOLOGIA - HT

de presente para a professora de matemática no dia dos professores, alguns meninos ficam
conversando sobre jogos e o olimpiasp que eles irão jogar, um dos garotos aponta para uma menina
e fala que ela tem que jogar no time de vôlei, porque as meninas são as melhores no vôlei e com
certeza vão ganhar.
A luz volta e a professora reaparece no zoom, ela está passando atividade para quem está
online e os alunos do presencial começam a fazer a atividade junto com a professora, eles discutem
a resposta entre si, terminam a atividade e bate o sinal para irem embora, as 18:00 horas termina
nossa observação.

23. Analise da Atividade:


A observação do estágio básico foi muito informativa, conseguimos observar muitos aspectos
dentro do objetivo pré-estabelecido que são as três áreas do desenvolvimento, biológico, psíquico e
social. Começando um pouco pelo desenvolvimento biológico que é a área base para as outras a partir
do que afirma Erik Erikson, os adolescentes nessa fase estão passando por muitas mudanças corporais,
é nessa idade que geralmente os meninos tem o estirão e crescem bastante, começam a ter mais pelos
nos braços e pernas, e as meninas tem a sua primeira menarca, os mamilos começam a crescer e
também passam por mudanças hormonais que vão interferir indiretamente nas emoções também, como
por exemplo as garotas que tendem a ficar mais sensíveis ou então mais agressivas.
No desenvolvimento cognitivo as teorias concordam com o que observamos, Piaget por exemplo
diz que os adolescentes nessa idade estão na fase formal onde já conseguem fazer contas de cabeça,
tem o pensamento mais abstrato e não necessitam de imagens para assimilar.
No desenvolvimento social os adolescentes procuram fazer muitas amizades e terem a aceitação
do grupo, interessante é que nessa idade começa uma separação de sexos, onde os meninos passam
mais tempo com os meninos e as meninas passam mais tempo com as meninas, essa separação é
muito visível, os meninos gostam mais de brincar e as meninas conversam sentadas no refeitório.
Um aspecto que nos chamou atenção e será a questão norteadora da nossa observação foi a
expressão de identidade e a sua estruturação nessa idade que entra na puberdade, podemos observar a
partir da teoria psicossocial de Erikson descrita por Papalia e Feldman (2013) que durante essa faixa
etária os adolescentes entram no estágio de identidade versus confusão de papeis, como descrito
também por Alves (2020) nesse estágio eles passam por uma certa pressão de serem ou não diferentes
do que as normas sociais pedem, e muitas vezes alguns grupos também, e essa aceitação de grupo é
muito importante porque interfere diretamente na área social que atinge a área cognitiva
automaticamente, nisso o adolescente pode acabar tendo uma crise de identidade ao se confrontar com
o que ele é e o que ele deseja se tornar, além desses fatores, entra também a questão de qual carreira
seguir? Quem eu sou? Como me portar diante de um grupo de amigos? Entre outras questões que irão
estar constantemente em formação na cabeça do adolescente, para conseguir responder essas
perguntas, o adolescente irá a todo momento tentar compreender qual sua identidade, por isso é comum
que eles usem adereços diferenciados para expressar o que sentem e dizer para o mundo quem eles
são e também para eles mesmo.

24. Referências
ALVES, Leonardo Marcondes. Erik Erikson: os estágios psicossociais do desenvolvimento.
Ensaios e Notas, 2020. Disponível em: https://ensaiosenotas.com/2020/06/13/erik-erikson-os-
estagios-psicossociais-do-desenvolvimento/ . Acesso em: 24 out. 2021.

PAPALIA, Diane E.; FELDMAN, Ruth Duskin (Colab.). Desenvolvimento Humano. 12ª ed. Porto
Alegre: AMGH Editora, 2013.
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RELATÓRIO SEMANAL DE ESTÁGIO

CURSO PSICOLOGIA
Estágio Básico II
25. Instituição: UNASP-HT
26. Data: 21/10
27. Estagiário(a): Stefane Cristine Barros Rodrigues
28. Atividade realizada: Observação de adolescentes em sala de aula.
29. Objetivo proposto: Observação do desenvolvimento biopsicossocial e a identidade.

30. Descrição detalhada da atividade:


Chegamos às 15:30 horas na escola, durante o intervalo observamos os alunos juntos em grupo, as
meninas sentam em conjunto, alguns meninos vão brincar e ficam correndo, um dos garotos estava
vestido todo de preto com capuz, ele ficou o intervalo todo sozinho. Após o intervalos fomos para a
aula de português, tinha bem mais alunos na sala do que na ultima observação, dessa vez os
alunos estavam mais dispersos, na primeira eles se reuniam em grupo grandes e discutiam a
atividade como um grupo só, dessa vez eles se sentaram em grupos pequenos, durante a
explicação da professora uma das alunas ficava interrompendo para fazer comentários engraçados,
a grande parte dos alunos riam e desprendiam a atenção na explicação, eles estavam mais
participativos nessa observação, e tinha mais alunos que ficavam respondendo as perguntas da
professora, o aluno que estava sozinho no intervalo, sentou isolado na sala de aula, perto de mim e
da minha dupla, o aluno ficou quieto, não fez nenhum comentário durante toda a aula, nem com a
professora, nem com os colegas. Na aula de matemática os alunos estavam mais agitados, eles
mostraram a caneca que compraram para a professora e tiraram uma foto com ela, ela estava
virtualmente através do zoom, após tirarem as fotos eles ficaram conversando um pouco, algumas
alunas se abraçavam e comentavam sobre a foto que tiraram, outros alunos ficavam brincando e
rindo, uma aluna em particular ficou de óculos escuro durante a aula, a professora chegou a
comentar perguntando o porquê dela estar com óculos de sol durante a aula, ela disse que era
estilo, todos riram e a garota continuou com o óculos, durante essa observação os alunos não
estavam com tantos adereços chamativos.

31. Analise da Atividade:


ESTÁGIO BÁSICO - CURSO PSICOLOGIA - HT

A partir da observação geral que fizemos em sala de aula, concluímos que a nossa questão
norteadora seria a identidade e tudo que a permeia. É um pouco difícil definir a identidade como
algo simplório como por exemplo um corte de cabelo, onde cada indivíduo nasce com um e vai
modelando até achar um que combine, se fosse tão simples assim, não passaríamos pelas maiores
dificuldades que passamos na adolescência, o fato é que a definição de identidade se torna muito
complexa dentro da nossa sociedade, por ser uma formação que não é definida biologicamente e
sim historicamente, durante anos teóricos como Erikson, Bauman, Hall, Giddens, entre outros vêm
tentando nos dizer como essa identidade se forma e como pode ser um tema tão emblemático na
adolescência.
Para dar um norte, podemos afirmar como Moraes (2009), que a formação de identidade se dá
através da interação entre o individuo e a sociedade, trazendo para o nosso contexto atual de
observação, dentro de escolas, isso é muito interessante, pois durante a observação é fácil
identificar como as garotas que andam juntas tem uma certa semelhança, contudo quando
assumimos algo, deixamos de assumir outro, quando escolhemos seguir uma identidade, abrimos
mão de uma outra que nos cerca, alguns teóricos vão interpretar isso de diversas maneiras, Erikson
por exemplo irá nos dizer que essa confusão entre os papeis sociais, pode gerar a crise de
identidade, porém de acordo com Ciampa (1990) apud Moraes (2009) essa formação de identidade
é permeada por situações de igualdade e diferença, onde nos assemelhamos com algo e nos
diferenciamos de outro e assim a identidade vai se transformando e se concretizando com a relação
que temos uns com os outros, essa formação de identidade quando observada dentro do contexto
escolar, pode nos dizer muitas coisas, um dos fatores mais abrangentes é que dentro da escola os
alunos tem uma enorme diversidade de identidades pré-formadas, pois cada um traz consigo o que
aprendeu em casa e transpassa isso para os outros quando em grupo, como uma troca, quando
pensamos nos últimos tempos que temos vividos, as dificuldades que passamos historicamente,
falo aqui da pandemia que durou praticamente dois anos, e retirou desses alunos um dos agentes
sociais primordiais para a formação de identidade, durante a observação os alunos que estavam
online, sequer abriram suas câmeras, o quanto esses adolescentes foram prejudicados nessa
questão? Será que daqui para frente a forma como formamos nossa identidade será diferente,
levando em consideração nosso contexto sociocultural?
Chego a uma consideração final que a escola tem papel fundamental na formação de identidade do
adolescente, sendo ela o ambiente que proporciona interações entre o individuo e o mundo,
contribuindo para outras questões que afetam indiretamente o desenvolvimento psicossocial e
cognitivo, um individuo perdido entre seus papeis sociais, é um individuo sem uma identidade
formada, é um individuo em crise.

32. Referências
MORAES, Luciene Aparecida. Identidade do adolescente na contemporaneidade: contribuições da
escola. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Periódicos eletrônicos em psicologia, v. 2, n. 1,
2009. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/. Acesso em: 31 out. 2021.
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 Ficha de controle de frequência do estágio curricular obrigatório


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